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1
Este trabalho foi originado de um projeto de elaboração de softwares realizado em convênio firmado entre o
Ministério do Desenvolvimento Agrário e contou com o apoio dos engenheiros Joni Chaves Jallad, Gabrielle Pimentel
, Genilson de Paiva e Wagner Lourenzani.
2
Os autores (1) e (3) são professores do DTA e a autora (2) é pós graduanda em Ciência e Tecnologia de Alimentos
no DTA – UFV.
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido
no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
1995 1.050.000.000
1996 1.092.000.000
1997 1.300.000.000
Fonte: informações de mercado fornecidas pela ABRABE
3. Especificação da matéria-prima
Como em qualquer atividade produtiva, entre os diversos objetivos da produção
de aguardente, está o fato de que ela deva ser rentável. Para o conhecimento da
rentabilidade, é necessário saber as perdas, a eficiência do processo e o custo de
produção. Neste sentido, a associação da qualidade com a produtividade da matéria-
prima assume importância relevante na produção da aguardente de cana, estando
envolvidas diretamente com o desempenho das operações de extração de caldo,
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no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
fermentação e destilação.
Qualidade deve ser entendida como o conjunto de características da matéria-
prima compatível com as exigências da indústria e dos atributos do produto final. A
cana-de-açúcar deve atender a um conjunto de características tecnológicas, de
produção e microbiológicas que definam a sua qualidade e tenham influência no seu
processamento, uma vez que as técnicas empregadas na fabricação da aguardente
não conseguem minimizar os efeitos de matéria-prima de baixa qualidade e
produtividade.
3
Para as palavras grifadas veja mais detalhes no final do capítulo em glossário técnico.
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colheita;
corte, carregamento e transporte (STUPIELLO, 1992a).
cana-de-açúcar
Recepção e
descarregamento
Moagem
bagaço
Filtração e decantação
água
nutrientes Preparo do mosto
pé-de-cuba
Fermentação
vinhaça Destilação
Filtração
Repouso Envelhecimento
Engarrafamento
aguardente
FIGURA.1: FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DA AGUARDENTE DE CANA
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido
no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
100 %
Cana-de-açúcar
28,571 t
30 %
Bagaço
8,571 t
A = (C (G - g))/g
em que:
A = quantidade de água
C = quantidade de caldo integral
G = ºBrix do caldo integral
g = ºBrix desejado na mistura
Por exemplo, para 100 litros de caldo (C) com 20ºBrix (G) a ser diluído para
14ºBrix (g), a quantidade de água a ser adicionada (A) será:
Uma técnica alternativa que garante a continuidade das operações com o mesmo
fermento é o chamado "corte da dorna".
A temperatura mais favorável para a fermentação na produção de aguardente é
na faixa de 25 a 32ºC. Assim, é conveniente que as dornas sejam providas de sistema
para aquecimento ou para resfriamento, conforme a necessidade.
A presença de ar livre favorece a multiplicação das leveduras alcoólicas, as quais,
em condições aeróbias, multiplicam-se intensamente. A fermentação é um recurso que
elas utilizam quando impedidas de viver aerobicamente e são forçadas a viver em meio
com baixa tensão de oxigênio. Nesta situação, produzem álcool a partir de açúcares.
A falta de assepsia e até mesmo de condições que possibilitem a limpeza e a
lavagem dos equipamentos‚ utensílios e das instalações talvez seja a maior
característica dos pequenos alambiques. Esta situação favorece extraordinariamente
a proliferação de variadas infecções - fermento doente. Portanto, é recomendável a
introdução de práticas que favoreçam a limpeza das dependências e dos
equipamentos da instalação e de toda a fábrica.
4.4. Destilação
O caldo de cana, após o seu preparo e durante a fermentação, é denominado de
mosto. Após esta fase, recebe o nome de vinho e é separado da aguardente através
da destilação, a qual se baseia na diferença do grau de volatilização dos seus
componentes. Esta operação é realizada por meio de aquecimento do vinho em
recipientes denominados destiladores (alambiques).
A qualidade sensorial da aguardente depende de sua composição qualitativa em
ésteres, ácidos, álcoois, aldeídos e várias outras substâncias presentes em mínimas
quantidades, mas é principalmente a proporção adequada destes componentes na
mistura que condiciona o aroma e o sabor típico da bebida. Esta composição depende,
dentre outras variáveis, da natureza e da composição do vinho, do tipo e da forma que
é conduzida a destilação. Estes fatores controlam e determinam o buquê das
aguardentes, que é resultante principalmente da combinação de aromas dos
componentes não-álcoois.
