Análise dos testamentos elaborados por mulheres – Registro da Provedoria de Goiás
N Elaborado Font Estado
Nome Observações º em: e Civil É natural da Cidade de Goiás, filha legítima de Francisco Fernandes Pinto e dona Maria Cardozo da Silveira (já falecidos). Foi casada a face da igreja com o capitão Aurélio Caetano da Costa Peixoto, por escritura de arroz (ou aras), mas desse matrimônio não gerou nenhum filho. Quando solteira teve um filho, tenente João 1823 – José da Silveira Pinto, que sempre viveu com ela e por isso seu único herdeiro. Nomeia por testamenteiros, Anna Joaquina da Silveira – legítima Falece em 1 144 viúva respectivamente, seu filho tenente João José da Silveira Pinto, o capitão José Francisco Hurtim e seu irmão – filho enquanto solteira* outubro de capitão Theotonio Jozé da Silveira Pinto. Declara que seu filho sabe os bens que possui, mas não cita nenhum. 1839 Diz não dever a ninguém. É irmã remida da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e irmã da Irmandade do Santíssimo Sacramento, mantendo os anuais pagos e atualizados. É tratada por “dona” pelas autoridades escrivão, tabelião e juiz. Faleceu em outubro de 1839 (cf. termo de abertura e aceitação). 2 Placida de Passos – natural * - filho 1826 – 182v solteira Declara que nasceu e foi batizada na cidade de Goiás, filha natural de Roza da Trindade de Passos (já falecida). enquanto solteira Falecida em s Diz que é solteira e, nesse estado, teve um filho chamado Filipe, que viera a falecer aos seis meses de vida, por 23 de março isso, não tem herdeiros ascendentes e nem descendentes. Institui seu irmão tenente Severiano Jozé de Passos de 1841 como herdeiro, depois de cumpridas suas disposições e pagas as suas dívidas. Nomeia por testamenteiros, respectivamente, o seu irmão tenente Severiano Jozé de Passos, Alexandre Cordeiro e Manoel Antonio de Oliveira. Solicita que se digam 20 missas por sua alma, 10 pela alma de sua mãe, 10 pela alma de João Ignácio Pacheco Rapozo (homem que diziam ser seu pai), 10 por tenção e almas de quem ela teve negócio – todas de esmola do costume –, 10 pelas almas de todos os seus parentes e padrinhos e 1 missa de corpo presente. Possui 3 casas (1 na Cidade de Goiás, onde mora o seu irmão, e 2 no Arraial de São Francisco de Assis de Anicuns; a casa onde mora deixa como patrimônio ao santo padroeiro do Arraial). Possui uma escrava chamada Efigênia Crioula arrestada (penhorada/alugada) por Joaquina de Oliveira, cujos valores estão registados em um título, sob seu poder. Possui 104 oitavas de ouro lavrado. Diz que mandará fazer um livro de 40 folhas, com capa de chita xadrez azul, numerado, rubricado e selado onde mandará escrever suas disposições de última vontade, seus débitos e seus créditos, legados que lhe ocorrerem, revogações, declarações de todos os seus bens – tudo que estiver nele escrito, declarado ou revogado se dará inteiro cumprimento. Pede para o escrivão, a seu rogo, assinar por ela, visto que não sabe ler nem escrever. Informações contidas no livro (codicilo) de Plácida de Passos, com 40 folhas rubricadas pelo juiz de fora Manoel Rodrigues Villares (disposições feitas provavelmente em 1841): declara que é senhora dos seguintes escravos: Efigênia, antes em arresto, agora vendida a ela, Catherina, Perpétua, Bárbara, Joaquim Congo (já falecido), Sebastianna, Timóthio, Francisca, Felisberta, Margarida, Sebastião – que já está alforriado. Determina que, por ocasião de sua morte, a escrava Perpétua será liberta. Reafirma que, após a sua morte, a casa onde mora ficará como patrimônio ao padroeiro do Arraial de Anicuns, São Francisco de Assis, e para o qual, a partir da data em que elabora o testamento, pagará o aluguel de 1$200 por mês e, para a Senhora da Conceição do Nazário e a Senhora do Rosário, pagará a cada uma $600, como espórtula (doação) anual, pelas graças recebidas. Destina, a título de doação, 12$000 à Senhora Santa Anna, padroeira da Cidade de Goiás; 12$000 à Senhora da Boa Morte; 1 almofariz, que pesa mais de meia arroba (entre 7,5kg e 10kg), para ser usado como sino na Capela de Nossa Senhora do Rosário. Possui, além das casas anteriormente mencionadas, mais 10 casas: 1 onde mora a escrava Efigênia, vizinha da de Anna Guedes; 1 perto da Igreja, parede com a de Felicianno Ferreira; 1 que pertenceu a Anna Fernandes, vizinha com a de Jozé de Mello; 1 meia água que foi de mãe Caetana; 1 que foi de Francisca de Paiva, próxima de onde ela mora atualmente; 1 casa, utilizada para o ofício de fundir ferro, que fica na rua do falecido Braz Martinho, vizinha da casa da falecida Florinda; 1 que comprou de Inocencio Martins, que fica na outra banda (do córrego); 1 que comprou de Joaquim Ferreira, perto da de Luiz Rodrigues; 1 que comprou de João Baptista, que fica na outra banda do córrego; 1 casinha velha, que pertenceu à Anna Vieira, que fica vizinha a sua tenda de ferreiro e ao pé de suas casas. Nomeia como segundo testamenteiro, porque o anterior morreu, o tenente Antônio da Costa Cordeiro e, como terceiro testamenteiro, o reverendíssimo vigário Filipe de Almeida Cardozo, porque o anterior (Manoel Antonio de Oliveira) mora muito distante do Arraial. Disposições em 16 de março de 1841: pediu a Ricardo França Quaresma que escrevesse todas as suas disposições