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1.

Montar estruturas metálicas

Todo trabalho que envolve estruturas metálicas, o processo da montagem é considerado


umas das fases mais importante, por ela representar uma parcela considerável dos custos
aproximadamente cerca 30% e devido aos riscos que o mesmo envolve. É muito importante que
as estruturas metálicas sejam devidamente projetadas e montadas com vista a evitar os danos que
elas podem causar.

1.1. Montagem de estruturas metálicas

Montagens de estruturas metálicas podem ser definida como sendo todo ato de se
unirem as peças no canteiro de obras para formar o conjunto de estrutura metálica. Salientando
que antes do processo da montagem das peças, na maior parte dos casos elas são transportadas
do local onde são produzidas até o local da construção.

As estruturas metálicas são constituídas por um grupo de peças, que após serem unidas,
formarão um conjunto estável que sustentará a construção. A fabricação das peças se realiza em
uma unidade industrial, onde estão centralizados os meios de produção como máquinas e
equipamentos, operários e administração, matérias-primas.

Na construção em aço cada peça possui seu lugar específico na estrutura e desempenha
um papel na constituição da estrutura.

1.2. Fases precedentes antes montagem das estruturas metálicas

Portanto, antes que se apresentem os aspectos detalhados quanto a montagem,


apresentam-se abaixo as fases precedentes da construção em aço:

 Projeto de arquitetura;
 Projeto estrutural;
 Fabricação;
 Tratamento anticorrosivo.
1.3. Tipos de estruturas metálicas

1.3.1. Estruturas de edifícios de múltiplos andares

Este tipo de estrutura é característico de edifícios de múltiplos andares como os


destinados a apartamentos, a escritórios ou salas comerciais. Também são exemplos alguns
edifícios industriais constituídos de diversos níveis, nos quais se apoiarão utilidades,
equipamentos de produção e plataformas de manutenção.

Figure 1: Estruturas de edifícios de múltiplos andares

1.3.2. Estruturas para suportes de equipamentos

Figure 2: Estruturas para suportes de equipamentos


1.3.3. Estruturas reticuladas

É o caso típico das torres, concebidas para sustentação de cabos elétricos, antenas de
transmissão e recepção de sinais, postes de iluminação e sinalização, ou mesmo suporte de
equipamentos industriais e chaminés. São estruturas verticalizadas treliçadas que formam um
reticulado tridimensional de perfis muito leves unidos através de parafusos.

Figure 3: Torres de transmissão

1.3.4. Estruturas de armazenagem


São casos típicos os silos, tanques e esferas de armazenamento. Possuem como
característica principal as paredes relativamente finas formadas por chapas de aço carbono
calandradas. Estas estruturas são utilizadas para armazenamento de materiais a granel como
grãos, líquidos e gases. Os silos e tanques assumem a forma cilíndrica, formada pelo fundo,
costado (parede lateral calandrada) e o teto. O fundo dos silos possui a forma cônica para melhor
escoamento dos grãos.

1.3.5. Estruturas tubulares

Neste tipo podem-se classificar as torres e postes tubulares para telefonia celular,
estruturas de jaquetas de plataformas marítimas de prospecção de petróleo, ou ainda chaminés e
grandes tubulações. No caso de tubulações aéreas, podem se citar grandes adutoras de água,
oleodutos, emissários submarinos e condutos forçados de usinas de geração de energia.
1.3.6. Estruturas de obras de arte

São as estruturas de pontes, passarelas e de viadutos, que assumem as mais diversas


formas e tamanhos. Trata-se de estruturas destinadas a vencerem vão livres ligando dois pontos.
São, portanto, estruturas essencialmente horizontalizadas, apoiadas em pilares e encontros nas
extremidades dos vãos.

