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Joel Santana

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Testemunhas de Jeová
Que Religião é Essa?
2ª edição

Rio de Janeiro
Editora Voz Evangélica
2002
Copyright ©: 2002 Ed.Voz Evangélica
Preparação: Joel Santana
Diagramação: Joel Santana
Ilustração da Capa: Edimar Chaves
Coordenação de Produção: César Mano
Impressão e Acabamento: Gráfica Kirios

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

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2002

Editora Voz Evangélica


Rua Francisco Motta, 850, bloco 7/204
Tel.: (0xx21)3405-3835 // 96351617
Joel.Santana@ibest.com.br

Todos os direitos reservados

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Os adeptos da seita TJ (Testemunhas de Jeová) pregam que:
1) É pecado cantar parabéns;
2) É pecado adorar a Jesus;
3) É pecado presentear a um aniversariante;
4) É pecado transfundir sangue;
5) É pecado cantar os hinos nacionais;
6) É pecado reverenciar as bandeiras nacionais;
7) É pecado votar;
8) É pecado ser estadista;
9) É pecado felicitarmos uns aos outros com frases como “feliz aniversário”,
“feliz Ano Novo”, “feliz Natal” ;
10) Jesus de Nazaré não existe mais;
11) O Espírito Santo não é uma Pessoa Divina;
12) O Inferno, como lugar de tormento, não existe;
13) A alma humana é mortal;
14) Deus não é Onipresente e Onisciente;
15) Nem todos os cristãos verdadeiros são filhos de Deus;
16) Só 144000 cristãos são filhos de Deus;
17) Fora da seita deles não há salvação;
18) A seita deles é a única religião verdadeira;
19) Ninguém terá que prestar conta do que fez antes de morrer, visto que
Jeová só levará em consideração o que os ressuscitados fizerem durante e
após o Dia do Juízo, depois da ressurreição;
20) Nem todos os cristãos verdadeiros são membros da Igreja de Cristo, visto que esta só
tem 144000 integrantes;
21) Jesus só é mediador dos 144000;
22) Seus líderes máximos, isto é, o Corpo Governante, devem ser seguidos
cega e incondicionalmente;
23) Sem a ajuda do Corpo Governante ninguém consegue entender a Bíblia;
24) Os membros do Corpo Governante vão purificá-los de seus pecados,
25) O corpo de Jesus está morto até hoje, e assim permanecerá para
sempre; etc..
Antigamente as TJ proibiam a vacinação e os transplantes de órgãos. O Serviço Militar,
inicialmente cem por cento liberado, e mais tarde totalmente proibido, atualmente é liberado com
restrições. Por exemplo, permite-se hoje em dia o serviço alternativo, o que foi proibido durante
décadas.
As heresias acima e outras mais, são analisadas neste livro pelo Pastor Joel Santana,
professor de Teologia Sistemática, Heresiologia, e História Eclesiástica em vários Seminários
Teológicos no Rio de Janeiro_RJ.

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INTRODUÇÃO. 1
CAPÍTULO 1__ A RESPEITO DA GRANDE MULTIDÃO 11
1.1. Não Participam da Ceia do Senhor 11
1.2. Não São Ungidos 12
1.3. Não São Intermediados por Cristo 13
1.4. Não São Justificados Pela Fé 13
1.5. Não Nasceram de Novo 13
1.6. Não São Filhos de Deus 15
1.7. Não Podem Morar no Céu 1.7.1. 17
1.8. Não Pertencem à Igreja de Cristo. 18
1.9. Não Pertencem a Cristo 18
1.10. São Um Estoque de Reserva. 19
1.11.São de Outro Aprisco 19
1.12. Serão Salvos Pelos 144000. 19
1.13. É Possível Saber Quem é Quem 20
CAPÍTULO 2__SOBRE RÉVEILLON 21
CAPÍTULO 3__SOBRE POLÍTICA 22
CAPÍTULO 4__SOBRE ANIVERSÁRIO NATALÍCIO 23
CAPÍTULO 5__A RESPEITO DE DEUS 24
5. 1. Negam Sua Onisciência 24
5. 2. Negam Sua Onipresença 25
5. 3. Negam Sua Onipotência 25
5. 4. Negam Seus Nomes 25
5. 5. Negam Sua Triunidade 25
CAPÍTULO 6__A RESPEITO DO SENHOR JESUS 29
CAPÍTULO 7__A RESPEITO DO ESPÍRITO SANTO 33
7. 1.A Pessoalidade do Espírito Santo 33
7. 2. A Divindade do Espírito Santo 34
CAPÍTULO 8__A RESPEITO DA BÍBLIA 35
8. 1. Negam a Bíblia 35
8. 2. Preterem a Bíblia 35
8. 3. Monopolizam a Bíblia 36
8. 4. Adulteram a Bíblia 37
CAPÍTULO 9__ SOBRE TRANSFUSÃO DE SANGUE 39
CAPÍTULO 10__SOBRE O MILITARISMO 41
10. 1. Totalmente Liberado 42
10. 2. Totalmente Proibido 42
10. 3. Uma Vergonhosa “Explanação” Bíblica 42
10. 4. É Questão de Foro Íntimo? 43
10. 5. Temem Assumir o Erro? 43
10. 6. Quem é o Assassino? 43
CAPÍTULO 11_ A RESPEITO DO INFERNO 45
11.1. Sobre Seol e Hades 45
11.2. A Respeito da Geena 47
11.3. A Respeito do Tártaro 48
CAPÍTULO 12__ A RESPEITO DA ALMA 50
12. 1. Que Disse o Apóstolo Paulo 50
12. 1. 1. Aos filipenses 50
12. 1. 2. Aos Coríntios 51
12. 2. Que Disse Jesus 54

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12. 3. Que Disse o Patriarca Jacó 54
12. 4. Textos Prediletos das TJ 55
CAPÍTULO 13__O DIA DO JULGAMENTO E O DIA DO JUÍZO 58
13. 1. O Dia do Julgamento 58
13. 2. O Dia do Juízo 59
CAPÍTULO 14__OS.SODOMITAS.NÃO, SIM, NÃO RESSUSCITARÃO 62
CAPÍULO 15__AS TJ SÃO A ÚNICA RELIGIÃO VERDADEIRA? 63
CAPÍTULO 16 __AS MUDANÇAS DEVEM NOS PERTURBAR? 65
CAPÍTULO 17__A RESPEITO DA SALVAÇÃO 66
17. 1. Já Somos Salvos 66
17. 2. Obras Não Salvam 66
17. 3. A Fé Nos Basta 68
17. 4. Deturpando a Missão de Jesus 69
17. 4. 1. Mais de uma missão? 69
17. 4. 2. Definindo as supostas missões 70
17. 5. Alistando as Obras Salvíficas 70
CAPÍTULO 18__ SOBRE O ESCRAVO FIEL E DISCRETO 72
18. 1. Quem é o Escravo Fiel e Discreto? 72
18. 2. Que Diz o Corpo Governante 72
18. 3. Dizem Mesmo? 72
18. 4. E Há Quem Creia?! 74
18. 5. Quem Dá o Alimento? 74
18. 6. Está Na Bíblia? 75
18. 7. Quem é Quem? 76
18. 8. O Verdadeiro Escravo Fiel e Discreto é o Caminho?! 77
CAPÍTULO 19__ NÃO SÃO DIZIMISTAS?! 79
CAPÍTULO.20__CURA, PRODÍGIOS.E.EXPULSÃO.DE.DEMÔNIOS 80
20. 1. Sobre Cura Divina 80
20. 2. Prodígios 81
20. 3. Expulsão de Demônios 83
CAPÍTULO 21__ ALGUÉM DO ANTIGO TESTAMENTO VAI PARA O CÉU? 85
21.1. Primeiro Confronto 85
21. 2. Segundo Confronto: 85
21. 2. Terceiro Confronto 85
21. 3. Quarto Confronto: 86
CAPÍTULO 22__QUEM VAI MORAR NA TERRA? 88
22. 1. O Arrebatamento da Igreja e a Grande Tribulação 88
22. 2. A Manifestação de Jesus em Glória e o Armagedom. 88
22. 3. O Juízo das Nações. 89
22. 4. O Milênio. 89
22. 5. O Juízo Final. 89
22. 6. A Purificação do Universo. 89
22. 7. Eterno Estado de Felicidade 90
CAPÍTULO 23__COMO TUDO COMEÇOU. 92
BIBLIOGRAFIA 93
I. LITERATURA DAS TJ, EDITADAS PELA SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E
TRATADOS. 93
II. LIVROS EVANGÉLICOS 94
III. LIVROS DIVERSOS 95

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INTRODUÇÃO.

As doutrinas inusitadas pregadas pelas Testemunhas de Jeová são muitas, mas nesta
obra só abordamos algumas. Damos prioridade às mais esquisitas
A sigla TJ com a qual o leitor irá deparar repetidas vezes, significa Testemunha (s) de
Jeová. Fazemos isto para ganharmos tempo e espaço, e não por chacota, visto que fazê-lo
seria faltar com o respeito que elas merecem
TNM quer dizer Tradução do Novo Mundo. Trata-se da “bíblia” “traduzida” pelas TJ
e por elas adotada
A expressão Corpo Governante significa o conjunto dos líderes supremos das TJ
As Testemunhas de Jeová pregam que:
1) É pecado cantar parabéns;
2) É pecado adorar a Jesus;
3) É pecado presentear a um aniversariante;
4) É pecado transfundir sangue;
5) É pecado cantar os hinos nacionais;
6) É pecado reverenciar as bandeiras nacionais;
7) É pecado votar;
8) É pecado ser estadista;
9) É pecado felicitarmos uns aos outros com frases como “feliz aniversário”, “feliz
Ano Novo”, “feliz Natal” etc.;
10) Jesus de Nazaré não existe mais;
11) O Espírito Santo não é uma Pessoa Divina;
12) O Inferno, como lugar de tormento, não existe;
13) A alma humana é mortal;
14) Deus não é Onipresente e Onisciente;
15) Nem todos os cristãos verdadeiros são filhos de Deus;
16) Só 144000 cristãos são filhos de Deus;
17) Fora da seita deles não há salvação;
18) A seita deles é a única religião verdadeira;
19) Ninguém terá que prestar conta do que fez antes de morrer, visto que Jeová só
levará em consideração o que os ressuscitados fizerem depois da ressurreição, durante e
após o Dia do Juízo;
20) Nem todos os cristãos verdadeiros são membros da Igreja de Cristo, visto que esta
só tem 144000 integrantes;
21) Jesus só é mediador dos 144000;
22) Sem a ajuda de seus líderes, ninguém consegue entender a Bíblia;
23) Seus líderes máximos, chamados Corpo Governante, devem ser seguidos cega e
incondicionalmente;
24) Seus líderes supremos (o Corpo Governante) vão purificá-las de seus pecados;
25) O corpo de Jesus está morto até hoje, e assim permanecerá para sempre; etc.
Antigamente proibiam a vacinação e os transplantes de órgãos. O Serviço Militar,
inicialmente cem por cento liberado, e mais tarde totalmente proibido, atualmente é
liberado com restrições. Por exemplo, permite-se hoje em dia o serviço alternativo, o que
foi proibido durante décadas.
As heresias acima são analisadas neste livro.

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O leitor verá ainda que as contradições são a marca registrada da seita das TJ, e que
isso prova que o Corpo Governante está desgovernado. Sabemos que errar é humano, mas a
“borracha” dos líderes das TJ acaba antes do “lápis”. E o pior é que eles, via de regra, não
substituem uma heresia, por uma doutrina ortodoxa; antes, trocam uma velha heresia por
uma heresia nova, que passa a ser a “nova verdade”.
Tudo quanto os integrantes do Corpo Governante pregam, pode sofrer mudança
radical, sem aviso prévio. E os seus liderados têm que concordar com eles tintim por tintim,
sob pena de excomunhão. Quando os poderosos chefões das TJ pregam uma doutrina,
exige-se que as TJ repitam-na como se fossem robôs, até que eles se retratem, quando
também terão que se retratar. Caso contrário, serão desassociadas.
Exibiremos neste livro provas concretas de que os líderes das TJ ensinam que eles
não podem ser contraditados, ameaçando com Geena e Armagedom os que ousam
impugná-los. Eles afirmam que sem a ajuda deles ninguém consegue entender a Bíblia, e
que à parte da religião deles não há salvação. Ser TJ significa, pois, crer que o Corpo
Governante é o dono da verdade e que, portanto, a salvação consiste em segui-lo
incondicional e cegamente. Sim, as TJ não têm personalidade, pois esta sucumbiu sob o
terror psicológico imposto pelos seus líderes. Se há (e há) entre as TJ alguém que raciocina
com sua própria cabeça, esse tal ainda não é um autêntico TJ, e se continuar assim, romperá
com a seita.
As contradições dos líderes das TJ são tão vergonhosas que eles se escondem atrás de
Pv 4.18, que diz:“A vereda do justo é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais
até ser dia perfeito”.Para vermos isto basta-nos consultarmos o livro Raciocínios à Base
das Escrituras, página 390. “Raciocinando” à base deste versículo, o Corpo Governante
proclama que Deus está refinando a seita deles com progressivas revelações. Eles chamam
tais tapeações progressivas de Lampejos de Luz. Mas eles sabem que esse argumento é
sofisma, visto que eles mesmos já disseram que “... Não pode haver duas verdades,
quando uma não concorda com a outra...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra,
página 32, parágrafo 19).
O leitor verá nos capítulos que se seguem que as doutrinas das TJ são heréticas e
contraditórias. Heréticas, porque são contrárias à Bíblia; e contraditórias porque um livro
diz algo diametralmente oposto ao outro. Vejamos, pois, à luz da Bíblia e da razão, as
principais heresias pregadas pelas TJ, e assim nos preparemos para ajudá-las a saírem do
labirinto em que se encontram.
Dificilmente uma TJ leria estas linhas. Seus líderes, por saberem que a luz da verdade
dissipa as trevas das heresias, vêm envidando esforços a fim de demovê-las da curiosidade
de examinar matéria refutatória às doutrinas que eles difundem. Insistem que tais obras
devem ser destruídas, não lidas. Sob o subtítulo “Destrói você sabiamente matéria
apóstata?”, constante da revista A Sentinela de 15/03/1. 986, página 12, lemos: “... Ora, o
que fará então quando se vir confrontado com ensinos apóstatas — raciocínios sutis —
afirmando que aquilo que você crê como Testemunha de Jeová não é a verdade? Por
exemplo, o que fará se receber uma carta ou alguma literatura, e, abrindo-a, vê logo que
procede dum apóstata? Será induzido pela sua curiosidade a lê-la, só para ver o que ele
tem a dizer? Talvez você até mesmo raciocine: ‘Isso não me vai afetar; sou forte demais na
verdade. E, além disso, tendo a verdade, não temos nada a temer. A verdade suportará a
prova.’ Argumentando assim, alguns nutriram a mente com raciocínios apóstatas e caíram
vítimas de sérias perguntas e dúvidas... Portanto, lembre-se da advertência contida em 1
Coríntios 10:12: ‘Quem pensa estar de pé, acautele-se para que não caia’”.

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A astúcia dos líderes das TJ, proibindo-as de examinar qualquer literatura que
questione suas crenças é, sem dúvida, um entrave que justifica a afirmação supra de que
dificilmente uma TJ lerá estas linhas. Contudo, não estamos perdendo o nosso tempo, ao
elaborarmos este livro, pelas seguintes razões:
 “Dificilmente”, não é o mesmo que “impossível;”
 Os irmãos em Cristo que lerão este livro compartilharão com elas, o conteúdo do
mesmo. Poderão não só dissertar, mas também lê-las aos ouvidos delas, durante
diálogos. Os que evangelizam por cartas, poderão fazer cópias, inclusive à mão, como
se fosse da autoria deles e remetê-las às TJ que estiverem evangelizando;
 Alguém, quer seja evangélico, quer não, poderá receber, através destas páginas, a luz de
que necessitava para enxergar os erros sobre os quais as TJ laboram e, por conseguinte,
imunizar-se em relação às crendices dessa seita;
 Estamos fazendo a nossa parte;
 Se o Espírito Santo “soprar” no “nariz” desta obra, ela receberá vida e fará proezas;
 Com a ajuda de Deus podemos transpor todos os obstáculos criados por Satanás,
alcançar as TJ e arrancá-las do engano de que são vítimas;
 A Bíblia diz que o nosso trabalho não é vão no Senhor, 1 Co 15.58.

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CAPÍTULO 1__ A RESPEITO DA GRANDE MULTIDÃO

As TJ crêem que os cristãos estão divididos em dois grupos: o grupo menor, formado
por 144.000 integrantes, ao qual chamam de “pequeno rebanho”; e o grupo maior,
integrante de uma grande multidão. Baseiam essa doutrina em várias passagens bíblicas,
das quais, as principais são: Lc 12.32; Jo 10.16; Ap 7.4-17; 14.1-5.
Referindo-se aos cristãos que, segundo os líderes das TJ, não fazem parte dos
144.000, eles fazem as seguintes afirmações:

1.1. Não Participam da Ceia do Senhor

Nós, os evangélicos, nos reunimos periodicamente para celebrarmos a Ceia do Senhor


(1 Co 11.17-34); e o fazemos assim: Após darmos graças pelo pão, o partimos e o
distribuímos aos fiéis, anunciando que o mesmo simboliza o corpo de Cristo que foi
transpassado pelos nossos pecados. Após comermos o pão, agradecemos a Deus pelo vinho
e o distribuímos, observando que se trata de um símbolo do sangue de Jesus, que foi
derramado na cruz para nos purificar dos nossos pecados.
As TJ também se reúnem anualmente para participarem do mesmo evento, que elas
preferem chamar de Refeição Noturna do Cordeiro. Até aí tudo bem, considerando que
“ceia” e “refeição noturna” são expressões equivalentes entre si. O que nos parece estranho,
é que as TJ crêem que nem todos os cristãos podem participar deste memorial. Afirmam
elas que só quem pertence aos 144.000 podem “comer o pão e beber o copo”.
Em Mt 26.26-28 encontramos que Jesus, ao instituir o memorial de Seu sacrifício, o
fez dizendo que o suco de uva que Ele então distribuía aos seus discípulos era o “sangue do
pacto” derramado para remissão dos pecados. As TJ, por acreditarem que só 144.000
cristãos vão reinar com Cristo no Céu, deduzem que os cristãos que não fazem parte deste
grupo seleto, não pertencem a este pacto, por cujo motivo não tomam parte do mesmo.
Uma das muitas provas de que a exposição acima é a expressão da verdade, é o que o
ex-TJ David A. Reed fez constar do seu livro As Testemunhas de Jeová Refutadas
Versículo Por Versículo, página 58, transcrevendo da revista A Sentinela de 15/02/1986,
edição norte-americana, página 15, que diz: “Aqueles que pertencem à classe das ‘outras
ovelhas’ não pertencem à nova aliança e dela não tomam parte.” Contudo, não teremos
que provar às TJ que elas pregam que aqueles que não pertencem aos 144.000, que elas
pensam ser o que Jesus chamou de “outras ovelhas” em Jo 10.16, não podem participar da
Ceia do Senhor ou Refeição Noturna do Cordeiro, já que elas, muito longe de negarem isto,
tentarão é nos convencer que de fato, só os 144.000 podem participar dos elementos da
Santa Ceia: o pão e o vinho.
Nós, os evangélicos, geralmente cremos que tudo quanto Jesus mandou os apóstolos
fazerem, nós podemos e devemos fazer também, visto que Jesus os incumbiu de ensinarem
todas as nações (e não apenas os 144.000) a guardar “todas a coisas que” Ele os ensinara
(Mt 28.19,20). Ora, se Cristo mandou os apóstolos comerem do pão e beberem do cálice, e
depois os comissionou a ensinarem todas a nações a fazerem todas as coisas que Ele os
havia ensinado, se eles não nos ensinassem a participar da Santa Ceia, estariam
desobedecendo à ordem de Cristo. E igualmente lógica e verdadeira é a conclusão de que se
não participarmos da Ceia do Senhor — exceto se por razões alheias à nossa vontade —,
estaremos em desobediência a Deus.

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O argumento que as TJ apresentam para não participarem da Refeição Noturna do
Cordeiro é muito fraco, considerando que partindo da falsa premissa de que os cristãos
estão divididos em dois grupos; que os do grupo maior “não pertencem à Nova Aliança e
dela não tomam parte”; e que, por conseguinte, estes não podem tomar parte na Ceia do
Senhor, abre-se precedente para que também se pregue que o batismo não é para todos os
cristãos. As TJ, para serem coerentes, deviam ensinar que só os 144.000 podem ser
batizados. Aliás, qual é o critério adotado pelos líderes das TJ, para que se saiba quais são
os mandamentos da Bíblia que os cristãos que não pertencem ao grupo dos 144.000
precisam obedecer?
O Corpo Governante induziu os seus liderados a não participarem da Ceia do Senhor,
e, compensar essa perda, deu-lhes um prêmio de consolação, a saber, é-lhes dito que podem
ter o “prazer em ser observadores”, isto é, não podem comer do pão e beber do cálice, mas
podem assistir ao evento (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 201-202,
parágrafos 23-30).
À luz da Bíblia, nenhum cristão verdadeiro vive à margem da Nova Aliança selada
com o sangue de Cristo, pois Jesus disse sem rodeios que os que não comem a Sua carne e
não bebem o Seu sangue, não têm vida em si mesmos (Jo 6.53), donde se pode deduzir que
os tais não são cristãos, já que todos os cristãos de fato, têm a vida (Jo 3.36; 5.24; 10.10
etc.). Além disso, “comer” a carne de Cristo e “beber” o Seu sangue, são metáforas
equivalentes a lançar mão dos benefícios oriundos do sacrifício vicário do Senhor. E, como
é inconcebível a idéia de um cristão que não faça isto, todos os cristãos de fato pertencem,
sim, à Nova Aliança e dela tomam parte verdadeiramente. Ora, se todos os que realmente
são cristãos, estão sob a Nova Aliança selada com o sangue de Cristo, nada mais natural
que todos comemorem a sua instituição e inauguração. E, já que podemos, devemos e
queremos comemorar o sacrifício de Jesus, que instituiu e inaugurou a Nova Aliança, nos
interessa sabermos como fazê-lo. E, como sabemos, a Bíblia diz que é comendo do pão e
bebendo do cálice (Mt 26.26-28; Mc 14.22-24; Lc 22.19,20; 1 Co 11.23-28). Nenhum
cristão foi chamado por Deus a assistir estes eventos.
Se o relacionamento entre Cristo e os cristãos, se dá à base do Pacto (ou Aliança)
selado com o precioso sangue vertido na cruz, os que não se consideram incluídos neste
Plano, não podem se considerar cristãos. E, deste modo, as TJ que se julgam “integrantes
da grande multidão que herdaria a Terra,” excluem-se a si mesmas do rol dos cristãos,
quando afirmam que “não pertencem à Nova Aliança e dela não tomam parte”. Isto
mesmo, estão se auto-excluindo do povo de Deus. Dizer isso equivale a admitir: Nós não
pertencemos a Cristo.

1.2. Não São Ungidos

Embora a Bíblia, dirigindo-se aos cristãos, diga que nós temos a unção do Santo (1 Jo
2.20-27), as TJ aprendem que esta unção é só para os 144.000. Elas entendem que esta
unção diz respeito à investidura de poder régio outorgado aos 144.000, os quais, como reis
se assentarão em tronos, auxiliando Cristo no Reino. Logo, concluem elas, os que não serão
reis e sacerdotes no Reino, mas apenas súditos, não são ungidos (A Sentinela, 15/09/1 979,
página 32).
A unção da qual trata 1 Jo 2.20-27, diz respeito à delegação do poder que Cristo
conferiu a todos os cristãos, quando nos deu do Seu Espírito (Jo 14. 17; At 1. 8; Rm 8. 14).

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1.3. Não São Intermediados por Cristo

Outra heresia de doer o coração de quem ama as vítimas das seitas, é o fato das TJ
pregarem que Cristo não é o Mediador de todos os cristãos, mas sim, tão-somente dos
144.000. Na mesma página e parágrafo da revista supracitada, isto é, A Sentinela de
15/09/1979, os guias das TJ perguntam: “Será que Jesus é ‘mediador’ só dos cristãos
ungidos?” E em seguida respondem: “De modo que, em estrito sentido bíblico, Jesus é o
‘mediador’ apenas dos cristãos ungidos”, isto é, dos 144.000. Isso colide frontalmente com
1Tm 2.5, que nos diz que Cristo é o Mediador entre Deus e os homens, bem como com Jo
14.6 , onde Jesus afirma que só por Ele se tem acesso ao Pai. Então, quem não é
intermediado por Cristo, está perdido.
Não obstante os líderes das TJ pregarem que Jesus só é Mediador dos 144000,
incoerentemente dizem que as TJ que pertencem à grande multidão devem orar a Jeová em
nome de Jesus. E as TJ do mundo todo oram a Deus em nome de Jesus. Ora, se Cristo não é
o Mediador delas, por que oram então em nome dEle?

1.4. Não São Justificados Pela Fé

A justificação pela fé, apontada por Paulo em Rm 5.1, é para todos os cristãos, já que
a Bíblia não ensina outro meio de salvação (Ef 2.8,9). A Bíblia afirma categoricamente que
“a justiça de Deus por intermédio da fé em Jesus Cristo”, é “para todos os que têm fé.
Porque não há distinção” (Rm 3.22, TNM). Sim, a Bíblia, ao afirmar que Deus declara
“justo o homem que tem fé em Jesus” (Rm 3.26), não acrescenta: contanto que pertença aos
144.000. Contudo, as TJ têm ensinado que só eles podem e necessitam ser justificados pela
fé. Referindo-se ao que as TJ pensam ser os cristãos que não pertencem aos 144.000, mas
sim, à grande multidão que herdará a Terra, os líderes das TJ fizeram a seguinte
pronunciação: “Por isso não serão nem agora nem então justificados ou declarados justos
assim como os 144.000 co-herdeiros celestiais foram justificados enquanto na carne. Os
da ‘grande multidão’ não sofrerão uma mudança na natureza humana para a espiritual, e
por isso não precisam de justificação pela fé e da imputação de justiça necessitadas pelos
144.000 ‘escolhidos’.” (Vida Eterna – Na Liberdade dos Filhos de Deus, página 390,
parágrafo 22. Grifo nosso).

1.5. Não Nasceram de Novo

O Senhor Jesus Cristo afirmou em Jo 3.3-5 que aquele que não nascer de novo não
pode entrar no Reino de Deus. Ora, até quem não é perito bíblico sabe que com estas
palavras Jesus estava querendo dizer que a conversão à fé cristã é algo indispensável à
salvação. Neste caso, “nascer de novo” é se entregar a Cristo. É à transformação que o
pecador experimenta, quando recebe o Senhor Jesus em seu coração, que Jesus chamou de
“nascer da água e do Espírito” e de “nascer de novo”. E ao afirmar que aquele que não
passar por esta experiência não pode entrar e nem ver o Reino de Deus, quis dizer que o tal
será condenado. Mas as TJ asseguram que ninguém precisa nascer de novo para se salvar.
Segundo elas, o novo nascimento é necessário apenas aos que vão morar no Céu. E porque
crêem que só 144.000 vão morar no Céu com Jesus, elas afirmam que ninguém, além de
Jesus e os 144.000, precisam nascer de novo. Segundo as TJ, o número exato dos nascidos

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de novo é 144.001 (cento e quarenta e quatro mil e um). Sim, as TJ pregam oficialmente
que Jesus também nasceu de novo. Em o livro Raciocínios à Base das Escrituras, páginas
256-257, enquanto “explicam” o que é nascer de novo, dizem com todas as letras:
“...Jesus teve essa experiência, assim como a têm os 144.000 que são herdeiros com ele do
Reino celestial...”
Ora, é fácil provar à luz da Bíblia que o novo nascimento é experiência comum a
todos os cristãos verdadeiros, independentemente de pertencerem ou não ao grupo dos
144.000. Para tanto, basta ler 1 Jo 5.1 e Jo 1.11-13. Vejamos, pois, o que dizem estes dois
textos: 1 Jo 5.1: “TODO aquele que crê que Jesus é o Cristo NASCEU de Deus.” (TNM,
grifo nosso). Quais são os que crêem que Jesus é o Cristo? Porventura são só os 144.000?
Jo 1.11-13: “Veio ao seu próprio lar, mas os seus não o acolheram. No entanto, a
TANTOS QUANTOS O RECEBERAM, a estes deu autoridade para se tornarem filhos de
Deus, porque exerciam fé no seu nome, e NASCERAM, não do sangue, nem da vontade do
homem, mas DE DEUS” (TNM, grifo nosso).
Se destacarmos desta última transcrição, apenas as versais, isto é, apenas o que foi
escrito em caixa alta, teremos a seguinte frase: “tantos quantos o receberam nasceram de
Deus”. E, se nasceram de Deus, então nasceram de novo. Julgamos impossível alguém ler
Jo 1.11-13 e concluir que nem todos os que recebem a Jesus em seus corações, nascem de
Deus. Contudo, o Corpo Governante tentou provar que Jo 1.11-13 não diz que todos os que
receberam a Jesus nasceram de Deus; e apresentou o seguinte argumento: “...‘Tantos
quantos o receberam’ não significa todos os humanos que depositaram fé em Cristo. Note
a quem se faz referência, conforme indica o versículo 11 [‘os seus’, os judeus]. O mesmo
privilégio é estendido a outros entre a humanidade, mas apenas a um ‘pequeno
rebanho’...” (Ibidem, página 257).
Quem se dá ao trabalho de raciocinar percebe prontamente que o argumento acima
não é consubstancioso. Isto porque realmente o versículo 11 diz que Jesus veio para os
Judeus, e que estes o rejeitaram; mas os versículos 12 e 13 nos dizem que os que
procederam diferente da maioria dos judeus, recebendo a Jesus, tiveram o privilégio de
nascerem de Deus. Note que o versículo 12 diz “tantos quantos”, e isso inclui pessoas de
todas as raças.
Se a Bíblia dissesse que “Jesus veio para os brasileiros, mas estes o rejeitaram. No
entanto, a tantos quantos o receberam, alcançaram o perdão dos seus pecados”, alguém
poderia dizer que o perdão não é para todos os humanos que depositam fé em Jesus? Seria
razoável alguém argumentar dizendo: “Note a quem se faz referência, conforme indica o
versículo [‘os brasileiros’].”?
As TJ pregam que há, entre os 144.000, pessoas pertencentes a diversas raças.
Pregam ainda que todos os integrantes dos 144.000 nasceram de novo. Ora, se o fato do
versículo 11 de Jo 1 dizer que Jesus veio para os judeus, provasse que as palavras “tantos
quantos o receberam” constantes do versículo 12 “não significa todos os humanos que
depositaram fé em Cristo,” mas apenas os judeus, como querem os líderes das TJ, então
todos os que constituem os referido grupo, teriam que ser judeus. Porém, isso não acontece,
e aí está uma nítida contradição. Certamente os integrantes do Corpo Governante
perceberam que estavam sendo contraditórios, razão pela qual, referindo-se aos 144.000
disseram: “O mesmo privilégio é estendido a outros dentre a humanidade, mas apenas a
um pequeno ‘rebanho’.” (Ibidem). “Pequeno rebanho” é um dos nomes que as TJ dão aos
144.000. Logo, o que os dirigentes das TJ estão querendo dizer com esta última afirmação,
é que embora seja verdade que “ ‘Tantos quantos os receberam’ não significa todos os

14
humanos que depositaram fé em Cristo”, visto que o versículo 11 se refere aos judeus,
Deus estendeu este privilégio a pessoas de outras raças até completar o “pequeno
rebanho”, isto é, os 144.000. Porém, aqui a incoerência salta aos olhos. Sim, ratificamos
que se o fato dos versículos 12 e 13 do capítulo 1 de Jo, afirmarem que tantos quantos
receberam a Jesus nasceram de Deus, não significasse todos os humanos que depositaram
fé em Jesus, mas sim, os judeus que creram nEle, ninguém que não fosse judeu poderia
pertencer ao grupo dos 144.000, já que, segundo as TJ, os 144.000 nasceram de novo.

