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I Introdução
Nos últimos anos, o papel da automação vem crescendo nos processos industriais
com o surgimento de novos problemas cada vez mais complexos como geração de
vapor, entre outros. A automação é uma questão atual e continua evoluindo desde a
revolução industrial no século XVII. No atual contexto do setor industrial, são poucos
os processos industriais que não apresentam alguma forma de automação ou
monitoração de operação. A forte concorrência do mercado faz surgir a necessidade de
uma linha de produção veloz, capaz de obter resultados ótimos sem desperdício de
recursos. Por esse motivo, processos monitorados e automatizados se fazem tão
importantes para indústrias de alta produtividade (FIALHO, 2008).
Por diversas razões o vapor é amplamente utilizado, ao longo da história foi
empregado como um elemento gerador de pressão desde locomotivas até ao processo de
industrialização. O vapor nos dias de hoje é utilizado em vários processos, recentemente
com ênfase no processo de geração de energia, através da biomassa.
Existem máquinas específicas para geração de vapor, denominadas caldeiras
industriais. As caldeiras são equipamentos destinados a transformar água em vapor. A
caldeira é um cilindro fechado em que o líquido é aquecido, formando um fluido
vaporizado utilizado em vários processos. O vaso de pressão em uma caldeira é
normalmente feito de aço ou ferro fundido. Para simplificar, o processo é bem similar
ao funcionamento de uma panela de pressão (FIALA, 2014).
O rápido crescimento industrial exigiu do homem a mesma velocidade na
adaptação de sua forma de controlar a produção. A automação dos processos com o
auxílio da instrumentação surgiu como forma de facilitar, não só para fins lucrativos
mas também com o intuito de minimizar riscos e tornar o trabalho menos árduo. O que
é extremamente necessário no caso de caldeiras devido à grande periculosidade e os
cuidados exigidos (SATHLER; SOUSA, 2009).
São inúmeras indústrias nas quais se utilizam caldeiras industriais como forma de
obtenção de calor e geração de vapor, que são direcionadas e controladas através de
válvulas e canalizações para os devidos fins de utilização. As caldeiras são utilizadas,
por exemplo, em cervejarias, fábricas de papel e indústrias farmacêuticas (ALTAFINI,
2010).
As caldeiras e demais equipamentos que operam sob pressão precisam ter
dispositivos de segurança e devem ser submetidas regularmente a inspeções de
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segurança. Além disso, é dever do empregador zelar pela proteção física do empregado,
o que implica em adotar medidas preventivas, entre elas, o oferecimento de cursos e
melhoria no processo de geração de vapor (CAMPOS, 2011).
Devido às características de funcionamento das caldeiras, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) criou a norma NR13, que deve ser observada para que o
quesito segurança seja comtemplado. Falhas no processo podem ocasionar grandes
acidentes em função de altas temperaturas e pressão, e algumas variáveis devem ser
controladas e monitoradas para que a NR13 seja cumprida, como pressão e nível de
água (ABNT-NR13, 2006).
Alguns equipamentos são utilizados com frequência na prática do retrofit de uma
caldeira, como o CLP, o inversor de frequência, entre outros. As indústrias empregam
essa técnica quando precisam melhorar seu processo de produção para obter vantagens
como facilidade na programação, peças de reposição disponíveis por um tempo maior e
maior confiabilidade no processo (GEORGINI, 2009).
Os inversores de frequência são utilizados em diversos motores elétricos para o
controle de velocidade, visando, essencialmente, rapidez do processo, ajuste do torque,
redução do consumo de energia e aumento da eficiência. Além disso, eles alcançaram
aplicações que transcendem o controle de velocidade de máquinas, sendo empregados
no controle do fluxo de potência, tanto na geração como na distribuição da energia
elétrica (FRANCHI, 2009).