de última vontade. Ao capitão Manoel do Nascimento Bueno, homem com o qual estabeleceu negócios ao longo da vida (provavelmente empréstimos em dinheiro: “em cumprimento de negócios e trato que tenho com o mesmo senhor e em recompensa de seu dinheiro que com elle tenho negociado e adiquirido athé a data prezente”) diz nada dever (“nada devo ao dito senhor Nascimento, por que ajustamos as nossas contas (...) e tudo quanto eu lhe devia paguei e nada lhe devo, nem por credito e nem valle e letra alguma etsetera”); deixa-lhe, como legado, os seguintes bens: 1 escrava de nome Barbara, com 1 filho de nome Antonio, e os demais filhos que produzir, para lhe servirem até o seu falecimento. Como condição, determina que o capitão Manoel do Nascimento Bueno não poderá vender, doar, negociar ou arrestar (penhorar) os escravos legados e, se algum dia se casar, não poderá utilizá-los como dote. Estabelece que os escravos ficam sob as condições dadas pelo capitão e que, quando ele morrer, ficarão gozarão as suas liberdades, que não poderá ser impedida por algum herdeiro do capitão, isto é, não poderão ser objeto de herança ou embaraço. Caso o capitão Manoel do Nascimento Bueno não cumpra as exigências impostas por Placida, os escravos doados sairão de sua presença e ficaram libertos. Deixa mais 1 escrava, chamada Felisberta Crioula, ao capitão Manoel do Nascimento Bueno, que deverá servi-lo até a sua morte, ocasião em que estará liberta. Felisberta gozará dos mesmos “benefícios” que a escrava Barbara e seu filho. Assevera que a filha da escrava Felisberta, chamada Maria, é forra por carta (escrita) durante a sua vida e a da do capitão Manoel e, quando ambos morrerem, que Felisberta goze de liberdade e fique em companhia de sua filha Maria. Deixa 1 escrava de nome Margarida Cabra ou Mestiça para servir ao capitão Manoel Nascimento Bueno, sem condição alguma, podendo o mesmo senhor fazer o que bem entender com ela. Outros bens legados ao capitão Manoel do Nascimento Bueno: 1 oratório de vidraça, 1 copo de prata com corrente, 1 faca com cabo e bainha de prata, 1 bacia grande de cobre, 1 tacho de cobre que pesa 8 libras (3,628kg), 1 Castiçal de metal amarelo, 1 (caixa) frasqueira de vidros, 1 corrente de ferro e 1 viramundo, 1 par de caixas es(ilegível)radas de solla, 1 chocolateira pequena de cobre, 1 cama de vento com armação e cortinados, 1 coberta de damasco (tecido de grande qualidade, geralmente, seda, mas pode ser algodão ou linho), 1 coberta “dita de Bastilha”, 6 lençóis, 4 toalhas, 2 garrafões, 100 garrafas, 2 frascos grandes, 24 pires e 24 pratos, 2 copos de vidro para beber água, 2 tigelas com tampa, 1 bule, 4 colherezinhas de chá de prata, 1 colher de tirar açúcar, 1 almofariz pequeno, 1 bandeja grande, 1 bandeja pequena. Disposições em 19 de março de 1841: deixa a casa que comprou de Joaquim Ferreira, vizinha da de Luiz Rodrigues e da Igreja, ao capitão Manoel do Nascimento Bueno, assim como cama, mesa e banho que nela existirem. Outra relação de bens: 1 alambique de meia arroba (entre 7,5kg e 10kg), 1 bacia de lavar pés de 15 libras (6,803kg), 1 chocolateira de cobre, 3 candeeiros de metal amarelo, 11 tachos (novos e velhos, grandes e pequenos), 1 caçarola de cobre, 2 caçarolas de ferro, 4 ferros de engomar, 4 pratos grandes de estanho, e pratos pequenos de estanho, 3 almofarizes pequenos, 4 machados, 2 almocafres (tipo de enxada usada na mineração), 2 ferros de estrangeiros (?) de retalhar carne, 1 caldeirão de cobre, 16 (?) alavancas pequenas e 1 alavanca de remendar tacho, 7 (ilegível) velhas e novas, 1 tenda de ferreiro com 2 bigornas e 1 torno, 1 tenda de ourives, 1 copo de prata, 1 salva de prata, 1 colher de prata grande para tirar sopa, 9 garfos de prata, 7 colheres de prata, 2 pares das ditas colheres que estão empenhadas, 9 colheres de chá de prata pequenas, 2 colheres de prata de tirar açúcar, 1 par de esporas de prata feminino, 8 facas com cabo de prata (2 pequenas e 6 grandes), 4 facas de cabo preto com anéis de prata, 2 pratos travessos bem fundos de beira azul, 1 prato travesso raso de beira azul, 1 prato travesso branco, 1 prato redondo com flores azuis, 2 terrinas (sopeiras) grandes, 1 terrina azul pequena, 1 terrina amarela, 4 pratos travessos pequenos, 3 terrinas pintadas, 1 terrina com tampa de prato branco, 1 tigela acanoada, 5 terrinas mais, 4 dúzias e 7 (55) pratos, 1 dúzia e meia (18) de pares de xícaras pintadas, 1 dúzia (12) de pares de xícaras de toda sorte, 1 dúzia (12) de xícaras brancas, 4 cafeteiras pequenas, 5 bules, 8 canecas pintadas e brancas. Dívidas por créditos, bilhetes e em rol da relação: a) soma o seu total salvo erro em 234$220 (provenientes de duas caixas de fazendas secas finas e ordinárias). Disposições em 20 de março de 1841: deixa como herança, ao seu irmão tenente Severiano Jozé de Passos, 1 escrava de nome Francisca Cabra e os bens que restarem depois de cumpridas as suas disposições de dádivas, deixas e quartamentos (coartamentos) e cartas de liberdade. O crédito que possui com o padre Filippe de Almeida Cardozo será pago através de missas que dirá em favor de sua vida e, após o seu falecimento, em favor de sua alma. A cada missa dita se dará certidão que será usada para abater do valor devido (18 de março de 1841). Deixa como legado