1.6. Não São Filhos de Deus

As TJ não só tentam “provar” que só Jesus e os 144.000 necessitaram e puderam


nascer de novo, mas também se esforçam, fazendo ecoar em todos os rincões do mundo as
“Boas Novas” de que Deus só tem 144.000 filhos, dentre os humanos. Afirmam que os
cristãos que não pertencem aos 144.000 não são filhos de Deus. Por este motivo, dos
6.000.000 de TJ espalhadas pelo mundo afora, apenas cerca de 8.000 estão autorizadas a
dizerem que são filhos de Deus.
O texto acima transcrito, no qual os líderes das TJ argumentam dizendo que à luz de
João 1.11, a afirmação de que “tantos quantos o receberam” não significa todos os
humanos que depositaram fé em Cristo, não tem por finalidade única “provar” que nem
todos os cristãos verdadeiros são nascidos de novo, mas também se pretende “provar” com
esse argumento que nem todos os cristãos são filhos de Deus. Porém, o “tantos quantos”
do versículo 12 não exclui nenhum cristão autêntico. Realmente o texto está dizendo que
todos os que recebem a Jesus, são transformados em filhos de Deus. Dizer que Deus só tem
144.001 (cento e quarenta e quatro mil e um) filhos é doutrina estranha às Escrituras
Sagradas.
Segundo as TJ, brevemente ocorrerá o Armagedom, o qual é o seguinte: Jeová matará
todos os iníquos. Imediatamente após o Armagedom, terá início o Dia do Juízo, o qual
durará 1.000 anos; no início do qual se dará a prisão de Satanás e seus demônios, bem
como a ressurreição de uma grande parte dos mortos. E todos (as fiéis TJ que sobreviverão
ao Armagedom e os mortos que forem ressuscitados no início do Dia do Juízo de 1.000
anos) serão instruídos através de livros tão inspirados por Deus quanto a Bíblia Sagrada, os
quais serão escritos no Dia do Juízo e distribuídos aos ressuscitados. Aquele que durante o
Dia do Juízo, se rebelar contra Jeová, morrerá sem direito à ressurreição. Mas, os que forem
fiéis, irão se aperfeiçoando cada vez mais. E, ao terminar o Dia do Juízo de 1.000 anos,
estarão (juntamente com seus filhos nascidos durante o Dia do Juízo), tão perfeitos quanto
Adão e Eva antes de pecarem. Então Deus os submeterá a uma última prova cabal, isto é,
soltará o Diabo e seus demônios, pelos quais serão tentados. Os que cederem às tentações,
morrerão sem direito à ressurreição. Mas os que forem fiéis, permanecerão no glorioso
paraíso terrestre. Só então Jeová os adotará como seus filhos. Sim, leitor, cerca de
6.000.000 de TJ, repetem como robôs programados pelos seus líderes: “Nós não somos
filhos de Deus. O seremos um dia, se formos fiéis até lá”.
Para se certificar da autenticidade do que acima afirmamos, o caro leitor deve
consultar os seguintes livros da autoria dos líderes das TJ: Unidos na Adoração do Único
Deus Verdadeiro, páginas 190 e 191; Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra,
páginas 175-183; e Raciocínios à Base das Escrituras, página 292, segundo parágrafo desta
página. Como evidência de que realmente as coisas são assim, transcrevemos parte do que
está registrado nos livros Unidos na Adoração do Único Deus Verdadeiro, página 191,

15
parágrafos 16 e 17, e Raciocínios à Base das Escrituras, página 292, edição de 1.985,
respectivamente.
“A humanidade aperfeiçoada receberá então a oportunidade de demonstrar que fez
a escolha imutável de servir para sempre o único Deus vivente e verdadeiro. Por isso,
ANTES DE ADOTÁ-LOS COMO SEUS FILHOS por meio de Jesus Cristo, Jeová sujeitará
todos esses humanos aperfeiçoados a uma última prova cabal. Satanás e seus demônios
serão soltos do abismo... Jeová ADOTARÁ ENTÃO... todos os humanos aperfeiçoados...
como seus filhos...” (grifo nosso).
“... Todavia, os cristãos verdadeiros refletem qualidades piedosas. Dentre esses,
Deus selecionou um número limitado de pessoas para reinarem com Cristo no céu. Deus
refere-se a esses como seus ‘filhos’... DEPOIS de os fiéis na terra... terem atingido a
perfeição humana e de terem demonstrado lealdade inquebrantável a Jeová qual Soberano
Universal, ENTÃO eles também GOZARÃO da excelente relação de filhos de Deus”. (grifo
nosso).
Não foi lendo a Bíblia que os líderes das TJ aprenderam que nem todos os cristãos
verdadeiros são filhos de Deus, pois Rm 8.14 afirma que “... todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”.Seriam os 144.000 os únicos guiados pelo
Espírito de Deus? Será que o Espírito Santo não guia (ou conduz, como o diz a TNM) a
todos os cristãos verdadeiros, independente de pertencerem ou não aos 144.000?
Certamente o Espírito Santo guia a todos os que são realmente cristãos, visto que não há
um só versículo bíblico que diga o contrário. E, se todos os cristãos verdadeiros são guiados
pelo Espírito Santo, então todos os cristãos verdadeiros são filhos de Deus, já que Rm 8.14
diz francamente que “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de
Deus”.
Que religião é essa que rouba de seus adeptos a felicidade de dizerem que são filhos
de Deus?
Não discordamos das TJ por dizerem que elas não nasceram de novo e que não são
filhos de Deus, porquanto lhes assiste o direito de confessarem esta verdade. Mas quando
receberem a Jesus (Jo 1.11-13) e se deixarem guiar pelo Espírito Santo (Rm 8.14), dirão:
“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de
Deus...; e nós o somos... Amados, agora somos filhos de Deus...” (1 Jo 3.1,2) .
O fato de o apóstolo João afirmar que “Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os
filhos do diabo...” (1 Jo 3.10) prova cabalmente que só há duas categorias de pessoas na
Terra: os filhos de Deus e os filhos do Diabo. Por conseguinte, as TJ precisam parar para
pensar no que estão dizendo realmente, quando pronunciam a frase: “Nós não somos filhos
de Deus”.
Aos seus seguidores que ainda não são filhos de Deus, o Corpo Governante ensina
que eles são netos de Deus, bem como“prospectivos filhos terrestres”, ou seja, são
candidatos a filhos de Deus. E, no intuito de fazerem crer que estão apoiados na Bíblia,
dizem que “Nas Escrituras os avôs são muitas vezes referidos como pais” (Seja Deus
Verdadeiro, páginas 158-159, parágrafo 15, edição de 1.955).
Os líderes das TJ se emaranham na Bíblia. Senão, vejamos: Eles pregam que os
servos de Deus do Antigo Testamento não pertenciam aos 144000; e, que portanto, não
podem ir para o Céu (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 122, parágrafo
7). Porém, raciocinemos: Se só os 144000 são filhos de Deus (como o supõem as TJ), e
todos os que são guiados pelo Espírito Santo, são filhos de Deus (como o afirma a Bíblia),
então os servos de Deus do Antigo Testamento eram filhos de Deus, já que a Bíblia afirma

16
que eles também eram guiados pelo Espírito Santo ( Sl 143.10; Lc 2. 27 [Simeão foi ao
templo, impulsionado pelo Espírito Santo. E, como sabemos, o Novo Testamento só foi
inaugurado 33 anos após.] ). Além disso, o profeta Isaías registrou: “...Tu és nosso Pai...”
Is53.16). E, se eram filhos de Deus, então as TJ deviam dizer que os tais pertenciam aos
144000, visto que, segundo o Corpo Governante, só os 144000 são filhos de Deus. E, se
pertenciam aos 144000, então vão morar no Céu, considerando que os guias das TJ dizem
que todos os integrantes dos 144000 vão morar no Céu.
Lendo Rm 8.14, à luz do contexto e sem a “ajuda” do Corpo Governante, vê-se
facilmente que este texto não trata de duas classes de cristãos, uma ungida e outra não; uma
com vocação celestial e a outra com vocação terrena; os membros de uma são filhos de
Deus, mas os da outra, não; etc., como o querem as TJ. As duas classes de pessoas
abordadas neste texto bíblico, são os justos e os ímpios; os que estão na carne, os quais não
podem agradar a Deus, não têm o Espírito Santo e estão condenados; e os que não estão na
carne e agradam a Deus, para os quais não há condenação alguma, são filhos de Deus, e
têm o Espírito Santo.
Realmente Rm 8.14 seria um excelente critério para determinarmos se uma pessoa
pertence ou não aos 144000, se só estes fossem filhos de Deus. Mas, como a filiação divina
é comum a todos os cristãos verdadeiros, o argumento das TJ não tem lógica bíblica.

1.7. Não Podem Morar no Céu 1.7.1.

Embora a Bíblia diga que fomos “chamados em uma só esperança” (Ef 4.4), as TJ
estão, como já sabemos em 1.1, divididas em dois grupos: o grupo menor, constituído por
144.000 membros, que sonham com o Céu; e o grupo maior, que integra a grande multidão
que herdará a Terra Paradisíaca. Sim, as TJ pregam que só 144.000 vão morar no Céu; e um
dos textos bíblicos sobre os quais tentam apoiar essa crença, é Ap 14.1-5 que, entre outras
afirmações, referindo-se aos 144.000, diz que os tais “foram comprados da terra”,
“comprados dentre os homens” e “que seguem o Cordeiro”, isto é, a Jesus “para onde
quer que vá”.Mas, essa “hermenêutica” que as TJ aplicam a Ap 14.1-5, não é consistente
pela seguinte razão: Ainda que as expressões: “...foram comprados da terra” e “...foram
comprados dentre os homens...” signifiquem “ser levado para o Céu”, este trecho bíblico
não dá margem à interpretação das TJ. Pensamos assim porque se a expressão “que foram
comprados da terra”, constante de Ap 14.3, significasse “os únicos que foram comprados
da terra”, e se disso pudéssemos deduzir que os tais são os únicos que vão para o Céu, as TJ
deveriam dizer então que os 144.000 são os únicos “virgens que não se contaminaram com
mulheres”, já que o versículo quatro do texto em pauta, diz dos mesmos: “Estes são os que
não se contaminaram com mulheres porque são virgens...”. Que “mulheres” são essas com
as quais os 144.000 não se contaminaram? Evangélicos e TJ concordam que, neste caso,
“mulheres” significam as falsas religiões. Ora, será que só os 144.000 não se contaminam
com as falsas religiões? As TJ responderiam negativamente a essa pergunta, caso alguém
lhes formulasse esta interrogação, pois crêem que os que seguem ao Corpo Governante,
estão na verdade e, portanto, não estão contaminados com as heresias. E assim podemos
concluir que se a expressão “Estes são os que não se contaminaram com mulheres”, não
prova que os mesmos são os únicos que não estão maculados com os falsos ensinos das
falsas religiões, então, a expressão “... foram comprados da terra”, não significa,
necessariamente, “os únicos que foram comprados da terra”, ou seja, os únicos que foram
levados para o Céu. O contrário é usar dois pesos e duas medidas.

17
E se alguém entre as TJ disser que as “mulheres” mencionadas em Ap 14.4 são as
prostitutas, adúlteras e fornicárias? O raciocínio continua válido. Nessa hipótese basta
formularmos esta pergunta: Então, desde os primórdios da humanidade, até hoje, só tem
havido 144.000 pessoas que se abdicaram das orgias sexuais? Só há 144.000 castos? Além
dos 144.000, somos todos prostitutos, adúlteros, ou fornicários?
Antigamente as TJ pregavam que os dois grupos em que se dividiam os cristãos,
eram: os 144.000 que se assentariam em tronos para governarem com Cristo no Céu,
chamados também de “Noiva de Cristo”; e os que excedessem a esse grupo, chamados de
Dama de Companhia da Noiva, donde se vê que elas criam que todos os cristãos iam para o
Céu, visto que quem está na Terra não pode, obviamente, fazer companhia a quem está no
Céu. Mas, em 1.935, o então presidente das TJ, Joseph Franklin Rutherford, proclamou
uma nova interpretação. Desde então os cristãos que excedem ao grupo dos 144.000 são
vistos como aspirantes à Terra paradisíaca. Deste modo, os integrantes da classe secundária
estão ficando cada vez mais pobres: antes não eram a “Noiva de Cristo”, ou “Esposa do
Cordeiro” (Ap 21.9), mas apenas “Damas de Honra”. Não eram alvos da promessa
registrada em Ap 3.21, o que significava que não seriam reis e sacerdotes (Ap 5.10), mas
apenas súditos do Reino. Agora eles têm que aspirar somente a Terra, pois perderam o
direito de subirem ao Céu.

1.8. Não Pertencem à Igreja de Cristo.

Embora as TJ se proclamem a única religião verdadeira (veremos isso com maiores


detalhes no capítulo 15), elas não alegam ser a única Igreja verdadeira. Tal se dá porque
elas não se consideram integrantes da Igreja de Cristo. Na opinião delas, a Igreja de Cristo
só tem 144.000 membros. Logo, elas não são a Igreja verdadeira, nem tampouco uma Igreja
falsa. Elas simplesmente não são a Igreja. Alguns dos integrantes da “religião” delas, por
acreditarem que pertencem aos 144.000, se julgam membros da Igreja de Cristo, mas a
instituição deles em si, não é vista por eles como Igreja, quer verdadeira, quer falsa. Eles
são apenas a Organização de Jeová, a única religião verdadeira, fora da qual não há
salvação.
Chamando a Igreja de “congregação”, o Corpo Governante afirmou: “Todavia,
quando a Bíblia fala sobre ‘congregação do Deus vivente’, ela se refere a um grupo
ESPECÍFICO de seguidores de Cristo. (1 Tm 3:15)[...] De modo que esta ‘congregação
de Deus’ é constituída de todos os cristãos na terra que têm esperança de vida celestial.
Ao todo, APENAS 144.000 pessoas constituirão finalmente a ‘congregação de Deus’. [...]
Os cristãos que esperam viver para sempre na terra buscam orientação espiritual desta
‘congregação’...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 125-126,
parágrafo 18, grifo nosso). Ora, o nome que a Bíblia dá ao povo de Deus da atual
Dispensação (que se iniciou com a ressurreição de Cristo [ou no Pentecostes, segundo
alguns eruditos], e findar-se-á quando Jesus vier buscar o Seu povo), é Igreja. Quem
confessa não pertencer à Igreja, está assumindo que não pertence ao povo de Deus da
atualidade.

1.9. Não Pertencem a Cristo

As TJ não são como a grande maioria dos adeptos das seitas que se intitulam
cristãs, os quais geralmente pensam que são filhos de Deus, que pertencem a Cristo e à Sua

18
Igreja de , etc.. Não! As TJ sabem e confessam que elas não estão de posse destas bênçãos,
como vimos nos tópicos anteriores.
Em 1.1, observamos que o fato de as TJ dizerem que “não pertencem à Nova Aliança
e dela não tomam parte,” equivale a dizer que elas não são de Cristo. Porém, esta não é
apenas uma conclusão nossa, já que as TJ confessam textualmente que elas não pertencem
a Cristo. Eis a prova: “Os que pertencem a Cristo’ são os 144.000 discípulos fiéis
escolhidos para dominarem com ele no Reino”(Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na
Terra, página 172, parágrafo 20).

1.10. São Um Estoque de Reserva.

As TJ aprendem com seus instrutores que embora o número dos vocacionados ao


Céu tenha se completado em 1935, alguém nascido após essa data pode vir a integrar esse
seleto grupo, exigindo para tanto que alguém até então pertencente aos 144000 se apostate
da fé, isto é, renegue aos ensinos das TJ. É-lhes dito que quando isso ocorre, Jeová se serve
do seu grande estoque de reserva, que são as pessoas que pertenceriam à suposta Grande
Multidão. Esse ensino consta de A Sentinela de 15 /02 /1971, página126, onde as TJ que
não pertencem aos 144000 são designadas de grande estoque de reserva ao qual Deus
recorrerá, caso um dos “ungidos” perca a vocação celestial.
1.11.São de Outro Aprisco

Uma das passagens bíblicas nas quais as TJ se “inspiram” para pregarem que os
cristãos estão divididos em dois grupos, é Jo 10.16, onde Jesus diz: “Tenho ainda outras
ovelhas que não são deste aprisco; a essas também me importa conduzir, e elas ouvirão a
minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor”. Este texto, porém, não dividi os
cristãos em castas, como o faz o Hinduísmo; antes nos diz que Jesus não pretendia salvar
somente os judeus, mas também os gentios. As ovelhas que então já estavam no aprisco,
eram os judeus; e as outras ovelhas que o Senhor pretendia agregar eram os povos de outras
etnias. O contexto fala de um aprisco (onde, segundo Jesus, estava uma parte de suas
ovelhas), do qual o Senhor disse que iria tirar as ovelhas que lá estavam (Jo 10. 3). Logo,
este aprisco não é a Igreja, já que Cristo não tira ninguém da Igreja. Aconclusão é óbvia: O
Antigo Testamento era o curral que guardou as ovelhas até que o Pastor (Jesus) veio. A
partir daí, Cristo edifica a sua Igreja, na qual agrega, tanto as ovelhas (judeus) que até então
estavam no redil, quanto às demais pessoas do mundo. Aliás, por dizer o Senhor que após
agregar a Si os dois grupos de ovelhas (as que estavam dentro e fora do aprisco), haveria
um só rebanho e um só Pastor, prova que o Cristianismo não está dividido em dois grupos,
como o supõem as TJ. A final há dois rebanhos como o querem as TJ, ou há um só rebanho
como o disse Jesus?
Jo 10. 16 se cumpre desde há quase 2000 anos. Desde então tem havido um só
rebanho (os cristãos) e um só Pastor (Jesus). É que em Cristo, judeus e gentios constituem a
Igreja (Ef 2 11-22).

1.12. Serão Salvos Pelos 144000.

Os chefes das TJ dizem às suas vítimas que durante o Milênio, os 144000 terão poder
para purificar do pecado e da imperfeição os que então estiverem na Terra. Senão, veja o
que diz o livro das TJ intitulado A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, Edição de 1968,

19
página 106, parágrafo 12: “Eles terão um poder que até agora tem faltado a todos os
governos humanos: o poder de purificar as pessoas do pecado e da imperfeição”. Ora, só
Deus, mediante o sangue de Cristo, pode nos purificar dos nossos pecados ( 1Jo 1.7; Sl
103.3).
É digno de nota que todos os integrantes do Corpo Governante são, atualmente,
segundo eles mesmos pregam, membros do suposto grupo dos ungidos. Logo, quando os
líderes das TJ dizem que os ungidos vão purificar os seus súditos durante o Milênio, estão
mesmo é sonhando alto demais. O que eles estão dizendo é que eles vão purificar as
pessoas dos seus pecados. Não são eles extremamente pretensiosos?

1.13. É Possível Saber Quem é Quem

Os líderes das TJ, além de dividirem os seus liderados em dois grupos (a grande
multidão e os 144000), ainda os ensina a se auto-identificarem. Um diz: “Eu pertenço aos
144.000.” E outro diz: “Eu não pertenço aos 144.000; antes integro à grande multidão que
herdará a Terra”. Isto despertou a nossa curiosidade de tal maneira, que formulamos a um
TJ a seguinte pergunta: Como vocês conhecem se uma pessoa pertence ou não aos
144.000? E ele respondeu: “A pessoa sente”. Sente como? perguntamos. Eis a resposta:
“Sentindo, ué ?! ”. E se esse TJ apelasse para Rm 8.14? Já vimos em 1. 6, o que dizer
nesses casos.
Bem, já vimos o que as Tj pensam dos 144000; mas, e os evangélicos? Que temos a
dizer sobre isso? Há duas opiniões entre nós, quanto a quem são eles. 1ª) seriam um número
representativo, e não literal. Seriam o conjunto do povo de Deus de todos os tempos e de
todos os lugares. Este autor, embora respeite os que assim pensam, não comunga da mesma
idéia. 2ª) seriam 144.000 judeus, destacados dentre os filhos de Israel que se converterão
quando se cumprir o que nos dizem os capítulos 9-11 da Epístola de Paulo aos Romanos.
Por “comprados da terra” deve-se entender, neste caso, segundo nos parece, que os
tais serão enviados como Missionários às nações, durante a Grande Tribulação. O vocábulo
“terra” na Bíblia, às vezes não designa todo o nosso planeta, mas apenas a Pátria dos judeus
(2 Rs 11. 19-20; 13. 20; 15. 5; 25. 3; 2Cr 22. 12; 23.13, 21; 33. 25; 36.1; Jz3. 11,30 etc.).
O Reverendo Antonio Gilberto, referindo-se aos 144.000, disse: “... Trata-se de um
grupo de judeus, salvos e preservados na terra durante a Grande Tribulação para
testemunharem de Cristo no lugar da Igreja... Certamente é o cumprimento do que está
predito em Isaías 66.19: ‘E alguns dos que foram salvos enviarei às nações... eles
anunciarão entre as nações a minha glória’” (Daniel e Apocalipse, página 130, 4ª edição
de 1.986 – CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus).

20
CAPÍTULO 2__SOBRE RÉVEILLON

As TJ são contrárias às festas que geralmente se faz às vésperas do ano-bom. Certo


dia dissemos a um senhor, adepto da Torre de Vigia: Feliz ano novo! E ele nos retrucou:
“Um fiel servo de Jeová não fala uma coisa dessas”.E, citando 2 Co 6.14, recusou nos
receber em sua residência. Em defesa dessa infantilidade, esse TJ nos disse que a Bíblia não
diz que primeiro de janeiro é o primeiro dia do ano. Então dissemos que este é um fator de
ordem social, e não religiosa. Mas o fanatismo religioso que é peculiar às TJ o cegou de tal
maneira que ele não conseguiu enxergar a lógica de nosso argumento.
Em o livro Raciocínios à Base das Escrituras, páginas 171-172, os líderes das TJ
alegam o fato de o dia 1º de janeiro ter sido dedicado pelos pagãos de Roma ao deus Jano,
como prova de que o réveillon não é coisa de cristão. Todavia, o referencial dos cristãos é a
Bíblia, não os pagãos. Logo, o que os pagãos faziam ou deixavam de fazer não nos
interessa muito, pois não nos inspiramos neles para nada.
Obviamente os cristãos ainda repudiam as orgias que caracterizam o réveillón dos
vândalos. Contudo, as celebrações que os evangélicos promovem na véspera do ano-bom,
quando ajoelhados agradecem a Deus pelo ano findo, bem como suplicam por mais um ano
de vitórias sobre as mazelas deste mundo, não podem ser tachadas de gesto pagão. De igual
modo é exteriorizar aos amigos o desejo de um feliz ano novo. Isto é tão normal quanto
dizer boas provas, bom dia, boa tarde, bom fim de semana etc..
Há provas bíblicas de que Deus nos deixa dividir o tempo a bel prazer. Como
sabemos, a Bíblia aprova tanto a maneira judaica como a romana, quanto à divisão do dia.
Por exemplo, todos os peritos bíblicos concordam, segundo nos consta, que “a hora
terceira” de que trata Mc 15.25, corresponde ao que nós chamamos de nove horas da
manhã. Neste caso, a contagem das horas do dia começava às seis horas da manhã. Este era
o critério judaico, inspirado em Gn 1.5. Mas os eruditos bíblicos afirmam em unanimidade
que a “hora décima” mencionada em Jo 1.39, equivale ao que nós chamamos de dez horas
da manhã. Neste caso, o critério usado era o mesmo nosso. Tal se dá porque João,
escrevendo de Éfeso, usava a hora oficial romana, adotada por nós até hoje. Ora,
porventura, o fato de o Espírito Santo inspirar Marcos e João a adotar critérios diferentes
sobre a divisão do dia, não constitui prova de que Deus não se atazana com essas coisas? E
se Deus nos deu carta branca quanto à divisão do dia, será que não podemos fazer o mesmo
em relação ao ano?
A nossa maneira atual de contar os meses e as horas é cópia do calendário romano,
datado de antes de Cristo, que mais tarde sofreu alguns reajustes. Vê-se, portanto, que Deus
não se opôs a calendário algum.
Em alguns países ainda se conserva alguns resíduos do paganismo, na nomenclatura
dos dias. As palavras inglesas saturday e sunday (sábado e domingo) significam,
respectivamente, dia de Saturno e dia do Sol. E, já que as TJ querem ser rigorosas,
sugerimos que seus correligionários de fala inglesa dêem outros nomes aos dias da semana,
para que não incorram em compactuar com o paganismo.

21
CAPÍTULO 3__SOBRE POLÍTICA

“Apoiando-se” em Jo 17.16; Mt 4.8,9; 1 Jo 2.15 e outros textos bíblicos, as TJ


defendem a neutralidade dos cristãos quanto à política. As TJ não votam (vão às urnas, mas
anulam seus votos) e nem se candidatam a cargos governamentais, como Deputado,
Senador, Prefeito, Vereador, Presidente da República etc..
Devido ao grande número de políticos corruptos, a neutralidade das TJ tem seus
defensores até entre nós, os evangélicos. Mas esse radicalismo, fundado numa
generalização injusta, não tem respaldo bíblico. Atentemos para o fato de que a corrupção
não está na política, mas tão-somente em grande parte dos políticos.
Satanás disse que os reinos do mundo são dele e que ele os dá a quem ele quer (Mt
4.8,9). As TJ concluíram então que política é coisa do Diabo. Porém, à luz de Dn 4.17 e 25,
os reinos do mundo são dos homens e não de Satanás. Além disso, é Deus quem os dá a
quem Ele quer, e não Satanás. Logo, o Diabo mentiu e as TJ estão pregando uma inverdade
fundada na palavra do pai da mentira (Jo 8.44).
Gn 41.38-50 diz que José era o vice-rei do Egito. E o livro de Daniel informa que
Daniel, Misael, Ananias e Azarias eram fervorosos servos de Deus e, ao mesmo tempo,
homens de confiança do Império Babilônico.
A abstenção política das TJ é tal, que recusam a cantar Hinos Nacionais de quaisquer
países. Contudo, em se tratando do Hino Nacional Brasileiro, elas têm um “álibi” a mais, a
saber, a letra do nosso belo Hino que diz que o Brasil é pátria idolatrada e terra adorada.
Todavia, podemos continuar cantando o nosso Hino sem qualquer peso de consciência, pois
o verbo “adorar” e o vocábulo “ídolo”, não significam somente cultuar à Divindade, e falso
deus, respectivamente. Esta, por extensão passou a significar “pessoa ou coisa a que se ama
apaixonadamente”; e aquela, “gostar exageradamente”.Ora, ninguém peca por dizer que
adora pêra, já que dentro desta frase, o verbo adorar significa “gostar muito”, e não
“cultuar”.
As TJ não são tão neutras sobre política como pensam, já que elas também pagam
impostos. Ora, pagar impostos seria custear o Império das Trevas, se os reinos do mundo,
ao invés de serem dos homens e sob o controle de Deus, fossem do Diabo, como este disse
e as TJ crêem. Certamente, se fosse possível viver neste mundo sem pagar imposto, as TJ já
teriam inventado que quem paga imposto está contribuindo para Satanás. Todavia, elas
agem como se pressão de fora, mais aceitação de dentro, fossem iguais a “a Bíblia não
proíbe”.
As TJ têm ainda aversão às bandeiras nacionais. Saudar à Bandeira Nacional é, na
ótica delas, uma espécie de devoção que caracteriza idolatria.
A postura intransigente das TJ sobre bandeiras, hinos nacionais ou quaisquer outros
envolvimentos políticos, está documentada em Raciocínios à Base das Escrituras, páginas
264-266. E também em Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, página 123, parágrafo
14.
Na revista The Watchtower de 15/05/1917, página 150, o Corpo Governante das TJ
pronuncia favorável ao uso de bandeiras nacionais pelos cristãos. Deste fato deve nascer a
seguinte pergunta: eles estavam errados e agora estão certos, ou estavam certos, e agora
estão errados? Estude a Bíblia e tire sua própria conclusão. Não se guie cegamente pelos
líderes das TJ, já que a volubilidade que os caracteriza, prova que eles não são infalíveis.

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CAPÍTULO 4__SOBRE ANIVERSÁRIO NATALÍCIO

Em os livros Raciocínios à Base das Escrituras, páginas 37-39; e Conhecimento Que


Conduz à Vida Eterna, página 126, parágrafo 14, faz-se carga contra as tradicionais festas
de aniversários. As saudações natalícias como: “Feliz aniversário e muitos anos de vida!” e
o cordial gesto de presentear ao aniversariante, são terminantemente proibidos às TJ.
O ex-TJ David A. Reed, em seu livro intitulado As Testemunhas de Jeová Refutadas
Versículo Por Versículo, nos fala, à página 25, de um dos líderes das TJ (Ancião) que, por
ter dado um cartão de aniversário ao seu filho, foi expulso da seita.
As TJ alegam em Raciocínios à Base das Escrituras supracitado, que o fato de não
encontrarmos na Bíblia nenhum servo de Deus comemorando a data de seu nascimento,
mas sim, dois ímpios (Faraó e Herodes) a fazê-lo (Gn 40.20-22; Mt 14.6-10), comparado
com Rm 15.4 que nos diz que estas coisas foram escritas para nosso ensino, prova que
comemorar com festas, felicitações e presentes, o aniversário natalício, não é atitude cristã.
Mas essa conclusão das TJ é tão descabida quanto se alguém concluísse o seguinte: “Não
encontramos em toda a Bíblia nenhuma serva de Deus se maquilando, mas sim, a ímpia
Jezabel (2 Rs 9.30). Isto, à luz de Rm 15.4, prova que as maquilagens são impróprias às
cristãs.” Este raciocínio, embora errado e rejeitado até pelas TJ, estaria correto, se as TJ
estivessem certas, quando deduzem, à base de Gn 40.20-22 e Mt 14.6-10, somados a Rm
15.4, que festa de aniversário é paganismo.
Um ex-adepto da seita das TJ nos informou que atualmente as TJ já podem aceitar
presentes de aniversário. O que elas ainda não podem fazer, é presentear a um
aniversariante. Esse afrouxamento, além de indicar que essa lei já está quase caducando,
demonstra a insegurança dos líderes das TJ. Se era pecado aceitar presente, por que deixou
de ser? E se é permitido receber presente, por que é proibido dar? Todavia, aos que
conhecem os guias das TJ desde seus primórdios, essas discrepâncias não são novidade
alguma; antes constituem a característica deles.

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CAPÍTULO 5__A RESPEITO DE DEUS

A Bíblia nos fala de pessoas que negam a Deus (1 Jo 2.22). Infelizmente as TJ


pertencem a esse grupo. Senão, vejamos:

5. 1. Negam Sua Onisciência

No livro intitulado Raciocínios à Base das Escrituras, página 117 há, como cabeçalho
de um subtópico, a seguinte pergunta: “Quando Deus criou Adão, será que sabia que Adão
ia pecar?”. Respondendo negativamente a esta pergunta, os líderes das TJ argumentam
dizendo que “Se Deus predestinou e previu o pecado de Adão e tudo o que resultaria
disso, significa que, ao criar Adão, Deus deliberadamente desencadeou toda a iniqüidade
cometida na história humana.” Concordamos com os líderes das TJ quando afirmam que
Deus não predestinou o pecado de Adão, mas discordamos da afirmação de que Ele não
sabia que Adão ia pecar, pois a Bíblia é categórica ao afirmar que Deus é presciente.
Compare algumas das muitas passagens bíblicas que asseguram isso com muita clareza: Sl
22.18 com Jo 19.23,24; Mt 26.34 com os versículos 69 a 75 deste mesmo capítulo. Outra
prova de que Deus sabia que Adão ia pecar, é o fato da Bíblia afirmar que Deus nos elegeu
em Cristo antes da fundação do mundo, Ef 1.4; 1 Pe 1.18-20; 2 Tm 1.9. Não provam estes
versículos que Deus previu a redenção pelo sangue de Cristo antes da criação do mundo? E
se Deus providenciou o nosso resgate pelo sangue de Jesus antes dos tempos dos séculos (2
Tm 1.9), não está provado que ele anteviu a nossa queda e preparou o remédio de antemão?
Segundo os líderes das TJ, “... Jeová tem a capacidade de predizer eventos, mas...
ele faz uso seletivo... dessa capacidade que tem... ” (Ibidem, páginas 116 e 117). Querem
dizer com isso que Deus tem o poder para ignorar o que Ele não quer saber. É como se
Deus possuísse em seu próprio ser duas teclas seletivas: a da onisciência e a da ignorância.
Dependendo da que teclar, Ele saberá ou não, do assunto em pauta.
Há muitos anos ouvimos um Ancião (chefe das TJ) dizer que Deus, ao criar Adão,
não sabia que este ia pecar. Pensávamos que ele estivesse falando isso de si mesmo, e por
isso nos limitamos a mostrar-lhe à luz da Bíblia, que ele estava equivocado. Ele demonstrou
concordar conosco, ao ficar cabisbaixo e pensativo. Mais tarde, porém, ao consultarmos os
livros editados pela liderança das TJ é que fomos saber que o referido Ancião falara em
nome da sua religião. Se é que podemos chamar isso de religião.
Realmente há textos bíblicos que parecem dizer que Deus não é onisciente. Por
exemplo, em Gn 22.12 encontramos Deus dizendo a Abraão: “... agora sei que temes a
Deus... ” Porém, as TJ não podem se servir disso para “provarem” que Deus não sabia de
antemão até onde ia o temor de Abraão a Deus, até que ele (Abraão) o demonstrou por
dispor-se a sacrificar o seu filho ao Senhor. A Bíblia está cheia de exemplos onde Deus,
para se fazer entender por nós, usa termos humanos que, se forem mal interpretados, nos
levarão a uma falsa idéia de Deus.
“Agora sei que temes a Deus” significa: a verdadeira fé não é estática, antes produz
fidelidade, sem a qual não será reconhecida por Deus como tal.
Se as TJ não aceitarem a explicação acima, acabarão por dizerem que Deus não
consegue saber lá do Céu o que está acontecendo no mundo, até que venha à Terra e veja
de perto se determinada coisa está ou não ocorrendo realmente, visto que em Gn 18.20,21,
encontramos Deus dizendo: “Disse mais Jeová: Porquanto o clamor de Sodoma e
Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, descerei

24
agora, e verei se com efeito têm praticado segundo este clamor, que é vindo até mim; e se
não, sabê-lo-ei.” Será que Deus tem que vir do Céu à Terra para saber do que está
acontecendo no mundo? Obviamente que não; todavia, é a essa conclusão descabida que
chegaremos, se estudarmos a Bíblia à parte dos princípios da Hermenêutica e sobretudo,
alienados do Espírito Santo. Até mesmo a onipresença de Deus poderia ser negada à “luz”
de Gn 18.20,21, visto que estes versículos nos dariam então duas “provas” contra esta
doutrina.

5. 2. Negam Sua Onipresença

Passagens bíblicas como a de Gn 18.20,21 acima considerada, levaram os líderes das


TJ a fazerem a seguinte declaração: “O verdadeiro Deus não é onipresente...” (Estudo
Perspicaz das Escrituras, volume I, página 690). Quão finito é o deus dos guias das TJ!
Basta-nos examinarmos trechos bíblicos como Sl 139.7-10; Mt 18.20; 28.20; At 7.59 etc.,
para vermos quão grande é essa blasfêmia!

