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Apostila Aph Cepap 05.01.2015
Apostila Aph Cepap 05.01.2015
Colaboradores:
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Edição 2014
PREFÁCIO
2
AGRADECIMENTO
3
SUMÁRIO
2BIOPROTEÇÃO: .......................................................................................................................................... 7
4
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1 AVALIAÇÃO DA CENA:
6
2 BIOPROTEÇÃO:
• HBV, HCV e HIV.
• Exposição perfurocortante/ cutaneomucosa.
• Risco maior ~ volume de sangue, estádio da doença na fonte, profundidade da ferida,
agulha oca.
• Vacinação (HBV) e EPI (mínimo luvas, máscara e barreira ocular)
• Conhecer protocolo pós-exposição local.
• Exposição cutaneomucosa= pele do profissional aberta ou mucosa.
• Prevalência de infecção nesta ordem: HBV, HCV, HIV.
3 SEGURANÇA NO TRÁFEGO:
• Procure descer da viatura pelo lado sem tráfego.
• Nunca permaneça entre o veículo e a faixa de rolamento (cuidado ao buscar
equipamento).
• Número de profissionais na cena deve ser o mínimo necessário. Desloque-se em fila
indiana.
• Seja visto: roupa reflexiva, fique atento, de frente p/ o Fluxo.
• Sinalize e isole a cena: cones, flares, luzes de cena, mas evite faróis (cega os
motoristas)
• Controle o trânsito, não obstrua; disponha de apoio.
• Melhor o trânsito fluindo em torno da cena, do que interrompido, com risco de colisões na
cauda da fila.
• Destaque oval - fend-off position: último veículo (ou único, quando a ASE/ ATE está
sozinha) aumenta a área protegida entre ele e o veículo(s) acidentados estacionando em
ângulo de 20 a 45°.
• Na literatura o comprimento da área triangular de segurança atrás da última viatura varia
de 90 pés (cerca de 30m) até 75 m em áreas urbanas, e de cerca de 150 a 200m em
auto-estradas.
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4 PRODUTOS PERIGOSOS - APROXIMAÇÃO:
• Sinais grosseiros de vazamento de material líquido, seco ou vapores/ fumaça.
• Se houver suspeita, posicionar-se acima do foco com “vento pela retaguarda”
• Não entre ambiente confinado sem EPI próprio.
• Não acesse o paciente antes de assegurar a cena. Peça apoio.
• Maior risco: produtos que oferecem risco de lesão por INALAÇÃO (tabelas verdes
do Guia):
a) Queimadura de vias aéreas
b) Inflamação das vias aéreas e pulmões
c) Envenenamento da hemoglobina (monóxido de carbono, CO) e da respiração celular
(cianeto, CN).
Observações:
1. Atenção
2. Operações: perímetros e zonas de segurança
3. Técnico: contém o vazamento/ liberação
4. Especialista: comando e suporte
5. Aproximação da cena
6. Identifique o produto
7. Identifique o Guia de emergência (3 dígitos)
8. Inicie as Ações de Proteção Iniciais (isolar, afastar, evacuar, seguir
recomendações específicas do guia)
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3ª seção: ações de atendimento (incêndio, derramamento, primeiros socorros e contato
com a substância).
OBS! Raio de Isolamento em todas as direções varia se o acidente ocorre à noite
(atmosfera mais calma), quando a dispersão do produto é menor (logo a concentração no
ar é maior) ou de dia.
4.2ISOLAMENTO DA CENA
} Perímetro mínimo de 100 m (ao ignorar qual o produto); vide Guia de Emergência
} Indicação:
1. Combustível espalhado
2. Risco de Incêndio
3. Produtos perigosos
4. Linhas Elétricas Energizadas
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• Produtos perigosos – CLASSE
Há diversos guias de identificação (padronizada) dos produtos, contendo medidas inicias
de abordagem específicas. Guia da ABIQUIM – PRÓ-QUÍMICA (tel emergência 0800-11-
8270), Emergency Response Guidebook 2008, www.cetesb.sp.gov.br...
5 VIOLÊNCIA E SEGURANÇA:
• Acostumar a dividir a atenção com o movimento de pessoas em torno.
• Abordagem “ 1 mão na cena/ 1 mão livre”.
• Se houver indícios de risco de agressão, deixar a cena imediatamente, continuando o
atendimento na viatura.
• Abordagem mão na cena/ mão livre: um socorrista mantêm atenção na cena enquanto o
outro se ocupa do paciente, até que este precise de ajuda.
• Não esteja lá: aguarde num local seguro, até que o reforço policial torne a cena segura.
• Retirada: se detectar perigo à aproximação, retire-se com a viatura para local seguro e
contate CIGS.
• Difundir: cena se torna insegura durante o atendimento, use discurso diplomático,
enquanto se prepara para retirada.
• Defender: libertar-se do agressor e sair da cena. Chamar reforço policial.
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7 CINEMÁTICA DO TRAUMA:
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• Colisão dos órgãos (órgãos x estrutura óssea)
Colisão lateral – Como o próprio nome diz, trata-se de um impacto na lateral do veículo,
onde normalmente várias regiões do corpo podem ser acometidas: cabeça, pescoço,
tórax, abdome, pelve, membros superiores e inferiores. Importante ressaltar que o
impacto no lado mais próximo, podem ocasionar mais lesões no lado mais distante.
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A utilização dos equipamentos de segurança é de extrema importância para os
condutores dos veículos de duas rodas, sobretudo a utilização do capacete previne o
traumatismo craniano, que são causadores de 75% das mortes nos acidente com duas
rodas.
7.10.Desaceleração Vertical
Corresponde a lesões provenientes a absorção da energia cinética acumulada pela
ação da gravidade exercida ao corpo em decorrência de queda. Variam por diversos
fatores que interferem na absorção e dissipação de energia, tais como:
• Área do corpo que sofre o impacto
• Superfície atingida
• Altura da queda *
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*São considerados como mecanismos graves, quedas a partir de 3 metros, contudo,
alturas inferiores podem proporcionar importantes agravos a saúde, principalmente em
crianças e idosos.
Tais mecanismos podem resultar em múltiplas lesões, podendo ser: fraturas de pés
ou das pernas, lesões de quadril e pelve, compressão axial da coluna lombar e cervical,
força de desaceleração dos órgãos e fratura nos punhos.
Ferimento por arma branca - São produzidos por objetos com poder de penetração
(perfuro-cortantes), como exemplo: lanças, arpões, estacas, facas, etc... No ferimento por
arma branca, geralmente tem como característica a baixa energia cinética. Os aspectos
que podem determinar a gravidade da lesão são:
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• Região anatômica atingida,
• Comprimento da lâmina
• Ângulo de penetração
Explosões - Artefatos explosivos são dispositivos, com alto poder de letalidade, que
produzem lesões dependo do seu potencial de explosão e da distância da vítima. A
energia contida no explosivo é convertida em luz, calor e pressão.
1. Luz - é o primeiro agente lesivo ao atingir a vítima.
2. Calor – Proveniente da combustão do explosivo.
3. Onda de Choque - Onda que se irradia através da combustão do artefato, e que
produzem lesões por três mecanismos principais:
• Gradiente de pressão (geralmente ocorrem lesões em tímpano e pulmões);
• Artefatos e objetos lançados sobre a vítima;
• Projeção da vítima ao solo e objetos e escombros sobre a vítima, causando lesões
diversas.
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8 AVALIAÇÃO DO POLITRAUMATIZADO:
(exame primário e secundário)
1
Adams Cowley, médico fundador do Maryland Institute of Emergency Medical Services, onde descreveu o conceito
de “hora de ouro”.
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Também é preconizado que o atendimento às vítimas de trauma ocorra nos
chamados “10 minutos de platina” do APH, ou seja, não ultrapassar 10 minutos na
cena do acidente para prestar o atendimento à vítima.
Inicio do exame:
Como a tomada de decisão tem que ser rápida, inicia-se o exame pela
impressão geral que deve durar de 10 a 30 segundos.
Isso resulta em uma abordagem simultânea do estado neurológico, circulatório
e respiratório, incluindo a avaliação de grandes feridas hemorrágicas e deformidades
importantes.
Esse momento é de extrema importância e de difícil roteiro, pois quem examina
busca alguma evidência para direcionar o exame e consequentemente o raciocínio
clínico.
A impressão geral vai a busca de uma priorização no exame onde podemos ver
se a vítima está responsiva ou não, com sinais evidentes de choque como: palidez
cutânea, sudorese profusa, cianose de face e extremidades e se o paciente respira e
ventila adequadamente.
