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CULTIVO DE

CITROS

PROFa. DRa. PAULA DE MATTOS


ORIGEM

Regiões Subtropicais
e Tropicais da China
ao Japão, do Sudeste
da Ásia, incluindo
áreas do Leste da
Índia, Bangladesh,
Filipinas, Indonésia,
Austrália e África.
BREVE HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA ECONÔMICA MUNDIAL

 A primeira descrição sobre os citros aparece há 2000 a.C. na literatura chinesa, e podem
ter se originado no sudeste asiático.

 Espécies primárias (ancestrais): Citrus medica L. (cidra), C. maxima (Burm.) Osbeck


(toranja), C. reticulata Blanco (tangerina) e C. micranta Wester (papeda).

 BR: meados de 1530, através dos portugueses que enxergaram na laranja uma fonte de
vitamina C, nutriente que poderia atuar na luta contra o escorbuto e que estava
devastando as tripulações dos navios durante as grandes navegações.

 1800 - Surgimento da laranja Bahia ou de “umbigo”

 1873 – Riverside recebe 3 mudas da cultivar Bahia.


... BREVE HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA ECONÔMICA MUNDIAL

 BR maior produtor mundial, seguido pelos EUA.

 1927 – Primeiro esboço de classificação para exportação

 1939 – A laranja estava entre os 10 produtos destaques na exportações

 1940 – II Guerra Mundial – Pomares abandonados

 Renascimento- 1977 – Fundecitrus (Fundo de desenvolvimento da citricultura)

 1980 Brasil era detentor de mais de 1 milhão de plantas de laranja.

 70% da produção para suco


3,5 a 4,0 Kg de Suco concentrado

4,5 a 5,0 Kg de Ração animal (Bagaço)

1,0 a 1,2 Kg de Essência extraído do suco


1 CAIXA (40,8 KG) RENDIMENTO:

0,1 a 0,15 Kg de Óleo essencial a


partir da casca (perfumaria)

Fonte: Neves, 2012


89,3% Laranjas;
4,9% Limas/Limões e
5,8% Tangerinas

Brasil consumo per capita de 2 L/hab


EUA 18,5 L/hab – 2% consumo interno
PRODUÇÃO MUNDIAL
Quadro 1: Evolução anual da área plantada e da
quantidade produzida de laranja BR e RS–
2008-2018.

Fonte: IBGE/Produção Agrícola Municipal


Figura 2: Municípios gaúchos produtores de citros
Fonte: CTISM, adaptado de IBGE, 2011
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
CITRICULTURA
 Swingle, 1967
 Ordem: Geraniales
 Família: Rutaceae
 Gênero: Citrus (1)
Fortunella (2)
Poncirus (3)
CARACTERÍSTICAS

 Perenes

 Características mesofítica (cond. de t° e umidade mediana)

 Perenifólia (folhas perenes de 2 a 3 anos)

 Ciclo de desenvolvimento podendo variar de 6 a 16 meses

 Árvores ou arbustos

 Folhas novas na primavera

 3 fases de crescimento:

1. Crescimento radicular

2. Crescimento vegetativo

3. Maturação de ramos novo


... CARACTERÍSTICAS

 Folhas: largas, pouco espessas, com estômatos superficiais, ausência de pelos e cutícula fina.

 Sistema radicular pode atingir de 6 a 7m (limão cravo e laranja caipira)

 60% do sistema radicular se encontra a 30 cm da superfície.

 Flores completas tem de 5 a 6 pétalas, 1 pistilo e 20 estames.

 Alógamas

Folha jovem
Folha adulta
... CARACTERÍSTICAS

 Temperaturas ideais entre


22 e 33°C
 >40ºC e <13°C a taxa de
fotossíntese diminui (↓
produtividade)
MORFOLOGIA DO FRUTO
FLORESCIMENTO E MATURAÇÃO DOS FRUTOS

 Vegetação: final do outono e início do inverno

 Indução ou diferenciação floral: acontece durante a intensificação do frio e do estresse hídrico, as


gemas vegetativas se transformam em reprodutivas.
 Florescimento: entre o final do inverno e início da primavera

 Frutificação: a produção final é resultado da fixação floral de até 3% das flores produzidas.
VARIEDADES
... VARIEDADES
... VARIEDADES
... VARIEDADES
PORTA-ENXERTO

 90% limoeiro cravo

 Muitas sementes

 Resistente à seca

 Precocidade de produção

 Produção de mudas mais rápida

 Tolerância à tristeza dos citros


CLIMA
 Mais ameno, cerca de 1.200mm anuais de regime pluvial e bem distribuídos. De modo prático é
necessário de 120 mm a 150 mm/mês durante o verão (média de 4 mm/dia) e 60 mm a 90 mm
durante o inverno (média de 2 mm/dia a 3 mm/dia) (MAGALHÃES, 2005).
 Climas frios tem melhor coloração da casca e da polpa, teores mais altos de açúcares e acidez.

