Você está na página 1de 76

Aula 05

Direito Processual Civil p/ TJDFT - Técnico Judiciário (Área Administrativa)

Professor: Gabriel Borges


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TJDFT - TÉCNICO JUDICIÁRIO -


ÁREA ADMINISTRATIVA

Aula 05: DOS ATOS PROCESSUAIS.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Capítulo VI: Dos Atos Processuais
02

2. Resumo 40
3. Questões comentadas 43
4. Lista das questões apresentadas 67
5. Gabarito 76

CAPÍTULO VI: DOS ATOS PROCESSUAIS

Ato, de modo geral, e sem alongamento na realidade processual,


refere-se a uma ação, a algo que está sendo feito ou pode ser feito
por uma pessoa. Transpondo a premissa para a realidade da ciência
jurídica, podemos definir o ato processual como o comportamento
das partes, do magistrado e de todos os auxiliares da justiça no
sentido de criar, de modificar ou de extinguir um direito dentro do
outro. (Montenegro Filho, Misael. Curso de Direito Processual Civil,
v1)

Assim, são atos processuais aqueles que podem criar, modificar ou extinguir
direitos no curso do processo, procedentes das partes, dos agentes da jurisdição, ou, até
mesmo, de terceiros.

Praticam atos processuais as partes, o juiz, os auxiliares. São eles que iniciam,
desenvolvem e encerram o processo.

Não são esses atos, contudo, os únicos a produzirem efeitos processuais.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Temos aqui uma primeira distinção, entre atos processuais, que são fruto de
ação destinada a produzir efeitos no processo (a petição inicial e a sentença são
exemplos de atos processuais) e fatos processuais, decorrentes de eventos que
acabam por produzir efeitos no processo, ainda que de maneira não intencional (a morte
da parte e o decurso do tempo são exemplos de fatos processuais). Assim, tanto os atos
como os fatos processuais influenciam o processo, contudo os atos decorrem da
manifestação do ser humano e os fatos independem da vontade da pessoa humana.

Não se fala em atos processuais quando praticados fora do processo, nem são
todos os praticados dentro dele classificados como atos processuais.

1. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

Podem ser classificados de duas formas:

1. OBJETIVA (relativa ao objeto), os atos poderão ser:

a) de iniciativa: pretendem iniciar a relação processual – petição inicial.

b) de desenvolvimento: pretendem movimentar o processo. São os atos de


instrução – provas e alegações – e de ordenação – impulso, formação, direção.

c) de conclusão: são os decisórios do juiz ou dispositivos das partes – a


desistência, a renúncia, a sentença.

2. SUBJETIVA (relativa às pessoas). Classificação adotada pelo CPC.

a) Atos das partes (autor e réu):

Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais


de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de
direitos processuais.

São praticados pelas próprias partes ou pelos seus advogados, de modo


excepcional. Produzem efeitos imediatos, em geral, e em alguns casos necessitam de
homologação para externalizarem seus efeitos.

Exemplo: A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por


sentença (Parágrafo único, art.158 do CPC).

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

b) Atos do juiz:

Classificam-se como atos do juiz: a sentença, o despacho, as decisões


interlocutórias.

c) Atos dos auxiliares da justiça:

Podemos destacar o escrivão ou chefe de secretária como a espécie, do gênero


auxiliares da justiça, mais importante, pois responsabiliza-se pela guarda dos autos e
cumprimento das ordens do magistrado, como a expedição de mandados judiciais. Seus
atos podem ser classificados em atos de documentação e de comunicação.

OBJETIVA (objeto) Iniciativa, desenvolvimento e conclusão.

SUBJETIVA (pessoas) Das partes, do juiz e dos auxiliares da


justiça.

A inobservância dos prazos estabelecidos no CPC para o


cumprimento dos atos do escrivão, não acarretará
penalidades processuais ao auxiliar. No entanto, o escrivão
poderá ser punido administrativamente ou ter que reparar a
parte que se sente prejudicada por perdas e danos.

2. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

O CPC prevê o modo como devem ser praticados os atos. Quando há a exigência
de que cumpram forma específica como condição de validade, falamos dos atos solenes.
Quando não se exige uma forma pré-determinada para cumpri-los, falamos em atos não
solenes.

Mas, reparem que o legislador tratou de combater o formalismo excessivo, como


apontam os seguintes artigos:

Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada


senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de
outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade,
o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

Ou ainda:

Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos
que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim
de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.

Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não
resulte prejuízo à defesa.

Vimos que no CPC vale o entendimento de que a forma é relevante, mas seu
descumprimento não deve invalidar o ato, a menos que haja expressa previsão legal.

Contempla, assim, o princípio da instrumentalidade da forma.

Vejam como este conhecimento foi cobrado em 2012:

(TRT 5ª Região 2012/Adaptada) É correto afirmar que os atos e termos processuais não
dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, tendo-se
por válidos aqueles que, realizados de modo diverso, lhe preencham a finalidade
essencial.

a) Certo

b) Errado

Gabarito: A

Sobre a forma dos atos, também é importante sabermos que em 2006 foi inserido
parágrafo único ao art. 154, possibilitando a comunicação oficial dos atos processuais
por meios eletrônicos.

Para que isso ocorra, devem ser atendidos os requisitos de autenticidade,


integridade, validade jurídica e Interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira – ICP-Brasil.

Que nome feio! O que é o ICP-Brasil? Não se preocupem em entender isso para
a prova, mas é o sistema brasileiro de certificação digital.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

No mesmo ano, inseriu-se o § 2º a esse artigo: “Todos os atos e termos do


processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio
eletrônico, na forma da lei.”

2.1 ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS POR MEIO ELETRÔNICO

Como vimos, a regra no processo civil brasileiro é o registro escrito dos atos e
termos do processo, formando autos ou caderno processual. Em 2006, com a Lei n°
11.419/06 o processo eletrônico espalhou-se para todos os órgãos e procedimentos do
Judiciário.

Antes de fazer mais considerações acerca do tema, devemos saber o conceito de


meio eletrônico expresso pela referida Lei: qualquer forma de armazenamento ou tráfego
de documentos e arquivos digitais.

Essa mesma Lei ainda define o que é transmissão eletrônica, dizendo: é toda
forma de comunicação à distância com a utilização de redes de comunicação,
preferencialmente a rede mundial de comunicação.

Essa Lei amplia o uso de meios eletrônicos nos processos judiciais; no entanto,
para que isso de fato ocorra, cabe aos Tribunais regulamentar, conforme o art. 154, CPC:
os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a
comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos
de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de
Chaves Públicas Brasileira - ICP – Brasil.

Cumprida essa etapa, devemos esclarecer os aspectos da assinatura, manuscrita


ou eletrônica, é o meio que atribui a autenticidade e validade a qualquer declaração, e a
ato jurídico, inclusive, ao ato processual.

Vejamos o art. 219, CC e o art. 10, §1° da MP 2.200-2/2001:

As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras


em relação aos signatários (art. 219).

Consideram-se documentos públicos ou particulares, para todos os fins legais, os


documentos eletrônicos de que trata esta Medida Provisória (art. 10).

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

As declarações constantes dos documentos em forma eletrônica produzidos com


a utilização de processo de certificação disponibilizado pela ICP-Brasil presumem-se
verdadeiros em relação aos signatários, na forma do art. 131 da Lei no 3.071, de 1° de
janeiro de 1916 - Código Civil (§ 1°).

Vale ressaltar que a admissão de assinatura eletrônica também é definida na Lei


n° 11.419/06. Assinatura eletrônica é reconhecida como as seguintes formas de
identificação inequívocas do signatário: a) assinatura digital baseada em certificado digital
emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei específica; b) mediante
cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.

Nesse último caso (b), o credenciamento no Poder Judiciário será realizado por
procedimento no qual esteja assegurada a adequada identificação presencial do
interessado. A Lei também permite a criação de um cadastro único para o
credenciamento, ou seja, para o reconhecimento das assinaturas eletrônicas.

Uma vez realizado o cadastro do signatário junto ao órgão do Poder Judiciário,


qualquer ato processual poderá ser realizado por meio eletrônico. Os atos processuais
eletrônicos consideram-se feitos no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder
Judiciário, devendo este fornecer o protocolo eletrônico.

Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão
consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último
dia. Se o Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível por motivo técnico, o prazo
fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do
problema.

Essa mesma lei (n° 11.419/06) regula a comunicação eletrônica dos atos
processuais. Citações e intimações poderão ser realizadas por meio eletrônico, assim
como as cartas, meio de comunicação entre os juízos.

As cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo geral, todas as


comunicações oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como entre os
deste e os dos demais Poderes, serão feitas preferentemente por meio eletrônico (art. 7°).

A lei dispõe, ainda, que os órgãos do Poder Judiciário poderão desenvolver


sistemas eletrônicos de processamento de ações judiciais por meio de autos total ou

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

parcialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial de computadores e


acesso por meio de redes internas e externas.

Ressalte-se que o legislador diz “ações judiciais” quando deveria referir-se, em


verdade, aos processos judiciais, já que os institutos são distintos.

Todos os atos processuais do processo eletrônico serão assinados


eletronicamente e todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda
Pública, serão feitas por meio eletrônico. Essas juntamente com as remessas que
viabilizem o acesso à íntegra do processo correspondente serão consideradas para todos
os efeitos legais.

Quando, por motivo técnico, for inviável o uso do meio eletrônico para a
realização de citação, intimação ou notificação, esses atos processuais poderão ser
praticados segundo as regras ordinárias, digitalizando-se o documento físico (papel), que
deverá ser posteriormente destruído.

A distribuição da petição inicial e a juntada de outras petições, como a


contestação e os recursos, podem ser feitas diretamente pelos advogados públicos e
privados, sem necessidade da intervenção de órgãos estatais (ex. o cartório), caso em
que a autuação deverá ocorrer de forma automática, fornecendo-se recibo eletrônico de
protocolo.

Estabelece a Lei que os documentos produzidos por meio eletrônico são


considerados originais. Do mesmo modo, os extratos digitais e os documentos
digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da Justiça, Ministério Público,
procuradorias, autoridades policiais, repartições públicas em geral e por advogados
públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a alegação
motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.

A arguição de falsidade do documento será processada eletronicamente, desse


modo, será necessário guardar os documentos originais que foram digitalizados até o
trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o fim do prazo para o
ajuizamento da ação rescisória.

Se, por ventura, os documentos, cuja digitalização seja tecnicamente inviável


(devido ao grande volume ou por serem ilegíveis), deverão ser apresentados ao cartório

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

ou secretaria no prazo de 10 (dez) dias contados do envio de petição eletrônica


comunicando o fato. Os documentos serão devolvidos à parte após o trânsito em julgado.

Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico somente estarão


disponíveis para acesso por meio da rede externa para suas respectivas partes
processuais e para o Ministério Público, respeitando o sigilo e o segredo de justiça.
Assim, os processos que não tramitam em segredo de justiça poderão ficar disponíveis
para leitura. No entanto, os documentos devem ser protegidos para evitar que o sistema
sofra qualquer ataque de hackers que prejudique o andamento do processo e a
segurança jurídica das partes.

Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro juízo ou


instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser impressos,
cabendo, nesse caso, ao escrivão certificar os autores ou a origem dos documentos
produzidos nos autos. Além disso, o juiz poderá determinar que sejam realizados por
meio eletrônico a exibição e o envio de dados e de documentos necessários à instrução
do processo.

Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos


processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de
modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante
registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de
secretaria, bem como pelos advogados das partes. Acrescenta-se que, conforme previsão
do art. 169 do CPC, eventuais contradições na transcrição deverão ser questionadas
oralmente, no momento da realização do ato, sob pena de preclusão:

Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta
escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não
puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.

[...]

§ 3o No caso do § 2o deste artigo, eventuais contradições na transcrição deverão


ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão,
devendo o juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo.

Caiu em prova:

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

(TRF 1º Região 2011) Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os


atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados
de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante
registro em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de
secretaria, bem como pelos advogados das partes. Eventuais contradições na
transcrição deverão ser suscitadas

a) oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, devendo o


juiz decidir no prazo de cinco dias, sendo as partes intimadas desta decisão.

b) oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, devendo o


juiz decidir no prazo de quarenta e oito horas, sendo as partes intimadas desta decisão.

c) oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz


decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo.

d) oralmente no momento da realização do ato, devendo ser as razões da contradição


feitas por escrito no prazo de cinco dias e o juiz decidir no prazo de quarenta e oito
horas, sendo as partes intimadas desta decisão.

e) por escrito no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de preclusão, devendo o juiz
decidir no prazo de cinco dias, sendo as partes intimadas desta decisão.