Após a impressão geral, o socorrista deve fazer uma abordagem organizada e
sistematizada, procurando coerência com o que examina somado a um raciocínio
lógico usando as informações da cena e cinemática do trauma.
Próximo passo: Início do exame primário e secundário. Lembrando o princípio
de: “para cada conduta uma intervenção”.
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Imagem 1. Estabilização manual da coluna cervical; Abertura de vias aéreas,
aspiração, medição e colocação da cânula orofaríngea (cânula de Guedel).
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Imagem 3. Avaliação da Circulação
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D: do inglês disability, indicando a avaliação neurológica / nível de consciência do
paciente.
O PHTLS 7ª (Edição 2012), recomenda a avaliação neurológica através da
avaliação pupilar e da Escala de Coma de Glasgow ( Imagem 7).
Na avaliação pupilar observamos as alterações neurológicas que podem
representar lesões cerebrais por hipoxemia e lesões de tronco encefálico.
No exame pupilar o socorrista deve avaliar tamanho das pupilas: midríase (pupilas
dilatadas); miose (pupilas contraídas); anisocoria (pupilas em tamanhos diferentes) e
isocoria (pupilas em tamanhos iguais) e fotorreação (Na presença da luz as pupilas
contraem e na ausência aumentam de tamanho). (Imagem 6)
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E: do inglês exposition, indicando a avaliação do paciente em sua face anterior e
posterior, através da exposição da vítima.
Ao final do exame primário, o socorrista deve avaliar a situação de “Load and Go”,
que significa estabilizar e encaminhar para o hospital o mais rápido possível sem perder
tempo na cena.
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De forma dinâmica e simultânea observamos as seguintes lesões na inspeção e
palpação:
História A.M.P.L.A.S.
Após o exame secundário, coletar algumas informações da vitima de trauma, é
necessário para uma avaliação de risco da morbi-mortalidade e a condições clínicas.
• Alergias (medicamentosa e alimentar)
• Medicações (em uso regular ou no momento)
• Passado médico (história pregressa)
• Líquidos e alimentos (última refeição)
• Ambiente e eventos (cinemática)
• Sintomas (queixas referidas pela vítima)
Condutas:
Após a realização do exame primário e secundário, o socorrista deve atentar para
as seguintes condutas:
a) Oxigenação;
b) Monitorização dos sinais vitais
c) Oxímetria de pulso
d) Realização de Hemoglucotest (se necessário)
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e) Acesso venoso com solução salina
f) Aquecimento da vítima
g) Imobilização adequada
As ações não são necessariamente sequenciais, se a equipe estiver bem treinada
as condutas podem ser simultâneas, a orientação protocolar orienta ao comandante da
guarnição, caso haja insegurança ocasionada pela imprevisibilidade das situações
proporcionadas pelo trauma.
O doente não escolheu estar envolvido em uma situação traumática, você escolheu!
Nebraska: “Tratar à medida que vai andando” ou seja tratar a caminho do hospital.
• Pegar e correr
o Ausência de atendimento – até 1950
• Manejo e atendimento em campo
o Com base em currículo padrão nacional
o De 1969 até 1975
• Ficar e fazer
o De 1975 até 1980
o Não há distinção entre a vítima de trauma e cardiopatas
• Ausência no retardo do atendimento em centros de trauma
o De 1980 até hoje
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conseqüentemente, tendência a maior sangramento. A reposição de fluidos visa garantir
mínima pressão arterial, suficiente para perfundir o cérebro e as artérias coronárias,
adiando qualquer reposição adicional de fluidos até que o controle cirúrgico das lesões
seja estabelecido. Esta forma de tratamento reduz a mortalidade em pacientes com
lesões penetrantes do tronco. Entretanto, cautela deve existir na seleção dos pacientes,
uma vez que a presença de trauma craniano associado é uma contra-indicação para
aplicação da estratégia.
9.1 Protocolos:
• Protocolos são abordagens robóticas
• Não propiciam a compreensão do atendimento médico,
• Não propiciam o raciocínio crítico para a obtenção de melhor sobrevida a vítima de
trauma.
9.2 Compromissos
• Avaliação rápida e precisa.
• Identificação de choque e de hipóxia.
• Início das intervenções corretas no momento adequado.
• Transporte oportuno da vítima para o local adequado.
Princípios x Preferências
O que enfatizar?
- Utilização de raciocínio crítico
• Treinamento.
• Conhecimento de anatomia.
• Conhecimento de fisiologia.
• Conhecimento de técnicas.
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• Limitações de tempo.
• Perda de sangue
• Entre outros.
Princípio
O que é necessário para o paciente melhorar ou sobreviver
Preferência
Como o princípio é atingido no tempo necessário e pelo socorrista disponível
A preferência utilizada para atingir o principio depende de quatro fatores:
• Situação existente
• Condição do paciente
• Base de conhecimento do socorrista
• Equipamento disponível
Princípio: o ar contendo oxigênio deverá passar através da via aérea para os pulmões a
fim de fornecer a oxigenação para as células vermelhas quando elas passam pelos
pulmões no caminho para as células teciduais.
Preferência: Forma pela qual o tratamento será conduzido em cada doente em particular.
Situação existente
• Riscos no local
• Número de doentes envolvidos
• Localização do doente
• Posição do veículo
• Contaminação ou preocupação com materiais perigosos
• Incêndio
• Condições climáticas
• Distância do hospital de referência
• Transporte disponível
• Outros
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Condição do doente
Equipamento disponível
• Todo material deve ser previamente selecionado.
• Toda equipe deve conhecer o local de guarda do material.
• Todo material deve estar pronto para uso.
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10 CHOQUE:
10.1 Introdução:
Uma avaliação coerente e imediata, com manobras de intervenção e foco no
tratamento definitivo do choque resultante do trauma, são fatores essenciais para a
determinação do prognóstico do doente. Um socorrista enfrenta desafios importantes em
todas essas ações essenciais para o tratamento do choque. O desafio terapêutico
imposto pela vítima de choque, no ambiente pré hospitalar, é composto pela necessidade
de uma avaliação qualificada e rápido início das medidas de reanimação em um
ambiente relativamente primitivo e, ocasionalmente perigoso.
10.2 Definição:
O choque é considerado um estado de hipoperfusão celular generalizada no qual a
liberação de oxigênio no nível celular é inadequada para atender às necessidades
metabólicas.
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As medidas de reanimação são inquestionavelmente necessárias à sobrevida do
doente. Tais ações iniciais são um componente crítico da “hora de ouro” do atendimento a
traumas.
A sensibilidade das células à ausência de oxigênio e a utilidade do metabolismo
anaeróbico é variável entre os sistemas orgânicos. Esta sensibilidade é denominada
isquemia – ausência de oxigênio.
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Ø Hemorragia Classe II: a maioria dos adultos consegue compensar esta perda de sangue,
ativando o sistema nervoso simpático (adrenalina na corrente sanguínea) que manterá a
pressão arterial estável = choque compensado!
Ø Hemorragia classe III: a maioria dos doentes não consegue compensar esta perde de
volume, e ocorre hipotensão. Muitos desses doentes necessitam de transfusão de sangue
e intervenção cirúrgica.
Ø Hemorragia Classe IV: estágio de choque grave. Esses doentes têm poucos minutos de
vida. A sobrevida depende de controle imediato da hemorragia (cirurgia se a hemorragia
for interna) e reanimação agressiva, incluído transfusão de sangue e plasma, com mínimo
de solução cristalóide.
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Perda Sanguínea Associada às Fraturas:
Tipo de Fratura Perda Aproximada (ml)
Costela 125
Rádio e ulna 250-500
Úmero 500-700
Tíbia e fíbula 500-1000
Fêmur 1000-2000
Pelve 1000- intensa
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10.6 Tratamento - O que pode ser feito?
As seguintes etapas compõem o tratamento do choque:
1- Garantia de oxigenação (via aérea e ventilação adequada). FiO2 > 0,85.
2- Identificação de hemorragias (controle de hemorragias externas)
3- Transporte rápido ao centro de tratamento definitivo.
4- Administrar fluidos durante o transporte, conforme adequado.
5- Manutenção da temperatura corpórea. (aquecer o doente)
Torniquetes - orientação:
Caso uma hemorragia externa não possa ser controlada por pressão, a aplicação do
torniquete é a etapa lógica seguinte.