Figure 4: Pontes aços

1.3.7. Estruturas das oficinas


São as típicas estruturas para instalações industriais, constituídas de filas de colunas,
uniformemente espaçadas em eixos sucessivos, interligadas transversalmente por pórticos.
Longitudinalmente, os pórticos são interligados por vigas de beiral, eventualmente também vigas
de rolamento de guindastes (pontes rolantes) e estruturas de contraventamento. As vigas
transversais que formam o pórtico sustentam e dão forma à cobertura, que poderá ser em As
vigas transversais que formam o pórtico sustentam e dão forma à cobertura, que poderá ser em
arco, shed, uma água, duas águas, etc. As colunas e vigas de pórtico podem ser em perfis de alma
cheia, treliçados, ou ainda uma combinação entre estes. Os outros elementos, como terças,
tirantes, vigas de tapamento, contraventamentos, etc. São formados por perfis leves laminados ou
dobrados.
Figure 5: Estrutura da oficina em aço

1.4. Equipamentos e ferramentas utilizados na montagem de estruturas


metálicas

Os principais equipamentos utilizados no processo da montagem das estruturas


metálicas são os seguintes:

 Guindastes;
 Máquinas de solda;
 Equipamentos de corte
 Gruas;
 Chaves;
 Instrumentos de medidas;
 Serviços de topografia;
 Serviços de construirão civil;
1.5. Fabricação no campo da montagem

A realização de fabrico de peças no campo de montagem da estrutura, é frequente


quando a finalidade visa:

 Ajuste e correção de peças, devido a alteração nos projetos ou defeito de


fabricação;
 Fabricação de peças em falta, ou peças que pelas suas características foi decidido
que fossem fabricados no local da montagem;
 Construção de dispositivos auxiliares de montagem e segurança no trabalho,
como andaimes, escadas e entre outros;
 Reparo de peças danificadas durante o transporte e armazenagem.
1.6. Procedimento da montagem das estruturas metálicas

Os procedimentos da montagem deveram ser executados obedecendo a seguinte


sequência lógica, a saber:

 Verificação das bases e estruturas;


 Colocação de calços para assentamento;
 Pré-montagem;
 Montagem;
 Verificação de aperto ou da união da estrutura;
 Pintura.
1.6.1. Preparação para a montagem da estrutura

Antes de iniciar a execução dos trabalhos de montagem, devem ser verificadas toda
estrutura e as bases sobre as quais ela será assentada com a finalidade de definir responsabilidade
e evitar problemas futuros de montagem. A inspeção é feita a partir dos desenhos técnicos, listas
de material e especificações.

I. Quantos às estruturas devem ser verificados os itens:


 Quantidades;
 Dimensões;
 Posição e diâmetros dos furos;
 Deformações que possam ter ocorrido no transporte e armazenamento.
II. As bases de concreto devem ser verificadas quanto aos seguintes itens:
 Dimensões;
 Localização;
 Distância entre bases;
 Elevação do topo;
 Posicionamento, dimensões e projeção dos chumbadores acima do topo das bases.
III. Prevendo a posterior colocação de calços metálicos sobre as bases de concreto, para
assentamento da estrutura, as bases costumam ser construídas com uma folga entre 25 à
50𝑚𝑚 abaixo da cota final de projecto, de acordo com as dimensões e peso da estrutura.
IV. É importante comparar o posicionamento dos chumbadores já instalados nas bases de
concreto, com a disposição dos furos correspondentes nas placas de base das estruturas
metálicas, para garantir seu perfeito encaixe durante a montagem. Salientando que não
poderão ser feitas quaisquer correções nos chumbadores, sem ciência e aprovação prévia
do projeto.
V. Os documentos da verificação devem ser registados, normalmente em documento
padronizado, chamado folha de medição de bases, onde são anotadas todas as medidas
realizadas para posterior comparação com as dimensões e tolerâncias dos projetos. A
figura mostra um esboço assinalando as dimensões que devem ser verificadas no
posicionamento dos chumbadores.

