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Curso Regular Teórico

Profª Claudia Kozlowski

Aula 7 - CRASE
“Bom filho ___ casa torna”
A partir desse adágio, iniciamos a aula sobre crase.
E aí, como você preencheu a lacuna? Com um “a”? Com dois? Um com
acento grave?
Afinal, o que é crase? CRASE NÃO É O ACENTO, CRASE É O
FENÔMENO!
Portanto, rejeitamos a forma “crasear” (arghh....), mesmo já tendo sido
registrada nos melhores dicionários e aceita por professores e
gramáticos gabaritados.
Preferimos usar expressões como “colocar o acento grave, indicativo de
crase” ou “ocorre crase (fusão)” - essa última você vai ler bastante no
nosso encontro de hoje.
Dá-se o nome de crase ao encontro de duas vogais iguais e contíguas.
Na língua portuguesa, só se registram com o acento grave os encontros
da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo definido
feminino, um pronome demonstrativo ou um pronome relativo.
Ao fim da aula, você verá que esse assunto não é nenhum bicho de sete
cabeças.
Vamos seguir o nosso método da simplificação – se tivermos várias
regras e uma ou outra exceção, o que fica mais fácil memorizar? O que
há em menor número.
Então, vamos ao caso clássico de crase. Mais adiante, veremos alguns
casos especiais.

COMO ANALISAR A OCORRÊNCIA DE CRASE?


Da mesma forma como você ensina uma criança a atravessar a rua.
“Filhinho, você deve olhar para os dois lados!”. Então aplicamos essa
lição à análise de crase – devemos olhar para os dois lados.
TERMO REGENTE + TERMO REGIDO
De um lado, há um termo regente, que pode ou não exigir uma
preposição (e, nesta aula, só nos interessa a preposição a).
Do outro lado, há um termo regido, que pode aceitar ou não um artigo
definido feminino. Nessa posição de “termo regido” também pode existir
um pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s) ou aquilo, um
pronome relativo a qual/as quais.

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Se houver o encontro da preposição a com o outro a, OCORRE A
CRASE: os dois viram um só “a” e recebem o acento grave (`) para
indicar essa fusão: à.
Veja o quadro explicativo do caso clássico de crase.

ARTIGO DEFINIDO A / AS = à / às
A / AS = à / às

PRONOME AQUELE (S) = àquele(s)


Preposição A + DEMONSTRATIVO AQUELA (S) = àquela (s)

AQUILO = aquilo
PRONOME A QUAL / AS QUAIS = à
RELATIVO qual / às quais

Voltando ao ditado que encabeça o nosso estudo de hoje, antes de


qualquer coisa, ajuda (e muito!) construir a oração na ordem direta
(SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS): “Bom filho torna ... casa.”.
De um lado, o termo regente (verbo tornar, que tem o mesmo sentido
e regência do verbo retornar) exige a preposição a (“Alguém torna /
retorna a algum lugar.”).
Do outro lado, o termo regido é “casa”, no sentido de lar, não recebe o
acompanhamento do artigo.
Note que você costuma dizer “quando eu for para casa”, “saí de casa”
ou “fiquei em casa”, sempre sem o artigo antes da palavra “casa”.
Esse vocábulo só aceita artigo quando identificado como a casa de
alguém (“Nunca mais piso na casa da minha sogra!”), ou seja, quando a
palavra casa estiver DETERMINADA.
De volta à análise – de um lado, o termo regente exige a preposição. De
outro, o termo regido não aceita o artigo definido.
Há, portanto, a ocorrência de apenas um “a” , que é a preposição
exigida pelo termo regente, não ocorrendo crase. Por isso, a construção
correta é “bom filho a casa torna”, sem acento grave.
Em resumo: só haverá crase (fusão) se houver dois “as”, isto é,
SIMULTANEAMENTE o termo regente exigir a preposição a e o termo
regido:
- for o pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s),
aquilo;
- for o pronome relativo a qual / as quais;

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- admitir artigo definido feminino (singular ou plural): a(s).

BIZU: Para ter certeza de que a palavra admite o artigo definido


feminino, construa uma frase em que essa palavra seja o sujeito e
verifique a possibilidade de colocar o artigo antes dela.
1. Eu me dirijo ____ menina.
2. Eu me dirijo ____ esta menina.
3. Eu me dirijo ____ você
Resolução:
Em todas as orações, o termo regente é o verbo DIRIGIR-SE. Ele exige
a preposição a (Alguém se dirige a alguém). Por isso, nas três
ocorrências, existe a preposição a.
Para que ocorra crase, é necessário haver outro a, que, neste caso,
pode ser um artigo definido feminino. Vamos verificar:
Exemplo 1: O termo regido é menina. Esta palavra pode, como
sujeito, ser precedida de um artigo definido feminino (A menina está
linda). Assim, o termo regido admite o artigo definido feminino antes
de si. Como o termo regente exige preposição a e o termo regido
admite o artigo definido feminino a, ocorre crase.
1. Eu me dirijo à menina.
Exemplo 2: O termo regido, agora, vem precedido de um pronome
demonstrativo: esta menina. Na função de sujeito, a expressão não
admite o artigo definido feminino. Você nunca diria “A esta menina
está linda.”. Então, não podemos colocar um artigo definido feminino
antes do termo regido. Em virtude disso, não ocorre crase e o “a” não
recebe acento grave.
2. Eu me dirijo a esta menina.
Exemplo 3: Desta vez, a palavra escolhida é “você”. Não seria possível
usar o artigo feminino antes desse pronome de tratamento. Como
sujeito, duvido que você dissesse “A você está linda hoje”. Como não
há artigo, não ocorre crase antes de “você”.
3. Eu me dirijo a você.

A partir da compreensão desses conceitos, evitamos aquela “decoreba”


de listas e mais listas de casos de ocorrência (ou, mais precisamente, de
não ocorrência) de crase, como:

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ƒ antes de palavra masculina - é lógico que não há crase, uma
vez que palavra masculina não admite artigo definido feminino
antes de si;
ƒ antes de verbo - um verbo não pode ser antecedido de artigo
definido feminino; mesmo quando substantivado, recebe o artigo
masculino e não feminino – “o ranger”, “o regressar”; por isso,
não poderia ocorrer crase;
ƒ antes de pronomes em geral - com exceção dos pronomes
possessivos (que veremos adiante, nos casos especiais) e de
alguns poucos pronomes indefinidos (mesmas, outras), os
pronomes não admitem artigo definido feminino antes de si
– observe o caso do pronome demonstrativo “essa” no exemplo
apresentado;
ƒ antes de substantivos em sentido vago, genérico - por serem
vagos, genéricos, como no exemplo do adágio, esses substantivos
não admitem artigo definido feminino;
ƒ em expressões de palavras repetidas (cara a cara, dia a dia,
boca a boca) – nesses casos, há apenas uma preposição ligando
dois substantivos genéricos que formam uma expressão. Se faltar
o artigo antes do primeiro elemento, também faltará antes do
segundo.

CASOS ESPECIAIS DE EMPREGO DO ACENTO GRAVE


Existem alguns casos em que o “a” recebe o acento grave (à) mesmo
não havendo esse encontro de dois “as”. Outros de “faculdade” da
crase.
São os chamados casos especiais.
Há acento grave:
¾ em locuções femininas, sejam elas adverbiais (à força, à vista),
adjetivas (à fantasia, à toa), conjuntivas (à medida que, à
proporção que) ou prepositivas (à espera de, à procura de).
Neste ponto, encontramos posições doutrinárias contrárias. Alguns
gramáticos consagrados só admitem o acento grave quando
houver algum risco de ambiguidade (Recebeu a bala ≠ Recebeu à
bala, Ele cheira a gasolina = aspira o combustível ≠ Ele cheira à
gasolina = fede a combustível), outros desaconselham em
locuções adverbiais de instrumento (escrever a máquina).
Contudo, em provas de concursos, já encontramos questões que
exigiram acento grave em locuções adverbiais femininas. Por isso,

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nada melhor, na hora da prova, do que bom senso. Veja todas as
opções antes de indicar “certo ou errado”;
¾ diante de masculino, em que esteja subentendida a
expressão “à moda de”, “à maneira de” (“Ele escrevia à
Machado de Assis.”, “O artilheiro fez um gol à Romário.”).
Cuidado: em “bife a cavalo” ou em “frango a passarinho” não
está subentendida essa expressão (não é à maneira do cavalo
ou ao modo do passarinho) e, por isso, não leva acento.
Não há acento grave:
¾ palavras genéricas como casa, no sentido de lar (já
mencionado no início da aula); terra, contrário de “a bordo”
(Tão logo o navio aportou, desci a terra.); ou indicação de
distância não determinada. Esse último ponto também é um
pouco polêmico. Celso Luft, considerando tratar-se de uma
locução adverbial feminina, aceita o acento grave mesmo
sem indicação da distância. Em prova, tenha em mente a
posição majoritária (sem acento), devendo verificar as demais
opções.
Pode haver acento grave:
¾ em topônimos (logicamente femininos), ou seja, nomes dos
lugares, a depender do emprego do artigo antes deles. Na aula
sobre concordância, já falamos sobre isso (caso 7.a da Aula 5 –
Concordância parte 2). Se usamos artigo antes do nome,
havendo preposição a antes dele, ocorrerá crase. Para ter
certeza desse emprego do artigo, uma DICA é empregar o
topônimo com o verbo morar. Veja:
Bahia – esse lugar aceita artigo (Eu morei na Bahia). Então,
por exemplo, com o verbo ir, que rege a preposição a, ocorre
crase: Ele foi à Bahia.
Brasília – vamos ao teste: Eu morei em Brasília. Então, não
usamos artigo antes desse topônimo: Ele foi a Brasília.
Quando determinado de alguma outra forma (adjetivo ou
locução adjetiva), usa-se artigo e, necessariamente, haverá
crase no encontro da preposição a: Ele foi à Brasília do
mensalão.
Faça o teste agora e preencha a lacuna: Ele foi ___ Roma e
não viu o Papa.
E aí? Como fica? Para desvendar esse mistério, use o verbo
morar: Ele morou em Roma Î não foi usado artigo definido.
Então, não há crase: Ele foi a Roma e não viu o Papa.

