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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CÂMPUS DE PALMAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

2021

ANA CAROLINA DE O. SENA

BRUNO FERREIRA GOMES

GLEICE SANTOS SOUSA

JOSÉ GABRIEL BATISTA CARVALHO

ROBERT ALVES LINO DE OLIVEIRA

A NATUREZA MODIFICADA DO AGIR HUMANO

Trabalho apresentado à UFT –


Universidade Federal do Tocantins –
Câmpus Universitário de Palmas, Curso
de Administração para obtenção de nota
na matéria de Filosofia.

Prof. Dr. Alex Pizzio da Silva

Palmas/TO 2021
A visão de Hans Jonas é de apresentar a ética antropocêntrica para transformar em
uma ética do bem comum, do humano e o extra humano, onde se defende uma condição
de cuidar com responsabilidade para que gerações futuras possam existir, partem para
defesa de quem não pode se defender.

A obra traz um contexto histórico entre as formas de ética e, relação homem e


natureza e a fragilidade desta diante dos avanços tecnológicos, Hans Jonas traz
inicialmente o princípio da moral para com a ética, não pela busca de um retorno para si,
mas por ser prazeroso ao indivíduo cuidar do bem comum.

Na tentativa maior de tentarmos entender nossa própria evolução também temos


a tentativa de caminhos mais práticos para a conquista de nossos objetivos. Aquela época
a técnica era um caminho para um fim escolhido. Agora temos muito mais conhecimento,
tecnologias e técnicas, somos tentados a crer que a evolução dos homens se encontram
no contínuo progresso desse empreendimento superando sempre a si mesmo. Em outras
palavras, mesmo desconsiderando suas obras objetivas, a tecnologia assume um
significado ético por causa do lugar para manter-se e se desenvolver lhe trazendo um
maior sucesso.

Entre as fronteiras das cidades e da natureza existe uma longa briga por território
onde todo momento as cidades se expandem, diminuindo o espaço que a natureza tem e
empurrando os animais para mais dentro das florestas e até diminuindo sua população.

O imperativo diz que arriscar a nossa própria vida, mas não a humanidade. A ação
deve existir de modo que possa ser concebida, sem contradições, com um exercício geral
da humanidade. Além disso, é evidente que nosso imperativo se volta muito mais à
política pública do que a conduta privada. Onde o imperativo categórico de Kant era
voltar para o próprio individuo, e seu critério era momentâneo.

No subcapítulo VI, o autor Hans Jonas introduz as antigas formas da “Ética do


futuro” nas quais ele afirma que ao contrário do que se pensava antigamente, uma ética
pode sim, se orientar pelo futuro. Hans Jonas aborda esse tema fazendo uso de três
exemplos: a condução da vida terrena; a preocupação previdente do legislador e do
estadista com o futuro bem comum; e a política da utopia.

Em seu primeiro subtópico o autor deixa explicito aquilo que define a ética da
consumação no mais-além, isto é, o presente seria apenas uma preparação para o futuro,
sendo que para chegar neste, deve-se ter como ideal uma vida que agrade a deus, para
somente assim chegar-se à felicidade eterna. No segundo, o qual aborda a
responsabilidade do estadista com o futuro, Jonas diz que para gerir um estado e se obter
o sucesso, o futuro deste deve ser planejado sem idealismos, para isso deve-se levar em
conta apenas o melhor possível do presente, requerendo assim uma sabedoria estável do
estadista. No terceiro, definido como utopia moderna, ele defende que o agir ocorre em
função de um futuro que não será usufruído por aqueles do presente, e afirma o Marxismo
como sendo a “ética do futuro”, pois este preenche aos requisitos necessários para tal.

No subcapítulo VII, ele aborda o homem como objeto da técnica, discutindo


primeiramente sobre o prolongamento da vida através da biologia celular e suas possíveis
consequências (subtópico 1). Ele questiona o quão desejável realmente é isso pois as
consequências seriam ao mínimo catastróficas. Dentre vários questionamentos, os dois
principais são: Caso a morte seja abolida, também deverá ser a natalidade e a
fundamentalidade do momento morre na vida de cada indivíduo. No segundo subtópico
o autor trata sobre o controle de comportamento humano, onde a sociedade através do
uso de tecnologias assim como da medicina, mudariam o comportamento indesejado de
alguns indivíduos, tornando-se necessário abordar consequentemente o âmbito social,
visto que esta técnica contém possibilidades inquietantes. No terceiro ele questiona a
manipulação genética, a qual resume em basicamente o homem ter controle sobre sua
própria evolução, modificando e melhorando, a espécie como bem pensar.