A eficiência da destilação é influenciada por variáveis, como a qualidade da
mistura (vinho), o projeto do alambique (destilador) e as condições operacionais. A
água é, quantitativamente, o principal componente do vinho e também da aguardente
e controla a separação dos não-álcoois, em razão do comportamento destas
substâncias em solução de baixa graduação alcoólica. Nela, a separação se baseia
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no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
quanto de aguardente vai ser produzido por alambicagem. Para isso, é necessário
conhecer o teor de açúcar ou grau Brix do caldo que foi fermentado: se ele tem 20ºBrix,
fornece 18 litros de aguardente; com 19ºBrix, fornece 17 litros de aguardente por 100
litros de vinho destilado. Observa-se, portanto, que o rendimento em litros de
aguardente por 100 litros de vinho destilado é igual ao Brix (doce) do caldo, menos
dois. Se a graduação em álcool for menor que 54ºGL ou 20,47ºCartier, o rendimento
será um pouco maior.
Caso o rendimento esteja abaixo do indicado por essa regra geral, pode-se
concluir que estão correndo perdas. Assim, se na panela do alambique couber 500
litros de vinho, obtidos de um caldo de cana com 16ºBrix, o rendimento esperado será
de 70 litros a 54ºGL, uma vez que 16 - 2 = 14 (em cada 100 litros de vinho obtêm-se
14 litros de destilado) e nos 500 litros de vinho obtêm-se 70 litros, ou seja:
500*14/100 = 70
Retirando-se 10% da cabeça (7 litros), sobram 63 litros; mais 10% de cauda (7
litros), restam 56 litros de aguardente fina ou de coração. Para se obtê-la, depois de
se separar os sete primeiros litros destilados (cabeça), destilam-se 56 litros (coração),
armazenando-os em recipiente próprio, para o envelhecimento. Destilam-se ainda
mais sete litros (cauda) ou mais, caso seja necessário, para chegar ao grau de corte.
As duas frações - os sete litros iniciais e os sete finais - podem ser juntadas,
diluídas com água potável para 7 a 10ºGL, e submetidas à destilação, obtendo-se
produto de segunda qualidade ou adicionada ao vinho na alambicagem seguinte.
Uma forma mais adequada de se fazer a separação dos destilados de cabeça, de
coração e de cauda é com base no grau alcoólico. Entretanto, esta estratégia, embora
mais correta e produtiva, com menor riscos de perda de qualidade e de quantidade, é
mais trabalhosa e deve ser determinada para cada alambique em particular, isto é,
para cada situação e até mesmo para cada etapa da safra, dentro de uma mesma
fábrica.
A variação do grau alcoólico durante a destilação em alambiques descontínuos
depende, dentre outros fatores, da eficiência da fermentação (pureza do vinho) e da
operação do alambique (quantidade e regularidade do calor, seja fogo direto ou vapor)
e da água de resfriamento. O alambiqueiro precisa ser bem treinado e não estar
preocupado com a execução de outras tarefas, para se concentrar na destilação, a ser
efetuada de forma regular e tranqüila, sem atropelos. Ele irá observar o grau alcoólico
para separar as frações com base na qualidade do produto que está sendo obtido ou
que se deseja obter. Os destilados de cabeça iniciam-se com 65 ou até 70ºGL. Com
base no desempenho de todo o processo, o alambiqueiro começará a destilação
separando o produto de cabeça até determinado grau alcoólico; daí, passa para o do
coração até um grau mais fraco, e, então, separa os destilados de cauda. A maioria
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido
no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
como mercaptanas, são alguns exemplos. Nos aparelhos simples, o capitel tem grande
influência na retrogradação. A disposição das calotas nos pratos de destilação pode
comprometer o desempenho dos aparelhos. Uma retrogradação excessiva leva à
maior esterificação, em razão do tempo prolongado de contato entre os componentes
do vinho (álcool e ácidos) a altas temperaturas.
Alambique simples
Este tipo de destilador, Figuras 3A, 3B, 3C e 3D, não permite esgotamento
suficiente do vinho. Em condições normais de operação, pode fornecer uma
aguardente rica em componentes não-álcoois, em virtude do excesso de
retrogradação, determinado pelo desenho e pelas dimensões do capitel, ou ainda pela
redestilação da fração "água fraca". Entretanto, pode se obter uma bebida de melhor
qualidade com a separação da cabeça, coração e cauda. O ciclo de destilação é longo
nestes aparelhos, com elevação do teor de não-álcoois, havendo maior consumo de
água de resfriamento e de combustível - bagaço, lenha ou vapor. Além disso, há maior
dificuldade de se enquadrar a composição da aguardente ao exigido pela legislação,
em razão do comportamento dos não-álcoois em soluções de baixo teor alcoólico.