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¾ com nomes próprios (femininos, é claro!)– o emprego do
artigo antes de nomes próprios depende de diversos fatores –
regionalismo (em alguns lugares, não se usa artigo antes de
nomes das pessoas – Fui à casa de Fulana), intimidade que se
tem com a pessoa - por isso, em referência a pessoas ilustres,
não se emprega o acento, por não se usar artigo definido (Li o
livro de Raquel de Queiroz – Eu me refiro a Raquel de Queiroz)

Os dois próximos casos especiais são chamados por alguns de “emprego


facultativo do acento grave”. Vamos analisá-los para compreender onde
reside essa “faculdade”:
¾ pronomes possessivos – esses pronomes admitem o artigo
definido antes de si. Se estivesse na função de sujeito,
poderíamos empregar o artigo definido ou não: “Minha mesa
está suja” ou “A minha mesa está suja”. Por isso, se o termo
regente exigir a preposição a e se deseje empregar o pronome
possessivo com artigo, haverá crase (preposição a + artigo
definido feminino + possessivo = à sua – “Refiro-me à sua
professora.”); em se escolhendo não colocar o artigo antes do
possessivo, haverá somente a preposição e, por isso, não
haverá a ocorrência de crase (preposição a + possessivo = a
sua - “Refiro-me a sua professora.”). Não obstante alguns
autores chamarem de “um caso facultativo de crase”, o que
ocorre, na verdade, é o uso opcional do artigo definido feminino
antes do pronome possessivo;
No entanto, ocorrendo a omissão do substantivo que
acompanha o pronome possessivo, a acentuação é
obrigatória!
Refiro a/à sua professora [facultativo], e não à minha
[obrigatório].
Ele deu instruções a/à sua secretária [facultativo] e à minha
[obrigatório].
Alguns gramáticos, como Cegalla e Sacconi, rejeitam o artigo
antes de nomes de parentesco precedidos de possessivos.
Segundo eles, o correto seria “Refiro-me a minha mãe”. No
entanto, já houve questões de prova em que a banca
examinadora não faz essa distinção, tratando os nomes de
parentesco do mesmo modo que os demais casos de pronome
possessivo – artigo definido facultativo e, consequentemente,
crase facultativa. Uma dessas questões será comentada em
nosso material, ao fim da aula.

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¾ com a locução prepositiva “até a” (que é a junção das duas


preposições: até + a). Havendo um termo regido que admita o
artigo definido (“A entrada de sua casa é ali.”), haverá crase
(até a + a = até à – “Andei até à entrada de sua casa.”). Essa
locução prepositiva equivale à preposição “até”, que, quando
usada na forma simples, não leva à fusão de dois ‘as’, pois só
existe um – o artigo (até + a = até a - “Andei até a entrada de
sua casa.”). Em resumo, no primeiro exemplo, havia a
contração da locução prepositiva ate a com o artigo a (até à);
no segundo, o encontro da preposição até com o artigo a (até
a). Por isso, alguns falam simplesmente que, com a
preposição “até”, a crase é facultativa. Na verdade, o que é
facultativo é o uso da locução prepositiva “até a” ou da
preposição simples “até” – com a primeira, haverá crase (até
à); com segunda, não (até a).

Você verá, nos exercícios de fixação, que a maior parte das questões de
prova que tratam de crase envolvem o esquema “TERMO REGENTE +
TERMO REGIDO” (caso clássico). Nesses casos, nunca se esqueça de
olhar para os dois lados antes de resolver uma questão de crase! Você
pode ser atropelado pela banca examinadora! (rs...)
Então, vamos às questões!

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QUESTÕES DE FIXAÇÃO
01 - (NCE UFRJ / Guarda Municipal /2002)
Marque a opção que atende às normas gramaticais vigentes.
a) Encaminhei os documentos perdidos as autoridades competentes;
b) Encaminhei os documentos perdido as competentes autoridades;
c) Encaminhei os documentos perdidos às autoridades competentes;
d) Encaminhei os documentos perdidos as competentes autoridades;
e) Encaminhei os documentos perdidos a autoridades competente.

02 - (NCE UFRJ / TRE RJ Auxiliar Judiciário / 2001)


....por que enviar à forca....; o acento grave indicativo da crase, nesse
caso, marca:
a) a união do pronome demonstrativo A com o artigo definido A;
b) a contração de A regido pelo verbo com o artigo do substantivo
seguinte;
c) a presença de um adjunto adverbial;
d) a presença de uma locução adverbial com palavra feminina;
e) a presença de uma locução prepositiva com palavra feminina.

03 - (NCE UFRJ/ ANTT / 2005)


Assinale a opção que corresponde à melhor redação, considerando
correção, clareza e concisão.
(A) A parada o autorizava à cobrar um novo preço;
(B) A parada lhe autorizava de cobrar um novo preço;
(C) A parada o autorizava de cobrar um novo preço;
(D) A parada o autorizava a cobrar um novo preço;
(E) A parada lhe autorizava a cobrar um novo preço.

04 - (ESAF/AFPS/2002)
Identifique o item sublinhado que contenha erro de natureza ortográfica
ou gramatical, ou impropriedade vocabular.
Fala-se(A) com arroubo(B) sobre os inesgotáveis recursos de novas
tecnologias, como o vídeo ou a realidade virtual, mas qualquer reflexão

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à respeito do(C) invariavelmente orbita(D) em torno da matéria-
prima(E) desta página – o texto.
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

05 - (FCC / AFTE PB / 2006)

Em relação aos aspectos gramaticais, julgue a assertiva abaixo:


- Apenas 20% dos deputados estão dispostos à respeitar as conclusões
dos relatores dos processos.

06 - (FCC / MPE PE – Técnico/2006)


O acesso ...... mercados externos por boa parte dos produtores que
passaram ...... usar novas tecnologias, aconteceu devido também ......
qualidade das sementes.
As lacunas da frase apresentada estão corretamente preenchidas,
respectivamente, por
(A) a - à - à
(B) a - a - à
(C) à - à - à
(D) a - a - a
(E) à - a - a

07 - (FCC / TRE PI / 2002)


Diga ...... ela que esteja aqui ...... uma hora para conversarmos ......
respeito do projeto.
(A) a - a - à
(B) a - à - a
(C) à - a - à
(D) à - à - a
(E) à - à - à

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08 - (ESAF/ACE/2002)
Marque o item sublinhado que represente impropriedade vocabular, erro
gramatical ou ortográfico.
A democracia, segundo Aristóteles, é forma de governo. Esse
entendimento milenar(A) assim se conservou entre os publicistas(B)
romanos e os teólogos da Idade Média. Não discreparam(C) também do
juízo aristotélico pensadores políticos do tomo(D) de Montesquieu e
Rousseau, presos as heranças(E) clássicas.
(Baseado em Paulo Bonavides)
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

09 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)


O ano de 2001 caracterizou-se por grandes desafios para a
economia brasileira, que levaram a mudanças substanciais na
formação de expectativas quanto ao desempenho das principais
variáveis econômicas.
Em relação ao trecho acima, julgue a assertiva.
ƒ O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” (R.2) é
facultativo, porque “mudanças” está no plural.

10 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)


A Venezuela, como a Argentina, ainda que de maneira distinta,
recebe as duras lições de adaptações malsucedidas ao dilema entre
a valorização do interno e a incorporação dos valores externos. A
presidência de Hugo Chávez, nos últimos anos, expunha a fratura a
que, estruturalmente, está submetida a América Latina, inclusive o
Brasil. A tensão entre a administração para os de dentro,
especialmente aqueles menos favorecidos pelo modelo de inserção
aberta e liberal, e o agrado aos centros internacionais de poder,
especialmente àqueles que hegemonizam as relações
internacionais do presente, levou ao descompasso social e político a
que chegou a Venezuela.

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Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue o item
seguinte.
• O sinal indicativo de crase em “àqueles” indica que ocorre aí uma
preposição, a, por exigência do substantivo “agrado”, segundo as
regras de regência da norma culta.

11 - (UNB CESPE/CEF/2002)
As carteiras Hipotecária e de Cobrança e Pagamentos surgiram em
1934, durante o governo Vargas, quando tiveram início as
operações de crédito comercial e consignação. As loterias federais
começaram a ser gerenciadas pela CAIXA em 1961, representando
um importante passo na execução dos programas sociais do
governo, já que parte da arrecadação é destinada à seguridade
social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa de Crédito
Educativo e a entidades de prática esportiva.
Considerando o texto acima, julgue o item que se segue.
• Caso se reescrevesse o trecho "a entidades de prática esportiva"
(1.10-11) como à entidades de prática desportiva, o período
permaneceria de acordo com a norma culta da língua portuguesa.

12 - (FUNDEC / TRT 2ª Região / 2003)


No enunciado “os serviços essenciais à população” (linhas 41-42), é
obrigatório o emprego do acento para marcar a crase. Nas alterações do
enunciado feitas abaixo dispensa-se o acento por não haver a crase.
Numa das alterações, entretanto, pode-se usar o acento por se tratar de
um caso de crase facultativa. Esta alteração está na opção:
A) os serviços essenciais a essa população;
B) os serviços essenciais a toda e qualquer população;
C) os serviços essenciais a uma população ansiosa por melhorias;
D) os serviços essenciais a quase toda a população;
E) os serviços essenciais a nossa população.

13 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)


A alternativa em que o acento grave indicativo da crase é optativo é:
(A) Entreguei-o à minha mãe;
(B) Entreguei-o àquela mulher;

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(C) Entreguei-o à elegante atriz;
(D) Entreguei-o à polícia;
(E) Entreguei-o à mesma funcionária.

