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24332019 3493
Abstract Background: Brazil has shown a con- Resumo O Brasil apresentou elevada queda de
siderable decline in fertility rates in recent de- fecundidade nas últimas décadas. No entanto,
cades. However, sociodemographic differences diferenças sociodemográficas ainda impactam di-
still have a direct impact on access to family retamente no acesso ao planejamento reprodutivo
planning in the country. Objective: To estima- no país. O objetivo deste artigo é estimar a pre-
te the prevalence of contraceptive use according valência do uso de métodos contraceptivos (MC)
to sociodemographic variables among Brazilian de acordo com variáveis sociodemográficas entre
women in reproductive age. Methods: A cross- mulheres brasileiras em idade reprodutiva. Trata-
sectional study conducted with 17,809 women se de um estudo transversal que utilizou dados se-
who have responded to the National Health cundários de 17.809 mulheres que responderam à
Survey. We estimated the prevalence as well as Pesquisa Nacional de Saúde. Estimou-se a preva-
the 95% confidence intervals and we used Pear- lência com intervalos de 95% de confiança e utili-
son’s chi-square test at a significance level of 5% zou-se o teste qui-quadrado de Pearson com nível
to analyze differences between groups. Results: de significância de 5%. Mais de 80% das mulheres
More than 80% of the women reported to use relataram utilizar algum MC, sendo o contracep-
1
Curso de Graduação em some contraception method, the most used me- tivo oral o mais utilizado (34,2%), seguido dos
Enfermagem, Departamento thod was oral contraceptive (34.2%), followed cirúrgicos (25,9%) e das camisinhas (14,5%).
de Enfermagem Materno- by surgical (25.9%) and condoms (14.5%). As mulheres pretas/pardas, nortistas e com baixa
Infantil e Saúde Pública.
Escola de Enfermagem, Black/Brown, northerly, and low-educated wo- escolaridade são mais esterilizadas, enquanto as
Universidade Federal de men are more frequently sterilized, while white brancas, com maior escolaridade e das regiões Sul
Minas Gerais. Av. Prof. women, with higher schooling and those living e Sudeste são as que mais utilizam contraceptivo
Alfredo Balena 190, Santa
Efigênia. 30130-100 Belo in the south and southeast are the ones who use oral e dupla proteção. Apesar das melhorias ob-
Horizonte MG Brasil. oral contraception and double protection the servadas não houve diminuição da prevalência do
marianafelisbino@ most. Conclusion: Despite the observed impro- não uso de MC e ainda existem desigualdades de
yahoo.com.br
2
Programa de Pós- vements, there was no decrease in the prevalence acesso à contracepção no país.
Graduação em Enfermagem, for not using any CM and there are inequalities Palavras-chave Planejamento familiar, Saúde
Departamento de in access to contraception in the country. pública, Saúde da mulher, Anticoncepção, Dispa-
Enfermagem Materno-
Infantil e Saúde Pública, Key words Family planning, Public health, ridades nos níveis de saúde, Enfermagem
Escola de Enfermagem, Women’s health, Contraception, Health status
Universidade Federal disparities, Nursing
de Minas Gerais. Belo
Horizonte MG Brasil.
3494
Trindade RE et al.
60.202 entrevistados
Homens
(n = 25.920)
Critérios de
34.282 mulheres
inelegibilidade Mulheres de >50
anos
(n = 11.661)
22.621 em idade reprodutiva
Mulheres que não
menstruam
(n = 998)
20.964 em idade reprodutiva e
que menstruam
Critérios de Mulheres que não
exclusão tiveram relação
sexual nos últimos
12 meses 17.809 em idade reprodutiva, que
(n = 3.155) menstruam e são sexualmente ativas
Variáveis independentes
Aspectos éticos
As variáveis independentes utilizadas foram:
região do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, A PNS foi aprovada em 2013 pelo Comitê Na-
Sudeste e Sul), zona de moradia (rural ou urba- cional de Ética em Pesquisa para Seres Humanos
na), estado civil (com companheiro ou sem com- do Ministério da Saúde, sob o parecer 749/2006.