Gabarito: C

Linguagem dos Atos Processuais

O ato jurídico é exteriorizado por linguagem oral ou escrita. O ato oral precisa ser
reduzido a termo pelo chefe de secretaria.

O documento em língua estrangeira deve ser acompanhado por tradução, realizada


por tradutor juramentado ou indicado pelo juiz. Para os atos orais em língua estrangeira,
faz-se necessário um intérprete. O mesmo valerá à linguagem mímica dos surdos-mudos,
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

Art. 156. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo. (erros
gramaticais, desde que não prejudiquem a compreensão, são toleráveis).

3. PUBLICIDADE

Nosso código contempla o princípio da publicidade, ao determinar que os atos


processuais são públicos (art. 150). Todavia, prevê que correrão em segredo de
justiça (art. 155), os processos:

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

1. quando o interesse público o exigir;

2. que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão


desta em divórcio, alimentos e guarda de menores.

4. QUEM PRATICA ATOS PROCESSUAIS

4.1. ATOS DAS PARTES

São praticados por: autor, réu, terceiros intervenientes ou ministério público.

 Esses atos, em regra, produzem efeitos imediatos (vejam o art. 158,


CPC).

Devido ao princípio dispositivo, os atos praticados pelas partes são


fundamentais na dinâmica dos processos. São eles que estimulam os atos judiciais e os
atos dos auxiliares.

A petição inicial constitui o ato de maior relevância praticado pelo autor, pois,
além de expor o objeto, a causa de pedir e o réu, ela limita a atuação do magistrado em
respeito ao princípio da congruência.

Da parte do réu, a contestação é o ato de maior importância, pois questiona os


argumentos apresentados na petição inicial.

As partes praticam uma série de outros atos no curso do processo. A grande


maioria deles exercida por seus advogados.

Todavia, a parte poderá postular em causa própria, quando tiver habilitação


legal ou, não a tendo, no caso de falta de advogado na localidade, recusa ou
impedimento dos que lá houver (art. 36 CPC).

Há também aqueles atos que devem ser praticados pela própria pessoa e não por
seu procurador. São os de caráter personalíssimo, cujo exemplo seria o do depoimento
pessoal.

Porém, também nesse caso, há exceção. Quando se tratar de depoimento


pessoal de pessoa jurídica, será realizado por representante legal ou por mandatário com
poderes especiais.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Ainda sobre atos das partes, devemos ter em mente que:

– se não houver disposição em contrário, os atos das partes produzem de modo


imediato a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais. Mas, a
desistência da ação somente produzirá efeito depois de homologada por sentença.
Ocorre o mesmo com a conciliação (art. 449) e com a transação (art.475-N, III).

– com o objetivo de que sejam formados autos suplementares, o CPC


determinou que as petições e documentos que instruírem o processo serão sempre
acompanhados de cópia, datada e assinada por quem os oferecer, sempre que não forem
constantes de registro público.

– os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na falta


dos autos originais.

4.2. ATOS DO JUIZ

O juiz praticará atos decisórios e não-decisórios. Enquanto naqueles há


conteúdo de comando, nestes há função administrativa somente.

Os atos decisórios, por sua vez, são subdivididos em propriamente ditos e


executivos, de acordo com a natureza do processo – cognição ou execução.

Com os atos decisórios propriamente ditos, pretende-se declarar a vontade da


lei para o caso em questão. Nos atos executivos, pretende-se também aplicar a vontade
da lei, só que para satisfazer direito do credor, por meio de providências concretas sobre
o patrimônio do devedor. Exemplos do último: atos que determinam a penhora,
adjudicação, arrematação.

De modo não exaustivo, o CPC nomeou no art. 162 os atos do juiz.

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e


despachos.

§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts.
267 e 269 desta Lei.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

§ 2º Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve


questão incidente.

§ 3º São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de


ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

As decisões interlocutórias resolvem questão pendente no processo, sem que


ele (o processo) venha a acabar.

São exemplos da decisão interlocutória: antecipação de tutela, deferimento de


liminar, deferimento ou não da oitiva de testemunhas, entre muitos outros.

Caberá agravo – retido ou de instrumento – para questionar a decisão


interlocutória. E ela deve ser fundamentada.

O artigo 93 da CF, em seu inciso IX, dispõe, entre outras coisas, que serão
fundamentadas todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário, sob pena de
nulidade.

Os despachos não causam gravame a uma das partes, somente dão andamento
ao processo. Podem ser proferidos ex officio ou por requerimento das partes.

Em regra, não cabe recurso aos despachos (art. 504, CPC). Contudo, se causam
algum dano ou afetam direito, não são de mero expediente (ordinatórios), e poderão ser
recorridos.

Vamos lá! Não dispersem a atenção!

Deixamos de ler acima o § 4º do art. 162, para lê-lo agora:

§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória,


independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo
juiz quando necessários.

Vamos combinar esse parágrafo com o inciso XIV do art. 93 da CF:

XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e


atos de mero expediente sem caráter decisório.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Legal! Não é mesmo? Para diminuir a carga de trabalho do juiz, o CPC e a CF


permitem que o escrivão ou o secretário, de ofício, pratiquem os atos ordinatórios,
podendo ser revistos pelo juiz.

O legislador quis que todos os atos do juiz, não classificados como sentença ou
decisão interlocutória, fossem considerados despacho. Mas, o conceito de despacho não
alcança todos os atos possíveis de serem praticados pelo juiz, há também os atos
administrativos do processo, sem caráter decisório.

A exemplo dos incisos I e II do art. 446: Compete ao juiz em especial:

I - dirigir os trabalhos da audiência;

II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas.

Sobre a forma dos atos do juiz, façam a leitura do seguinte arquivo:

Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados


e assinados pelos juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o
datilógrafo os registrará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.

Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode


ser feita eletronicamente, na forma da lei.

Esse conhecimento já foi cobrado em prova:

(TRF 2012) O ato de juntada de petições aos autos

a) depende de decisão interlocutória do juiz, resolvendo pedido da parte no curso do


processo.

b) depende de prévio despacho do juiz, ordenando que o servidor assim o proceda.

c) pode ser feito pelos advogados de quaisquer das partes, independentemente de


ordem judicial.

d) independe de despacho, devendo ser praticado de ofício por servidor e revisto pelo
juiz quando necessário.

e) só pode ser feito em decorrência de sentença pelo juiz, ao apreciar requerimento


formulado pela parte.

Gabarito: D

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Conceitos

Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts.
267 e 269 do CPC (§1° do art. 162, CPC).

Acórdão: é o julgamento proferido por câmara, grupo de câmara, turma, órgão


especial, seção, plenário, ou seja, pelos órgãos colegiados dos tribunais. Recebe a
denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais (art. 163, CPC)

Decisão Interlocutória: consiste no ato em que o juiz resolve questão incidente,


portanto, no curso do processo (§2° do art. 162, CPC).

Despachos: todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a


requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. (art. 162, §3°,
CPC).

4.3. ATOS DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Além do escrivão ou chefe de secretaria, são auxiliares da justiça o perito, o


intérprete, o oficial de justiça, o administrador, o depositário e outros cujas atribuições são
determinadas pelas normas de organização judiciária (art. 239).

Assim, o CPC assegura ao sistema o impulso oficial, de modo que, mesmo as


partes estando inertes, os agentes do órgão judicial dão andamento ao processo.

Para cumprir esse objetivo, há o principal órgão auxiliar do juiz: o escrivão ou o


chefe de secretaria. Suas funções estão definidas no CPC:

Art. 141. Incumbe ao escrivão:

I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais atos


que pertencem ao seu ofício;

II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem como


praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de organização
judiciária;

III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo
escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam
de cartório, exceto:

a) quando tenham de subir à conclusão do juiz;

b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;

c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;

d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo;

V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo do


processo (...)

Atos de documentação representam por escrito a


vontade das partes, terceiros que participam do processo e
membros do órgão jurisdicional.
Os atos ocorrem e depois são documentados. A
sentença do juiz, por exemplo, somente terá existência jurídica
depois de ter sido publicada e documentada nos autos.
A autuação é o primeiro ato de documentação do
processo. Consiste em lavrar um termo à PI (petição inicial),
indicando a natureza do feito, o número de registro, assentos
do cartório, nome das partes e a data de início (art. 166, CPC).
No curso do procedimento, o escrivão irá realizar:
– Juntada (certifica ingresso de documento nos
autos), vista (dá à parte acesso aos autos),
– Conclusão: certifica encaminhamento dos autos
para deliberação do juiz e
– Recebimento: documenta retorno dos autos, que
voltam a cartório, após vista ou conclusão.
O escrivão ou chefe de secretaria pratica, além dos
atos de documentação, atos de comunicação – os principais:
citação e intimação.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

CONCEITOS

- Escrivão: é o auxiliar do juiz de maior relevância.

- Oficial de Justiça: cumpre mandados de diligências fora do cartório. Exemplo:


citações, intimações, notificações, imissão de posse.

- Perito: auxiliar ocasional do juízo e atua quando a produção da prova depende de


conhecimento técnico ou cientifico.

- Depositário: é o auxiliar de justiça que tem como função a guarda e conservação


dos bens colocados às ordens do juízo.

- Administrador: é o depositário com funções de gestor.

- Intérprete: é a pessoa encarregada de traduzir para a língua portuguesa os atos


expressos em língua estrangeira ou em linguagem mímica dos surdos-mudos. É um
auxiliar da justiça por necessidades técnicas, assim como o perito.

São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas
normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o
depositário, o administrador e o intérprete.

 Do Serventuário e do Oficial de Justiça

Em cada juízo haverá um ou mais oficiais de justiça, cujas atribuições são


Auxiliares da Justiça

determinadas pelas normas de organização judiciária.

1) Incumbe ao escrivão:

I - redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais


atos que pertencem ao seu ofício;

II - executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem


como praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de
organização judiciária;

III - comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para


substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;

IV - ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que


saiam de cartório, exceto:

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

a) quando tenham de subir à conclusão do juiz;

b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;

c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;

d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo;

V - dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo


do processo, observado o disposto no art. 155.

No impedimento do escrivão, o juiz convocar-lhe-á o substituto, e, não o havendo,


nomeará pessoa idônea para o ato.

2) Incumbe ao oficial de justiça:

I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais


diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com
menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na
presença de duas testemunhas;

II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;

III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;

IV - estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da ordem.

V - efetuar avaliações.

O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis:

I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os


atos que lhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, lhes
comete;

II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

 Do Perito

Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou


científico, o juiz será assistido por perito.

 Requisitos:

1) Nível universitário; devidamente inscritos no órgão de classe


competente;

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

2) Comprovar sua especialidade, mediante certidão do órgão


profissional em que estiverem inscritos.

Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que


preencham os requisitos, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.

Pode escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. A escusa


será apresentada dentro de 5 dias, contados da intimação ou do impedimento
superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la.

 Informações inverídicas (dolo ou culpa):

1) Responderá pelos prejuízos que causar à parte;


2) Inabilitado, por 2 anos, a funcionar em outras perícias;
3) Sanção que a lei penal estabelecer.

 Do Depositário e do Administrador

A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou


arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador.

 Remuneração: o juiz fixará, atendendo à situação dos bens, ao tempo do


serviço e às dificuldades de sua execução.

O juiz poderá nomear, por indicação do depositário ou do administrador, um ou


mais prepostos.

 Prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte: perde a remuneração que
lhe foi arbitrada; mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu
no exercício do encargo.

 Do Intérprete

O juiz nomeará intérprete toda vez que o repute necessário para:

1) Analisar documento de entendimento duvidoso, redigido em língua


estrangeira;
2) Verter em português as declarações das partes e das testemunhas;
3) Traduzir a linguagem mímica dos surdos-mudos

Não pode ser intérprete quem: não tiver a livre administração dos seus bens; for
arrolado como testemunha ou serve como perito no processo; estiver inabilitado ao
exercício da profissão por sentença penal condenatória, enquanto durar o seu
efeito.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

5. COMUNICAÇÃO DOS ATOS

5.1. INTIMAÇÃO

Na definição do código: “é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e


termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa” (art. 234).

A partir da intimação, os prazos começam a correr. Salvo disposição em contrário,


a intimação ocorre de ofício, não precisando ser provocada (art. 235). Pode ser realizada
pelo escrivão ou pelo oficial de justiça, ou pode ser publicada na imprensa.

Em 2006, ocorreu relevante alteração na seção do código que trata das


intimações, sendo incluídos dois parágrafos únicos:

As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei


própria (parágrafo único, art. 237).

Presumem-se válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço


residencial ou profissional declinado na inicial, contestação ou embargos, cumprindo às
partes atualizar o respectivo endereço sempre que houver modificação temporária ou
definitiva (parágrafo único 238).