1.6.2. Montagem
I. As peças são posicionadas no local de montagem de modo que as estruturas
fiquem perfeitamente posicionadas, niveladas e alinhadas.
 Esta fase da montagem é acompanhada por equipa de topografia, e são
utilizados calços e cunhas para realizar o nivelamento.
II. Após o posicionamento as peças são unidas com solda ou parafusos.
 Para garantia da estabilidade estrutural, algumas peças estruturais mais
importantes, podem necessitar de escoras, para proteção contra cargas do
vento ou outras solicitações.
III. Antes de ser dado o aperto final nos parafusos de ligação, especialmente nos
chumbadores, o concreto das fundações deverá estar completamente curado e
todos os parafusos deverão ter recebido um aperto prévio razoável.
IV. Após a colocação das placas de base das estruturas e dos calços de ajustarem,
restará um espaço intersticial, que deverá ser preenchido com argamassa de
cimento, de modo a preencher todas as cavidades, garantindo o nivelamento das
superfícies das fundações e o perfeito apoio das estruturas sobre estas.
 Previsão de consumo de massa de cimento é estimada em
aproximadamente 15 kg/t de estrutura a montar.
1.6.3. Inspeção de montage
I. Durante e após a montagem, deverão ser executados testes de segurança,
especialmente no que se refere ao aperto dos parafusos e à qualidade das soldas,
sendo os resultados registados em Relatório de Inspeção.
II. Esses testes e verificações compreenderão, basicamente:
 Aperto dos parafusos: o aperto dos parafusos deverá ser aferido pela
verificação do torque aplicado, no mesmo dia em que for dado o aperto
final.
 Inspeção de soldas – a inspeção de soldas poderá ser não apenas visual,
mas feita também por meio de radiografias, partículas magnéticas,
líquido penetrante ou ultra-som, conforme for especificado. A inspeção
visual será realizada antes, durante e após a soldagem.
1.6.4. Composição das equipes de trabalho de montagem de estruturas
metálicas
As equipes de trabalho são:

I. Comandadas por um encarregado de montagem e compostas por:


 Montadores;
 Soldadores;
 Maçariqueiros;
 Ajudantes;
 Todos habilitados e com condições físicas e experiência exigidas para
os trabalhos em altura.
II. Os montadores deverão ser capazes de ler e interpretar desenhos de estruturas e
de executar as diversas operações de montagem, sob supervisão e orientação do
encarregado.
III. Os soldadores deverão ser pré-qualificados para os tipos de soldagem a executar,
e os ajudantes deverão colaborar no transporte e posicionamento de peças.
1.7. Fontes de acidentes e perigos para a saúde
A NR18 é uma norma do Ministério do Trabalho que estabelece as orientações de
segurança para o trabalho em obra de montagem de construção metálicas. Existem algumas
causas de acidentes que ocorrem durante a execução.

A primeira dela é o ato inseguro, que consiste em o funcionário não seguir os


procedimentos de segurança. A segunda causa é a condição insegura, que consiste em uma
escada sem o corrimão e a máquina sem protecção.

Figure 6: montagem de estrutura metálica (esquerda) e técnico de montagem em andaime (direita)


Por último temos o fator pessoal, que consiste em preocupações como problemas
familiares, doenças, problemas no relacionamento e demais situações que possam afetar a
desenvoltura do funcionário no ambiente de trabalho.

Materiais que podem causar doenças ou acidentes de trabalho na NR18:

 Ruído: serra circular, máquina, ferramentas e outros;


 Poeira: cimento, areia, cal, gesso, massa corrida, etc;
 Quedas: andaimes, escadas, vãos, periferias, telhados, poços de elevador, etc;
 Quedas, desmoronamentos: escavações, tubulações, vala, entre outros;
 Queda de materiais: cargas, colher, régua, nível, metro, etc;
 Batidas; tropeções e esbarramentos; Choques elétricos; Queimaduras;
 Intoxicação: pintura, solventes, ácidos e tratamento de madeira; Risco biológico:
redes de esgoto;
 Cortes e ferimentos: serra circular, discos de corte, ferramentas manuais,
ferragens.
1.8. Os possíveis riscos que podem ocorrer na montagem de uma estrutura

 Risco de quedas durante o trabalho em altura muito elevadas;

 Risco de queda de materiais;

 Exposição a poeiras, cimento, argamassa, cal e areia;

 Risco de ferimentos com a ferragem.

Exercícios

1. Quais são as medidas preventivas que podemos tomar para evitar a ocorrência de
acidentes no processo de montagem de uma estrutura metálica?

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