Quando uma corrente flui através de um condutor,
é produzido um campo magnético ao seu redor. Se dois condutores portando corrente forem colocados próximos um do outro, os campos irão interagir entre si e os condutores irão se submeter a uma força de atração ou repulsão, dependo da direção relativa da corrente. CAMPOS MAGNÉTICOS O campo magnético que circunda uma condutor retilíneo portador de corrente é mostrado abaixo. As linhas de fluxo são concêntricas e a direção do campo é dada pela regra da mão direita. FORÇA ENTRE 2 CONDUTORES A força mútua existente entre dois condutores paralelos portando corrente será proporcional ao produto das correntes nos dois condutores e o comprimento dos mesmos, mas inversamente proporcional ao seu distanciamento. F = (k . I1. I2. L)/d F = força em Newtons (N) I1 e I2 são as correntes nos 2 condutores (A) L = comprimento paralelo dos condutores (m) d = distância que os separa (m) k = constante do meio no qual ocorre a carga FORÇA ENTRE 2 CONDUTORES A constante k é dependente do meio no qual ocorre a carga. No vácuo, ou espaço livre: k = µ0/2π Onde: µ0 é uma constante conhecida como permeabilidade do espaço livre (12,57 x 10-7 H/m). FORÇA DE UM CAMPO MAGNÉTICO A força do campo magnético é uma medida da densidade do fluxo magnético em qualquer ponto determinado. A força do campo magnético será proporcional à corrente aplicada e inversamente proporcional à distância perpendicular a partir do condutor. B = (µ . I)/ 2π d B = densidade do fluxo magnético em Tesla (T) I = corrente no condutor em Ampères (A) d = distância a partir do condutor (m) µ = permeabilidade magnética absoluta µ = µ0. µr µ0 = permeabilidade do espaço livre = 12,57 x 10-7 H/m. µr = permeabilidade relativa CAMPO MAGNÉTICO Uma forma de aumentar a força do campo magnético é fazer espirais com o condutor, isto é, moldá-lo em forma de bobinas. CAMPO MAGNÉTICO A permeabilidade relativa (µr) é um parâmetro muito utilizado, pois exemplifica como determinado material interfere na densidade de fluxo e na força do campo magnético. Se um determinado material tem µr= 3 significa que a densidade de fluxo será 3 vezes maior do que no espaço livre. Material μ/(H m-1) μr Application Ferrite U 60 1.00E-05 8 UHF chokes Ferrite M33 9.42E-04 750 Resonant circuit RM cores Nickel (99% pure) 7.54E-04 600 - Ferrite N41 3.77E-03 3000 Power circuits Iron (99.8% pure) 6.28E-03 5000 - Ferrite T38 1.26E-02 10000 Broadband transformers
Silicon GO steel 5.03E-02 40000 Dynamos, mains transformers
supermalloy 1.26 1000000 Recording heads FLUXO E DENSIDADE DE FLUXO A densidade de fluxo é igual ao fluxo total dividido pela área do campo magnético: B=Ф/A Ф = fluxo magnético total em Webers (W) A = Área do campo magnético em m2 CIRCUITOS MAGNÉTICOS Materiais como o ferro e o aço possuem propriedades magnéticas aumentadas de forma considerável. Por isso eles são empregados em aplicações nas quais se faz necessário aumentar a densidade de fluxo produzida por uma corrente elétrica. Na prática os materiais magnéticos nos permitem canalizar o fluxo elétrico em um circuito magnético: CIRCUITOS MAGNÉTICOS Na prática nem todo fluxo magnético estará concentrado no centro, e algum vazamento de fluxo aparecerá no espaço livre circundante. Da mesma forma, se aparecer uma brecha dentro do circuito magnético (gap) o fluxo tenderá a se espalhar. Esse efeito é chamado de franja (fringing). RELUTÂNCIA E PERMEABILIDADE A relutância de um caminho magnético é diretamente proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional a sua área: S = L / µA S = relutância do caminho magnético (Siemens) L = Comprimento do caminho magnético (m)
µ = permeabilidade absoluta do material magnético
A = área transversal do caminho (m2)