 Climas quentes os frutos são menos coloridos, porém de frutos mais doces, mas de paladar mais
pobre.

 Ventos: benefício para remoção das geadas e maléfico como vetor de doenças como o cancro
cítrico e pragas (instalar quebra-ventos).
 Solos: são plantas rústicas (adaptando-se diversas classes de solos), preferível que sejam
cultivados em locais com solo fértil, profundos e bem drenados. Desenvolvem-se melhor em solos
areno-argilosos, mas adapta-se a solos mais arenosos ou mais argilosos, sendo o porta-enxerto
um fator que auxilia nesta adaptação. Para esta cultura a calagem deve ser realizado com no
mínimo 3 antes do plantio das mudas (índice SMP para elevar o pH do solo a 6,0).
CLIMA
... CLIMA
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES QUANTO À
CLASSIFICAÇÃO
CITROS EM GERAL
1) LARANJEIRAS (DOCE, AZEDA)
 Laranjeiras doces (Citrus sinensis (L.) Osbeck)

a) Laranjeiras brancas, comuns ou do Mediterrâneo. Ex: Valência, Pêra, Salustiana.

b) Laranjeiras de umbigo: sem sementes, com frutos grande e boa concentração de suco. Ex: Bahia,
Baianinha, Monte Parnaso, Navelina, Navelate, Lane Late, Cara Cara.
c) Laranjeiras sem acidez: Ex: Piralima, Laranja Lima, Laranja do Céu.

d) Laranjeiras sanguíneas. Ex: Laranjeira Rubi, Laranjeira Moro, Laranjeira Maltesa.


... LARANJEIRAS (DOCE, AZEDA)

 Laranjeiras azedas (Citrus aurantium (L.)): não são cultivadas comercialmente em grandes áreas,
dada a preferência dos consumidores por frutos de baixa acidez e sabor adocicados. Alguns
cultivos esporádicos são encontrados em algumas regiões do RS, para consumo in natura ou para
formação de porta-enxertos.

a) Laranjeiras azedas comuns: utilizada como porta-enxerto em alguns Estados brasileiros.

b) Laranjeiras azedas adocicadas: Não encontrado exemplo de cultivares comerciais.

c) Laranjeiras azedas variantes: Utilizada como planta ornamental.


2) LIMOEIRO

 O limoeiro ou limoeiro verdadeiro (Citrus limon L. Burmann f.), também


denominado de lemon, pertence à família botânica Rutaceae. São
plantas vigorosas, com hábito de crescimento ereto, porém, os ramos
tendem a ficar pendentes, abrindo a copa. São plantas sensíveis a
Gomose (Phytophthora), por isso, a escolha do porta-enxerto adequado é
importante.
 Como exemplo podemos citar o limoeiro cultivar Fino (boa aptidão para
consumo in natura ou para produção de suco) e cultivar Siciliano.
3) LIMEIRA ÁCIDA
A limeira ácida (Citrus aurantifolia Swingle), também denominada de lime, é originária do sul da Índia. O BR é um
grande produtor e consumidor de lima ácida, cerca de 89% da produção nacional é destinado ao consumo interno, 7%
para processamento e 4% para exportação.

a) Tahiti – é a cultivar mais explorada economicamente no Brasil devido


a qualidade dos frutos e alta produção, podendo chegar até 200
kg/planta. Os frutos são muito apreciados para produção de sucos e
não possuem semente. SP é o > produtor nacional, além da lima
Tahiti, são cultivados alguns clones desta, como o ‘IAC-5’ ou
‘Peruano’, ‘BRS Passos’, ‘Bearss’, ‘Persian 58’, ‘CNPMF-1’ e ‘CNPMF-
2’.

b) Galego – a limeira ácida ou limão galego é explorado comercialmente


em várias regiões citrícolas do país. Seus frutos são destinados ao
consumo in natura e extração de óleo essencial.
4) LIMEIRA DOCE