panheiro), cor da pele/raça (branco, preto/pardo Foi preservado o sigilo de todos os participantes
e amarela/indígena), idade (18 a 24 anos, 25 a 34 e todos estiveram de acordo com a pesquisa por
anos e 35 a 49 anos), escolaridade (0 a 8 anos de meio da assinatura do termo de consentimento
estudo, 9 a 11 e 12 ou mais) e posse de plano de livre e esclarecido. Por se tratar de um estudo que
saúde (sim ou não). utiliza dados secundários, não identificados e
com informações de acesso público, a Resolução
Análise dos dados nº 466, de 12 de dezembro de 2012, dispensa a
aprovação prévia em comitê de ética.
Inicialmente, estimou-se a prevalência de uso
de MC na população de mulheres brasileiras em
idade reprodutiva. Em seguida, foram estimadas Resultados
as prevalências dos motivos de não uso dos mé-
todos, e depois foi definido o ranking dos méto- Mais de 80% das mulheres relataram utilizar
dos de contracepção em ordem decrescente de algum método contraceptivo. Das 17.809 mu-
uso. Ao final, foram analisadas as prevalências lheres de 18 a 49 anos que menstruam e são se-
do uso em relação às variáveis sociodemográfi- xualmente ativas, 17,6% (n = 3.181) afirmaram
cas. Para cada prevalência, estimou-se intervalos não utilizar nenhum MC. O principal motivo
de 95% de confiança (IC 95%) e aplicou-se teste apresentado para o não uso de contraceptivos foi
qui-quadrado de Pearson (p < 0,05). vontade própria ou não se importar de engra-
Por meio do programa estatístico Stata, ver- vidar (37,3%). Destaca-se, ainda, o fato de que
são 15.0, e os comandos do módulo survey, con- 3,7% das brasileiras não evitam a gravidez, pois
sideramos os pesos, UPA e conglomerados, man- não sabem como evitar ou aonde ir ou a quem
tendo a representatividade das amostras. procurar para lhe dar orientações (Tabela 1).
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Tabela 1. Motivos para o não uso de contracepção entre as mulheres brasileiras em idade reprodutiva (18 a 49
anos).
Motivo n* %** IC 95%***
Quer engravidar ou não se importa de engravidar 1.251 37,3 34,5-40,2
Outros motivos**** 855 30,6 27,7-33,7
Está grávida 602 16,3 14,3-18,6
Não tem relações sexuais com homens 233 8,0 6,4-10,1
Motivos religiosos 117 4,1 3,0-5,6
Não sabe como evitar 73 2,6 1,7-3,9
Não sabe aonde ir ou a quem procurar para lhe dar 50 1,1 1,0-1,7
orientações
* Número amostral; ** prevalência populacional; *** intervalo de 95% de confiança; **** outros motivos especificados pela
mulher não disponíveis no questionário.
Tabela 2. Ranking dos métodos contraceptivos utilizados por brasileiras em idade reprodutiva (18 a 49 anos).
Método Contraceptivo n* %** IC 95%***
Contraceptivo oral 4.235 34,2 32,9-35,6
Cirúrgicos1 4.084 25,9 24,6-27,2
Camisinhas2 2.579 14,5 13,5-15,5
Dupla proteção 3 1.455 9,8 8,9-10,7
Outros métodos4 1.088 7,8 7,1-8,6
Outros hormonais5 924 6,0 5,4-6,7
DIU6 263 1,8 1,5-2,3
Total 14.628 100 -
* Número amostral; ** prevalência populacional; *** intervalo de 95% de confiança; 1 vasectomia; 2 camisinhas feminina e
masculina; 3 dupla proteção – combinação entre camisinhas e métodos hormonais, diafragma, DIU ou óvulo/creme; 4 outros
métodos – tabela, óvulo/creme, diafragma, PDS e outros métodos e combinações que não configuram dupla proteção; 5 outros
hormonais – injetáveis e implante intradérmico; 6 DIU – dispositivo intrauterino.
Fonte: Elaborado pelos autores.
3498
Trindade RE et al.
Tabela 3. Uso dos métodos contraceptivos pelas brasileiras em idade reprodutiva (18 a 49 anos) segundo suas variáveis
sociodemográficas.
Contraceptivo Dupla Outros Outros
Cirúrgicos1 Camisinhas2 DIU6
Variáveis oral proteção3 métodos4 hormonais5
p****
Sociodemográficas %*[R]*** %* [R]*** %* [R]*** %* [R]*** %* [R]*** %*[R]*** % *[R]***
IC 95%** IC 95%** IC 95%** IC 95%** IC 95%** IC 95%** IC 95%**
Região < 0,0001
Norte 16,5%[3] 32,5%[1] 23,6%[2] 9,1%[5] 10,0%[4] 7,7%[6] 0,6%[7]
14,4-18,8 29,4-35,8 20,9-26,6 7,6-10,8 7,8-12,7 6,3-9,3 0,4-1,1
Nordeste 27,1%[2] 35,7%[1] 15,3%[3] 6,9%[5] 6,9%[6] 7,4%[4] 0,9%[7]
24,9-29,4 33,2-38,2 13,6-17,0 5,9-8,1 5,6-8,3 6,2-8,7 0,6-1,2
Centro-Oeste 32,0%[2] 34,4%[1] 12,0%[3] 8,9%[4] 6,5%[5] 5,1%[6] 1,1%[7]
28,8-35,3 31,4-37,5 10,3-14,0 7,3-10,8 5,2-8,2 4,0-6,5 0,8-1,6
Sudeste 38,6%[1] 21,5%[2] 12,9%[3] 10,9%[4] 7,9%[5] 5,6%[6] 2,6%[7]
36,2-41,1 19,3-24,0 11,2-14,7 9,2-12,8 6,6-9,4 4,6-7,0 1,9-3,5
Sul 44,7%[1] 13,4%[4] 13,8%[2] 13,6%[3] 7,5%[5] 4,5%[6] 2,5%[7]
41,4-48,1 11,3-15,8 11,3-16,7 11,4-16,1 5,9-9,5 3,2-6,2 1,7-3,8
Zona de moradia < 0,0001
Urbana 34,0%[1] 24,7%[2] 14,9%[3] 10,5%[4] 7,7%[5] 6,3%[6] 2,0%[7]
32,6-35,5 23,3-26,1 13,8-16,0 9,6-11,6 6,9-8,5 5,6-7,1 1,6-2,4
Rural 35,8%[1] 34,4%[2] 11,6%[3] 5,8%[5] 7,3%[4] 4,1%[6] 1,0%[7]
32,6-39,1 31,2-37,8 9,9-13,6 4,5-7,4 5,3-10,1 2,9-5,7 0,5-2,2
Estado Civil < 0,0001
Com companheiro 35,3%[1] 32,6%[2] 12,1%[3] 5,2%[5] 7,8%[4] 4,4%[6] 1,1%[7]
33,2-37,4 30,5-34,7 10,9-13,4 4,3-6,2 6,7-9,1 3,6-5,4 0,8-1,6
Sem companheiro 33,4%[1] 20,6%[2] 16,3%[3] 13,8%[4] 7,5%[6] 7,3%[5] 1,1%[7]
31,6-35,3 19,2-22,1 15,0-17,8 12,4-15,3 6,5-8,5 6,4-8,4 0,8-1,6
Cor < 0,0001
Branca 39,0%[1] 21,2%[2] 13,6%[3] 11,3%[4] 7,9%[5] 4,2%[6] 2,9%[7]
36,7-41,2 19,5-22,9 12,2-15,3 9,8-12,9 6,8-9,2 3,4-5,1 2,2-3,8
Preta/Parda 30,1%[2] 30,2%[1] 15,1%[3] 8,9%[4] 7,2%[6] 7,6%[5] 1,0%[7]
28,4-31,8 28,4-31,9 13,9-16,5 7,9-9,9 6,4-8,2 6,6-8,7 0,7-1,4
Amarela/indígena 32,7%[1] 23,3%[2] 15,4%[3] 7,2%[6] 12,0%[4] 8,8%[5] 0,6%[7]
22,3-45,1 15,8-33,1 9,7-23,5 4,3-11,9 5,1-25,8 4,9-15,1 0,2-2,0
continua
nas utilizam pouco a dupla proteção, uma vez diferença é de seis vezes. As mulheres com menor
que esse método ficou na sexta posição em seu nível de escolaridade utilizam mais as esteriliza-
ranking. ções (39,7%) do que outros MC.
As mulheres de 25 a 34 anos seguem o ranking Ter ou não plano de saúde não modifica o
nacional, e as de 35 a 49 anos utilizam quase duas ranking dos MC, uma vez que, em ambos os ca-
vezes mais os métodos cirúrgicos do que o ACO. sos, segue-se o padrão nacional. Porém, há dife-
As mulheres mais jovens utilizam mais preserva- renças importantes nas prevalências. Um exem-
tivos, uma vez que, quando somado o uso das ca- plo disso seria o DIU, usado quase quatro vezes
misinhas e da dupla proteção, a prevalência che- mais pelas que têm plano do que por aquelas que
ga a quase 36%, enquanto a das mulheres mais não têm.
velhas é de 17,6%. As mulheres de 18 a 24 anos
apresentam apenas 0,3% de prevalência do DIU.
As mulheres que estudaram de 9 a 11 anos Discussão
seguem o ranking nacional, já as mais escolariza-
das utilizam mais o DIU do que as outras. Com- Os resultados encontrados evidenciaram que
parando-as com as de menor escolaridade, essa grande parte das brasileiras utiliza algum méto-
3499
Mundial de Saúde (OMS), que firma compro- aproximadamente uma em cada cinco mulheres
missos acerca da saúde sexual e reprodutiva das de 15 a 49 anos utilizavam pílula11. No presente,
populações junto aos demais países, não foi assi- evidenciou-se que uma em cada três usam esse
nado pelo Brasil20, podendo ser considerado um método e cerca de metade das brasileiras utiliza
marco dos vários retrocessos vivenciados mais algum tipo de hormônio (oral, injetável ou lo-
recentemente nesse campo no país. cal, como o implante) para evitar a gravidez. Por
Pode-se considerar, ainda, que as melhorias outro lado, como já exposto, esses métodos são
obtidas no âmbito da saúde sexual e da saúde em sua maioria de curta duração e dependem da
reprodutiva são decorrentes de políticas públi- utilização correta pela usuária27. Além disso, há
cas estruturantes anteriores, como o Mais Saúde: diversas evidências de efeitos colaterais e altera-
Direito de Todos, que integrava o Programa de ções fisiológicas no corpo da mulher ocasionados
Aceleração do Crescimento (PAC) de 2007. Esse pelo uso prolongado dos ACO26. No Brasil, por
foi o responsável por expandir as ações do pla- exemplo, cerca de 20% das mulheres que utiliza-
nejamento reprodutivo no país21 e pela inversão vam ACO não deveriam fazê-lo, pois possuíam
do primeiro com o segundo lugar no ranking na- alguma contraindicação28. Tal fato reforça que o
cional de MC comparado com os resultados da corpo feminino, até mesmo quando não é indica-
PNDS de 200611. A Secretaria de Políticas para as do, é muito medicalizado.
Mulheres (SPM), de 2003, também tem impor- O declínio dos métodos cirúrgicos é um indi-
tante papel nesses avanços. Em 2005, ela criou cador importante, uma vez que nos mostra que
o PNPM, que tinha como principal objetivo re- hoje as mulheres estão tendo mais informações e
forçar a coordenação e articulação de políticas opções de escolha para outros métodos também
de promoção da igualdade de gênero. Em 2013, eficazes porém reversíveis. Acrescenta-se, ainda,
o PNPM foi revisitado e revisado (2013-2015), que as mulheres mais vulneráveis são as mais
implementando em uma das suas linhas de ação esterilizadas, pois as que mais utilizam métodos
a assistência ao planejamento reprodutivo dos cirúrgicos são as da região Norte, as que moram
brasileiros de forma integral, além de promover em zona rural, pretas ou pardas, com menor es-
os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, colaridade e que não possuem plano de saúde.