4.5.2. Envelhecimento
Em condições ambiente especiais e em repouso, as substâncias químicas
normais da aguardente reagem entre si, formando novas substâncias. Por exemplo,
ácidos reagindo com álcoois formam ésteres, que são mais aromáticos do que os
anteriores (uma cachaça de boa qualidade sensorial tem relação ésteres/álcoois
superiores próximo da unidade); os álcoois também reagem com aldeídos formando
ácidos. Assim, outras reações químicas ocorrem até a obtenção de um equilíbrio entre
as quantidades destes diversos componentes - é quando o buquê está pronto.
Em condições naturais, estas reações são lentas e o equilíbrio é relativamente
demorado. Durante o envelhecimento, ocorrem também outras alterações na
composição química da cachaça, como a passagem de substâncias próprias da
madeira. Daí, surgem a cor levemente amarelada e outras propriedades sensoriais,
como aroma, gosto e sabor característicos, até mesmo da espécie de madeira utilizada
para fabricar o barril ou o tonel.
A aguardente envelhecida apresenta aspecto, cheiro, cor, gosto e sabor de
melhor qualidade. Por isso e pelo seu custo de produção, seu preço no mercado
também é maior. É evidente que a bebida envelhecida será de alta qualidade se
apresentar esta característica quando nova. Uma aguardente de baixa qualidade
continuará ruim, mesmo após o envelhecimento.
As espécies de madeira recomendadas para os recipientes de envelhecimento
são o carvalho (mais raro nos dias de hoje), cedro, freijó e bálsamo, dentre outras. Os
barris devem ser estocados em locais frescos, bem protegidos e limpos. O período
mínimo para o envelhecimento deve ser de doze meses. Este processo pode ser
realizado também em tonéis de outros materiais, como o ferro e o aço inoxidável. Neste
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no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
fornalha
composto
orgânico
Unidade de
irrigação Vinhaça Bagaço
processamento alimentação de
ruminantes
papel
Ponta ou palmito
de cana de açucar
isto é, para cada tonelada cortada são produzidas cerca de 80 kg de matéria verde
em ponta de cana, no caso da crua (sem queima). O mais comum na pequena indústria
é deixar este material secar ao sol, no campo, e ser utilizado como cobertura morta no
canavial. Entretanto, o palmito e a folha da cana podem e têm sido utilizados também
na alimentação de ruminantes - bovinos principalmente. Para isso, o material ainda
verde é passado em ensiladeira (picadeira de capim) e colocado diretamente nos
cochos (PEREIRA, 1984). Embora a ponta/palmito da cana seja pobre do ponto de
vista nutricional, ela é utilizada como volumoso, sendo adicionada de uréia e
complementada com outros nutrientes.
Por esta razão, esta prática não só é proibida pela legislação ambiental, como
condenável por destruir as formas vivas desses ambientes, como peixes e vegetação
aquática. No entanto, a experiência tem demonstrado que o vinhoto pode ter várias
aplicações. Duas delas têm apresentado maior destaque na pequena indústria:
alimentação animal (principalmente bovinos em confinamento ou a pasto) e
fertirrigação.
Na alimentação animal, utiliza-se o vinhoto fresco, após resfriado, sendo
pulverizado nos coxos sobre o volumoso (silagem ou capim picado), numa quantidade
variável de 10 a 15 litros por animal/dia. Também tem sido servido puro como bebida
para os animais, mas esta é uma prática menos freqüente (PEREIRA, 1984).
Na fertirrigação, o vinhoto, após ser resfriado em tanques próprios, é levado para
o campo em tanques transportados por tratores e pulverizado (bombeado) sobre o
solo, sendo boa fonte de minerais. Esta prática tem sido utilizada na formação de
canaviais e de capineiras, para a alimentação do gado bovino.
Acidez Total
Acidez Fixa
Acidez Volátil
Ésteres
Aldeídos
Furfural
Álcoois Superiores
Açúcares em aguardente
Metanol
Cobre
6.3.1.2. Rendimento
Como observado por Kramer e Twigg (1970), a quantidade deve ser considerada
um atributo de qualidade. Na fabricação de aguardente de cana, é importante que o
produtor conheça o desempenho de seu processo ao longo da safra e entre as safras.
