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FATORES PREDISPOENTES

 Carência nutricional e acidose ruminal, vão comprometer a diferenciação celular da


epiderme, em consequência o animal apresenta maior fragilidade no casco.
 O casqueamento preventivo nunca deve ser feito em vacas no início da lactação
devido à baixa de crescimento dos tecidos do animal. Crescimento normal do casco:
0,5 cm/mês.

DOENÇAS TRAUMÁTICAS

 Afetam principalmente sola, linha branca e espaço interdigital devido a locomoção.


Animais que precisam se locomover muito para se alimentar ou para ordenha, são
mais acometidos.

*HIPERPLASIA INTERDIGITAL – Traumatismo crônico causando crescimento de tecido


fibroso, os casos podem se agravar com presença de miíase. Problema crônico que
acomete animais mais velhos criados em pastejo.

 SINAIS CLINICOS – Claudicação, presença de miíase é frequente e é um agravante, em


animais crônicos pode haver aumento desproporcional da pinça por falta de desgaste.
 TRATAMENTO – Cirúrgico – Retirada do tecido interdigital e bandagem, ou
cauterização, uso de anestesia local. Cuidados pós operatórios baseiam-se em manter
o animal seco e limpo e com movimentação limitada. A bandagem deve ser retirada
em 15 – 20 dias. Uso de analgésico – DIPIRONA 20mg/kg IV. Ou MELOXICAN 0,5mg/kg
IM.
 PREVENÇÃO – Áreas de pastejo e locomoção sem pedras ou cascalhos, manejo com
movimentação lenta, e melhoria da conformação do casco através da reprodução.

*TRAUMATISMO EM SOLA E LINHA BRANCA – Lesão em sola e linha branca causada por
pedras e cascalhos, que pode ser agravada quando há penetração de microrganismos,
formando abscessos chamados de brocas.

 SINAIS CLÍNICOS – Condição moderada a intensa, sensibilidade no teste da pinça, e se


houver abscessos vai apresentar flutuação (casco macio).
 TRATAMENTO – Cirúrgico – Retirada da sola do casco que estiver desprendida, com
uso de anestesia local. O pós-cirúrgico pode ter o auxílio do tamanco na unha não
lesionada para facilitar a locomoção, manter em ambiente seco e limpo, com
movimentação reduzida.
DOENÇAS INFECCIOSAS

*DERMATITE DIGITAL - Principal doença de casco em confinados, causado principalmente por


espiroquetas do gênero treponema, porém outros patógenos podem estar envolvidos. Mais
frequente em animais mais velhos, porém também afeta bezerros, muito contagiosa.

 FASE AGUDA - Apresenta uma lesão ulcerada na região do talão, o animal pode
permanecer com o membro levantado (dor).
 FASE CRÔNICA - Hiperplasia com crescimento de pelos ao redor, pode apresentar
aspecto papilomatoso. Casos de miíase secundário são comuns.
 TRATAMENTO DE CASOS AGUDOS - Antibioticoterapia parenteral e tópica.
 TRATAMENTO DE CASOS CRÔNICOS - Retirada cirúrgica da hiperplasia, uso de
bandagem e antibioticoterapia tópica.
 Surtos de casos agudos podem requerer o uso de pedilúvio, com oxitetraciclina a 0,1%.

PEDILÚVIO – Trata-se da passagem dos animais por um tanque de solução antisséptica, que
desinfeta o casco do animal, sendo os principais produtos utilizados a formalina (formol) e o
sulfato de cobre.

A formalina é uma solução de formaldeído a 40% com propriedade bactericida e que torna o
estrato córneo do casco mais espesso e rígido, além de permanecer ativa em meios com alto
nível de matéria orgânica (dejetos animais e terra).

O sulfato de cobre (CuSO4) apesar de ser um bom antisséptico com alto poder adstringente, é
inativado mais facilmente na presença de matéria orgânica, além de ser corrosivo.

*DERMATITE INTERDIGITAL - Causada por dichelobacter nodosus, acomete animais adultos e


jovens, não é contagiosa.

 SINAIS CLÍNICOS - Semelhantes ao da dermatite digital, mas diferencia-se por


apresentar erosão no talão.
 TRATAMENTO - Semelhante ao da dermatite digital, porém em animais com erosão do
talão é necessário fazer o casqueamento para remover a porção desvitalizada do
casco.

USO TÓPICO

Oxitetraciclina 0,1% -> aplicação 1 vez ao dia durante 5 dias.