Segundo Petruzella (2014), o CLP (Controlador Lógico Programável) é um dos
mais importantes avanços da automação industrial de todos os tempos. Por ser uma
solução personalizável e adaptar-se em praticamente qualquer aplicação, podendo ditar
movimentos de uma máquina ou, até mesmo, gerir a resposta de encerramento para uma
parada de emergência em uma linha de produção, o CLP se mostra como um dos
dispositivos mais usados nos projetos de automação industrial. É fabricado para ser
confiável e resistir a ambientes agressivos, tornando-se ideal para o processo industrial.
Segundo Parede e Gomes (2011), fisicamente o CLP é um conjunto de circuitos
eletrônicos interligados, formados por processadores, memórias, barramentos,
dispositivos de entrada e saída, fonte de alimentação e terminal de programação. Do
ponto de vista de arquitetura, o CLP pode ser comparado com um computador
especialmente adaptado para aplicações industriais, já que sua estrutura é desenvolvida
para funcionar em ambientes industriais agressivos, variações de temperatura,
vibrações, ruídos elétricos, pequenas variações na tensão, etc. Por tudo isso, é
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considerado um equipamento robusto. Na grande maioria dos casos, são compostos por
módulos, possibilitando ao usuário montar a melhor configuração para sua necessidade.
De acordo com Wendling (2010), sensores ou instrumentos são dispositivos que
relacionam informações sobre algum tipo de grandeza física que precisa ser medida por
alguém ou algum sistema, como temperatura, pressão, nível, etc. Um sensor geralmente
possui as características elétricas necessárias para ser inserido em um sistema de
controle. Normalmente, o sinal de saída precisa ser manipulado antes da sua leitura no
sistema de controle. Isso geralmente é realizado com um módulo de interface para gerar
um sinal que possa ser lido pelo controlador (CLP).
As válvulas de segurança ou alívio são dispositivos automáticos de alívio de
pressão, sendo obrigatórios em vasos de pressão ou caldeiras cuja pressão interna seja
superior à pressão atmosférica, evitando as consequências da exposição às condições
perigosas de sobrepressão.
Dentro de um processo industrial existem diversos tipos de válvulas que são
utilizadas para atenderem aplicações específicas, pois não existe válvula capaz de
satisfazer todas as exigências encontradas nos diversos segmentos. As válvulas de
segurança ou alívio também têm uma aplicação específica para proteger um vaso ou
uma tubulação de qualquer excesso de pressão que possa ser desenvolvida a valores
superiores à pressão atmosférica, limitando esses valores à pressão. A função primária
de uma válvula de segurança ou alívio é impedir, portanto, que a pressão desenvolvida
dentro de um vaso de pressão possa ultrapassar o valor determinado em seu projeto,
alcançando níveis perigosos e que possam comprometer sua resistência (MATHIAS,
2008).
O controle PID (Proporcional Integral e Derivativo) é um controle marcante na
indústria de processos com implementações em sistemas embarcados, controladores
lógicos programáveis, sistemas de controle distribuído ou em softwares comerciais. Do
ponto de vista da simplicidade e eficiência, o controle PID representa uma solução
dinâmica adequada ao controle de várias aplicações industriais.
Segundo Basílio (2009), há muitas técnicas de controle que tornam um processo
automatizado, trazendo eficiência, estabilidade, precisão, robustez e confiabilidade ao
processo. Um dos mais utilizados na indústria, em sistemas de controle, é o PID. As
técnicas de controle PID baseiam-se na leitura de uma entrada, no cálculo dos ganhos
(Proporcional), (Integral) e (Derivativo) e na soma desses ganhos para obter a resposta
de saída. O controle (PID) é ainda hoje predominante no meio industrial. Mais que 90%
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de todas as malhas existentes são do tipo PI / PID, atingindo uma larga faixa de
aplicações: controle de processos, drivers para motores, indústria automobilística,
instrumentação, indústria farmacêutica dentre outras.