Há também a possibilidade de a intimação ser realizada na própria audiência.


Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença
(§1º, art. 242).

 Mais alguns pontos:

No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se


feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial (art. 236).

§ 1º É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes


das partes e de seus advogados, suficientes para sua identificação.

§ 2º A intimação do Ministério Público, em qualquer caso será feita pessoalmente.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

5.2. CITAÇÃO

É o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender


(art. 213). Sem a citação a relação processual não se completará e a sentença será inútil.

Em qualquer momento, o réu poderá alegar independentemente de ação


rescisória, nulidade da decisão do juiz pela falta de citação.

Art. 214. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu.

A citação é instituto tão indispensável ao princípio do contraditório no processo,


que seu vício (se existir) o contamina por inteiro, sendo, inclusive, causa de nulidade
irreparável. Assim, além de ser necessária, a citação tem que ser válida.

Mas, imaginemos uma situação em que a citação eivada de vícios produza seus
efeitos – ocorrerá nulidade?

Resposta: não!

O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação (§1º,


art. 214).

Nesse parágrafo o legislador foi como Neymar, Ronaldo – nos bons tempos –
marcou um golaço! Se o objetivo da citação é estabelecer o contraditório mediante
comparecimento do réu e, apesar de ela ter sido viciada ou mesmo ausente, o objetivo foi
alcançado, bola pra frente!

A citação será, em regra, dirigida ao réu em pessoa, ao seu representante legal


ou ao procurador legalmente autorizado (art. 215).

Se o réu estiver ausente, poderá ser feita na pessoa de seu mandatário,


administrador, feitor ou gerente, quando a ação tiver origem em atos que eles praticaram
(§1º, art. 215).

Art. 216 : A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.

Mas, reparem que há situações em que o legislador quis preservar a intimidade


do réu, ao determinar que (salvo para evitar perecimento de direito) não se fará a citação
(art. 217):

I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha


reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 dias seguintes;

III - aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas;

IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.

A citação poderá ser classificada como pessoal ou ficta. A


primeira, de regra, é realizada na própria pessoa do réu, como a
citação por correio. A segunda, ficta, ocorre quando o réu não é
encontrado pessoalmente, como a citação por edital.
 Há casos em que a citação não é entregue ao
réu ou ao seu representante pessoalmente e, ainda sim, será
considerada uma citação pessoal. Exemplo clássico é a
citação da pessoa jurídica.

 Modos de realizar a citação

1- É a mais utilizada. Carta do escrivão enviada ao réu


pelo Correio. Há faculdade do autor em afastá-la.

Pelo Correio
2- Estará frustrada se o destinatário recusar-se a assinar
o recibo, uma vez que o carteiro não tem fé pública.

1- Prevalecem nos casos do art. 222 (em que não se


aceita citação por Correio): a) nas ações de estado; b) quando
for ré pessoa incapaz; c) quando for ré pessoa de direito
público; d) nos processos de execução; e) quando o réu residir
em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência; f) quando o autor a requerer de outra forma.
2- Quando frustrada a citação pelo correio (art. 224)
Por Oficial de
Justiça 3- Citação com hora certa: Quando, por três vezes, o
oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou
residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de
ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta
a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar
a citação, na hora que designar. (Art. 227) É citação ficta,
presumida.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

1- Citação presumida. Far-se-á a citação por edital: I -


quando desconhecido ou incerto o réu; II - quando ignorado,
incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; III - nos
casos expressos em lei. (art. 231)
Por Edital 2- Considera-se inacessível, o país que recusar o
cumprimento de carta rogatória. No caso de ser inacessível o
lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será
divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora
de radiodifusão.

Depende de:
Meio Eletrônico 1 - O tribunal estar adequadamente aparelhado e
2- prévio cadastro do réu para receber esse tipo de
citação.

O prazo começa a fluir no momento da juntada aos autos do documento que


informa que a citação foi realizada. Quando a citação for por edital, ao terminar a dilação
assinada pelo juiz.

Efeitos da citação válida


1) Tornar prevento o juízo; 2) Induzir litispendência; 3) Fazer litigiosa a coisa; e,
ainda quando ordenada por juiz incompetente; 4) Constituir em mora o
devedor; 5) Interromper a prescrição (art. 219 do CPC).

Os três primeiros são os chamados efeitos processuais da citação.


Para ocorrerem, exigem perfeita regularidade do ato (citação).

5.3. CARTAS

Visam a produzir atos fora da sede do juízo. Podem ser: de ordem, rogatória ou
precatória.

Será expedida carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela
originar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta
precatória nos demais casos (art. 201).

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

São requisitos de qualquer das cartas:

1- A indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;

2- O inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato


conferido ao advogado;

3- A menção ao ato processual, a que pretende cumprir;

4- O encerramento com assinatura do juiz.

Art. 209. O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com


despacho motivado:

I - quando não estiver revestida dos requisitos legais;

II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia;

III - quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade.

Art. 210. A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de


seu cumprimento, ao disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida
à autoridade judiciária estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua
do país em que há de praticar-se o ato.

Obs.: A carta de ordem, a precatória ou a rogatória podem ser expedidas por meio
eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.

(TRE AP 2011) Quando a carta precatória for enviada para Juiz que carecer de
competência em razão da hierarquia, este

a) a cumprirá, cabendo às partes a arguição da nulidade do ato.

b) recusará cumprimento, enviando-a para a Corregedoria-Geral do Tribunal competente.

c) a cumprirá e posteriormente enviará para a autoridade hierarquicamente competente


para ratificação dos atos.

d) recusará cumprimento, devolvendo-a com despacho motivado.

e) recusará cumprimento, enviando-a para o Tribunal Superior competente para


apreciação da irregularidade através de processo administrativo.

Gabarito: D

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

6. PRAZOS

Prazo é o lapso temporal para que o ato seja validamente constituído. Delimita-se
pelo termo inicial (dies quo) e pelo final (dies ad quem). Os atos processuais são
realizados nos prazos prescritos em lei. Quando a lei é omissa, o juiz determina os
prazos, levando em conta a complexidade da causa (art. 177). Os prazos se classificam
quanto às consequências processuais, à origem e à natureza.

Em relação às consequências processuais, os prazos se dividem em: próprios,


aqueles fixados às partes, gerando a sua inobservância a perda da possibilidade de
praticar determinado ato – preclusão temporal; impróprios, que são fixados aos órgãos
judiciários, ou seja, são os atos praticados pelos juízes. Esses, uma vez não observados,
não geram qualquer consequência no processo.

Quanto à origem, os prazos podem ser classificados em: legais, judiciais e


convencionais. Os legais são definidos em lei e não podem ser, regra geral, modificados
pelo juiz nem pelas partes do processo. Os judiciais são fixados pelo juiz como a escolha
da data da audiência. Já os convencionais são definidos de comum acordo entre as
partes.

Por sua natureza, os prazos processuais podem ser: dilatórios e peremptórios.


São dilatórios quando, embora fixados em lei, puderem ser ampliados ou reduzidos pelo
juiz ou por convenção entre as partes. São exemplos de prazos dilatórios o art. 45 do
CPC e o art. 265, inciso II, CPC.

Art. 45: O advogado poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato, provando


que cientificou o mandante a fim de que este nomeie substituto. Durante os 10 (dez) dias
seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para
lhe evitar prejuízo.

Art. 265: Suspende-se o processo: [...] II – pela convenção das partes.

Intuitivamente, peremptórios, portanto, são aqueles que não podem ser alterados,
nem pelas partes nem pelo juiz. São exemplos de prazos peremptórios, os prazos para
contestar e para recorrer.

O CPC, contudo, permite que, em casos excepcionais, o juiz possa ampliar


qualquer prazo. Assim, o juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

o prazo processual por até 60 dias. Já nos casos de calamidade pública a prorrogação é
ilimitada, ou seja, não tem limite (art. 182, parágrafo único, CPC).

Art. 182: É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou
prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o
transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60 (sessenta) dias.

Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite


previsto neste artigo para a prorrogação de prazos.

A jurisprudência tem entendido que as regras de aplicação dos


prazos processuais são restritivas, de modo que havendo
dúvida sobre seu perecimento, deve-se considerar que não se
perdeu.

6.1. CURSO

Art. 178, CPC: O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se
interrompendo nos feriados.

Como determina o artigo supracitado, o prazo é ininterrupto nos feriados. No


entanto, a superveniência de férias e o recesso (de final de ano) suspendem o curso do
prazo, o que lhe sobejarem recomeçam a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das
férias.

Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou


ocorrendo uma das duas hipóteses: morte ou perda da capacidade processual de
qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador ou quando for
oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de
suspeição ou impedimento do juiz. Casos em que o prazo será restituído por tempo igual
ao que faltava para a sua complementação.

6.2. TERMO INICIAL DOS PRAZOS

Os prazos são, em regra, contados com exclusão do dia inicial e inclusão do dia
de vencimento. Além disso, considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o
vencimento cair em feriado ou em dia em que (§1o, art. 184):

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

I – for determinado o fechamento do fórum;

II – o expediente forense for encerrado antes da hora normal.

§ 2o Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação.

Exemplo: se a intimação for feita na sexta-feira, o prazo começará a ser contado


na segunda-feira; se a intimação for realizada no sábado, dia em que não há expediente
forense, é considerada realizada a intimação na segunda-feira e, portanto, o prazo
começará a ser contado na terça-feira.

A intimação é o marco inicial dos prazos processuais. O art. 240, CPC, dispõe
que, salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e
para o Ministério Público são contados da intimação. Se ocorrem em dia em que não
houve expediente forense, as intimações são consideradas realizadas no primeiro dia útil
seguinte.

As regras para a fixação do termo inicial do prazo estão estabelecidas no art. 241
do CPC. O prazo começa a correr quando a citação ou intimação: 1) ocorrer por correio –
da data de juntada aos autos do aviso de recebimento; 2) ocorrer por oficial de justiça –
da data de juntada aos autos do mandado cumprido; 3) houver vários réus: da data de
juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido; 4) o ato
se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória: da data de sua
juntada aos autos devidamente cumprida; 5) a citação for por edital: finda a dilação
assinada pelo juiz.

6.3. PRAZOS PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO E FAZENDA PÚBLICA

O art. 188 do CPC aduz que será computado em quádruplo o prazo para
contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério
Público.

Entende-se por Fazenda Pública: a União, os Estados, o Distrito Federal, os


Territórios e os Municípios, bem como as autarquias e fundações públicas. As sociedades
de economia mista e as empresas públicas não gozam dos privilégios determinados no
art. 188 do CPC, pois têm regime jurídico de direito privado.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Em relação ao prazo para apresentar as contrarrazões não se aplica o disposto


no art. 188 do CPC. O dispositivo é bem claro ao determinar que é computado em
quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer.

Quanto ao recurso adesivo, a jurisprudência tem interpretado o art. 188 c/c com
art. 500, I, c, do CPC e manifestado no sentido de que o prazo para o MP e para a
Fazenda Pública também é computado em dobro, uma vez que o recurso adesivo não
está condicionado à apresentação das contrarrazões e, portanto, são institutos
independentes (STJ – EDcl no REsp 171.543/RS).

Ressalte-se que em relação à Defensoria Pública, esse prazo deve ser contado
em dobro, visto que o art. 5o, § 5o, da Lei no 1.060/1950 dispõe que todos os prazos serão
contados em dobro:

§ 5o: Nos Estados onde a Assistência Judiciária seja organizada e por eles
mantida, o Defensor Público, ou quem exerça cargo equivalente, será intimado
pessoalmente de todos os atos do processo, em ambas as Instâncias, contando-se-lhes
em dobro todos os prazos.

7. NULIDADES

Não se confundem vícios e nulidades do ato processual. Ato viciado é ato


imperfeito, praticado sem a devida observância da forma legal; enquanto o ato nulo será
o que, além de imperfeito, já foi alcançado pela nulidade.

É questão de tempo, então, para o ato imperfeito tornar-se nulo? Não. Porque
nem todo ato imperfeito se tornará nulo. Lembrem-se do princípio da instrumentalidade
da forma, que citamos no tópico sobre a forma dos atos processuais. Lemos o art. 244,
deem mais uma olhada nesse artigo.

7.1. MERA IRREGULARIDADE

Tem vício de gravidade menor. Gerada por inobservância a regras sem


importância para validade do ato. Não produz nulidade.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Exemplo: assinatura em petição com caneta de cor clara, quando a regra do


art.169 é de que os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta
escura e indelével.

7.2. NULIDADES RELATIVAS

Decorre de atos que podem produzir seus efeitos processuais se a parte não
requerer sua nulidade. O defeito recai sobre interesses disponíveis, privados.