Largura da bandagem: deve ter cerca de 10 cm.
Local da aplicação: proximal ao ferimento – cerca de 10 cm. Caso o torniquete não
interrompa, completamente, a hemorragia, então, outro dever ser colocado proximal ao
primeiro.
Força: deve ser apertado o suficiente para bloquear o fluxo arterial.
Tempo: podem ser usados com segurança por até 120 a 150 minutos até a sala de
cirurgia, sem lesões nervosas ou musculares. Identificar no torniquete a hora de
colocação.
1- Doentes vítimas de choque hemorrágico devem ser submetidos a medidas que controlem
a hemorragia externa, receber quantidades mínimas de solução eletrolítica por via
intravenosa e ser rapidamente transportado ao hospital.
2- A administração de um volume limitado de solução eletrolítica antes da reposição de
sangue é a abordagem correta durante o transporte ao hospital.
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3- O resultado da superinfusão de cristalóide é a maior quantidade de fluido intersticial
(edema), resultando em menor transferência de oxigênio às hemácias resultantes e às
células teciduais.
4- O objetivo NÃO é elevar a pressão arterial a níveis normais, mas fornecer a quantidade
de fluido necessária à manutenção da perfusão e continuar o suprimento de hemácias
oxigenadas ao coração, cérebro e pulmões.
5- A melhor solução de cristalóide para o choque hemorrágico é o Ringer lactato.
10.8 Hemorragias controladas – doentes com hemorragia externa importante que foi
controlada podem ser mantidos com uma estratégia de reanimação volêmica mais
agressiva, desde que o socorrista não tenha razões para suspeitar de lesões intratorácica,
intra-abdominais ou retroperitoniais associadas. Os adultos em Choque Classe II, III ou IV
devem receber uma bolo inicial de 1 a 2 litros de solução cristalóide. As crianças podem
receber um bolo inicial de 20 ml/kg de solução cristalóide.
OBS: A caminho do hospital devemos monitora: sinais vitais, incluindo pulso, frequência
ventilatória e pressão arterial.
Pode haver 03 respostas a essa reposição volêmica inicial:
1- Resposta rápida: sinais vitais voltam ao normal e assim permanecem. Paciente perdeu
cerca de 20% de volemia e hemorragia cessou.
2- Resposta transitória: inicialmente os sinais vitais melhoram, contudo, na evolução, esses
doentes pioram e voltam a entrar em choque. Perderam 20 a 40% de volemia.
3- Resposta mínima ou ausente: não apresentam quase nenhuma alteração dos sinais
vitais, após administração de 1 a 2 litros de volume.
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OBS: Os grupos de resposta transitória e ausente têm uma hemorragia contínua,
provavelmente interna. A melhor conduta nesses doentes é manter um estado de
hipotensão permissiva, e os líquidos IV devem ser administrados até que se obtenha uma
pressão arterial sistólica na faixa de 80 a 90 mmhg.
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11 TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO E RAQUIMEDULAR:
A Cabeça é a região do corpo mais lesada em pacientes politraumatizados destes
80% apresentarão TCE LEVES, a principal causa é a colisão automobilística seguida de
queda principalmente nos idosos.Cerca de 2 a 5% destas vítimas apresentará TRM
associado.
As lesões no tecido cerebral ocorrem por aplicação direta de forças externas sobre
o cérebro e por lesões de contra golpe pelo movimento deste dentro da caixa craniana.
A lesão primária ocorre no momento do trauma e não pode ser evitada, já a lesão
secundária será decorrente da má oxigenação ou da diminuição da perfusão do tecido
cerebral e pode ser evitada com a proteção das vias aéreas e com o fornecimento de
oxigênio.
Sinais que devem servir de alerta quanto a gravidade do TCE são: alteração do
nível de consciência,concussão cerebral,sangramento pelo ouvido ou nariz,convulsões e
trismo.
A lesão da coluna vertebral pode estar associada à lesão medular e esta pode ser
completa ou incompleta.
O suporte de vida ABC com abertura das vias aéreas através da elevação
modificada de mandíbula e estabilização da coluna cervical, previne a lesão secundária
da medula. O alinhamento da coluna cervical com colocação de colar cervical apenas
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limita os movimentos de extensão e flexão da coluna cervical e não previne os
movimentos de extensão e rotação. Um colar rígido faz com que a carga inevitável entre
cabeça e tronco seja transferida da coluna cervical para o colar, eliminando ou
minimizando a compressão cervical que de outra forma ocorreria.
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12 TRAUMA DE TÓRAX:
O trauma de tórax pode ser fechado ou penetrante, aproximadamente 15% á 20% de
todas as lesões de tórax requerem cirurgia para tratamento definitivo as restantes são
tratadas apenas com intervenções simples (ex.: dreno de tórax).
Anatomia:
Costelas
Ø 12 pares
Ø Pulmão
Ø Mediastino
• Traquéia
e
esôfago
• Brônquios
principais
Trauma penetrante:
Coração
e
•
Um objeto transfixa a grandes
parede torácica penetra na cavidade e lesa os órgãos
vasos
internos do tórax. A ferida favorece a entrada rápida de ar no espaço pleural, os tecidos e
os vasos lesados sangram para o espaço pleural, os alvéolos que ficam cheios de sangue
não participam das trocas gasosas.
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Trauma Fechado:
Fratura de costelas:
Tórax instável:
Inspiraç Expiraçã
ão o
Contusão Pulmonar:
Pneumotórax:
Ocorre em até 20% dos traumas graves de tórax. Podemos classificar como
simples (fechado), aberto ou hipertensivo (evolução do simples / ou do aberto) (Imagem
8). É importante evitar a transformação de simples em hipertensivo. Pode ser necessária
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a descompressão por punção. O pneumotórax hipertensivo é uma lesão com risco de
vida.
Características:
Simples
o Fechado ou penetrante
o Taquipnéia
o Dor
Hipertensivo
o Fechado ou penetrante
o Comprometimento hemodinâmico
o Turgência jugular
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Hemotórax:
Sinais e sintomas:
o Sinais de choque
o Jugulares colabadas
o Maciçez á percussão
o Dor a palpação
o Instabilidade óssea
Tamponamento Pericárdico:
Mais comum nos ferimentos penetrantes, contudo também pode ocorrer nos
traumatismos contusos e ainda em casos crônicos como pericardites. Se caracteriza por
apresentar uma quantidade de sangue no saco pericárdico. Esse sangue que se acumula
no saco pericárdico impede que o coração realize seu enchimento normal (pré - carga).
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Resultando assim em uma má perfusão por diminuição do volume sanguíneo ejetado para
a circulação.( Imagem 9)
Sinais clássicos:
o Turgência de jugular
o Hipotensão;
41
Resumo:
42
13 TRAUMA ABDOMINAL:
13.1 INTRODUÇÃO:
O abdômen representa no corpo humano uma das regiões mais críticas no que diz
respeito a vítimas de trauma, principalmente quando associados ao choque hipovolêmico.
Conforme as evidências, em vítimas que apresentam sinais de choque, mesmo não tendo
lesões aparentes, deveremos suspeitar de lesões em algum órgão dessa estrutura,
devido haver a presença de vísceras maciças e vasos calibrosos, que têm como uma das
características principais, promover o sangramento abundante.
a. Ferimentos penetrantes – Neste caso temos lesões por armas de fogo, armas
brancas e outros objetos que podem penetrar no abdômen durante um evento traumático.
No caso das armas de fogo, o órgão mais acometido é o intestino delgado e no caso das
armas brancas, temos o fígado como o órgão mais atingido.
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Obs: Caso não haja uma explicação clara sobre a origem do choque hipovolêmico em
uma vítima de trauma, devemos suspeitar de trauma abdominal
e. Percussão: Não realizada no pré-hospitalar, por não modificar a conduta no que diz
respeito ao tratamento.
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Não devem ser retirados ou manipulados, sob o risco de iniciar e/ou aumentar o
sangramento. As ações neste caso devem estar voltadas para a estabilização desse
objeto, pois a retirada deve ocorrer apenas no centro cirúrgico. Em alguns casos, o objeto
pode ser cortado, para facilitar a retirada da vítima e posteriormente o seu transporte.
b. Evisceração:
Condutas no APH:
a. Transportar a gestante deitada sobre o lado esquerdo, desde que não tenha indicação de
imobilização de coluna.
c. Se a vítima não puder ser girada, elevar a perna direita para deslocar o útero para
esquerda
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14 ATENDIMENTO AO PACIENTE QUEIMADO:
PELE: É o órgão dos sentidos e maior órgão do corpo, sendo responsável pelo
controle da temperatura, atua como barreira de proteção além de controlar a perda de
água e eletrólitos.