 A limeira doce (Citrus limettioides Tanaka), também denominada de sweet lime, pertencente à
família botânica Rutaceae, é originária do norte da Índia. Entre as cultivares comerciais de limeira
doce destaca-se a Lima-da-Pérsia:
 Lima-da-Pérsia – é nativa da Ásia, cultivada comercialmente em vários países, principalmente no
México e em regiões citrícolas brasileiras. Os frutos possuem pouca acidez devido a baixa
concentração de ácido cítrico.
5) TANGERINA

 Entre as inúmeras variedades de tangerinas comercializadas no Brasil, a variedade Ponkan


representa 56% do volume total.
 Geralmente as tangerineiras são tolerantes ao cancro cítrico (grande área cultivada).

 Para fins técnicos, Schwarz (2009) classificou as tangerinas e seus híbridos em grupos:
Satsumas, Clementinas, Bergamotas ou Mexeriqueiras, Tangerinas comuns e Híbridos.
... TANGERINA
5.1) SATSUMAS (Citrus unshiu Marcovitch)
 Satsuma Okitsu – cultivada de forma expressiva no país, são plantas de porte baixo, o que
permite o plantio adensado. A área cultivada está aumentando, pois é uma cultivar precoce,
sendo colhida no período de entressafra o que garante melhor preço de venda, além de ser
tolerante ao frio e ao cancro cítrico.
 Satsuma Owari – originária do Japão, é uma das tangerinas mais cultivadas no mundo,
principalmente nos EUA, África do Sul, Japão, Turquia e Uruguai, no Brasil a área explorada com
esta cultivar vem aumentando. Os frutos são de excelente qualidade, apirênicos, comercializados
para o consumo in natura. Alguns manejos são necessários: poda de ramos e raleio de frutos, o
que garante a qualidade e produtividade.
... TANGERINA
5.2) MEXERICA OU BERGAMOTA (Citrus deliciosa Tenore)

 São plantas de porte médio, normalmente apresentam um crescimento lento, possuem folhas
pequenas, de tonalidade verde-escuro, sendo muito produtivas. Os frutos normalmente são
pequenos, arredondados e com aroma típico, o que caracteriza o grupo das mexericas.
Enquadram-se neste grupo a Mexerica do Rio ou Mexerica Caí, Mexerica Montenegrina e Mexerica
Pareci, todas possuem uma tendência para ocorrência da alternância de produção.
... TANGERINA

5.3) CLEMENTINAS (Citrus clementina ex. Tan.)


 São muito cultivadas no mundo, os frutos são muito apreciados, são apirênicos, possuem
coloração intensa (externamente e internamente) e sabor equilibrado, levemente ácido.
Pertencem a este grupo as cultivares: Clementina de Nules ou Clemenules, Marisol, Hernandina,
Esbal, Arrufatina e Tomatera.
... TANGERINA

5.4) TANGERINAS COMUNS (Citrus reticulata Blanco)

 O grupo das tangerinas comuns é um dos maiores, com várias cultivares, fato este que dificulta a
caracterização geral das plantas. As cultivares mais conhecidas, pertencentes a este grupo são:
Ponkan, Dancy e Cravo.
6) HÍBRIDOS

 São tangerinas obtidas a partir do melhoramento genético, onde obteve-se os híbridos:


 Tangoreiro = tangerineira (Citrus reticulata) X laranjeira doce (Citrus sinensis). As principais
cultivares são: Dekopon, Ellendale, Ortanique e Murcott.
 Tangeleiro = obtido a partir do cruzamento entre três espécies de citrus. Comercialmente destaca-
se o Tangelo Nova, Orlando e Minneola.
 Citrumeleiro = Poncirus trifoliata X pomeleiro. De relevância comercial destaca-se a cultivar
Citrumelo Swingle.
CLASSIFICAÇÃO DOS CITROS QUANTO AO NÚMERO
DE SEMENTES
CULTIVARES SEM SEMENTES (APIRÊNICAS)

 Raramente produzem sementes,


são originárias de mutações
genéticas e melhoramento genético.
 Para tentar evitar ou minimizar a
polinização cruzada em plantios
comerciais de citros sem sementes,
produtores realizam o plantio de
laranjas de umbigo ou tangerina
Okitsu entre as cultivares
sexualmente compatíveis, com isso
evita-se a polinização cruzada.
CULTIVARES PRATICAMENTE SEM SEMENTES

 Geralmente encontra-se de uma a duas sementes por fruto.