A sua convalidação se dará tácita ou expressamente por aceitação da parte.


Assim, para que ocorra a nulidade, a parte deve manifestar-se, reivindicando a
invalidação do ato.

7.3. NULIDADE ABSOLUTA

Enquanto a nulidade relativa ocorre quando estão em questão


faculdades processuais das partes, a nulidade absoluta contraria condições da ação e
pressupostos processuais.

O juiz pode decretá-la de ofício, já que, por meio dela, busca-se a preservação de
interesses de ordem pública, não de alcance privado somente. Pretende-se garantir o
cumprimento das formas legais, com a garantia da boa administração jurisdicional.

Assim a nulidade absoluta é um vício insanável, podendo ser reconhecida de


ofício ou a qualquer tempo, durante o processo, a requerimento das partes.

- Fluxograma comparativo das nulidades: absoluta e relativa:

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

7.4. ATOS INEXISTENTES

Serão inexistentes os atos que não tiverem sequer os requisitos mínimos para
sua formação. Jamais serão convalidados. Produzem resultados fáticos, mas no plano
jurídico é como se não existissem. Podem ser arguidos a qualquer tempo por ação
declaratória de inexistência de ato jurídico.

Exemplo é o do art. 37:

Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo


(...).

Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por


inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.

Os atos inexistes jamais poderão ser convalidados, ou seja, o ato inexistente não
existirá em hipótese alguma; não há meio de se fazer com que este passe a existir.

7.5. INVALIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS

Uma vez presentes todos os elementos constitutivos mínimos para existência do


ato e que se passa a analisar a validade dos atos processuais. Diz-se inválido o ato
quando ocorre o descumprimento das regras legais por aquele que o pratica.

Vimos duas das três espécies de vícios que podem acarretar invalidade do ato: a
nulidade absoluta e a relativa. A outra espécie de vício que pode provocar a invalidade do

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

ato chama-se anulabilidade. A anulabilidade é consequência da mera irregularidade do


ato processual (tópico 7.1). É um vício sanável e pode ser reconhecida pelo magistrado,
dependendo de provocação.

A anulabilidade ocorre quando há violação de norma dispositiva. Mas o que é


uma norma dispositiva (ou facultativa)? É aquela que dispõe sobre determinado assunto,
sem imposição à vontade das pessoas, ou seja, é aquela que dispõe sobre determinado
assunto sem determinar às partes o que fazer.

Ok. E o que são normas cogentes? São normas que independem da vontade das
partes. Caracterizam-se pela imperatividade, podendo ser classificadas em preceptivas,
quando obrigam determinada conduta e proibitivas, quando vedam determinada conduta.
Neste último caso, não há possibilidade para a manifestação da vontade das partes.
Condicionam em absoluto a conduta das partes, não deixando nenhum espaço para
desvios às regras estabelecidas.

“... ter-se-á nulidade absoluta quando for violada uma norma cogente
de proteção de direito público; nulidade relativa quando se infringir
norma cogente de tutela de interesse privado; e, por fim,
anulabilidade, quando for transgredida norma jurídica dispositiva.”
(Câmara, Alexandre Freitas, Vol. I, pág. 267)

Não poderíamos deixar de mencionar o princípio do prejuízo (ou da


transcendência). Importante princípio na análise das invalidades processuais dispõe não
poder ser declarada a invalidade do ato quando este não estiver causando prejuízo às
partes. Não haverá invalidade processual sem prejuízo: o ato não se repetirá nem se lhe
suprirá a falta quando não prejudicar a parte (§ 1° do art. 249, CPC).

Igualmente não será reconhecida a invalidade do ato processual quando o juiz


puder decidir o mérito em favor daquele a quem aproveitaria a decretação da invalidade
do ato.

Art. 249, CPC: O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são
atingidos, ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou
retificados.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

§ 2° Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a


declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe
a falta.

Esse princípio é aplicável à nulidade relativa e às situações de anulabilidade. Em


relação à nulidade absoluta não pode ser aplicado, pois a nulidade absoluta pressupõe,
absolutamente, que há prejuízo, decorrente do fato de violar uma norma cogente. Assim,
na nulidade absoluta, é irrelevante ter havido ou não o prejuízo efetivo.

7.6. CONVALIDAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

Os atos inválidos poderão ser convalidados, existindo duas formas de


convalidação: a objetiva e a subjetiva. A primeira ocorre com a aplicação concomitante
dos princípios das instrumentalidades das formas e o do prejuízo. Assim, uma vez
verificado que o ato processual atingiu sua finalidade essencial (instrumentalidade),
apesar de formalmente inadequado, e que não causou prejuízo às partes, convalida-se o
ato processual, não mais podendo decretar a sua invalidade.

Na convalidação subjetiva a parte prejudicada requer a invalidade do ato


processual quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, contudo a
decretação da nulidade não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa (art. 243,
CPC). Além disso, a parte deve manifestar-se na primeira oportunidade que tiver sob
pena de preclusão.

Art. 245, CPC: A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade
em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.

Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva
decretar de ofício, nem prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento.

Reparem que o parágrafo único do artigo citado é bem claro quando determina
serem tais regras aplicáveis, tão-somente, às invalidades que não podem ser
reconhecidas de ofício.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Os vícios que provocam invalidade processual: nulidade absoluta, relativa e


anulabilidade, são intrínsecos ao processo, e, uma vez, este encerrado, ou seja, quando
ocorre o trânsito em julgado da sentença, todos os vícios se convalescem.

Em razão disso, a coisa julgada é conhecida como “sanatória geral”, ou seja,


transitada em julgado a sentença, todos os atos, até mesmo aqueles a princípio
insanáveis, serão sanados.

De outro modo, quando há um vício tão grave na sentença transitada em julgado,


esta pode ser rescindida, ou seja, pode haver a rescisão dessa sentença, por meio da
ação rescisória. A rescindibilidade pode ocorre nas hipóteses previstas no art. 485 do
CPC: a sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:

I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;

III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de


colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV - ofender a coisa julgada;

V - violar literal disposição de lei;

VI - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal,


ou seja, provada na própria ação rescisória;

VII - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência


ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;

VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em


que se baseou a sentença;

IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa.

Dessa forma, toda vez que ocorrer uma das hipóteses previstas acima, a rescisão
da sentença poderá ser pleiteada. A ação rescisória deverá ser proposta no prazo
máximo de 2 anos a contar do trânsito julgado da sentença. Após este prazo, não poderá

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

alegar a rescindibilidade, sendo este vício também sanado. Quando isso ocorre, temos o
fenômeno chamado coisa soberanamente julgada.

7.7. INEFICÁCIA DOS ATOS PROCESSUAIS

Este tema é dividido em duas partes: a ineficácia dos atos processuais inválidos e
dos atos válidos. Quanto aos atos processuais inválidos, seus efeitos serão produzidos
até que seja decretada a invalidade, ou seja, o ato processual deixará de produzir seus
efeitos quando declarada a invalidade.

Em relação aos atos processuais válidos, todos os seus efeitos serão produzidos,
a princípio. Contudo, há casos em que a ineficácia do ato processual válido decorre da
própria impossibilidade de produzir seus efeitos normais, como nas sentenças
condenatórias genéricas, que, em verdade, não estipulam condenação alguma.

7.8. PRECLUSÃO

Consiste na perda do direito de agir, pelas partes ou, mesmo, pelo juiz. Aliás, há
doutrinadores que entendem ser o processo, um desenrolar de preclusões. Chiovenda
elaborou a seguinte classificação:

Preclusão temporal: ocorre quando não se respeita prazo processual e por esse
motivo se perde o direito de agir. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar o ato
(art. 138, CPC).

Preclusão Lógica: decorre da impossibilidade de contrariar conduta anterior.


Assim, a parte que aceitar uma decisão, não poderá contra ela recorrer (art. 503, CPC).

Preclusão Consumativa: vem da perda da escolha de como agir, por já ter sido
realizada. Exemplo: o autor deveria ter apresentado o rol de testemunhas junto com a
petição inicial, mas não o fez. Ele tinha a faculdade de fazê-lo, mas não a utilizou.

Em prova:

(TRT 20ª Região 2012) As espécies de preclusão são:

a) todas as condições de procedibilidade processual, que objetivam a formação e o

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

desenvolvimento válido e regular do processo.

b) a perempção, a litispendência e a coisa julgada, extinguindo-se o processo, em razão


de seu reconhecimento, com resolução do mérito.

c) a decadência e a prescrição, extinguindo-se o processo, quando reconhecidas, sem


resolução do mérito.

d) todas as exceções processuais, meios de defesa indireta, que visam a obstar o regular
prosseguimento do processo.

e) temporal, consumativa e lógica, impossibilitando a prática do ato processual ulterior se


antes reconhecidas nos autos.

Gabarito: E

8. O TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS

Em regra, realizam-se em dias úteis, das seis às 20 horas. A prática dos atos
processuais aos sábados não é proibida, nada impede que um ato processual seja levado
a efeito nesse dia, o que torna o sábado um dia útil. Contudo, de acordo com as regras
administrativas dos órgãos judiciários, não há expediente forense aos sábados.

Não confundam horário para a prática de ato processual


com horário de expediente forense.
O expediente forense pode encerrar-se às 17, 18 ou 19
horas. Havendo necessidade de praticar o ato por meio de petição,
ela deverá ser apresentada no protocolo, no horário de
expediente, nos termos das regras de organização judiciária local.
Já o ato externo poderá ser praticado até as 20 horas, ou seja, sua
prática pode extrapolar o horário de expediente.
Acrescenta-se que, de acordo com o art. 172, §1°do CPC,
serão concluídos depois das 20 horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
Excepcionalmente e mediante autorização expressa do
juiz, a citação e a penhora poderão realizar-se em domingos e
feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido no CPC,
observando-se o art. 5°, XI, da CF: a casa é asilo inviolável do
indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

De acordo com as normas de organização judiciária, os


atos processuais dos Juizados Especiais podem ser realizados em
horário noturno. (Lei 9.099/95, art. 12 do CPC).
Já no processo eletrônico, os atos processuais são
considerados realizados no dia e hora de seu envio ao poder
judiciário. De modo que, os atos processuais realizados por meio
eletrônico não se sujeitam ao horário do expediente forense.
Exemplo: considere a interposição de um recurso, cujo
prazo se encerra no dia 05 de junho. Se a petição fosse
apresentada de modo convencional, o prazo se esgotaria com o
encerramento do expediente forense; contudo, por meio eletrônico,
o advogado poderá enviá-la ao sistema até a meia-noite do dia 05
de junho.

8.1. LUGAR

Em regra, o lugar dos atos processuais é o da sede do juízo. Podem, todavia,


ocorrer em outro lugar, por motivo de deferência – seriam os casos previstos no art. 411
do CPC: para inquirir: o Presidente da República, o procurador-geral da República, os
senadores e deputados federais, entre outros;

De interesse da justiça – exemplos: enfermidade da pessoa, ou inspeção judicial.

Lembrem-se que os atos realizados fora dos limites territoriais da comarca são
requisitados por carta precatória, rogatória ou de ordem.

9. FÉRIAS E FERIADOS FORENSES

Os juízes, desembargadores e ministros têm direito a férias anuais de 60 dias.

As férias, em regra, eram gozadas coletivamente, de 2 a 31 de janeiro, e de 2 a


31 de julho. Com a aprovação da EC. N° 45/04, as férias coletivas foram vedadas nos
juízos de primeiro grau e nos tribunais de segundo.

Persiste a seguinte regra: A atividade jurisdicional é ininterrupta, sendo que, nos


dias em que não houver expediente forense comum, trabalharão em regime de plantão os
juízes escalados, salvo nos tribunais superiores, neles as férias coletivas continuam a
existir. Assim: Ministros gozam de férias coletivas; desembargadores e juízes, não.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Elpídio Donizetti explica que por duas razões a inclusão do inciso XII ao art.
93 da CF em nada mudou os artigos do CPC que dispõe sobre o assunto.

Vejamos: “Primeiro porque, nos tribunais superiores, continua vigendo o


regime de férias coletivas, aplicando-se, portanto, as disposições dos arts. 173 e 174
do CPC. O outro motivo da inalterabilidade é que, com a vedação das férias
coletivas, tem-se adotado o “recesso de final de ano.”

A regra é que os atos processuais sejam praticados em dias úteis apenas, o que
exclui as férias e os feriados. O CPC prevê exceções em seus arts. 173 e 174:

Art. 173, CPC: Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos
processuais. Excetuam-se:

I - a produção antecipada de provas (art. 846);

II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o


sequestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a
separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de
obra nova e outros atos análogos.

Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro


dia útil seguinte ao feriado ou às férias.

Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela


superveniência delas:

I - os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de


direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;

II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e


curadores, bem como as mencionadas no art. 275;

III - todas as causas que a lei federal determinar.

Vamos praticar...

(PGE MT 2011) A respeito do tempo e lugar dos atos processuais, é certo que

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

a) a produção antecipada de provas pode ser praticada nos feriados.

b) os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das nove às dezoito horas.

c) os prazos estabelecidos pelo juiz suspendem-se nos feriados.

d) podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar os prazos dilatórios, mesmo


depois do respectivo vencimento.

e) a parte não poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.

Gabarito: A

10. DISTRIBUIÇÃO

Distribuição é o ato administrativo e material por meio de que os feitos judiciais


são distribuídos, de modo equânime e alternado. É pratica de suma importância para a
garantia do princípio do juízo natural. Segundo esse princípio, o juiz de uma causa é
determinado de modo prévio, abstrato e objetivo pelas normas gerais de competência e
organização judiciária.

Assim, as normas de distribuição determinam, de modo concreto, a competência


onde há mais de um juiz, respeitando o princípio do juízo natural – relativo à determinação
do juiz legalmente competente.

Para determinar um juiz legalmente competente, é necessário estabelecer,


previamente, um conjunto de regras para a divisão interna das funções e atribuições nos
locais onde houver mais de um juiz competente. A competência, assim, é determinada de
modo impessoal, não podendo as partes determinar qual o órgão julgador de sua
preferência. Estamos diante de normas cogentes, indisponíveis que visam ao interesse
público. Qualquer tentativa de fraude à distribuição significa violação ao princípio do juiz
natural, às normas de distribuição e às regras de competência absoluta.

Ainda sobre a distribuição é importante a leitura do dispositivo abaixo. Não se


preocupem em entender os conceitos que ainda não trabalhamos, procurem gravar
somente o que se diz sobre a distribuição. Todos os termos do dispositivo serão
oportunamente estudados.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Art. 253. [CPC] Distribuir-se-ão por dependência [uma ligada a outra] as causas
de qualquer natureza:

I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;

II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado
o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente
alterados os réus da demanda;

III - quando houver ajuizamento de ações idênticas, ao juízo prevento.

Parágrafo único. Havendo reconvenção ou intervenção de terceiro, o juiz, de


ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.

Caiu em prova:

(TRF 1º Região 2011) Considere as seguintes assertivas a respeito da distribuição:

I. Distribuir-se-ão por dependência as causas de qualquer natureza quando, tendo sido


extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em
litisconsórcio com outros autores.

II. Distribuir-se-ão por dependência as causas de qualquer natureza quando, tendo sido
extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido, ainda que sejam
parcialmente alterados os réus da demanda.

III. O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou a falta de


distribuição, compensando-a.

IV. É vedada a fiscalização da distribuição pela parte ou por seu procurador, tratando-se
de ato interno exclusivo do cartório competente.

De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma SOMENTE em:

a) I e III.

b) II e IV.

c) I, II e III.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV.

Gabarito: C

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

RESUMO

- Conceito de Atos Processuais: são atos processuais aqueles que podem criar,
modificar ou extinguir direitos no curso do processo, procedentes das partes, dos agentes
da jurisdição, ou, até mesmo, de terceiros.

- São espécies de atos processuais: os atos das partes, do juiz e os atos praticados
pelos auxiliares da justiça.

- Das partes: são realizados, em regra, pelos seus advogados por meio da petição inicial.

- Do juiz: materializam-se por meio dos pronunciamentos: nas sentenças, nos despachos
e nas decisões interlocutórias. A CF determina que os pronunciamentos sejam
fundamentados, sob pena de nulidade. Possuem caráter absoluto.

- Dos auxiliares da justiça: responsabiliza-se pela guarda dos autos e cumprimento das
ordens do magistrado, como a expedição de mandados judiciais. Seus atos podem ser
classificados em atos de documentação e de comunicação.

- Práticas dos atos processuais: devem ocorrer das 6 às 20 horas, em dias úteis.
Poderá, em alguns casos serem realizados em horários diversos para evitar o
perecimento do direito material disputado.

- Em regra devem ser praticados na sede do juízo.

- Forma: devido ao princípio da instrumentalidade das formas, a formalidade exigida


pelos atos para sua validade não possui caráter rígido.

- Tempo e Lugar

- Prazos e Nulidades

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Os atos processuais têm por finalidade CRIAR, MODIFICAR OU


EXTINGUIR a relação jurídico-processual.

Formas Classificação dos atos Publicidade

Solenes e não Atos das partes: autor, réu, Regra geral os atos são
solenes terceiros intervenientes e pelo públicos, salvo os
MP. processos que correm em
segredo de justiça.

Atos do juiz: sentenças,


decisões interlocutórias e
despachos.

Atos do escrivão:
documentação e
comunicação.

Tempo e lugar

Art. 172 do CPC: Em regra, os atos serão realizados na sede do juízo, das 6 às
20 horas, nos dias úteis.
§ 1°: Serão, todavia, concluídos depois das 20 horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2°: A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante
autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias
úteis, fora do horário estabelecido.
Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência
delas:
I - os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de
direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;
II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e
curadores, bem como as mencionadas no art. 275;
III - todas as causas que a lei federal determinar (como a desapropriação).

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Durante as férias e nos feriados são praticados os seguintes atos


processuais.
I - a produção antecipada de provas;
II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito;
III- o arresto, o sequestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o
depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os
embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.
 O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil
seguinte ao feriado ou às férias.

Lapso temporal em que o ato pode ser


Prazos
validamente praticado

Natureza Dilatórios: de acordo com a conveniência das partes,


podem ser ampliados ou reduzidos.

Peremptórios: defeso alteração (mesmo que as


partes estejam em comum acordo).

 O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o


transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas
nunca por mais de 60 dias. Em caso de
calamidade pública, poderá ser excedido o
limite de 60 dias para a prorrogação de prazos.

Cursos
Em regra são contínuos, não se interrompem nos
feriados. De acordo com o art. 179 do CPC, as férias
suspendem os prazos.

 Também suspendem: obstáculos da parte


contrária; morte, perda de capacidade
processual, convenção das partes e exceção
de incompetência.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Comunicação dos atos processuais: Citação ou intimação: Podem ser realizadas por ordem
judicial, carta ou meio eletrônico.

Intimação: ato pelo qual se dá ciência a


alguém dos atos e termos do processo, para
Citação: é o ato pelo qual se chama a juízo que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
o réu ou o interessado, a fim de se
defender. Pode ser realizada: oficial de justiça, escrivão,
publicação na imprensa, edital e hora certa.
Real: correio, Ficta: edital ou
- Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais
oficial de justiça, hora certa
dos Estados e dos Territórios, consideram-se
meio eletrônico.
feitas as intimações pela só publicação dos
atos no órgão oficial.
Efeitos da citação: torna se prevento o
juízo, induz litispendência, constitui em § 1° É indispensável, sob pena de nulidade,
mora o devedor, interrompe a prescrição. que da publicação constem os nomes das
partes e de seus advogados, suficientes para
sua identificação.

§ 2° A intimação do Ministério Público, em


qualquer caso será feita pessoalmente.

QUESTÕES COMENTADAS

01. (PGE AM 2010) No processo em que se usa meio eletrônico na comunicação de


atos, observar-se-á a seguinte regra:

a) considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da


disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico e os prazos
processuais terão início no primeiro dia útil que se seguir ao considerado como
data da publicação.

b) os prazos processuais terão início cinco dias após a disponibilização da


informação no Diário de Justiça eletrônico.

c) considera-se como data da publicação o dia da disponibilização da informação


no Diário da Justiça eletrônico e os prazos processuais terão início no primeiro dia

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

útil que se seguir.

d) as cartas precatórias, rogatórias e de ordem não poderão ser feitas por meio
eletrônico.

e) a publicação eletrônica substitui qualquer outro meio de publicação oficial e


também as intimações ou vista pessoais, que a lei determinar.

COMENTÁRIOS:

Regida pela Lei nº 11.419 de 2006 – lei que modificou o CPC, sobre a
comunicação de atos processuais por meio eletrônico é importante destacar que:

Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado na Internet,


para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles
subordinados, bem como comunicações em geral (art. 4º).

§ 1º O sítio e o conteúdo das publicações deverão ser assinados digitalmente com


base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada.

§ 2º A publicação eletrônica substitui qualquer outro meio e publicação oficial,


para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exigem intimação ou vista
pessoal.

§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da


disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao


considerado como data da publicação.

§ 5º A criação do Diário da Justiça eletrônico deverá ser acompanhada de ampla


divulgação, e o ato administrativo correspondente será publicado durante 30 (trinta) dias
no diário oficial em uso.

Essa é a redação do art. 4º da Lei 11.419/06. Reparem que o examinador copiou,


na letra A, exatamente os parágrafos 3º e 4º da lei.

Gabarito: A

02. (MPE AP 2009) A respeito da forma dos atos processuais, considere:

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

I. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.

II. Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve
questão incidente.

III. Os atos ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, dependem de


despacho do juiz, não podendo ser praticados de ofício pelo servidor.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) I

b) III

c) I e II

d) I e III

e) II e III

COMENTÁRIOS:

A primeira afirmativa está em conformidade com o parágrafo único do art. 158 do


CPC:

Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais


de vontade, produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de
direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada


por sentença.

A segunda afirmativa está de acordo com o art. 162 e seu §2º

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e


despachos.

§ 2° Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve


questão incidente.

A terceira afirmativa é a única errada porque segundo o § 4º do art. 162:

Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória,


independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

juiz quando necessários.

Gabarito: C

03. (TRF 2007) Sobre a comunicação dos atos processuais, analise:

I. Quando a citação for feita por meio de oficial de justiça, o prazo começa a correr
da data da juntada aos autos do mandado cumprido.

II. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito, aos noivos, nos
dez primeiros dias de bodas.

III. Em regra, a citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País.

IV. A carta precatória tem caráter itinerante e somente depois de ordenado o


cumprimento poderá ser apresentada a juízo diverso que dela consta, a fim de se
praticar o ato.

De acordo com o Código de Processo Civil, é correto o que consta APENAS em:

a) I, II e III

b) I, III e IV

c) I e III

d) II, III e IV

e) II e III

COMENTÁRIOS:

Afirmativa I – correta, de acordo com o CPC:

Art. 241. Começa a correr o prazo:

II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos
autos do mandado cumprido.

Afirmativa II – errada, porque não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o
perecimento do direito (Art. 217, CPC):

(...)

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

III - aos noivos, nos 3 primeiros dias de bodas

Afirmativa III – correta: a citação será feita pelo correio, para qualquer
comarca do País (art. 222, CPC).

Atentem-se para as seguintes exceções:

a) nas ações de estado;

b) quando for ré pessoa incapaz;

c) quando for ré pessoa de direito público;

d) nos processos de execução;

e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de


correspondência;

f) quando o autor a requerer de outra forma.

Afirmativa IV – errada, porque:

A carta tem caráter itinerante de fato e poderá ser apresentada a juízo diverso do
que dela consta, a fim de se praticar o ato, mas antes ou depois de ser ordenado o seu
cumprimento – não somente depois. (Art. 204, CPC)

Gabarito: C

04. (PGE RJ 2009) No tocante aos atos processuais, é INCORRETO afirmar:

a) A penhora poderá ser feita aos domingos, independentemente de autorização


judicial, quando o adiamento puder causar grave prejuízo à parte ou à própria
prestação jurisdicional.

b) Serão realizados em dias úteis das 6 às 20 horas, podendo ser concluídos após
as 20 horas, se a interrupção prejudicar a diligência.

c) Pela intimação se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que
faça ou deixe de fazer alguma coisa.

d) A citação pelo correio não se admite na execução civil e nas ações de estado.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

e) O ato será válido quando alcançar a finalidade, mesmo se realizado de forma


diversa da prevista em lei, quando inexistir cominação de nulidade.

COMENTÁRIOS:

Nessa questão, o examinador quis testar o conhecimento do candidato sobre:

O tempo dos atos: a letra “a” contém erro, já que o § 2º do art. 172 diz exatamente
o oposto – “A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante
autorização expressa do juiz, realizar-se em domingos e feriados (...)”. A letra “b” fala
exatamente do que dispõe o § 1º do mesmo artigo, portanto, está correta.

Intimação – a letra “c” tem o conceito legal de intimação (art. 234 do CPC),
também está correta.

Exceções à citação pelo correio. A citação pelo correio é a regra, contudo não
seguirá essa forma: a) nas ações de estado; b) quando for ré pessoa incapaz; c) quando
for ré pessoa de direito público; d) nos processos de execução; e) quando o réu residir
em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; f) quando o autor a
requerer de outra forma (art. 222 do CPC).