5. 3. Negam Sua Onipotência

A onipresença e a onisciência são atributos exclusivos de Deus, e significam que Ele


pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo e sabe todas as coisas, respectivamente.
Daí se pode perceber que os chefes das TJ dizem com um canto da boca que Deus é Todo-
poderoso, mas com o outro canto da boca negam esta verdade. O Todo-poderoso deles não
é tão poderoso. Ele é limitado, não sendo, pois, o Deus da Bíblia.

5. 4. Negam Seus Nomes

O “nome” de Deus, na Bíblia, não significa uma combinação de sons . Antes


representa o seu caráter. Por não saberem disso, muitos aceitaram como verdade a heresia
de que Deus só tem um nome, que é Jeová. Tratamos deste assunto com profundidade, na
obra intitulada As Testemunhas de Jeová Versus Deus. Portanto, por agora queremos fazer
constar apenas que a Bíblia dá a Deus inúmeros nomes, além do de Jeová. Vejamos estes
três casos: Zeloso, Êx 34.14 (Ciumento na TNM); Redentor, Is 63.16 (Resgatador na
TNM); e Elohim, Gn 1.1 (Deuses no original hebraico).
Os nomes de Deus na Bíblia são adjetivos substantivados, logo Deus não tem nome
algum; Ele é tudo aquilo que seus nomes designam. Neste caso, conhecer mais e mais o
nome de Deus, como Jesus o refere em Jo 17.26, significa ampliar nossa intimidade com o
Senhor (Os 6.3).

5. 5. Negam Sua Triunidade

As TJ negam a Trindade, isto é, negam que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam
três Pessoas distintas, igualmente Divinas, constituindo uma só Divindade. Segundo elas,
só o Pai é Deus, na verdadeira concepção do termo. O filho é apenas a primeira, bem como
maior, de todas as outras criaturas. Quanto ao Espírito Santo, negam-lhe não só a
Divindade, mas também a pessoalidade. O desdém dessa seita para com a Pessoa do
Espírito Santo é tão acentuado, que escrevem o seu nome com minúsculas: espírito santo.

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Uma das “bases” sobre a qual as TJ se apóiam para negarem a Doutrina da Trindade,
é o fato de que este vocábulo é extrabíblico. Atentemos, porém, para o fato de que embora
não esteja registrada textualmente a frase, “Jesus é onipresente”, não é errado dizer que Ele
o é, pois Mt 18.20 no-lo diz categoricamente. Assim também a palavra Trindade. Ela não
aparece textualmente na Bíblia, mas está implícito e é facilmente verificável que as Pessoas
que integram a Deidade, são três.
A Doutrina da Trindade é um mistério intransponível. O Deus da Bíblia não é
suficientemente pequeno para caber dentro de nossas cabeças. Daí a necessidade de o
aceitarmos como Ele é. Deus não será o que nós gostaríamos que Ele fosse. Somos nós que
precisamos ser o que Ele quer que sejamos.
Vimos nos subtópicos anteriores deste capítulo, a idéia ridícula que os líderes das TJ
têm do Deus bíblico. Logo, eles não merecem crédito algum em assuntos teológicos. Por
conseguinte, se a Trindade existe ou não, o parecer deles não nos interessa, pois não é com
pessoas tão aquém da verdade que vamos aprofundar nosso conhecimento bíblico.
Como em todas as Ciências, na Teologia também há termos técnicos, e o vocábulo
Trindade é um desses termos. Trata-se de uma palavra extrabíblica e não antibíblica, criada
para dar nome ao fato bíblico de que Deus não é uma unidade absoluta, mas composta. Há
duas palavras no idioma original do Antigo Testamento, traduzidas por “um”, em nossas
Bíblias em Português: “ECHAD” e “YACHIDH”. Esta é absoluta, mas aquela é composta.
Em Gn 2.24, onde se diz que marido e mulher são uma só carne, o original diz “ECHAD”.
Esta mesma palavra aparece em Dt 6.4, onde é traduzida por único ou um, dependendo da
versão. Sua equivalente na língua grega é “HEIS”, e aparece em Jo 10.30, onde Jesus nos
informa que Ele e o Pai se transfundem de uma forma tão transcendental, que embora
distintos, constituem um só Deus. Por que o Espírito Santo optou por estas palavras-chaves,
para nos falar da unicidade de Deus? Certamente Ele estava lançando as bases para apoiar a
grande revelação neotestamentária de que Deus é Trindade!
No seu inglório afã de negar a Trindade, os “tradutores” da “bíblia” das TJ chamam o
Espírito Santo de “força ativa” em Gn 1.2. Fabricar uma “bíblia” que diga que o Espírito
Santo é o que eles gostariam que Ele fosse, foi o melhor meio que eles encontraram para
negar a personalidade do Espírito Santo e, conseqüentemente, a Sua Divindade.
Os líderes das TJ alegam na brochura intitulada Deve-se Crer na Trindade? que
Clemente de Alexandria; Irineu; Justino, o Mártir; e Hipólito, não acreditavam na Doutrina
da Trindade. Todo mundo sabe que estes foram fervorosos cristãos dos séculos II e III.
Todos os que estudam a História Eclesiástica sabem que estes homens foram grandes
apologistas da fé cristã e que por causa disso mesmo sofreram o martírio. Por este motivo,
os líderes das TJ caluniaram esses homens, dizendo que eles não criam no que se
convencionou chamar de Trindade. Sim, leitor, dizer que estes heróis da fé não criam na
Trindade é calúnia. Dispomos de provas documentais de que eles foram citados fora do
contexto. A verdade está escondida nas reticências. O que os líderes das TJ fazem na
referida brochura é tão absurdo quanto se alguém dissesse assim: “A Bíblia diz que Deus
não existe”. E para provar a “veracidade” de sua afirmação, transcrevesse o Sl 14.1 da
seguinte maneira: “... Não há Deus...” Os chefões das TJ esconderam das suas vítimas que:

JUSTINO, O MÁRTIR afirmou que “O Pai do Universo tem um filho, e Ele, sendo
o primogênito Verbo de Deus, é o próprio Deus”. [ ¹ ] Justino disse que Jesus é o “Senhor
dos Exércitos.” [²]

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IRINEU asseverou que acreditava que Jesus Cristo é “nosso Senhor, e Deus, e
Salvador e Rei”.[³] É verdade que Irineu disse que há um só Deus, mas os que crêem na
Trindade nunca negaram isso. Os trinitarianos crêem na pluralidade de Pessoas na
Divindade, porém, jamais pregaram a pluralidade da Divindade.

CLEMENTE DE ALEXANDRIA chamou Jesus de “igual ao Senhor do


Universo” [4] e negou que o Pai tinha existido em algum tempo sem o Filho, o que
equivale a dizer que Clemente acreditava que o Filho não é criatura, mas sim, coexistente
com o Pai desde a eternidade. [5]

HIPÓLITO escreveu que Deus, antes de criar o mundo, “... existia sozinho... na
pluralidade”.[6] Ora, que é existir na “pluralidade”? Não está claro que Hipólito acreditava
que há mais de uma Pessoa na Divindade?

CONCLUSÃO DESTE CAPÍTULO: Se os cristãos dos séculos II e III,


acreditavam que o Filho de Deus é incriado, coexistindo com o Pai desde a eternidade,
sendo igual a este em essência, cai por terra a pretensão do Corpo Governante de provar
que a Trindade é uma heresia criada no Concílio de Nicéia em 325 d.C. É tentando provar
que a Trindade é pós-Nicéia, que os guias espirituais das TJ fazem, fora do contexto, as
alegações acima consideradas e refutadas. Ora, o fato dos guias da TJ terem recorrido à
falcatrua para consubstanciarem a sua negação da Trindade, além de provar que eles não
têm uma base sólida, onde se apoiarem, os torna indignos de crédito e portanto
desqualificados como apologistas das verdades bíblicas.
Muitos dos falsos profetas que há no mundo são pessoas sinceras, que pregam
mentira, pensando estar pregando a verdade. Todavia, não é este o caso dos dirigentes das
TJ. Eles são fraudulentos e têm consciência disso. É bom, portanto, que os evitemos. Não é
lendo os escritos de homens tão inescrupulosos que vamos aprofundar nosso conhecimento
Teológico.
A Bíblia afirma que o Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus.
Diz ainda que uma é a Pessoa do Pai; que outra é a Pessoa do Filho; e que outra, distinta
das primeira e segunda Pessoas, é a Pessoa do Espírito Santo. Ora, se são três Pessoas
distintas e cada uma é Deus, a conclusão lógica, em termos humanos, é que há três Deuses.
Mas a Bíblia opõe à nossa mente limitada, dizendo-nos que há um só Deus. E então
deparamo-nos com um mistério intransponível. A este mistério insondável deu-se o nome
de Trindade. Não fazemos apologias da palavra Trindade, mas sim, do que este vocábulo
define. Este termo não é bíblico, mas o que o conceitua, o é.
Sempre que as TJ citam Mt 24.36 para “provarem” que Jesus não é Deus, retrucamos
que Jesus ignorava o dia e a hora de Sua vinda porque Ele havia se tornado homem. A este
argumento elas refutam dizendo que “se são três pessoas igualmente oniscientes, e uma
delas ignorava algo porque tinha se humanizado, então ainda existiam duas pessoas
oniscientes, a saber, o Pai e o Espírito Santo. Contudo, Jesus disse que só o Pai sabia. Deste
modo”, dizem elas, “a Trindade se torna insustentável”.Mas as TJ precisam saber que a
união que há entre as três Pessoas da Trindade é tão profunda, que podemos afirmar que só
determinado membro da Trindade é, o que os demais também são. Por exemplo, está
escrito que só Jeová sonda os corações (1 Rs 8.39), o que não impediu Jesus de nos dizer
que Ele também o faz (Ap 2.23). Segundo Mt 11.27 só Jesus conhece plenamente o Pai.
Mas, segundo 1 Co 2.10,11, só o Espírito Santo conhece plenamente o Pai. Jesus é o nosso

27
único Senhor, segundo 1 Co 8.6b, e Jd 4. Prova isso que o Pai de Jesus não é nosso Senhor?
Provaria, se as TJ estivessem certas em seu raciocínio. Contudo, o Pai é chamado de Senhor
de Gênesis a Apocalipse. Assim acabamos de provar que a expressão “só o Pai sabe”, não
exclui os demais integrantes da Trindade. “Só o Pai” significa que isto é coisa da alçada
exclusiva da Divindade, excetuando até mesmo o homem Jesus, ou seja, Jesus como
homem.
Nos próximos capítulos 6 e 7, respectivamente intituladas A RESPEITO DO
SENHOR JESUS e A RESPEITO DO ESPÍRITO SANTO, ao dissertarmos sobre Jesus e o
Espírito Santo, estaremos, assim, dando informações que corroboram com a Doutrina da
Trindade.

NOTAS ALUSIVAS ÀO CAPÍTULO 5

1– Porque Devo Crer na Trindade, páginas 28 e 29, Editora Candeia,


de.Robert.M.Browman Jr., citando Primeira Apologia, 63.
2 – Ibidem, Justino, o Mártir, Diálogo com Trifão, 36, em ANF 1.212.
3 – Ibidem, página 30, citando Irineu Contra Heresias, 1.10.1, em ANF 1.330.
4 – Ibidem, página 30, citando Clemente de Alexandria, Exortação aos Pagãos, 10,
em ANF, 2.202.
5 – Ibidem, Clemente: Miscelâneas [Stromata] 5.1, em ANF 2.444.
6 – Ibidem, página 33, citando Hipólito: Contra Naécio 10, em ANF 5.227.

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CAPÍTULO 6__A RESPEITO DO SENHOR JESUS

No nosso livro intitulado Análise da Cristologia das Testemunhas de Jeová


consideramos detalhadamente as distorções cristológicas praticadas pelas TJ. Todavia,
devido a exigüidade do espaço que aqui reservamos para tratarmos deste assunto, por agora
pretendemos ser mais sucintos.
A respeito da Pessoa de Jesus, as TJ fazem as seguintes afirmações:
a) Ele é a primeira, bem como a maior, de todas as criaturas de Deus;
b) Ele é o maior personagem do Universo, abaixo de Deus;
c) Ele é o arcanjo Miguel, o primeiro anjo que Deus criou;
d) Depois que Deus o fez, Ele ajudou Deus a criar todas as outras coisas;
e) Ele não é Deus (com “D” maiúsculo), mas sim, um deus (com “d” minúsculo);
f) É pecado adorá-lo, e, por conseguinte, dirigir-lhe orações. Podemos tão-somente
homenageá-lo;
g) Ele não morreu numa cruz, mas sim, num poste;
h) O corpo dEle está morto até hoje e assim permanecerá para sempre;
i) O corpo dEle está escondido onde só Deus sabe;
j) Ele já veio em 1.914;
k) Jesus de Nazaré morreu, e, portanto, não existe mais;
l) Ele só é mediador dos 144000;

Os equívocos teológicos acima registrados, são refutados abaixo na mesma ordem.


a) Se “sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3), se Ele fosse criatura isso
equivaleria a dizer que Ele teria criado a si mesmo, o que seria um contra senso.
Logo, o prólogo joanino sustenta que Jesus existe desde a eternidade, não sendo,
portanto, criatura.
b) Embora o homem Jesus seja menor do que os anjos (Hb 2.9) e portanto menor
do que Deus (Jo 14.28b), o lado Divino de Jesus é igual ao Pai (Jo 5.18; 14.9; Fp
2.6).
c) Se Miguel é “um dos primeiros príncipes” (Dn 10.13), então há outros iguais a
ele e, conseqüentemente, ele não é Jesus. Jesus é “o” e não “um dos.” Aliás, até
as TJ que não crêem que Jesus seja igual ao Pai, não poderiam crer,
coerentemente, que Miguel e Jesus sejam uma só pessoa, já que elas dizem que
“Ele é o segundo maior personagem do Universo.” (Raciocínios à Base das
Escrituras, página 210). Sim, o maior abaixo de Deus não pode ser um dos
maiores.
d) À luz de Is 44.24b, Deus criou o Universo sozinho, sem a ajuda de quem quer
que seja. Por conseguinte, Jesus atuou com o Pai na criação do mundo, não
como uma criatura à parte da Divindade, mas como membro da Deidade (Jo
1.3,10; Cl 1.14-17).
e) Jesus disse que Ele é digno de ser tão honrado quanto o Pai (Jo 5.23). Estão as
TJ obedecendo este mandamento, quando tentam diminuir o Senhor Jesus,
dando-lhe o título de “um deus”?
f) Bastaria citarmos Jo 5.23 novamente, porém, acrescentamos que os cristãos
primitivos invocavam a Jesus (At 7.59; 9.14; 1 Co 1.2; Ap 22.20).
g) No livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 171, as TJ
exibem uma ilustração da morte de Jesus, com as mãos unidas por um só prego

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que as prende à estaca. Ora, basta isso para notarmos que as TJ não estão
qualificadas para nos descreverem a morte de Jesus, considerando que a Bíblia
nos diz que foram usados dois pregos (Jo 20.25). Cadê o outro prego?
h) Desde os seus primórdios que as TJ negam a ressurreição corporal de Jesus.
Charles Taze Russel, o fundador dessa “religião” registrou na obra Estudos nas
Escrituras, volume V, página 454 que “... o homem Jesus está morto, morto
para sempre”.Ainda referindo-se ao corpo de Cristo, Russel disse o seguinte:
“... se foi dissolvido em gases ou se continua preservado em algum lugar...
ninguém sabe.” (Ibidem, Volume II, página 129).
Vimos acima que Russel disse que ninguém sabia o que fora feito do corpo de
Jesus. Mas, atualmente os líderes das TJ já “desvendaram” o mistério. No livro
Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 143-145, parágrafos 6-
10, eles asseveram com argumentos diversos, inclusive citando várias
referências bíblicas, que Deus removeu do sepulcro o corpo de Jesus, e o
escondeu, como no passado fizera com o corpo de Moisés. Reza no parágrafo 8
o seguinte: “Então, que aconteceu ao corpo carnal de Jesus? Não encontraram
os discípulos o seu túmulo vazio? Sim, porque Deus removeu o corpo de Jesus.
Por que fez Deus Isso? Cumpriu-se o que havia sido escrito na Bíblia. (Salmo
16:10; At 2:31). Por isso Jeová achou bom remover o corpo de Jesus, assim
como fizera antes com o corpo de Moisés (Deuteronômio 34:5,6)...”
A crença errônea de que Jesus não ressuscitou no mesmo corpo, levou os líderes
das TJ à seguinte conclusão: “... Jesus de Nazaré, não mais existe. Foi morto
em 33 *EC” (Despertai! De 22/12/1.984, página 20).
i) O que dissemos sobre o item “h”, pode ser dito aqui também.
j) É promessa bíblica de que um dia Jesus voltará (Jo 14.1-3; Mt 24.30; 1 Ts 4.13-
18; Hb 9.28 etc.). Os cristãos aguardam, pois, a vinda de Jesus. As TJ, porém,
crêem que Jesus já veio em 1.914. Uma das provas disso está à página 183 do
livro delas intitulado Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, parágrafo
23, que diz: “Sim, desde que JESUS VOLTOU e se sentou no seu trono
celestial...”(grifo nosso).
As TJ não crêem que Jesus tenha vindo literalmente à Terra, em 1.914. Elas
entendem que essa “volta” é no sentido que Ele dirige, de forma especial, Sua
atenção à Terra. Queira ver Testemunhas de Jeová – Proclamadores do Reino de
Deus, página 144, editado pelas TJ. Elas chamam a isso também de entronização
de Cristo. É que elas crêem que na data acima Jesus foi entronizado lá no Céu,
qual Rei do planeta Terra. A essa suposta entronização de Cristo, elas chamam
de “volta de Jesus”. À página 147 de Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na
Terra, parágrafos 16 e 17, elas dizem que “a evidência bíblica mostra que no
ano de 1.914... o tempo de Deus chegou para Cristo voltar e começar a
dominar...” E acrescentam que essa “volta de Cristo é invisível.”
O vocábulo original traduzido em nossas Bíblias por “vinda”, é “parousia” que,
de acordo com o contexto pode significar “vinda” ou “presença”. “Parousia”
está vertido por “presença” com muita freqüência na TNM (queira ver Mt 24.27,
na TNM). É importante sabermos desses fatos, para entendermos o que as TJ
estão querendo dizer quando afirmam que Jesus está presente desde 1.914.
Quase que invariavelmente, quando os líderes das TJ dizem que Jesus está
presente, estão se referindo ao suposto emposse de Cristo, datado de 1.914.

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Atualmente as TJ proclamam que Cristo veio (ou está presente) desde 1.914,
mas antigamente diziam que o tal evento tinha ocorrido em 1.874. Senão, vamos
à prova:
“O nosso Senhor, o Rei nomeado, já está presente, desde outubro de
1.874...”(Estudos nas Escrituras, Volume IV, página 621).
O fato de os chefes das TJ serem tão volúveis quanto ao que eles chamam de
entronização, presença, vinda, volta, e emposse de Jesus, é um bom motivo para
não darmos crédito a eles.
Embora as TJ proclamem aos quatro ventos que Jesus já veio em 1914, elas
dizem ao mesmo tempo, como se pode ver em 13.1, que Jesus há de vir na Sua
glória. Vale ressaltar que essa vinda futura, da qual as TJ falam, também não é
literal, mas tão simbólica quanto à que teria ocorrido em 1914. Refere-se a uma
outra fase do suposto poder régio que teria sido conferido a Cristo em 1914.
Como sabemos, a data atual apresentada pelas TJ como a da volta de Cristo é o
ano 1.914. Isso é ridículo. Não aconteceu nada do que as TJ dizem, naquele ano.
Em 1.914 só ocorreram três coisas marcantes: 1ª) o início da Primeira Guerra
Mundial. 2ª) A frustração das TJ, pois Russell havia previsto que então se
concretizaria o Armagedom. (Estudos nas Escrituras, Volume II, página 101:
“... a ‘batalha do grande dia de Deus Todo-Poderoso’ (Ap 16.14), que
terminará em 1.914 A.D. com a destruição dos atuais reinos da terra, já
começou,” (ênfase acrescentada). Em a revista A Sentinela (em inglês) de março
de 1.880, página 2, as TJ registraram o seguinte: “Os tempos dos Gentios se
estendem até 1.914 e o reino celestial não terá pleno domínio até aquela data”
(citada em Seja Deus Verdadeiro, página 249, edição de 1.955). 3ª) A
necessidade de se criar uma nova data para o Armagedom. Como o atual sistema
corrupto não foi destruído em 1.914, como previra Russell, então pouco tempo
depois os líderes das TJ fizeram os seguintes ajustes: a “vinda” de Jesus, que
segundo eles havia ocorrido em 1.874, passou a ser um evento datado de 1.914.
E o Armagedom, até então previsto para 1.914, passou a ser previsto para outras
datas: 1.918, 1.920, 1.925, 1.941, 1.975 e 2.000. Isto significa que a última
previsão falhou há pouco tempo.
Previram mesmo as TJ o Armagedom para no máximo a tardar até dezembro do
ano 2.000? Sim, pois na revista A Sentinela de 01/01/1.989, página 12, lemos:
“...O apóstolo Paulo servia de ponta de lança na atividade missionária cristã.
Ele também lançava o alicerce para uma obra que seria terminada em nosso
século 20.”
Como o leitor acaba de ver, os líderes das TJ publicaram em 1.989 que a obra de
evangelização da qual o apóstolo Paulo servia de ponta de lança, e da qual
também lançava o alicerce, seria terminada no século 20. Isto prova que eles
ensinaram que no início do século 21, já não pregariam mais o Evangelho, por já
estarem na Terra Paradisíaca. E, como sabemos, a Terra não será paraíso antes
do Armagedom.
As TJ sabem que seus líderes pregaram que o Armagedom ocorreria no século
20? Pelo menos a maioria não sabe, segundo nos consta. O porquê disso é que
depois que eles fizeram essa previsão, eles mudaram de opinião. Contudo, não
se retrataram publicamente, mas apenas pararam de tocar neste assunto. E, deste
modo, a última previsão caiu no esquecimento.

31

14
Talvez haja entre as TJ alguém que saiba que seus guias previram em 1.989 que
o Armagedom teria lugar dentro do século 20; mas, se há, são tão poucos que
ainda não encontramos sequer um.
As TJ pregam que quando da entronização de Cristo em 4/5 de outubro de
1.914, cumpriu-se Ap 12.7-12, quando então o Diabo e os demônios, ao serem
expulsos do Céu e lançados na Terra, instigaram as nações à briga, donde
eclodiu a Primeira Guerra Mundial. Mas esta seqüência colide com o fato de tal
guerra ter começado em 28 de julho, mais de dois meses antes da suposta
entronização de Cristo e a subseqüente expulsão de Satanás e seus anjos que,
por sua vez, causaria o grande conflito. O leitor pode conferir o que aqui
denunciamos, consultando qualquer enciclopédia e depois comparar com o que
os líderes das TJ registraram nas seguintes obras: Raciocínios à Base das
Escrituras, página 113, edição de 1.985; e Poderá Viver Para Sempre no Paraíso
na Terra, páginas 20-22.
l) Como já vimos no capítulo 1 (1. 3), em A Sentinela de 15/09/1979, os guias das
TJ perguntam: “Será que Jesus é ‘mediador’ só dos cristãos ungidos?”. E em seguida
respondem:“De modo que, em estrito sentido bíblico, Jesus é o ‘mediador’ apenas dos
cristãos ungidos”, isto é, dos 144.000. Ora, quem não têm Cristo como seu mediador, é um
perdido, visto que ninguém vai ao Pai senão por Jesus (Jo14.6). Para que o dito fique pelo
não dito, pelo menos pro forma as TJ oram a Jeová em nome de Jesus. Ora, se devemos
orar em nome de Jesus, então Ele é nosso mediador. Por outro lado, se Ele não é nosso
mediador, então não há porque orar ao Pai em Seu nome.

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CAPÍTULO 7__A RESPEITO DO ESPÍRITO SANTO

Outra heresia pregada pelas TJ é a negação da personalidade e Divindade do Espírito


Santo. Tachamos isso de heresia porque a Bíblia diz claramente que o Espírito Santo é
pessoal e Divino.

7. 1.A Pessoalidade do Espírito Santo

Atos pessoais são atribuídos ao Espírito Santo.


O Pastor Myer Pearlman, em seu livro intitulado Conhecendo as Doutrinas da Bíblia,
à página 180, 16ª edição, define a personalidade da seguinte maneira: “É aquilo que possui
inteligência, sentimento e vontade”. Esta definição é tão autêntica que não cremos na
possibilidade de alguém retrucá-la. E assim fica fácil sabermos se o Espírito Santo é ou não
um ser pessoal. Basta lermos a Bíblia. Sim, as Escrituras Sagradas asseguram que o
Espírito Santo tem:
a. INTELIGÊNCIA – Segundo Jo 16.13 Ele fala do que escuta e, como todos
sabemos, só um ser portador de intelecto, pode fazer isso.
b. SENTIMENTO – À luz de Ef 4.30 o Espírito pode ser entristecido, pois aí se pede
para não entristecermos a Ele. Ora, a ordem para não entristecermos o Espírito,
equivale a dizer que devemos mantê-lo alegre, pois para quê tanto cuidado para
não o entristecermos, se tristeza fosse o seu normal? Assim podemos ver que o
Espírito Santo pode se alegrar ou se entristecer. Além disso, Rm 15.30 assegura
que Ele (o Espírito Santo) ama. Ora, amor é um sentimento. Assim podemos ver
nestas duas referências bíblicas que o Espírito Santo se alegra, se entristece e ama.
E alegria, tristeza e amor, não são sentimentos? Pode uma força ativa fazer isso?
Claro que não.
c. VONTADE – 1 Co 12.11 garante que o Espírito Santo tem vontade. E Rm 8.27
diz que Deus sabe qual é a INTENÇÃO do Espírito Santo. Deste modo fica
patente que o Espírito Santo preenche todos os requisitos que um ser precisa
preencher para ser considerado como pessoa. Ele satisfaz todas as exigências. Ele
tem intelecto, vontade e sentimentos. O que as TJ entendem por pessoa?
Além dos atos pessoais supra, atribuídos ao Espírito Santo, há muitos outros casos,
dos quais listamos apenas os que vem a seguir:
a. O Espírito Santo geme inexprimivelmente (Rm 8.26).
b. O Espírito Santo discorda (At 16.6,7).
c. O Espírito Santo concorda (At 15.28).
d. O Espírito Santo intercede (isto é, ora) por nós (Rm 8.26).
O fato da Bíblia dizer que o Espírito Santo foi derramado (At 2.17); que os apóstolos
foram batizados nEle (At 1.5); e que dEle ficaram cheios (At 2.4) é, segundo crêem as TJ,
provas bíblicas de sua impessoalidade. Porém, se esse critério fosse válido, poderíamos
negar a pessoalidade do apóstolo Paulo e do Senhor Jesus, já que a Bíblia diz também que
Paulo foi derramado (2 Tm 4.6) e que Jesus, em quem fomos batizados (Rm 6.3), tudo
enche (Ef 1.23).
Vê-se, pois, que as TJ confundem pessoalidade com corporalidade.
Força de expressão é o que não falta na Bíblia. Em Jo 14.23 Jesus promete morar em
nós, juntamente com o Pai. Seria razoável argumentarmos à base disso, dizendo que, uma
vez que uma pessoa não pode morar dentro da outra, então o Pai e o Filho não são pessoas?

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As TJ às vezes alegam que os atos pessoais atribuídos ao Espírito Santo são
personalização. Mas, ao argumentarem assim, perguntemos: onde está escrito? A esta
pergunta não ouviremos a resposta, mas somente evasivas.

7. 2. A Divindade do Espírito Santo

O apóstolo Pedro disse que Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3) e, por
conseguinte, a Deus (At 5.4). Se mentir ao Espírito Santo, é mentir a Deus, então Ele é
Deus.
1 Co 6.19 diz que nós, os cristãos, somos o templo do Espírito. Ora, só a Deus se
dedica templo. Como sabemos, nenhuma frase será bem estruturada até que haja, entre as
palavras que a constituem, uma associação de idéias. A palavra gaiola tem que ter alguma
relação com pássaro. E o vocábulo chiqueiro tem que estar ligada de alguma forma com o
substantivo porco. Quando isso não ocorre, diz-se que não se está falando coisa com coisa.
Deste modo, se somos o Templo do Espírito Santo, então Ele é Deus.
A Bíblia diz que o Espírito Santo é Senhor (2 Co 3.18 ARA). Este versículo, além de
provar a personalidade do Espírito Santo, prova também a Sua Divindade. Claro, só Deus é
Senhor!
Há, na língua original do Novo Testamento, duas palavras equivalentes a “outro” em
Português: ÉTEROS e ALLOS. Esta significa outro da mesma espécie, da mesma
qualidade e da mesma natureza. Mas aquela significa “outro” diferente. João, por saber que
os membros da Trindade são iguais, ao registrar que Jesus nos prometeu outro Consolador,
optou pelo vocábulo ALLOS, querendo dizer com isto que o outro Consolador que Deus
nos deu mediante os rogos de Jesus, é igual a este. Logo, o Espírito Santo tem que ser tão
pessoal quanto Jesus. Sim, se Jesus é um personagem, então o Espírito Santo também é. E
se o Espírito Santo é apenas uma força ativa, como querem as TJ, então Jesus também é
força ativa. Deste modo temos em Jo 14.16, mais uma exibição da Deidade do Espírito. O
raciocínio é o seguinte: se Jesus é igual ao Pai (Jo 5.18), e não difere do Espírito Santo,
então este é igual ao Pai e ao Filho, o que prova a Sua personalidade e Divindade.

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CAPÍTULO 8__A RESPEITO DA BÍBLIA

Os “mestres” das TJ não têm para com a Bíblia, o apreço que fingem ter. A impressão
que os líderes das TJ deixam nas pessoas que ignoram o que eles realmente pensam da
Bíblia, é que eles crêem que ela é a pura, santa, perfeita e infalível Palavra de Deus. Mas
dispomos de provas documentais de que eles realmente não crêem na Bíblia. Eles
subestimam a Bíblia. Mas por saberem que ela é poderosa para desmascará-los, eles têm
mais medo dela do que o Diabo, da cruz. Por este motivo eles sempre procuraram, ou
desacreditá-la ou entreter suas vítimas, dando-lhes as “cartilhas” por eles editadas, as quais
lhes são apresentadas como sendo superiores à Bíblia. Eles induzem suas vítimas a
preterirem a Bíblia, priorizando os livros e brochuras que eles editam. Quanto a isso eles
são iguais à cúpula da Igreja Católica, pois também dizem arrogantemente que o encargo de
interpretar a Bíblia corretamente foi confiado por Deus exclusivamente a eles, cabendo aos
seus liderados a “sublime” missão de lerem seus escritos, memorizá-los e repeti-los, como
se fossem meros robôs.
Exibimos abaixo as provas do que dissemos acima, sem aprofundarmos muito neste
tema, mas fornecendo tão-somente algumas informações, para que nossos leitores
continuem vendo que a Bíblia é traída pelos chefes das TJ, os quais:

8. 1. Negam a Bíblia

Dissemos que os líderes das TJ, embora finjam crer na Bíblia, dizendo às vezes que
ela é a infalível Palavra de Deus, não crêem de fato nisto. Eis a prova: “Seguindo-se à
morte de Russell a sociedade preparou a publicação do volume VII, O Ministério
Consumado... Aquele livro contém alguns erros, isto é francamente admitido. Entretanto,
A BÍBLIA TAMBÉM CONTÉM ALGUNS”.(Revista The WatchTower, página 103,
01/04/1.920, grifo nosso).
Não pense o leitor que os mentores das TJ estejam se referindo aos erros dos copistas
e tradutores, visto que tais equívocos não podem ser atribuídos à Bíblia. Realmente a Bíblia
não se responsabiliza pelos erros de seus copistas, tradutores e leitores. Pelo contrário, estes
é que serão responsabilizados por ela.

8. 2. Preterem a Bíblia

Neste tópico pretendemos provar que os dirigentes das TJ dizem que é preferível ler
seus escritos, a ler a Bíblia. Eles “garantem” que quem lê somente as suas obras, e não lê a
Bíblia, sai das trevas e entra na luz. E que aquele que pára de ler suas publicações e passa a
ler somente a Bíblia, sai da luz e entra nas trevas. Senão, vamos às provas: em 1.964 uma
senhora perguntou aos chefes das TJ se é verdade que o fundador da religião das TJ havia
afirmado que ler os seus escritos era melhor do que ler a Bíblia. Ao responder à pergunta, o
Corpo Governante foi extremamente prolixo, tal qual o conhecidíssimo “político” do
programa humorístico A Praça é Nossa, do SBT, tentando “provar” que Charles Taze
Russell estava sendo caluniado. E, depois de toda a “argumentação” objetivando provar a
“inocência” do dito-cujo, os guias das TJ acharam por bem reproduzir as palavras do
saudoso, para que todos possam examinar por si mesmos o que realmente escreveu o
pioneiro das TJ, e se cientificar de que verdadeiramente as palavras de Russell estavam
sendo torcidas. Mas, ao ler o referido texto, tivemos que ceder à força das evidências, de

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que realmente Russell cometera o crime de que era acusado. Sim, leitor, o Corpo
Governante disse com todas as letras que as palavras de Russell, as quais estavam sendo
torcidas, eram as seguintes: “Ademais, não só descobrimos que as pessoas, ao estudarem
apenas a Bíblia, não podem discernir o plano divino, mas também descobrimos que, se
alguém puser de lado os Estudos das Escrituras, mesmo depois de já os ter usado, e de se
tornar familiarizado com eles, após os ter lido durante dez anos se então alguém os puser
de lado e ignorá-los, indo somente à Bíblia, embora entenda a Bíblia por dez anos, a nossa
experiência mostra que dentro de dois anos ficará em trevas. Por outro lado, se tivesse
simplesmente lido os Estudos das Escrituras, junto com as suas referências, e não lesse
uma página da Bíblia sequer, esse alguém estaria na luz no fim de dois anos, porque teria
a luz das Escrituras”.(A Sentinela, 15/08/1.964, página 511.)
É possível alguém ler a transcrição acima e chegar à mesma conclusão dos chefes das
TJ de que as acusações contra o réu não procedem?
Um dos argumentos constantes da revista supracitada, objetivando “provar” que
Russel não disse o que disse, é que Russel, referindo-se à obra de sua autoria intitulada
Estudos das Escrituras disse que a mesma “não tem por objetivo suplantar a Bíblia.” Mas
como não, se ele disse sem rodeios que aquele que lesse só “os Estudos das Escrituras,
junto com as suas referências, e não lesse uma página da Bíblia sequer...estaria na
luz...?” o leitor viu ainda que Russel disse, e o Corpo Governante não pôde negar, que se
alguém puser de lado os seis volumes do seu “Estudos das Escrituras,... indo somente à
Bíblia... ficará nas trevas.”