14 - (Fundação João Goulart / Engenheiro Civil / 2004)


Dentre as frases abaixo, a que apresenta sinal indicador da crase
indevido é:
A) Estas teses sobre a ilusão, à primeira vista, nada acrescentam ao que
já se lê nos estudos antigos.
B) À terapia convencional preferem os médicos novas condutas que
combatam as ilusões patológicas.
C) Minha experiência revela que à ilusão não se pode combater senão
com o tratamento psicológico.
D) A referência a doenças mentais ligadas às ilusões marcou o
congresso de medicina do mês passado.

15 - (UnB CESPE / Banco do Brasil /2003)


Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à
igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também
participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos
políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia
sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do
indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao
salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania
plena é ter direitos civis, políticos e sociais.
Jaime Pinsky. História da cidadania. (Org. Contexto 2003).
Considerando o texto acima e a atualidade brasileira, julgue o item
seguinte.
• Constitui uma estrutura alternativa e também correta para o primeiro
período do texto o trecho Ser cidadão é ter direito a vida,
liberdade, propriedade, igualdade perante a lei: é, em resumo,
ter direitos civis.

16 - (UnB CESPE/DEFENSOR/2004)
Não temos dado muita atenção a uma de nossas mais importantes
riquezas nacionais. Trata-se de nosso patrimônio lingüístico.

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Exatamente as línguas ou idiomas e dialetos falados em nosso país.
Qual é a situação atual e importância? Há proteção legal para eles?
É o que tentaremos analisar.

A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte item.


• Na linha 1, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal indicativo
de crase em “a”, mas seu uso tornaria o sentido de “atenção” menos
genérico e mais especificamente direcionado para “riquezas
nacionais” (R.2).

17 - (UnB CESPE/SMF Maceió/2003)


FHC recua e tira “superpoderes” da Receita
O presidente Fernando Henrique Cardoso alterou ontem o decreto
que facilitava o acesso da Receita Federal a dados bancários
protegidos por sigilo e desobrigou os bancos de informarem ao
órgão as movimentações mensais superiores a R$ 5 mil, no caso de
pessoas físicas, e a R$ 10 mil, no caso de empresas.
A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte item.
• Na expressão “a dados bancários”, caso o vocábulo “dados” fosse
substituído por informações, seria necessário não somente o ajuste
na concordância com “bancários” e “protegidos”, na linha 2, mas
também o emprego do sinal indicativo de crase no “a” que antecede
a expressão.

18 - (FCC/CEAL Advogado/ 2005)


Quanto à necessidade ou não do uso do sinal de crase, a frase
inteiramente correta é:
(A) Reportamo-nos à inexperiência de um cidadão comum quando é
candidato a um posto público, mas somos propensos à rejeitar a
candidatura de um político profissional.
(B) O culto às aparências é um sintoma da vida moderna, uma vez que
à elas nos prendemos todos, em nossa vida comum.
(C) É a gente que cabe identificar os preconceitos, sobretudo os que
afetam àqueles artistas e profissionais que dão graça à nossa vida.
(D) Assistimos à exibição descarada de preconceitos, que tantos
dissabores causam as pessoas, vítimas próximas ou à distância de nós.
(E)) Àqueles que alimentam um preconceito é inútil recomendar
desprendimento, pois este se reserva às pessoas generosas.

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19 - (FUNDEC / PRODERJ / 2002)


No trecho “Do décimo andar à rua” (linha 15), foi usado adequadamente
o acento indicativo da crase. O mesmo NÃO ocorre na frase:
A) Há muito não se assistia à peças com tanto senso crítico com estas.
B) Chegando-se à varanda, era possível admirar a paisagem.
C) Do Leblon a Ipanema e de Jacarepaguá à Barra, todas as vias
expressa estavam engarrafadas.
D) O povo referia-se às nossas praias como redutos de esgoto e mau
cheiro.
E) As ondas dirigiam-se à direita e à esquerda do palanque sobre a
areia.

20 – (ESAF/Técnico ANEEL / Abril 2006)


Julgue a correção da alteração proposta em relação ao texto abaixo.
Não é a violência nem as da economia e muito menos a saúde. A maior
preocupação do brasileiro é o trabalho. A conclusão é resultado de uma
consulta realizada com 23,5 mil pessoas de 42 países. Num suposto
ranking mundial de pessimismo em relação às oportunidades de
trabalho, o brasileiro apareceria nas primeiras posições. Na média
global, o emprego seguro é citado por 21% dos entrevistados, ficando
em segundo lugar entre as preocupações de curto prazo, depois da
economia.
(Adaptado da Folha de São Paulo, 19 de fevereiro de 2006)
¾ Retirar o artigo definido antes de “oportunidades”(l.4), escrevendo
apenas à.

21 - (ESAF/Analista ANEEL/ Abril 2006)


Indique a opção que preenche com correção as lacunas numeradas no
texto abaixo.
A colonização jamais correspondeu, entre nós, ...(1)... necessidades do
trabalho; correspondeu sempre, sim, ...(2)... necessidade da produção,
ou, mais realmente à necessidade das colheitas, isto é, ...(3)...
necessidades de dinheiro pronto e de dinheiro fácil, que é o que
sustenta as culturas, nas regiões onde se encontram colonos. No dia em
que se abrir guerra ...(4)... ociosidade e se oferecerem garantias
...(5)... gente do campo, afluirá para o trabalho remunerado grande

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parte da população, hoje mantida ........(6)................... da bondade
alheia.
(Adaptado de Alberto Torres, “As fontes da vida no Brasil”. Rio, 1915, p.
47)

(1) (2) (3) (4) (5) (6)


a) às a às a a a custas da
b) às à as à a às custas
da
c) as à as a à a custas da
d) a a às à a a custa da
e) a à às à à à custa da

22 - (FCC/TRT 22ª Região/ 2004)


Os dados comprovam que, de janeiro ...... julho deste ano, houve
aumento na produção de veículos, em comparação com ...... obtida no
ano passado. As montadoras passaram ...... exportar uma parte dessa
produção.
As lacunas da frase acima devem ser corretamente preenchidas por
(A) a - a - a
(B) à - à - a
(C) à - a - à
(D) a - à - a
(E) a - à - à

23 - (FCC / TRF 4 – Técnico Judiciário / 2007)


Os elefantes apresentam necessidades parecidas com ...... dos seres
humanos e, para oferecer ...... eles os cuidados exigidos, os
especialistas têm recorrido até mesmo ...... táticas inovadoras.
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas,
respectivamente, por
(A) as − a − à
(B) as − a − a
(C) as − à − à
(D) às − à − a

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(E) às − a − a

24 - (FCC / TRF 4 – Analista Judiciário / 2007)


Quanto à observância da necessidade do sinal de crase, a frase
inteiramente correta é:
(A) Voltam-me à memória os romances a que me dediquei como jovem
leitor, bem como os filmes a que assisti com tanto prazer.
(B) Se à princípio os jovens demonstram pouco interesse pelas ficções,
o contínuo estímulo a elas pode reverter esse quadro.
(C) Quem se entrega à boa leitura pode avaliar sua inestimável
contribuição à uma vida interior mais rica e mais profunda.
(D) Ao se referir à ficção de “O Caçador de Pipas”, o autor tomou-a
como exemplo essencial a argumentação que desenvolvia.
(E) Os que se dedicam à cultivar a boa literatura sabem o quanto é
difícil dotar as palavras de um sentido verdadeiramente essencial.

25 - (ESAF/Agente Tributário - Piauí/2001)


Assinale a opção que corresponde a erro.
Desde o início de janeiro, quando foi sancionada a lei que permite ao(1)
Executivo usar os dados da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF) nas investigações, o Fisco está apto a(2) ajudar o
INSS nas investigações das entidades filantrópicas. As informações
sobre a CPMF são enviadas a Receita(3) pelas instituições financeiras
trimestralmente. Com esse(4) instrumento, é possível verificar se há
distorções muito grandes entre o faturamento da entidade e a sua
movimentação financeira. Nos casos em que(5) o programa de
informática que faz o cruzamento de dados para o Fisco apontar
discrepância, a fiscalização poderá ser iniciada.
(Adaptado de Simone Cavalcanti, www.estadao.com.br - 6/2/2001 )
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

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26 - (FUNRIO/PREF.MARICÁ/2007)
“E se engana quem estiver pensando que os clientes não prestam
atenção a esses detalhes”. Nesse período, percebe-se que não ocorre
acento grave antes do pronome demonstrativo esse. Assinale a
alternativa em que há ERRO no emprego do acento grave:
A) Vamos à feira.
B) Falávamos àquela que nos decepcionou.
C) Os amantes encontravam-se às escondidas.
D) O homem dirigia-se à qualquer local.
E) Encontremos nosso professor à uma hora!

27 - (FUNRIO/PREF.ITABORAÍ – NÍVEL SUPERIOR/2007)


Preencha as lacunas corretamente:
Fui ______ Paris ______ trabalho. No primeiro dia, pela manhã,
aproveitei para conhecer ______ Torre Eiffel. ______ dez horas da
manhã fui ______uma loja de perfumes onde comprei várias fragâncias.
(ERRO DO ORIGINAL!!!)
A) a; a; a; às; a
B) a; a; a; as; à
C) a; à; a; às; a
D) à; a; a às; à
E) à; à; a; às; a

28 - (FUNRIO/FUNAI/2009)
Assim como está adequado o emprego de À antes de "livre
manifestação" (§ 6º), também está inteiramente correto o uso da crase
na frase da alternativa:
A) À meia-noite, chegaram os peregrinos à pé.
B) Fomos levados às escondidas àquele local.
C) Pedirei à V. Exa. a anotação desta ocorrência.
D) Para combater à manipulação, procederemos à revisão à noite.
E) Oferecemos sanduíches à metro e vendemos à varejo.

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29 - (FUNRIO/DEPEN – Agente Penitenciário Federal/2009)
Tendo começado quase ao mesmo tempo a vida de escritor e a de
professor, bem se pode imaginar quanto me vi às voltas com as regras
ditadas durante todos aqueles anos por filólogos e gramáticos. De modo
geral, faço justiça a eles, reconhecendo que os bons são indispensáveis:
é necessário que alguém coloque alguma ordem no modo de um Povo
falar e escrever seu idioma.
(Ariano Suassuna: “Receita para Escrever Nomes Próprios”, 2000)
Assim como está adequado o emprego do acento de crase no sintagma
"às voltas", também está correto esse uso do acento em:
A) Peço encarecidamente à V.Exa. a transferência desse indivíduo.
B) Os vales-refeição serão distribuídos à partir de amanhã à tarde.
C) Encomendei um sanduíche à metro e comprei comida à quilo.
D) À meia-noite, assistimos pela tevê à chegada do Ano Novo.
E) Saíram às escondidas e foram à pé até à esquina pegar um táxi.

30 – (ESAF/MPOG APO/2010)
A preocupação com a herança que deixaremos as (1) gerações futuras
está cada vez mais em voga. Ao longo da nossa história, crescemos em
número e modificamos quase todo o planeta. Graças aos avanços
científicos, tomamos consciência de que nossa sobrevivência na Terra
está fortemente ligada a(2) sobrevivência das outras espécies e que
nossos atos, relacionados a(3) alterações no planeta, podem colocar em
risco nossa própria sobrevivência. Contudo, aliado ao desenvolvimento
científico, temos o crescimento econômico que nem sempre esteve
preocupado com questões ambientais.
O que se almeja é o desenvolvimento sustentável, que é aquele viável
economicamente, justo socialmente e correto ambientalmente, levando
em consideração não só as(4) nossas necessidades atuais, mas também
as(5) das gerações futuras, tanto nas comunidades em que vivemos
quanto no planeta como um todo.
(Adaptado de A. P. FOLTZ, A Crise Ambiental e o Desenvolvimento
Sustentável: o crescimento econômico e o meio ambiente. Disponível
em http://www.iuspedia.com.br.22 jan. 2008)
Para que o texto acima respeite as regras gramaticais do padrão culto
da Língua Portuguesa, é obrigatória a inserção do sinal indicativo de
crase em
a) 1, 2 e 3

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b) 1 e 2
c) 1, 3 e 5
d) 2 e 4
e) 3, 4 e 5

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GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO


01 – C
Para não perder o hábito, a primeira questão é simples. Trata-se de um
caso clássico de crase. Olhe para os dois lados:
- termo regente: verbo encaminhar (Alguém encaminha algo a
alguém) – o verbo é transitivo direto e indireto e rege a preposição a.
- termo regido: autoridades competentes – esse elemento aceita o
emprego de artigo definido feminino: As autoridades competentes
receberam os documentos.
De um lado, temos uma preposição a; de outro, o artigo definido
feminino plural as: OCORRE CRASE!
A posição do adjetivo “competentes” não iria influenciar nossa análise,
pois o termo regido é, nesse caso, o substantivo autoridades.
Assim, a construção correta é: Encaminhei os documentos perdidos às
autoridades competentes.

02 – B
Para começar, ocorre crase a partir da união da PREPOSIÇÃO A com
outro elemento, que pode ser o artigo definido feminino a/as, os
pronomes demonstrativos a(s)/aquele(s)/aquela(s)/aquilo ou os
pronomes relativos a qual/as quais.
Não há possibilidade de contração de um pronome demonstrativo com
um artigo, como sugere a opção a.
Vamos olhar para os dois lados:
- termo regente: o verbo enviar, que exige a preposição a (Alguém
envia alguma coisa a alguém ou a algum lugar);
- termo regido: o substantivo feminino forca, que admite o artigo
definido feminino (A forca foi usada para matar Tiradentes).
OCORRE CRASE!
A justificativa para o emprego do acento grave está indicada na opção
b.

03 – D
Como vimos na aula anterior, o verbo autorizar é um daqueles que
apresentam dupla possibilidade de regência: posso autorizar alguma

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coisa a alguém ou autorizar alguém a (fazer) alguma coisa
(normalmente, um verbo no infinitivo).
Então, de acordo com a primeira possibilidade, a construção seria: A
parada lhe autorizava (lhe = objeto indireto) cobrar um novo preço
(objeto direto sob a forma oracional).
Construindo-se da segunda forma, seria: A parada o autorizava (o =
objeto direto) a cobrar um novo preço.
Vamos, agora, verificar a ocorrência da crase:
- termo regente: verbo autorizar, que exige a preposição a;
- termo regido: a oração reduzida de infinitivo cobrar um novo preço.
Antes de verbo, não podemos empregar um artigo definido feminino.
Assim, a única ocorrência de “a” é a preposição exigida pelo termo
regente. Não há crase!
A construção correta é: A parada o autorizava a cobrar um novo preço.
Essa questão foi objeto de comentário na aula anterior. Resolvemos
comentá-la também nesse encontro para que você observe uma
ocorrência muito comum de erro: acento grave antes de verbo no
infinitivo.
Isso pode ser observado, também, em expressões como a partir de,
locução prepositiva cujo elemento principal é um verbo. Nesse caso, não
se coloca acento grave. As locuções prepositivas que recebem acento,
independentemente da verificação desse esquema TERMO REGENTE X
TERMO REGIDO, são as locuções FEMININAS.
Esse é o nosso próximo assunto.

04 – C
Essa questão trata de um dos casos especiais – locuções femininas;
sejam elas adverbiais, prepositivas, adjetivas ou conjuntivas, recebem
acento grave independentemente do esquema TERMO REGENTE x
TERMO REGIDO.
Acentuam-se as locuções femininas. A locução prepositiva “a respeito
de” tem em seu núcleo um substantivo masculino, não sendo,
portanto, acentuada – “a respeito de”.
Estão corretos os demais itens, cabendo comentários em relação aos
seguintes:
(B) arroubo = êxtase, encanto;

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(D) orbita = conjugação do verbo orbitar = girar (eu orbito, tu orbitas,
ele orbita...) – sentido conotativo de girar.
Além do erro de crase na locução prepositiva (C), parece que faltou
algum elemento regido por ela na sequência: “mas qualquer reflexão à
respeito do (... ? ...) invariavelmente orbita em torno da matéria-prima
desta página – o texto”. Pergunta-se: reflexão a respeito do quê? Ficou
faltando algo, causando prejuízo na coesão textual e, por consequência,
em sua coerência.

05 – Item INCORRETO
Esse tipo de erro, como já mencionamos, é muito comum em provas.
Antes de verbo, não pode haver crase por inexistir um artigo definido
feminino que se contraia com a preposição porventura exigida pelo
termo regente.
Assim, a única coisa que existe ali é a preposição a, exigência da
regência nominal do adjetivo disposto (Alguém está disposto a alguma
coisa).

06 – B
Agora deve ter ficado bem mais fácil.
Vamos analisar cada um das lacunas.
1ª lacuna:
- termo regente: acesso (Alguém tem acesso a alguma coisa/algum
lugar). A palavra exige a preposição a;
- termo regido: mercados externos. Essa expressão não admite um
artigo definido feminino. No máximo, masculino plural. Assim, não
poderia ocorrer crase – o único “a” é a preposição.
O acesso a mercados externos ...

2ª lacuna:
- termo regente: verbo auxiliar modal passar. Falei grego? O que é
mesmo um verbo auxiliar modal? Bem, um verbo auxiliar faz parte de
uma locução verbal (ainda lembra, não é? VERBO AUXILIAR + VERBO
PRINCIPAL).
Esse tipo de verbo auxiliar (chamado de modal) emprega ao verbo
principal um atributo, como em passar a usar, em que se exprime a
mudança de ação (eles passaram a usar novas tecnologias), que não

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poderia ser alcançado somente com o emprego das construções
“normais”.
No meio de uma locução verbal, pode haver uma preposição (cheguei a
comentar, estou a sair, acabo de saber).
Assim, o termo regente (verbo auxiliar de uma locução) exige a
preposição a;
- termo regido: o verbo principal da mesma locução.
Assim, em resumo, no meio de uma locução verbal, só há espaço para
uma preposição, pura e simples. Não pode haver um artigo definido que
justifique a crase.
... por boa parte dos produtores que passaram a usar novas
tecnologias...
3ª lacuna:
Voltamos ao caso clássico.
- termo regente: a locução prepositiva devido a.
A locução prepositiva “devido a” tem origem na forma participial
adjetiva do verbo dever (devido).
Vamos apertar a tecla SAP: como assim “forma participial
adjetiva”? Vimos que o particípio é uma forma nominal que, muitas
vezes, exerce a função que seria própria de um adjetivo, lembra?
“Roupa lavada (adjetivo / particípio do verbo lavar)”, “cabelo penteado
(adjetivo / particípio do verbo pentear)”
Na função adjetiva, a palavra “devido” (adjetivo cuja origem é o
particípio do verbo dever) concorda em gênero e número com o
substantivo correspondente e rege a preposição a:
ƒ “Sua ausência devida a problemas de saúde foi notada.”
ƒ “Muitos acidentes devidos à falta de prudência dos motoristas
são registrados nas estradas brasileiras.”.
Apesar de condenada por diversos puristas, que acham que essa
palavra só deve ser empregada na função adjetiva, a forma prepositiva
“devido a” é abonada por ilustres como Celso Luft, sendo
constantemente apresentada em questões de prova.
Quando usado na locução prepositiva (devido a), o vocábulo “devido”
não se flexiona (pertence ao conjunto de palavras invariáveis, lá dos
“primórdios” do nosso curso) – equivalente a “por causa de” - “Devido
aos problemas de saúde, ela não veio.”, “Muitos acidentes ocorrem
devido à falta de prudência dos motoristas.”.

