Você está na página 1de 15

Transformações de Lorentz e suas consequências

Augusto Cesar de Araujo Mota Junior


Co-Autor: M. Sc. Sérgio Vinicius Monteiro Castelo Branco Xavier
Orientador: Dr. Luis Carlos Bassalo Crispino

Grav@zon - Gravity @ Amazonia


XXXII Seminário de Iniciação Cientı́fica da UFPA

Belém - Pará - Brasil


Novembro de 2021
Sumário

1 Introdução

2 Desenvolvimento

3 Conclusão

4 Referências
Introdução
A relatividade galileana

Espaço e tempo absolutos


Um observador possui um relógio e uma régua. A ele, pode-se atribuir um sistema
de referência, representado por um sistema de coordenadas.
Um evento é qualquer acontecimento no espaço-tempo que pode ser descrito por
três coordenadas espaciais e uma temporal [1].
Na relatividade galileana, um relógio associa um número ao intervalo temporal
entre pares de eventos, pressupondo que o fluxo temporal seja o mesmo para
todos os observadores inerciais.
Uma régua associa um número ao intervalo espacial de pares de eventos
simultâneos [2].
O observador inercial é aquele com movimento inercial, isto é, o movimento que
corpos seguem quando não sujeitos a forças externas.
Desenvolvimento
Transformações de Galileu (TG)

As transformações de Galileu
Consideremos dois observadores inerciais S e S 0 , e suas respectivas coordenadas
espaciais e temporais (x, y , z, t e x 0 , y 0 , z 0 , t 0 ).
Podemos descrever o movimento relativo entre eles na direção do eixo comum
x − x 0.
As relações entre as coordenadas de observadores inerciais, assumindo a hipótese
de espaço e tempo absolutos, são dadas pelas TG:

x 0 = x − vt, (1)
0
y = y, (2)
0
z = z, (3)
0
t = t. (4)
Desenvolvimento
Consequências das transformações de Galileu

Ao diferenciarmos as equações (1), (2) e (3) em relação ao tempo, encontramos a


transformação da velocidade:

vx0 = vx − V , (5)
vy0 = vy , (6)
vz0 = vz , (7)

onde V é a velocidade relativa entre os observadores.


Diferenciando em relação ao tempo as equações (5), (6) e (7), e assumindo que
as massas medidas por cada observador inercial (m para S e m0 para S 0 ) não são
afetadas pelo movimento relativo, obtemos:

F~ 0 = m0 a~0 = m~a = F~ . (8)


Desenvolvimento
Consequências das transformações de Galileu

Equações de movimento de uma partı́cula


As equações de movimento de uma partı́cula sujeita apenas a forças conservativas
são invariantes sobre as TG:
∂U ∂U
Fx = − = − 0 = Fx0 , (9)
∂x ∂x
∂U ∂U
Fy = − = − 0 = Fy0 , (10)
∂y ∂y
∂U ∂U
Fz = − = − 0 = Fz0 . (11)
∂z ∂z
Por ser possı́vel generalizar o resultado acima para um número grande de
partı́culas, podemos considerar que as Leis de Newton da Mecânica são as
mesmas para todos os referenciais inerciais.
Desenvolvimento
A incompatibilidade da relatividade galileana com o eletromagnetismo

Considerações
Um dos resultados da teoria eletromagnética é que a velocidade de propagação da

onda eletromagnética no vácuo é c = 0 µ0 , o que coincide com a velocidade da
luz, onde 0 e µ0 são a permissividade do vácuo e a permeabilidade do vácuo,
respectivamente.
No entanto, as equações de movimento de propagação da onda eletromagnética
não são invariantes sobre as TG.
Resultados de experimentos óticos, como os realizados por Michelson e
Morley [3], que buscavam a comprovação experimental de um meio hipotético
denominado éter, pensado como a representação do referencial absoluto da
relatividade galileana, abalaram ainda mais esta teoria no final do século XIX.
Desenvolvimento
Relatividade Especial (RE)

Espaço e tempo relativos


A RE é fundada sobre dois princı́pios: (i) as leis fı́sicas devem ser as mesmas para
todos os referenciais inerciais e, (ii) a velocidade da luz é a mesma para todos os
referenciais inerciais [4]. A partir destes princı́pios inferimos as noções de espaço e
tempo relativos.
Na RE, a noção de tempo se torna relativa, isto é, o movimento relativo entre
observadores inerciais afeta a simultaneidade de eventos.
Como consequência da relatividade da simultaneidade, medidas de intervalos
espaciais também são afetadas.
Desenvolvimento
Transformações de Lorentz (TL)

Baseado nos postulados da RE, o novo conjunto de transformações de


coordenadas, denominado de Transformações de Lorentz, é dado por:
x − vt
x0 = r , (12)
v2
1− 2
c
0
y = y, (13)
0
z = z, (14)
vx
t− 2
t0 = r c . (15)
v2
1− 2
c
Desenvolvimento
Dilatação temporal e contração espacial

Contração espacial
Suponhamos que o observador S 0 atribui x10 e x20 para as extremidades de uma
barra, enquanto que outro observador S atribui x1 e x2 para as mesmas
extremidades dessa barra.
Fazendo uso da equação (12), o comprimento da barra de acordo com o
observador S 0 é dado por:
x2 − x1
x20 − x10 = r . (16)
v2
1− 2
c
Esta é a equação da contração espacial, relacionando os intervalos espaciais
medidos por observadores inerciais em movimento relativo.
Desenvolvimento
Dilatação temporal e contração espacial

Dilatação temporal
Vamos considerar que de acordo com o observador S 0 , dois eventos apresentem as
coordenadas temporais t10 e t20 .
Pelas TL, esses eventos apresentam as seguintes coordenadas temporais de acordo
com o observador S:
v
t10 + 2 x 0
t1 = r c , (17)
v2
1− 2
c
0 v 0
t2 + 2 x
t2 = r c . (18)
v2
1− 2
c
Desenvolvimento
Dilatação temporal e contração espacial

Dilatação temporal
O intervalo temporal de acordo com S será:

t 0 − t10
t2 − t1 = r2 . (19)
v2
1− 2
c
Esta é a equação da dilatação do tempo, que relaciona intervalos temporais de
observadores inerciais distintos.
Conclusão

Conclusão
Apresentamos a relatividade galileana, teoria baseada nas noções de espaço e
tempo absolutos. Nesta teoria, o movimento relativo entre observadores inerciais
não afeta as medições de intervalos espaciais e temporais.
Apresentamos as transformações de Galileu, que são o conjunto de equações que
relacionam as coordenadas entre observadores inerciais na relatividade galileana.
Mostramos que a RE é baseada nas noções de espaço e tempo relativos, na qual o
movimento relativo afeta medições de intervalos temporais e espaciais feitas por
diferentes observadores inerciais.
Mostramos que, na RE, o conjunto de equações que relacionam coordenadas entre
observadores inerciais denomina-se transformações de Lorentz.
Apresentamos, como consequências das transformações de Lorentz, os efeitos de
dilatação temporal e contração espacial.
Referências

[1] R. Resnick, Introdução à Relatividade Especial, Editora Polı́gono, São Paulo


(1971).
[2] A. Einstein, A teoria da Relatividade: sobre a teoria da relatividade especial e geral
(para leigos), LPM Editora, Porto Alegre (2016).
[3] A. Einstein, H. A. Lorentz, H. Minkowski e H. Weyl, The Principle of Relativity,
Dover Publications, New York (1952).
[4] R. Resnick, D. Halliday e K. S. Krane, Fı́sica, LTC, Rio de Janeiro (2007).
Agradecimentos

Você também pode gostar