a escrava Catherina o valor de 200$000, a título de quartamento, que deverá ser pago aos testamenteiros no prazo de 4 anos (prorrogável por mais 1). Uma vez o débito quitado, dentro do prazo estabelecido, os testamenteiros deverão passar-lhe carta de alforria. Deixa ainda a Catherina a casa onde está a tenda de ferreiro, com o quarto atrás, 2 tachos, 1 meão de remendo ao fundo com o outro pequeno e quantia de 12$000 que irá “trabalhando e pagando para o Protector da Igreja de Nossa Senhora do Rozario”. Deixa ainda mais, 1 gancho e 1 balança, 1 mesa, 1 caixa e 1 roda de fiar (18 de março de 1841). Deixa como legado a escrava Efigênia Crioula o valor de 40$000, a título de quartamento, que deverá ser pago aos testamenteiros no prazo de 4 anos (prorrogável por mais 1). Uma vez o débito quitado, dentro do prazo estabelecido, os testamenteiros deverão passar-lhe carta de alforria. Deixa a ela ainda a casa que comprou de Mãe Caetana, e a quantia de 4$000, com a condição de “trabalhando e pagando para o Protector da Igreja de Nossa Senhora do Rozario” (18 de março de 1841). Deixa a escrava Perpetua, após a sua morte, a carta de alforria e a casa que comprou de Anna Vieira “que parte com a tenda de ferreiro esta deixo e dou de minha livre vontade sem coação alguma”. Deixa ainda à Perpetua, 1 escaroçador e 1 roda de fiar (18 de março de 1841). Deixa para o escravo Thimotheo, após a sua morte, a alforria e a casinha ao fundo de onde ela mora, “senzala onde o mesmo escravo hé morador” (18 de março de 1841). Deixa a casa que comprou de Innocencio Martins de Moraes, que fica na outra banda do córrego, a Anna e Maria, filhas de Aleixo Cutrim, como dote quando forem casar e mais 2 camas de catre (19 de março de 1841). Deixa a casa que comprou de Anna Fernandes, que fica ao lado da Igreja, próxima à casa de Joze Fernandes, a Francisca de Passos e José de Passos, para ambos morarem, assim como os móveis que lá existirem (19 de março de 1841). Declara possuir 12 capotes de diversas qualidades e, ao morrer, os testamenteiros deverão entregar às seguintes pessoas: 1 capote de baitão cinzento para Luzia, filha de Aleixo Cutrim; 1 capote vermelho para Maria, filha de Aleixo Cutrim; 1 capote de pano roxo para Anna, mulher de Aleixo Cutrim (deixa ainda 1 almofariz, 1 gancho, 1 balança, 2 caixas com roupas, 1 cama e 1 mesa); 1 capote “escorcêz” (talvez escocês) para Claudina, filha do falecido Damião Vieira; 1 capote de bacta (talvez bata) rosa para a neta da falecida Maria Joana e filha de Joaquim Branco, que casou a pouco tempo; 1 capote em cor (ilegível) para a filha de Maria da Rocha; 1 capote de bata, bem pequeninho, para a filha de Joaquina (ilegível); 1 capote de pano azul para Francisca de Passos (22 de março de 1841); Despacho para o cumprimento em 23 de abril de 1841. 3 Thereza Gomes da Silva – preta forra 1828 – 73vs solteira Declara que é preta, da nação mina, batizada na Arraial de Santa Luzia, escrava de Caethana Thereza e, depois, – desconhece a filiação – não possui Faleceu em 4 de Domingos Gomes, que lhe passou carta de liberdade. Diz ser solteira e sem filhos para serem herdeiros de filhos de dezembro seus bens. É sua vontade, caso faleça em Goiás, que seja enterrada na Capela de São Benedito pela Irmandade de 1830 de mesmo nome. Nomeia, como testamenteiros, respectivamente, o sargento de linha Damião da Rocha (em Goiás – em segundo lugar Joze dos Santos Innocentes Britto), o senhor Francisco Lopes (no Arraial de Meia Ponte) e o senhor Joze Pereira de Mello (Arraial de Santa Luzia). Diz possuir dívidas com algumas pessoas e pede aos testamenteiros a avaliarem se são verdadeiras antes de pagá-las. Possui 1 casa no Arraial de Santa Luzia, cuja posse está com o senhor Jozé Pereira de Mello, conforme cartas de recomendação. Possui 1 escravo chamado Jacinto, comprado de Antonio dos Reis, restando apenas os juros. Solicita ao testamenteiro que mande dizer 30 missas da esmola do costume (por sua alma, corpo presente?). Deixa como esmola para a Senhora do Rosário e para a Senhora da Conceição 4$800 cada. Possui algumas cabeças de gado vacum criadas na fazenda do falecido Joze da Rocha e o vaqueiro se chama Joze Alvares. Estabelece, como suas herdeiras, Candida (filha de Gabriel Rodrigues) e Florencia (filha do falecido Gracer da Passagem). Ela pediu para que o tenente Ignacio Joaquim da Silva escrevesse o testamento, conforme lhe ia ditando, e que o assinasse a seu rogo, visto que não sabe ler nem escrever. Possuía 1 sítio no termo da cidade de Goiás. Diz que nasceu no Arraial das Candeias, Província de Minas Gerais, sendo filha legítima de Antonio Correa de Gusmão e Margarida Rodrigues de Jesus (ambos falecidos). Declara que se casou com o capitão Joze Maximianno da Rocha e, que passado algum tempo, seu marido se retirou para o Rio de Janeiro e ela voltou para a casa dos pais. Diz que seu marido voltou do Rio de Janeiro, após seu sogro morrer, e trouxe consigo uma amante e mandou que ela (Maria Severina) voltasse a morar com ele. Ela permaneceu na companhia do marido e sua amante até “que elle a recadou, e dispos toda herança de seu Pai” e, decidiu voltar para o Rio de Janeiro, levando-a, mas como ela imaginava que ele também levaria a amante, não quis acompanhá-lo. Ele então partiu para o