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A preposição a, que faz parte da locução prepositiva, poderá se contrair
ao artigo subsequente, no esquema “termo regente – termo regido”.
Vejamos, então, qual o termo regido:
- termo regido: qualidade das sementes. Essa expressão admite o
artigo definido antes de si. Se estivesse na posição de sujeito,
poderíamos ter, por exemplo: A qualidade das sementes tem trazido
bons resultados à safra deste ano.
De um lado, então, temos a locução prepositiva devido a, que
apresenta em seu corpo a preposição a. De outro lado, temos um
vocábulo que admite artigo definido feminino. Pronto! Ocorreu crase!
... aconteceu devido também à qualidade das sementes.
A ordem correta é, portanto: a / a / à - opção B.

07 – B
Novamente, temos uma questão de lacunas.
Nas provas, esse tema pode ser explorado em questões assim ou
naquelas em que se exige todo tipo de conhecimento gramatical
(concordância, regência, ortografia).
1ª lacuna:
- termo regente: o verbo dizer, que, na construção, é bitransitivo (Dizer
algo a alguém). Complementam o verbo um objeto direto (a oração que
se segue) e um objeto indireto, regido pela preposição a.
- termo regido: o pronome pessoal ela. Esse pronome não admite artigo
definido feminino antes de si (Ela está linda, e não “A ela está linda”).
Assim, a única coisa que vai aparecer antes dele é a preposição, exigida
pelo verbo.
Diga a ela ...
2ª lacuna:
A expressão que será apresentada a seguir tem valor adverbial. Indica o
momento em que a pessoa deve estar em algum lugar. Na indicação de
hora certa, usa-se preposição. Na dúvida, uma boa saída é a troca do
feminino pelo masculino, sempre. Em vez de “uma hora”, vamos colocar
“meio-dia”.
“Diga a ela que esteja aqui ao meio-dia...”
Opa! Se eu empreguei “ao”, já fico sabendo que, antes da expressão
adverbial que indica horas, existe um artigo definido. Da mesma forma

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que uso “ao meio dia” (a+o), posso usar “às duas horas, às dez horas
ou à uma hora” (a+a).
O que causa certo mal-estar é a proximidade do “a” acentuado com o
“uma”. Note, contudo, que esse vocábulo (“uma”) é um numeral, e não
um artigo indefinido. Por isso, está certíssima a colocação de um acento
grave antes do adjunto adverbial que indica as horas.
O mesmo pode acontecer com expressões adverbiais que indicam lugar:
“À entrada da sala”.
Em alguns casos, além da troca do feminino pelo masculino, dá certo
substituir a preposição a (que introduz o advérbio) pela preposição em,
ficando aparente o artigo ou pronome que forma crase com a preposição
a:
À entrada da sala, fui avisada de que não haveria aula Î Na [em +a]
entrada da sala ...
Àquela hora da madrugada, recebi a notícia Î Naquela [em +
aquela] hora da madrugada, ...
Diga a ela que esteja aqui à uma hora...
3ª lacuna: como vimos na questão 4, a locução prepositiva a respeito
de tem um elemento masculino, não havendo justificativa para sua
acentuação.
... para conversarmos a respeito do projeto.
A ordem correta é: a / à / a – opção B.

08 - E
Caso clássico.
De um lado, o termo regente presos exige a preposição a (“Eles estão
presos a alguma coisa”); de outro, o termo regido as heranças admite
artigo definido feminino (“As heranças foram apresentadas.”).
Ocorre crase da preposição a com o artigo definido feminino plural as:
“presos às heranças”.

09 – Item INCORRETO
De um lado, o termo regente (verbo levar) exige a preposição.
Contudo, na posição de termo regido, temos um substantivo feminino
plural (mudanças). Não foi empregado o artigo na construção original
devido ao emprego genérico do substantivo (não se determina quais
foram essas mudanças).

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Se houvesse algum artigo antes desse vocábulo, este seria um artigo
também no plural (as mudanças), por exigência da sintaxe de
concordância.
Exatamente por haver um substantivo plural, não existe a menor
possibilidade de se empregar somente o acento grave, como sugere o
examinador, pois, nesse caso, o artigo seria singular (a+a).

10 – Item CORRETO
O primeiro complemento ao substantivo agrado já indica a necessidade
de se empregar a preposição a: “o agrado aos centros internacionais de
poder”.
De um lado, o termo regente agrado exige a preposição a; de outro, há
um pronome demonstrativo aquele. Ocorre crase! Portanto, está
correta a afirmativa.

11 – Item INCORRETO
Verifica-se nessa questão o mesmo erro apresentado na questão 09.
Antes de um elemento no plural, pode-se usar um artigo definido
também no plural. Por isso, estaria incorreta a construção “à entidades
de prática desportiva”.

12 – E
Temos, agora, uma ótima oportunidade de observar como se emprega o
acento grave com pronomes.
De um lado, o termo regente é essenciais, que exige a preposição a
(Algo é essencial a alguma coisa).
Do outro lado, temos:
a) o pronome demonstrativo “essa”. Vamos fazer o teste do sujeito:
Essa população está carente. Podemos usar um artigo definido
antes do “essa”? Lógico que não. Então, não há crase! Está certa a
opção. Nós estamos procurando um caso facultativo. Assim, essa
não é a nossa resposta.
b) os pronomes indefinidos “toda e qualquer”. Na função de sujeito:
Toda e qualquer população está carente. Podemos usar o artigo?
Não. Então o emprego não é facultativo.
c) o artigo indefinido “uma”. Se já existe um artigo, por que colocar
outro? Só se for para confundir.

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d) a expressão indefinida “quase toda a população”. Como sujeito:
Quase toda a população está carente. Posso usar outro artigo (“A
quase toda a população”)? Cruzes!!!!
e) um pronome possessivo acompanhado de um substantivo. Como
vimos, o emprego do artigo, nesses casos, é opcional.
Consequentemente, a crase também poderá ocorrer ou não. Essa
é a resposta.

13 – A
Veremos mais uma questão que aborda o emprego de pronome
possessivo.
Assim, vamos treinar mais uma vez: fale bem alto: “Meu trauma com
Português foi superado!” ou “O meu trauma com Português foi
superado” (repita 20 vezes, em voz alta!!!)
Viu só? Não só resolvemos um (possível) bloqueio psicológico (que
talvez você esteja carregando desde a sua 2ª série – na época, se
chamava assim, não é?...rs...), como constatamos que, antes de
pronome possessivo, o artigo é facultativo.
Agora, vamos resolver a questão.
Essa é uma ótima oportunidade de analisarmos, na prática, aquele
conceito de “não empregar artigo antes de nome de parentesco”,
defendido por alguns autores.
Analisando todas as opções da questão, a única em que o emprego do
artigo definido feminino poderia ser facultativo seria a opção a:
Entreguei-o à minha mãe.
A banca do NCE UFRJ considerou válido o emprego de artigo antes de
pronome possessivo que acompanha parentesco.
É por essas e outras que, em se tratando de pontos doutrinários
divergentes, devemos apresentar todas as formas válidas, a fim de
possibilitar ao candidato a análise das opções e identificação da resposta
válida. Se a banca apresentar referência bibliográfica, siga a linha
adotada pelo autor indicado. Caso contrários, leve na manga todos
esses conceitos e, na hora, analise as opções.
De volta à questão, em todos os casos, o termo regente é o verbo
entregar. Alguém entrega alguma coisa a alguém. Então o termo
regente (entregar) exige a preposição a. Assim, estão corretas as
formas “Entreguei-o a minha mulher” e “Entreguei-o à minha mulher”.
Se for dinheiro, então, entregue logo à sua mulher de qualquer jeito,
com crase ou sem crase!

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PRESTE BASTANTE ATENÇÃO quando houver, em construções com


pronomes possessivos, mais de um termo regido. Neste caso, devemos
respeitar o PARALELISMO SINTÁTICO, ou seja, o que acontecer com
um elemento deve acontecer também com todos os demais que
exercem a mesma função sintática.
Exemplo:
“Preciso pedir dinheiro ..... minha patroa”.
Termo regente – pedir – exige preposição a
Termo regido – (a) minha patroa – como o emprego do artigo é
facultativo, se houver artigo, há crase (pedir dinheiro à minha
patroa); se não houver artigo, não há crase (pedir dinheiro a minha
patroa). Assim, a lacuna pode ser preenchida com a ou com à.
Com dois termos regidos:
“Preciso pedir dinheiro ..... minha patroa e ao meu patrão.” –
nesse caso, se houve o emprego do artigo antes do segundo elemento
(ao meu patrão), deve-se empregar também no outro (à minha
patroa), já que ambos exercem a mesma função sintática: “Preciso
pedir dinheiro à minha patroa e ao meu patrão”. A lacuna, agora,
só poderia ser preenchida com à.
Sobre paralelismo sintático, teremos outra questão mais adiante.

14 – C
Para acertar essa questão, devemos ter na ponta da língua diversos
tópicos já estudados nas aulas anteriores (concordância e regência).
O gabarito foi opção c.
A pergunta que soluciona o problema é: o que se pode combater?
A estrutura PODER + SE + VERBO NO INFINITIVO possibilita duas
construções:
1ª. VOZ PASSIVA – Pode-se combater a ilusão. (= A ilusão pode ser
combatida).
2ª. SUJEITO ORACIONAL – Pode-se combater a ilusão. (= Combater a
ilusão é possível).
De qualquer forma, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
Assim, na primeira construção, “a ilusão” exerce a função de sujeito,
que não deve ser antecedido de preposição, segundo a norma culta.