Princípio da instrumentalidade das formas, que diz: “Os atos e termos processuais
não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir,
reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade
essencial” (art. 154 do CPC)

Gabarito: A

05. (TJ SE 2009) Com relação à citação é correto afirmar:

a) Será considerada ineficaz se o réu não tiver colocado a nota de ciência no


mandado.

b) Poderá ser feita a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso.

c) Será feita pelo correio quando for ré a pessoa jurídica de direito público.

d) A interrupção da prescrição pela citação retroagirá à data da propositura da


ação.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

e) A interrupção da prescrição pela citação retroagirá à data da propositura da ação.

COMENTÁRIOS:

A letra da Lei. Essa questão é um exemplo disso.

Art. 219, § 1o, CPC. A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura


da ação.

Gabarito: D

06. (MPE SE 2009) Correm em segredo de justiça os processos

a) qualquer que seja a matéria neles tratada, se as partes, de comum acordo,


requererem a manutenção do sigilo.

b) sempre que houver intervenção do Ministério Público, salvo nas ações coletivas.

c) somente quando o exigir o interesse público.

d) que dizem respeito a casamento, filiação, alimentos e guarda de menores.

e) apenas quando se tratar de ação de estado.

COMENTÁRIOS:

A publicidade dos atos processuais se constitui numa garantia para o cidadão,


prevista constitucional e processualmente no ordenamento jurídico pátrio.

Mas, existem situações em que o sigilo interessa ao próprio cidadão, já que a


publicidade poderia expor de modo indevido sua intimidade.

Assim, correm em segredo de justiça os processos:

I - em que o exigir o interesse público;

II - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão


desta em divórcio, alimentos e guarda de menores.

Vejam que se encaixa nas situações descritas pelo art. 155 do CPC, a letra “d”.

Gabarito: D

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

07. (TRT CE 2009) No que concerne aos prazos, de acordo com o Código de
Processo Civil, é certo que

a) decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o


direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por
justa causa.

b) podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo peremptório,


mas a convenção só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo e se
fundar em motivo legítimo.

c) quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a


comparecimento depois de decorridas quarenta e oito horas.

d) nas comarcas onde for difícil o transporte o juiz poderá prorrogar quaisquer
prazos, mas nunca por mais de trinta dias.

e) a parte não poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.

COMENTÁRIOS:

Afirmativa A: Art. 183 do CPC:

Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o


direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por justa
causa.

Gabarito: A

08. (MPE SE 2009) Se o processo tramita perante Tribunal de Justiça, o ato


processual, cuja execução deva ser feita por Juiz de Comarca do interior do Estado,
deve ser requisitado através de carta

a) simples

b) registrada

c) precatória

d) rogatória

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

e) de ordem

COMENTÁRIOS:

A carta é modalidade de comunicação instituída pelo CPC. São as seguintes:

Precatória: a diligência requisitada deve ser cumprida por juiz da mesma


hierarquia. O juiz deprecante a expede e o juiz deprecado cumpre a carta;

De ordem: juiz de hierarquia superior expede a carta para que outro de hierarquia
inferior pratique o ato;

Rogatória: são atos realizados em juízos de jurisdição diferentes (países


diferentes) Ex.: réu domiciliado no exterior.

Depreendemos dessa explicação que o STF e o STJ não emitem carta precatória,
já que todos os outros órgãos judiciários são a eles subordinados.

Gabarito: E

09. (TRE AL 2010) Considere as seguintes assertivas a respeito dos atos


processuais:

I. É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os


prazos peremptórios.

II. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de dez dias o prazo
para a prática de ato processual a cargo da parte.

III. Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a
comparecimento depois de decorridas vinte e quatro horas.

IV. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados


em dobro os prazos para contestar e em quádruplo para recorrer.

De acordo com o Código de Processo Civil está correto o que se afirma APENAS
em

a) I, II e III.

b) I, II e IV.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

c) I e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

COMENTÁRIOS:

Importante esclarecer, “defeso” é sinônimo de proibido.

O ato peremptório é aquele em que se perde o próprio direito de ação. Diz-se,


ademais, como está na questão, que é aquele que não pode ser ampliado nem pelo juiz,
nem pelas partes. O primeiro item está correto.

O item II está em confronto com o art. 185 do CPC – “não havendo preceito legal
nem assinação pelo juiz, será de 5 dias o prazo para a prática de ato processual a cargo
da parte” –, portanto, errado.

O terceiro item fala exatamente o que dispõe o art. 192: “Quando a lei não marcar
outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorridas 24
horas”

O item IV está errado, porque na situação descrita o prazo será contado em dobro
para contestar, recorrer e, em regra, para falar nos autos (art. 191 do CPC).

Gabarito: C

10. No que se refere aos prazos, de acordo com o Código de Processo Civil é
correto afirmar que

a) o juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte ou em caso de


calamidade pública, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60
(sessenta) dias.

b) quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a


comparecimento depois de decorridas 48 (quarenta e oito) horas.

c) o advogado que exceder o prazo legal para devolver os autos será intimado para
devolução no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de perder o direito de

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

vista fora de cartório e incorrer em multa, correspondente a dois salários mínimos


vigentes na sede do juízo.

d) computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer


quando a parte for a Fazenda Pública, o Ministério Público, ou Empresa Pública.

e) se suspende o curso do prazo quando for oposta exceção de impedimento ou


suspeição do juiz, devendo ser restituído o prazo por tempo igual ao que faltava
para a sua complementação.

COMENTÁRIOS:

A letra “a” expõe uma regra e sua exceção: é defeso às partes, ainda que todas
estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O juiz poderá, nas
comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de
60 dias. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido este limite para a
prorrogação de prazos. (Art. 182 e seu parágrafo único).

A letra “b” teria que falar em 24 horas, que é o prazo previsto no art. 192 do CPC.
Assim, há julgado que diz ser nula a audiência realizada sem a presença do advogado de
uma das partes que fora intimado no dia em que a audiência se realizou. (1ª Câm. Do TJ-
SC, Relator Desembargador João Martins)

O erro na letra “c” está ao dizer a multa em que incorrerá o advogado na situação
narrada na questão – que será de meio salário mínimo, não de dois (art. 192 do CPC).

Atenção! Não se fala em empresa pública nesses casos, o STJ já decidiu pela
não aplicação da contagem em quádruplo para empresas públicas ao julgar recurso da
Caixa Econômica Federal.

A letra “e” está validada pelo art. 180 combinado com o art. 265 do CPC, inciso III.

Gabarito: E

11. (TJDF 2008) Mauro, advogado, tem domicílio em Brasília e exerce suas
atividades de advocacia em seu único escritório, situado em Taguatinga. Trata-se
de causídico que ostenta procuração por instrumento público com poderes
especiais para receber citações em nome de François, seu cliente estrangeiro

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

domiciliado em Paris.

A partir da situação hipotética acima, julgue o seguinte item.

Eventual citação de François feita na pessoa de Mauro no seu domicílio em Brasília


seria nula, pois, por se tratar de relações concernentes à sua profissão, deveria ser
realizada em Taguatinga.

COMENTÁRIOS:

Questão interessante essa. Ela sucinta dúvida sobre a citação do procurador. Se


o advogado tem com seu cliente relação profissional, deve ele ser citado exclusivamente
em seu escritório?

Mas o CPC, de modo inteligente e prático, não impõe essa restrição. Dispõe, sim,
que: art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao
procurador legalmente autorizado.

§ 1° Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário,


administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

Gabarito: Errado

12. (TRE BA 2010) Com relação ao direito processual civil, julgue o item a seguir.

A procuração geral para o foro, assinada pelo réu, habilita o seu advogado a ser
intimado dos atos do processo, bem como a receber a citação inicial.

COMENTÁRIOS:

Reparem o que diz o art. 38 do CPC, sobre a procuração para o foro:

A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, ou particular


assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo para
receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir,
renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar
compromisso.

Gabarito: Errado

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

13. (TRE BA 2010) Com relação ao direito processual civil, julgue o item a seguir.

Nas ações de estado, a citação deve ser feita pelo correio, para qualquer
comarca do país.

COMENTÁRIOS:

De modo geral a citação ocorre pelo correio. O CPC elenca as exceções à regra,
entre as quais as ações de estado.

Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:

a) nas ações de estado;

b) quando for ré pessoa incapaz;

c) quando for ré pessoa de direito público;

d) nos processos de execução;

e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de


correspondência;

f) quando o autor a requerer de outra forma.

Gabarito: Errado

14. (TRT 5ª Região 2008) Antes da citação da parte ré, é defeso ao autor modificar a
causa de pedir.

COMENTÁRIOS:

O art. 264 responde essa questão: feita a citação, é defeso ao autor modificar o
pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas
partes, salvo as substituições permitidas por lei.

Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma


hipótese será permitida após o saneamento do processo.

São três os momentos para a estabilidade objetiva do processo:

1. Antes da citação: o autor tem plena liberdade para alterar o pedido ou a causa de pedir,

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

2. Até o saneamento do processo: estabilidade condicionada. Havendo concordância do


réu, o autor pode alterar pedido e causa de pedir,

3. Após o saneamento do processo: não podem ser alterados pedido nem causa de pedir.

Gabarito: Errado

15. (Elaborada pelo Professor) As intimações nas capitais dos estados e no Distrito
Federal serão consideradas realizadas pela só publicação dos atos no órgão oficial,
desde que desta constem os nomes das partes e de seus advogados.

COMENTÁRIOS:

Art. 236 do CPC (caput). No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos
Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão
oficial.

Gabarito: Certo

16. (MPE RO 2010) Com relação aos atos processuais, assinale a opção correta.

a) Auto é um termo processual que se refere à narração, por escrito, das


audiências.

b) É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou ampliar os


prazos.

c) O prazo para o MP contestar deve ser computado em dobro.

d) Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil subsequente quando o


expediente forense for encerrado antes da hora normal.

e) A estrutura processual baseia-se no princípio da instrumentalidade das formas,


de modo que, de acordo com o CPC, não se pode mitigar a incidência desse
princípio em nenhuma hipótese.

COMENTÁRIOS:

Alternativa “a” está errada. Autos: conjunto de termos e demais atos do processo.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

1. Autos originais: conjunto original de termos e demais atos do processo.

2. Autos suplementares: reprodução dos autos originais de formação obrigatória


em todas as comarcas, com exceção do Distrito Federal e das Capitais, todavia essa
obrigação quase nunca é cumprida. A utilidade de tais autos é a de substituir os originais
em casos de extravio e de permitir o processamento da execução provisória.

Item “b” errado, pois as partes podem, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o
prazo dilatório.

- Conceito de prazos dilatórios: São dilatórios quando, embora fixados em lei,


puderem ser ampliados pelo juiz ou por convenção entre as partes.

O item “c” está errado e versa sobre o prazo para o Ministério Público contestar e
recorrer. Lembrem-se que o prazo será contado em quádruplo para contestar e em
dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda ou o Ministério Público.

d) Assertiva está correta. O prazo será prorrogado, até o primeiro dia útil, se o
vencimento cair em feriado ou o expediente forense for encerrado antes da hora normal.

e) Errado. O CPC utiliza o princípio da instrumentalidade das formas - a


formalidade exigida pelos atos para sua validade não possui caráter rígido.

Art. 154, CPC: Os atos e termos processuais não dependem de forma


determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que,
realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

Gabarito: D

17. (DPU 2010) Quanto ao tempo e ao lugar dos atos processuais, assinale a opção
correta.

a) Nos feriados, poderá ser realizada citação da parte, a fim de evitar-se o


perecimento do direito.

b) Os atos processuais devem ser realizados em dias úteis das 8 às 22 horas.

c) Os atos de jurisdição voluntária não se processarão durante as férias, mas o


serão os necessários à conservação de direitos.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

d) Se o ato a ser praticado pela parte em determinado prazo depender de petição,


esta deverá ser apresentada até as 18 horas.

e) Durante as férias e nos feriados, o prazo para GABARITO do réu começará a


correr no último dia destes períodos.

COMENTÁRIOS:

a) Esse é o item correto. Lembrem-se que durante as férias e nos feriados não se
praticarão atos processuais, salvo:

1) a produção antecipada de provas;

2) a citação, a fim de evitar o perecimento de direito.

Atenção!