Estas avaliações de desempenho da usina são importantes para o planejamento e
controle das operações e na composição do custo de produção. Assim, faz-se
necessária a realização de pesagens e medidas que permitam determinar, por
exemplo:
ºGL Litros
100 ---- 61,09 100 x 61,09
54 ---- X Daí, X = --------------- = 113,13 litros.
a sala deverá dispor de água de boa qualidade e em abundância e terá que
ser bem iluminada. A luz, além de facilitar o trabalho e evitar acidentes, age contra
infecções indesejáveis.
Será necessário uma área de 80 ha com cultura de cana, preferentemente com
solo de boa fertilidade. A área edificada necessária às instalações industriais, de
depósitos, de serviços administrativos, de sanitários e vestiários pode ser como
sugerido a seguir:
Pátio para descarregamento de cana - chão batido - 20 x 30 m
Cobertura para o engenho - Pé direito mínimo de 3,0 m (inclui lavador
de cana, moendas e áreas de preparo de caldo - melhor com piso
cimentado - 10 x 15 m )
Cobertura para depósito de bagaço de cana - pé direito mínimo de 4 m
– área de 15 x 20 m
Cobertura para abrigo da caldeira - área compatível com o objetivo
mínimo
Sala de Fermentação - paredes de alvenaria - o fundo da dorna fica
suspenso 0,80 m do piso
Sala de destilação - alambiques - Pé direito compatível com a altura do
destilador - mínimo de 4 m
Galpão de depósitos - Pé direito mínimo de 7 m
Sala de lavagem de vasilhames, de engarrafamento, depósito de
vasilhames e de produto engarrafado, sala de expedição - Pé Direito
mínimo de 3,5 m
Escritório, Sanitários, vestiários – 40 m
Galpão depósito - para envelhecimento de aguardente compatível com
a quantidade a envelhecer - paredes de alvenaria e piso cimentado
(sugestão inicial)
Galpão de Máquinas Agrícolas - Implementos e outros materiais
Tanque para depósito e tratamento de vinhaça (prof. 2,00 m)
ÁREA TOTAL = 950 m2
piores.
As dornas de madeira são geralmente cilíndricas, cônicas ou retangulares.
Apesar do inconveniente de alta susceptibilidade a infecções, os antigos alambiques
as utilizam intensivamente, em virtude de seu custo relativamente mais baixo. Evitam
maiores oscilações de temperatura do mosto em fermentação, o que é conveniente.
São de difícil impermeabilização e o emprego aleatório de impermeabilizantes pode
reduzir o poder fermentativo das leveduras e ocasionar alterações indesejáveis no
sabor da aguardente.
As dornas de alvenaria também são bastante utilizadas por fabricantes de
aguardente, em virtude da facilidade de construção e custo mais baixo. Em geral,
apresentam os inconvenientes da difícil limpeza, problemas de contaminação,
porosidade e riscos de perda de eficiência na impermeabilização.
As dornas de ferro têm boa aceitação entre os produtores, com as vantagens
de possibilitarem limpeza completa e rápida, não necessitarem de impermeabilização
e terem grande durabilidade. Os riscos de contaminação são menores, quando
mantidas as práticas adequadas de higiene. Seu custo inicial é mais elevado do que
as anteriores, sendo mais susceptíveis a oscilações de temperatura durante a
fermentação.
Quanto à forma, a mais recomendável é a cilíndrica de fundo cônico, pela
facilidade de limpeza e por não deixar local para o desenvolvimento de infecções,
como ocorrem nos cantos das retangulares.
As dornas deverão apoiar-se em suportes que as afastem cerca de 80 cm, no
mínimo, do piso e a mesma distância entre elas e até a parede, para facilitar a limpeza
e a manutenção.
Para impermeabilização das dornas de cimento ou de madeira, pode-se
utilizar a seguinte técnica: secar as paredes pela queima de álcool derramado sobre
elas; pincelar as paredes quentes, repetidas vezes, com uma brocha embebida em
impermeabilizante quente, até que não haja mais absorção.
Como impermeabilizante para dornas de madeira, alguns materiais utilizados
são os seguintes: parafina fundida, óleo de linhaça, os dois anteriores misturados e
vernizes. Outra mistura também utilizada é a seguinte:
4,0 kg de Breu
1,5 kg de goma-laca
2,0 litros de Terebintina
16,0 litros de álcool a 95ºGL
Para as dornas de cimento, usa-se: óleo de algodão ou de linhaça, ou parafina
fundida.
