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RESUMO OBJETIVO DO PROBLEMA:

O problema se inicia falando sobre grandezas analógicas e como essas


grandezas podem ser exibidas em forma de informação digital. Para isso é
necessário o uso de conversores AD; os parâmetros mais importantes desses
conversores são sua arquitetura, taxa de aquisição, resolução, tensão de
referência, faixa de atuação, custo do conversor e sua imunidade a ruídos.
Um dos maiores problemas que podem ocorrer nas UTIs é de um
eletrodo se soltar do corpo do paciente e fornecer informações falsas sobre seu
estado. Para evitar isso um ECG deve possuir um circuito de verificação para
os eletrodos. Foi então solicitado à uma equipe de engenheiros que
projetassem um ECG completo em duas semanas possuindo um sistema de
pré-amplificação, conjunto de filtros, um conversor AD e um sistema de
medição de impedâncias.

OBJETIVOS:
 Explicar e projetar o conversor AD;
 Estudar a metodologia Sallen-Key;
 Montar um sistema de ECG completo;
 Entender a fonte de Howland e a ponte de Wein;
 Compreender o sistema de medição de impedância.

TERMOS DESCONHECIDOS:
 Metodologia Sallen-Key: é uma metodologia de filtros geralmente
usada em dois casos; sendo o primeiro de um circuito de ganho unitário
no qual, de acordo com a Figura 1, R4 será substituído por um curto e
R3 por um circuito aberto, e o segundo caso é de componentes iguais,
em que R1 = R2 e C1 = C2 (CORRAL; MAZANTI, 2011).
Figura 1 - Configurações de Sallen-Key.

Fonte: (CORRAL; MAZANTI, 2011).

 Fonte de Howland: É uma fonte de corrente controlada por tensão. Se


a resistência da carga sofrer variações a fonte se encarregará de regular
a tensão de saída ajustando a corrente através da alteração da

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magnitude dos resistores do circuito, mantendo então constante a
corrente de saída; permitindo trabalhar com altos valores de impedância
de saída e mantendo a estabilidade em uma ampla faixa de frequência
(FILHO; SUNAGA; GOTZ, 2017).

 Ponte de Wein: É considerada um gerador de simples construção que é


capaz de gerar sinais senoidais bem puros, com baixa distorção
harmônica (CADERNO DE LABORATÓRIO, 2018). 

Figura 2 - Circuito oscilador em ponte de Wien utilizando amp-op.

Fonte: (BOYLESTAD, 2013).

QUESTÕES:
1. Explique o bloco de conversão de informação AD.
Hipótese: Ele transforma o sinal analógico em digital e é muito
necessário na área de aquisição de sinais.
Validação da Hipótese: A hipótese está parcialmente correta. Faltou
citar em como é feita essa transformação, os principais parâmetros dos
conversores e como eles funcionam de modo geral.
Resposta: Para explicar o bloco de conversão AD é possível separá-lo
em tópicos, sendo eles arquitetura, taxa de aquisição, resolução, tensão
de referência, faixa de atuação, custo do conversor e imunidade a
ruídos.
 Arquitetura: A Figura 3 exemplifica bem a arquitetura de um
conversor AD. O primeiro bloco, um filtro passa baixa, tem a função de
limitar em frequência o sinal a ser amostrado. Esse filtro é necessário
para que o sinal amostrado possa ser reconstruído se que ocorra um
erro, para isso é indispensável que a frequência de amostragem (fs) seja
no mínimo o dobro da máxima frequência do sinal analógico a ser
convertido.

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Em seguida o sinal filtrado passa para o segundo bloco, um
amostrador, onde será feita a amostragem do sinal em uma determinada
frequência. Após isso o sinal passa para o terceiro bloco onde será feita
a quantização do sinal, que mostrará os sinais adequados aos níveis de
referências predeterminadas; gerando um sinal que passa a ser discreto
em amplitude. Por fim o sinal é processado pelo último bloco, um
decodificador, que apresentará na saída o sinal digital referente ao
analógico da entrada (FELDMAN, 2013).
Figura 3 - Conversão analógica digital.

Fonte: (FELDMAN, 2013).