A consequência lógica é que a natureza modificada do agir humano impõe uma


modificação na ética e, portanto, impõe a necessidade da responsabilidade pelo futuro,
constituindo-se num dos temas centrais da obra. O traço utópico ou inclinação utópica é
a característica comum mais importante de acordo com os exemplos apresentados no
decorrer do texto, inerente ao nosso agir.

Poder tecnológico transformou aquilo que costumava serem exercícios hipotéticos


da razão especulativa em esboços concorrentes para projetos executáveis. No projeto, a
escolha do extremo de efeitos distantes, o extremismo que diz respeito à condição geral
da natureza em nosso planeta e ao tipo de criaturas que devem ou não habita-los. A
moderna tecnologia nos leva às ocasiões em que podemos usar o bom senso ordinário e
aquelas que requerem sabedoria iluminada. Acredita-se que quanto mais o homem
necessita da sabedoria menos ele acredita nela, de acordo com o funcionamento do
mundo, o homem é permanentemente confrontado com perspectivas que requerem uma
sabedoria iluminada, a mais alta sabedoria. A natureza de o nosso agir exige uma nova
ética de responsabilidade de longo alcance, proporcional a amplitude do nosso poder. Em
nome daquela responsabilidade, uma nova espécie de humildade – uma humildade não
como a do passado, em decorrência da pequenez, mas em decorrência da excessiva
grandeza do poder humano, pois há um excesso desse seu “poder de fazer” sobre o seu
“poder de prever” e sobre o seu “poder de conceder valor e julgar”. A nova ética da
responsabilidade requerida pelo futuro, à capacidade do governo representativo dar conta
das novas exigências segundo os seus princípios e procedimentos normais. Autoridades
públicas devem prestar contas, e respeito aos direitos, sendo assim, o uso do poder
regulamentado por normas. O ponto de partida da tese de Hans Jonas é que a promessa
da tecnologia moderna se converteu em ameaça, ou esta se associou àquela de forma
indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça física. A submissão da natureza foi
concebida para a felicidade humana. Mas, na sobre medida de seu sucesso, que agora se
estende à própria natureza do ser humano, conduziu ao maior desafio colocado ao ser
humano pela sua própria ação. Fazendo uma retrospectiva, nada se equivale no passado
ao que o ser humano é capaz de fazer no presente, impulsionado a seguir fazendo, no
exercício tentador desse poder. No caso da ética ela precisa existir, porque os homens
agem, e a ética existe para ordenar suas ações e regular seu poder de agir, sua existência
é tanto mais necessária, portanto, quanto maiores forem os poderes do agir que ela tem
de regular. Capacidades de ação de um novo tipo exigem novas regras de ética, o texto
demonstra a pertinência das pressuposições, o nosso agir coletivo-cumulativo-
tecnológico é de um tipo novo, tanto no que se refere aos objetos quanto á sua magnitude.

Para Hans Jonas a máxima deve ser “Aja de modo que os efeitos da tua ação não
sejam destrutivos para a possibilidade futura de uma tal vida”. Essa frase materializa o
conceito do Princípio Responsabilidade de Jonas que contempla as gerações futuras; a
ação coletiva; as consequências da ação do presente para o futuro; e a responsabilização
do indivíduo-coletivo acerca das suas ações. As questões éticas levantadas no presente
artigo são profundas e nos conduzem à reflexão e ação urgentes no campo da filosofia
moral. A funcionalidade social do tema nos conduz para o fortalecimento da necessidade
de uma ética do futuro, pois se hoje, diferentemente de pouco tempo atrás, temos a
possibilidade de manipular o comportamento do indivíduo, o que conseguiremos fazer,
sem a normatização moral e a reflexão ética, num futuro breve.
Ao tornar o princípio responsabilidade o seu imperativo ético, Jonas está pensando
tanto no perigo da pura e simples destruição física da humanidade quanto na sua morte
essencial, aquela que advém da desconstrução e da aleatória reconstrução tecnológica do
ser humano e do ambiente.

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