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Na segunda, “a ilusão” serve de complemento verbal para o verbo
combater. Esse é um complemento direto, dada a transitividade do
verbo (Alguém combate alguma coisa - transitivo direto).
Não há justificativa para o emprego da preposição qualquer que seja a
construção escolhida.
Em relação às demais opções:
a) a locução adverbial feminina recebe acento grave – à primeira
vista.
b) o termo regente é o verbo preferir. Como bitransitivo, exige a
preposição a antes de seu complemento indireto, que vem
representado pela expressão “terapia convencional”. O que se
afirma (colocando na ordem direta) é: Os médicos preferem novas
condutas (...) às terapias convencionais. Portanto, está correta a
construção.
d) de um lado, o termo regente é o substantivo referência, que
exige a preposição a (Alguém faz referência a alguma coisa). De
outro, um substantivo usado em sentido amplo, genérico: doenças
mentais. Nesse caso, há apenas um “a”, a preposição, o que
impede a acentuação. Está correta a passagem. Em seguida, outra
ocorrência: o termo regente é o adjetivo ligadas, que exige a
preposição a. De outro lado, o termo regido é ilusões. Deu-se o
encontro dos dois “as”: ligadas às ilusões. Tudo certinho,
certinho...

15 – Item CORRETO
ACORDO ORTOGRÁFICO: O trema foi abolido – a palavra, agora, é
“tranquila”.
Essa é uma ótima questão sobre paralelismo sintático, que começamos
a estudar na resolução da q.13.
O termo regente é direito. Alguém tem direito a alguma coisa. Assim, o
substantivo exige a preposição a.
Na posição de termos regidos, originalmente o autor determinou cada
um deles: a vida, a liberdade, a propriedade, a igualdade perante a lei.
O examinador sugere a retirada desses determinantes. Não há problema
algum, desde que se retire TODOS os determinantes, como indicou
(direito a [só a preposição] vida, liberdade, propriedade, igualdade...).
Por isso, está correta tal assertiva.

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Observe, mais adiante no texto, um outro bom exemplo: “o direito à
educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila
(*).”.
Os termos educação, trabalho, salário justo, saúde estão
acompanhados de artigos definidos. Já o substantivo velhice, por ser
vago, apresenta um artigo indefinido. De qualquer forma, todos os
elementos apresentam-se junto de um determinante – o artigo.

16 – Item INCORRETO
ACORDO ORTOGRÁFICO: O trema foi abolido – a palavra, agora, é
“linguístico”.
O termo regente dar (verbo que faz parte da locução temos dado)
apresenta complemento direto (atenção) e indireto (regido pela
preposição a).
Sugere o examinador que a expressão que se segue perderia seu
caráter genérico se estivesse, opcionalmente, antecedida de um a com
acento grave.
Tudo lindo, maravilhoso, não estivesse o termo regido “riquezas
nacionais” acompanhado da expressão “uma de nossas mais
importantes”.
Quem se ateve a ler a opção sem voltar ao texto deve ter caído
direitinho nessa casca de banana. Não é possível o emprego do acento
grave por não ser possível o emprego de um artigo definido feminino
antes daquela expressão.
Mesmo que assim não fosse, ou seja, que não houvesse a expressão, o
termo regido seria “riquezas nacionais”, expressão plural que, se fosse o
caso, seria acompanhada de um artigo definido plural.

17 – Item INCORRETO
O termo regente é o substantivo acesso (Alguém tem acesso a alguma
coisa/ algum lugar), que exige a preposição a.
A troca sugerida do termo regido, com o emprego do sinal grave, iria
alterar o sentido da expressão “dados bancários protegidos por sigilo”,
que foi usada de maneira vaga, genérica (não são os dados bancários “X
ou Y”, mas quaisquer dados). Essa acentuação indicaria o uso de artigo
definido antes do substantivo.
Seria possível, sim, a troca de dados por informações, desde que
ajustada a concordância com os adjetivos correspondentes e mantida a

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preposição (exigida pelo termo regente) sem artigo, para dar à
expressão um valor vago: “... que facilitava o acesso da Receita Federal
a informações bancárias protegidas por sigilo...”.

18 - E
Para confirmar a existência da preposição antes de “aqueles”, é
necessário, primeiramente, colocar a oração na ordem direta. Para isso,
partimos do verbo ser e, para haver lógica, do adjetivo inútil. O que é
inútil? Resposta: “recomendar desprendimento” (sujeito oracional).
O verbo “recomendar”, na construção, é transitivo direto e indireto
(Recomendar alguma coisa a alguém). O que se recomenda (ou seja,
qual é o objeto direto)? Desprendimento. A quem se recomenda
desprendimento (qual é o objeto indireto?) Àqueles [a + aqueles] que
alimentam um preconceito. Note que o objeto indireto é regido pela
preposição a.
Na ordem direta, a oração seria: Recomendar desprendimento àqueles
que alimentam um preconceito é inútil.
Então, seguindo a análise de TERMO REGENTE + TERMO REGIDO, o
termo regente, verbo “recomendar”, exige a preposição “a”. O termo
regido é o pronome demonstrativo “aqueles”. Houve crase, devendo ser
indicado com o acento grave: “Àqueles que alimentam um preconceito
é inútil recomendar desprendimento” – construção perfeita.
Na sequência, há outra ocorrência de crase:
TERMO REGENTE – verbo “reservar”: Alguém reserva alguma coisa a
alguém. Como está acompanhado do pronome “se” apassivador, o
pronome “este”, que se refere a “desprendimento”, é o sujeito paciente.
Como vimos na aula sobre verbos, o objeto indireto da voz ativa (Fulano
reservou alguma coisa a alguém) continua a exercer a mesma função na
voz passiva (Alguma coisa foi reservada por Fulano a alguém) –
esquema em “Transposição de Vozes Verbais” do tópico “Vozes do
Verbo” da aula 3 (pg.16, se não me engano...).
Como o termo regente exige a preposição “a” e o termo regido
(“pessoas generosas”) admite artigo definido feminino plural, há
ocorrência de crase, estando correta a construção: “...este se reserva às
pessoas generosas”.
Os demais itens apresentam as seguintes incorreções.
(A) Dos dois registros de crase, somente o segundo está incorreto.
Na primeira ocorrência, o termo regente é o verbo reportar-se, que
exige a preposição “a” (Alguém se reporta a alguém/alguma coisa). O

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termo regido é o substantivo inexperiência, que aceita o artigo definido
feminino. Há, portanto, ocorrência de crase, que está devidamente
indicada pelo acento grave em “Reportamo-nos à inexperiência de um
cidadão...”.
Já no segundo registro, o termo regente “propensos” (adjetivo) exige a
preposição “a” (Alguém é propenso a alguma coisa). Contudo, o termo
regido não admite o artigo definido, pois é um verbo (rejeitar). A
construção seria: “somos propensos a rejeitar a candidatura de um
político profissional”.
(B) A primeira ocorrência de crase está corretamente indicada. O termo
regente culto exige a preposição “a”; o termo regido aparências
admite o artigo definido feminino plural – há crase: “O culto às
aparências”.
Já no segundo, o termo regente, o verbo prender, é transitivo direto
(pronominal) e indireto, com a preposição “a” (Alguém se prende a
alguma coisa); no entanto, o termo regido é o pronome pessoal elas,
que não admite o artigo definido antes de si. Há, portanto, apenas um
“a”, que é a preposição – “uma vez que a elas nos prendemos todos, em
nossa vida comum”.
(C) O termo regente caber é transitivo indireto (Alguma coisa cabe a
alguém). A expressão que exerce a função de objeto indireto é “a
gente”, que, segundo o contexto, apresenta a acepção equivalente a
“nós”; uma vez antecedida da preposição “a”, forma crase. Para a
análise, não se deve levar em conta a expressão denotativa “é que”; na
ordem direta, a construção seria: “identificar os preconceitos (sujeito)
cabe à gente.”.
Em seguida, o termo regente, verbo afetar, é transitivo (Alguma coisa
afeta alguém). O termo regido é “aqueles artistas e profissionais”:
“sobretudo os que afetam aqueles artistas” – crase incorretamente
indicada.
Finalmente, o termo regente dar é transitivo direto (objeto direto:
graça) e indireto (objeto indireto: nossa vida), devendo o complemento
indireto ser precedido da preposição “a”. Como o termo regido é iniciado
por um pronome possessivo, o emprego de artigo definido feminino é
facultativo, podendo ocorrer crase ou não (“profissionais que dão graça
a / à nossa vida”). Portanto, está correta a indicação de crase.
(D) O termo regente, verbo assistir, no sentido de “ver, presenciar”, é
transitivo indireto, exigindo a preposição “a”. O termo regido é
“exibição”, que admite artigo definido feminino. Há crase: “Assistimos à
exibição descarada de preconceitos...”. Correto emprego do acento
grave.

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O erro está na sequência: o termo regente, verbo causar, é transitivo
direto (coisa) e indireto (pessoa) (Fulano causou alguma coisa a
alguém), regendo a preposição “a”; o termo regido é “pessoas”, que
admite o artigo definido feminino plural. Houve o registro desse artigo,
mas faltou a indicação de crase para registrar a existência da
preposição. A forma correta seria: “que tantos dissabores causam às
pessoas...”.
Por fim, a expressão “à distância”, como vimos, é objeto de bastante
polêmica.
Vamos relembrar: a maioria dos gramáticos afirma que, sem
especificação, a expressão não recebe acento (“Mantenha-se a
distância.”). Havendo definição dessa distância, usa-se o acento grave
(“Mantenha-se à distância de 10 metros.”). Contudo, a recomendação
do professor Celso Luft é acentuá-la sempre, por considerá-la uma
locução adverbial feminina.
Note que o examinador, nesta questão, não deixou clara a sua posição,
ao indicar outro erro de crase antes dessa expressão. Ótimo para o
candidato, que não precisaria esquentar a cabeça. Mas, mesmo assim,
todo cuidado é pouco. Leve esse conhecimento para a prova e, caso se
depare com a polêmica expressão adverbial “a/à distância”, analise as
demais opções para afirmar se está certo ou errado o emprego na
questão.