8. 3. Monopolizam a Bíblia

Deixamos claro na introdução a este capítulo que os líderes supremos das TJ se


julgam donos da verdade, e que por isso impõem às suas vítimas uma sujeição cega às suas
“explicações” da Bíblia, desestimulando-os a beberem direto na fonte. Isto está provado
como 2 + 2 são 4, no tópico 8.2 deste capítulo. Porém, sob o cabeçalho “Monopolizam a
Bíblia” que serve de epígrafe deste terceiro tópico, pretendemos provar que eles ousam
dizer que a Bíblia é propriedade exclusiva da organização religiosa da qual são líderes e
que portanto, ninguém pode entender a Bíblia à parte das orientações deles. Além disso, os
seus liderados (ou seus robôs), têm que crer em tudo que eles (os líderes) pregam.
Antes de exibirmos as provas do que afirmamos neste tópico, achamos por bem
explicar resumidamente alguns termos constantes da literatura das TJ, e que não são do
domínio público. Isto fazemos para facilitarmos a compreensão das transcrições
comprobatórias abaixo efetuadas. Ei-los:
SENTINELA: uma das revistas editadas pelas TJ.
ANUÁRIO DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: uma publicação anual, contendo
um relatório das atividades mundiais das TJ, relativas ao ano anterior.
ORGANIZAÇÃO: uma referência ao grupo religioso das TJ.
ESCRAVO FIEL E DISCRETO: as TJ pensam que estas palavras designam o
grupo dos 144.000, mas na prática refere-se ao Corpo Governante (os líderes supremos das
TJ como já informamos).
CANAL DE COMUNICAÇÃO: o mesmo que Corpo Governante, visto como
porta-voz dos 144.000, ou escravo fiel e discreto.
QUALIFICADOS PARA SER MINISTROS: um dos livros editados pelos líderes
das TJ.

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Agora vamos às prometidas transcrições.
“... A verdade que havemos de publicar são aquelas que a organização do escravo
discreto fornece, não algumas opiniões pessoais, contrárias ao que o escravo providenciou
como sendo sustento conveniente.”(A Sentinela, novembro de 1.952, página 164 § 11). Não
está claro que eles querem nos robotizar?
“... Se tivermos amor a Jeová, e à organização de seu povo, não teremos suspeitas,
mas, como diz a Bíblia, ‘creremos em todas as coisas’, todas as coisas que A Sentinela
esclarece, uma vez que tem sido fiel em nos dar conhecimento dos propósitos de Deus e em
nos guiar no caminho da paz, da segurança e da verdade, desde seu início até o dia atual”
(Qualificados Para Ser Ministros, página 144, § 5, edição de 1.959).
“... Idéias independentes... são... perigosas... Conheceríamos o caminho da verdade
se não tivesse havido a ajuda da organização? Podemos realmente passar sem a
orientação da organização de Deus? Não, não podemos...” (A Sentinela, 15/07/1. 983,
página 27, § 19,20).
“... Todos nós precisamos de ajuda para entender a Bíblia, e não podemos encontrar
a orientação bíblica de que precisamos fora da organização do escravo fiel e discreto”. (A
Sentinela, 15/08/1.981, página 19).
“... Assim, a Bíblia é um livro de organização e pertence à congregação cristã como
organização, não a indivíduos, não importa quão sinceramente creiam poder interpretar a
Bíblia. Por esta razão, a Bíblia não pode ser devidamente entendida sem se ter presente a
organização visível de Jeová...” (A Sentinela, 01/06/1.968, página 327, § 9 ).
“... que faria eu com minha Bíblia... se não usasse A Sentinela para entendê-la?...”
(Anuário das Testemunhas de Jeová, de 1.983, páginas 20,21).
Cremos que provamos com as transcrições acima que os líderes das TJ monopolizam
a Bíblia, isto é, transformam a Bíblia em propriedade particular deles. Este arrogante gesto
tem por objetivo privar-nos do direito de dialogar com eles sobre a Bíblia, em pé de
igualdade e de ponderá-los. Sim, porque se o encargo de interpretar a Bíblia com
autenticidade foi confiado por Deus exclusivamente a eles, quem somos nós para
questioná-los?
Como vimos, eles insistem em dizer que as TJ por eles lideradas não podem pregar,
senão o que eles previamente fornecem, e que à parte deles, ninguém entende a Bíblia. Não
equivale isso a exigir obediência cega e incondicional, como se eles fossem Deuses
Onipotentes?

8. 4. Adulteram a Bíblia

Os poderosos chefões das TJ foram ousados o bastante para adulterarem a Bíblia.


Para tanto forjaram sua própria “tradução” à qual dão o nome de TNM - Tradução do Novo
Mundo das Escrituras Sagradas. Alegam que esta tradução é a mais certa, quando, na
verdade, é a mais errada de todas. Todas as traduções da Bíblia contêm erros, mas a das TJ
é a mais errada. Ela foi torcida de propósito, para dar suporte às suas heresias. Porque
inventaram que Jesus não morreu numa cruz, a “bíblia” deles diz que foi numa estaca (Mt
27. 35-40); porque inventaram que é pecado adorar o Senhor Jesus Cristo, todas as vezes
que a Bíblia manda adorar a Jesus, eles trocam o verbo “adorar” pelo verbo
“homenagear” (Hb 1.6. Neste versículo, a TNM nova [não a antiga] diz assim: “... E todos
os anjos de Deus lhe prestem homenagem”); porque inventaram que Jesus não é Deus, na
verdadeira concepção do termo, a “bíblia” deles diz que Jesus é um deus (com “d”

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minúsculo, precedido de um artigo indefinido); e assim por diante (Queira ver Jo 1.1, na
TNM).
Até hoje os líderes supremos das TJ escondem do povo os nomes dos “tradutores” da
“bíblia” deles. Dizem que tais “tradutores” são tão humildes que preferem ficar no
anonimato. Mas, segundo o senhor Cetner, que trabalhou na matriz mundial das TJ em
Brooklyn, New York, o porquê desse anonimato é que tais “tradutores” não conheciam o
hebraico e o grego, as línguas em que a Bíblia foi escrita originalmente. É que eles,
segundo Cetner, não quiseram se expor ao ridículo de terem seus nomes constando no
frontispício da TNM.
A partir de uma tradução real de um livro, qualquer pessoa pode forjar a sua própria
“tradução”, mudando a adequação vocabulária e trocando os vocábulos por seus sinônimos.
Só para dar um exemplo, veja como ficaria a “tradução” de Jo 3.16: “Porque Deus sentiu
pela humanidade um amor tão grande que deu o seu único filho, a fim de que todo aquele
que nEle deposite confiança não morra, antes viva para sempre”. É algo similar a isto que
os “tradutores” da TNM fizeram? O senhor Cetner responde positivamente a esta pergunta.
(Queira ver Testemunhas de Jeová, Volume I, página 73 – Esequias Soares da Silva –
Editora Candeia, 2ª edição de 1.993).

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CAPÍTULO 9__ SOBRE TRANSFUSÃO DE SANGUE

É de domínio público que as TJ preferem a morte a se submeterem a uma transfusão


de sangue. Achamos isso muito estranho, mas as TJ alegam que o fazem em obediência à
Bíblia. Dentre as muitas passagens bíblicas citadas por elas no intuito de darem suporte a
essa crença, sobressai At 15.28,29. Porém, será que o Corpo Governante das TJ não está
equivocado? Esta pergunta tem pelo menos quatro razões de ser:
1ª) Ninguém é dono da verdade e os líderes das TJ não são exceção à regra. Logo, você não
deve seguir a quem quer que seja, cegamente. Estude, pois, a Bíblia e tire sua própria
conclusão. Você tem este direito (At 17.11).
2ª) Os líderes das TJ proibiram a vacinação de 1.931 a 1.952 (The Golden Age [conhecida
atualmente pelo nome de Despertai!] de 04/02/1.931, página 293).
3ª) Os transplantes de órgãos também foram proibidos pelos chefes das TJ entre os anos
1.967 e 1.980 (Despertai! de 08/12/1.968, página 22 e A Sentinela de 01/06/1.968,
página 349).
Só Deus sabe quantas pessoas foram prejudicadas por terem se submetido a essas
proibições! Quantos morreram? Quantas vítimas de paralisia infantil, e outras doenças,
esse gesto irresponsável dos guias das TJ causou?
4ª) Quanto às transfusões de sangue, os líderes das TJ não têm se demonstrado menos
volúveis e precipitados. Em 1.945 eles asseguraram à página 29 da revista
“Consolação” (Despertai!), em holandês, que “Deus jamais justificou determinações
que proíbam... transfusões de sangue.” Nesta mesma página tacham os que são
contrários às transfusões de sangue de “iguais aos fariseus.” Porém, naquele mesmo
ano, ou melhor, poucos dias depois, publicaram que transfundir sangue é pecado. Isto
nos leva a crer que a qualquer hora dessas o Corpo Governante poderá receber uma
“nova luz” e liberar as transfusões de sangue, como fizeram em relação às proibições
sobre vacinação e transplantes de órgãos. Por que não, se já o fizeram outras vezes?

As TJ crêem que transfundir sangue é um pecado tão grave quanto comê-lo. Ora,
podemos provar que comer sangue é diferente de transfundi-lo. Todavia, não precisamos
entrar no mérito dessa questão. Basta-nos provarmos a elas que a Bíblia não proíbe comer
sangue. Senão, vejamos:
Os versículos 28 e 29 de At 15 podem ser parafraseados assim: “No que diz respeito
aos preceitos cerimoniais da Lei de Moisés (aos quais não estamos sujeitos, pois
praticando-os ou não, seremos salvos pela graça por meio da fé), pareceu bem ao Espírito
Santo, assim como a nós, que vocês (para não escandalizarem os nossos irmãos judaicos
que com vocês congregam) façam o seguinte: não se alimentem de sangue, não comam o
sufocado e o oferecido a ídolos, bem como se abdiquem do que eles consideram ser
relações sexuais ilícitas, isto é, o casamento entre judeus e gentios ou ainda a prática do
coito durante a menstruação.”
Uma das provas de que a paráfrase acima é uma boa interpretação, é o fato de que
este texto só proíbe quatro coisas. Só há quatro pecados?
Nem tudo que os cristãos primitivos faziam, deve ser praticado pela Igreja hodierna.
Por exemplo, o apóstolo Paulo, por se fazer de fraco para ganhar os fracos (1 Co 9.22),
circuncidou Timóteo (At 16.3) e fez um voto que implicou em rapar a cabeça (At 18.18),
obviamente o voto de nazireu prescrito em Nm 6.1-21. Isto prova que muitas das decisões

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tomadas pela Igreja primitiva, eram medidas circunstanciais, e portanto regionais e
temporais. Caso contrário teríamos que observar até hoje a circuncisão e o nazireado.
Geralmente os evangélicos aquiescem que a circuncisão de Timóteo e o voto de
nazireu praticados por Paulo não constituem normas transculturais e eternas para a Igreja.
Mas a grande pergunta é: teriam os preceitos de At 15.28-29, a mesma razão de ser? A
resposta é que muitos já concluíram que sim. Vejamos estes exemplos:
a) Pastor Raimundo F. de Oliveira
Este erudito pastor, em seu livro Como Estudar e Interpretar a Bíblia, edição CPAD –
Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1.986, à página 139, explicando 1 Co capítulo
8, disse: “... Para Paulo, comer carne sacrificada a ídolos não significa nada. Mas, por
causa daqueles que estavam à sua volta e que pensavam que isto implicava em pecado, ele
não comia...” Deste modo o pastor Raimundo reconhece que o apóstolo Paulo não via a
restrição sobre o sacrificado aos ídolos como um mandamento moral, mas sim, como um
respeito à consciência alheia. E, segundo o livro Administração Eclesiástica, dos pastores
Nemuel Kessler e Samuel Câmara, também editado pela CPAD, 2ª edição de 1.992, página
100, a CPAD não publica livro algum, sem antes submetê-lo ao Conselho de Doutrina da
Convenção Geral das Assembléias de Deus, que examina se “nada contraria as doutrinas
esposadas pelas Assembléias de Deus.” Logo, a cúpula assembleiana aprovou o livro
supracitado, da autoria do pastor Raimundo. E, sendo assim, fica claro que pelo menos um
dos mandamentos constantes de At 15.29, não precisa ser observado (a não ser por questão
de consciência), segundo a alta liderança das Assembléias de Deus. Ora, se um dos
mandamentos registrados em At 15.29, não é moral, os demais mandamentos registrados
neste versículo também não podem ser morais, pois tamanha falta de coerência ou
associação de idéias constituiria insuperável violência à Hermenêutica.
b) Bíblia de Estudo Pentecostal
Os comentaristas da Bíblia de Estudo Pentecostal concordam que as restrições de At
15.29 visavam apenas a não ferir a consciência dos judeus, pois como nota de rodapé, em
explicação do texto em apreço, dizem: “... O Espírito Santo (v. 28) estabeleceu certos
limites que possibilitam a convivência harmoniosa entre os cristãos judaicos e seus irmãos
gentios. Os gentios deviam se abster de certas práticas consideradas ofensivas aos judeus
(v. 29). Uma das maneiras de medir a maturidade do cristão é ver a sua disposição de
refrear-se das práticas que certos cristãos consideram certas e outros consideram erradas
(ver o ensino bíblico por Paulo, em 1 Co 8.1-11).”
c) Bíblias de Estudo Católicas
A Edições Paulinas (editora católica) publicou uma Bíblia de estudo, baseada na
versão do Padre Matos Soares, a qual, comentando At 15.28-29 diz: “... Medidas
disciplinares de prudência, as quais, sendo de caráter provisório e visando tão-somente a
facilitar as relações entre gentios e judeus, caíram, quando a fusão se completou”.
O Novo Testamento editado pela Pia Sociedade da São Paulo, comentado pelo Padre
Euzébio Tintori, edição de 1.950, referindo-se ao texto ora em análise, diz: “... São Tiago...
propõe algumas medidas disciplinares de prudência com o intuito provisório de facilitar as
relações entre judeus e gentios”.
É verdade que as explicações do clero católico não nos dizem muito, mas como
sabemos, não divergimos deles em tudo. E, neste caso, embora por mera coincidência, há
convergência entre eles e nós, integrantes do clero evangélico.
d) O Parecer do Irmão Aldo

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O ex-TJ, Aldo dos Santos Menezes, em sua apostila “Transfusão de Sangue”, página
10, referindo-se à decisão registrada em At 15.28-29, disse: “... Primeira: o decreto
apostólico não foi aplicado a TODOS os cristãos do primeiro século, mas unicamente aos
gentios. Segunda: o decreto limitava-se a certa área, era regional, não universal” (grifo no
original).
Cremos que a postura supra, do irmão Aldo, encontra respaldo em At 15.19,20 e 23.
Destes três versículos, os dois primeiros indicam que se tratava de uma ordem aos cristãos
entre os gentios, e o último circunscreve Antioquia, Síria e Cilícia.
Enquanto parafraseávamos At 15.28-29, deixamos claro que somos da opinião de que
a palavra original (porneia), que nas nossas Bíblias em português está traduzida de diversas
maneiras, como fornicação, imoralidades, prostituição, relações sexuais ilícitas etc., não
significa, NESTE CASO, o que nós, em Português, conhecemos por estes nomes, mas sim,
as restrições constantes de Dt 7.3; e Lv 18.19. Esta conclusão é lógica, já que, NESTE
CASO, nenhum mandamento moral pode pertencer a este conjunto de quatro preceitos,
visto que fazê-lo não seria falar coisa com coisa. Logo, das duas uma: ou os quatro
preceitos de At 15.29 são todos mandamentos morais que, por conseguinte, devem nortear a
Igreja universal através dos séculos, ou os quatro preceitos são, sem exceção alguma,
medidas disciplinares de caráter passageiro, os quais objetivavam apenas facilitar o
relacionamento entre gentios e judeus, caducando, portanto, quando a fusão se completou.
Caso contrário faltará coerência. E, como sabemos, nenhuma incoerência procede de Deus.
Escrevemos uma obra intitulada Transfusão de Sangue Não é Pecado. Se o leitor
desejar um estudo mais profundo sobre este assunto, queira contatar-nos.

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CAPÍTULO 10__SOBRE O MILITARISMO

10. 1. Totalmente Liberado

Inicialmente os líderes das TJ não faziam carga alguma contra o serviço militar e até
pronunciavam a favor do mesmo. Senão, vejamos os três exemplos abaixo:
a) “Nada deveria perturbar nossas consciências ao alistar-nos no Exército...” (The
Watchtower, 15/04/1.903, página 120).
b) “Note que não há nas Escrituras nenhum mandamento que proíba o serviço
militar” (The Watchtower, 01/08/1.898, página 231).
c) “... Se alguém quer entrar no serviço militar quer seja para combater ou não, isso
é para ele decidir e ninguém deve tentar influenciá-lo...” (revista Consolação [conhecida
atualmente pelo nome de Despertai!], nº 87, de janeiro de 1.941, páginas 13 e 14).

10. 2. Totalmente Proibido

Depois de algumas décadas de apoio ao militarismo, os chefes das TJ se retrataram da


postura acima, passando então a ensinar que as TJ deviam se opor ao serviço militar,
combatente ou não, “por razões de consciência” (Seja Deus Verdadeiro, página 228,
parágrafo 6, edição de 1.949). A partir daí as TJ foram proibidas de exercer qualquer
função que implique em portar armas, como é o caso dos militares, seguranças de bancos
etc.. A revista Veja de 10/02/1.988 registrou que muitos jovens, integrantes da seita das TJ,
tiveram suas cidadanias cassadas por terem recusado prestar o serviço militar obrigatório,
alegando para tanto, razões de consciência.

10. 3. Uma Vergonhosa “Explanação” Bíblica

Sabemos que a Bíblia pronuncia favorável ao serviço militar, chegando a dizer até
que as autoridades vem de Deus e que este as instituiu para punir os malfeitores ao fio de
espada. E ainda nos aconselha a sermos fiéis no pagamento de nossos impostos, para deste
modo mantermos o ideal militar (Rm 13.1-8). E, como vimos, a esta conclusão os líderes
das TJ aquiesceram durante décadas. Mas, como se retrataram, é de se esperar que tenham
arranjado uma “explicação” para Rm 13.1-8. E eles o fizeram realmente. Começaram então
a dizer que as autoridades mencionadas neste trecho da Bíblia são Jeová Deus e Seu filho
Jesus Cristo (Seja Deus Verdadeiro, página 242, parágrafo 25, edição, 1955: “...Portanto,
as ‘autoridades superiores’ que o apóstolo aqui menciona são Jeová Deus e Cristo
Jesus...”).
Custa-nos crer que os líderes das TJ criam nessa interpretação, pois o texto em apreço
diz categoricamente que tais autoridades “vem de Deus”, “foram ordenadas por Deus”
(Rm 13.1,2), são “ministros de Deus” (Rm 13.4) e, como diz a “bíblia” das TJ, “são
servidores públicos de Deus” (Rm 13.6). Ora, se as autoridades aludidas em Rm 13.1-8
fossem Deus e Seu Filho Jesus Cristo, como os guias das TJ inculcaram em suas vítimas
durante muitos anos, poderíamos dizer então que Deus vem de Deus e é ministro de Deus.
Ora, Deus vem de Si mesmo? É Deus ministro de Si próprio? Obviamente ninguém
consegue ser tão mau intérprete. E isso prova que os líderes das TJ não são sérios, mas sim
fraudulentos. Eles sabem que estão enganando os ingênuos que neles confiam.

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Atualmente os guias das TJ retiraram o que disseram sobre Rm 13.1-8. As
autoridades aí mencionadas são, agora, os governos políticos: “Comentando a atitude que
o cristão deve ter para com os governos políticos, o apóstolo Paulo disse: ‘Toda alma
esteja sujeita às autoridades superiores, pois não há autoridade exceto por
Deus’(Romanos 13.1)” (A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, página 157, parágrafo 3,
edição de 1.968).
As autoridades referidas no texto em lide, não são somente os governantes, mas
também os policiais e outros servidores públicos incumbidos de manterem a ordem pública
e a soberania da nação. A evidência disso está em Rm 13.4, que diz que tais autoridades
não trazem a espada em vão.
Interpretando erradamente as passagens bíblicas que nos exortam ao amor, os guias
das TJ criaram um amor irresponsável que não pode punir os malfeitores e, à base disso,
proibiram os seus discípulos de exercerem qualquer função que implicasse em portar
armas. Mas, ao fazerem isso, perceberam que Rm 13.1-8 não os apoiava. Porém, preferiram
manter suas heresias, dando a este trecho da Bíblia uma interpretação absurda, a pregarem
a verdade. Depois perceberam que estavam se expondo ao ridículo com tal “explicação” e
se retrataram, não da proibição do ingresso de seus seguidores nas Forças Armadas, mas da
afirmação de que as autoridades referidas no texto que ora consideramos, sejam Jeová e
Seu Filho Jesus.

10. 4. É Questão de Foro Íntimo?

A respeito do serviço militar, as coisas começam a mudar novamente entre as TJ.


Antigamente nem o serviço alternativo era permitido; mas em 1.996, na revista A Sentinela,
de 01 de maio, página 19, parágrafo 15, os líderes das TJ afirmaram que “quando o cristão
mora num país que não concede eximição” do serviço alternativo, que o mesmo
deve“fazer uma decisão pessoal, seguindo a sua consciência...” Deste modo, o que antes
era inteiramente liberado e até incentivado, e tornou-se mais tarde expressamente proibido
em qualquer hipótese, atualmente é uma questão pessoal ou de foro íntimo, na qual os
“mestres” das TJ não querem se meter.

10. 5. Temem Assumir o Erro?

À luz da Bíblia (Romanos 14, por exemplo), realmente existem questões de foro
íntimo, sobre as quais podemos divergirmos e ao mesmo tempo caminharmos juntos para o
Céu. Mas só podem pertencer ao conjunto dessas questões, assuntos banais, de somenos
importância que, portanto, não implicam na salvação. Quando o assunto é de vida ou morte,
isto é, de salvação ou perdição, não podemos transigir com quem quer que seja, sob pena
de sermos condenados. Os líderes das TJ também pensam assim, já que desassociam da
agremiação religiosa deles, os que persistirem na prática do roubo, do adultério, do
homossexualismo, do homicídio etc.. Ora, o fato dos líderes das TJ permitirem atualmente
que seus concrentes ingressem no militarismo, prova que eles já não vêem mais este
assunto, como pecado contra Deus. E, assim sendo, deviam pedir perdão às TJ que foram
torturadas e trucidadas nos países que não concedem isenção do serviço militar.

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10. 6. Quem é o Assassino?

Porque os militares às vezes têm que matar, quer em defesa da soberania nacional,
quer para manutenção da ordem pública, os instrutores das TJ fizeram ecoar em todos os
rincões do mundo que os evangélicos e outros religiosos estão manchados de sangue, como
já sabemos. Nós ouvimos as TJ dizerem repetidas vezes que nossas igrejas são do Diabo,
visto que não excluímos do rol de membros das mesmas, aqueles que dentre nós se tornam
bravos policiais, chegando mesmo a executar a tiros os que, à mão armada, reagem à voz de
prisão. Todavia, podemos apanhá-los em seus próprios argumentos, considerando que se
assim é, pelo menos até à década de quarenta do século vinte, ainda não existia no mundo a
religião verdadeira, já que até então, eles também não faziam carga alguma contra o serviço
militar. Teríamos que admitir então que eles deixaram de ser do Diabo por um período
aproximado de 50 anos, e que a partir de 1.996, eles passaram a ser metade de Deus e
metade do Diabo, posto que desde então eles aceitam o serviço militar com restrições.

CONCLUSÃO DO CAPÍTULO 10

A insegurança com que as TJ tratam da questão militar, prova que não merecem
crédito. Afinal de contas, é ou não é pecado ser militar? E quem são as autoridades de Rm
13.1-8? São Jeová e Seu Filho Jesus Cristo? Ou são os governantes deste mundo?
Estude, pesquise e tire suas próprias conclusões. Se estas não coincidirem com as dos
líderes das TJ, não traia a sua consciência! Seja você mesmo! Tenha personalidade!
Liberte-se! (Jo 8.32).
As considerações que aqui tecemos quanto à postura das TJ em relação ao
militarismo, são preliminares, quando comparadas com a nossa obra intitulada As
Testemunhas de Jeová e o Militarismo. Se você deseja adquiri-la, queira contatar-nos.
Nessa obra mostramos com irrefutáveis argumentos calcados na Bíblia, que as autoridades
não pecam contra Deus, quando, no legítimo desempenho de suas funções como guardiãs
da ordem e da soberania do Estado, executam os oponentes.

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CAPÍTULO 11_ A RESPEITO DO INFERNO

As palavras originais traduzidas por “Inferno” nas nossas Bíblias são quatro:
1ª) Seol. Esta palavra é hebraica e significa “o mundo dos mortos e abismo.”
2ª) Hades. Este vocábulo grego equivale a Seol.
3ª) Geena. Esta palavra grega tem dois significados, sendo um literal e outro
figurativo ou simbólico. A definição ao pé da letra é Vale de Hinom, um vale de
Jerusalém. E o significado simbólico é lugar de suplício eterno. Corresponde ao
lago de fogo onde serão lançados no Dia do Juízo Final o Diabo, os demônios e
todos os humanos que se perderem.
4ª) Tártaros. Este termo também é grego e, segundo a Pequena Enciclopédia Bíblica,
da Editora Vida, significa “o mais profundo abismo do Hades.”
Os líderes das TJ, no seu inglório afã de provarem a inexistência do Inferno,
arranjaram para as palavras Seol, Hades, Geena e Tártaros, “definições” que colidem com a
Bíblia e com o bom senso. Na ótica deles, estas palavras não designam lugares, mas sim,
condições. Dizem que ir para o Seol ou Hades significa morrer com direito à ressurreição.
Concordam que o vocábulo Geena possui dois significados, sendo um literal e outro
simbólico. Aquiescem que a definição literal desta palavra é Vale de Hinom, um vale de
Jerusalém, mas afirmam que a definição simbólica é morrer sem direito à ressurreição.
Quanto ao que dizem da palavra Tártaros, veremos no final deste capítulo
Da exposição supra, certamente está claro que as TJ crêem que à morte não se vai
para o Paraíso Celestial, nem tampouco para o Inferno, mas tão-somente deixa-se de existir.
Afirmam as TJ que dos mortos que voltarão a existir, visto que serão ressuscitados, pode-se
dizer que estão no Seol ou Hades. E que daqueles que se perderam, isto é, dos que não
voltarão à existência, visto que Jeová não pretende ressuscitá-los, pode-se afirmar que estão
na Geena. Seol e Hades são, portanto, segundo pensam as TJ, a condição de graça na qual
estão os mortos que Jeová, por sua benignidade imerecida, irá ressuscitar. E Geena é o
contrário disso.

11.1. Sobre Seol e Hades

Dissemos que o que as TJ dizem dos vocábulos originais traduzidos por Inferno nas
nossas Bíblias, está errado. Crendo que podemos provar isto, apresentamos os argumentos
abaixo:

1º) O Sl 9.17 diz que os ímpios e todas as gentes que se esquecem de Deus serão
lançados no
Seol. Ora, se Seol é essa maravilha toda, à qual nem todos têm direito, mas
somente aqueles a quem Jeová agraciar, tornemo-nos ímpios e esqueçamos de
Deus, para que Ele nos agracie também. Ridículo, você não acha?
2º) Segundo Pv 7.27; a casa da adúltera é caminho que conduz ao Seol. Isto seria
ilógico se Seol fosse o que as TJ pensam.
3º) De acordo com Pv 23.13-14, os pais devem educar seus filhos, até mesmo
fustigando-os com varas, a fim de livrá-los do Seol. Ora, se Seol fosse a sorte
dos agraciados por Deus, porque os pais deveriam se esforçar para livrar seus
filhos do Seol? Como sabemos, o verbo “livrar” significa isentar-se de mal ou

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perigo. E que mal ou perigo haveria no Seol, se as TJ estivessem conceituando-o
corretamente?
4º) Tudo que dissemos acima acerca do Seol, pode ser dito a respeito do Hades, pois
como já vimos, nós e as TJ concordamos que Seol e Hades são termos
equivalentes entre si. Logo, nenhum exemplo precisaria ser dado para
demonstrarmos que Hades não é o que as TJ supõem. Contudo, para reforçarmos
o que já dissemos em refutação ao que as TJ dizem a respeito do Seol, vejamos
Mt 11.23: “E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o Céu? Até o Hades
descerás...” Segundo o contexto deste versículo (Mt 11.20-24), os habitantes de
Cafarnaum, tão rebeldes quanto os de Corazim e Betsaida, não creram em Cristo
mesmo vendo-o, ouvindo-o e presenciando seus estupendos milagres, por cujo
motivo Jesus os qualificou como piores do que os habitantes de Tiro, Sidom e
Gomorra, os quais foram severamente punidos por Deus, como expressão de Sua
justiça. À base disso, Jesus bateu o martelo, asseverando que os cafarnaunenses
seriam abatidos até o Hades. Ora, Cristo teria incentivado ao pecado, prometendo
retribuir a incredulidade e a desobediência com bênçãos, se o Hades fosse o que
as TJ dizem ser. Atentemos para o fato de que o texto em apreço não nos passa a
idéia de que os cafarnaunenses iriam para o Hades, apesar do pecado, mas sim,
por causa do pecado. Logo, o Hades, neste caso, não pode ser uma coisa boa.
Sim, visto que o pecado não pode ser causa de bênçãos. Deus, por Sua bondade,
pode até nos abençoar, a pesar dos nossos pecados; mas jamais fará do pecado,
motivo de bênção. Cristo teria, pois, sido incoerente, se as TJ não estivessem
enganadas sobre o que dizem do Hades.
Bem, provamos com sólidos argumentos que o Seol ou Hades não pode ser o que as
TJ pensam, mas elas nos retrucam com um argumento tão ardiloso, que tem impressionado
muitas pessoas. Trata-se do seguinte: Alegam as TJ que Seol ou Hades não pode significar
um lugar de fogaréu, onde os ímpios são atormentados, visto que Jacó, além de crer que
José havia ido para esse lugar, afirmou que ele também iria para lá um dia (Gn 37.35); o
justo Jó desejou ir para o Seol (Jó 14.13) e o próprio Cristo esteve lá (Sl 16.10; At 2.27; Ef
4.9; 1 Pe 3.18-20). Contudo, esse raciocínio não é tão consistente como aparenta, pois se
fundamenta numa falsa base, a saber, as TJ desconhecem o que os compêndios teológicos
evangélicos dizem destes vocábulos. A opinião predominante entre os teólogos evangélicos
é que Seol ou Hades significa, não um lugar de tormento, mas sim, o mundo dos mortos. É
que esse lugar é dividido principalmente em duas partes, sendo uma boa e outra ruim. Do
lado ruim ficam os ímpios, e do lado bom ficavam os salvos do Antigo Testamento, os
quais, a partir da ascensão de Jesus, passaram a ocupar o Paraíso Celestial (Sl 68.18; Ef 4.8;
2 Co 5.1-9; Fp 1.21-26; Ap 6.9-11; At 7.59 etc.).
A Ilha Grande, distrito de Angra dos Reis – RJ, é um lugar maravilhoso, mas havia lá
um presídio de segurança máxima, onde ficavam criminosos de alta periculosidade. Por
estes motivos um bandido podia dizer: “Não me levem para a Ilha Grande!” E um turista
exclamava: “Passarei as minhas férias na Ilha Grande!”. Tal se dava porque na boca do
bandido, a expressão “Ilha Grande” significava o presídio que lá havia. Porém, na
concepção do turista, a mesma expressão significa a Ilha Grande em si, com toda a beleza
natural que ela ostenta. É por isso que o Sl 9.17 afirma que o Seol é o lugar dos ímpios,
enquanto Jacó e Jó referem-se a esse lugar como a sorte dos justos. É que o Sl 9.17 trata do
lado ruim do Seol, enquanto Jacó e Jó têm em mente a parte boa desse lugar.