As demais informações sobre instalações elétricas e hidráulicas, além de
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no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
8. Equipamentos
Os equipamentos necessários para as operações deste empreendimento são
relacionados a seguir. Todos podem ser adquiridos no mercado interno, e informações
sobre fornecedores potenciais estão disponíveis em algumas das bases de dados
listadas.
Apresenta-se um croqui com os equipamentos representados por códigos para
serem identificadas na listagem e descrição dos equipamentos na tabela apresentada
na seqüência.
E1 Engenho
Tem a finalidade de moer a cana e extrair o caldo. Modelo 14 x 20
polegadas, com 1 (um) terno, moagem de 4.500 kg/hora, extração de
3.300 litros/hora, utilizando um motor de 30 HP.
E2 Tanque de decantação
Com capacidade de 1.000 litros, provido de telas. O caldo é filtrado e
decantado para a retirada de impurezas, como bagacilho e terra. Com
dimensões aproximadas de 0,5 m de altura, 1,5 m de comprimento e
1,5 m de largura.
E3 Dorna de ferro
Serão necessárias 27 dornas, ou correspondente a nove dornas por
alambique. Com capacidade de 2.200 litros, as dornas devem ser
cilíndricas com dimensão aproximada de 1,30m de diâmetro e 1,65 de
altura, ser construída em chapa de 1/8" de aço-carbono e com pintura
anti-corrosiva. Deverão apoiar-se em suportes que as afastem cerca
de 80 cm do solo.
E4 Alambique
São aparelhos descontínuos, onde ocorre a destilação do vinho.
Serão utilizados 3 (três) alambiques com capacidade total de 2.000
litros e capacidade útil de 1.500 litros. Alambique em cobre, modelo
coluna com serpentina, defragmador e abafador. Material empregado
com chapa de 2,10 mm. Acompanhado com pré-aquecedor e
resfriador de cobre.
E5 Filtro de carvão
Equipamento optativo que tem a finalidade de reduzir a concentração
de cobre da aguardente. É disposto logo após o tanque de
homogeneização e antes dos tanques de repouso e tonéis de
envelhecimento.
E10 Envasadora
Enchedora de garrafas manual, por gravidade, fabricada em aço
inoxidável. Produção média diária de 3.000 unidades. Dimensões:
altura de 50 cm; comprimento de 50 cm e largura de 65 cm.
--- Caldeira
Produção de vapor para a alimentação do alambique. Caldeira
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido
no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
9. BIBLIOGRAFIA
HART, F.L. & FISHER, H.J. 1971. Analisis moderno de los alimentos. Editorial
Acribia. Zaragoza, España. 619p.
KRAMER, A. & TWIGG, B. A. 1970. Quality control for the food industry. 3rd.
Edition. Volume 1 - Fundamentals. The AVI Publishing Co., Westport, Conn.
556p.
LEME Jr., J. & BORGES, J.M. Açúcar de cana. Viçosa, Imprensa Universitária, UFV.
1965. 328p.
LOURES, E.G. 1983. Produção de composto no meio rural. 3a. Ed. Conselho de
Extensão. Universidade Federal de Viçosa, Informe Técnico no. 17. 12p.
SILVEIRA, A.H. Produtos da cana. 2a. Ed. São Paulo, Melhoramentos, s.d. 31p.
VALSECHI, O. 1960. Aguardente de cana de açúcar. 4ª. Ed. LivroCeres, São Paulo.
120p.
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido
no livro “Projetos de Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
10. ANEXOS
10.1. FORMAS DE PREPARO DE FERMENTO OU PÉ DE CUBA
Preparo do pé-de-cuba caipira
1) Em recipiente limpo, misturar farelo de arroz recentemente beneficiado (1 parte,
por exemplo, 10 kg), fubá de milho integral sadio (1 parte, 10 kg) e farinha de rosca ou
bolacha fresca (1/2 parte, 5 kg) com caldo de limão ou laranja, até formar uma pasta
"mole". Pode-se enriquecer com sulfato de amônia (500 g) e superfosfato simples (20
g). Pode-se utilizar uma mistura (meio a meio) do caldo de limão com caldo de cana,
a 16ºBrix.