19 – A
O verbo assistir é transitivo indireto e rege a preposição a. Este é o
termo regente. O termo regido é o substantivo peças, que, por estar no
plural, deve ser acompanhado de artigo definido feminino plural. Só que
esse substantivo está sendo usado de maneira genérica, dispensando o
artigo. Assim, a forma correta seria: “... não se assistia a peças com
tanto senso crítico como estas”.
Em relação às demais opções, devemos observar.
a) O termo regente é chegar, verbo transitivo indireto que, por indicar
movimento, rege a preposição a. Como o termo regido é o substantivo
varanda, a contração do artigo que o acompanha com a preposição
forma “à”. Para nunca mais errar na regência deste verbo, passe a usá-
lo corretamente no seu dia a dia. Assim que chegar a casa (sem
acento, como vimos logo no início), ensine essa lição ao seu filho,
seu cônjuge, sua sogra, seu cunhado... seja um chato!!!! Passe a
corrigir todo mundo!!! Assim é que se apre(e)nde o conceito...rs...

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c) Um bom exemplo do emprego de artigo com topônimos. Vamos fazer
o teste do morar: Eu moro em Ipanema, em Jacarepaguá ou na Barra.
Dos três bairros, o único que admite artigo é o terceiro, motivo pelo
qual o “a” foi acentuado.
d) O verbo referir-se é transitivo indireto, com a preposição a. O artigo
antes de pronomes possessivos é facultativo. O examinador optou por
seu emprego. Assim, houve a fusão da preposição a com o artigo
definido as = “O povo referia-se às nossas praias...”.
e) Os artigos definidos que acompanham os substantivos direita e
esquerda se contraíram com a preposição exigida pelo termo regente,
o verbo dirigir-se (transitivo indireto, regente da preposição a),
formando crase (“...à direita e à esquerda do palanque”).
Observe que estas não são locuções adverbiais femininas, como em
“Vire à direita / à esquerda” (que também seriam acentuadas).

20 – Item INCORRETO
Até que essa questão não foi das piores, não é mesmo?
O termo regente é a locução prepositiva “em relação a”. O termo regido
é “oportunidades”. Houve crase por ter sido empregado o artigo definido
feminino plural antes desse substantivo: as oportunidades.
A questão propõe a retirada do artigo. Até aí, tudo certo. O erro está em
indicar que a forma passaria a ser “à”. Opa! Você já está careca de
saber que “à” é a contração da preposição “a” com o artigo definido
singular feminino “a”. Se ele quisesse usar um artigo, não poderia ser,
de modo algum, no singular, haja vista que o substantivo
correspondente está no plural.
A retirada do artigo levaria ao registro de “em relação a oportunidades”,
em que só haveria a locução prepositiva e, portanto, apenas um “a”,
sem acento grave.

21 - E
Essa questão de crase nos dá a oportunidade de falar sobre a expressão
“à custa de”, que deve ter derrubado muita gente.
Vamos analisar lacuna por lacuna.
1ª lacuna) O termo regente corresponder exige a preposição “a” (Algo
corresponde a alguma coisa). O termo regido poderia até admitir o
artigo ou ser usado em sentido genérico (correspondeu às / a
necessidades do trabalho). Para confirmar essa possibilidade, vamos

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construir uma oração em que “necessidade do trabalho” seja o sujeito:
“Necessidade do trabalho leva milhares de pessoas à migração” – ou -
“A necessidade do trabalho leva...”. Pode haver artigo ou não. Mas de
qualquer forma há preposição, exigida pelo termo regente. Eliminamos,
assim, a opção “c” (as – só artigo, sem preposição).

2ª lacuna) Esse termo regido possui o mesmo termo regente


(correspondeu) que exige a preposição “a”. Dessa vez, o termo regido
foi usado em sentido específico (necessidade da produção, ou mais
realmente à necessidade das colheitas) – percebeu o “à” antes da
segunda ocorrência de “necessidade”? Então, há artigo antes de
“necessidade da produção” também, o que provoca crase:
“[corresponde] à necessidade da produção”.

3ª lacuna) Essa lacuna dá continuidade à estrutura que teve início em


“correspondeu sempre, sim, à necessidade de produção”. Como houve
artigo antes de “necessidade da produção”, antes de “necessidade das
colheitas”, deve haver também antes de “necessidades de dinheiro
pronto e de dinheiro fácil”. Todos esses substantivos encontram-se
definidos, o que justifica o emprego do artigo. Em virtude do encontro
com a preposição exigida por “correspondeu”, há crase: às
necessidades de dinheiro.

4ª lacuna) Agora a palavra “guerra” (em abrir guerra) requer a


preposição “a” (Alguém abre guerra a ou contra algo/alguém). Como
“ociosidade” admite artigo, há crase: “No dia em que se abrir guerra à
ociosidade...”.

5ª lacuna) O verbo “oferecer” é bitransitivo, ou seja, apresenta


complemento direto e indireto. O objeto direto é “garantias” e o objeto
indireto “gente do campo”. Como temos uma voz passiva pronominal
(presença do pronome apassivador se – se oferecerem garantias = se
garantias forem oferecidas), o objeto direto exerce a função de sujeito
paciente. Mas nada disso afeta a função de objeto indireto (olha o
esquema aí, gente!!!). Em relação a esse segundo complemento, exige-
se a preposição “a” (Alguma coisa é oferecida a alguém). Antes de
“gente do campo” pode haver artigo definido feminino singular, o que
justifica o acento grave: “se oferecem garantias à gente do campo”.

6ª lacuna) Finalmente, chegamos à última lacuna. Trata-se da


expressão “à custa de”, que significa “às expensas de”.

Cuidado com a confusão que muita gente boa faz: o substantivo


“custas” significa “despesas judiciais devidas no processo”. Já o
correspondente no singular (custa) tem o sentido de “custo, dispêndio,

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despesa”. A partir do significado de cada um dos vocábulos, já dá para
perceber que a expressão deve ser grafada no singular: “Aquele rapaz
vive até hoje à custa do pai”, “Eu não sou homem de viver à custa de
mulher”. Se você costumava usar essa expressão no plural, pode
começar a mudar hoje mesmo. Como é uma locução feminina, recebe o
acento grave. Esse conceito seria suficiente para definir a resposta
dessa questão – a única opção que apresenta “à custa de” é a de letra
E.

22 - A
1ª lacuna: Para começar, analise uma outra estrutura:
“A loja funciona das 10h .... 18h”.
Há um artigo (contraído com a preposição “de”) antes do primeiro
elemento (das 10h). Então, deve haver artigo antes do segundo. Como
já existe uma preposição “a”, ocorre a fusão: “das 10h às 18h”. A isso
se dá o nome de paralelismo sintático (Lembra? O que acontece com um
elemento ocorre também com os demais de mesma função sintática).
Note, agora, que antes de “janeiro” há somente uma preposição (“de”),
não há artigo. Aliás, não daria para ser diferente. Ninguém fala “do
janeiro ao dezembro”, não é mesmo??? Pois, se não há artigo antes do
primeiro elemento, não pode haver antes dos demais. A relação é “de ...
a ...”, somente com preposições. Por isso, não há crase: “de janeiro a
julho”. Paralelismo nele!
2ª lacuna: Na expressão “em comparação com” já existe uma
preposição (“com”), o que impossibilita a existência da preposição “a”. O
que irá preencher a lacuna é o pronome demonstrativo “a”, equivalente
a “aquela”, que se refere à palavra “produção” (“houve aumento na
produção de veículos, em comparação com [a produção] obtida no ano
passado”). Não há dois “as”, somente um - o pronome demonstrativo.
Portanto, não há crase: “em comparação com a obtida...”.
3ª lacuna: Em locução verbal, há apenas preposição, sem artigo. Por
isso, não há crase: “As montadoras passaram a exportar”.
A ordem será: a, a, a – opção (A)

23 - B
Reforçando: CRASE é o fenômeno de encontro de duas vogais iguais e
contíguas. O encontro da preposição “a” com outro “a” (artigo definido
feminino, pronome demonstrativo, pronome relativo) acarreta crase,
registrada com o acento grave.

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Assim, para que um “a” receba o acento, é preciso esse encontro dos
dois “as”.
1ª lacuna – O termo regente “parecidas” exige a preposição “com” e não
“a”. Em seguida, temos um pronome demonstrativo “as”, que se refere
a “necessidades”. Não ocorre crase: “parecidas com as dos seres
humanos”.
2ª lacuna – O termo regente é o verbo OFERECER, que é bitransitivo. O
objeto direto é representado por “os cuidados exigidos”, e o objeto
indireto, o pronome pessoal “eles”. Esse termo regido não admite artigo
definido feminino e, por isso, há apenas UM “a”: a preposição – “para
oferecer a eles os cuidados exigidos”.
3ª lacuna – O termo regente “RECORRER”, da locução verbal “têm
recorrido”, exige a preposição “a” (Alguém recorre A alguma coisa/
alguém). O termo regido, contudo, além de estar sendo usado em
sentido genérico, o que dispensa o emprego de artigo definido, se o
aceitasse, seria o artigo “as” (plural – “as táticas”) e não “a”(singular).
Por isso, há apenas a PREPOSIÇÃO e, por isso, não ocorre crase: “têm
recorrido ... a táticas inovadoras”.