de maneira intersetorial22. No entanto, em 2016 Apenas uma a cada quatro brasileiras utiliza
foram feitos drásticos cortes orçamentários na camisinha. Isso mostra que a maioria das mu-
pasta de Saúde das Mulheres e, desde então, o lheres com vida sexual ativa não utiliza proteção
PNPM não foi renovado23. Mais recentemente, contra as IST em suas relações sexuais. Já é pos-
por meio do Decreto nº 9.417, de 20 de junho de sível perceber os resultados das relações sexuais
201824, a SPM foi transferida para o Ministério desprotegidas no cenário brasileiro. Em 2017,
da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. houve o maior número de novos casos diagnos-
Essas mudanças resultam na perda do espaço da ticados de HIV dos últimos anos, totalizando
saúde das mulheres nas políticas públicas brasi- 42.42029. A sífilis adquirida também aumentou
leiras, o que pode gerar significativos impactos drasticamente. Em 2010, a taxa da doença foi de
no PR que precisam ser constantemente moni- 2%, sete anos depois foi de 58,1%, ou seja, um
torados no país. aumento de mais de 50%30.
Sobre os tipos de métodos de contracepção A dupla proteção é o método mais eficaz e
utilizados, os cirúrgicos, que antes lideravam o efetivo contra a gravidez inesperada e as IST, uma
ranking11, perderam seu posto para os contra- vez que ele é a combinação de uso dos preserva-
ceptivos orais. A industrialização, a inserção das tivos com algum MC moderno31. Os resultados
mulheres no mercado de trabalho, a elevação da mostram que a dupla proteção foi mais utiliza-
escolaridade, a urbanização, o empoderamento da pelas mulheres da região Sul, da zona urbana,
feminino e o desejo de controlar o ciclo mens- brancas, com maior nível de escolaridade e que
trual são algumas hipóteses para a maior adesão têm plano de saúde. As que menos utilizam são
das mulheres aos ACO25. As pílulas são eficazes se as que vivem no Nordeste, na zona rural, pretas
tomadas corretamente, práticas e não interferem e pardas, com menor escolaridade e que não têm
na vida sexual do casal26. Também são adquiridas plano de saúde. Com isso, pode-se aferir que há
facilmente no balcão das farmácias no Brasil além diferenças de acesso e informação de acordo com
de estarem disponíveis gratuitamente no serviço o grupo socioeconômico e demográfico em que a
público do Sistema Único de Saúde (SUS). mulher está inserida.
A utilização de hormônios aumentou no Bra- Por outro lado, as mulheres das regiões Norte
sil, pois a última pesquisa sobre PR mostrou que e Nordeste são as que mais utilizam somente ca-
3501
ser consideradas para se avançar nos próximos de longa duração são mais utilizados com maior
inquéritos nacionais que incluírem o tema do frequência. Os métodos utilizados pelas brasileiras
PR. Outra limitação foi não ter incluído mulhe- estão relacionados diretamente a variáveis
res de 15 a 17 anos, podendo haver uma superes- socioeconômicas e demográficas das mesmas.
timação do uso, pois geralmente usam pouco os Além disso, não houve diminuição da prevalência
MC37. Destaca-se que, apesar dessas limitações, do não uso de MC e existem desigualdades de
foi possível desenvolver a pesquisa por meio da acesso à contracepção no país. Sendo assim, o
criação de categorias de MC mais amplas. Brasil precisa investir mais em políticas públicas
que ampliem o acesso e o conhecimento no campo
da saúde sexual e reprodutiva para essas mulheres
Conclusões que mais necessitam. Também concluímos que é
preciso expandir o alcance dos métodos LARC
Observamos mudanças importantes no no SUS, por meio de mais informações sobre
ranking nacional, sobretudo pela diminuição suas vantagens e seu funcionamento, bem como
da prevalência do uso de métodos definitivos, com a capacitação dos profissionais de saúde
apesar de ainda estar distante dos rankings em para incrementar a oferta do método.
países de primeiro mundo, nos quais métodos
Colaboradores Agradecimentos
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