CULTIVARES COM POUCAS SEMENTES
 3 a 5 sementes/fruto
CULTIVARES COM SEMENTES
 6 a 20 sementes/fruto

CULTIVARES COM MUITAS SEMENTES


 Mais de 21 sementes/fruto
NUTRIÇÃO MINERAL

 Assimilação de CO2 (que depende de luz, temperatura, água, nutrientes, área foliar etc.)

 Partição do C fixado para formação e manutenção dos seus vários órgãos.

 Ausência ou deficiência dos nutrientes minerais, absorvidos, principalmente pelas raízes resulta
em injúria, desenvolvimento anormal ou morte da planta.

 As recomendações da adubação N, P e K para os citros são distintas para:

1. Plantio

2. Formação - árvores jovens <5 anos

3. Produção - árvores adultas

 (grupos de variedades de laranjas, lima ácida e limões, e tangerinas e tangor).


PROPAGAÇÃO

 CITRUS = SEXUAL X ASSEXUAL

 MÉTODOS:

A. Apomixia = semente
B. Enxertia
C. Estaquia
D. “In vitro” – micropropagação
... PROPAGAÇÃO

A. Apomixia: obtenções de porta enxertos uniformes, com características genéticas e


morfológicas da planta mãe.
 Vantagens:
a) Não transmissão de vírus
b) Ausência de segregação
c) Permitir o rejuvenescimento dos clones
... PROPAGAÇÃO

B. Enxertia: método mais utilizado.


 Vantagens:
a) Plantas uniformes
b) Idênticas à planta mãe.
... PROPAGAÇÃO

 Aplicações:
a) Propagação de plantas com difícil enraizamento
b) Obter benefícios do porta-enxerto
c) Trocar cultivares de plantas estabelecidas
d) Evitar juvenilidade

 Métodos:
a) Borbulhia: - ‘T’ normal e invertido
b) Placa ou escudo e anel
c) Garfagem
... PROPAGAÇÃO

C. Estaquia
 Vantagens:
a) Manutenção das características agronômicas
b) Redução da fase juvenil
c) Obtenção de plantas uniformes
d) Combinação de clones na enxertia

 Desvantagens:
a) Transmissão de enfermidades
b) Risco de mutação de gemas
c) Risco de dano generalizado na área de produção
d) Legislação
... PROPAGAÇÃO

 Prática:

a) Estaca semi-lenhosas (25 - 30 cm)


b) Corte da base em bisel
c) 3 a 4 folhas
d) AIB
e) Nebulização intermitente
... PROPAGAÇÃO

 Condução da muda:

1) Tutoramento: Quando broto estiver com 10 cm de comprimento. Tutor


no lado oposto ao enxerto, de 1 m de altura taquara, varas de madeira
ou fios de aço. Fazer amarrio quando o broto estiver crescendo.
2) Arranquio ou desplante das mudas.
3) Fazer seleção pelo tamanho e diâmetro do tronco.
4) Fazer poda das pernadas, deixando-as com 20 a 25 cm.
5) Com uma pá de corte desplanta-se as mudas com cuidado (evitar
danos as raízes).
... PROPAGAÇÃO

6) Fazer a poda das raízes laterais e a pivotante: cuidado.

7) Lavar as mudas e embarrear com barro mole à terra do subsolo sem M.O.

8) Enfardar as mudas com capim ou saco de estopa.

9) Manter à sombra e protegida do vento até a hora do plantio no pomar.


IMPLANTAÇÃO DO POMAR

 Solo profundo, bem drenado, sem encharcamento.

 Pouca declividade, quebra-ventos e limpeza terreno.

 Correção – ½ dose calcáreo

 Subsolagem, lavração 40 cm, gradeação

 ½ Dose calcáreo + adubos corretivos

https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=NkUXAdP6VDA
TRATOS CULTURAIS - PODA

A. Poda de formação – (nas mudas); retirada dos ramos indesejáveis e formação das pernadas.

https://www.youtube.com/watch?v=3LumfNw3llA

B. Poda de limpeza – eliminação de ramos doentes e quebrados.

C. Poda de manutenção – eliminação de ramos secos, ramos que arrastam no solo e ladrões.

D. Poda de rejuvenescimento - poda drástica para forçar a formação de ramos e folhas novas.
Realizada quando o pomar está velho e com baixa produção.
IMPLANTAÇÃO
 Muda cítrica insumo mais importante na formação de um pomar.