 Feriados são os dias em que não há expediente forense (dias não-


úteis), como nos domingos, festas nacionais.

b) O item está correto quando diz que os atos devem ser realizados em dias úteis,
mas de modo errado em relação ao horário. Os atos podem ser realizados das 6 às 20
horas e não das 8 às 22 horas.

c) Item errado. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela


superveniência delas: os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à
conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento.

d) Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de
petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente,
nos termos da lei de organização judiciária local e não até as 18 horas. O item está
errado.

e) Item errado. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro


dia útil seguinte ao feriado ou às férias.

Gabarito: A

18. (DPU 2010) Considerando que, após instrução processual, tenha sido proferida
decisão judicial que acatou preliminar de ilegitimidade da parte e extinguiu o

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

processo sem resolução de mérito, assinale a opção que contém o tipo de ato
praticado.

a) despacho

b) decisão interlocutória

c) acórdão

d) sentença

e) ato ordinatório

COMENTÁRIOS:

Despacho é ato do juiz que não seja sentença nem decisão interlocutória,
praticado no processo, de ofício ou a requerimento da parte.

A decisão interlocutória é ato pelo qual o juiz decide questão no curso do


processo (incidental). Não dão fim ao processo.

O acórdão é decisão dos tribunais, traz o dispositivo, que é a decisão em si


mesma, relatório sobre o assunto e o voto.

A sentença é a decisão do juiz sobre os pedidos formulados na inicial, ainda que


o processo prossiga. Contra ela sempre cabe recurso. Questiona-se, modernamente, o
conceito de que aquele ato que extingue o processo.

Ato ordinatório é aquele que dá impulso ao processo, não tem conteúdo


decisório.

Portanto, é caso de sentença.

Gabarito: D

19. (DPU 2010) Em determinado processo, no qual uma das partes apresente
petição na qual renuncie ao prazo que lhe foi conferido para ter vista da última
documentação lançada nos autos, a eficácia desse ato da parte

a) surtirá efeito sempre após o quinto dia contado da juntada aos autos.

b) dependerá de homologação judicial.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 59 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

c) dependerá do conhecimento da parte adversa.

d) será imediata.

e) não será imediata porque unilateral.

COMENTÁRIOS:

De acordo com o art. 158 do CPC: Os atos das partes, consistentes em


declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição,
a modificação ou a extinção de direitos processuais. Assim, a letra “d” é a correta.

Gabarito: D

20. (DPU 2010) É situação que, por si só, excepciona a regra de que os atos
processuais devem ser realizados na sede do juízo,

a) a inspeção judicial in loco.

b) o feriado forense.

c) o ato que ultrapasse o horário normal de funcionamento do fórum.

d) o interesse das partes.

e) a oitiva de menor.

COMENTÁRIOS:

Segundo o art. 176 do CPC, os atos processuais realizam-se, geralmente, na


sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de
interesse da justiça, ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

Assim, entre os casos previstos pelo CPC, está o da alternativa “a”: O juiz, de
ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar
pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa
(art. 440).

Ademais, a realização dos atos pode ser deslocada da sede do juízo quando a
parte, ou a testemunha, por enfermidade, ou por outro motivo relevante, estiver
impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de prestar depoimento.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 60 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

Além do deslocamento de caráter subjetivo, relativo à pessoa, previsto no art. 411


do CPC:

São inquiridos em sua residência, ou onde exercem a sua função:

I - o Presidente e o Vice-Presidente da República;

II - o presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados;

III - os ministros de Estado;

IV - os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do


Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho
e do Tribunal de Contas da União;

V - o procurador-geral da República;

VI - os senadores e deputados federais;

VII - os governadores dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal;

VIII - os deputados estaduais;

IX - os desembargadores dos Tribunais de Justiça, os juízes dos Tribunais de


Alçada, os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais
Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal;

X - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa ao


agente diplomático do Brasil.

Gabarito: A

21. (TRF 2ª Região 2009) No que diz respeito à invalidade dos atos processuais,
assinale a opção correta.

a) A citação pode ser invalidada de ofício pelo magistrado a qualquer tempo, antes
da sentença.

b) O juiz deve tentar aproveitar o ato processual defeituoso, independentemente do


grau do defeito.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 61 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

c) O juiz pode reconhecer de ofício a qualquer tempo, antes da sentença, a sua


incompetência em razão da abusividade de uma cláusula de foro de eleição.

d) Decisão judicial proferida à revelia de réu que não foi citado não poderá ser
invalidada após o prazo da ação rescisória.

e) A revogação da confissão pode ser feita por meio de petição dirigida ao juiz da
causa, antes de proferida a sentença.

COMENTÁRIOS:

Questão importante para memorizarmos que o erro de forma do processo


acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo
praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as
prescrições legais (art. 250 do CPC).

Gabarito: B

22. (PC DF 2009) Quanto aos atos processuais, assinale a alternativa correta.

a) Os atos e termos processuais dependem de forma determinada, reputando-se


inválidos ou nulos aqueles que forem realizados de outra forma.

b) Os atos processuais são públicos. Assim, qualquer pessoa tem o direito irrestrito
de consultar autos e pedir certidões de processos em trâmite.

c) Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.


Denomina-se sentença o ato do juiz que implica uma das hipóteses dos artigos 267
e 269 do Código de Processo Civil (CPC).

d) Pelo advento da Emenda Constitucional n.º 45, de 2004, as férias forenses foram
extintas.

e) São considerados feriados os sábados, domingos e dias declarados por lei.

COMENTÁRIOS:

Vejam que o conteúdo das questões se repete mesmo entre bancas diferentes. A
resposta correta é a letra “c” que tem a exata definição de sentença trazida no art. 162, §

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 62 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

1º: Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e
269 desta Lei.

Gabarito: C

23. (CGU 2006) Assinale a opção correta.

a) São características dos atos processuais: apresentam-se isoladamente, ligam-se


pela unidade do escopo e são independentes.

b) Constituem princípios que regem a forma dos atos processuais: obrigatoriedade


das formas, instrumentalidade das formas, a documentação, a publicidade, o
interesse público e a obrigatoriedade do vernáculo.

c) Os atos das partes podem ser: postulatórios, dispositivos (unilaterais;


concordantes) e contratuais.

d) É decisão definitiva a que decide a questão controvertida, de natureza


processual, sem julgamento do mérito, depois de transitada em julgado.

e) A requisição feita por Membro de Tribunal (Desembargador) de ato processual a


ser praticado em outro Estado da Federação deve ser dirigida a órgão da Primeira
Instância (Juiz de Direito) por meio de Carta de Ordem.

COMENTÁRIOS:

Atos das partes (autor e réu): os atos das partes, consistentes em declarações
unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição, a
modificação ou a extinção de direitos processuais.

São praticados pelas próprias partes ou pelos seus advogados, de modo


excepcional. Produzem efeitos imediatos, em geral, e em alguns casos necessitam de
homologação para externalizarem seus efeitos.

Exemplo: A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por


sentença (Parágrafo único, art.158 do CPC).

Gabarito: C

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 63 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

24. (DPU 2010) Considerando a hipótese da existência de um ato processual cuja


realização não esteja sujeita a qualquer prazo prescrito pela lei, assinale a opção
correta.

a) Como não é estabelecido pela lei ou pelo juiz, esse prazo não é contínuo.

b) O prazo será determinado pelo juiz, levando-se em consideração a complexidade


da causa.

c) O ato pode ser praticado até o momento exatamente anterior à próxima etapa
procedimental do feito.

d) O silêncio da lei importa na obediência ao prazo geral de resposta do réu, qual


seja, o de quinze dias.

e) A extinção do direito de praticar o ato nessa hipótese sempre dependerá de


declaração judicial.

COMENTÁRIOS:

Regra geral os atos processuais serão realizados nos prazos determinados em


lei. Caso a Lei seja omissa, o magistrado determinará os prazos, tendo em conta a
complexidade da causa.

Devemos lembrar que na ausência de prazo legal e de prazo fixado judicialmente


(pelo juiz), e somente nessas duas hipóteses, o prazo para realização de qualquer ato
processual será de cinco dias.

Gabarito: B

25. (TRF 4ª Região 2007) No que concerne à distribuição e ao registro analise:

I. Será cancelada a distribuição do feito que, em 10 dias, não for preparado no


cartório em que deu entrada.

II. As causas de qualquer natureza distribuir-se-ão por dependência quando, tendo


sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido.

III. O erro ou a falta de distribuição será corrigido pelo Juiz apenas se houver
requerimento do interessado.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 64 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

IV. Havendo reconvenção, não haverá necessidade de proceder à respectiva


anotação pelo distribuidor, bastando uma certidão nos autos principais.

De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que consta APENAS em

a) II.

b) I e II.

c) II, III e IV.

d) III e IV.

e) IV.

COMENTÁRIOS:

Primeiramente vejamos:

Distribuição é o ato administrativo e material por meio de que os feitos judiciais


são distribuídos, de modo equânime e alternado. É pratica de suma importância para a
garantia do princípio do juízo natural. Segundo esse princípio, o juiz de uma causa e
determinado de modo prévio, abstrato e objetivo pelas normas gerais de competência e
organização judiciária.

O item “I” está incorreto, pois será cancelada a distribuição do feito que, em 30
dias não for preparado no cartório em que deu entrada e não em 10 como traz o item (art.
257, CPC).

O art. 257 trata das ações que têm sua distribuição cancelada por falta de
preparo. Ai vocês me perguntam: o que é preparo?

Preparo é o adiantamento (pagamento) das despesas relativas ao


processamento de determinado ato.

O item “II” está correto. Dá-se a distribuição por dependência às causas que
devam ser julgadas simultaneamente com a principal já ajuizada, assim as causas
posteriormente apresentadas se juntarão à principal. (art. 253 do CPC).

Trata-se de conexão, que é uma relação de semelhança entre demandas, que é


considerada pelo direito positivo como apta para a produção de determinados efeitos
processuais. No caso em tela, determina a distribuição por dependência. A mera

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 65 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

semelhança de pedidos não fará incidir essa regra.

Passemos a leitura do art. 253 do CPC:

Distribuir-se-ão por dependência as causas de qualquer natureza:

I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;

II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado
o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente
alterados os réus da demanda;

III - quando houver ajuizamento de ações idênticas, ao juízo prevento.

O item “III” está errado, porque o magistrado pode fazê-lo de ofício, isto é, sem
requerimento de qualquer das partes.

O item “IV” está errado, uma vez que o juiz determinará a anotação da
reconvenção. Não é matéria do nosso curso, portanto, não estudem a reconvenção. Mas,
para não os deixar curiosos e de maneira simplificada, a reconvenção é modalidade de
resposta do réu em que além de contestar, ele alega novos fatos, promovendo uma
espécie de nova ação dentro da contestação.

Gabarito: A

26. (TJ DF 2013) A respeito de atos processuais, julgue os itens subsecutivos.

Se, na primeira tentativa de cumprir mandado de citação na residência do réu, o


oficial de justiça constatar que, embora presente, o réu esteja se ocultando para
não receber o mandado, ele deve, diante da fé pública que recai sobre si, considerar
o réu citado, lavrando a respectiva certidão.

a) Certo
b) Errado

COMENTÁRIOS:

Esta questão trata de citação realizada por oficial de justiça, quando ele suspeita
de ocultação do réu. Citação com hora certa: Quando, por três vezes, o oficial de justiça
houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá,

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 66 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a


qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que
designar. (Art. 227) É citação ficta, presumida.

Gabarito: Errado

27. (TRT 10ª Região 2013) Com relação aos atos processuais no âmbito do
processo civil, julgue os itens subsequentes.

A citação daquele cujo primo faleceu só pode ser realizada dez dias após o
falecimento.

a) Certo
b) Errado

COMENTÁRIOS:

A questão erra ao considerar que há impossibilidade em citar-se o alguém cujo


primo faleceu em data recente. O que a lei prevê é que não se fará a citação do réu
quando houver falecido seu cônjuge ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta, ou na linha colateral em segundo grau.

Gabarito: Errado

QUESTÕES DA AULA

01. (PGE AM 2010) No processo em que se usa meio eletrônico na comunicação de


atos, observar-se-á a seguinte regra:
a) considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da
disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico e os prazos
processuais terão início no primeiro dia útil que se seguir ao considerado como
data da publicação.
b) os prazos processuais terão início cinco dias após a disponibilização da
informação no Diário de Justiça eletrônico.
c) considera-se como data da publicação o dia da disponibilização da informação
no Diário da Justiça eletrônico e os prazos processuais terão início no primeiro dia
útil que se seguir.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 67 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

d) as cartas precatórias, rogatórias e de ordem não poderão ser feitas por meio
eletrônico.
e) a publicação eletrônica substitui qualquer outro meio de publicação oficial e
também as intimações ou vista pessoais, que a lei determinar.