Rio de Janeiro com a amante e ela retornou, grávida, para a casa dos pais. Deu a luz a uma menina, que chamou de Constancia Fidelissima da Rocha, a qual criou até os nove anos, em sua casa, com o suor de suas mãos, por não ter deixado o seu marido “couza alguma que podesse valer”. Declara que migrou do Arraial de Candeias (MG) para o Arraial de Anicuns (GO) e, depois, para o Arraial de Nossa Senhora da Abadia do Curralinho, distrito de Goiás, onde se acha arranchada com alguns escravos que foram comprados com os rendimentos de sua lavoura. Declara que casou a sua filha com Joze Manoel da Cunha e que, antes de falecer, gerou dois filhos, Onoria Cunha Abreu (que vive em sua companhia) e Francelino Joze da Cunha Abreu (que o genro preferiu deixar em São Paulo por conta da pouca Maria Severina do Espírito Santo – 1829 – Casada (foi idade). Maria Severina deve ao genro a quantia de 1000 oitavas de ouro (1:200$000 – é uma quantia muito legítima – possui filhos – casada e Faleceu em 2 abandonada 4 61vs alta), que lhe foram emprestadas para empreender o seu negócio (a roça, compra de escravos, talvez abandonada – 40 oitavas de ouro a de novembro pelo ferramentas e insumos e outras coisas mais das quais não lhe passou clareza), e que saldará essa dívida com a serem distribuídas entre os pobres. de 1830 marido) cessão da propriedade de escravos (Brizida Cabra, Manoel João Crioulo, Adão Pardo, Thereza Mina), animais e trastes (faz a ressalva que tudo que possui não satisfaz a quantia devida e já antecipa a cessão dos escravos). Institui por seus legítimos herdeiros os dois netos, deixando o genro como responsável pela entrega da herança (curador). Testamenteiros: o genro, Joze Manoel da Cunha, e Manoel Lopes de Abreu. Diz que o genro tem toda a competência para pagar as dívidas, pois sabe de todas elas, com liberdade para dispor dos seus bens da maneira que melhor lhe parecer. Pede para ser enterrada na Igreja Matriz, 8 missas de corpo presente e que se distribua 40 oitavas de ouro (48$000) aos pobres (4 vinténs para cada um – considerando 1 vintém valia 37,5 réis, cada beneficiário receberia, então, $150). Concede a liberdade ao escravo Antonio Crioulo, “pelo muito amor que lhe tenho, em razão de o ter criado”. Deixa como legado a Manoel Lopes de Abreu e suas irmãs, Anna Ferreira de Abreu e Maria Joaquina Ferreira, o sítio, bem como os utensílios que nele se encontrar, e a metade da casa que é proprietária na cidade, situada atrás da cadeia, em razão de a terem servido há muito tempo, sempre com muito amor. Diz que recebeu por herança, após a morte de seu pai, 2 escravos (Pedro Crioulo e um mulatinho que ignora o nome), 200$000, partes de uma terra de lavouras que valem mais de 800$000, que seu marido (que a abandonou) passou procuração, arrecadou e tomou para si a herança, sem lhe participar coisa alguma do montante (relação com a lei de veleano). O tabelião a trata por “dona”. 5 Ana Maria da Anunciação 1830 – 67vs Solteira Declara que nasceu na cidade de São Paulo, filha natural de Joanna Maria da Anunciação (já falecida). É Faleceu em solteira e não possui filhos e, por isso, institui como herdeira a sua sobrinha, afilhada e comadre, Donna Anna 15 de Maria de Souza Portella (viúva de Francisco Gonçalves Portella). Pede que seus testamenteiros sejam a sua novembro de sobrinha, Donna Anna Maria de Souza Portella, Antonio Joze de Artiaga e, por fim, a sobrinha Donna Maria 1830 Barbara de Souza Portella e seu marido (capitão) Joze Franscisco Hurtim (provavelmente o mesmo testamenteiro de Anna Joaquina da Silveira). Deixa como legado à Nossa Senhora da Lapa, como pagamento de promessa pelas graças recebidas, parte de sua casa (alguns cômodos que os responsáveis pela instituição deveriam adequar, para poderem alugar e, com os rendimentos, aplicar em benefício da Santa – sugere que seja colocada uma porta principal na sala), que fica no Beco da Lapa (1 sala, 2 alcovas [quartos, 1 que a janela dá para a sala e 1 que a janela dá para a rua], não tem acesso ao quintal, porque este pertence a herdeira, que ficou com os outros cômodos da casa. Declara que possui um escravo de nome Placido, filho de sua escrava Jacinta, a qual alforriou pelos bons serviços prestados. A escrava solicitou licença à Ana Maria da Anunciação para ir à Anicuns e lá vender as suas quitandas, pois com o valor arrecadado pretendia comprar a liberdade de seu filho. Conseguiu juntar o valor de 52 oitavas (62$400) de 100 (120$000), entretanto faleceu. A testadora prometeu conceder a alforria a Placido se ele completar a quantia que falta para as 100 oitavas. Se porventura ele pagar qualquer quantia, a testadora passará recibos confirmando as quantias depositadas, que a sua herdeira e testamenteira deverá observar, assim como deverá passar coartamento ou licença ao dito escravo (provavelmente para desenvolver seu próprio negócio e pagar a sua liberdade), e que se o mesmo pagar o que ficar devendo, deverá ela passar a sua carta de liberdade. Possui também, em sua companhia, a Lucinda, uma “rapariga mulatinha”, filha da escrava Jacinta, a qual mandou batizar como forra e, caso haja dúvida sobre essa questão, ela reafirma no testamento. Deixa como herança a sua herdeira e sobrinha, o escravo Benedito, que deverá servi-la por 10 