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Alguns poucos teólogos, bem como alguns tradutores da Bíblia, pensam que a palavra
Seol pode significar sepultura, dependendo do contexto. Este é o motivo pelo qual às vezes
Seol é vertido por sepultura em nossas Bíblias em português, como em Gn 37.35 e Jó
14.13. Este autor, embora respeite os que pensam assim, não comunga da mesma idéia.
Cremos que a razão está com os teólogos que sustentam que o Seol não significa sepultura
em hipótese alguma, como o fazem os pastores N. Lawrence Olson e Raimundo F. de
Oliveira que, respectivamente asseveram: “... Embora haja grande diferença de sentido
entre a palavra ‘queber’ e a palavra ‘Seol’, certas versões das Escrituras têm feito
confusão entre as mesmas... Existe um só ‘Seol’, mas há muitos ‘queberes’...
Concluímos... que ‘queber’...significa sepultura, que acolhe o cadáver, enquanto o ‘Seol’
acolhe o espírito do homem...” (O Plano Divino Através dos Séculos, páginas 182-183, 8ª
edição de 1.986, CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus). E: “...É verdade
que a palavra hebraica ‘Sheol’ algumas vezes está traduzida como ‘sepultura’ em algumas
de nossas Bíblias em português, mas isso se dá por força duma tradução equivocada”
(Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos, página 96, 9ª edição de 1.994 – CPAD – Casa
Publicadora das Assembléias de Deus).
Que as TJ realmente pregam que o Seol significa uma condição, e não um lugar, pode
ser visto à página 96 de Seja Deus Verdadeiro, edição de 1.955, onde seus líderes
registraram o seguinte: “... sheol ou ha’des significam a sepultura comum da humanidade,
uma CONDIÇÃO onde os humanos, bons e maus, irão descansar na esperança de uma
ressurreição sob o reino de Deus” (grifo nosso). Esta transcrição deixa claro que quando as
TJ chamam o Seol de “sepultura comum da humanidade” elas não estão se referindo às
covas feitas para acolher cadáveres, visto que elas informam textualmente que usam esta
expressão com o significado de CONDIÇÃO. Todavia, para que não haja mais dúvida
alguma quanto a isso, informamos que são delas estas palavras: “...A palavra hebraica
she’óhl e seu equivalente em grego haídes não se referem a um lugar individual de
sepultamento...” (Raciocínios à Base das Escrituras, página 191, edição de 1.985).
À página 1.646 da TNM de 1.986, os líderes das TJ fizeram constar “que o Seol é o
lugar (não uma condição) que pede ou exige todos sem distinção, ao acolher os mortos da
humanidade”.Contudo, essa retratação (ou contradição?) é apenas parcial, já que elas
continuam crendo que uma parte dos mortos está no Seol, e a outra na Geena. Senão,
vejamos: “... Isso não significa que toda pessoa será ressuscitada. A Bíblia mostra que
Judas Iscariotes, que traiu a Jesus, não será ressuscitado. Por causa de sua maldade
proposital, Judas é chamado de ‘filho da destruição’. (Jo 17.12). Ele foi para a simbólica
Geena, da qual não há ressurreição (Mt 23.33). Pessoas que propositalmente praticam o
que é mau após conhecerem a vontade de Deus talvez estejam pecando contra seu espírito
santo. (Mt12. 32; Hb 6.4-6; 10.26,27). Contudo, visto que Deus é o Juiz, não há razão para
tentarmos descobrir se certas pessoas más do passado ou do presente serão ressuscitadas
ou não. DEUS SABE QUEM ESTÁ NO HADES E QUEM ESTÁ NA GEENA...” (Poderá
Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 171, parágrafo 16, edição de 1.989, grifo
nosso).

11.2. A Respeito da Geena

Como já sabemos, a palavra original traduzida por “nferno” em Mt 23.33, é Geena.


Jesus asseverou que só Deus pode lançar na Geena (Lc 12.4-5; Mt 10.28).

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As TJ dizem que por ser Deus o único juiz, não cabe a nós apontarmos quem está ou não
na Geena. E acrescentam que os mortos para os quais não há mais esperança de salvação,
como Judas Iscariotes, os que blasfemaram contra o Espírito Santo e outros, estão na
Geena. E, como já sabemos, estar na Geena é, na opinião delas, estar morto sem direito à
ressurreição. Porém, Jesus disse em Mt 12.36 que no Dia do Juízo os homens terão que
prestar conta de todas as suas palavras frívolas. Isto, comparado com o versículo 32 que
nos diz que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável, nos permite compreender
que os que blasfemaram contra o Espírito Santo, terão que responder por seus atos. E, se
terão que responder por seus atos, então vão existir, já que um ser inexistente não pode ser
responsabilizado por coisa alguma. Ora, se existisse a Geena das TJ, o morto que
blasfemara contra o Espírito Santo, estaria na tal Geena inevitavelmente. Mas, por dizer
Jesus que todos vão responder por suas palavras fúteis (o que inclui a blasfêmia contra o
Espírito), salta aos olhos que não há ninguém extinto uma vez por todas, como pregam os
líderes das TJ; o que prova cabalmente que o vocábulo Geena não significa o que as TJ
pensam.
O ex-TJ Aldo Menezes, nos falou pessoalmente, e depois ratificou à página 258 de seu livro
Porque Abandonei as Testemunhas de Jeová, 1ª edição de 2002, Editora Vida, que as TJ
crêem que os injustos quando morrem vão para o Seol, mas os iníquos (ímpios nas Bíblias
evangélicas), vão para a Geena. Se as TJ confirmarem esta afirmação, podemos citar
novamente o Sl 9.17, para demolir mais um castelo de areia dessa seita. É que este texto
bíblico promete o Seol aos iníquos. Veja, pois, o Sl 9.17 na TNM. Ora, se todos os que
foram para o Seol serão ressuscitados, e os iníquos estão no Seol, então eles também
ressuscitarão. Além disso, o Corpo Governante precisa voltar a pregar que o povo de
Sodoma destruído por Deus numa chuva de fogo, há de ressuscitar, já que a Bíblia afirma
que os cafarnaunenses, declarados por Cristo como piores do que os sodomitas,
ressuscitarão, visto ter dito o Senhor que eles ( os cafarnaunenses) foram para o Hades,
como já vimos. E relembramos que ir para o Hades é, segundo o Corpo Governante, o
mesmo que morrer com direito à ressurreição.

11.3. A Respeito do Tártaro

Pregam os líderes das TJ que Tártaros também não é um lugar. Antes refere-se à
condição rebaixada ou decaída na qual estão os demônios (Poderá Viver para Sempre no
Paraíso na Terra, página 95, parágrafo 12). Dizem que 2 Pe 2.4, que afirma que os anjos
que pecaram estão no Tártaros, prova isso, já que eles, embora presos no Tártaros, estão
soltos por aí, como o atestam outros textos correlatos. Esse argumento seria irrefutável, se
as TJ pudessem provar que os anjos que estão retidos no Tártaros fossem os demônios que
zanzam por aí. Mas, o fato de não haver um só dicionário grego-português que defina
Tártaros à moda TJ, somado à realidade de que os trechos bíblicos que falam dos anjos que
estão encarcerados no Tártaros, ao lado dos que descrevem os demônios soltos na Terra,
podem tão-somente constituir-se em prova de que os anjos rebeldes mencionados em 2 Pe
2.4, e os demônios, são distintos, isto é, um não é o outro, torna-se infundado o parecer dos
líderes das TJ.
Para se certificar que de fato as TJ pregam o que dissemos acima, basta consultar o
livro delas intitulado Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 76-89, 166-
172.

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Os líderes das TJ julgam facílimo provar que o Inferno, como um lugar de tormento,
não existe, dizendo que Seol, Hades, Geena e Tártaros são apenas condições. Contudo,
vimos que essa doutrina não resiste a um confronto com as Escrituras.
O que as TJ dizem sobre o Inferno está melhor refutado na nossa obra intitulada As
Testemunhas de Jeová e o Inferno. Se você deseja adquiri-la para aprofundar seus
conhecimentos sobre este assunto, queira contatar-nos.

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CAPÍTULO 12__ A RESPEITO DA ALMA

Enquanto considerávamos o parecer das TJ acerca do Inferno, vimos claramente que


elas crêem que a alma humana não sobrevive à morte do corpo. O porquê disso é que as TJ
não crêem que o homem “tem” uma alma, e sim, que ele “é” uma alma. Nós, porém,
cremos que o homem, além de ser uma alma vivente, o seu verdadeiro “eu”, também (e
principalmente) chamado alma, é imortal e que, portanto, sobrevive à morte do corpo.
O presente capítulo, versando sobre a imortalidade da alma humana, é um complemento do
que dissemos no capítulo anterior, a respeito do Inferno. Quando se prova biblicamente que
o Seol é um lugar, fica subentendida a imortalidade da alma. Visto que o Seol (ou Hades)
seria supérfluo se não existissem almas para ocupá-lo. Por outro lado, quando provamos à
luz da Bíblia que a alma é imortal, somos impelidos a crer na existência do Inferno e do
Paraíso Celestial. Deste modo, o presente capítulo ratifica o anterior, e a recíproca é
verdadeira.
Devido ao exíguo espaço que aqui reservamos para este tema, vamos considerá-lo
sucintamente. Dividimos este capítulo em quatro partes, nas quais consideramos,
respectivamente, o que disseram a respeito deste assunto, o apóstolo Paulo, o Senhor Jesus,
e o Patriarca Jacó. Por último vamos comentar resumidamente alguns dos textos bíblicos
distorcidos pelas TJ em seu inglório afã de “provarem” que a imortalidade da alma humana
é crença pagã.

12. 1. Que Disse o Apóstolo Paulo

12. 1. 1. Aos filipenses

Em Filipenses 1.21-26, lemos: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é


ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva
escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com
Cristo, por que isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós,
ficar na carne. E, tendo esta confiança, sei que ficarei e permanecerei com todos vós para
proveito vosso e gozo da fé, para que a vossa glória abunde por mim em Cristo Jesus, pela
minha nova ida a vós”. (ARC – Almeida Revista e Corrigida).
Agora, passemos à interpretação da transcrição acima. No versículo 21 o apóstolo
Paulo apresenta o seu conceito acerca da vida. Na opinião dele viver é estar em Cristo. A
seguir ele mostra que na sua opinião, a morte, para o salvo, não representa nenhuma
derrota, sendo até vantajosa. No versículo 22 ele chama o não morrer de viver na carne, e
assegura que se isso lhe concedesse a oportunidade de produzir frutos, isto é, a
oportunidade de fazer obra maior em prol do Reino de Deus, ele ficaria sem saber o que
escolher. Ora, se o NÃO MORRER, ele chama de VIVER NA CARNE, naturalmente, o
morrer é, obrigatoriamente, o contrário disso. E o contrário de VIVER NA CARNE, só
pode ser VIVER FORA DA CARNE. O contrário de viver é morrer, mas o contrário de
viver dentro duma certa casa, não é morrer, mas sim, viver fora dela. A seguir Paulo diz
que estava em aperto de ambos os lados, mas que desejava “partir para estar com Cristo”,
por ser isto muito melhor. Depois da opção registrada no versículo 23, ele volta atrás no
versículo 24, e decide por “ficar na carne”, o que equivale a dizer: NÃO FICAR FORA
DA CARNE, como já vimos. Ora, é fácil vermos que o apóstolo rotula o não morrer de
“VIVER NA CARNE” e “FICAR NA CARNE”. E, à morte, ele chama de “PARTIR” e

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“ESTAR COM CRISTO”. Finalmente ele deixa bem transparente que o que ele chama de
PARTIR E ESTAR COM CRISTO, não era uma referência ao arrebatamento da Igreja.
Senão vejamos: no versículo 25 ele garante que não ia partir, e sim, ficar e permanecer com
os irmãos, para proveito deles e gozo da fé. Porventura daquele que não subir no dia do
arrebatamento se poderá dizer que ele ficou para proveito dos irmãos e gozo da fé? Além
disso, se Paulo estivesse se referindo ao arrebatamento da Igreja, ele teria mentido, pois já
morreu e, portanto não permaneceu conosco. Cadê ele? Se ele não estivesse, neste texto, se
referindo à morte e à vida quando disse que não sabia o que escolher entre viver na carne
ou partir; bem como a não morrer tão cedo, quando disse que optou por ficar na carne, e
que, portanto sabia que ia ficar, ele teria mentido, pois morreu e, portanto, partiu.
As TJ crêem que o apóstolo Paulo ressuscitou em 1.918 e que ele estava falando
disso. Porém, isto só estaria certo se ele tivesse vivido até 1.918 e então sido arrebatado ao
Céu, sem passar pela morte. A esta conclusão chegarão se derem-se ao trabalho de
raciocinar.
Aqui caem por terra, tanto a opinião dos adventistas que, pregando o que eles
chamam de “sono da alma”, negam a existência consciente da alma entre a morte e a
ressurreição, quanto a das TJ que, embora negando a imortalidade da alma no Período
Intermediário, crêem que Paulo estava aspirando morar no Céu com Cristo, e que isto
ocorreu a partir de 1.918.
Depois do que já dissemos a respeito do texto em lide, ainda nos resta considerarmos
o versículo 26, no qual Paulo, depois de dizer nos versículos 24 e 25 que julgava mais
necessário por amor aos irmãos ficar na carne, e que por conseguinte sabia que ia ficar, diz,
no versículo 26 o objetivo disto. “Para que vossa glória abunde por mim em Cristo Jesus,
pela minha nova ida a vós”.Está claro que o apóstolo Paulo está se referindo aí, a não
morrer tão cedo, mas “FICAR” com eles por mais algum tempo, visitá-los novamente e
deste modo contribuir para que a glória dos irmãos abundasse por seu intermédio, em
Cristo Jesus. Assim o texto transcrito e analisado neste tópico prova cabalmente que Paulo
chamou a morte de “partir para estar com Cristo”, o que prova que ele acreditava na
realidade duma existência consciente entre a morte e a ressurreição.

12. 1. 2. Aos Coríntios

12. 1. 2. 1. Primeira pronunciação

“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos
de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Pois neste tabernáculo
nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do céu, se é que,
estando vestidos, não formos achados nus. Porque na verdade nós, os que estamos neste
tabernáculo, gememos oprimidos, porque não queremos ser despidos, mas revestidos, para
que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus,
o qual nos deu como penhor o Espírito Santo. Temos, portanto, sempre bom ânimo,
sabendo que, enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor (porque
andamos por fé, e não por vista); temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes
deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor”. (2 Co 5.1-8 - Versão Revisada).
No versículo 1 o apóstolo Paulo chama o nosso corpo de “casa terrestre deste
tabernáculo” e assegura que se ele se desfizer, receberemos de Deus um edifício, uma casa
não feita por mãos (isto é, não desta criação, ou seja, não feita pelo homem), diz que este

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edifício é uma casa eterna, e ainda dá o seu endereço: ela está nos Céus. Ora, quando é que
a “casa terrestre deste tabernáculo se” desfaz? Porventura não é quando se morre? Paulo
não está aqui se referindo ao arrebatamento da Igreja, visto que no dia do arrebatamento os
nossos corpos não serão destruídos, já que subiremos ao Céu em corpo, alma e espírito. Os
corpos dos cristãos que estiverem vivos quando do arrebatamento da Igreja, não serão
destruídos, mas sim, transformados (1 Ts 4.13-17; 1 Co 15.51,52). Sem dúvida alguma, o
apóstolo Paulo estava se referindo à morte, quando escreveu ensinando acerca das
conseqüências da destruição da “casa terrestre deste tabernáculo”.
Nos versículos 2-5 o apóstolo confessa que nós gememos, desejando muito ser
revestidos da nossa habitação que é do Céu, e acrescenta que foi Deus, o qual nos deu o
penhor do Espírito Santo, quem nos preparou para isto.
No versículo 6 ele diz que enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do
Senhor. Daí podemos deduzir que quando não estivermos presentes no corpo, estaremos na
presença do Senhor. Perguntamos: que é estar presente no corpo? Não é o estar vivo? Se
sim, quando estivermos ausentes do corpo, ou seja, quando morrermos, estaremos presentes
com o Senhor. Isto é óbvio porque se “enquanto estamos presentes no corpo, estamos
ausentes do Senhor”, necessariamente, quando não estivermos presentes no corpo,
estaremos presentes com o Senhor. Claro como a luz do dia.
No versículo 7 Paulo abre parênteses para explicar o porquê dele haver dito que
enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor. O porquê disso é:
“andamos por fé e não por vista”. Ora, do fato do apóstolo afirmar que enquanto
estivermos presentes no corpo (isto é, enquanto não morrermos como já vimos), estaremos
ausentes do Senhor, se subentende que quando estivermos ausentes do corpo, estaremos
presentes com o Senhor. E o fato dele haver dito entre parênteses, que o motivo pelo qual
ele disse que enquanto estamos no corpo estamos ausentes do Senhor é “porque andamos
por fé e não por vista”, revela que quando estivermos ausentes do corpo, deixaremos de
andar por fé, e passaremos a andar por vista, ou seja, então veremos as coisas nas quais
agora apenas cremos. Isto fala de existência consciente, e que os mortos estão com suas
faculdades mentais em perfeito funcionamento. O apóstolo não poderia dizer que quando
um cristão morre, deixa de andar por fé e passa a andar por vista, se o nosso verdadeiro
“eu” não sobrevivesse à morte do corpo.
Finalmente chegamos ao versículo 8, onde Paulo diz sem rodeios que desejava deixar
o corpo para habitar com o Senhor. Ora, o que é “estar ausentes deste corpo”, ou “deixar
este corpo”, como o diz a *ARC, “para estar presente com o Senhor?” Já vimos, enquanto
estudávamos juntos o versículo 1, que ao arrebatamento, não deixaremos os nossos corpos.
Logo o apóstolo estava se referindo à morte, quando diz que desejava deixar o corpo para
habitar com o Senhor. É possível raciocinar e chegar a uma conclusão contrária?
Argumentar provando que o apóstolo Paulo não estava fazendo menção do
arrebatamento da Igreja, realmente serve para aclarar o texto para as TJ, pois embora
diferentemente de nós, os evangélicos, elas crêem que Jesus veio em 1.914 e que quatro
anos após Jeová começou a arrebatar a Igreja (que para elas são os 144.000) ao Céu. Elas
crêem que todos os que pertenciam aos 144.000 e haviam morrido até 1.918, foram naquele
ano, ressuscitados e levados para o Céu. E que os que pertencem a este grupo mas estavam
e/ou estão vivos neste mundo, tão logo morrem, são ressuscitados invisivelmente e
transportados para o Céu. Assim sendo, elas crêem também num certo tipo de
arrebatamento.

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Mais uma vez lembramos que os argumentos refutatórios à crença das TJ sobre a
alma, serve para os adventistas; pois o ensino esposado por estes, quanto ao estado da alma
entre a morte e a ressurreição, só difere do das TJ, no nome. As TJ chamam de morte da
alma, o que os adventistas chamam de sono da alma.

12. 1. 2. 2. Segunda pronunciação

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do
corpo, não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu. Sim, conheço o tal homem
(se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe), que foi arrebatado ao paraíso, e
ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. Desse tal me gloriarei,
mas de mim mesmo não me gloriei, senão nas minhas fraquezas. Pois, se quiser gloriar-
me, não serei insensato, porque direi a verdade; mas abstenho-me, para que ninguém
pense de mim além daquilo que em mim vê ou de mim ouve.
E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um
espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu
não me exaltasse demais; acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de
mim” (2 Co 12.2-8 – Versão Revisada).
Explicação: Esta referência (2 Co 12.2-8) é mais que suficiente para provar por si só
que o homem possui um espírito e que este pode viver dentro ou fora do corpo. Assim
sendo, fica claro que o espírito do homem sobrevive à morte do corpo, pois ele (o espírito)
não depende do corpo para existir conscientemente. O que nos leva a fazer esta afirmação,
é o fato de o apóstolo Paulo dizer que ele havia sido arrebatado ao Paraíso, mas que
ignorava se este arrebatamento havia sido no corpo, ou se fora dele. Ora, o que é ser
arrebatado no corpo? E o que é ser arrebatado fora do corpo? Ser arrebatado no corpo
significa ter experiências iguais às que tiveram Enoque (Gn 5.24; Hb11.5), Elias (2 Re
2.1,11), Jesus (At 1.9) e Filipe (At 8.39,40). E ser arrebatado fora do corpo, é ser arrebatado
em espírito, e significa ter experiências similares às que tiveram Ezequiel (Ez 8.3) e João
(Ap 1.10). Sendo assim, o espírito humano pode sair do corpo, ir a um determinado lugar,
retornar ao corpo e ainda conservar lembranças do lugar visitado. Alguém talvez objete,
alegando que o arrebatamento no corpo pode ser apenas um estado de êxtase, que permite
ao arrebatado ter a impressão de que subiu ao Céu, quando na verdade, não saiu do planeta
Terra. Esta objeção é correta, pois realmente existe o “arrebatamento de sentidos” (At
10.10 – ARC). Mas, no que diz respeito ao arrebatamento fora do corpo, sem dúvida se
refere ao ato do espírito sair do corpo e voar ao lugar determinado por Deus. Então, embora
possamos admitir que ser arrebatado no corpo não seja, necessariamente, ter experiência
similar às que tiveram Enoque, Elias, Jesus e Felipe, ser arrebatado fora do corpo implica
em que o espírito se separe do corpo. E isto prova que o homem tem seu lado espiritual; e
que este constitui o nosso verdadeiro “EU”; e que o mesmo pode existir conscientemente à
parte do corpo, não dependendo deste, portanto, para viver, e que, por conseguinte,
sobrevive à morte.
Certo senhor TJ, disse-nos que “é errado pregarmos a imortalidade do espírito à luz
de 2 Co 12.2-8, porque nesta passagem bíblica, o apóstolo Paulo não diz que ele foi
arrebatado ao Paraíso fora do corpo. O que Paulo diz aí”, disse-nos, “é que ele não sabia
se tal arrebatamento havia sido ou não fora do corpo. Ora, se Paulo não sabia se o
referido arrebatamento se deu ou não no corpo, como dizermos que este texto prova que é
possível ser arrebatado fora do corpo?” Respondemos dizendo-lhe que nisto está a

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maravilha. Se o apóstolo não sabia se tal arrebatamento se deu no corpo ou fora dele, é
porque ele admitia ambas as possibilidades. Se ele admitia ambas as possibilidades, então é
possível ser arrebatado fora do corpo. E se é possível ser arrebatado fora do corpo, só nos
resta sabermos o que é isto. E o que é isto, senão o desprender-se o espírito do corpo e
voar?
Embora o trecho bíblico aqui estudado não esteja tratando da imortalidade ou não da
alma, é importante que o consideremos, pois o mesmo pelo menos prova que as TJ estão
equivocadas por negarem que a alma humana é uma entidade pessoal, que pode existir
conscientemente à parte da matéria.

12. 2. Que Disse Jesus

“... Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43 – Versão
Revisada)

Este versículo é a resposta de Jesus ao ladrão penitente que suplicava a misericórdia


do Senhor. Esta passagem bíblica deveria ser mais que suficiente para dirimir as dúvidas de
um inquiridor sincero, quanto à existência de vida consciente no Período Intermediário, ou
seja, entre a morte e a ressurreição. Mas as TJ e os Adventistas questionam esta tradução,
alegando que este versículo está mal traduzido. Alegam eles que a tradução correta é: “...
Deveras eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.” Com este “argumento” querem
provar que Jesus não disse que o ladrão arrependido estaria consigo naquele mesmo dia no
Paraíso; mas sim, que Ele disse ao salteador que este um dia estará no Paraíso, e ainda
informou-lhe na hora em que estava a prometer-lhe o Paraíso que esta promessa lhe estava
sendo feita naquele dia. Este argumento, cuja finalidade é escudar-se da acusação dos que
pregam a imortalidade da alma, se fundamenta no fato de que a pontuação é um recurso
gramatical relativamente moderno, não constando, portanto, dos manuscritos originais da
Bíblia. Este fato é inegável e serve para provar que a tradução das TJ é, pelo menos, uma
possibilidade. Mas não resolve o problema, já que a nós também assiste o direito de
corrermos com a pontuação a bel-prazer. E a esta altura, surge a seguinte pergunta: de que
lado estará a razão? Parece-nos que só o contexto bíblico poderá nos ajudar a tomar partido.
Na nossa opinião, é louvável a seguinte tradução: “Deveras eu te digo: Hoje estarás
comigo no Paraíso”. Mas as TJ acham que a única tradução cabível é: “Deveras eu te digo
hoje: Estarás comigo no Paraíso.” Isto se dá porque as TJ crêem que a alma não sobrevive
à morte do corpo. Mas como já vimos e continuaremos a ver, elas estão equivocadas quanto
a isto. Logo, a base sobre a qual elas se apóiam, já se desmoronou desde há muito. Deste
modo concluímos que a tradução por elas defendida é uma possibilidade gramatical que
não resiste a um confronto com o todo das Escrituras, isto é, com o contexto remoto. As TJ
precisam saber que a tradução por nós defendida também é uma possibilidade gramatical e
que isto nos põe em pé de igualdade com elas. Além disto, saímos vitoriosos quando
apelamos para o contexto; pois a menos que o preconceito nos embace a visão, facilmente
enxergamos que a imortalidade da alma é doutrina genuinamente bíblica.

12. 3. Que Disse o Patriarca Jacó

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“E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele,
porém, recusou ser consolado e disse: Na verdade, com choro hei de descer para meu filho
até o Seol. Assim o chorou seu pai”.(Gn 37.35 – Versão Revisada).
A palavra original (hb) transliterada por Seol na Versão Revisada, está traduzida por
sepultura na ARC. Claro, é errado traduzir Seol por sepultura. No hebraico, sepultura é
QUEBER. Seol significa habitação das almas dos mortos, o mundo dos mortos, abismo.
Basta consultar um dicionário hebraico-português para se certificar da autenticidade do que
acabamos de afirmar.
Uma das muitas provas que poderíamos dar, de que Seol não é sepultura, é o fato dos
tradutores da SEPTUAGINTA não terem traduzido uma única vez QUEBER por HADES e
SEOL por MNEMEION. Seol foi invariavelmente traduzido por Hades e QUEBER por
MNEMEION.
O FATO DE Jacó dizer que chorando desceria para seu filho até o Seol é, na opinião
das TJ, uma prova de que Jacó acreditava que José estava morto e na sepultura (Poderá
Viver... capítulo 9, § 5). Mas, segundo Gn 37.33, Jacó não acreditava que José estava na
sepultura, mas sim, no ventre de uma besta fera. Não obstante dizia que ia descer para seu
filho ao Seol. Isto prova que Jacó não pensava que o Seol fosse sepultura. Se ele não cria
que seu filho estava na sepultura, mas no estômago duma besta fera, como poderia dizer
que iria ao sepulcro encontrar-se com ele? Assim fica claro que os patriarcas acreditavam
na imortalidade da alma humana.

12. 4. Textos Prediletos das TJ

Eclesiastes 3.18-22
“Disse eu no meu coração: Isso é por causa dos filhos dos homens, para que Deus
possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais. Pois o que
sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; uma e a mesma
coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o
homem não tem vantagem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para um
lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão. Quem sabe se o espírito dos filhos dos homens
vai para cima, e se o espírito dos animais desce para a terra? Pelo que tenho visto que não
há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras; porque esse é o seu quinhão;
pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?”
É com imenso prazer que informamos às vítimas dos enganos da liderança das TJ que
Ec 3.18-22 não diz que o homem é igual aos irracionais, mas sim, que Salomão um dia
pensou que o fosse. A frase: “Disse eu no meu coração”, significa: “eu pensei”. Portanto,
Salomão não está dizendo que assim é, mas informando que um dia essa bobagem passou
pela cabeça dele, ele pensou isso. Uma prova disso é que o versículo 19 diz que o homem
não tem vantagem alguma sobre os animais. Crêem as TJ que elas não terão vantagem
alguma sobre os brutos? Se sim, por que são religiosos? Se não, por que não procuram
interpretar bem Ec 3.18-22, levando em consideração a frase “Disse eu no meu coração...”,
constante do versículo 18? O versículo 22 insinua inclusive que não haverá ressurreição.
Crêem nisso as TJ?

Eclesiastes 9.5,6
“Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem
tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao

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esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm
eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”.
As TJ citam este texto para “provarem” que a alma humana é mortal, mas elas
precisam saber que este trecho bíblico é uma referência ao lado material do homem. Se
assim não fosse, estes versículos e seu contexto seriam um libelo à religiosidade, pois
dizem que “... o mesmo sucede ao justo e ao ímpio...”(Ec 9.2) e que não haverá recompensa
para os mortos (Ec 9.5). Crêem nisso as TJ? Pensem nisso os sinceros, e deixemos de
lorotas.

Ezequiel 18.4
“... A alma que pecar, essa morrerá”.
As TJ adoram citar esta passagem bíblica para “provarem” que a alma é mortal. Mas
a palavra alma tem vários significados na Bíblia. Por exemplo, em Gênesis 1.21, os répteis
são chamados de alma vivente. No versículo 30 deste mesmo capítulo, a vida existente nos
animais também é chamada de alma, pois se diz lá que neles há alma vivente. Em Dt 12.20
se diz que “a alma tem desejo de comer carne”.Neste caso, “tua alma” significa “tua
pessoa”. A expressão “morra a minha alma” em Nm 23.10 significa “morra a minha
pessoa” ou “morra eu”. Em Lv 17.14 o sangue é chamado de alma. Neste caso, “alma”
tem sentido figurativo e significa “algo de vital importância”. Os versículos 10-12 de Lv 17
ameaça extirpar de Israel a alma que comesse sangue. Neste caso o vocábulo alma também
é figurativo e significa pessoa. Com a palavra alma se dá, no idioma original do Antigo
Testamento, algo muito parecido com o que se dá com a palavra “manga”, na língua
Portuguesa. Na nossa língua, a palavra manga pode significar o fruto da mangueira,
abertura do vestuário por onde se enfiam os braços, e o verbo mangar, sinônimo dos verbos
zombar, escarnecer, debochar. O que determina então o valor destas palavras é a estrutura
da frase na qual elas aparecerem. Na frase “chupei uma manga extremamente doce”,
ninguém pensa tratar-se da manga do paletó. Estas são algumas das informações que os
líderes das TJ precisam ter, para pararem de citar textos sem contextos que não passam de
pretextos, objetivando “provar” a “ortodoxia” de suas “doutrinas”. Além disso, as TJ
precisam saber que segundo a Bíblia, quem não tem Deus consigo está morto (1 Tm 5.6) e
sairá da morte para a vida (Jo 5.24) quando se converter a Cristo. Logo, este autor já foi
uma alma morta, antes de se converter ao Senhor; hoje, porém, é alma viva. Aleluia!
Em Ez 18.4, a palavra “alma” significa pessoa, e pode-se traduzir o texto assim: “... a
pessoa que pecar, essa morrerá”.
Uma prova de que estamos certos em nossas conclusões é que além das definições do
vocábulo “alma” acima apresentadas, esta palavra aparece em Ap 6.9-11.
Embora saibamos que até o sangue é chamado de alma, na Bíblia, obviamente nesta
última referência bíblica a palavra alma não significa sangue. Como dar compridas vestes
brancas a uma poça de sangue? E como ordenar ao sangue que se descanse? Assim está
provado que neste caso, “alma” não tem sentido figurativo, mas sim, literal.

Salmos 146.3,4
“Não confies em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio. Sai-lhe
o espírito, e ele volta para a terra; naquele dia perecem os seus pensamentos”.(Versão
Revisada).

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As TJ concluem que estes versículos também provam que não há consciência após a
morte, porém, “perecem os seus pensamentos” significa tão-somente que ao morrer, a
pessoa fica impossibilitada de concretizar os seus sonhos para esta vida.

Salmos 6.5
“Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol, quem te louvará?” (Versão
Revisada).
O que este versículo está dizendo é que os corpos daqueles cujas almas jazem no
Seol, estão inconscientes, e, portanto, impossibilitados de louvarem a Deus? Alguns
teólogos entendem assim. Neste caso o texto seria uma alerta a não desperdiçarmos o nosso
tempo, visto que quando nossas almas estiverem do lado de lá, mais nada faremos do lado
de cá. Uma das provas de que realmente há teólogos interpretando assim, é o fato dos
tradutores da A BÍBLIA VIVA, editada pela Editora Mundo Cristão, terem traduzido o
versículo em lide assim: “Se eu morrer, quem vai lembrar os homens da tua existência?
Morto, não poderei louvar o teu nome diante dos homens!”

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CAPÍTULO 13__O DIA DO JULGAMENTO E O DIA DO JUÍZO

13. 1. O Dia do Julgamento

Os líderes das TJ ensinam que o dia do julgamento não é o mesmo que o Dia do
Juízo. Não queremos entrar no mérito desta questão. Por enquanto queremos tão-somente
deixar claro que eles já se revelaram desqualificados para pronunciar a respeito deste
assunto. Uma das muitas razões pelas quais pensamos assim, é o fato de que sobre esta
questão eles não têm sido menos inseguros e volúveis do que nas demais. Pelo menos três
datas diferentes já foram anunciadas pelos guias das TJ, como sendo o início do
julgamento das nações. Ei-las:

1ª) 1.914.