USO PARENTERAL

Oxitetatraciclina de longa ação – 20mg/kg IM a cada 72h, 3 aplicações.

Ceftiofur – 1,5mg/kg IM a cada 24h, 5 aplicações.

Tulatromicina – 2,5mg/kg SC, dose única.


*LESÕES MISTAS - Várias lesões resultadas de vários processos de ulceração crônicos. Pode
apresentar erosão do casco, miíase e dermatite digital. O tratamento varia se observado
erosão do casco, faz-se o casqueamento, se hiperplasia, se faz remoção cirúrgica.

*FLEGMÃO INTERDIGITAL - Também conhecida como necrobacilose interdigital, é a doença


mais severa em relação ao casco, caracterizado por um intenso processo inflamatório
envolvendo os tecidos moles ao redor do casco. É causada pelo fusobacterium necrophorium.

 SINAIS CLÍNICOS - As vacas apresentam claudicação intensa, pode haver liberação de


exsudato com odor desagradável, casos mais severos podem evoluir para artrite da
articulação interfalangiana distal.
 TRATAMENTO -

USO PARENTERAL

CEFTIOFUR DE LONGA AÇÃO – 6,6mg/kg SC. Ou FLORFENICOL – 15mg/kg IM – A cada 48h, em


4 aplicações.

CEFTIOFUR CLORIDRATO – 2,2mg/kg IM a cada 24, em 5 aplicações.

Anti-inflamatório -> MELOXICAN – 0,5mg/kg a cada 24h IM. Ou FLUNIXIN – 1,1 mg/kg IM ou IV
a cada 12h por no máximo 3 dias.

Existe uma vacina contra o microrganismo chamada fusogard, de eficácia não muito testada.
LAMINITE

 CARACTERÍSTICAS – Doença inflamatória na derme, posteriormente pode afetar a


epiderme. A etiologia é multifatorial. Caracteriza-se pela inflamação das lâminas
dérmicas do casco.
 EPIDEMIOLOGIA - Mais comum em animais de grande produção, mais pesados e que
ingerem grandes quantidades de ração. Maior incidência em vacas nos primeiros
meses de lactação.
 FATORES PREDISPOENTES – Acidose ruminal que desencadeia queda do pH ruminal e a
morte de bactérias gram-, além da liberação de endotoxinas causando o
comprometimento vascular da derme; Estação prolongada, que é o excesso de peso
que compromete o retorno venoso e o abastecimento de oxigênio para os tecidos
periféricos; Infecções associadas a patógenos gram- (mastites e metrites por
coliformes).

*LAMINITE AGUDA – São pouco frequentes e geralmente são graves.

 SINAIS CLÍNICOS – Aquecimento da muralha do casco; Sensibilidade ao teste da pinça;


Claudicação intensa nos 4 membros; Pulso da artéria digital aumentado.
 TRATAMENTO – Tratar causas bases (processo infeccioso ou acidose). Uso anti-
endotoxêmico – FLUNIXIM 0,25mg/kg IV ou IM a cada 8h.
 CUIDADOS – Manter o animal em local confortável (cama de serragem alta) para que
ele fique o menor tempo possível de pé. Alimentação com mais forragens verdes.

*LAMINITE SUBAGUDA – Forma mais frequente nos rebanhos de leite, associado a acidose
ruminal subclínica.

 SINAIS CLÍNICOS – Casco frágil, macio, amarelado; Qualquer casqueamento já


evidencia hemorragia de sola; Claudicação pode estar presente.
 TRATAMENTO – Não é específico; Pode-se corrigir a dieta (distribuir o
fornecimento de ração em menor quantidade, mais vezes ao dia); Através do uso
de aditivos nas ração, uso de antibióticos ionóforos na ração como a MONESINA,
esses aditivos inibem o crescimento de bactérias que produzem ácido lático, mas
há grande risco de resistência bacteriana, melhor opção é usar rações e
suplementos que já possuem tais antibióticos ionóforos e leveduras; Uso de
probióticos: Leveduras; Suplementos com Biotina, Zinco, Selênio, Vitaminas A e E;
Uso de forragens com partículas maiores para estimular a ruminação.

*LAMINITE CRÔNICA –

 SINAIS CLÍNICOS – Linhas transversais presentes na muralha do casco dos 4 membros;


Crescimento exagerado da pinça (não confundir com outras doenças que também
podem causar esse crescimento); Pode durar meses de evolução, apresenta
claudicação, rotação de falange e úlcera de sola.

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