anos (se após esse tempo, a herdeira constatar que o mesmo tem bom comportamento e capacidade de reger por si mesmo, ela deverá passar título de liberdade a ele. Caso contrário, ele deverá servi-la por mais 8 anos e após esse período [18 anos], receberá a liberdade). Cria um menino chamado João Pedro, “por esmola”, como se fosse seu filho (provavelmente exposto) e pede para que sua herdeira cuide de seu sustento e educação dele, após a sua morte. É irmã remida nas irmandades do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Lapa (nesta foi juíza por 3 vezes e aí quer ser sepultada). Pede a testamenteira que mande-lhe dizer 2 missas de corpo presente e mais 4 missas da esmola do costume (não pede mais porque já solicitou muitas missas em favor de sua alma, em vida). Deixa como herança a sua sobrinha, um oratório com as imagens do Senhor Crucificado, Nossa Senhora da Lapa, Santa Anna e entre outras, que está sobre uma cômoda de 3 gavetas. Deixa uma frasqueira de madeira nua para o João Pedro, o garoto que cria por “esmola”, para que possa guardar as suas roupas. O tabelião a trata por “Donna”. Ela sabe ler e escrever, assina o próprio nome. Preta forra, nascida na Costa da Mina e batizada no Arraial de Nossa Senhora do Pillar de Ouro Fino. Não informa/desconhece o tipo de filiação, desconhece quem são seus pais, mas sabe que são africanos da Guiné. Foi cativa de Tomé (ou Thomé) Ferreira Pacheco, sendo por ele liberta gratuitamente. É solteira e não tem herdeiro ascendentes nem descendentes, por isso institui como herdeira a sua “cria” Maria Ferreira Pacheco. Seus testamenteiros são Joaquim Pereira dos Santos, Sargento-mor Manoel Francisco Ferreira e capitão 6 Angélica Ferreira Pacheco – 1830 23 Solteira Domingos José Dantas de Amorim. Pertence às irmandades Casa Santa (deve duas oitavas) e Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (onde foi rainha e deve, mas não informa quanto deve). Solicita 6 missas pela sua alma da esmola do costume. Deve 40 oitavas de ouro para o primeiro testamenteiro (48$000), com as quais o mesmo a auxiliou no tratamento da doença. Possuiu 4 escravos (Marcella Angella, Anna Cabra, João Cabra e Maria Crioula), há muito alforriados. Deixa o escravo Germano Crioulo ao testamenteiro, “para do seu produto” pagar a dívida (40 oitavas). Possui uma casa e insignificantes trastes de uso diário. 7 Hylaria Martins Braga – natural Elaborado 32vs Solteira Declara que é nascida na Cidade de Goiás, que é filha natural legitimada de Gervásio Martins Braga e Julianna legitimada – forra – filhos enquanto em 17 de de Velasco – preta mina –, ambos já falecidos. Diz que é solteira e nesse estado gerou 4 filhos: Joaquim solteira – emprestou dinheiro ao filho junho de Pereira de Vellasco (já falecido), (sargento de linha) Bazilio Martins Braga, Antonio Joze Martins Braga, após arrestar o escravo 1830 – Maria Joaquina de Vellasco da Conceição. Institui como herdeiros os 3 filhos vivos, que residem e vivem por Faleceu em si mesmo, tratando de seus negócios, na cidade de Goiás. Declara como seus testamenteiros os seus filhos, 25 de junho respectivamente, (sargento de linha) Bazilio Martins Braga, Antonio Joze Martins Braga, Maria Joaquina de de 1830 Vellasco da Conceição. Diz que seus únicos bens são 2 escravos crioulos de nomes Jorge e Manuel. Ela diz também que quando seu filho Antonio precisou de “algum dinheiro” para os seus “arranjos”, arrestou (penhorou) o escravo Manoel ao alferes João Joze de Souza e Azevedo, “pela quantia que consta do papel de arresto”. Como o dinheiro fora todo para o seu filho Antonio, o mesmo ficou responsável de satisfazer a penhora, para que o escravo Manoel fosse devolvido a ela, sua proprietária. Caso faleça antes de seu filho saldar a penhora, determina que Antonio não fica livre da dívida, devendo quitar os valores da penhora (arresto). Com a dívida paga, o escravo Manoel será a herança de seus dois filhos, Bazilio e Antonio, e. caso, apenas queira ser dono do mesmo, deverá pagar a parte do outro. O escravo Jorge deixa a sua filha Maria Joaquina. Esse arranjo da disposição da herança, conforme diz, foi previamente acertado entre ela e os filhos, que ao final assinam o testamento, com exceção de Antonio, que partiu para o Rio de Janeiro. Solicita que os filhos, ao final de suas vidas, libertem os escravos caso fizessem por merecer. Declara que pertence à Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, da qual já foi juíza e onde quer ser enterrada. Não estabelece um número de missas por sua alma (algumas missas por esmolas) e pede que seus filhos paguem o que ela estiver devendo à irmandade. Seu testamenteiro e herdeiro sargento de linha Bazilio Martins Braga, mora no largo do Chafariz, em casa vizinha ao quartel da Tropa de Linha. Relata que nasceu na cidade de Goiás, filha natural de Thereza Parda (falecida há anos), escrava de Donna Maria Viajante da Silva. É viúva de Geraldo de Azevedo (ele morreu em 23 de maio de 1831 e a deixou como testamenteira) e desse matrimônio não gerou filhos, nem na época que era solteira. Declara que foi escrava de Donna Belizaria Esmeria Xavier da qual se libertou antes de se casar. Deixa como herdeiros o seu irmão Manoel da Silva e seu afilhado Manoel João Evangelista (ao qual deixa a sua terça