TIPOS DE QUEIMADURAS:
GRAVIDADE DA QUEIMADURA:
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a) portador de queimaduras: o acidentado tem menos de 15% da área corporal atingida.
b) grande queimado: a área corporal atingida ultrapassa 15% (aproximadamente 15
palmos)
c) Ao atingir mais de 40% da área corporal, as queimaduras poderão provocar a morte, e
acima de 70% da superfície do corpo atingida as chances de sobreviver são mínimas.
QUEIMADURAS DE 1o E 2o GRAU
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QUEIMADURA DE 3o GRAU E 4º GRAU
3º grau: Esta lesão envolve toda a espessura da pele. Essas queimaduras podem
apresentar diversas aparências. Com maior frequência estes ferimentos são espessos,
secos, esbranquiçados, com aparência semelhante a couro. Em casos mais graves, a
pele parece chamuscada, com visível trombose de vasos sanguíneos. (Queimaduras de
espessura completa)
Atenção: as pessoas são ensinadas, erroneamente, que as queimaduras de 3º
grau não são dolorosas, uma vez que há destruição das terminações nervosas do tecido
queimado. É uma percepção errônea. Os doentes com queimaduras de 3º grau sentem
dor. Estas lesões estão cercadas por áreas de queimadura de 2º grau e 1º grau.
Característica: aparência similar a couro, coloração branca a chamuscada, tecido
morto, presença de dor.
4º grau: São lesões que acometem não só todas as camadas da pele, mas também o
tecido adiposo subjacente, os músculos, os ossos ou os órgãos internos.
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QUEIMADURA DE VIA AÉREA
Pode ocorrer devido à inalação de vapor ou gás aquecido levando a edema das
vias aéreas apresentando como sinais rouquidão precoce e estridor tardio
correspondendo a 85% de obstrução. (Imagem 11)
Tratamento:
Deve ser iniciada com a avaliação da área queimada e caso seja maior que 20%
demonstra gravidade. Prosseguir retirando anéis e pulseiras da área lesada, pois após o
início do edema se torna impossível sua retirada, podendo desempenhar papel de
garrote. Esfriar as queimaduras recentes com solução salina ou água estéril em
temperatura ambiente (a lavagem dos ferimentos com água deverá ser avaliada com
cautela, pois em casos de queimaduras por pós químicos esta não é recomendada.).As
áreas lesadas devem ser cobertas com gaze limpa. A hipotermia em grandes queimados
deve ser prevenida com aplicação de mantas sobre a vítima, após sua avaliação.
QUEIMADURA ELÉTRICA:
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QUEIMADURA POR RADIAÇÃO
QUEIMADURA QUÍMICA:
Vítimas que apresentem lesão por inalação, com queimaduras de 2ºg > 10% AQ,
queimaduras 3ºg, queimaduras em face, mãos, pés, grandes articulações e genitália
assim como queimadura elétrica ou química , politraumatizados com área extensa
queimada, após estabilização do outro trauma e crianças.
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15 LESÕES POR CALOR E FRIO:
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SISTEMA TERMOREGULADOR:
15.1 HIPERTERMIA:
A hipertermia pode ser causada tanto por elementos externos, como exposição
ao sol; exposição por longo tempo em banheira muito quente; proximidade a fornos ou
locais de grande temperatura; e também pode ser causada por descontrole ou reações
inatas ou induzidas no próprio organismo, a exemplo em virtude de alguma doença.
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É importante diferenciar a hipertermia da simples febre no manejo terapêutico de
afecções comuns. Não obstante, a febre é um tipo de hipertermia.
Prevenção
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Acompanhe volume e cor da urina.
Evitar uma lesão provocada pelo frio é simples: há que saber onde está o perigo e
preparar-se. As peças de vestuário (de preferência de lã) ou os sobretudos com capuz
acolchoados com penas ou fibra sintética, além de protegerem contra o vento, constituem
o vestuário ideal até nas condições mais duras. Como pela cabeça se perde grande
quantidade de calor, é fundamental contar com um chapéu que proteja. É também
conveniente comer e beber o suficiente.
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.
Superficial (1º e 2º g): reaquecer à temperatura corporal; por área lesada sob as axilas,
entre as virilhas...
Profunda (3º e 4º g): reaquecer em campo pode ser deletério; só se transporte demorar.
15.4 HIPOTERMIA:
Imersão em água gelada seguida de perda de reflexo de proteção das VAS >>
submersão e afogamento.
55
Primária (acidente ambiental) X secundária (a trauma, sepse,...)
Resposta a Imersão
Causas
A hipotermia ocorre quando o corpo perde calor mais rapidamente do que leva a
queimar energia para repô-lo. O ar frio ou o vento podem fazer perder o calor do corpo
por convecção. Permanecer sentado ou imóvel durante bastante tempo sobre o solo frio
ou sobre uma superfície metálica, ou então com a roupa molhada, faz com que o calor do
corpo passe para a superfície mais fria por condução. O calor pode perder-se através da
pele exposta, sobretudo da cabeça, através da irradiação e da evaporação do suor.
56
Sintomas
O início da hipotermia costuma ser tão gradual e subtil que tanto a vítima como os
outros não se apercebem do que está a suceder. Os movimentos tornam-se lentos e
entorpecidos, o tempo de reação é mais lento, a mente turva-se, a pessoa não pensa com
clareza e tem alucinações. Quem sofre hipotermia pode cair, andar sem destino fixo ou,
simplesmente, deitar-se para descansar e até morrer. Se a pessoa se encontrar na água,
move-se com dificuldade, pouco depois desiste e, finalmente, afoga-se.
Tratamento
Suspeita de hipotermia pela cena e manifestações clínicas. Termômetro padrão não mede
T < 35ºC.
Abrigar vítima do frio; remover roupa molhada; envolver cabeça e corpo com cobertores
ou saco de dormir.
Paciente com redução da consciência: AMBU + cânula oro (naso) faríngea; SF a 43ºC IV
(iniciar com 500 a 1000 ml). Aquecimento externo ativo (manta térmica) no tórax.
57
16 SITUAÇÕES ESPECIAS:
(Trauma em Criança, Gestante e Idoso)
58
As contusões abdominais, equimoses provocadas por cintos de segurança, dor
abdominal em pacientes pediátricos representam indicações de transporte rápido (load
and go).
Os sinais de alerta no traumatismo de tórax são:
- dispnéia;
- taquipnéia (crianças > 40 irpm) e (lactente > 60 irpm) – load and go;
- batimentos de asa de nariz;
- retrações supra-esternais, intercostais e subcostais.
CONDUTA PRÉ-HOSPITALAR
Adotar medidas de auto-proteção é fundamental, mesmo quando se tratar de
crianças. Lembre-se que o trauma pode gerar secreções, sangue e eliminações de fluidos
corporais.
Manter as vias aéreas abertas com manobras manuais e estabilização manual da
cabeça e pescoço e determinar após a abertura da via aérea, se a vítima apresenta
respiração adequada. O profissional deverá iniciar a assistência ventilatória com máscara,
caso a respiração esteja ausente ou inapropriada. As causas mais comuns de obstrução
de vias aéreas em crianças, vítima de trauma, são queda de língua e corpo estranho.
Estabilizar a cabeça e pescoço manualmente, o colar cervical só é aplicado no final
da avaliação rápida, em virtude da criança apresentar baixa tolerância a imobilização
cervical. Em crianças menores de um ano considerar necessidade de instalar um coxim
sob os ombros para promover alinhamento da cabeça, cervical e corpo.
Avaliar a respiração através da visão da expansão do tórax/abdome, ouvir sons
expiratórios e/ou sentir a expiração (ver, ouvir e sentir) e quando necessário avaliar a
freqüência observando a faixa etária que são: 20 irpm para pacientes menores que um
ano de idade e 15 a 20/min para crianças maiores e adolescentes. Não esquecer de
ofertar oxigênio se saturação estiver menor de 95%.
A avaliação da circulação deve ser feita através da palpação do pulso braquial, em
crianças, juntamente com a avaliação de hemorragias externas. os locais de sangramento
óbvios devem ser controlados para manter a circulação.
Como o volume sanguíneo da criança é de 80 a 90 ml/kg sangramentos com
perdas que seriam bem toleradas em um adulto podem causar o choque em crianças.