02. (MPE AP 2009) A respeito da forma dos atos processuais, considere:


I. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.
II. Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve
questão incidente.
III. Os atos ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, dependem de
despacho do juiz, não podendo ser praticados de ofício pelo servidor.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I
b) III
c) I e II
d) I e III
e) II e III

03. (TRF 2007) Sobre a comunicação dos atos processuais, analise:


I. Quando a citação for feita por meio de oficial de justiça, o prazo começa a correr
da data da juntada aos autos do mandado cumprido.
II. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito, aos noivos, nos
dez primeiros dias de bodas.
III. Em regra, a citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País.
IV. A carta precatória tem caráter itinerante e somente depois de ordenado o
cumprimento poderá ser apresentada a juízo diverso que dela consta, a fim de se
praticar o ato.
De acordo com o Código de Processo Civil, é correto o que consta APENAS em:
a) I, II e III
b) I, III e IV
c) I e III
d) II, III e IV
e) II e III

04. (PGE RJ 2009) No tocante aos atos processuais, é INCORRETO afirmar:

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 68 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

a) A penhora poderá ser feita aos domingos, independentemente de autorização


judicial, quando o adiamento puder causar grave prejuízo à parte ou à própria
prestação jurisdicional.
b) Serão realizados em dias úteis das 6 às 20 horas, podendo ser concluídos após
as 20 horas, se a interrupção prejudicar a diligência.
c) Pela intimação se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que
faça ou deixe de fazer alguma coisa.
d) A citação pelo correio não se admite na execução civil e nas ações de estado.
e) O ato será válido quando alcançar a finalidade, mesmo se realizado de forma
diversa da prevista em lei, quando inexistir cominação de nulidade.

05. (TJ SE 2009) Com relação à citação é correto afirmar:


a) Será considerada ineficaz se o réu não tiver colocado a nota de ciência no
mandado.
b) Poderá ser feita a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso.
c) Será feita pelo correio quando for ré a pessoa jurídica de direito público.
d) A interrupção da prescrição pela citação retroagirá à data da propositura da
ação.
e) A interrupção da prescrição pela citação retroagirá à data da propositura da ação.

06. (MPE SE 2009) Correm em segredo de justiça os processos


a) qualquer que seja a matéria neles tratada, se as partes, de comum acordo,
requererem a manutenção do sigilo.
b) sempre que houver intervenção do Ministério Público, salvo nas ações coletivas.
c) somente quando o exigir o interesse público.
d) que dizem respeito a casamento, filiação, alimentos e guarda de menores.
e) apenas quando se tratar de ação de estado.

07. (TRT CE 2009) No que concerne aos prazos, de acordo com o Código de
Processo Civil, é certo que
a) decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o
direito de praticar o ato, ficando salvo, porém, à parte provar que o não realizou por
justa causa.
b) podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo peremptório,
mas a convenção só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo e se
fundar em motivo legítimo.
c) quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a
comparecimento depois de decorridas quarenta e oito horas.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 69 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

d) nas comarcas onde for difícil o transporte o juiz poderá prorrogar quaisquer
prazos, mas nunca por mais de trinta dias.
e) a parte não poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.

08. (MPE SE 2009) Se o processo tramita perante Tribunal de Justiça, o ato


processual, cuja execução deva ser feita por Juiz de Comarca do interior do Estado,
deve ser requisitado através de carta
a) simples
b) registrada
c) precatória
d) rogatória
e) de ordem

09. (TRE AL 2010) Considere as seguintes assertivas a respeito dos atos


processuais:
I. É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os
prazos peremptórios.
II. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de dez dias o prazo
para a prática de ato processual a cargo da parte.
III. Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a
comparecimento depois de decorridas vinte e quatro horas.
IV. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados
em dobro os prazos para contestar e em quádruplo para recorrer.
De acordo com o Código de Processo Civil está correto o que se afirma APENAS
em
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

10. No que se refere aos prazos, de acordo com o Código de Processo Civil é
correto afirmar que
a) o juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte ou em caso de
calamidade pública, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de 60
(sessenta) dias.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 70 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

b) quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a


comparecimento depois de decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
c) o advogado que exceder o prazo legal para devolver os autos será intimado para
devolução no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de perder o direito de
vista fora de cartório e incorrer em multa, correspondente a dois salários mínimos
vigentes na sede do juízo.
d) computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer
quando a parte for a Fazenda Pública, o Ministério Público, ou Empresa Pública.
e) se suspende o curso do prazo quando for oposta exceção de impedimento ou
suspeição do juiz, devendo ser restituído o prazo por tempo igual ao que faltava
para a sua complementação.

11. (TJDF 2008) Mauro, advogado, tem domicílio em Brasília e exerce suas
atividades de advocacia em seu único escritório, situado em Taguatinga. Trata-se
de causídico que ostenta procuração por instrumento público com poderes
especiais para receber citações em nome de François, seu cliente estrangeiro
domiciliado em Paris.
A partir da situação hipotética acima, julgue o seguinte item.
Eventual citação de François feita na pessoa de Mauro no seu domicílio em
Brasília seria nula, pois, por se tratar de relações concernentes à sua profissão,
deveria ser realizada em Taguatinga.

12. (TRE BA 2010) Com relação ao direito processual civil, julgue o item a seguir.
A procuração geral para o foro, assinada pelo réu, habilita o seu advogado a
ser intimado dos atos do processo, bem como a receber a citação inicial.

13. (TRE BA 2010) Com relação ao direito processual civil, julgue o item a seguir.
Nas ações de estado, a citação deve ser feita pelo correio, para qualquer
comarca do país.

14. (TRT 5ª Região 2008) Antes da citação da parte ré, é defeso ao autor modificar a
causa de pedir.

15. (Elaborada pelo Professor) As intimações nas capitais dos estados e no Distrito
Federal serão consideradas realizadas pela só publicação dos atos no órgão oficial,
desde que desta constem os nomes das partes e de seus advogados.

16. (MPE RO 2010) Com relação aos atos processuais, assinale a opção correta.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 71 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

a) Auto é um termo processual que se refere à narração, por escrito, das


audiências.
b) É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou ampliar os
prazos.
c) O prazo para o MP contestar deve ser computado em dobro.
d) Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil subsequente quando o
expediente forense for encerrado antes da hora normal.
e) A estrutura processual baseia-se no princípio da instrumentalidade das formas,
de modo que, de acordo com o CPC, não se pode mitigar a incidência desse
princípio em nenhuma hipótese.

17. (DPU 2010) Quanto ao tempo e ao lugar dos atos processuais, assinale a opção
correta.
a) Nos feriados, poderá ser realizada citação da parte, a fim de evitar-se o
perecimento do direito.
b) Os atos processuais devem ser realizados em dias úteis das 8 às 22 horas.
c) Os atos de jurisdição voluntária não se processarão durante as férias, mas o
serão os necessários à conservação de direitos.
d) Se o ato a ser praticado pela parte em determinado prazo depender de petição,
esta deverá ser apresentada até as 18 horas.
e) Durante as férias e nos feriados, o prazo para resposta do réu começará a correr
no último dia destes períodos.

18. (DPU 2010) Considerando que, após instrução processual, tenha sido proferida
decisão judicial que acatou preliminar de ilegitimidade da parte e extinguiu o
processo sem resolução de mérito, assinale a opção que contém o tipo de ato
praticado.
a) despacho
b) decisão interlocutória
c) acórdão
d) sentença
e) ato ordinatório

19. (DPU 2010) Em determinado processo, no qual uma das partes apresente
petição na qual renuncie ao prazo que lhe foi conferido para ter vista da última
documentação lançada nos autos, a eficácia desse ato da parte
a) surtirá efeito sempre após o quinto dia contado da juntada aos autos.
b) dependerá de homologação judicial.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 72 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

c) dependerá do conhecimento da parte adversa.


d) será imediata.
e) não será imediata porque unilateral.

20. (DPU 2010) É situação que, por si só, excepciona a regra de que os atos
processuais devem ser realizados na sede do juízo,
a) a inspeção judicial in loco.
b) o feriado forense.
c) o ato que ultrapasse o horário normal de funcionamento do fórum.
d) o interesse das partes.
e) a oitiva de menor.

21. (TRF 2ª Região 2009) No que diz respeito à invalidade dos atos processuais,
assinale a opção correta.
a) A citação pode ser invalidada de ofício pelo magistrado a qualquer tempo, antes
da sentença.
b) O juiz deve tentar aproveitar o ato processual defeituoso, independentemente do
grau do defeito.
c) O juiz pode reconhecer de ofício a qualquer tempo, antes da sentença, a sua
incompetência em razão da abusividade de uma cláusula de foro de eleição.
d) Decisão judicial proferida à revelia de réu que não foi citado não poderá ser
invalidada após o prazo da ação rescisória.
e) A revogação da confissão pode ser feita por meio de petição dirigida ao juiz da
causa, antes de proferida a sentença.

22. (PC DF 2009) Quanto aos atos processuais, assinale a alternativa correta.
a) Os atos e termos processuais dependem de forma determinada, reputando-se
inválidos ou nulos aqueles que forem realizados de outra forma.
b) Os atos processuais são públicos. Assim, qualquer pessoa tem o direito irrestrito
de consultar autos e pedir certidões de processos em trâmite.
c) Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
Denomina-se sentença o ato do juiz que implica uma das hipóteses dos artigos 267
e 269 do Código de Processo Civil (CPC).
d) Pelo advento da Emenda Constitucional n.º 45, de 2004, as férias forenses foram
extintas.
e) São considerados feriados os sábados, domingos e dias declarados por lei.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 73 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

23. (CGU 2006) Assinale a opção correta.


a) São características dos atos processuais: apresentam-se isoladamente, ligam-se
pela unidade do escopo e são independentes.
b) Constituem princípios que regem a forma dos atos processuais: obrigatoriedade
das formas, instrumentalidade das formas, a documentação, a publicidade, o
interesse público e a obrigatoriedade do vernáculo.
c) Os atos das partes podem ser: postulatórios, dispositivos (unilaterais;
concordantes) e contratuais.
d) É decisão definitiva a que decide a questão controvertida, de natureza
processual, sem julgamento do mérito, depois de transitada em julgado.
e) A requisição feita por Membro de Tribunal (Desembargador) de ato processual a
ser praticado em outro Estado da Federação deve ser dirigida a órgão da Primeira
Instância (Juiz de Direito) por meio de Carta de Ordem.

24. (DPU 2010) Considerando a hipótese da existência de um ato processual cuja


realização não esteja sujeita a qualquer prazo prescrito pela lei, assinale a opção
correta.
a) Como não é estabelecido pela lei ou pelo juiz, esse prazo não é contínuo.
b) O prazo será determinado pelo juiz, levando-se em consideração a complexidade
da causa.
c) O ato pode ser praticado até o momento exatamente anterior à próxima etapa
procedimental do feito.
d) O silêncio da lei importa na obediência ao prazo geral de resposta do réu, qual
seja, o de quinze dias.
e) A extinção do direito de praticar o ato nessa hipótese sempre dependerá de
declaração judicial.

25. (TRF 4ª Região 2007) No que concerne à distribuição e ao registro analise:


I. Será cancelada a distribuição do feito que, em 10 dias, não for preparado no
cartório em que deu entrada.
II. As causas de qualquer natureza distribuir-se-ão por dependência quando, tendo
sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido.
III. O erro ou a falta de distribuição será corrigido pelo Juiz apenas se houver
requerimento do interessado.
IV. Havendo reconvenção, não haverá necessidade de proceder à respectiva
anotação pelo distribuidor, bastando uma certidão nos autos principais.
De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que consta APENAS em
a) II.

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 74 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

b) I e II.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) IV.

26. (TJ DF 2013) A respeito de atos processuais, julgue os itens subsecutivos.


Se, na primeira tentativa de cumprir mandado de citação na residência do réu, o
oficial de justiça constatar que, embora presente, o réu esteja se ocultando para
não receber o mandado, ele deve, diante da fé pública que recai sobre si, considerar
o réu citado, lavrando a respectiva certidão.
a) Certo
b) Errado

27. (TRT 10ª Região 2013) Com relação aos atos processuais no âmbito do
processo civil, julgue os itens subsequentes.
A citação daquele cujo primo faleceu só pode ser realizada dez dias após o
falecimento.
a) Certo
b) Errado

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 75 de 76


Direito Processual Civil TJDFT
Teoria e Exercícios comentados
Prof. Gabriel Borges Aula 05

GABARITO

01 A 10 E 19 D

02 C 11 Errado 20 A

03 C 12 Errado 21 B

04 A 13 Errado 22 C

05 D 14 Errado 23 C

06 D 15 Certo 24 B

07 A 16 D 25 A

08 E 17 A 26 Errado

09 C 18 D 27 Errado

Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 76 de 76

Você também pode gostar