como herança, como pagamento pelos auxílios que lhe tem dado). Pede que eles sejam seus testamenteiros, em primeiro lugar, o Elaborado afilhado Manoel João Evangelista (mora na casa da testadora, que fica na rua do oratório de Nossa Senhora das em 9 de Dores, no jogo da bola), por este estar a par dos negócios que empreende e da testamentaria de seu marido Jacinta Xavier da Silva – preta forra – julho de Geraldo de Azevedo, a qual a prestação de conta lhe preocupa. É membro da Irmandade de São Benedito do 8 foi casada com Geraldo de Azevedo 1831 – 90vs Viúva Carmo, onde quer ser sepultada, e diz estar devendo 1 oitava. Pede que digam 1 missa de corpo presente pela Curdovil – filha natural Faleceu em sua alma, ao preço de 1 oitava e mais 2 missas da esmola do costume (meia oitava). Caso o sacerdote não 11 de julho queira dizer a missa de corpo presente, pelo preço que está disposta a pagar, ela autoriza o testamenteiro a de 1831 mandar dizer 3 missas da esmola do costume (meia oitava). Declara que não deve nada a ninguém, com exceção da Irmandade de São Benedito do Carmo. Na testamentaria de Geraldo Azevedo Corduvil, seu marido, ela configura como herdeira da casa e que, por seu falecimento, deverá dispor da metade do valor da mesma como bem lhe parecer, mas o valor da outra metade deverá ser revertida em favor de Patornilha Teixeira, filha de Ritha Crioula, cuja dona foi Martha Teixeira, e aplicado em missas pela alma do marido e de sua mãe (em números iguais), para desencargo de sua consciência. Geraldo de Azevedo Corduvil é filho natural de Maria dos Prazeres e de pai incógnito. 9 Florencia Vieira do Nascimento 1834 – 119 viúva Diz que nasceu na Cidade de Goiás, filha natural de Rita Maria do Nascimento (já falecida), que foi casada Faleceu em 3 com Silvestre de Moraes Cabral, de cujo matrimônio gerou um filho de nome Joze, mas que o mesmo veio a de setembro falecer pouco tempo depois de batizado. Após essa perda, eles não tiveram filhos e ela também não teve, nem de 1834 após a morte do marido, nem quando era solteira. Estabelece como seus testamenteiros, respectivamente, o sargento-mor Manoel Francisco Ferreira, Domingas Maria de Souza (mãe do sargento-mor) e seu sobrinho Luiz da Costa Santos. É interessante ela dizer que não tem ascendentes e descendentes que possam herdar o seu patrimônio, que fora adquirido “só” por ela e seu falecido marido. Institui por seus herdeiros os sobrinhos Luiz da Costa Santos (filho de sua falecida irmã Maria Escolástica), Maria da Trindade e Sebastianna Maria do Nascimento (filhas de seu falecido irmão Francisco de Paula), e Delfina (segunda sobrinha, filha de Sebastianna). Deixa como esmola aos demais “segundos sobrinhos” (Nicolao, Antonio, Jaudo, Pedro e Manoel), todos filhos de Sebastianna, a quantia de 24$000, por serem todos por ela criados. Deixa ainda para Delfina todas as suas roupas em razão de a mesma sempre a ter ajudado com amor e obediência. Esclarece que a casa que fica na rua Rocha Gomes não pertence a sua herança, mas sim aos seus sobrinhos Manoel da Trindade e Sebastianna Maria do Nascimento, por serem da herança de seu pai (irmão da testadora) Francisco de Paula). Deixa 60$000 como legado ao seu afilhado Florencio, filho legitimo de Innocencio Ferreira do Rio e Dona Maria Caetana. É membro da Irmandade de São Benedito do Carmo, da qual foi juíza duas vezes, local onde quer ser sepultada, que mantém pagos e atualizados as joias e anuais, diz que o testamenteiro deve exigir a certidão das missas a que tem direito e pagar as que ela, porventura, dever. O testamenteiro solicitará 20 missas de esmola (do costume) de meia oitava, 4 missas de corpo presente de esmola de 1 oitava, 20 missas pela alma de seu marido, 20 missas pelas almas de seus escravos, 20 missas pelas almas do purgatório. Declara que não possui dívidas. Seus bens são os seguintes: 3 escravos (o restante não foi arrolado). É tratada como donna pelo tabelião. Declara que nasceu na Cidade de Goiás, filha legítima de Manoel dos Santos Souza e Dona Veronica de Almeida (já falecidos). Declara que sempre foi solteira e nunca teve filhos, porque optou por sempre viver no “estado de onestidade". Diz que nada herdou de seu pai, que seu padrinho Manoel Gomes Rabello lhe deu uma escrava chamada Margarida Crioula (já falecida), que lhe gerou Silicia Crioula, que vendeu e com o dinheiro dessa venda comprou (por arrematação no Juízo de Ausentes em execução contra Dona Joana Pereira Guimaraens) duas escravas: Sabina e sua filha Maria mulatinha. Possui 3 de julho de um caixilho de ouro com cordão de trancelim com o peso de 30 oitavas (36$000), 1 cruz de ouro com peso de 1834 – 2 oitavas (2$400) e um botão de ouro com peso de 3 oitavas (3$600) – conquistados com o suor de seu 10 Maria Eufrasia dos Santos Faleceu em 122 solteira trabalho. Institui sua sobrinha por sua herdeira e testamenteira a dona Rita Xavier de Barros Brandão, 26 de julho justificando a nomeação por ser ela sua afilhada e por ter a testadora a criado, como se fosse sua filha. Por de 1834 segundo testamenteiro, seu irmão Francisco dos Santos Souza e por terceiro testamenteiro seu sobrinho, o padre Joze Joaquim Xavier de Barros. Que a testamenteira mande dizer em favor da sua alma: 4 missas de corpo presente no