Assim, torna-se fundamental o controle da hemorragia para prevenir grandes perdas
sangüíneas e o choque.
59
16.2 TRAUMA NA GESTANTE:
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS:
No primeiro trimestre da gravidez o útero encontra-se protegido pelos ossos da
bacia e a espessura das suas paredes está aumentada. No segundo trimestre o útero
deixa de ser protegido pela pélvis, passando a ser abdominal, porém o feto é protegido
por grande quantidade de líquido aminiótico. No terceiro trimestre o útero atinge as suas
maiores dimensões, as suas paredes tornam-se mais finas e a quantidade de líquido
aminiótico diminui, ficando então o feto mais susceptível ao trauma neste período. Em
relação à placenta, sabe-se que esta atinge o seu tamanho máximo entre a 36ª e a 38ª
semanas e que a quantidade de fibras elásticas é pequena, o que predispõe a falta de
adesividade entre a placenta e a parede uterina, induzindo a complicações como o
descolamento da placenta. O feto é considerado viável a partir da 28ª semana e é
considerado prematuro quando tiver menos de 2,5 Kg.
Quanto maior for a idade gestacional (aumento uterino) maior será a probabilidade
de trauma, mas a possibilidade de lesões de outros órgãos diminui, pois o útero funciona
como barreira protetora dos órgãos abdominais.
MECANISMO DA LESÃO:
} Penetrante
Musculatura uterina densa, feto e líquido amniótico absorvem energia Diminuem a
velocidade menor risco materno e maior risco fetal
} Fechado
O líquido amniótico é protetor fetal, mas golpes na parede abdominal causam:
- Traumatismos diretos na mãe;
- Traumatismos indiretos no feto;
- Compressão, desaceleração, contragolpe e cisalhamento;
60
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS CIRCULATÓRIAS:
ATENÇÃO!
} Não confundir os sinais vitais normais da gravidez com sinais de choque. Lembre-
se que a gestante apresenta sinais vitais diferenciados, de acordo com o tempo de
gestação.
} Para que a gestante apresente sinais de choque hipovolêmico ela precisa perder
30% de sua volemia.
61
EXAME PRIMÁRIO
EXAME SECUNDÁRIO
} Sangramento vaginal;
} Lesões pélvicas maternas;
} Lesões útero/vagina;
} Sinais e Sintomas de DPP;
} Irritabilidade/sensibilidade/contratilidade uterine;
} Movimentação e Batimento cardíaco fetal.
} Avaliação perineal
- Inspeção;
- Internação hospitalar;
- Sangramento, dor, amniorrexe, alteração do BCF, sinais de hipovolemia.
62
LEMBRAR:
• Gestante sempre em Decúbito Lateral Esquerdo.
• O melhor tratamento para o feto é o tratamento materno adequado.
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS:
CARDIOVASCULAR
O miocárdio apresenta alterações importantes, pois ocorrem mudanças em sua
estrutura tal como: acumulo de gordura, que juntamente com outras alterações como a
calcificação das valvas compromete a resposta cardíaca quando há necessidade de
compensação.
A contração e a capacidade diminuem tanto em repouso como em atividade física
levando a diminuição na oferta de oxigênio para a massa cardíaca. Isto acende um alerta
quando necessário realizar reposição volêmica.
RESPIRATÓRIO
A freqüência respiratória diminui devido às alterações estruturais e funcionais.
A parede torácica sofre alterações devido à calcificação da cartilagem produzindo baixas
no volume e difusão do oxigênio, assim a resposta ventilatória e elasticidade pulmonar
diminuem.
63
SISTEMA DIGESTÓRIO
APARELHO GÊNITOURINÁRIO
O rim sofre modificações importantes tais como: redução em seu peso, esclerose
em vasos renais, diminuição na capacidade de filtração glomerular ocasionando drástica
diminuição no volume filtrado.
A avaliação do idoso vítima de trauma não pode ser isolada, ou seja, avaliar somente
o evento e seus componentes. Portanto lembre-se das possíveis alterações que podem
agravar a clínica da vítima.
CO – MORBIDADE
} Desnutrição
} Medicação vasodilatadora
} Beta-bloqueadores
} Marcapasso
64
MORBIDADE E MORTALIDADE
REPOSIÇÃO VOLÊMICA
RESPIRAÇÃO
TRAUMA DE CRÂNIO
RESUMINDO
ü ABCDE
ü Nível de consciência
ü Imobilização cervical/Avalie coxim
ü Reposição volêmica cuidadosa e criteriosa
ü Reavalie periodicamente/Ausculta pulmonar
ü Oxigênio suplementar /100%
ü Mantenha monitorado
65
17 SUPORTE BÁSICO DE VIDA:
Hemodinâmica
O termo hemodinâmica designa os princípios que governam o fluxo sanguíneo no
sistema cardiovascular. Conceitos de fluxo, pressão, resistência e capacitância ao fluxo
sanguíneo para o coração e do coração aos vasos sanguíneos.
Estudo dos movimentos e pressões da circulação do sangue
Eletrofisiologia
É a corrente elétrica, que se transmite entre os músculos e os faz contrair. Durante
a contração o coração lança sangue na corrente sanguínea. O músculo cardíaco
necessita de muito oxigênio para nutrir as células.
Ritmos da PCR:
Assistolia : ausência de atividade elétrica no músculo cardíaco.
Fibrilação Ventricular: desorganização total na condução dos estímulos elétricos
gerados no coração
Taquicardia Ventricular sem pulso: é uma sucessão desorganizada de batimentos
no ventrículo que não geram debito cardíaco, caracterizada pela ausência de pulso.
(conduta = RCP)
Atividade elétrica sem pulso: é uma arritmia, que tem presença de atividade elétrica
e ausência da atividade mecânica. (tratamento fazer RCP e descobrir as causa).
66
Fases da RCP
I. Fase elétrica
Corresponde aos quatro primeiros minutos do colapso cardíaco, neste período a
desfibrilação pode reverter o quadro e diminuir a chance das alterações metabólicas
deletérias.
II. Fase circulatória
Com duração média de dez minutos, representa a privação máxima dos substratos
necessários ao metabolismo normal. Caso não seja revertida, o paciente evoluirá óbito.
III. Fase metabólica
Representada por acidose e disfunção celular graves, com diminuta chance de
reversão do ritmo de parada e com evolução subsequente para assistolia e óbito.
O miocárdio oxigenado responde melhor à desfibrilação. Para que haja uma oxigenação
satisfatória é preciso uma compressão adequada.
CORRENTE DA SOBREVIVÊNCIA↓
67
Avaliação do nível de consciência
• Segurando pelo ombro perguntar: “Você está bem”? Avaliar a respiração
• Se estiver sozinho, dirija-se ao telefone mais próximo ou corra até outra pessoa e
solicite ajuda e o DEA.
• Se você estiver acompanhado, peça ao companheiro para pedir ajuda e o DEA.
• Checar o pulso central (pulso carotídeo), na ausência:
• Inicie imediatamente as manobras de reanimação
Reanimação cardiopulmonar: C A B D
68
• O tórax tem que voltar a posição de repouso
• Tempo de compressão = Tempo de relaxamento
Importância da compressão
• Manter fluxo de sangue para oxigenar os órgãos vitais
• Mantém mais tempo a “vitalidade” do coração, prolongando a fibrilação.
• Aumenta em até 300% a chance da resposta ao choque
Tipos de ventilação:
• Boca/boca (não está proibida, porém é desaconselhado)
• Boca/mascara (mais comum pocket mascara);
• Ressuscitador manual (bolsa-válvula-mascara).
Bioproteção
• O ideal é utilizar a barreira de bioproteção, porém a maioria não impede a contaminação
do socorrista.
• A colocação de uma barreira de bioproteção não pode retardar o início da reanimação.
• Na ausência de barreira de bioproteção deve-se iniciar o RCP e manter a compressão.
• Na presença de um segundo socorrista o mesmo deve abrir vias aéreas.
Ciclos da RCP
• Realizar 30 compressões e 02 ventilações
• Quando houver 2 ou mais socorristas, trocar o socorrista “compressor” a cada 5 ciclos de
30 compressões X 2 ventilações
• Todos os socorristas devem revezar
69
Quando posso parar de realizar a RCP
• Na hora do choque
• Quando o paciente apresentar movimento
• Quando chegar a ajuda solicitada
• Quando o socorrista ficar esgotado
Sequência do Procedimento:
1 - Ligar o aparelho.
