UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS

CURSO DE ARQUITETRA E URBANISMO

JULIANA PEREIRA SANTOS

FICHAMENTO
RESFRIAMENTO PASSIVO

SALVADOR
2017.1
 UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS
ARQUITETURA E URBANISMO
Docente: MANOELA LEIRO
Discente: Juliana Pereira Santos

RESFRIAMENTO PASSIVO

O Resfriamento Passivo caracteriza-se pela utilização dos componentes

arquitetônicos a fim de resfriar a edificação para proporcionar condições de conforto
aos seus usuários. Tem como objetivo reduzir os ganhos de calor e favorecer as
perdas térmicas, minimizando ou até mesmo dispensando a utilização de
equipamentos eletromecânicos para climatização artificial em determinados
ambientes.

A ventilação possui três funções: renovar o ar para manter sua qualidade, resfriar a
massa edificada, e produzir o resfriamento fisiológico dos usuários que utilizam a
edificação.

A utilização da ventilação natural como estratégia de resfriamento passivo é

fundamental para obtenção de conforto térmico em todo território brasileiro,
especialmente nas regiões de clima quente e úmido da Zona Bioclimática 8, onde se
constitui a estratégia de maior eficiência.

Dependendo do clima da região, a ventilação natural deve ser aproveitada de

maneiras diferentes a fim de proporcionar conforto térmico. Nos climas quentes e
úmidos, as variações diárias e sazonais de temperaturas são muito pequenas e os
valores de temperatura e umidade relativa do ar são altos.

Já nos climas quentes e secos, as variações de temperatura são mais acentuadas e

a umidade relativa do ar é baixa. Durante o dia as temperaturas tendem a se manter
acima da zona de conforto térmico, enquanto que à noite ela pode cair bem abaixo
desta.

O movimento de ar é produzido pela diferença de pressão existente entre dois pontos

em um ambiente. Essa diferença de pressão pode ser produzida tanto pela ação
dinâmica dos ventos, como também pela diferença de temperatura (densidade) do ar
entre dois pontos.
O vento possui inércia, ou seja, tende a permanecer na mesma direção até que
encontre um obstáculo. No tecido urbano, a configuração do entorno construído
determina a rugosidade do sítio. A altitude na qual a velocidade do vento é livre da
influência do atrito do solo é conhecida como altura do gradiente e se dá em função
da rugosidade do entorno. Assim, a velocidade do vento na altura das construções
dependerá do entorno no qual se encontram inseridas.

Vários elementos construtivos podem melhorar o desempenho da ventilação natural

no interior das edificações. Alguns desses componentes têm sido pouco utilizados na
arquitetura brasileira apesar da riqueza plástica que podem apresentar. A
configuração da ventilação no interior das edificações é determinada principalmente
pelo tamanho e localização das aberturas, tipo e configuração das esquadrias e
localização de componentes arquitetônicos externos, parâmetros quase sempre
definidos pelos projetistas.

O uso do resfriamento evaporativo pode provocar a redução da temperatura do ar a

partir da evaporação da água, seja de forma direta ou indireta. Denomina-se
resfriamento direto a entrada de ar resfriado por evaporação diretamente no ambiente
interno. Um exemplo bastante comum desta solução são as fontes instaladas nos
pátios das edificações árabes.

Inércia térmica é o efeito provocado pela característica dos componentes do edifício

de armazenar calor, transmitindo-o para o interior do ambiente com algum tempo de
atraso e com amortecimento dos valores de temperatura. A utilização da massa
térmica para resfriamento ocorre quando são utilizados materiais com alta inércia
térmica na construção de, por exemplo, paredes de pedra ou tetos-jardins.

A existência de períodos do ano com características climáticas desfavoráveis à

utilização da ventilação natural como estratégia bioclimática de resfriamento passivo
não deve se constituir em empecilho à adoção desta estratégia nos outros períodos
do ano que possam se caracterizar como adequados ao seu uso. Nessas condições,
é possível considerar uma combinação de estratégias bioclimáticas que possam ser
operadas de forma complementar, a fim de se obter adequado grau de conforto
térmico.