 Leva 6 a 8 anos para expressar seu máximo potencial.

 1,7 milhões de mudas produzidas.

 Produção em 36 meses de idade.

 Qualidade das mudas cítricas

 Origem genética e sanitária garantida

 Bom vigor

 Sistema radicular bem formado

 Fiscalizada com atestado


... IMPLANTAÇÃO

 CARACTERÍSTICAS DO LOCAL

a) Totalmente cercado e longe de pomares

b) Uso de quebra vento e água.

c) Restringir acesso e usar proteção para visitantes

d) Usar rodolúvios e pedilúvios nas estufas (fungicidas e bactericidas - amônia


quaternária)
... IMPLANTAÇÃO
 ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO (do plantio até 4 anos)

Quadro 1 - Adubação orgânica e química


... IMPLANTAÇÃO

 No inverno manter cobertura de solo, (adubação verde) e no verão culturas anuais de porte
baixo, respeitando:

1º Ano - 50cm de cada lado da planta em faixa ou coroa.


... IMPLANTAÇÃO
 No inverno manter cobertura de solo, (adubação verde) e no verão culturas anuais de porte
baixo, respeitando:

1º Ano - 50cm de cada lado da planta em faixa ou coroa

2º Ano - 1 metro de cada lado da planta em faixa ou coroa


... IMPLANTAÇÃO

 No inverno manter cobertura de solo, (adubação verde) e no verão culturas anuais de porte
baixo, respeitando:

3º Ano - 1,5 metro de cada lado da planta em faixa ou coroa.


... IMPLANTAÇÃO
 ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO (a partir do 4°ano)

Quadro 2 - Adubação orgânica e química


... IMPLANTAÇÃO

 ANÁLISE FOLIAR:

a) Folhas sadias, geradas na primavera


b) 4 a 7 meses de idade (dezembro a março)
c) De ramos com frutos
d) 5 a 20 folhas/planta
e) Altura 1,20 a 1,40m do solo, parte externa da planta
f) Separação por talhões
g) Identificar, secar e enviar ao laboratório
... IMPLANTAÇÃO
... IMPLANTAÇÃO
 PADRÕES PARA ANÁLISE FOLIAR:
... IMPLANTAÇÃO

 Equilíbrio entre as substâncias que as raízes retiram do solo e os compostos de carbono que as
folhas produzem à custa do carbono atmosférico x respiração.
 Plantios densos ocasionam sombreamento e dificultam a passagem de máquinas.

 A poda realizada mecanicamente com serras circulares a intervalos de 3 a 4 anos, para reduzir o
comprimento dos ramos de 100 para 50 cm.
 Redução do número de frutos, tanto manual como químico

 Racionalizar a utilização das reservas nutricionais

 Evitar o esgotamento da planta

 Possibilitar produções regulares

 Boa qualidade todos os anos


... IMPLANTAÇÃO
TRATOS CULTURAIS

A. ADUBAÇÃO
▪ No plantio
▪ Manutenção

B. DESBASTE DOS FRUTOS


▪ Variedades de tangerinas é necessário para evitar alternância de safra.
▪ Manual – quando o fruto atinge 2 a 3 cm de diâmetro (novembro).
▪ Químico – etileno. Aplicar em frutos com 0,5 ou 0,6 cm de diâmetro
REGULADORES DE CRESCIMENTO

 Ácido Giberélico: Aplicado a um número pequeno de frutos por árvore estimula o seu
crescimento e aumenta o seu tamanho final (Hield et al., 1958; García Martinez e García
Papi, 1979).
 As auxinas tem efeitos mais eficazes para aumentar o tamanho final dos frutos.

 Ethephon tem sido utilizado com êxito para provocar o desbaste de frutos.

✓ Tioester etílico do ácido 4-cloro-o-toliloxiacético, no Brasil conhecido como Calibra® substância que
apresenta efeitos auxínicos.

✓ 2,4-DP Clementgros® é eficaz para aumentar o tamanho dos frutos.