2 - Colocar os eletrodos no local correto tórax do paciente.
3. Interromper RCP
4. Seguir orientação
5. Chocar se indicado
Cuidados especiais na colocação dos eletrodos
70
ATENÇÃO:
• Secar Tórax molhado
• Retirar Adesivo de medicamentos e pirceng
• Portadores de marca - passo (não colocar eletrodo sobre o marca - passo, pois pode
queimar a fonte geradora)
• Remover excesso de pelos.
Antes de deflagrar o choque, Tenha certeza que ninguém esteja encostado na vitima
Resumo:
• Choque é o único tratamento da FV e TV sem pulso, juntamente com a reanimação
cardiopulmonar.
• Melhor resposta ocorre quando o miocárdio está oxigenado.
• A oxigenação miocárdica se dá pela compressão-ventilação
• Melhora na eficácia da RCP.
71
18 ABORDAGEM E MANEJO DE VIA AÉREA DEFINITIVA:
Teste de Mallampatti
Mallampati e cols.em 1985 demonstraram que em indivíduos onde apenas o palato
mole é visível quando em abertura máxima da boca e protusão total da língua(sem
fonação), a intubação seria provavelmente difícil. Por outro lado, naqueles em que, sob as
mesmas condições é possível se observar ainda a úvula e os pilares amigdalianos, a
intubação traqueal seria provavelmente fácil.
Para uma avaliação correta, é importante que este exame seja realizado em
condições adequadas, ou seja, com o paciente em posição sentada, abertura máxima da
boca e protusão da língua, sem fonação. O examinador se coloca de frente ao paciente e
na linha de seus olhos.
Este teste visa relacionar o tamanho da língua com a orofaringe (Imagem 13).
Mallampati propôs 3 classes de exposição orofaríngea que posteriormente foram
modificadas para 4 classes por Sansoon e Young.
72
Imagem 13: Exame relacionando tamanho da língua com a orofartinge.
73
sucesso de 90% após 57 tentativas e com uso de máscara laríngea o sucesso ocorre em
94% na primeira tentativa e 97% na segunda tentativa.
A ventilação sob máscara pode ser realizada com maior facilidade utilizando-se
duas pessoas, enquanto uma segura a máscara sob a face a outra ventila.
A lista mínima de equipamentos para intubação difícil é composta por:
laringoscópio, guias maleáveis e máscara laríngea. (Imagem 14)
74
Imagem 15: Suplementação de oxigênio.
75
19 EVENTOS RESPIRATÓRIOS:
Definição: Acúmulo de líquido intersticial e alveolar pulmonar que supera a capacidade de
drenagem linfática pulmonar. O edema pulmonar geralmente é causado por insuficiência
cardíaca. Devido à insuficiência cardíaca, a pressão nas veias pulmonares aumenta. À
medida que a pressão nesses vasos sanguíneos aumenta, o líquido é empurrado para
dentro dos espaços aéreos dos pulmões (alvéolos). Esse líquido interrompe o fluxo
normal de oxigênio nos pulmões, resultando em falta de ar.
Apresentação Clínica:
76
Intervenções Imediatas no APH: no Suporte Básico de Vida
• Diurético de alça;
• Morfina;
• Vasodilatadores;
• Diagnóstico diferencial;
• Tratamento da etiologia (Tratamento hospitalar).
19.1 ASMA:
Definição: A asma cursa com obstrução crônica das pequenas e grandes vias
aéreas. Inicialmente ocorrem broncoespasmo e produção exacerbada de muco.
Posteriormente, hipertrofia do músculo liso brônquico e glândulas mucosas e um infiltrado
inflamatório. Logo, a asma é a inflamação dos brônquios, que sofrem inchaço e
estreitamento, ou seja, a passagem do ar fica mais difícil porque o tamanho interno dos
brônquios fica diminuído. Os brônquios são vias por onde entra e sai o ar que respiramos.
O estreitamento pode ocorrer por: inchaço da parede dos brônquios provocado
pela inflamação; contração dos músculos que estão ao redor dos brônquios e aumento da
produção de escarro, também provocado pela inflamação. A asma é uma doença
inflamatória crônica que afeta indivíduos de todas as idades É erroneamente chamada de
bronquite alérgica. É uma doença comum, afetando cerca de 10% a 20% da população.
Apresentação Clínica:
A tosse não produtiva pode ser a manifestação isolada da asma, sem o broncoespasmo.
77
Associação frequente com sintomas alérgicos: rinite, obstrução nasal e conjuntivite.
Em geral, podemos encontrar: tosse, chiado, “falta de ar”, sensação de aperto no peito ou
opressão.
78
19.2 INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA:
Apresentação Clínica:
• Falta de ar;
• Elevações da freqüência respiratória e cardíaca;
• Cianose;
• À medida que a hipoxemia acentua-se, manifestações neurológicas, tais como diminuição
da função cognitiva, agressividade, incoordenação motora e mesmo coma e morte podem
surgir.
• O aumento do PaCO2 pode desencadear sintomas semelhantes aos da hipoxemia
crônica, além de cefaléia, distúrbios do sono e irritabilidade.
79
Sinais Clínicos da IRA:
HIPOXEMIA HIPERCAPNIA
Confirmação por gasometria arterial: PaO2 <60 mmHg e PaCO2 >50 mmHg;
80
Intervenções Imediatas no APH:
Tratamento da IRA:
Tipo I – hipoxêmica:
Tipo II – ventilatória:
81
20 EVENTOS CARDIOLÓGICOS:
(Tromboembolismo Pulmonar e Síndrome Coronariana Aguda)
20.1TROMBOEMBOLISMO PULMONAR:
Fatores de risco:
82
Quadro clínico:
Abordagem Geral:
Segundo dados do Framingham Heart Study e do National Heart, Lung and Blood
Institute, 50% dos homens e 64% da mulheres que morrem subitamente de doenças
83
cardiovasculares não apresentam sintomas prévios. Assim, a importância do
reconhecimento e intervenção precoce, tanto pela população quanto pelo Sistema médico
de urgência.
Apresentação clínica:
Alguns pacientes podem não apresentar dor torácica, mas apresentam outros
sintomas que chamamos de equivalentes isquêmicos ou anginosos:
- Dificuldade respiratória
- Tontura
- Arritmias
- Sudorese
- Fadiga
- Fraqueza generalizada
- Palpitação
- Síncope
- Náuseas e vômitos.
84
Imagem 16: quadro de dor isquêmica.
- História familiar
- Obesidade
- Sedentarismo
- Dislipidemias
- Hipertensão arterial
- Diabetes Melitus
- Tabagismo
85
FUNÇÃO DO SME:
CONDUTA INICIAL:
86
Contra indicação - PAS < 90 mmHg.
• Hipotensão e choque.
• Sudorese, lipotimia
• Dificuldade respiratória.
• Aparecimento de arritmias.
87
21 EVENTOS NEUROLÓGICOS
(AVE, Coma, Crise Convulsiva e Hipoglicemia)
Causas de convulsões
Principais causas:
• Epilepsia
• Hipoglicemia
• Overdose de drogas ilícitas
• Abstinência alcoólica
88
• Meningite
• Tumores
• AVE
• TCE
• Eclampsia
• Febre alta (em crianças)
Quadro Clínico
Incontinência esfincteriana
Conduta
• Avaliar a cena;
• Usar equipamento de proteção individual (EPI);
• Verificar o nível de consciência e a persistência de convulsões
• No adulto jovem, procurar por sinais de: trauma, consumo de drogas
• ou envenenamento.
• No adulto acima de 35 anos, o diagnóstico mais provável de um primeiro
89
evento de crises convulsiva é a doença cerebrovascular (AVE, ataque isquêmico
transitório), devem ser afastadas como causas também frequentes o tumor cerebral,
distúrbio metabólico e uso de álcool.
• Não introduzir objetos na boca do paciente durante as convulsões.
• Proteger a cabeça da vítima de traumatismos secundários;
• Não conter a vítima;
• Resfriar crianças febris com toalhas molhadas com água na temperatura
• Ambiente;
• Abrir a via aérea empregando manobras manuais durante o estado pós
• comicial ou utilizando em paciente com trismo;
• Assistir caso necessário a ventilação com máscara.
• Administrar oxigênio sob máscara 10 a 15 litros por minuto.
• Manter a saturação acima de 92%.