Em 1.983 as TJ publicaram o livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, no


qual ousaram afirmar que o julgamento das nações já havia começado desde a volta de
Cristo. E, como sabemos, elas ensinam que Jesus voltou em 1.914, como vimos no capítulo
VI, intitulada A Respeito do Senhor Jesus. Eis a prova: “... Isso dependerá de você
sobreviver ou não a um dia de julgamento anterior, a saber, ao atual ‘dia do julgamento’ e
da destruição dos homens ímpios. – 2 Pedro 3:7”.
“Sim, desde que Cristo voltou e se sentou no seu trono celestial, toda a humanidade
tem estado em julgamento. Este atual ‘dia do julgamento’ vem antes de começar o Dia do
Juízo de 1000 anos...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 183,
parágrafos 22 e 23. Grifo nosso).
Não estamos interpretando mal, pois os líderes das TJ confessam que de fato eles
criam que o julgamento das nações havia começado em 1.914, como podemos ver em A
Sentinela de 15/10/1.995, página 22, parágrafo 22, onde “explicando” Mt 25.31,32,
perguntam: “Aplica-se esta parábola ao tempo em que Jesus se assentou com poder régio
em 1.914, como entendíamos por muito tempo?...”(grifo nosso).

2ª) 1.935.

Na revista A Sentinela, de 01/08/1. 991, página 11, parágrafo 13, podemos ler:
“...Especialmente desde 1.935, Jesus está dividindo a humanidade, separando as ‘ovelhas’
que herdarão ‘o reino preparado [para elas]’dos ‘cabritos’, que ‘partirão para o
decepamento eterno...’”

3ª) O Julgamento das Nações Ainda Vai Começar.

Em 1.995 os líderes das TJ receberam de Jeová uma “luz” maior do que as “luzes”
anteriores, por cujo motivo o julgamento das nações que já tivera dois começos em datas
diferentes (1.914 e 1.935, como vimos), passou a ser um evento que ainda está por
acontecer. Assim desdisse o Corpo Governante: “... Por muito tempo pensávamos que esta
parábola retratava a Jesus assentado como Rei, em 1914, fazendo desde então julgamentos
– vida eterna para os que provam ser como ovelhas, e morte permanente para os cabritos.
Mas a reconsideração da parábola leva a um entendimento reajustado de quando se aplica
e o que ela ilustra... Aplica-se esta parábola ao tempo em que Jesus se assentou com poder

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régio em 1914, como entendíamos por muito tempo?... No entanto, não há nada que
indique que naquela época, ou mesmo desde então, Jesus tenha se assentado para julgar
finalmente todas as nações como ovelhas ou cabritos... Em outras palavras, a parábola
aponta para o futuro, QUANDO O FILHO DO HOMEM VIER NA SUA GLÓRIA. ELE
SE ASSENTARÁ PARA JULGAR AS PESSOAS ENTÃO VIVAS... Portanto, isto
significa que ‘assentar-se Jesus no seu trono glorioso’ para julgar, mencionado em Mateus
25:31, aplica-se àquele ponto no futuro... Este entendimento da parábola das ovelhas e
dos cabritos é futuro...” (A Sentinela, 15/10/1.995, páginas 19, 22 e 23, parágrafos 4, 22,
24--26. Grifo nosso).

13. 2. O Dia do Juízo

Segundo os líderes das TJ, os que forem ressuscitados não terão que prestar contas do
que fizeram antes da morte, pois os ressuscitados serão julgados à base do que fizerem após
a ressurreição. Porém, o Senhor Jesus disse que “... vem a ora em que todos os que estão
nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão, os que fizeram boas coisas, para uma
ressurreição de vida, os que praticaram coisas ruins, para uma ressurreição de
julgamento”.(Jo 5.28,29 TNM). O Senhor disse fizerAm e não fizerEm.
Além da passagem bíblica acima citada, muitas outras afirmam categoricamente que
os líderes das TJ estão equivocados quanto à “conclusão” que chegaram acerca da base do
julgamento. Vejamos abaixo algumas dessas passagens:
“Alegra-te jovem, na tua mocidade, e faça-te bem o teu coração nos dias da tua
idade viril, e anda nos caminhos de teu coração e nas coisas vistas pelos teus olhos.
Mas sabe que por todos estes o [verdadeiro] Deus te levará a juízo. Portanto,
remove de teu coração o vexame e afasta de tua carne a calamidade; pois a
juventude e o primor da mocidade são vaidades”.(Ec 11.9,10 TNM – ênfase
acrescentada).
“Pois todos nós temos de ser manifestados perante a cadeira de juiz do Cristo, para
que cada um receba o seu prêmio pelas coisas feitas por intermédio do corpo,
segundo as coisas que praticou, quer boas, quer ruins,” (2 Co 5.10 TNM – grifo
nosso).
“E eu vi os mortos, os grandes e os pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se
rolos. Mas outro rolo foi aberto; é o rolo da vida. E os mortos foram julgados pelas
coisas escritas nos rolos, segundo as suas ações.” (Ap 20.12 TNM, ênfase
acrescentada).
“Eu vos digo que de toda declaração sem proveito que os homens fizerem prestarão
contas no Dia do Juízo”.(Mt 12.36 TNM).
“E ele lhes disse:“Ide a todo o mundo e pregai as boas novas a toda a criação.
Quem crer e for batizado será salvo, mas o que não crer será condenado. (Mc
16.15-16 TNM, ênfase acrescentada).
Os textos bíblicos acima transcritos dispensam comentários, pois dizem por si só que
os ressuscitados serão avaliados à base de suas ações passadas, e não à base do que fizerEm
no Dia do Juízo, como querem os líderes das TJ. Contudo, os líderes das TJ “explicam” Ap
20.12, acima copiado, dizendo que dos rolos que se abrirão no Dia do Juízo, não constarão
os atos que os ressuscitados fizeram antes de morrerem, mas sim, instruções adicionais à
Bíblia, as quais serão lidas pelos ressuscitados. Afirmam que tais rolos (ou livros) serão

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distribuídos aos mortos que forem ressuscitados, a fim de que aprendam os propósitos de
Deus.
Dizem ainda que muitos dos ressuscitados serão fiéis às instruções, enquanto outros
serão rebeldes. Os fiéis serão declarados justos e usufruirão das delícias do Reino de Jeová
para sempre. Os rebeldes, porém, morrerão de novo e, desta vez, sem direito à ressurreição.
Já vimos que à luz de Jo 5.28,29 essa “conclusão” está errada, pois lemos aí fizerAm (no
passado) e não fizerEm (no futuro). Além disso, afirmar que os ressuscitados que não
obedecerem às instruções que receberão no Dia do Juízo, morrerão de novo, colide com Hb
9.27 que diz: “E, assim como está reservado aos homens morrer uma vez para sempre,
mas depois disso um julgamento”, TNM. Ou como diz a Versão Revisada, de João Ferreira
de Almeida: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso
o juízo”.Assim está claro que os ressuscitados não voltarão a morrer. Os líderes das TJ
talvez “argumentem” dizendo que “Ap 20.14 diz que os ressuscitados que não tiverem seus
nomes no livro da vida sofrerão a segunda morte”. Mas eles precisam saber que uma vez
que a Bíblia não se contradiz, Hb 9.27 trata de um tipo de morte, e Ap 20.14, de outra. No
primeiro caso refere-se à morte física; e no segundo, à morte espiritual, que é a eterno
banimento da presença de Deus. Sim, segundo a Bíblia não há um só tipo de morte (Ef 2.5;
Jo 5.24; 1 Tm 4.6 etc.).
Os líderes das TJ dizem que todas as pessoas deixam de existir conscientemente
quando morrem. Dizem também que uns nunca voltarão a existir, pois jamais serão
ressuscitados; mas, dos que voltarem a existir conscientemente, ao serem ressuscitados, uns
viverão para sempre (os que forem fiéis às instruções durante e após o Dia do Juízo), e
outros voltarão a morrer, e dessa vez, sem direito à ressurreição. Segundo eles, essa será a
infeliz sorte dos ressuscitados que não forem fiéis durante Dia do Juízo de mil anos, bem
como também o triste fim daqueles que, embora tenham sido fiéis durante o Dia do Juízo,
cederem depois do Milênio, quando Satanás for solto. Mas, como vimos, aos homens está
ordenado morrerem uma só vez. Lc 20.36 também diz isto: “De fato, tampouco podem
mais morrer, porque são como os anjos, e são filhos de Deus por serem filhos da
ressurreição.”
Realmente, depois do Milênio (não depois do Dia do Juízo), quando Satanás for solto,
muitos cederão às tentações (Ap 20.7-10). Porém, a quem tentará o Diabo depois do
Milênio? Aos ressuscitados? Não! Pois antes do Milênio só ressuscitarão os salvos, sobre
os quais não tem poder a segunda morte (Ap 20.6). Então, a quem tentará o Diabo quando
for solto da prisão depois do Milênio? Resposta: Aqueles que não forem arrebatados
quando Jesus vier buscar a Igreja, e se converterem durante a Grande Tribulação, e não
morrerem nesse período, serão postos à direita de Cristo no Juízo das Nações (este não é o
Juízo Final) e convidados a receberem o Reino que lhes está preparado desde a fundação do
mundo (Mt 25.31-46). Estes (?) e seus descendentes nascidos durante o Milênio, serão
tentados como todos hoje somos; e muitos cederão, como muitos hoje cedem.
Dos que nascerem durante o Milênio, e não morrerem nesse período, podemos
afirmar que serão tentados por Satanás, quando este for solto (Ap 20.1-3, 7-9). Mas este
autor não se sente seguro para dizer o mesmo dos que sobreviverem à grande Tribulação e
ingressarem no Milênio, já que, segundo a Bíblia, a morte só será destruída depois do
Milênio, no Dia do Juízo Final, no Feliz Estado Eterno, quando Cristo entregar o Reino (1
Co 15.24-26; Ap 20.14).

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Os vivos que ingressarem no Milênio, terão corpos naturais; portanto, vão plantar,
colher, comer, beber, casar-se, gerar filhos, etc.. É por isso que Is 11.6-8, fala de meninos
no Reino.
Se alguém duvidar que segundo ensinam os líderes das TJ, os ressuscitados não serão
julgados à base de suas ações passadas, certifique-se consultando o livro (deles) intitulado
Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 175 e 180, parágrafos 3, 13 e 14.
Leia também neste mesmo livro, página 181, parágrafos 16 e 17, para se certificar de que
realmente as TJ crêem que os rolos (ou livros) mencionados em Ap 20.12, são “algo em
adição à nossa atual Bíblia Sagrada. Serão escritos ou livros inspirados que conterão as leis
e as instruções de Jeová”, os quais serão lidos pelos mortos ressuscitados, a fim de
aprenderem os propósitos de Deus.
O Corpo Governante se “apóia” em várias passagens bíblicas para “provar” que os
que ressuscitarem não responderão pelos seus feitos passados. Eis as principais:
1ª) “Pois aquele que morreu foi absolvido do [seu] pecado” (Rm 6.7 – TNM). Mas o que
este versículo está dizendo é que aquele que morreu para o pecado, isto é, entregou-se a
Cristo Jesus, está salvo (Ef 2.8). Para se chegar a esta conclusão, basta não ler o referido
texto sem o seu contexto. Leia o capítulo 6 e veja que o mesmo está dizendo que o Cristão
“morreu” para o pecado e que, portanto, está absolvido.
2ª) “Pois o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23 – TNM). “Baseando-se” aí, o Corpo
Governante diz que aquele que morreu já recebeu a sua punição. Portanto, ao ser
ressuscitado (se for) não terá que responder por pecados já punidos com a morte. Porém, o
que esta passagem está dizendo é que embora o pecador esteja morto, (perdido, condenado
[2 Tm 4.6] ), ele pode ser ressuscitado pela fé em Jesus (Jo 5.2; Cl 3.1). Para ver isso basta
ler o versículo seguinte.
Caro leitor, você é livre para examinar a Bíblia e tirar suas próprias conclusões (At
17.11), embora o Corpo Governante tenha dito que você não deve ter “idéias
independentes” (A Sentinela – 15/07/83, página 27, parágrafos 19-20). Você não deve
segui-los cegamente, pois não são donos da verdade. Eles ignoram até as doutrinas
rudimentares da Bíblia. Sim, pois achar que nem todos os mortos serão ressuscitados colide
com At 24.15; Fp 2.10; Sl 22.29; Jo 5.28,29; Mt 12.36. E dizer que os ressuscitados não
responderão pelos seus feitos passados, contradiz Mc 16.15,16 e outros trechos da Bíblia. O
Corpo Governante pode ser questionado. Quem não pode? Eles são seres humanos, não?

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CAPÍTULO 14__OS.SODOMITAS.NÃO, SIM, NÃO RESSUSCITARÃO

Vimos repetidas vezes que as contradições constituem a marca registrada dos líderes
das TJ. E no que diz respeito à ressurreição dos sodomitas, eles não fogem à regra. O
confuso título deste capítulo inspira-se neste fato. É que os líderes das TJ disseram em
1.959, no livro Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, página 236, que os habitantes de
Sodoma, que por castigo divino, morreram queimados, não seriam ressuscitados. Depois se
retrataram em A Sentinela de 15/09/1.965, página 555. Esta retratação está ratificada em
Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 179, edição de 1.983. Mas, na
edição de 1.989, os guias das TJ receberam mais um Lampejo de Luz e o resultado foi o
retorno à velha heresia abandonada há quase duas décadas, a saber, à velha doutrina de que
os sodomitas não serão ressuscitados.
Para que o leitor veja que de fato as coisas são assim, queira ver as transcrições
abaixo.
“... Algumas pessoas já foram julgadas. Já mostraram que não merecem a vida.
Estas pessoas não serão ressuscitadas... O povo... de Sodoma morreu numa chuva de fogo
depois de receber uma sentença desfavorável. Em outras ocasiões, outros grupos
receberam também sentenças desfavoráveis. Provaram que não mereciam a vida, e não
serão ressuscitados...” (Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, página 236, parágrafo
6, edição de 1.959).
“... Jesus mostrou que Sodoma, má como fora, não chegara ao estado de não poder
arrepender-se. [...] Portanto, o recobro espiritual das pessoas mortas de Sodoma não é
irrealizável...” (A Sentinela, 15/09/1.965, página 555, parágrafo 9).
“... Jesus mostrou que... algumas pessoas injustas das antigas Sodoma e Gomorra
estarão presentes na terra durante o Dia do Juízo. Embora tenham sido bastante imorais,
podemos esperar que algumas delas sejam ressuscitadas...” (Poderá Viver para Sempre no
Paraíso na Terra, página 179, edição de 1.983).
“... Considere as pessoas da antiga Sodoma... Serão essas pessoas, tão terrivelmente
iníquas, ressuscitadas durante o Dia do Juízo? Pelo que parece as Escrituras indicam que
não. [...]. Jesus também indicou que os sodomitas podem não ser ressuscitados...” (Poderá
Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 179, parágrafos 8 e 9, edição de 1.989).
Do exposto acima não há dúvida de que os “mestres” das TJ não estão devidamente
preparados para ensinar sobre a condição dos mortos.

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CAPÍULO 15__AS TJ SÃO A ÚNICA RELIGIÃO VERDADEIRA?

No livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 190, parágrafos 19 e
20, sob o cabeçalho UMA SÓ RELIGIÃO VERDADEIRA, as TJ são induzidas a crer que
a delas é a única religião verdadeira. Argumenta o Corpo Governante: “É somente lógico
que haja uma só religião verdadeira. Isto se harmoniza com o fato de que o verdadeiro
Deus é um Deus não ‘de desordem, mas de paz’ (1 Co 14:33). [...] Quem, então, são os
que formam o corpo de verdadeiros adoradores hoje? Não hesitamos em dizer que são as
Testemunhas de Jeová.”
Na revista A Sentinela, de 15/11/1992, páginas 20 e 21 parágrafos 12 e 15, os
mentores das TJ, sob o subtítulo Não Há Outro Lugar, afirmam que a salvação só é possível
através da organização religiosa deles. Disseram: “Sentir-nos-emos impelidos a servir a
Jeová com lealdade junto com sua organização se nos lembrarmos de que não há outro
lugar onde se possa obter a vida eterna... Não há outro lugar onde se possa obter o favor
divino e a vida eterna”. O mundo está cheio de religiões que, por terem sido fundadas por
pretensos donos da verdade, nos são apresentadas como sendo a única verdadeira e
imprescindível para a salvação. A “religião” das TJ é apenas mais uma.
Embora as TJ se proclamem a única religião verdadeira, elas não alegam ser a única
Igreja verdadeira. Tal se dá porque elas não se consideram a Igreja de Cristo. Na opinião
delas, a Igreja de Cristo só tem 144.000 membros, como já vimos em 1.8. Logo, elas não
são a Igreja verdadeira, nem tampouco uma Igreja falsa. Elas simplesmente não são a
Igreja. Alguns dos integrantes da “religião” delas (cerca de 8000 pessoas), por acreditarem
que pertencem aos 144.000, se julgam membros da Igreja de Cristo, mas a instituição deles
em si, não é vista como Igreja, quer verdadeira, quer falsa. Eles são apenas a Organização
de Jeová, a única religião verdadeira, fora da qual não há salvação.
Chamando a Igreja de “congregação”, o Corpo Governante afirmou: “Todavia,
quando a Bíblia fala sobre ‘congregação do Deus vivente’, ela se refere a um grupo
específico de seguidores de Cristo. (1 Tm 3:15)[...] De modo que esta ‘congregação de
Deus’ é constituída de todos os cristãos na terra que têm esperança de vida celestial. Ao
todo, apenas 144.000 pessoas constituirão finalmente a ‘congregação de Deus’. [...] Os
cristãos que esperam viver para sempre na terra buscam orientação espiritual desta
‘congregação’...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 125-126,
parágrafo 18).
Nós, os evangélicos, cremos que há muitas igrejas boas, pregando a verdade. Os
chefes das TJ discordam disso, alegando que a “Bíblia diz que existe realmente ‘uma só fé’
(Efésios 4:5)” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 190, parágrafo 19).
Mas eles esquecem que o apóstolo Paulo afirmou no capítulo 14 da sua Epístola aos
Romanos, que há questões periféricas sobre as quais podemos divergir sem ferirmos a
integridade da fé cristã. Disse Paulo: “Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é
fraco, come só legumes. Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não
julgue o que come; pois Deus o acolheu” (Rm 14.2,3).
Por não associarem Efésios 4.5 com Romanos 14, os líderes das TJ exigem
obediência irrestrita de seus liderados. Estes têm apenas a “sublime” missão de repetirem
como se fossem robôs, o que lhes é ditado pelos seus superiores hierárquicos. Senão
vejamos: “... A verdade que havemos de publicar são aquelas que a organização do
escravo discreto fornece, não algumas opiniões pessoais, contrárias ao que o escravo

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providenciou como sendo sustento conveniente” (A Sentinela, novembro de 1.952, página
164, parágrafo 11).
Embora creiamos que os líderes da TJ não erraram quando afirmaram que “Não pode
haver duas verdades, quando uma não concorda com a outra”, parece-nos que eles
extrapolam, quando tentam nos induzir a fazermos de questões banais, o aferidor da
autenticidade ou não, de uma igreja que se considera cristã. Por exemplo, todos nós,
evangélicos, cremos que a alma humana sobrevive à morte do corpo. Geralmente cremos
também que a Terra será derretida e depois refeita; porém, não fazemos disso motivo de
salvação ou perdição para quem quer que seja. Portanto, aceitaríamos como nossos irmãos
em Cristo, alguém que, sem negar as doutrinas cardeais da fé cristã, divergisse de nós
nessas questões. As TJ, porém, não pensam assim. Disse o Corpo Governante: “...ou os
homens têm uma alma que sobrevive à morte do corpo, ou não têm. Ou a terra existirá
para sempre, ou não... Não pode haver duas verdades, quando uma não concorda com a
outra...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 32, parágrafo 19). Mas
neste caso, o feitiço vira contra o feiticeiro, visto que se questões tão banais, desqualificam
como genuinamente cristã qualquer igreja que sobre as mesmas se equivocar, que dizer da
organização das TJ que já efetuou mais de 100 mudanças em suas doutrinas? Seria o caso
de perguntarmos às TJ: A religião de vocês era de Deus, quando vocês pregavam que os
sodomitas seriam ressuscitados? Deixou de ser de Deus quando vocês se retrataram? E
voltou a ser de Deus quando em 1.988 vocês se retrataram novamente, retornando à velha
doutrina da extinção dos sodomitas. E: A religião de vocês era de Deus, enquanto vocês
proibiam transplantes de órgãos, e se tornou do Diabo quando vocês passaram a permitir
esse tratamento médico? Ou ela era do Diabo enquanto os transplantes de órgãos eram
proibidos, e passou a ser de Deus a partir do momento em que vocês passaram a aceitar este
recurso da Medicina? E inúmeras perguntas semelhantes a estas poderíamos formular,
trazendo à memória suas incoerências sobre vacinação, crucificação de Cristo, prestação do
serviço militar etc..

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CAPÍTULO 16 __AS MUDANÇAS DEVEM NOS PERTURBAR?

Inúmeras TJ em derredor do mundo, após serem informadas das muitas mudanças


doutrinárias que os líderes delas têm efetuado na “religião” que está sob o comando deles,
pesquisaram, se certificaram da autenticidade das denúncias, renegaram a seita, entregaram
suas vidas a Jesus e se vincularam às diversas igrejas evangélicas, onde adoram ao Senhor
em espírito e em verdade, na beleza da Sua santidade! Mas a grande maioria das TJ não
pensa assim. Acha que as mudanças não devem nos perturbar. Porém, ao agirem assim, as
TJ estão em desacordo com seus líderes máximos, o Corpo Governante. Por exemplo, até
1.966, os católicos eram proibidos de comer carne nas sextas-feiras. Mas então, o Papa
Paulo VI, pondo em prática as decisões tomadas no Concílio Vaticano II, autorizou os
Ministros locais a modificar essa doutrina. Os líderes das TJ sugerem então que os católicos
ponderem sobre a validade das demais doutrinas esposadas pela “Igreja” Católica,
considerando essa súbita mudança doutrinária. Eles publicaram, pois, na revista Despertai!,
de 08/10/1.970, páginas 8 e 9, um artigo intitulado MUDANÇAS QUE PERTURBAM AS
PESSOAS, onde argumentam com os católicos assim: “...Se for católico, pode entender
como certa prática considerada pela Igreja como ‘pecado mortal’ possa subitamente ser
aprovada? Se era pecado a cinco anos, por que não é hoje? Muitos católicos não
conseguem entender”.
Cremos que o argumento acima, da autoria dos líderes da TJ é, de fato, consistente.
Realmente as mudanças doutrinárias ocorridas na “Igreja” Católica provam que os papas
são seres humanos falíveis como todos nós e que, portanto, não devem ser obedecidos
cegamente. Realmente uma retratação prova que há erro. E a prova da existência de um
erro nos deve levar a admitir a possibilidade de haver outros erros. Logo, os católicos têm o
direito de confrontar com a Bíblia tudo quanto o Papa ensina, a fim de se certificarem se
seus ensinos são ou não, corretos. Porém, este direito não é exclusivo dos católicos, mas
extensivo a todos nós. E, visto que os líderes das TJ têm se retratado mais do que os papas,
queremos argumentar com as TJ tal qual o Corpo Governante argumentou com os católicos.
Fazendo nossas as palavras do Corpo Governante, dizemos às TJ o seguinte: “Se você for
TJ, pode entender como certo ensino, considerado pelo Corpo Governante como
orientação e direção teocráticas possa subitamente ser mudado? Se era verdade no
passado, por que não é hoje? Muitas TJ não conseguem entender.”
Se você é TJ e acha que este argumento não deve incomodá-lo, saiba que isso
significa que, na sua opinião, o argumento do Corpo Governante não é consistente. Sim,
porque se o argumento deste autor não tem valor algum, então o argumento do Corpo
Governante nada vale.
É digno de nota que o erro da “Igreja” Católica foi menos grave do que o erro do
Corpo Governante, já que ninguém morreu por não ter comido carne nas sextas-feiras.
Porém, só Deus sabe quantos foram prejudicados por terem rejeitado vacinas, transplantes
de órgãos, transfusões de sangue e prestação do serviço militar nos países que não
concedem eximição. Os líderes das TJ fariam bem, se atentassem para este velho provérbio:
“Quem tem telhado de vidro não atira pedras ao do vizinho”. Mesmo que o “telhado do
vizinho” realmente seja de “vidro”, se o nosso de “vidro” é, devemos nos precaver, visto
que o “tiro pode sair pela culatra”. No caso da crítica que o Corpo Governante endereçou
aos católicos romanos, não há dúvida de que isso ocorreu. De fato o “feitiço” virou contra o
“feiticeiro”.

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CAPÍTULO 17__A RESPEITO DA SALVAÇÃO

17. 1. Já Somos Salvos

Embora a própria “bíblia” das TJ diga que o cristão já está salvo (queira ver Ef 2.8,9
na TNM), as TJ, instigadas pelos seus líderes, não ousam dizer que já estão salvas. Esta é
uma das provas que as TJ não são uma extensão da Igreja Primitiva.
Disse Jesus a uma mulher: “Tua fé te salvou; vai em paz” (Lc 7.50 – TNM). Sob o
teto de Zaqueu, afirmou Jesus: “... Neste dia entrou a salvação nesta casa...” (Lc 19.9 –
TNM). Em Ef 2.5, o apóstolo Paulo afirma: “... por benignidade imerecida é que fostes
salvos” (TNM).
Muitos dos discípulos do Corpo Governante já nos disseram que é errado dizer que já
estamos salvos. Mas será que Jesus e os apóstolos estavam equivocados?
O fato de Jesus afirmar que quem “crer e for batizado será salvo, mas o que não crer
será condenado” (Mc 16.16 – TNM), prova que a salvação é o antônimo de condenação.
Logo, quem não está salvo está condenado, e a recíproca é verdadeira. Assim, as TJ estão
se auto confessando condenadas, quando afirmam que não há ninguém salvo. Por outro
lado, a Bíblia sustenta que os verdadeiros cristãos estão cem por cento salvos, visto
assegurar que “... os em união com Cristo Jesus não têm nenhuma condenação”(Rm 8.1 –
TNM – ênfase acrescentada). Ora, se não há condenação alguma, então deve haver o oposto
disso. E o contrário de condenação é o quê? Veja resposta em Mc 16.16 na TNM.
Afirmamos acima que “os cristãos estão cem por cento salvos”. Por “cem por cento
salvo” deve-se entender “cem por cento perdoado.” Isto significa que Deus e o cristão já se
reconciliaram, isto é, já fizeram as pazes (Is 53.5; 2 Co 5.18 – TNM).
Quando Jesus nos perdoa (Mc 2.5; Lc 7.48), lança os nossos pecados nas profundezas
do mar (Mq 7.19), se esquece dos mesmos (Hb 10.17,18) e nos faz de novo (2 Co 5.17). A
partir daí, não há mais “nenhuma condenação” (Rm 8.1). Então tomamos posse da vida
eterna (Jo 5.24), e a nós são dirigidas as seguintes palavras: “Por esta benignidade
imerecida é que fostes salvos por intermédio da fé; e isto não se deve a vós, é dádiva de
Deus. Não, não se deve a obras, a fim de que nenhum homem tenha base para jactância”.
(Ef 2.8,9 TNM).
Segundo a Bíblia, o cristão é um eleito (Rm 8.33; 16.13; Ef 1.4 etc.), não um
candidato. O cristão não está se esforçando para alcançar a salvação, mas sim, segurando-a
com as duas mãos para não perdê-la (Ap 3.11). Portanto, o cristão não pratica boas obras
para se salvar (Ef 2.5, 8, 9; Rm 11.6), mas sim, porque já se salvou (Ef 2.10).

17. 2. Obras Não Salvam

Quando a Bíblia diz que “a fé sem obras é morta” (Tg 2.26), não está dizendo que fé
mais obras produzem salvação, mas sim, que a verdadeira fé produz salvação, que é a
reconciliação com Deus. E que a salvação nos leva automaticamente à prática do bem.
A verdadeira fé é viva, e produz naquele que a possui, uma transformação
indisfarçável! A verdadeira fé não depende das obras para ser viva, pois tem vida própria!
A fé verdadeira nos salva e nos conduz à prática das obras. “Fé sem obras é morta” não
significa que a verdadeira fé dependa das obras para ser viva; antes quer dizer que a fé viva
gera obras inevitavelmente. E que, portanto, quando faltam estas, é porque de antemão
faltou aquela.

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Pela verdadeira fé somos transformados em filhos de Deus (Jo 1.12; 1 Jo 3.2). E,
como sabemos, os filhos de Deus têm que ter o DNA do Pai. A ausência dos traços do Pai
na vida daqueles que se julgam filhos de Deus, é indício de uma fé falsa.
A verdadeira fé e as obras vivas, embora sejam distintas e diferentes, são
inseparáveis. Conseqüentemente, os que morrem imediatamente após receberem a salvação,
vão fazer boas obras no Paraíso Celestial; e os que continuam vivendo do lado de cá,
fazem-nas por aqui mesmo. Mas estes têm consciência de que já estão salvos e que,
portanto, mais nada precisam fazer, a não ser não jogar fora a salvação, com a qual já foram
presenteados desde o momento em que se tornaram portadores da fé viva, a qual, embora
não viva pelas obras, vive para as obras.
As boas obras existem para “andarmos nelas” (Ef 2.10 – TNM), e não para sermos
salvos por elas (Tt 3.5). Este versículo diz textualmente: “Não devido a obras de justiça
que tivéssemos realizado, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou...” (TNM – grifo
nosso).
A fé e as obras são importantíssimas, mas devem ser postas em seus devidos lugares.
Os que tentam se salvar pelas obras estão pondo o carro adiante dos bois. E os que tentam
se salvar pela fé mais as obras, estão pondo o carro ao lado dos bois. Ora, o carro não sairá
do lugar, enquanto estiver adiante dos bois ou ao lado destes. Para que o carro se locomova,
é imprescindível que bois e carro sejam postos em seus devidos lugares. Deixemos, pois,
que o “boi” da fé puxe o “carro” da salvação, no interior do qual devemos adicionar mais e
mais, obras que glorifiquem a Deus e testifiquem da salvação que Jesus já nos deu.
Ainda não encontramos um só TJ que ousasse dizer: “Jesus me salvou”. Contudo, não
é improvável que haja entre eles alguém que assim se expresse, visto que o Corpo
Governante ensina que eles podem dizer: “Até agora, estou. [...]” Ou: “Sim”, quando
alguém os inquirir sobre esta questão (Raciocínios a Base das Escrituras, página 342). Sim,
talvez haja entre os discípulos do Corpo Governante alguém que afirme que já está salvo.
Mas, se há, são tão poucos que ainda não encontramos um sequer. O porquê disso é que os
líderes das TJ pregam com um canto da boca que o cristão já está salvo, mas com os dois
cantos da mesma boca, negam esta verdade. Sobre esta questão eles se revelam tão
ambíguos quanto nas demais por eles aventadas.
O que aqui dizemos sobre o valor da fé e a importância das obras, pondo-as em seus
devidos lugares, visa jogar por terra tudo quanto os líderes das TJ vêm ensinando a respeito
de Tg 2.14-26. E uma das provas de que estamos na trilha certa é que Tiago, enquanto
argumentava que a fé sem obras é morta ou inoperante, disse que Abraão não foi
justificado só pela fé, mas pelas obras também, visto que ele ofereceu Isaque sobre o altar
(Tg 2.21-23).Veja, o oferecimento de Isaque sobre o altar por parte de Abraão, está
registrado em Gn 22.9,10, enquanto que o registro da justificação de Abraão pela fé, consta
de Gn 15.6. Ora, sabemos que o fato registrado em Gn 15.6, que é a justificação de Abraão
pela fé, ocorreu cerca de 15 anos antes de Isaque nascer. Veja que primeiro Deus lhe
promete um filho (Gn 15.1-5); depois o justifica pela fé (Gn 15.6); depois lhe promete a
terra de Canaã (Gn 15.7); depois ele oferece sacrifício ao Senhor, quando a promessa da
Terra lhe é ratificada (Gn 15.8-16); posteriormente Deus faz um pacto com ele (Gn 15.17-
21); depois ele entra a Agar e esta lhe gera Ismael (Gn 16.1-15) e então se diz que ele tinha
86 anos de idade (Gn 16.16). Muitas outras coisas maravilhosas lhe sucedem, as quais
constam de Gn 17 – 20; e no capítulo 21.5 do Gênesis, somos informados que Abraão tinha
cem anos de idade quando Isaque nasceu. E quando Isaque já era adolescente ou jovem, é
que Abraão o oferece sobre o altar (Gn 22.9,10). Assim, à luz de Gn 16.16; 21.5; e 22.9,10,

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veremos que Abraão foi justificado pela fé cerca de três décadas antes de dispor a ofertar
Isaque em holocausto a Jeová. Ora, como Tiago pôde se servir de uma obra praticada por
Abraão cerca de trinta anos após a sua justificação pela fé, para provar que Abraão foi
justificado por fé mais obras? Só há duas respostas possíveis: ou ele se enganou, ou ele
estava querendo dizer que a verdadeira fé, redunda em real salvação, da qual, por sua vez,
nascem inevitáveis obras de justiça. Os que crêem que a Bíblia é a pura, santa, perfeita e
infalível Palavra de Deus, como é o caso deste autor, optam pela última alternativa.