✓ 3,5,6-tricolo-2-piridil-oxiacético (3,5,6-TPA Maxim® dependendo da época de aplicação e concentração é


um potente promotor no desenvolvimento dos frutos com desbastes moderados.
PRAGAS

 Plantas novas de até quatro anos são as mais afetadas e sofrem mais com o ataque das pragas.

1) MOSCA DAS FRUTAS


 Anastrepha spp

 Ataca frutos maduros onde deposita seus ovos.

 Controle: uso de armadilhas


ARMADILHA PARA MOSCA DAS FRUTAS:

O caldo (laranja, pêssego, ameixa ou outra fruta) deve


ser açucarado e fermentado, ou em fermentação, na
proporção de 70 gr de açúcar para 1 litro de caldo. O
caldo deve ser coado e ter consistência pegajosa. As
garrafas devem ser penduradas em ramos que não
sacudam muito. Coloca-se a uma altura de 1,5 a 1,8 m,
dentro da copa da árvore, protegida do sol e da chuva,
virado para a nascente do sol. A proporção é de uma
garrafa para cada 10 árvores. O suco deve ser reposto
semanalmente, jogando-se fora os insetos capturados.
... PRAGAS

B. ÁCARO DA LEPROSE

 Brevipalpus phoenicis

 Transmissor de vírus (leprose)

 Larvas, ninfas e adultos do ácaro são igualmente capazes da


transmissão.

 Controle: acaricidas
... PRAGAS

C. ÁCARO DA FALSA FERRUGEM

 Phyllocoptruta oleivora

 Tem aspecto vermiforme, assemelhando-se a uma pequena


vírgula;

 A casca das laranjas tornam-se escurecidas (marrom) e a


dos limões e limas tomam a coloração prateada;

 Nas folhas aparecem manchas escurecidas denominadas


“manchas graxa”.
... PRAGAS

C. COCHONILHA VERDE

 Coccus viridis; C. hesperidium

 Atacam ramos novos e a face inferior das folhas ao longo de


sua nervura principal.

 As folhas têm sua superfície fotossintética diminuída pelo


desenvolvimento de fungos causadores de fumagina.
... PRAGAS

D. COCHONILHA PICUINHA

 Parlatoria pergandii; P. cinerea

 Atacam ramos novos e a face inferior das folhas ao longo de


sua nervura principal.

 As folhas têm sua superfície fotossintética diminuída pelo


desenvolvimento de fungos causadores de fumagina.
... PRAGAS

E. PULGÃO PRETO DOS CITROS

 Toxoptera citricida

 Inseto sugador presente em folhas novas;

 Ao sugar injetam toxinas que enrolam as folhas para a sua


proteção;

 Vetor da tristeza dos citros;

 Controle: Biológico (joaninha-inseto Predador do pulgão) ou


Inseticidas fosforados ou Neonicotinóides.
DOENÇAS - VÍRUS

A. TRISTEZA
 Declínio rápido da planta, seca de galhos, podridão das
radicelas;
 As plantas chegam a morrer, frutos miúdos e
deformados;
 Controle: uso de variedades resistentes, premunização
da planta com estirpes fracas, que protege contra a
estirpe forte
... DOENÇAS - VÍRUS

B. LEPROSE
 Afeta principalmente folhas, frutos e ramos;

 Transmitida pelo ácaro;

 Controle: eliminando-se as fontes de inóculo, pela poda.


... DOENÇAS - VÍRUS

C. MORTE SÚBITA DOS CITROS (MSC)


 Sem causa ainda confirmada

 Manifesta os sintomas na região da enxertia em plantas


sobre porta-enxertos intolerantes;
 Suspeita-se que seja causada por um vírus;

 Sintomas: Perda de brilho das folhas, desfolha, grande


quantidade de raízes mortas;
 Leva a morte as plantas enxertadas sobre o limão cravo.
... DOENÇAS - VÍRUS

C. MORTE SÚBITA DOS CITROS (MSC)


 Sem causa ainda confirmada

 Manifesta os sintomas na região da enxertia em plantas


sobre porta-enxertos intolerantes;
 Suspeita-se que seja causada por um vírus;

 Sintomas: Perda de brilho das folhas, desfolha, grande


quantidade de raízes mortas;
 Leva a morte as plantas enxertadas sobre o limão cravo.
DOENÇAS - BACTÉRIAS

A. CANCRO CITRICO
 Causado pela bactéria Xanthomonas Axonopodis pv. Citri

 Lesões salientes nas folhas, frutos e ramos;

 Erupções levemente salientes, puntiformes e de coloração creme na


superfície do tecido afetado.
 Posteriormente adquirem cor parda, circundada por uma halo
amarelado.
 Controle: erradicação do material contaminado, resistência varietal,
controle químico, uso de quebra ventos.
 Medidas integradas erradicação de plantas focos e raio de 30 metros.