O cérebro por ser a maior estrutura presente no sistema nervoso central, este tipo de
acidente circulatório acomete mais o tecido cerebral, no qual temos a maior ocorrência
dos acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Essa alteração no suprimento sanguíneo também pode ocorrer por rompimento das
artérias que fazem parte da circulação encefálica, que além de interromper o fluxo de
sangue, também comprimem as estruturas cerebrais por compressão. O que transforma
esse quadro com mais gravidade em relação aos eventos isquêmicos.
90
Portanto consideram-se dois grandes tipos de AVC:
• Isquêmicos;
• Hemorrágicos.
Quando suspeitar?
Sinais e Sintomas:
Conduta:
92
pelo enegrecimento visual e diminuição da força motora (parestesia), porém o paciente
não perde a consciência.
Por isso, toda pessoa encontrada desacordada sem que alguém relate a
cinemática de como ela caiu, deve ser tratada pelo socorrista como traumatismo crânio
encefálico e raquimedular, até que a vítima seja encaminhada a um centro especializado
de trauma e tenha exames de imagem que comprovem a integridade do sistema nervoso
central.
Caso esteja com déficit ventilatório considerar a ventilação com bolsa máscara
enriquecido com oxigênio a quinze litros por minuto até a possibilidade de uma
intervenção definitiva.
93
21.4 HIPOGLICEMIA:
Conduta:
• Colocar a vítima em decúbito dorsal com cabeceira elevada, caso esteja consciente e
ofertar oxigênio sob máscara;
• Em inconsciência, realizar o exame primário do suporte básico de vida, com atenção a
queda de língua e obstrução de vias aéreas;
• Realizar o hemoglucotest para medir o nível de glicemia capilar;
• Realizar acesso venoso com solução glicosada.
• Encaminhar ao hospital de referência
94
22 ACIDENTE COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS:
95
Organizamos o atendimento pré hospitalar em três etapas, chamadas de “Três Ts”
que compreendem em: Triagem, Tratamento e Transporte.
22.2.TRIAGEM:
Avalia-se a vítima e classifica a mesma por prioridade destacando-a por uma forma
padronizada de cores reconhecida internacionalmente onde:
Amarelo vítima estável que apresenta potencial gravidade e que não deambula;
96
Avaliação START Referências Referências
Semiológicas de Semiológicas com
Normalidade Alteração
Respiração:
Perfusão Capilar:
97
No trauma hipotensão é déficit circulatório por provável hipovolemia ou mecanismo
de bomba cardíaca lesionada.
Status Mental:
1) Vítima que deambula é classificada como verde, pois entende-se que o R.P.M.
está mantido em uma vítima que anda.
2) Vítima que respira normalmente, e que apresenta uma perfusão periférica sem
alterações, esteja lúcida, mas não deambula é classificada como amarela.
4) Vítima que não respira, abre-se a via aérea e mesmo assim não apresenta
reflexo respiratório ou com lesões incompatíveis com a vida ou fora de possibilidade
terapêutica é classificada como preta.
98
Abaixo o fluxograma do método START:
Tratamento:
É o local que deve ser direcionado as vítimas após a triagem e estabelecida em uma
área segura.
Na área de tratamento, devemos manter uma distância visual entre vítimas conscientes
em relação a vítimas graves ou mortas, com o intuito de manter um controle emocional na
cena.
99
22.4 MODELO EM CRUZ:
22.5TRANSPORTE:
Após a estabilização da vítima, conduzi-la por meios adequados é uma outra forma
de minimizar os problemas ocasionados pelos desastres.
A regra é simples: Vítima grave deve ser levada por recurso avançado (ambulância
ou transporte aéreo, quando este recurso estiver disponível) e vítimas de menor
gravidade em recurso intermediário ou básico.
100
As vítimas verdes podem ser transportadas em veículos comuns como: carros de
passeio, vans e ônibus, desde que tenham sido classificadas pelo método START e
reavaliadas na área de tratamento verde. Após esse respaldo, as vítimas verdes devem
ser acompanhadas neste transporte por um profissional de saúde, devidamente
capacitado em atendimento pré hospitalar.
101
23. AFOGAMENTO
Introdução:
A- Definição:
B- Classificação
102
A classificação deve ser feita ainda no local do socorro, vindo a demonstrar a real
gravidade da vítima e a indicar a terapêutica apropriada.
O encaminhamento ao CRA está indicado na maioria dos casos de afogamento,
porém a necessidade de hospitalização ficará a critério da equipe de saúde que estiver
conduzindo o atendimento.
C- Fisiopatologia do afogamento
E- Prognóstico
A determinação do prognóstico nos casos de afogamento é dependente
principalmente da existência ou não de lesão neurológica do sistema nervoso central
(SNC), relacionada diretamente ao tempo e ao grau de hipóxia.Fisiologicamente as
crianças, por possuírem boa condição cardiovascular prévia respondem bem à RCP,
porém apresentam mais facilmente lesão neurológica.
F- Protocolo Start
F1- Definição
F2- Processo de triagem
F3- Aplicabilidade no afogado
104
em situações de resposta crítica em desastres, dentro do protocolo estabelecido, ICS
(sistema de comando de incidentes).
Contam com a participação e colaboração da FN-SUS ( Força Nacional do Sistema
Único de Saúde), dos Corpos de Bombeiros, dos estados (ex. SIATE no Paraná) e
municípios (SAMU 192), todos articulados com o Ministério da Defesa.
Atualmente o modelo START é adotado pela Associação dos Chefes de Bombeiros da
Califórnia, nos EUA.
START é a abreviatura de Simple Triage And Rapid Treatment ( triagem simples
e tratamento rápido). Permite triar uma vítima em menos de 1 minuto.
Esse método foi desenvolvido para o atendimento de ocorrências com múltiplas
vítimas (AMV), pois permite a rápida identificação daquelas vítimas que estão em risco de
vida, seu pronto atendimento e a prioridade de transporte dos envolvidos mais
gravemente feridos.
Cor Vermelha:
Significa primeira prioridade ou prioridade primária; as vítimas apresentam sinais e
sintomas que demonstram um estado crítico e necessitam de atendimento e transporte
imediato.
Cor Amarela:
Significa segunda prioridade ou prioridade secundária; as vítimas apresentam
sinais e sintomas que permitem adiar a atenção e podem aguardar pelo transporte,
naquele momento.
Cor Verde:
Significa terceira prioridade ou prioridade tardia; as vítimas apresentam lesões
menores ou sinais e sintomas que não requerem atenção imediata; não são isentas de
lesão, porém deambulam e não são prioritárias naquele momento.
Cor Preta:
Significa prioridade zero (morte clínica); As vítimas apresentam lesões obviamente
incompatíveis com a vida ou em situações de grande dificuldade para reanimação.
105
Atentar para o fato de que vítimas são todas as pessoas envolvidas num
incidente, independendo das queixas ou lesões apresentadas; nunca podemos deixar de
triá-las.
Na cena do desastre, a triagem deve ser considerada como um processo dinâmico,
contínuo, ou seja, deve ser constantemente reavaliada em cada vítima, pois a situação
clínica pode alterar-se e uma vítima até então estável pode subitamente agravar-se.
Aplicabilidade no afogamento:
*independe do tempo de
submersão
106
Extricação:
1- Definição:
Extricação é a remoção de uma vítima do local de onde ele não possa ou não deva sair
por meios próprios, a fim de não agravar possíveis lesões devido ao esforço físico ou
movimentação. Todo cuidado dispensado à vítima tem como objetivo principal resguardar a
coluna vertebral, bem como evitar danos ou agravamento de possíveis lesões existentes na
medula espinhal.
1. Colar cervical;
107
24 TÉCNICAS DE EXTRICAÇÃO:
Extricação padrão:
É indicada para pacientes com suspeita de trauma na coluna, sem fatores de riscos na
avaliação da CENA, sem alteração no nível de consciência ou no ABC. São utilizados a prancha
longa, o colar cervical e o KED.
As vítimas a serem extricadas nem sempre estarão ao solo na posição ideal para serem
colocadas na prancha. Algumas estarão totalmente desalinhadas, devendo ser posicionadas
adequadamente antes de prosseguir com a colocação dos equipamentos de extricação. Lembre-
se de movimentá-las sempre segurando nas articulações.
A pessoa que faz a estabilização da cabeça (socorrista número 1), será o responsável pelo
comando dos movimentos. Este será o membro da equipe que, em todo o tempo, terá o melhor
ângulo de visão do todo, bem como estará responsável pelo segmento do corpo que requer mais
cuidado. Logo, sua preocupação deverá ser estabilizar a coluna cervical e coordenar a ação em
conjunto, cuidando para que a vítima seja sempre mobilizada por inteiro, em bloco.