17. 3. A Fé Nos Basta

Para sermos salvos, basta crermos no Senhor Jesus (Jo 3.16; At 16.30,31). Contudo, o
Corpo Governante, por não pôr a fé e as obras em seus devidos lugares, afirma às páginas 5
e 6 de A Sentinela de 15/09/1.989, que crer em Jesus é o requisito principal ou
“fundamental para nossa salvação, mas é necessário mais.”
A Bíblia o diz e os salvos sabem por experiência própria, que o milagre da salvação é
radical e instantâneo. Em fração de segundo um pecador perdido pode receber o perdão de
todos os seus pecados e a conseqüente salvação, a qual muda o destino e o caráter (Mc 2.5;
Lc 7.47-50; 23.43; Ef 2.5,8-10; Tg 2.26 etc.). Para recebermos este perfeito, total e radical
perdão, chamado também de salvação (Tt 2.11), nada precisamos fazer, a não ser
clamarmos com fé e arrependimento (At 3.19; Rm 10.13). Se permanecermos assim, isto é,
com fé e contrição, durante todo o nosso peregrinar terráqueo, seja esse tempo um segundo
ou muitas décadas, partiremos daqui como alguém que não negou a fé (1 Tm 5.8), não
negou o Senhor (2 Tm 2.12), e assim a salvação nos estará assegurada irreversivelmente ( 2
Tm 4.6-8). Isto é que é salvação pela graça por meio da fé, da qual falou o apóstolo Paulo
em Ef 2.8. Quem prega uma mensagem diferente desta, não está pregando salvação pela
graça por meio da fé, mas sim, vendendo gato por lebre! Pregam isto os líderes das TJ?
Não! Mil vezes não! Sim, leitor, segundo as TJ, os servos de Deus que não pertencem aos
144.000, e isso inclui os do Antigo Testamento, como Abel, Noé, Abraão, Moisés, Sara,
Ana, Davi, João Batista, Sansão, etc., serão ressuscitados no início do Milênio, em cujo
período poderão irem se aperfeiçoando até se tornarem tão perfeitos quanto Adão e Eva
eram antes de pecar. Ao terminar então o Milênio serão tentados todos os que tiverem
chegado até lá, e os que não cederem, viverão para sempre, ou seja, então serão salvos. Ora,
se assim fosse, não estaria em jogo apenas a salvação dos supostos integrantes da Grande
Multidão que no presente morrem servindo a Deus, mas até mesmo os heróis da fé do
Antigo Testamento estariam na corda bamba.
Pregam mesmo as TJ o que dissemos acima? Ora, elas afirmam no livro Poderá Viver
Para Sempre no Paraíso na Terra, página 122, parágrafo 7, que “... todos os homens e
mulheres fiéis que morreram antes de Jesus falecer tinham esperança de viver novamente
na terra, não no céu. Serão ressuscitados para se tornarem súditos terrestres do reino de
Deus...” Elas dizem ainda neste mesmo livro, páginas 175-183, que tantos quantos forem
ressuscitados, os vivos que sobreviverem ao Armagedom, e os que nascerem durante o Dia
do Juízo de 1.000 anos, conforme forem sendo fiéis, gradualmente avançarão à perfeição
humana, de sorte que por volta do fim do Dia do Juízo, todos os que então estiverem vivos,
serão tão perfeitos quanto Adão e Eva eram antes de pecar. E acrescentam que ao terminar
o Milênio, Satanás e seus demônios tentarão esses humanos aperfeiçoados; dos quais, os
que cederem serão destruídos e os que se mantiverem fiéis, herdarão a Terra paradisíaca.

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Uma das provas de que as TJ crêem que todos os humanos aperfeiçoados serão
testados, consta do livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 182,
parágrafo 20, onde se afirma que Jeová submeterá (depois do Dia do Juízo) a humanidade a
uma prova, para daí selecionar os fiéis que farão jus aos nomes no livro da vida. Veja o
leitor que o Corpo Governante afirma que o teste será aplicado na humanidade, e não, a
uma parte da humanidade.
Vamos agora transcrever o último texto comentado para que não fique nenhuma
dúvida: “Como determinará Jeová que nomes deverão ser escritos no ’rolo da vida’, ou
‘livro da vida’?... Será por meio duma prova à qual a HUMANIDADE será submetida”
(ênfase acrescentada).
Simplificando, o que as TJ pregam é o seguinte: O homem foi feito para viver
eternamente no planeta Terra. Porém, devido ao pecado, o homem foi sentenciado à morte
e, por conseguinte, a deixar de existir. Mas, por causa do sacrifício de Cristo, muitos terão
uma segunda oportunidade. Estes, e seus filhos nascidos durante o período de adestramento
que durará mil anos, serão submetidos a um processo evolutivo, ao término do qual estarão
tão perfeitos quanto Adão e Eva eram antes de pecar. Então serão tentados por Satanás e
seus demônios. Nessa época, muitos cederão às tentações e, por isso mesmo, serão
destruídos. Mas os que permanecerem fiéis viverão eternamente na Terra paradisíaca.
Segundo as TJ, os que forem rebeldes durante o período de adestramento de 1.000
anos, serão destruídos nesse intervalo. Referindo-se aos tais, disse o Corpo Governante: “...
Assim, essas pessoas serão destruídas, quer durante, quer por volta do fim do Dia do
Juízo...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 180, parágrafo 14).
Nessas entrelinhas pode-se ver nitidamente que as TJ negam a salvação pela graça
por meio da fé, à parte das obras. O “Jesus” delas não salva sozinho. Ele apenas abre o
caminho para que o pecador, por seus próprios esforços evolua gradualmente até à
perfeição, quando então, se for aprovado no teste a que será submetido, fará jus à salvação.
Esta é apenas um retorno à boa vida que a humanidade perdeu desde a queda de Adão e
Eva no Éden.

17. 4. Deturpando a Missão de Jesus

17. 4. 1. Mais de uma missão?


No livro Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, página 69, parágrafo 20, lemos:
“A nossa salvação não é a justificativa principal para a vida e a morte de Jesus na Terra.”
(Ênfase acrescentada). Podemos notar nessa declaração três erros:
1º) Jesus teria vindo ao mundo com, pelo menos duas incumbências, quando a Bíblia só nos
fala de uma: salvar-nos (Jo 3.16; 1 Tm 1.15).
2º) Das suas incumbências, a salvação do pecador não seria a mais relevante, na ótica do
Senhor Jesus. Ele teria algo mais importante a realizar.
3º) Se Cristo, ao relacionar-se conosco, não dá prioridade à nossa salvação, subentende-se
que há algo mais premente do que livrar-nos do pecado e suas conseqüências. Isso pode
distrair o pecador, desviando sua atenção de seu principal problema, bem como de sua
primordial necessidade. Quem assim age, certamente não está sendo inspirado por
Aquele que empreende convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11):
o Espírito Santo.

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17. 4. 2. Definindo as supostas missões
Bem, se salvar-nos não era o principal objetivo pelo qual Cristo baixou do Céu à
Terra, como supõem as TJ, fica claro apenas que, segundo elas, Ele tinha mais de uma
missão. Porém, quantas e quais eram as Suas missões? Qual era a principal delas? E, de
todas as Suas missões, qual era a de menor importância? É o que veremos a seguir.
Primeira missão
Segundo as TJ, o primeiro propósito da vinda de Jesus ao mundo, foi o de divulgar e
santificar o nome de Jeová. Isso está claro à página 60, parágrafo 10, do livro Poderá Viver
Para Sempre no Paraíso na Terra. “Explicando” porque Jesus viera à Terra, diz lá o Corpo
Governante: “...Primeiro, as verdades sobre seu Pai celestial. Ensinou seus seguidores a
orar para que o nome de seu Pai fosse ‘santificado...’ E ele orou: ‘Tenho feito manifesto o
teu nome aos homens que me deste...’ ”
Segunda missão
De acordo com as TJ, o segundo propósito de Jesus vir à Terra, foi o de anunciar o
Reino de Deus. Tal importância deve-se, segundo elas, ao fato de que “É esse reino que
destruirá toda a iniqüidade e livrará o nome de Jeová de todo o vitupério lançado sobre
ele...” (Ibidem, páginas 60 e 61, parágrafo 11).
Terceira missão
Que nos salvar não era, segundo as TJ, a principal missão de Jesus, ficou claro em
17.4.1. E quando examinamos as publicações do Corpo Governante, percebemos que a
nossa salvação está em terceiro e último lugar, na escala de valores do Senhor. O desdém
dos líderes das TJ para com a gloriosa salvação, é indisfarçável. Veja este exemplo:
“Assim, um motivo importante de Jesus vir à Terra foi de morrer por nós...” (Ibidem,
página 61, parágrafo 12 – ênfase acrescentada).
Realmente, morrer para nos salvar não era a principal missão de Jesus, nem tampouco
a secundária, mas sim, a única (1 Tm 1.15; Jo 3.16).

17. 5. Alistando as Obras Salvíficas

Os chefes das TJ não só deixam subentendido que eles pregam salvação pelas obras.
Não! Eles até alistam tais obras. O capítulo 30, do livro Poderá Viver Para Sempre no
Paraíso na Terra, que começa na página 250, se intitula: O Que Você Precisa Fazer a Fim
de Viver Para Sempre. Sob este título eles relacionam seis obrigações, vistas por eles como
necessárias à salvação. São as seguintes:
1ª) Confiar em Deus e nas suas promessas (página 250, parágrafo 2).
2ª) Praticar boas obras (Ibidem, parágrafo 3).
3ª) Orar, dedicando-se a Deus (página 251, parágrafo 4).
4ª) Pertencer à organização visível de Deus (Ibidem, parágrafo 5).
5ª) Batizar-se (página 252, parágrafo 6).
6ª) Pregar as boas novas do reino de casa em casa (páginas 252-253, parágrafos 9-11).
Como se pode ver acima, a receita “salvífica” emitida pelo Corpo Governante, é
composta de meia dúzia de requisitos, quando a Bíblia só reconhece um: “Crê no Senhor
Jesus e serás salvo, tu e tua casa.” (At 16.30,31). E, por incrível que pareça, o único
requisito bíblico foi, neste caso, simplesmente ignorado, não chegando sequer a figurar
entre o conjunto de normas expedido pela Torre de Vigia. Aliás, isto não amenizaria o
problema, visto que a fé só funciona se a ela não adicionarmos nossas invencionices.

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Tentar se salvar pelas obras, quer à parte da fé, quer ao lado da fé, é subestimar o alto
preço que Jesus pagou na cruz.
Deus quer que Seus servos se esmerem em fazer boas obras, mas Ele não quer que
façamos das mesmas nossa tábua de salvação.
A fé vale o perdão dos pecados e a conseqüente salvação, a qual é um dom (presente
ou dádiva), Ef 2.8,9. E as obras que porventura daí nascerem, serão galardoadas (1Co 3.10-
14).
O que é fé? Mil máximas não seriam capazes de defini-la sem parcialidade!
Estamos falando da fé salvadora! Esta fé é mais do crer na existência e onipotência do
Salvador! É mais do que reconhecer que o sacrifício que o Senhor efetuou na cruz é
substitutivo; podendo, pois, quitar-nos para com a justiça divina e, por conseguinte,
redimir-nos! Fé é se valer, se servir e se beneficiar do sangue remidor!

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CAPÍTULO 18__ SOBRE O ESCRAVO FIEL E DISCRETO

18. 1. Quem é o Escravo Fiel e Discreto?

Em Mt 24.45-47, encontramos o Senhor Jesus propondo aos seus discípulos a


seguinte parábola: “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o senhor pôs sobre os seus
serviçais, para a tempo dar-lhes o sustento? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu
senhor, quando vier achar assim fazendo. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os
seus.” (Versão Revisada).
“Servo fiel e prudente” é o mesmo que “escravo fiel e discreto”, como consta da
“bíblia” das TJ. Não é difícil entendermos que o objetivo do Senhor Jesus ao propor esta
parábola, era inculcar nos seus discípulos que todo cristão deve ser fiel e discreto. E que se
cumprirmos com este dever, seremos recompensados por Ele, quando de Seu regresso (Ap
22.12). Mas os membros do Corpo Governante viram nesta parábola tudo quanto
necessitavam para manipular os incautos, como veremos abaixo.

18. 2. Que Diz o Corpo Governante

Os líderes das TJ vêem (?) no texto em apreço dois grupos distintos: o escravo fiel e
discreto representa os 144.000 cristãos ungidos com vocação celestial; e os domésticos
(serviçais na Versão Revisada) retratam os cristãos que compõem a Grande Multidão que
herdará a Terra. Assim como o escravo fiel e discreto da parábola em apreço, tinha a
incumbência de alimentar (ou sustentar) os seus domésticos (ou conservos), os 144.000 têm
o encargo de prover a instrução bíblica para os membros da Grande Multidão.
Afirmam também os membros do Corpo Governante que eles são o porta-voz do
escravo fiel e discreto. Deste modo, são eles que preparam o alimento e distribuem aos seus
domésticos ou, como já informamos, aos que compõem a Grande Multidão.
Partindo da premissa acima exposta, os líderes das TJ chegaram à seguinte conclusão:
se eles, na qualidade de representante e/ou porta-voz do escravo fiel e discreto, receberam
de Deus o encargo de explicar a Bíblia aos que querem seguir a Cristo, então quem estudar
a Bíblia sem a orientação deles, não conhecerá o caminho da verdade. Eles e só eles estão
credenciados por Deus a darem o “alimento no tempo apropriado” (Mt 24.45- TNM),
tendo, portanto, os seus aprendizes que “comerem” tudo quanto eles servirem “à mesa”,
sem questionar. Tudo quanto eles pregarem, seus liderados também têm que pregar; até que
eles se retratem, quando também terão que se retratar. Qualquer insubordinação ou idéia
independente da deles, é sinal de orgulho. Os portadores de tais idéias, por mais que
estudem a Bíblia não avançarão na estrada da vida, até que reconheçam que não podem
passar sem a ajuda do único canal de comunicação de Jeová que é o porta-voz do escravo
fiel e discreto, isto é, o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová!

18. 3. Dizem Mesmo?

Custa-nos crer que possa existir alguém suficientemente petulante para se auto-
apresentar como dono da verdade, como os líderes das TJ se atrevem a fazer, conforme
denunciamos acima. Urge, portanto, que exibamos as provas, para que os nossos leitores
possam examiná-las por si mesmos e assim certificarem da veracidade de nossas

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afirmações. E é com as transcrições abaixo que pretendemos documentar as pretensões dos
chefes das TJ, acima exaradas. Ei-las:
“A organização visível de Deus hoje também recebe orientação e direção
teocráticas. Na sede das Testemunhas de Jeová em Brooklyn, Nova Iorque, existe um corpo
governante de anciãos cristãos de várias partes da terra que dão a necessária supervisão
às atividades mundiais do povo de Deus. Este corpo governante é composto de membros
do ‘escravo fiel e discreto’. Serve qual porta-voz do ‘escravo’ fiel.
Os homens desse corpo governante, como os apóstolos e anciãos em Jerusalém, têm
muitos anos de experiência no serviço de Deus. Mas não confiam na sabedoria humana ao
fazerem decisões. Não, sendo governado teocraticamente, seguem o exemplo do primitivo
corpo governante em Jerusalém, cujas decisões baseavam-se na Palavra de Deus e eram
feitas sob a direção do espírito santo...” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra,
página 195, parágrafos 13 e 14 – Ênfase acrescentada).

“Não é provável que alguém, por apenas ler a Bíblia, sem se aproveitar das ajudas
divinamente providas, consiga ver a luz. É por isso que Jeová Deus proveu ‘o escravo fiel
e discreto’, predito em Mateus 24:45-47. Atualmente, este escravo é representado pelo
Corpo Governante das Testemunhas de Jeová”.(A Sentinela, 01/05/1.992, página 31).

“Assim como as profecias bíblicas apontavam para o Messias, elas também nos
encaminham ao unido corpo de cristãos ungidos das Testemunhas de Jeová, que serve
atualmente qual escravo fiel e discreto. Este nos ajuda a entender a Palavra de Deus.
Todos os que desejam entender a Bíblia devem reconhecer que a grandemente
diversificada sabedoria de Deus só pode ser conhecida através do canal de comunicação
de Jeová, o escravo fiel e discreto...” (A Sentinela, 01/10/1.994).

“Mas, Jeová Deus proveu também sua organização visível, seu ‘escravo fiel e
discreto’, composto dos ungidos com o espírito para ajudar os cristãos em todas as nações
a entender e a aplicar corretamente a Bíblia na sua vida. A menos que estejamos em
contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da
vida, não importa quanto leiamos a Bíblia.” (A Sentinela, 01/08/1.982, página 27,
parágrafo 4).

“A verdade que havemos de publicar são aquelas que a organização do escravo


discreto fornece, não algumas opiniões pessoais, contrárias ao que o escravo providenciou
como sendo sustento conveniente.” (A Sentinela, novembro de 1.952, página 164,
parágrafo 11).

“LUTECONTRAIDÉIAS.INDEPENDENTES...Idéias
independentes...são...perigosas...Tais idéias dão evidência de orgulho. E a Bíblia diz: ‘O
orgulho vem antes da derrocada’”. (A Sentinela, 15/07/1.983, página 27, parágrafos 19 e
20).

“Sentir-nos-emos impelidos a servir a Jeová com lealdade junto com sua


organização se nos lembrarmos de que não há outro lugar onde se possa obter a vida
eterna...” (A Sentinela, 15/11/1.992, páginas 20 e 21, parágrafo 12).

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18. 4. E Há Quem Creia?!

As cópias acima provam que os líderes máximos das TJ são suficientemente


megalomaníacos para se julgarem donos da verdade. Deixar-se orientar por eles é, segundo
as transcrições supra, condição sine qua non para a salvação. Eles são, pois, o caminho, a
verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por eles. Mas essa usurpação do trono de Cristo
se torna ainda mais grave, quando somos informados que eles já conseguiram nada menos
que seis milhões de pessoas em todo o mundo que, reconhecendo-os como tais, se
submetem a eles cegamente. Esses teleguiados preferem trair suas consciências, a saírem de
sob o autoritarismo do Corpo Governante. Só para citarmos um exemplo, certa vez,
enquanto confabulávamos com dois seguidores do Corpo Governante, em um diálogo que
durou cerca de 8 horas (começamos às 20:15 h. e terminamos às 04:10 h.), com tristezas
ouvimos a seguinte declaração: “Nós sabemos que os nossos superintendentes equivocam-
se sobre vários pontos, mas nós nos submetemos às suas ordens incondicionalmente sem
questioná-los, pois sabemos que eles constituem o escravo fiel e discreto a quem Jeová
designou sobre seus domésticos para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado,
conforme previsto em Mt 24:45. Se eles descem, nós descemos com eles; e se eles sobem,
igualmente com eles subimos, pois eles são a ‘nossa mãe’, segundo Gl 4:26, predestinados
por Jeová a nos conduzir ao Reino dos Céus, e por fim, reinar sobre nós. Assim sendo
podemos fechar os olhos e acompanhá-los sem medo de errar, pois no final tudo dará
certo. Se eles nos ensinam alguma coisa errada, não faz mal, pois um dia Jeová irá
iluminá-los, e eles, sinceros como são, nos informarão que estavam equivocados, como já
o fizeram outras vezes. Se Jesus disse que eles seriam o ‘escravo fiel’ que nos dariam o
‘alimento no tempo apropriado’ devemos ‘comer’ tudo quanto nos derem, sem serem
questionados por nós, pois Jeová sabe o que faz”.
A declaração supra não é atípica, antes constitui a característica de toda TJ
verdadeira, já que o Corpo Governante exige que assim seja. Logo, quem não pensa assim,
ou não é TJ, ou é um falso TJ.

18. 5. Quem Dá o Alimento?

O Corpo Governante faz as seguintes afirmações:


1ª) os 144.000 são o escravo fiel e discreto. Veja a prova: “...Com Cristo haverá
associados em tronos celestiais mais 144.000...A vasta maioria deles já está nos
céus, e o restante deles ainda na terra constitui a classe do ‘escravo fiel e discreto’,
que promove lealmente os interesses deste Reino aqui. – Mat. 24:45-47” (Unidos na
Adoração do Único Deus Verdadeiro, páginas 80 e 81, parágrafo 7).
2ª) esse escravo fiel e discreto é o canal de comunicação de Deus. É através desse escravo
fiel e discreto que Deus dá o alimento da Sua Palavra aos integrantes da Grande
Multidão. Prova: “...Não é provável que alguém, por apenas ler a Bíblia, sem se
aproveitar das ajudas divinamente providas, consiga ver a luz. É por isso que Jeová
Deus proveu ‘o escravo fiel e discreto’, predito em Mateus 24:45-47...” (A Sentinela,
01/05/1.992, página 31).
3ª) esse escravo fiel e discreto se faz representar pelo seu porta-voz, que é o conjunto dos
líderes supremos das TJ, chamado Corpo Governante, cujo número de membros oscila
em torno de 12 anciãos. Estes anciãos pertencem aos 144.000 e portanto fazem parte do
grupo chamado de escravo fiel e discreto. Provas: “...Este corpo governante é

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composto de membros do ‘escravo fiel e discreto’. Serve qual porta-voz do ‘escravo’
fiel. (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 195, parágrafo13).
“...Atualmente, este escravo é representado pelo Corpo Governante das Testemunhas de
Jeová...” (A Sentinela, 01/05/1.992, página 31).
Agora, vamos raciocinar à base das declarações que o Corpo Governante fez.
Se há um grupo chamado de escravo fiel e discreto, incumbido de prover o alimento
da Palavra de Deus às pessoas que desejam ser cristãos, todos os componentes desse grupo
deviam trabalhar no preparo desse quitute espiritual. Todos eles deviam estar lá na Torre de
Vigia, que é a editora das TJ, elaborando mensagens a ser publicadas nas suas revistas
livros e panfletos. Todavia, isso não ocorre. O restante dos 144.000 (?) que ainda estão na
Terra, não integram a alta cúpula das TJ, não opinam em coisa alguma aos Anciãos de
Brooklyn. Isso é esquisito, visto que se o escravo fiel da parábola em lide, é um grupo que
executa uma certa tarefa, nenhum integrante desse grupo pode ficar de fora. Talvez as TJ
diriam que os tais não estão de fora, já que falam através do seu porta-voz. Mas isso geraria
mais três dificuldades. 1ª) Como pode alguém falar como porta-voz daquele de quem não
recebeu mensagem alguma? 2ª) Como o Corpo Governante pode ser porta-voz deles, se
eles não o nomearam? 3ª) a missão do porta-voz é dupla: receber a mensagem e repassá-la
adiante; nunca, porém, devolvê-la. Porém, é isso que estaria ocorrendo, se o Corpo
Governante fosse o porta-voz do escravo fiel e discreto. Porque se ele é o porta-voz do
escravo fiel e discreto, então ele recebeu deste, a mensagem. Logo, quando a Sentinela
chega às mãos de um membro do grupo chamado escravo fiel e discreto, pode-se dizer que
o porta-voz está “devolvendo” a mensagem. Isso seria cômico, se milhões de almas
preciosas não estivessem presas nesse emaranhado!
Já está nítido que quem dá o “alimento” é o Corpo Governante. E assim, o escravo se
acha privado de exercer a sua função de dar o alimento. Ao invés disso, é alimentado.
Não duvidamos que a qualquer hora dessas o Corpo Governante “saia” desse
impasse. Será facílimo fazê-lo. Basta lançar mão mais uma vez, de Pv 4.18 e dizer que
“Jeová refinou um pouco mais a Sua Organização, enviando à mesma mais um Lampejo
de Luz, a saber, o escravo fiel e discreto não são os 144.000 como pensávamos, mas sim, o
Corpo Governante.” Essa mudança doutrinária seria acatada com a mesma docilidade com
que muitas outras já foram recebidas. Afinal de contas, o Corpo Governante é o Soberano
Rei da Cocada-Preta, não tendo, pois, que dar satisfação a quem quer que seja. Por outro
lado, essa mudança seria favorável às TJ, pois seria um abacaxi a menos em seu
proselitismo. A final, ter que arranjar “explicações” a toda hora, para satisfazer a
curiosidade de todos os inquiridores ávidos por entenderem esse negócio de “porta-voz do
escravo”, não é nada agradável.

18. 6. Está Na Bíblia?

O Corpo Governante adora citar Ef 4.11-13 e At 8.31, a fim de “provar” que ele
manda e não pede. Porém, basta compararmos estes textos com At 17.11, para
cientificarmos que Deus não delegou a quem quer que seja, o poder de pensar e decidir por
nós. Temos muito a aprendermos uns com os outros, mas os tiranos não têm nada a
acrescentar-nos.
Os bereanos não teriam praticado um ato nobre, ao pesquisarem por si mesmos, para
se certificarem da autenticidade ou não, do que Paulo lhes dizia, se não pudessem ver a luz

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sem seguir cegamente aos apóstolos. Também, de nada adiantaria tal pesquisa, se não
pudessem Ter idéias independentes das de Paulo, sob pena de serem condenados. Para que
examinar as Escrituras para saberem se o que Paulo dizia era ou não a expressão da
verdade, se Paulo fosse o porta-voz do escravo, encarregado de dar um ensinamento que
todos têm que aceitar, mesmo estando errado?
Os bereanos, dos quais nos fala At 17.11, criam que a autoridade é a Palavra, não
Paulo. E o autor do livro de Atos dos Apóstolos não pensava diferente, pois os elogiou,
chamando-os de nobres.

18. 7. Quem é Quem?

A “religião” das TJ não é a única cuja liderança se auto proclama dona da verdade.
Por exemplo, o catolicismo prega oficialmente que o encargo de interpretar a Bíblia
corretamente foi confiado exclusivamente ao Papa e aos Bispos em comunhão com ele
(Catecismo da Igreja Católica, página 38 # 100, Editora Vozes, edição de 1.993). O
Concílio Vaticano I oficializou em 1.870 que o Papa é infalível, quando fala ex-cátedra.
Essa suposta infalibilidade está ratificada no Catecismo supracitado, página 255 # # 889-
891. Por acreditar (?) nessa alegada infalibilidade papal, o Padre Álvaro Negromonte disse
que o Papa manda tanto quanto Cristo e que portanto suas ordens devem ser obedecidas e
não discutidas (O Caminho da Vida, página 240, 15ª edição, Livraria José Olympio
Editora). E muitos outros exemplos igualmente arrogantes, poderíamos dar, se quiséssemos
alistá-los.
Ora, se o Papa e o Corpo Governante se julgam os únicos capazes de fornecer a real
interpretação da Bíblia, como poderão os seus respectivos adeptos saberem de que lado está
a razão? Esse jogo começa 1 a 1, pois é a palavra de um contra a do outro. Porém, como
desempatar? Essa questão será insolúvel, se católicos e TJ não recorrem à Bíblia. Mas
nenhum desses dois grupos pode ir direto à Bíblia, visto que os líderes de ambos pregam de
per si, que só eles podem dar o alimento. E agora José? Será que temos que esperar pelo dia
do Juízo Final para sabermos quem é quem? A Bíblia diz que não (At 17.11; 2 Tm 3.15-17;
Jo 5.39; Is 8.20 etc.). Quais bereanos, acheguemo-nos, pois, à Bíblia, e bebamos na fonte!
Se os bereanos foram direto à fonte, como bem atesta At 17.11, então não há qualquer
canal de comunicação, seja ele Papa, escravo fiel e discreto, porta-voz etc..
Os católicos são ensinados oficialmente a traírem suas consciências e a ficarem do
lado do Papa, quando este pregar algo ex-cátedra que, por acaso, pareça antibíblico.
Obviamente que isso é errado, mas as TJ não podem censurar os católicos, já que o Corpo
Governante exige de seus discípulos a mesma sujeição, como vimos em 18.3; e 18.4.
Portanto, qualquer argumento das TJ, objetivando provar que o Catolicismo é falso, de nada
adiantará, aos verdadeiros católicos, já que o Papa é o tal e sabe das coisas. E se os
católicos tentarem provar que as TJ estão equivocadas, seus argumentos serão de valor
nulo, pois as TJ crêem que elas não devem ter idéias independentes. Elas, as TJ, não
raciocinam à base das Escrituras, mas sim, à base do Corpo Governante. Isso é o que o
Corpo Governante exige delas (como já vimos) e é isso que elas vêm fazendo, como já
sabemos. Sim, as TJ já provaram várias vezes que se submetem incondicionalmente ao
Corpo Governante. Veja estes exemplos:
1º) quando o Corpo Governante disse que vacinação é pecado, elas não se deixavam
vacinar; mas, quando o Corpo Governante se retratou, então elas se retrataram também.

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2º) em obediência ao Corpo Governante, as TJ só voltaram a aceitar transplante de órgãos,
depois que o Corpo Governante publicou um artigo, liberando este tratamento médico.
3º) as TJ não destoaram do Corpo Governante em nenhuma das três vezes em que a sorte
dos sodomitas mudou.
4º) enquanto as publicações da Torre de Vigia mantinham que Jesus foi crucificado, as TJ
não faziam carga alguma à crucificação de Jesus; porém, tão logo o livro Riquezas (ou
pobrezas?) anunciou que Jesus foi estacado, e não crucificado, as TJ fizeram coro com
seus líderes máximos.
Exemplos de sujeição cega, em total falta de personalidade, poderíamos dar dezenas,
caso fosse necessário fazê-lo. Todavia, estes são mais que suficientes para provarmos que
as TJ não têm opinião própria. E nem podem. Ora, se elas podem seguir cegamente ao
Corpo Governante, por que os católicos não poderiam fazer o mesmo em relação ao Papa e
Bispos? Certamente as TJ diriam que os muitos erros dos papas provam que eles não são o
porta-voz do escravo fiel e discreto. Mas, por que não? Se o Corpo Governante é o porta-
voz, apesar dos seus muitos erros, por que o Papa não poderia sê-lo, pela mesma razão?
Vocês compararam pela Bíblia as doutrinas que o Papa prega e viram que ele está
desqualificado? Cuidado! Não façam isso! Evitem idéias independentes! Elas são
evidências de orgulho e, portanto, são perigosas. Saibam que a menos que estejamos em
contato com este único canal de comunicação que é o Papa e seus Bispos, não avançaremos
na estrada da vida. Precisamos apegarmo-nos a esta única organização de Deus que é a
Igreja Católica, pois não há outro lugar onde se possa obter a vida eterna. Lembre-se, ó TJ,
que as muitas falhas da Igreja Católica não a desqualificam, visto que Pv 4.18 diz que a
revelação de Jeová é progressiva. Jeová já enviou vários lampejos de luz sobre ela,
depurando-a gradualmente, e ainda mandará muitos outros.
Não é provável que vocês, meramente lendo a Bíblia e comparando seus ensinos,
consigam ver a luz. E ler a Bíblia com a ajuda dos falsos profetas, piora mais ainda. Só há,
pois, uma solução: contatar às pressas, o único canal de comunicação de Jeová que é o
Papa.
Talvez estejam se lembrando da chamada Santa Inquisição e outros pecados da santa
madre Igreja! Sim, ela teve que fazer alguns ajustes. Contudo, continuem lutando contra
idéias independentes. Não conheceríamos a verdade sem a ajuda dela, e não podemos
passar sem ela. Só preguem a verdade que ela previamente preparar. Não preguem suas
próprias idéias!
A ironia acima não é deboche e/ou falta de amor. Destina-se a levar as TJ a enxergar
que o Corpo Governante não pode exigir delas obediência cega. Se eles tivessem esse
direito, a Bíblia não seria autoridade. E os falsos profetas tirariam proveito disso, dizendo-
se todos o único canal de comunicação de Jeová ou de Deus, e portanto a única autoridade
inquestionável, estabelecendo o caos.

18. 8. O Verdadeiro Escravo Fiel e Discreto é o Caminho?!

Sabemos que os líderes das TJ tentam provar através da Bíblia que o que eles pregam
é bíblico. Mas, como eles não admitem que os seus seguidores tenham “idéias
independentes”, podemos concluir que eles têm a seguinte opinião: a autoridade não é a
Bíblia, e sim, eles. Se por mera coincidência, os que com eles “estudam a Bíblia”,
chegarem à mesma conclusão que eles sobre a interpretação de um certo texto bíblico,
ótimo. Em caso de divergência, porém, as TJ devem “comer” o “alimento” que o escravo

77
fiel e discreto está provendo. Se elas não agirem assim, estarão desobedecendo a Deus, o
qual determinou que assim deve ser, segundo consta de Mt 24.45-47.
As TJ sabem que o “porta-voz” do escravo fiel e discreto não é infalível, pois, “afinal
de contas, quem não erra?” Mas não podem abandonar a organização onde o porta-voz do
escravo fiel e discreto atua, pois crêem que só nela há salvação.
Embora o Papa e outros líderes religiosos arroguem a si a mesma autoridade alegada
pelo Corpo Governante, as TJ crêem que eles são impostores, pois se matam mutuamente
em tempo de guerra, não ensinam que Jeová é o único nome de Deus...
De acordo com as TJ, para sermos salvos basta-nos sabermos quem é o verdadeiro
porta-voz do escravo fiel e discreto, nos associamos à organização religiosa que está sob a
sua orientação, e sermos fiéis às suas doutrinas. Disso discordamos, à luz de Jo 8.12; 14.6;
At 4.12; 2 Tm 3.15-17 etc., e redigimos estas linhas em socorro às vítimas desse engano
fatal.

78
CAPÍTULO 19__ NÃO SÃO DIZIMISTAS?!

Embora este autor seja dizimista convicto, o presente livro não é uma apologia deste
princípio genuinamente bíblico. Por ora queremos tão-somente fazer constar mais uma
demonstração da hipocrisia dos líderes das TJ. Eles publicam um panfleto convidando as
pessoas a assistirem às suas reuniões no Salão do Reino, no qual observam que o convidado
não terá que ofertar dinheiro à instituição deles. Ademais, as TJ orgulham-se do fato de
seus líderes, muito longe de pedirem o dízimo dos seus liderados, combatem-no, dizendo
que o mesmo é doutrina do Antigo Testamento. Tudo, porém, é ledo engano. Os líderes das
TJ não pregam o dízimo, porque adotaram um sistema muito mais rentável. As TJ são
quase que obrigadas a comprar os milhões de revistas que a seita edita quinzenalmente,
além de livros e brochuras diversos, que depois tentam passar adiante como podem,
aceitando em troca dinheiro, ovos, etc.. Além disso, as TJ são incentivadas vez após vez a
fazerem grandes doações à Sociedade. Só faltam pedir a roupa do corpo. E se disfarçam
dizendo que não estão solicitando, mas sim, lembrando.
Com as duas transcrições abaixo, pretendemos exibir as provas do que dissemos
acima:
“A Sociedade ocasionalmente usa as colunas desta revista para alertar leitores
sobre o privilégio de fazer donativos voluntários para a obra mundial de pregação do
Reino. Não se trata de solicitação, mas sim de um lembrete a todos os que desejam apoiar
a ‘obra santa das boas novas’ conforme Deus os faz prosperar” (A Sentinela, 15/01/1.992,
página 17, parágrafo 15 – Ênfase acrescentada).