RELUTÂNCIA E FORÇA MAGNETIZANTE A permeabilidade de um material magnético é o produto da permeabilidade do espaço livre (µ0) e da permeabilidade relativa do meio magnético (µr): µ = µ0. µr S = L/(µ0.µrA) A permeabilidade de um meio magnético é uma medida de sua capacidade de suportar o fluxo magnético, sendo igual a relação entre a densidade de fluxo (B) e a força magnetizante (H): µ = B/H B = densidade do fluxo magnético (Tesla) H = Força magnetizante (A/m) FORÇA MAGNETIZANTE A força magnetizante (H) é proporcional ao produto da quantidade de voltas (espiras) e a corrente, mas inversamente proporcional ao comprimento do caminho magnético: H = N.I/L H = força magnetizante (A/m) N = número de voltas I = corrente (Ampères) L = comprimento do caminho magnético (m) CURVAS B-H Observando curvas B-H de materiais magnéticos comuns notamos o início da planificação da curva, devido a saturação magnética. Também é visível que µ cai conforme a força magnetizante aumenta (H). Com uma curva B-H nos é apresentada o intervalo de trabalho aceitável de um material magnético em particular. INDUTORES
Os indutores são um meio de armazenar energia
elétrica na forma de uma campo magnético. As características elétricas de um indutor são determinadas por muitos fatores, incluindo o material do núcleo (se houver), a quantidade de voltas (espiras) e as dimensões físicas da bobina. INDUTORES
Na prática toda bobina tem tanto indutância (L)
como resistência (R). CORRENTE VARIÁVEL EM UM INDUTOR Para descrever o que ocorre quando uma variação de corrente flui através de um indutor, observe o seguinte circuito fictício: Se a chave for deixada aberta, nenhuma corrente fluirá e nenhum fluxo magnético será produzido pelo indutor. CORRENTE VARIÁVEL EM UM INDUTOR Se a chave for fechada, uma corrente começa a fluir no circuito, estabelecendo assim um campo magnético. Contudo, a alteração no fluxo magnético resultante do aparecimento da corrente, cria uma voltagem (f.e.m. induzida) através da bobina, a qual se opõe a f.e.m. aplicada a partir da bateria. A f.e.m. induzida resulta da alteração do fluxo e impede o aumento instantâneo da corrente no circuito. Em vez disso a corrente cresce de forma gradativa até um ponto máximo, em um taxa que depende da proporção entre a indutância da bobina (L em Henries) e sua resistência (R em Ohms). CORRENTE VARIÁVEL EM UM INDUTOR Pouco depois, um regime estável será atingido, no qual a voltagem através do indutor terá sido reduzida a zero, e a corrente terá alcançado uma valor máximo determinado pela proporção de V para R. CORRENTE VARIÁVEL EM UM INDUTOR Se após a condição de regime estável ser atingida, a chave for aberta, o campo magnético desaparecerá de repente e a energia será devolvida para o circuito na forma de uma força contra eletro motriz (f.c.e.m.), a qual aparecerá através da bobina conforme o campo desaparecer. INDUTÂNCIA Indutância é a propriedade de uma bobina que dá origem à oposição a uma alteração no valor da corrente que flui nela. A unidade da indutância é o Henry (H), e diz-se que uma bobina tem uma indutância de 1H se uma voltagem de 1 V for induzida através dela quando uma corrente variar em uma frequência de 1 A/s. A voltagem induzida através dos terminais de um indutor será proporcional ao produto da indutância (L) e da taxa de variação da corrente aplicada. e = -L (taxa de variação da corrente no tempo) e = -L di/dt ARMAZENAMENTO DE ENERGIA
A energia armazenada em um indutor é
proporcional ao produto da indutância e do quadrado da corrente fluindo nele: W = ½ L.i2 W = energia armazenada (Joules) L = indutância (Henries)
i = corrente fluindo no indutor (Ampères)
INDUTÂNCIA E DIMENSÕES FÍSICAS A indutância de um indutor depende de suas dimensões físicas (comprimento e diâmetro do enrolamento), quantidade de voltas e da permeabilidade do material do núcleo: L = (µ0. µrn2A)/ℓ L = indutância em Henries µ0 = permeabilidade do espaço livre µr = permeabilidade relativa do núcleo magnético A = área transversal do núcleo (m2) ℓ = comprimento médio do núcleo (m) ESPECIFICAÇÕES DO INDUTOR A tabela abaixo resume as propriedade de 4 tipos comuns de indutores (núcleo de ar, núcleo de ferrita, núcleo em vaso de ferrita e núcleo de ferro) COMBINAÇÕES DE INDUTORES
Visando obter determinado valor de indutância,
os indutores podem ser associados em série e em paralelo: