O diabetes tipo 2 é uma patologia de origem multifatorial, ou seja, tem tanto
fatores intrínsecos (genética) envolvidos quanto extrínsecos (fatores
ambientais, tais como estilo de vida, hábitos alimentares, etc.), sendo caracterizado por um conjunto de distúrbios metabólicos que compartilham a característica subjacente comum da hiperglicemia. A hiperglicemia no diabetes resulta de defeitos na secreção de insulina, na ação da insulina, ou, mais comumente, de ambos. A hiperglicemia crônica e a desregulação metabólica concomitante do diabetes mellitus podem estar associados a lesão secundária em múltiplos sistemas orgânicos, especialmente rins, olhos, nervos e vasos sanguíneos. Os mecanismos tóxicos da hiperglicemia sobre a célula beta se fazem pela redução da expressão do gene de insulina, redução do processamento da pró-insulina e deposição de material amiloide (proteínas) com um aumento do processo de apoptose (morte celular). Controle da liberação da insulina: Com a hiperglicemia, os transportadores de glicose chamados de glut-2 presentes na membrana plasmática das células b-pancreáticas, funcionam através de uma hiperglicemia, fazendo com o que a glicose entre na célula, sendo metabolizada pela via glicolítica, o clico de Krebs e pela cadeia transportadora de elétrons, sendo seu produto final o ATP. O ATP vai bloquear os transportadores iônicos de potássio, esse potássio vai concomitar na despolarização da membrana, abrindo outro canal iônico, sendo esse o canal de cálcio, sendo o cálcio responsável pela degranulação das células beta, liberando a insulina. A etiologia do diabetes é resistência insulínica, portanto tem 3 causas: Alterações pré-receptor: Alteração da insulina: A insulina produzida é uma insulina mutante, que não consegue se ligar ao receptor de insulina, não consegue fosforilar o glut-4 para que seja translocado para a superfície da célula
Aumento de hormônios contrarreguladores (são hormônios que inibem a
ação da insulina) como por exemplo; cortisol, catecolaminas, GH e glucagon. Deficiência pos-receptor: É um receptor mutante que se liga a insulina ou não produz nenhum efeito da fosforilação de receptores glut-4 Cascata de sinalização glut-4 deficiente e, portanto, o transportador de glicose pode não ser translocado até a superfície das células insulina-dependente Obs: A obesidade causa a diminuição dos receptores para insulina Mutação do gene que produz a proteína IRS (resulta em acúmulo de glicose extracelular) Mutação no receptor de insulina ENPP-1 (inibe atividade da tirosina- quinase do receptor da insulina em vários tecidos celulares, causando resistência a insulina) Mutação no receptor de glicose GLUT-4 (translocação de transportadores de glicose) Excesso de gordura (obesidade) 4 tipos de proteínas para receber a glicose: Proteina ENPP-1-> recebe a insulina Proteina IRS -> fosforila a insulina Proteina Glut-4 -> recebe a glicose Proteina CAPN-10 -> Decompõe gordura Todas essas PTN são sintetizadas no nosso DNA Patogenia do diabetes: No DM tipo 2 (DM2), o principal fenômeno fisiopatológico é a resistência à ação da insulina, diminuindo a captação de glicose em tecidos insulina dependentes. No início da doença, em resposta a esta resistência, ocorre hiperinsulinemia compensatória, continuando por meses ou anos. Com o avanço do DM2, por causa da disfunção e redução das células β pancreáticas, a síntese e a secreção de insulina poderão ficar comprometidas e, em alguns casos, a insulinoterapia será essencial. A hiperglicemia ocorre pela falha da célula beta em compensar a resistência à insulina, com uma resposta secretória deficiente ao estímulo glicêmico. Esse quadro se apresenta tanto no início do processo como também no possível mecanismo de exaustão da célula beta inerente à própria evolução da doença. Além disso, a hiperglicemia pós-prandial crônica pode levar a um estado de glicotoxidade que se caracteriza pela redução progressiva da secreção da célula beta, ou a perda progressiva da função glicostática do pâncreas, ou seja, um ciclo vicioso com piora progressiva do estado hiperglicêmico. Os mecanismos tóxicos da hiperglicemia sobre a célula beta se fazem pela redução da expressão do gene de insulina, redução do processamento da pró-insulina e deposição de material amilóide com um aumento do processo de apoptose (morte celular). Esses mecanismos estão exacerbados na concomitância de um aumento da lipemia pós-prandial (triglicérides e ácidos graxos livres) por um mecanismo conhecido como lipotoxicidade. O reconhecido processo de glicação aumentada no diabetes, em que a glicose reage de maneira não-enzimática com diversas proteínas formando produtos iniciais de glicação, comumente avaliado pela presença de níveis aumentados de hemoglobina glicada (A1c), também ocorre no interior da célula beta, nos grânulos de insulina, levando a secreção de insulina glicada, que apresenta uma atividade biológica reduzida. Assim, glicotoxicidade na 46 célula beta também deve contribuir para a resistência à ação da insulina A hiperglicemia promove o aumento de mediadores inflamatórios e a glicação de proteínas, gerando inativação funcional destas, bem como auto-oxidação das partículas de glicose, levando à formação de radicais livres, que ocasionam a destruição e a disfunção de células, como as β-pancreáticas, produtoras de insulina. Forma-se, assim, uma importante alteração sistêmica, que não pode ser compensada pelo sistema antioxidante, o qual elimina radicais livres do organismo. Deste modo, temos a falha de processo, denominada estresse oxidativo