 Taxa de aquisição: Assim como a dedução do próprio nome é a


taxa de novos valores. No qual um sinal com banda limitada que varia
continuamente pode ser amostrado e em seguida o sinal original pode
ser reproduzido a partir dos valores de tempo discreto por um filtro de
reconstrução.
 Resolução: É a menor quantidade que pode ser convertida
dentro da faixa dinâmica do sinal de entrada. É especificada pelo
número de bits, podendo ser de 8 até 24 (BONFIM, 2002).
 Tensão de Referência: É o valor de tensão utilizado como
referência para comparação com os valores de tensão de leitura,
devendo ser equivalente à tensão nominal (ANEEL, 2012).
 Faixa de atuação: Considerada a faixa de amplitude (faixa
dinâmica) de operação do sinal dentro da região de trabalho do
conversor, sendo normalmente de 0,1 a 10V (BONFIM, 2002).
 Custo do conversor: Pode variar de a cordo com suas funções,
utilizações e preferências do consumidor. Seu valor pode ir de 20 a mais
ou menos R$200.
 Imunidade a ruídos: Ao usar um amplificador integrador a
imunidade ao ruído se torna alta devido a integração do sinal de entrada
(BONFIM, 2002).

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2. Para o projeto do sistema de ECG, apresente o sistema de
amplificação, o conjunto de filtros com Sallen-Key e a fonte de
Howland.
Hipótese: Não há hipótese.
Validação da Hipótese: Não possui hipótese para ser validada.
Resposta:

PRÉ-AMPLIFICAÇÃO:
Foi usada a configuração do amplificador INA 121, para o cálculo de RG
foi considerada a fórmula do datasheet, e um ganho de 1000 sendo:

50 kΩ 50 kΩ
G=1+ 1000=1+ RG=50,05 Ω
RG RG

Figura 4 - Circuito de pré-amplificação usando INA 121.

Fonte: (Autoria própria).

FONTE DE HOWLAND:
Considerando que R1/R2 = R3/R4 o valor de Vx será zero na fórmula,
Vi R4 R2
i out = +Vx
R1 ( −
R2 R3 R1 R 2 )
Sendo assim a corrente seguirá a fórmula:
Vi
i out =
R1

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Figura 5 - Circuito e gráfico da fonte de Howland.

Fonte: (Autoria própria).

FILTRO SALLEN-KEY (passa-alta e passa baixa):


Figura 6 - Filtro passa banda na metodologia Sallen-Key.

Fonte: (Autoria própria).

Contas Passa-alta:
Para o filtro passa alta utiliza-se o fator RA1= 0,7072 e Ra2=1,414 para
encontrar os valores dos resistores, calcula-se as constantes X e K. Foi
utilizado uma frequência de corte (fc) de 0,05Hz (Caderno de
Laboratório, 2017).

1 1
X= X= X=3,183
2 π ×fc 2 π × 0,05

Considerando C1 e C2 = 10uf:

X 3,183
C 1=C2 = K= K=318300
K 10u

R1=KxRa R 1=318300 x 0,7072 R1=225101 Ω ou 225 kΩ

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R2=KxRb R2=318300 x 1,414 R 2=450076 Ω ou 450 kΩ

Contas Passa-baixa:
Para o filtro passa baixa utiliza-se o fator Ca1= 1,414 e Ca2=0,7071 para
encontrar os valores dos capacitores. Foi utilizado uma frequência de
corte (fc) de 250Hz (Caderno de Laboratório, 2017).

Ca ₁ 1,414
Cb ₁= Cb₁= Cb ₁=900 u
2 π × fc 2 π × 250

Ca ₂ 0,7071
Cb ₂= Cb ₂= Cb ₂=450 u
2 π × fc 2 π ×250

Considerando o R = R1 = R2 = 150kΩ pode-se encontrar o valor de C1


e C2:

C b1 900 u
C ₁= C ₁= C ₁=6 nF
R 150 kΩ

Cb ₂ 450 u
C ₂= C ₂= C ₂=5 nF
R 150 kΩ

Figura 7 – Diagrama de Bode mostrando a frequência de corte do filtro passa baixa


na configuração Sallen-Key.