24 - A
O verbo VOLTAR rege preposição “a” (Alguém volta A algum lugar). Esse
é o termo regente. O termo regido admite artigo definido feminino (“a
memória”). Assim, há o encontro da preposição com o artigo definido
feminino, ocorrendo crase: “Voltam-me à memória...”.
Em seguida, o termo regente é o verbo ASSISTIR, que, no sentido de
ver, presenciar, rege a preposição “A”. Como o termo regido é o
pronome relativo “que”, não há crase, pois o pronome relativo não
aceita artigo definido feminino antes de si.
Está correta a opção.
B) A expressão “a princípio”, por apresentar um substantivo masculino,
não recebe acento grave.
C) Está certa a primeira ocorrência de crase: o verbo ENTREGAR-SE
rege a preposição “a” (Alguém se entrega A alguma coisa) e o termo
regido “leitura” aceita artigo. O problema está a seguir: o termo regente
exige preposição “a” (contribuição A alguma coisa), mas o termo regido
é “uma vida interior”, expressão que já apresenta um artigo
INDEFINIDO. Há apenas uma preposição e, por isso, não ocorre crase.
D) Novamente, o examinador acerta na primeira, mas erra na segunda.
O verbo REFERIR-SE exige a preposição “a” e, ao encontrar-se com o
artigo definido feminino que acompanha “ficção”, provoca o fenômeno,

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que deve ser acentuado. Em seguida, o termo regente, o adjetivo
“essencial”, exige a preposição (Algo é essencial a alguma
coisa/alguém) e o termo regido admite artigo (a argumentação que
desenvolvia). Mais uma vez, há o encontro dos dois “as”, devendo ser
assinalado com o acento: “essencial à argumentação que desenvolvia”.
E) Antes de verbo, não há artigo definido feminino. Por isso, mesmo que
o termo regente exija a preposição (Alguém se dedica A alguma coisa),
o termo regido, o verbo CULTIVAR, não aceita artigo e, com isso, não
ocorre crase.

25 - C
Essa é para terminarmos o nosso estudo de hoje.
Vamos analisar cada um dos termos destacados.
1º) O termo regente permitir exige a preposição a (permitir algo a
alguém); o termo regido Executivo admite artigo definido masculino –
forma-se “ao” - correto;
2º) O termo regente apto exige a preposição a (“Alguém está apto a
alguma coisa.”); o termo regido ajudar é um verbo e não admite artigo
definido feminino. Portanto, não ocorre crase: está apto a ajudar -
correto;
3º) O termo regente enviar exige a preposição a (“Alguém envia algo a
alguém.”); o termo regido Receita admite o artigo definido feminino (“A
Receita divulga o último lote de restituição.”). Por isso, ocorre crase: “As
informações ... são enviadas à Receita ...” – Esse é o item incorreto.
4º) O pronome demonstrativo está se referindo a alguma informação
que já foi dada (pertence ao “passado” do texto), por isso requer a
forma “esse”. O emprego de pronomes demonstrativos em relação ao
texto (referência anafórica) será objeto de nossa próxima aula
(Pronomes).
5º) O pronome relativo que substitui casos. Em uma outra estrutura,
teríamos “nesses (= em + esses) casos, o programa ...”. Percebe-se a
necessidade do emprego da preposição em, então a forma está correta:
“nos casos em que o programa...”.
Mas não se preocupe com pronome relativo. Em nosso próximo encontro
(que será bem maior que esse de hoje), veremos também esse assunto.

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26 – D
Antes de pronome indefinido, não se emprega artigo.
Consequentemente, não ocorre crase. Para piorar, o substantivo “local”
é masculino, não admitindo, em hipótese nenhuma, artigo definido
FEMININO antes de si.
Na opção C, temos uma expressão adverbial feminina: “às escondidas”.
A opção E deve ter sido a mais complicada, pois muitos podem ter
pensado ser o vocábulo “uma” um artigo indefinido feminino, que
evitaria a ocorrência de crase. Acontece que esse “uma” é um numeral,
podendo ser substituído por “duas, três...”. Como é feminino, aceita
artigo e, como se encontra em uma construção adverbial feminina,
recebe o acento grave: “Encontremos nosso professor à uma hora /às
duas horas.”. Veja que, se trocássemos o feminino por um termo no
masculino, em vez de “às” teríamos “ao”: “Encontremos nosso professor
ao meio-dia.”

27 – A
Esta questão da FUNRIO se assemelha muito ao padrão ESAF de
questões de crase. Por isso, analisaremos lacuna por lacuna.
1ª lacuna) Temos um caso de topônimo. Para não errar, vamos usar o
verbo MORAR e verificar se o nome do lugar aceita artigo definido
feminino: “Eu morei EM Paris.”. Pronto! Como não usou o artigo, não
ocorre crase: “Fui a Paris...”.
2ª lacuna) A palavra “trabalho” é masculina e, por isso, não aceitaria
um artigo definido feminino. Só existe um “a”, que é a preposição: “...
Paris a trabalho.”.
3ª lacuna) O verbo CONHECER é transitivo direto. Por isso, se existir
algum “a”, este será um artigo definido feminino: “... aproveitei para
conhecer a Torre Eiffel.”.
4ª lacuna) Como se trata de uma locução adverbial feminina, devemos
empregar o acento grave: “Às dez horas da manhã...”.
5ª lacuna) O verbo IR rege a preposição “a”. Contudo, na sequência, já
temos um artigo: “uma”, que é indefinido feminino. Por isso, só existe
um “a”, que é a preposição: “... fui a uma loja de perfumes...”.
A sequência será, então: a – a – a – às – a = opção A.
O erro na grafia de “fragrâncias” é do original da prova – por favor, não
crucifiquem a professora, que só fez reproduzi-lo para que vocês vejam
que “herrar é umano” (Millôr)...rs...

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28 – B
Mais uma vez, encontramos a locução adverbial feminina “às
escondidas” em provas da FUNRIO. Está certo o emprego desse acento
grave. Na sequência, houve a contração da preposição “a”, exigida pelo
verbo LEVAR, com o pronome demonstrativo “aquele”, formando
“àquele”. Esta foi a opção correta. Vejamos os erros das demais.
a) Está certo o emprego do acento grave em “À meia-noite”, pois, como
vimos, se trata de uma expressão adverbial feminina. O problema está
na acentuação de “à pé”, já que o substantivo é MASCULINO e só
acentuamos as expressões adverbiais FEMININAS.
c) Antes de pronomes de tratamento não há artigo e, portanto, não
pode ocorrer crase. Como o termo é preposicionado, por atuar como
objeto indireto do verbo PEDIR, recebe apenas um “a”: “Pedimos a
V.Exa. a anotação...”.
d) O verbo COMBATER é transitivo direto, motivo pelo qual não há
acentuação em “a manipulação” (objeto direto). O restante está correto
– o verbo PROCEDER rege a preposição “a”, contraindo-se com o artigo
que antecede o substantivo feminino “revisão” (... procederemos à
revisão...). Em seguida, temos uma expressão adverbial feminina: à
noite.
e) As palavras metro e varejo são masculinas, não aceitando a
ocorrência de crase: “Oferecemos sanduíches a metro e vendemos a
varejo.”.

29 – D
Já vimos reiteradas vezes que a expressão “meia-noite”, na função de
adjunto adverbial, recebe acento grave: “À meia-noite...”.
O verbo ASSISTIR é transitivo indireto (assistir a alguma coisa). Como a
palavra “chegada” aceita artigo definido feminino antes de si, ocorre
crase: “assistimos pela tevê à chegada do Ano Novo.”.
Está tudo certo na opção D. Vejamos os problemas das demais.
a) Pronomes de tratamento, definitivamente, não recebem acento grave
por não aceitarem artigo antes de si: “Peço encarecidamente a V.Exa. a
transferência...”.
b) A locução prepositiva “a partir de” tem em seu núcleo, não uma
palavra feminina, mas um verbo. Por isso, não leva acento grave.
c) Como vimos na questão anterior, palavras masculinas, como metro e
quilo, não recebem acento grave por não aceitarem artigos definidos

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femininos. Se a comida for “à quilo”, não coma, porque deve estar
estragada!!!
e) A expressão “às escondidas” apareceu novamente (como essa banca
gosta dela, não é?) e está certa. O problema é a crase antes de “pé”,
que é um vocábulo masculino. Em relação à crase em “até à esquina”,
como vimos, trata-se de um caso facultativo, por existirem tanto a
preposição “até” (foram até + a esquina = até a esquina, sem acento
– somente a preposição) quanto a locução prepositiva “até a” (foram
até a + a esquina = até à esquina, com acento por haver contração
da preposição “a”, da locução prepositiva, com o artigo “a”, que
antecede “esquina”).

30 – B
Vamos analisar as indicações para saber se o “a/as” será ou não
acentuado.
1) De um lado, há um termo regente “deixar” – alguém deixa alguma
coisa A /PARA alguém. Então, o verbo exige a preposição “a”. De outro
lado, o termo regido é um substantivo feminino que admite o artigo
definido feminino “a” – pronto! Ocorre crase e esse “a” deve ser
acentuado.
2) O adjetivo “ligada” exige a preposição “a” (alguma coisa está ligada A
outra). O termo regido (“sobrevivência”) admite artigo definido
feminino. Sim, ocorre crase também.
3) O adjetivo “relacionados” exige a preposição “a” também. Acontece
que, do outro lado, o termo regido é um substantivo feminino mas
PLURAL. Assim, se houvesse artigo definido, este seria “as” e não “a”,
como o examinador indica no item 3. Por isso, constatamos que ali só
existe uma preposição “a” (exigida pelo termo regente), tendo o
substantivo sido usado de forma genérica, vaga, sem determinante
(artigo). Não deve ser acentuado este “a”.
4) e 5) A expressão “levar em consideração” tem complemento direto
(“levar ALGUMA COISA em consideração”). Por isso, as duas ocorrências
de “as” – em 4 e 5 – são, respectivamente, um artigo definido feminino,
que acompanha o substantivo “necessidade”, e o pronome
demonstrativo “as”, que retoma este substantivo: “... levando em
consideração não só as nossas necessidades atuais, mas também as
[= as necessidades] das gerações futuras...”.
Encerramos aqui nossa aula sobre CRASE.
Grande abraço e até a próxima.

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