valor de 1 oitava cada. Mais 20 missas da esmola do costume ($600): 10 pela sua alma, 5 pela alma do pai, 5 pela da mãe, 2 pelas almas do purgatório. Destina a sua escrava Sabina ao irmão Francisco dos Santos Souza, “unicamente enquanto este for vivo”, ele não poderá vender, penhorar ou alforriar a escrava, visto que após a sua morte, ela vai ser destinada à sua herdeira. Roga a sua herdeira que cuide do pai na sua velhice e no estado em que se encontra “de não poder ganhar dinheiro para a sua subsistência”. Declara que nasceu e batizou na cidade de Goiás, filha natural de Maria Joze de Souza (já falecida). Diz que sempre foi solteira e, nesse estado, gerou dois filhos que foram expostos na casa de sua mãe: o padre Joze Millitão Xavier, que atualmente mora com ela, e Joze Felix Pereira Duarte, que é ausente. Na testamentaria, ela os reconhece por legítimos, que sempre os reconheceu assim, apesar de eles terem sido expostos. Declara que os filhos são seus herdeiros. Institui por testamenteiros, respectivamente, o seu filho padre Joze Millitão Elaborado Antonia Maria Guedes – filha natural Xavier, o padre Manoel Camillo Pinto e Antonio Joze Artiaga. É membro da Irmandade de Almas, na catedral em 16 de – possui dois filhos que foram da cidade, onde pretende ser enterrada. Solicita que sejam ditas, em favor de sua alma, 3 missas de corpo agosto de criados como expostos na casa de sua 116v presente no valor de 1 oitava (1$200) cada uma, e mais 10 missas da esmola do costume ($600). Diz que há 11 1837 – solteira mãe (ambos são padres) – reconhece s muitos anos passou gratuitamente a carta de liberdade para as suas escravas Maria Parda e suas filhas Faleceu em os filhos como legítimos, sem Maximinianna e Belizária, com a condição de que elas vivessem em companhia de seu filho, o padre Jozé 30 de agosto embargo - Millitão Xavier, para terem a devida educação. O escravo Jozé pardo (também filho de Maria Parda) lega de 1837 como bem ao filho padre, para ser seu pajem, e que o liberte quando estiver na iminência de morrer ou se o senhor Joao Jozé da Silveira Pinto lhe pagar o valor correspondente pelo escravo ou que o troque por outro escravo que possa também ser pajem. Diz nada dever ao senhor Joao Jozé da Silveira Pinto e a ninguém. Diz que os demais bens que possui o seu filho, herdeiro e testamenteiro padre Jozé Millitão Xavier tem conhecimento. 12 Maria Magdalena da Encarnação – Elaborado 164 solteira Declara que nasceu no Arraial de São Domingos, filha natural de Faustina Alves e Joaquim Manoel de Passos, natural – sabe o nome do pai e da em 3 de ambos já falecidos. Diz que é solteira e que, nesse estado, teve 3 filhas: Anna Joanna (casada com Antonio mãe – deixou casas e uma escrava agosto de Alves), Maria Antonia (que vive em estado de solteira) e Antonia Vicencia (casada com João da Silveira), aos para as 3 filhas – deve 11$000 ao 1838 – quais institui por suas herdeiras. Os bens que possui se constituem em 1 casa deteriorada, mas que possui uma genro, quantia emprestada para o Faleceu em boa meia água, que se situa atrás da Igreja da Boa Morte, e 1 escrava chamada Feliciana Cabra. Reconhece que conserto das casas. 11 de agosto deve ao genro João da Silveira Borges a quantia de 11$000, emprestados a ela para o conserto da casa e que a de 1838 dívida deverá ser saldada com o valor de seus bens. Não deve a mais ninguém. Elege por testamenteiros, respectivamente, o genro João da Silveira Borges, o tenente João Joze da Silveira e o genro Antonio Alves. Solicita 1 missa de corpo presente e mais 5 da esmola ordinária (do costume – talvez $600). Pede ainda que se realize 1 missa da esmola ordinária em louvor ao Espírito Santo, pois é uma promessa que fez e, por falta de meios ($$$), não cumpriu. Diz ao tabelião que os títulos (escrituras) da casa onde mora estão em poder do falecido padre Luiz Bartholomeu Marques, bem como certidões de pagamento de missas solicitadas, papeis relativos a herança de seu pai e que o quartel-mestre (tenente, oficial encarregado do abastecimento do quartel) Joaquim Joze Marques (provavelmente filho do padre) deverá entregar tudo a seu testamenteiro e herdeiro. Não diz qual local pretende ser sepultada e nem a qual irmandade pertence. Ela relata que sofreu um grave acidente na factura de licor, onde veio a se queimar. É nascida na Cidade de Goiás, filha natural de Laurianna Ribeira de Faria, já falecida. Solteira, nunca se casou, e, nesse estado, gerou 3 filhos, mas apenas 2 estão vivas: Maria Amancia e Joanna Carolina de Vellasco e, conforme a sua lembrança, foram batizadas como expostas, mas todos sabem que são suas filhas e que as institui por legítimas herdeiras, habilitadas pelo testamento, independente de outra habilitação judicial. Seu filho Joaquim dos Santos, ao que Elaborou em parece é padre, e faleceu sem deixar filhos. Elege por testamenteiros, respectivamente, o seu irmão tenente 23 de Maria Izabel Pereira da Cunha – filha Ignacio Joaquim da Silva, sua filha Maria Amancia e a outra filha Joanna Carolina de Vellasco. Lega a alforria novembro de natural – dona de uma fábrica de licor gratuita ao seu escravo Firmino pardo. Deseja ser sepultada na Igreja Matriz e é irmã da Irmandade de São 1839 – 13 – solteira – 3 filhos – apenas 2 vivas 166 solteira Miguel e Almas. Manda dizer em favor de sua alma 2 missas de corpo presente, 6 da esmola do costume, 1 Faleceu em – 2 casas, inclusive no largo do pela alma de seus pais, 1 pelas almas do purgatório. Repartiu seus bens da seguinte forma: 1 casa, onde mora 27 de chafariz, alugada. atualmente, e 1 escravo (Eustáquio) para Joanna Carolina de Vellasco; 1 casa, no largo do chafariz, cujo novembro de inquilino é o capitão (de Dragões de Goiás, conforme 2678, AHU, cx. 46) Antonio Jose Dantas Barboza, e 1 1839 escravo (Malaquias) para Maria Amancia. 