108
necessários, manuseio da pelve (quadril) e dos membros inferiores.
Para que haja sincronismo no ato de rolar a vítima, os braços dos socorristas deverão
estar intercalados em “X”, possibilitando assim uma comunicação tátil entre eles.
Para a colocação da vítima na prancha longa, podem ser utilizadas diferentes técnicas de
rolamento. Serão descritos a seguir os rolamentos de 90°, rolamento de 180°, elevação a
cavaleiro e imobilização em pé.
Indicado para vítimas que se encontram em decúbito dorsal, desde que haja espaço para
circulação dos Socorristas ao seu redor. Deve ser feito preferencialmente para o lado em que a
vitima não apresente suspeita de lesão ou fratura.
Para a realização desta técnica, a prancha deverá ser colocada do mesmo lado em que se
encontra a lesão. O Socorrista nº1 deve se colocar o mais próximo possível da cabeça da vitima e
os demais se posicionarem no lado oposto da prancha.
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Figura 3 - Rolamento de 90°
Indicado para vítimas encontradas em decúbito ventral (barriga para baixo), desde que
haja espaço para circulação dos Socorrista ao seu redor.
Para que as mãos não fiquem invertidas no decorrer do movimento, é muito importante
que o socorrista nº1, ao proceder com a estabilização da coluna cervical, segure a cabeça da
vítima com os polegares apontados na direção do nariz da vítima.
A prancha deverá ser posicionada do lado oposto ao rosto da vítima, afastada dessa,
cerca de 10 cm. Os Socorristas 2 e 3 se colocarão posicionados sobre a prancha.
Esta técnica é realizada em dois tempos de 90°, atentando para o fato de que, no primeiro
movimento, a cabeça permaneça imóvel para ser alinhada ao corpo. Assim, no segundo
movimento, a vítima será rolada em bloco.
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Esta técnica é comumente indicada para vítimas com suspeita de fratura bilateral de fêmur,
pelve e ainda em ambientes onde se tornam inviáveis as técnicas de rolamento.
Neste caso, especificamente, não é a vítima que será colocada sobre a prancha, mas a
prancha será colocada sob a vítima.
Extricação em pé – figura 6
O socorrista que primeiro aborda a vítima deve explicar o que irá fazer e o motivo do
procedimento. Em seguida, imobiliza a cabeça e a região cervical da vítima ainda em pé, de frente
para a mesma, com ambas as mãos, polegares para cima.
O segundo socorrista deverá trazer a prancha longa e colocá-la em pé por trás e ao longo
do corpo da vítima. Nesse momento, o terceiro socorrista irá se colocar ao lado direito da vítima e
utilizará sua mão esquerda para manter a estabilização da cabeça da vítima e ao mesmo tempo
liberar a mão esquerda do primeiro socorrista. Sua mão direita passará sob a axila da vítima e
segurará a borda lateral direita da prancha. O primeiro socorrista, que neste momento está com a
mão esquerda livre, fará o mesmo movimento, passando sua mão esquerda sob a axila da vítima
segurando a borda lateral esquerda da prancha. Sua mão direita continua estabilizando cabeça e
pescoço da vítima.
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socorristas estão em direção oposta a da vítima. Uma lenta caminhada de 3 passos permitirá aos
socorristas posicionar a prancha, e consequentemente a vítima, no solo.
O colar antes de ser instalado, deverá ser medido Figura 6 tendo como ponto de
orientação a base da mandíbula e do pescoço. Uma vez aferida esta medida, o socorrista deverá
compará-la com o colar, tomando por base o pino preto e a parte rígida lateral. Após a colocação
do colar Figura 7, será fixado o estabilizador lateral de cabeça (Head Block) e, posteriormente, os
seus tirantes Figura 8.
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Figura 8 - Uso correto do “Head-block”
Enquanto isso, o outro Socorrista cuidará do fechamento e ajuste dos cintos, que deverão
ser colocados na altura das axilas, por baixo dos braços, sobre o quadril e dois dedos acima do
joelho.
Figura 9 - KED
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1- Um socorrista manterá a imobilização manual da cabeça e alinhamento da vitima, enquanto
um outro fará a colocação do colar cervical. A imobilização manual da cabeça deverá ser mantida
durante o processo Figura 10.
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3- Ajustam-se as abas às axilas e ao tórax e fixa-se primeiro a presilha do meio, em seguida a de
baixo e, por último, a superior, evitando-se assim que os tirantes se entrelacem. Neste ajuste
inicial, devem-se manter os tirantes frouxos. Por fim, realizar o aliamento do KED na altura
das axilas fazendo o ajuste de todos os tirantes de cima para .
4- Colocam-se as presilhas das extremidades inferiores por baixo das coxas no sentido do
meio dessas, fazendo-as deslizar até a raiz e atando-as no conector do mesmo lado
5- Figura 14. (Nota: O uso das presilhas das pernas não é recomendado em caso suspeito de
fratura pélvica ou do fêmur).
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Figura 14 - Colocação dos tirantes inferiores
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Figura 16 - Posicionamento e fixação das abas da cabeça
A vítima estará pronta para ser removida. Mantenha um profissional à cabeça e mais dois, um a
cada lado da vítima, que deverá ser mobilizada pelas alças laterais do dispositivo.
Extricação Padrão:
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Figura 18 - Extricação padrão
A prancha, idealmente, deverá ser transportada por no mínimo três Socorristas, porém,
dependendo do peso da vítima, dos obstáculos a serem vencidos, do número de pessoas
disponíveis e da distância a ser percorrida, este número poderá ser maior. A fim de evitar danos
para a coluna dos Socorristas, tanto para elevar a prancha, como também para colocá-la no solo,
a ação deve ser dividida em dois tempos.
- Dobrar os joelhos;
- Posicionar-se de cócoras;
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Sempre que possível, o deslocamento deverá ser feito na direção dos pés da vítima. Isso
contribui para reduzir seu grau de ansiedade, pois poderá perceber o que se passa a sua frente.
Além disso, sabe-se que o risco maior de queda incorre nos socorristas que guiam o movimento,
neste caso os que apoiam os pés. Assim, as partes da cabeça e tronco ficariam menos
vulneráveis.
Durante o deslocamento, caso seja necessário passar por terreno acidentado, ladeiras ou
escadas, é importante atentar para o nivelamento da prancha, ou seja, a cabeça e os pés da
vitima devem andar num mesmo plano. Havendo a necessidade de se passar por lugares
estreitos, a prancha poderá ser lateralizada ou mesmo colocada de pé.
a) Extricação rápida:
Esta técnica deve ser utilizada como alternativa da extricação padrão, quando houver
alguma alteração do nível de consciência, respiração ou quando forem detectados sinais de
choque hemorrágico. A utilização desta técnica requer apenas o uso de prancha e colar.
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Figura 20 - Extricação rápida
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Figura 21 - Transportes diversos
c) Retirada de capacete:
Atualmente no Brasil, não há protocolo que regulamente a retirada do capacete pelo não
profissional de saúde. Em vítimas que apresentem potencial para lesões graves de coluna,
sugere-se que o mesmo só seja retirado em último caso, ou seja, quando houver
comprometimento do nível de consciência, via aérea (A), respiração (B) ou circulação (C).
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- O socorrista posicionado na parte posterior da cabeça
da vítima retira o capacete. Três fatores devem ser
mantidos em mente:
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25. GLOSSÁRIO:
SIGLAS:
PAF: Perfuração por arma de fogo
ECG: Eletrocardiograma
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CONCEITOS:
Flares- Tradução: Sinalizador. É um tipo de instrumento pirotécnico que produz uma luz
brilhante ou um calor intenso sem explosão. Sinalizadores são usados para sinalizar,
iluminar ou para contra-medidas de defesa em aplicações civis ou militares.
Estridor: Som respiratório de tom variável produzido por um fluxo de ar turbulento através
de uma vai traqueal ou laríngea parcialmente obstruída.
Extricação: Conjunto de manobras que tem como objetivo retirar o indíviduo de um local
de onde ele não pode ou não deve sair por seus próprios meios.
Hipercapnia: aumento do gás carbônico no sangue arterial que pode ser provocada por
uma hipoventilação alveolar.
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Hipotermia: Ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo do normal
(35°C), de modo não intencional, sendo seu metabolismo prejudicado.
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