 Mais suscetível à infecção entre 7 a 14 dias após o início do


desenvolvimento.
... DOENÇAS - BACTÉRIAS

B. CVC OU AMARELINHO
 Clorose Variegada dos Citros

 Causada pela bactéria Xylella fastidiosa que pode ser transmitida pela cigarrinha;

 Clorose foliar generalizada, frutos miúdos, amarelecem precocemente – imprestáveis;

 Controle: poda dos ramos infectados, eliminação da planta, mudas sadias, manter as ruas do
pomar limpas, quebra-ventos
DOENÇAS - FUNGOS

A. FELTRO OU CAMURÇA
 Septobasidium spp.

 Revestimento de coloração creme nos ramos, pedúnculos e


pecíolos;
 Tem associação simbiótica com cochonilhas, que produzem
secreções para o crescimento do fungo.
 Controle: raspagem e pulverização com produtos a base de
cobre; combate das cochonilhas, poda de limpeza e arejamento
da planta.
... DOENÇAS - FUNGOS
B. VERRUGOSE
 Lesões salientes irregulares e de cor acinzentada

 Controle: pulverizações preventivas a base de cobre no início da formação dos frutos;


... DOENÇAS - FUNGOS

C. RUBELOSE
 Corticium salmonicolor

 Inicia com um revestimento branco (micélio) na base dos ramos, que ao penetrar na casca
destrói, causando escamação e fendilhamento, provocando a seca e morte dos ramos.
... DOENÇAS - FUNGOS
D. ANTRACNOSE
 Gloeosporium limetticola

 Lesões necróticas em folhas e frutos

 Queda de frutos logo após o pegamento, com retenção do cálice

 Ataca principalmente as limas ácidas (limão galego e limão taiti).


... DOENÇAS - FUNGOS

E. GOMOSE
 Phytophthora nicotianae e Phytophthora citrophthora

 Penetra na planta e causa exsudação de goma, folhas tornam-se cloróticas.

 Controle: Usar materiais certificados, isentos de doenças. Remover a casca


na região afetada e nos bordos da lesão, seguida da raspagem dos tecidos
doentes. Após a retirada do tecido morto e raspagem, aplicar sobre toda à
área afetada, através de pulverização ou pincelamento, Ridomil mancozeb
(metalaxyl-mancozeb) a 5% ou Aliette (Fosetyl-Al) a 0,3%. Após 45 - 60 dias
fazer uma inspeção das plantas tratadas e repetir a aplicação somente nos
casos em que o controle não foi satisfatório; ! Em todas as plantas tratadas,
no período de setembro a novembro, fazer aplicação da pasta cúprica
descrita para o controle preventivo, a fim de evitar novas infecções. Caso as
lesões já tenham tomado a circunferência do tronco, as plantas deverão ser
removidas e queimadas.
... DOENÇAS - FUNGOS

F. GREENING
 Agente causal - bactéria com crescimento limitado ao
floema - Candidatus liberibacter spp.
 Transmissão - Diaphorina citri (pequeno inseto - 3 a 4
mm);
 Comum nos pomares brasileiro e na planta ornamental
conhecida como falsa murta (Murraya paniculata).
COLHEITA

 Período total de desenvolvimento dos frutos

 Cultivares precoces – 5 a 7 meses

 Cultivares de meia estação – 7 a 9 meses

 Cultivares tardias – 10 a 14 meses

 Coloração da casca

 50% laranja / 5% tangerinas

 Quantidade de suco

 Quanto > a quantidade de suco + próximo da maturação

 Sólidos solúveis totais - 18ºBrix


COLHEITA E PÓS-COLHEITA

 PARÂMETROS DE MATURAÇÃO UTILIZADOS

 Quantidade de suco: determinada a partir de amostras representativas coletadas no pomar


(12 a 15 frutos). Extração com espremedor manual ou centrífuga. Avalia o teor de suco em
relação ao peso total
a) Laranjas: acima de 40%
b) Limões e limas ácidas: acima de 30%
c) Tangerinas: acima de 35%

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