1 escrava (Maurícia) fica pertencendo a ambas e como é inviável que ela tenha duas senhoras, orienta às irmãs a solicitarem uma avaliação de dois homens “cordatos”, para a que quiser ser a única dona da escrava, pagar a metade do valor correspondente. Orienta ainda a que as duas irmãs resolvam os conflitos relacionados à partilha amigavelmente e irmãmente e que obedeçam ao tio, seu testamenteiro, “em tudo sigão seus ditames, e conselhos, que não deixarão de ser sempre em seus benefícios”. 14 Nicacia Ludovica de Jesus – legítima 4 de 189v solteira Nasceu na Cidade de Goiás, filha legítima de Antonio Loduvico de Carvalho e Thereza – solteira – filha com o governador fevereiro de s Maria de Jesus, ambos já falecidos. Sempre foi solteira e, nesse estado, gerou a sua filha Tristão da Cunha Menezes 1840 – Faleceu em Maria da Cunha e Menezes, que está em Lisboa, Portugal, em companhia do 23 de maio “excelentíssimo Tristão da Cunha Menezes”, de quem é filha legítima (ou legitimada?). de 1841 Institui por única herdeira a sua filha. Diz que ela foi casada com Sebastião Lopes Vi(?) de Albuquerque (já falecido) e lhe gerou 3 netos, que os institui por herdeiros na falta da mãe. Diz que possui uma procuração, passada por sua filha, para que os procuradores a representem na testamentaria e resolvam a questão da herança e esta procuração está registrada no Livro de Notas da cidade. Elege por seus testamenteiros, respectivamente, o “excellentíssimo” coronel Jozé Rodrigues Jardim (senador do Império), a “excellentissima” senhora dona Angela Loduvica de Almeida (sobrinha) e Ildefonso Loduvico de Almeida (sobrinho). Declara que é irmã da Irmandade do Santíssimo Sacramento e que também se assentou como irmã na Irmandade da Senhora da Boa Morte, “com a condição estipulada de dar a dita Irmandade sepultura para os meus escravos”, mas como o contrato não estava sendo cumprido, declarou ao tesoureiro da citada irmandade que se julgava desobrigada de a ela pertencer, que a riscassem do número dos irmãos, visto que lhe quebraram o contrato e que, desde então, se sentia isenta da dita irmandade. Deseja ser sepultada na Igreja Matriz, acompanhada do reverendo cura e 4 irmãos do Santíssimo Sacramento. Pede que sejam ditas 5 missas de corpo presente (no dia do seu falecimento ou no seguinte). Nos dias seguintes, que sejam ditas 50 missas por sua alma da esmola do costume ($600), que deverão ser solicitadas aos padres mais necessitados. Os bens que possui são os trastes do uso da casa, alguns de prata e cobre, cuja relação pretende deixar anexa (não deixou), uma casa sobrado onde reside e 9 escravos (Venancio Pedreiro, crioulo, Luterio Africano, Joaquim Africano, Quintino Crioulo, Daniel Crioulo, Damazia Crioulla, Rita Crioulla, Theodozio Crioullo, Juliao Crioullo). Estabelece que após o seu falecimento, a escrava Damazia ficará liberta, em razão dos muitos anos de bons serviços prestados e por ter gerado 8 “crias”. Ainda, após o seu falecimento, deverá o seu testamenteiro proceder com o coartamento do escravo Luterio em 200$000, determinando que invista e pague o dinheiro emprestado no prazo improrrogável de 1 ano, caso contrário, deverá ser chamado novamente ao cativeiro. Deseja que as duas pretas velhas que moram com ela, forras há muitos anos, tenham respeitadas as suas liberdades, após a sua morte. Deixa para alimentos (pensão) de seu irmão Joaquim Loduvico de Carvalho, que vive em sua companhia há muitos anos e que é cego e “desmemorado”, os rendimentos (jornais) do escravo Quintino Crioullo e que, só após o falecimento do irmão, é que tais rendimentos deverão ser repassados a sua herdeira. Declara que tem muito amor e carinho pela sobrinha Sofia Loduvica de Jesus, pelos muitos anos que a tem criado e pelos assíduos serviços que ela tem lhe prestado, que em diferentes épocas fez doações de pouca monta (dinheiro [talvez] constantes de escrituras) e dádivas dos trastes (constantes da relação que entregará) e solicita que os testamenteiros deixem essas coisas com a sobrinha e que ninguém a incomode por isso. Declara que não tem débitos e nem créditos a receber. É tratada por Dona. Há registros datado de 28 de Março de 1794, do pedido de medição para empossar-se judicialmente como sesmeira, a Sra. Nicácia Ludovica de Jesus, de 3 léguas de terras devolutas entre o ribeirão Ouvar e o rio Itapirapuan e ato de posse datado de 11 de abril de 1799 dando origem à Sesmaria do Uvá, doada pelo Rei de Portugal e confirmada depois em processo demarcatório, sendo umas das raras Sesmarias confirmadas por processo judicial, com limites e divisas certas, sem a existência de Registro Paroquial por conta disso ( http://nilsonalmir.blogspot.com/p/itapirapua-pedra-branca-do-poco-do.html).