Fonte: (Autoria própria).

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Figura 8 - Diagrama de Bode mostrando a frequência de corte do filtro passa alta
na configuração Sallen-Key.

Fonte: (Autoria própria).

FILTRO REJEITA-FAIXA:
Usando a configuração do Twin-T-Noch, adotando os valores de
R1=R3=120kΩ e a frequência de 60Hz, tem-se então que (Caderno de
Laboratório, 2020):

R3 120 kΩ
R 2= R2 = R2=60 kΩ
2 2

1 1
C 1= ​C 1= C =22 nF
4 × π × f × R2 4 × π × 60 Hz × 60 kΩ 1

C 1=C3 =22 nF

C 2=2× C1 ​C 2=2× 22 nF C 2=44 nF ​

R1≥R 6∗100

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Figura 9 - Filtro rejeita-faixa de 60Hz Twin-T-Noch.

Fonte: (Autoria própria).

CONJUNTO DE FILTROS (SALLEN-KEY E REJEITA-FAIXA):

Figura 10 - Circuito com o conjunto de filtros (passa-alta, passa-baixa na metodologia


Sallen-Key e rejeita faixa com Twin-T-Notch).

Fonte: (Autoria própria).

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Figura 11 - Diagrama de Bode do conjunto de filtros.

Fonte: (Autoria própria).

CIRCUITO ECG COMPLETO:


Figura 12 - Circuito ECG com pré amplificação.

Fonte: (Autoria própria).

CONTAS PARA O TWINT-T:


Considerando C1 = 7nF, usasse as fórmulas:

1 1
f= ⟶ R 1= ⟶ R1=378 kΩ
( 2× ℼ × R1 × C1 ) ( 2 × ℼ × 60 ×7 nF )

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Como R2 = R1/2 e C2 = 2C1, tem-se que:

R1 378 k
R 2= ⟶ R2= ⟶ R2=189 k
2 2

C 2=2× C1 ⟶C 2=2 ×7 nF ⟶C 2=14 nF

Figura 13 - Gráfico do ECG.

Fonte: (Autoria própria).

3. Apresente o conversor AD (8 bits) e o sistema de medição de


impedância completo, como especificado no penúltimo parágrafo.
Hipótese: Não há hipótese.
Validação da Hipótese:
Resposta: Segue abaixo as Figurass 14, 15, 16 e 17 mostrando os
circuitos pedidos.

Circuito de medição de impedância:


Para a medição de impedância foi usado a Ponte de Wein, a fonte de
Howland (já calculada na questão 2), um amplificador de instrumentação no
lugar do conversor (por falta de espaço e de limite de componentes), uma
ponte retificadora e de um comparador de tensão.
Cálculos da Ponte de Wein:
Usando a frequência de 20kHz e deduzindo uma resistência de 10kΩ, tem-se
que o valor do capacitor será:
1 1
f o= ⟶C= ⟶ C=0,8 nF
2 ℼRC 2 ℼ ×10 k × 20 k

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Figura 14 - Circuito de medição de impedância sinalizando o eletrodo conectado no
paciente.

Fonte: (Autoria própria).

Figura 15 - Circuito de medição de impedância sinalizando o eletrodo desconectado no


paciente.

Fonte: (Autoria própria).

Conversor A/D:
Apesar de ter sido pedido um conversor de 8 bits foi elaborado um de 2 bits.
Isso porque o de 8 bits era extremamente grande e seria impossível de ser feito
no multisim online, o qual o mesmo possui um limite de componentes. A
principal diferença entre os dois amplificadores é a resolução, enquanto a onda
de um conversor de 2 bits se assemelha a uma escada a de 8 bits se
assemelha a (quase) uma parábola, pois o conversor de 8 bits consegue
adquirir muito mais detalhes do que o de 2 bits. Isso acontece porque a

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resolução é dada pela amplitude máxima do sinal dividido pelos níveis digitais;
enquanto um conversor de 2 bits consegue armazenar 4 níveis diferentes de
tensão, o de 8 bits consegue armazenar 256 níveis.

Figura 16 - Conversor A/D Flash, com fonte contínua.

Fonte: (Autoria própria).