No controle em malha fechada, as funções são executadas sem a intervenção
humana, através de sistemas eletrônicos, hidráulicos ou pneumáticos. Com o
desenvolvimento da área de sistemas de controle, há uma progressiva substituição de
sistemas de controle manuais por sistemas automáticos, particularmente em atividades
que demandem assistência constante, ações repetitivas ou potencialmente perigosas para
a integridade física dos operadores.
As informações coletadas no controle de malha fechada sobre como a saída de
controle está evoluindo são utilizadas para determinar o sinal de controle que deve ser
aplicado ao processo em um instante específico. Isso é feito a partir de
uma realimentação da saída para a entrada, em geral, a fim de tornar o sistema mais
preciso e de fazer com que ele reaja a perturbações externas (OGATA, 2010).
Neste trabalho, desenvolveu-se um sistema capaz de monitorar e controlar o nível
de água e a pressão de uma caldeira em uma indústria farmacêutica de produtos
veterinários, com foco na melhoria das instalações elétricas, seguindo as recomendações
das normas vigentes e contemplando a segurança na manutenção da caldeira. O objetivo
deste trabalho é a modernização do sistema elétrico existente no queimador da caldeira
ATA (Alfa Laval Aalborg), utilizando as seguintes ferramentas: controlador PID,
inversor, CLP, sensores e válvulas.
Com o controle da velocidade do motor do exaustor da caldeira, evita-se a
elevação da pressão, a ponto de gerar uma pressão além de 10 Bar. Outros objetivos
deste trabalho são o controle automático da caldeira, a eficiência energética e a
segurança.
II Materiais e métodos
Sistema existente
quente nos tubos trocadores de calor, fazendo com que a pressão da caldeira se
mantenha nos 10 Bar.
A segurança da caldeira foi reforçado com instalação de um pressostato de
segurança no sistema de vapor. Com relação ao controle do nível de água, o sistema
implementado trouxe mais segurança, pois implantou 03 relés de nível, para
monitoramento do nível de água.
TAG DE PROGRAMAÇÃO
ENTRADAS SAÍDAS
I01- Chave automática bomba d'água Q01- Ligar bomba água
I02- Botoeira ligar bomba d'água Q02- Ligar motor Multiciclone
I03- Botoeira desligar bomba d'agua Q03- Ligar motor exaustor
I04- Relé de nível 01 bomba d'agua Q04- sirene
I05- Relé de nível 02 nível muito baixo MEMÓRIAS
I06- Chave automática do exaustor M0- Memória de selo do relé de nível 01
I0B- Botoeira Ligar Multiciclone M09- Memória de selo ligar bomba d’água em
manual
I0C- Botoeira Desligar Multiciclone M03- Memoria selo bomba d'água em
automático
TEMPORIZADOR M04- Memoria selo ligar Motor do exaustor
T01- Temporizador ciclar a bomba
d’água
Linha 2: Assim que o sistema for ligado pelo usuário, ativa a entrada I01que
manda o sistema para automático e dá condição para fechar a memória M01, que sela e
libera a condição de acionar o relé de nível 02;
Linha 4: Após receber condição da linha 2, se o reservatório de água estiver
com nível de água baixo, ativa a entrada I04 que libera condições para o T01. Esse
temporizador é usado para ciclar a bomba de água ser caso for necessário para não
esfriar a água;
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reservatório não esvazie e o nível cítrico desligará todo o sistema automaticamente para
que não ocorra risco eminente de explosão, além de disparar um alarme sonoro para
operador avisando da situação crítica.
Depois da implementação do novo sistema foi calculado o investimento para a sua
instalação. Os materiais e recursos necessários para o desenvolvimento deste trabalho
estão descritos na Tabela 1.
Lenha do
sistema
existente 27,5 m³ R$ 85,00 R$ 853.187,50
Lenha do
sistema
proposto 25,9 m³ R$ 85,00 R$ 803.547,50 R$ 49.640,00
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Referências
FIALA, Leonardo Kotviski. Automação de caldeira industrial por CLP. 2014. 55f.
Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 2014.
OGATA, Katsuhiko. Engenharia de Controle Moderno. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2010.
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