2) Acondicionar a pasta em saco de algodão ou aniagem (bem limpo) e colocá-lo
em uma tina ou dorna pequena, prendendo-o ao fundo, e cobrir com caldo de cana
recém-colhida e de fácil fermentação. Este caldo deve estar com 12 a 14ºBrix e a uma
temperatura em torno de 28ºC, que deve ser mantida durante a formação do fermento,
15 a 20 horas.
3) Após este tempo e com o fermento ainda ativo, juntar 2 a 5 vezes o volume de
caldo, também com 12 a 14ºBrix e na mesma temperatura do fermento.
4) Novo repouso de cerca de 15 a 20 horas e nova adição de caldo diluído, nas
mesmas condições anteriores, até que o volume do pé corresponda à quinta parte do
caldo que irá fermentar:100 litros de pé-de-cuba para 500 litros de mosto, por exemplo.
Se o volume da tina se tornou insuficiente, pode-se utilizar a dorna de fermentação
para a multiplicação do fermento.
5) Não ocorrendo contaminação, um bom fermento pode ser reutilizado várias
vezes, até mesmo durante toda a safra. Entretanto, pode ser necessária a preparação
semanal (extremamente desaconselhável) ou mensal de novo pé, para substituir ou
reformar os existentes.
20 g de superfosfato de cálcio.
3) Deixar em repouso por 15 a 20 horas e adicionar novo caldo (mosto) para
multiplicação (dobro do volume atual) até que o volume de fermento atinja a pelo
menos de 1/8 a 1/5 do volume útil da dorna de fermentação. Por exemplo, para uma
dorna de 500 litros (volume útil), deve-se ter no mínimo 100 litros de fermento.
O
CH3-CH2-OH CH3-COOH
Bactérias
acéticas
10.4. Tabelas
43,6 43,2 42,8 42,4 42,0 41,6 41,2 40,8 40,4 40,0 39,6 39,2 38,8 38,4 38,0
44,6 44,2 44,8 44,4 43,0 42,6 42,2 41,8 41,4 41,0 40,6 40,2 39,8 39,4 39,0
45,5 45,2 44,8 44,4 44,0 43,6 43,2 42,8 42,4 42,0 41,6 41,2 40,8 40,4 40,0
46,5 46,2 45,8 45,4 45,0 44,6 44,3 43,8 43,4 43,1 42,7 42,3 41,9 41,5 41,1
47,5 47,2 46,8 46,4 46,0 45,6 45,2 44,8 44,5 44,1 43,7 43,3 42,9 42,5 42,1
48,5 48,1 47,8 47,4 47,0 46,6 46,2 45,8 45,4 45,1 44,7 44,3 43,9 43,5 43,1
49,5 49,1 48,8 48,4 48,0 47,6 47,2 46,9 46,5 46,1 45,7 45,2 44,9 44,6 44,2
50,5 50,1 49,8 49,4 49,0 48,6 48,3 47,9 47,5 47,1 46,7 46,4 46,0 45,6 45,2
51,5 51,1 50,7 50,4 50,0 49,6 49,3 48,9 48,5 48,1 47,7 47,4 47,0 46,6 46,2
52,5 52,1 51,7 51,4 51,0 50,6 50,3 49,9 49,5 49,1 48,8 48,4 48,0 47,6 47,2
53,5 53,1 52,7 52,4 52,0 51,6 51,3 50,9 50,5 50,1 49,8 49,4 49,0 48,6 48,2
54,5 54,1 53,7 53,4 53,0 52,6 52,3 51,9 51,5 51,2 50,8 50,4 50,0 49,7 49,3
55,4 55,1 54,7 54,4 54,0 53,6 53,3 52,9 52,5 52,2 51,8 51,4 51,0 50,7 50,3
56,4 56,1 55,7 55,4 55,0 54,6 54,3 53,9 53,5 53,2 52,8 52,4 52,0 51,7 51,3
57,4 57,1 56,7 56,4 56,0 55,6 55,3 54,9 54,5 54,2 53,8 53,4 53,0 52,7 52,3
58,4 58,1 57,7 57,4 57,0 56,6 56,3 55,9 55,5 55,2 54,8 54,4 54,0 53,7 53,3
59,4 59,1 58,7 58,4 58,0 57,6 57,3 56,9 56,5 56,2 55,8 55,4 55,0 54,7 54,3
60,4 60,1 59,7 59,4 59,0 58,6 58,3 58,0 57,6 57,2 56,9 56,5 56,1 55,8 55,4
61, 61,0 60,7 60,4 60,0 59,6 59,3 59,0 58, 58,9 57,9 57,5 57,2 56,8 56,5
(Fonte: Ribeiro, 1997)