Figura 17 - Conversor A/D Flash, com fonte alternada.

Fonte: (Autoria própria).


MAPA CONCEITUAL:

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RESUMO CRÍTICO:
O problema apesar de ter sido em duas semanas, o que foi muito bom já
que dava mais tempo para pensar nos circuitos, apresentou algumas falhas.
Acredito que com as aulas que foram dadas não seria suficiente para resolver
todos os circuitos, algumas coisas ainda ficaram pouco explicadas e muitos
alunos ainda possuem dúvidas básicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. RESOLUÇÃO
NORMATIVA Nº 482, DE 17 DE ABRIL DE 2012. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/busca?
p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&
_101_struts_action=%2Fasset_publisher
%2Fview_content&_101_returnToFullPageURL=%2Fweb%2Fguest
%2Fbusca&_101_assetEntryId=15057359&_101_type=content&_101_gr
oupId=656835&_101_urlTitle=tensao-de-referencia-
tr&inheritRedirect=true>. Acessado em: 24/11/2021 15:51.
2. BONFIM, Marlio. Medidas Elétricas. Universidade Federal do Paraná,
Departamento de Engenharia Elétrica. 2002. Disponível em:
<http://www.eletrica.ufpr.br/marlio/medidas/apostila/apostila3a.pdf>.
Acessado em: 24/11/2021 15:51.
3. BONFIM, Marlio. Medidas Elétricas. Universidade Federal do Paraná,
Departamento de Engenharia Elétrica. 2002. Disponível em:

13
<http://www.eletr.ufpr.br/marlio/medidas/apostila/apostila3b.pdf>.
Acessado em: 24/11/2021 15:51.
4. BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos
/ Robert L. Boylestad, Louis Nashelsky; tradução Sônia Midori
Yamamoto; revisão técnica Alceu Ferreira Alves. – 11. ed. – São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2013.
5. Conversor analógico para digital. In: Wikipédia: a enciclopédia livre.
Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Analog-to-
digital_converter#Sampling_rate>. Acessado em: 24/11/2021 15:51.
6. CORRAL, Daniel. C.; MAZANTI, Guilherme. A. Relatório Filtros Ativos.
José Marcos Alves. SEL0393 - Laboratório de Aplicação de Circuitos
Integrados Lineares. Departamento de Engenharia Elétrica,
Universidade de São Paulo, 2011. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5619262/mod_resource/content
/1/Exemplo%20de%20bom%20relat%C3%B3rio%201.pdf>. Acessado
em: 24/11/2021 15:51.
7. COUTINHO FILHO, Abel Machado; SUNAGA, Guilherme Yudi; GOTZ,
Deonei Joelton. Aplicação de Sensores de Impedância Para
Determinação de Vazão em Escoamento Bifásico. 2017. 77 páginas.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Curso de Engenharia de
Controle e Automação. Universidade Tecnológica do Paraná, Curitiba
2017.
8. FELDMAN, Max. Estudo e simulação de um conversor A/D do tipo
redistribuição de carga. Tiago Balen. 2013. Projeto de Diplomação.
Departamento de Engenharia elétrica, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre. 2013.
9. Filtro rejeita banda duplo T. Caderno do Laboratório. 2020. Disponível
em: <https://cadernodelaboratorio.com.br/filtro-rejeita-banda-duplo-t/>.
Acessado em: 24/11/2021 15:51.
10. Osciladores WienBridge. Caderno de Laboratório, 2018. Disponível
em: <https://cadernodelaboratorio.com.br/osciladores-wienbridge/>.
Acessado em: 24/11/2021 15:51.
11. Projeto de filtros ativos: Passa alto. Caderno de Laboratório. 2017.
Disponível em: <https://cadernodelaboratorio.com.br/projeto-de-filtros-
ativos-passa-alto/>. Acessado em: 24/11/2021 15:51.
12. Projetos de filtros ativos: Passa baixo de segunda ordem. Caderno de
Laboratório. 2017. Disponível em:
<https://cadernodelaboratorio.com.br/projetos-de-filtros-ativos-passa-
baixo-de-segunda-ordem/>. Acessado em: 24/11/2021 15:51.

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