“Donativos voluntários em dinheiro podem ser enviados diretamente à Sociedade


Torre de Vigia de Bíblias e Tratados... Podem-se doar também propriedades, bônus, ou
outros valores. Os que desejam doar jóias poderão primeiro tentar vendê-las localmente e
daí remeter o dinheiro à Sociedade...
Pode-se confiar dinheiro à Sociedade Torre de Vigia, com a condição de que, em
caso de necessidade pessoal, este seja devolvido ao doador, devidamente corrigido.
A Sociedade Torre de Vigia pode ser nomeada beneficiária duma apólice de seguro
de vida ou de um plano de previdência privada...
Podem-se fazer doações de propriedades ou de aplicações bancárias. Dentro deste
plano, podem-se doar à Sociedade bens imóveis...
Bens móveis e imóveis, contas correntes bancárias, e de poupança, ou dinheiro
podem ser legados à Sociedade Torre de Vigia por meio dum Testamento devidamente
registrado em cartório...” (A Sentinela, 01/12/1.994, página 19 – grifo nosso).
Do exposto acima, os líderes das TJ não querem incentivá-lo a doar dez por cento dos
seus rendimentos à Sociedade. Eles querem apenas a sua fazenda, sua boiada, seus
apartamentos, suas jóias, etc.. Lembre-se, eles não estão lhe pedindo nada. Estão só
lembrando-
O cristão não paga dízimo como os judeus o faziam (por ordem Ml.3.8-10), mas
como Abraão (Gn.14.20) e Jacó (Gn 28.22) o pagavam, isto é, com amor, espontaneidade e
bom senso. Ademais, não atrela isto à salvação.

79
CAPÍTULO.20__CURA, PRODÍGIOS.E.EXPULSÃO.DE.DEMÔNIOS

20. 1. Sobre Cura Divina

Segundo falou o Senhor Jesus, os seus discípulos devem pregar o Evangelho, curar os
enfermos, expulsar demônios, ressuscitar defuntos, etc.. (Mt 10.7,8; Mc 16.15-20; At 9.36-
42). As TJ, porém, não promovem estas práticas, por julgarem as mesmas impróprias para
os dias atuais. Consultando seus escritos e dialogando com elas, foi-nos possível perceber
que elas crêem que as manifestações sobrenaturais existentes nos dias apostólicos tinham
por finalidade ratificar que o Cristianismo vinha de Deus, bem como habilitar os apóstolos
à composição do Novo Testamento. Daí deduzem que se estes objetivos já foram atingidos,
então os dons miraculosos cessaram. As TJ não crêem na atualidade dos dons de curar.
Geralmente limitam-se em dizer aos doentes que “a vida é assim mesmo!” E que “se
formos fiéis a Jeová, um dia herdaremos a Terra paradisíaca, onde ‘nenhum residente
dirá: Estou doente’” (Is 33.24 TNM).
Para que o leitor possa se certificar da autenticidade do que neste livro expomos,
registramos que à página 106 do livro Raciocínios à Base da Escrituras, os líderes das TJ,
citam Hb 2.3,4, cujo texto sem dúvida afirma que os milagres ocorridos nos dias
apostólicos eram uma confirmação de que o Cristianismo realmente vinha de Deus, e
concluem: “Eis a evidência convincente, deveras, de que a congregação cristã, que era
nova então, era realmente de Deus. Mas, uma vez provado isso plenamente, seria
necessário provar vez após vez?”
Ainda à página 106 do livro acima, os guias das TJ, citando 1 Co 12.29,30; 13.8,13, e
“explicando” estes textos à moda deles, afirmam que os frutos do Espírito de Deus (fé,
esperança, amor...) ainda estão de pé, ressaltando, entretanto, que os dons milagrosos
cessaram tão logo atingiram seu objetivo, que segundo eles, era ratificar o Cristianismo.
Senão, vejamos: “Uma vez cumprido o seu objetivo, esses dons milagrosos cessariam”
(Ibidem).
Geralmente os evangélicos crêem que todos os sinais e prodígios ocorridos nos
primórdios do Cristianismo ainda acontecem nos dias atuais. Por isto oramos por todos os
enfermos e não são poucos os cancerosos, tuberculosos, aidéticos e outros enfermos que
têm sido curados miraculosamente, mediante a oração da fé. As TJ, porém, dizem que estes
milagres são obra do Diabo, o qual, com isso pretende nos iludir, fazendo-nos pensar que
nossas igrejas são de Deus. Vários TJ já nos disseram isso pessoalmente e, de fato, a
literatura de sua liderança induz a essa conclusão.
O fato de a Bíblia dizer que o Diabo também faz “milagres” (2 Ts 2.9,10; Êx 7.8-12;
Mt 24.24 etc.), nos leva a crer que verdadeiramente há “milagres” realizados pelos
demônios. Certamente podemos suspeitar dos “prodígios” ostentados pelas falsas religiões
e seitas. As “maravilhas” que não resistem a um confronto com a Bíblia são, realmente,
questionáveis. Sim, aceitar todas as coisas sobrenaturais como vindas de Deus, é
negligenciar as advertências bíblicas. Por outro lado, pregar que os dons de curar cessaram
no primeiro século da Era Cristã, e à base dessa falsa premissa, deduzir que os evangélicos
que se consideram usados por Deus com estes dons, são falsos profetas a serviço de
Satanás; e que as curas milagrosas que há nas igrejas realmente evangélicas, são obra do
Diabo, não é uma postura respaldada pela Bíblia. De fato, a Bíblia não diz que o poder
miraculoso que Jesus conferiu à Sua Igreja no século I, não esteja mais em vigor. Antes nos

80
dizem que aqueles sinais seguiriam à Igreja através dos séculos. São de Jesus estas
palavras: “... Os seguintes sinais acompanharão os que crerem: (...)” (Mc 16.17, TNM).
Este versículo é uma pedra no sapato das TJ. Elas não sabem o que fazer dele: se o aceitam
ou se o rejeitam. Por enquanto estão tentando conciliar essas duas coisas diametralmente
opostas assim: elas mantêm o texto em suas “bíblias”, mas negam-no em seus livros e
brochuras. Por exemplo, às páginas 105 e 106 do livro Raciocínios à Base das Escrituras,
após fazerem algumas citações que em nada desabonam o texto em lide, que é Mc 16.17-
20, concluem: “Não há registro de que os primitivos cristãos bebessem veneno ou
pegassem em serpentes para provar que eram crentes.” Respondemos, porém, às TJ,
dizendo-lhes que não há tais registros e nem poderia haver, visto que fazê-lo seria tentar a
Deus, o que não é permitido pelo Cristianismo (Mt 4.7). Logo, o texto em apreço, que é Mc
16.17-20, tão-somente prevê a possibilidade duma intervenção divina numa eventual
circunstância não ostentatória. É o caso do apóstolo Paulo que foi picado por uma cobra,
cujo veneno não lhe causou dano algum (At 28.3-6). A História Eclesiástica e a Bíblia
registram vários casos em que os servos de Deus foram alvo da intervenção divina, e, por
conseguinte, salvos miraculosamente. E, entre as muitas informações que nos chegaram às
mãos, quanto aos diversos livramentos que Deus vem dando aos seus filhos em derredor do
mundo, há alguns casos de envenenamento que se mostraram nulos, sob o impacto da glória
de Deus. Devido ao exíguo espaço que ora reservamos para tratar do tema abordado neste
livro não vamos tecer minúcias sobre tais ocorrências, nem enumerá-las; mas apenas dizer
de passagem que tais casos existem e não são poucos.

20. 2. Prodígios

Quando o Senhor Jesus investiu os seus discípulos de poder sobre-humano, visando o


bom desempenho da sublime missão de evangelizar o mundo, incluiu no “pacote” das
maravilhas que iriam acompanhá-los, o ressuscitar os mortos (Mt 10.8; Mc 16.15-18). E
eles de fato o fizeram (Mc 16.20; At 9.36-42; 20. 9,10). À base disso os líderes das TJ
alegam que se os dons milagrosos não tivessem cessado nos primórdios do Cristianismo, os
cristãos da atualidade não só curariam os enfermos, mas também ressuscitariam defuntos.
Essa observação, porém, é inconsistente por três razões: 1ª) se este prodígio não estivesse
ocorrendo hoje em dia, a falha poderia estar em nós; 2ª) se os dons miraculosos cessaram
ou não, é a Bíblia que está autorizada a pronunciar sobre este assunto, e não os nossos
fracassos pessoais, que podem estar apenas demonstrando quão medíocre tem sido a nossa
vida espiritual; 3ª) quem disse que não tem ocorrido ressurreição de mortos entre os
evangélicos? Saibam, pois, as TJ, quer creiam, quer não, que Deus tem feito esta maravilha
entre nós, nos dias atuais, embora esporadicamente.
Ressuscitar os mortos, nunca foi algo freqüente entre o povo de Deus. Excluindo a
ressurreição de Jesus e a dos que ressuscitaram depois dEle, conforme consta de Mt
27.52,53, a Bíblia só registra oito ocorrências: 1 Rs 17.17-23; 2 Rs 4.18-36; 13.20,21; Mc
5.35-42; Lc 7.11-15; Jo 11.1-44; At 9.36-42; 20.9-12. Por que este tipo de milagre sempre
foi tão escasso? Talvez seja porque assim aprouve ao Senhor. Lembremo-nos ainda que a
nossa incredulidade também pode limitar a operação de Deus em nós, e através de nós (Mt
13.58; 14.30,31; 21.21,22).
Dissemos acima que as TJ alegam que o fato de não ressuscitarmos os mortos, como
os cristãos primitivos o fizeram, atesta que não somos investidos do poder que Cristo
conferiu aos apóstolos. Para que o leitor veja que elas realmente argumentam assim, atente

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para esta transcrição: “... Eles não têm poder de ressuscitar os mortos...” (Raciocínios à
Base das Escrituras, página 107, edição de 1.985).
Na opinião das TJ, se não curamos a todos, como Jesus e os apóstolos o faziam (Lc
6.19; At 5.15,16), é evidente que os evangélicos não são portadores de dons milagrosos.
Esse argumento consta da página 104 do livro Raciocínios à Base das Escrituras.
Explicando os dois textos bíblicos ora considerados, à moda delas, concluem perguntando
enfaticamente: “Nos dias de hoje, será que todos os que vão aos religiosos que professam
curar... são curados?” Porém, retrucamos esse argumento informando que Lc 6.19 e At
5.15,16 apenas falam de um determinado momento em que todos os enfermos foram
sarados, e não que Cristo e os apóstolos curaram a todos os doentes com os quais
depararam. Para vermos isto, basta-nos examinarmos Mt 13.58; 1 Tm 5.23; 2 Tm 4.20.
As TJ se apóiam em 1 Co 13.8 que diz que “Quer haja [ dons de ] profetizar,
SERÃO ELIMINADOS; quer haja línguas, CESSARÃO; quer haja conhecimento, SERÁ
ELIMINADO” (TNM – grifo nosso), para dizerem que o tempo dos dons milagrosos
cessarem já chegou. Mas o versículo 10 nos diz que é “quando chegar o que é completo”
que “será eliminado o que é parcial” (TNM). “O que é completo” ainda não chegou, pois o
contexto (versículos 9, 11-12) nos diz que “atualmente vemos em contorno indefinido por
meio dum espelho de metal, mas ENTÃO será face a face. Atualmente eu sei em parte, mas
ENTÃO saberei exatamente, assim como também sou conhecido exatamente” (TNM, grifo
nosso). Está, pois, claro, que a mensagem do trecho bíblico em apreço é que durante a
nossa estada aqui, temos um conhecimento parcial das coisas de Deus, por cujo motivo
Deus nos assiste com seus dons sobrenaturais, os quais serão obsoletos, quando findar a
nossa peregrinação, visto que então não mais teremos necessidade deles. Lá no céu não
teremos dons de curas, dom de línguas, dom de profetizar, dom de operação de obras
poderosas etc..
Já informamos que as TJ questionam a autenticidade de Marcos 16.9-20, mantendo-se
sobre o “muro” a respeito deste texto, e induzindo os seus leitores a fazerem o mesmo que
elas. Porém, vejamos o que registrou sobre isto o erudito pastor Orlando S. Boyer, de
saudosa memória, em seu compêndio intitulado Pequena Enciclopédia Bíblica, da Editora
Vida, 10ª edição de 1.986, páginas 404-405: “Há comentadores que querem repudiar os
versículos 9-20 do último capítulo deste livro; porque não se encontram em dois dos três
manuscritos mais antigos, isto é, no Sináitico e no Vaticano. Contudo não pode haver
dúvida que no original havia toda essa passagem; (1) um dos três mais antigos
manuscritos, o Alexandrino, os inclui. (2) Nas obras de Irineu e Hipólito encontram-se
citações desses versículos. Escreveram eles no terceiro século, enquanto os dois
manuscritos, o Sináitico e o Vaticano, datam do quarto. (3) Com uma leitura do capítulo,
começando com o primeiro versículo, é evidente que Marcos não findou a sua narração
com o versículo 8: ‘E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro... porque temiam.’
Se o Evangelho de Marcos findasse com o versículo 8, seria não somente incompleta a sua
narrativa, mas também, estaria contra o espírito da instrução de Cristo: ‘Não temais.’ (4)
Temos que concluir que, nos manuscritos Sináitico e Vaticano, gastos pelo uso, faltava a
última parte – justamente a parte que incluía, no início, esses versículos”.
Certo jovem TJ, tentando nos convencer que os dons milagrosos cessaram, disse-nos
que de acordo com 1 Co 13.8, as línguas cessaram. Mas então o ajudamos a entender a
diferença que há entre cessaram e cessarão
Concluo este tópico dizendo que quando os adeptos da seita TJ se tornarem cristãos, e
os atuais cristãos deixarem de ser relapsos, dedicando-se mais a Deus e às coisas do Seu

82
Reino, isto é, à oração; ao jejum; à evangelização; ao estudo da Bíblia com afinco e
perspicácia, sob o influxo do Espírito Santo; ao amor prático; à santificação etc., veremos a
glória de Deus (Jo 11.40), visto que então oraremos e Deus nos ouvirá do Céu ( 2 Cr 7.14;
Jo 14.13,14; 15.7; 1 Jo 5.14,15), fazendo através das nossas mãos, maravilhas
extraordinárias (Jo 14.12; At 19.11), maiores do que as que Ele vem fazendo através dos
milênios! Lembremo-nos que “estes sinais seguirão AOS QUE crerem”, e não A UMA
PARTE DOS QUE crerem!

20. 3. Expulsão de Demônios

É do conhecimento de todos os leitores da Bíblia que Jesus libertou muitos


endemoninhados, expelindo deles os demônios (Mt 17.18; Mc 1.23-26; 5.1-16; 16.9). Não
ignoramos ainda que o Senhor delegou aos seus discípulos o poder de também expulsar os
demônios, em seu nome (Mt 10.8; Lc 10.17; Mc 16.17; At 8.7; 16.16-18). Disso podemos
inferir que um instituto religioso que se diz cristão, mas não tem autoridade para dar ordem
de despejo aos demônios, libertando os cativos de Satanás, não pode considerar-se uma
extensão da Igreja que Jesus fundou no século I d.C., embora a recíproca não seja
verdadeira.
É de domínio público que muitas pessoas escravizadas pelo Diabo, ao assistirem aos
cultos evangélicos, incorporam espíritos, os quais, ao impacto da ordem: “Sai em nome de
Jesus!”, são expelidos pelo poder de Deus. Isso é maravilhoso, mas alguns adeptos da seita
das TJ já nos disseram que demônio se expulsa ensinando a verdade às pessoas, as quais, se
optarem pelo verdadeiro conhecimento, passarão a estar com Deus e, por conseguinte,
estarão libertas dos demônios. Mas esse método só é eficaz se a pessoa estiver apenas
oprimida pelo demônio, e não possessa. Doutro modo, a primeira coisa que deve ser feita é
expedir uma ordem de retirada em nome de Jesus, já que nesses casos, não raramente, o
endemoninhado chega a ficar fora de si. Aliás, é muito impróprio pregar o Evangelho a
uma pessoa cuja coordenação motora esteja sob o controle dos demônios. Jesus e os
apóstolos nunca fizeram isso. Aprendamos, pois, com eles.
As possessões demoníacas a priori não procedem de Deus, obviamente. Contudo, a
Bíblia diz que um espírito mau, DA PARTE de Deus, atormentava o rebelde Saul,
retirando-se ao som mavioso da harpa que o jovem Davi dedilhava em louvor a Deus (1 Sm
16.14). Isto significa que Deus pode exigir que os demônios que já estão com a pessoa, se
manifestem, objetivando levá-la a reconhecer a sua precariedade espiritual. Ademais, as
manifestações demoníacas ensejaram a Cristo, aos apóstolos e à Igreja através dos séculos,
excelentes oportunidades para se exibir o poder de Deus e glorificar o Seu nome. Conforme
os demônios vão sendo expulsos, o poder das trevas vai sendo cada vez mais derrotado de
cinco maneiras: a expulsão dos demônios, por si só demonstra que o Diabo e seus anjos
perderam mais uma batalha; o ato de expelir demônios em nome de Jesus, testifica da
superioridade deste , em relação àqueles; ressalta que entre os demônios e Cristo, não há
parceria alguma; livra o possesso da sujeição satânica; e impele muitas pessoas a se
entregarem a Cristo, recebendo-o como Senhor e Salvador de suas vidas. Uma das provas
bíblicas de que as coisas são assim, é a ordem que Jesus deu ao ex-endemoninhado
gadareno: “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor
te fez, e como teve misericórdia de ti” (Mc 5.19). O versículo seguinte nos diz que ele
obedeceu à ordem de Jesus, e o resultado foi que “todos se maravilhavam.” (Mc 5.20).
Temos também At 8.6,7, cujo texto diz: “As multidões, de comum acordo, prestavam

83
atenção às coisas ditas por Filipe, escutando e olhando para os sinais que ele realizava.
Pois havia muitos que tinham espíritos impuros, e estes clamavam com voz alta e saíam...”
Certa irmã em Cristo, ex-TJ, contou-nos o seguinte: “Eu e o meu esposo éramos TJ
convictos de que estávamos na religião certa. Por isso nos dedicávamos de corpo e alma à
pregação de suas heresias. E assim nos tornamos Pioneiros, dedicando, de per si, mais de
100 horas mensais `a pregação do que pensávamos ser a verdade. Certo dia, porém, fiquei
tão enferma que não pude sair para pregar de porta em porta o que eu pensava ser o
Evangelho do Reino. Tampouco pude cuidar dos meus afazeres domésticos. Mas a minha
vizinha, uma senhora bondosa, membro da Assembléia de Deus, de quem eu tinha muita
pena, visto que eu pensava que ela estava sinceramente enganada na sua religião, foi
visitar-me e, com muito amor varreu a minha casa, espanou os meus móveis, lavou nossas
roupas e nos preparou o almoço e serviu-nos. Depois, por saber que as TJ não aceitam
que pessoas de outras religiões orem por elas, sem pedir licença orou por mim, dentro do
meu quarto, pedindo a Deus que me curasse. Naquela hora um demônio incorporou em
mim. Eu não perdi o sentido, mas apenas o domínio sobre o meu corpo, o que me permitiu
ver tudo o que estava acontecendo. Eu caí da cama, rolava no assoalho e emitia roncos
como os dos porcos. Aquele espírito imundo dizia que ia me matar por que eu era dele. A
referida vizinha, porém, não se intimidou; antes disse àquele espírito: ‘Em nome de Jesus
eu te mando: sai dela.’ Então o demônio saiu e a enfermidade também. Isso levou-me à
seguinte conclusão: eu acho que a minha vizinha é vítima do engano religioso, ao passo
que ela crê que a iludida sou eu. Porém, o fato de eu receber demônio, e ela expulsar esse
espírito de mim, em nome de Jesus, deve levar-me a repensar. Expus este raciocínio ao
meu marido, e ele concordou. A partir daí reavaliamos nossas convicções religiosas e
formulamos muitas perguntas à nossa referida vizinha, a qual nos conduziu ao seu pastor,
o que resultou na nossa conversão ao verdadeiro Cristianismo. Hoje, iluminados pelo
Espírito Santo, eu e o meu esposo enxergamos , através da Bíblia, o quanto estávamos
enganados! E louvamos a Deus, pela luz que Ele nos deu!”
O testemunho acima exemplifica que “um espírito mau da parte do Senhor” pode
ensejar a manifestação do poder de Deus, libertação de vidas, e, por conseguinte, a glória
do Seu sacrossanto nome! Aleluia! Amém!

84
CAPÍTULO 21__ ALGUÉM DO ANTIGO TESTAMENTO VAI PARA O CÉU?

Ratificamos que as TJ pregam que só uma pequeníssima parte do povo de Deus


do Novo Testamento, isto é, um seleto grupo formado por 144000, pode ir para o Céu; e
que portanto, nenhum servo de Deus do Antigo Testamento, terá acesso à Mansão
Celestial (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 122, parágrafo 7).
Ressaltamos que as TJ não dizem que só 144000 se salvarão, como muitos pensam. Elas
crêem, como nós, que a multidão de salvos será incontável. Porém, aprenderam com o
Corpo Governante, que essa grande multidão de salvos vai morar na Terra, não no Céu.
No nosso livro intitulado Análise da Escatologia das Testemunhas de Jeová,
consideramos detidamente o fato das TJ dizerem que só 144000, vão morar no Céu. Mas,
no presente livro, propomos avaliar apenas, a errônea crença de que os que morreram
servindo a Deus, antes da morte de Jesus, não têm acesso ao Céu. Para entendermos bem
este assunto, faz-se necessário sabermos que, segundo as TJ, os que herdarem a Terra, vão
plantar, colher, comer, beber, se casar, gerar filhos etc.. Viverão como Adão e Eva viviam
antes de pecarem. Quanto aos que herdarem o Céu, as TJ crêem que serão criaturas
espirituais; e que, conseqüentemente, serão como os anjos, a saber, não se casarão, não
terão filhos, não vão plantar...e assim por diante.
Confrontemos agora o que as Tj dizem quanto quem e quantos vão morar no Céu,
com a Bíblia.

21.1. Primeiro Confronto

O apóstolo Paulo afirmou que o povo de Deus tem uma só esperança (Ef 4.4). Logo,
a esperança de um, é a de todos. Para onde vai um, vão todos. Por conseguinte, todos vão
morar no Céu. Deste modo acabamos de refutar uma das principais doutrinas das TJ,
segundo a qual, só parte do povo de Deus do Novo Testamento vai morar no Céu.
Agora passamos a mostrar que todo o povo de Deus do Antigo Testamento,
também vai morar no Céu. Para tanto, continuemos confrontando com a Bíblia, o ensino do
Corpo Governante:

21. 2. Segundo Confronto:

Enoque foi para o Céu (Gn 5. 24; Hb 11. 5). Estes dois versículos dizem que Enoque
não morreu, mas desapareceu; e que o motivo do desaparecimento, foi que Deus o tomou
para si. Ora, é desnecessário dizer que Enoque não era do Novo Testamento. Bastaria, pois,
então, este confronto, para jogarmos por terra a heresia que ora consideramos. Contudo,
vejamos outros confrontos.

21. 2. Terceiro Confronto

O profeta Elias também foi para o Céu: “Quando Jeová estava para tomar Elias ao Céu por
um redemoinho, Elias partiu de Gilgal em companhia de Eliseu. Caminhando eles ainda, e
conversando, eis que apareceu um carro de fogo, e cavalos de fogo, os quais os separaram
um do outro; Elias subiu ao Céu por um redemoinho. Eliseu...NÃO O VIU MAIS...” (2 Rs
2. 2, 11-12; grifo nosso).

85
O Corpo Governante afirma à página 51 do livro Raciocínios à Base das Escrituras,
que Elias não foi para o Céu, morada de Deus, e sim, transportado através do espaço onde
voam as aves, a alguma região do nosso planeta. Alegam em defesa disso, o fato de ter
chegado às mãos do rei Jeorão, uma carta da autoria de Elias, após este ter sido arrebatado
ao Céu. Mas, sendo Deus presciente, a referida carta pode ter sido redigida previamente.
Para Deus, que prevê o futuro com exatidão, isto é facílimo.
Segundo 1 Rs 22. 51, Jeorão sucedeu seu pai Jeosafá, após a morte deste, no reino de
Judá. E, de acordo com 2 Rs 3.11, antes da morte de Jeosafá, Elias já havia sido arrebatado
ao Céu, considerando que então se disse a Jeosafá que Eliseu deitava (no passado) água
sobre as mãos de Elias. Deste modo, das duas uma: Ou a referida carta foi escrita antes do
arrebatamento de Elias ao Céu e guardada para ser entregue no devido tempo, ou Elias
voltou à Terra, para redigi-la. O contexto bíblico apóia àquela alternativa. Vejamos alguns
exemplos:
a) 2 Rs 2.12 diz que Eliseu nunca mais viu o profeta Elias. Obviamente, se Elias estivesse
na Terra, Eliseu continuaria a vê-lo.
b) Por dizer a Bíblia que nos dias de Jeosafá, Eliseu era visto como aquele que “deitava”
(no passado) água nas mãos de Elias, vê-se que então era de domínio público de que Elias
não se achava neste planeta.
c) 2 Rs 2. 16-18, diz que os filhos dos profetas procuraram a Elias por três dias e não o
acharam. 2 Rs 2. 9, diz que Elias disse a Eliseu: “Pede-me o que queres que eu te faça,
antes que seja TOMADO de ti” (grifo nosso).
d) Hb 11. 4-16 nos fala de 7 pessoas do Antigo Testamento, cuja esperança celestial não
será malograda: Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e Sara. Todos eles eram do
Antigo Testamento. Não obstante, a Bíblia diz que eles aspiravam “a cidade que tem os
fundamentos, da qual o arquiteto e fundador é Deus” ( Hb11. 10); buscavam uma pátria
melhor; e identifica esta Pátria, como sendo a Pátria Celestial (Hb 11. 14,16). Diz-nos ainda
a Bíblia, que estes servos de Deus se declaravam peregrinos na Terra; e que, ao expressar
assim, eles assumiam que estavam fora da sua Pátria, caminhando em direção ao seu País
(Hb11. 14,16). E ainda observa que esta Pátria não podia ser a terra de onde haviam saído,
visto não terem voltado para lá (Hb 11.15).

21. 3. Quarto Confronto:

Morreu uma mulher que fora viúva sete vezes. Os saduceus perguntaram, pois, a Jesus,
o seguinte: “...Na ressurreição, de qual dos sete será a mulher?...” E Jesus lhes respondeu:
“...Na ressurreição, nem casam, nem são dados em casamento; mas serão como os anjos
de Deus no Céu” (Mt 22. 23-30). Este caso ocorreu antes da morte de Jesus, e, portanto, no
Antigo Testamento. Então, a referida viúva e seus sete maridos, não vão se casar. Jesus
disse que eles serão como os anjos. Atentemos para o fato de que Jesus não se limitou a
dizer que a referida mulher e seus sete maridos não vão se casar. Não! O Senhor fez mais
do que isso. O que ele disse, é que na ressurreição não se casa. Então o Senhor se valeu de
um princípio geral, para explicar um caso particular: o da referida viúva e seus sete
maridos. E, sendo assim, não só aquela mulher e seus sete maridos não se casarão, mas
todos os que forem ressuscitados.
Como sabemos, as TJ pregam que os salvos que herdarem a Terra, vão plantar, colher,
comer, beber, casar, gerar filhos etc.. Deste modo, as TJ devem concordar que a sobredita

86
viúva e seus sete esposos, não vão habitar na Terra, já que os tais não terão o estilo de vida
que seus líderes delinearam para os que na eternidade habitarão este Planeta.

87
CAPÍTULO 22__QUEM VAI MORAR NA TERRA?

Muitos pensam que nós, os evangélicos, cremos no seguinte: Os salvos irão para o
Céu, os perdidos para o Inferno, e a Terra será destruída. Os que assim pensam, certamente
não examinaram os compêndios teológicos elaborados pelos nossos teólogos.
Um resumo dos principais eventos escatológicos é o seguinte:

22. 1. O Arrebatamento da Igreja e a Grande Tribulação

Haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem
havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21). Nós, os cristãos desta dispensação, não
passaremos por essa grande tribulação que está por vir, pois a Bíblia diz que seremos
guardados dessa hora ( Ap 3.10), isto é, seremos arrebatados ao Céu previamente.
Portanto, Jo 14. 3; 1Ts 4. 16,17; 1 Co 15. 51,52; Hb 9. 28 etc., que tratam da primeira fase
da segunda vinda de Cristo para nos arrebatar ao Céu, se cumprirão antes da grande
tribulação. Muitos dos que não forem arrebatados ao Céu, no dia do arrebatamento da
Igreja, se converterão e serão martirizados durante a grande tribulação (Ap 7. 14; 20. 4).
São estes os integrantes da grande multidão mencionados em Ap 7.9, e não o que as TJ
pensam. Os membros dessa grande multidão também irão para o Céu (Ap7. 9), o que prova
que eles terão o mesmo destino da Igreja e do povo de Deus do Antigo Testamento: a Nova
Jerusalém (Fp 3. 20; Hb 11. 9, 10,12-16; Ap 21. 2-22. 5). E os que morrerem sem se
converter durante a grande tribulação, para onde irão? Resposta: Nenhuma novidade
(queira ver os capítulos 11e 12 deste livro).
Possivelmente, muitas TJ (e inclusive membros do Corpo Governante) farão parte da
grande multidão abordada em Ap 7.9, visto que quando perceberem que a Igreja foi
arrebatada e elas ficaram, cairão em si, se converterão, desafiarão o Anticristo, sofrerão o
martírio e irão para a Glória. Todavia, o que desejamos para as TJ é que se convertam
agora, passem a pertencer a Cristo e sejam arrebatadas ao Céu no dia do rapto da Igreja.

22. 2. A Manifestação de Jesus em Glória e o Armagedom.

Jesus disse que logo após a grande tribulação, Ele virá visivelmente (Mt 24. 29-30).
Neste dia se concretizará o tão comentado Armagedom (Ap 16. 13-16), que é o seguinte:
Durante a grande tribulação, todas as nações do mundo (Zc 14. 2a), sob a influência
demoníaca (Ap 16. 13-14), se aliarão ao Anticristo, e seus exércitos se congregarão no
lugar que na língua hebraica se chama Armagedom (Ap 16. 16), numa renhida guerra
contra os Judeus (Zc 14. 2 a), os quais muito sofrerão (Zc 14. 2 b), e serão dizimados em
dois terços (Zc 13. 8). Em meio a essa sangrenta batalha, Jesus se manifestará em glória
(Mt 24. 30), e destruirá o exército inimigo dos judeus (Ap 19. 17, 18 , 21). Eis o
Armagedom.
A manifestação de Jesus em glória, mencionada em Mt 24. 29,30, não deve ser
confundida com o evento do qual trata Jo 14. 3; e 1Ts 4. 16, 17; 1 Co 15. 51,52; Hb 9. 28
etc.. Veja que o arrebatamento da Igreja será antes da grande tribulação, o que já vimos. Ao
passo que o evento do qual trata Mt 24. 29,30, será, segundo informou Jesus, “depois da
aflição daqueles dias”.
As TJ pregam que o Armagedom é o período catastrófico durante o qual Jeová
destruirá a humanidade rebelde. Crêem elas que nesse tempo Deus matará os católicos, os

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espíritas, os ateus, os protestantes, os budistas, os muçulmanos, e todos os que não são fiéis
a Deus. Só as fiéis TJ serão poupadas.

22. 3. O Juízo das Nações.

No dia em que se concretizar o Armagedom, as nações serão julgadas (Mt 25. 31,33).
O critério adotado será o tratamento que essas nações terão prestado aos judeus durante a
grande tribulação (Mt 25. 34-46). Este texto fala de ovelhas, bodes, e irmãos de Jesus. Os
bodes, que serão postos à esquerda de Jesus, serão lançados no fogo eterno; as ovelhas,
ouvirão o “vinde” de Jesus; e o motivo dessa acolhida que Cristo dispensará às ovelhas,
será o tratamento que as mesmas terão dispensado aos irmãos de Jesus. Logo, as “ovelhas”
e os “irmãos” , são distintos, isto é, um não é o outro. Claro, ninguém pode ser
recompensado por ter usado de bondade para consigo mesmo. Bodes, ovelhas, e irmãos,
são, respectivamente: Os inimigos dos judeus; os amigos dos judeus, a saber, gentios
convertidos; e os judeus convertidos.

22. 4. O Milênio.

Quando o Senhor destruir os exércitos inimigos de Israel no Armagedom; julgar as


nações; lançar os bodes, a Besta e o falso profeta no lago de fogo; dar boas vindas às
ovelhas; e prender o Diabo por mil anos, iniciar-se-á na face de toda a Terra, o Reino do
qual a Bíblia tanto fala (Is 11. 6-9; 65. 20-25; Dn 2. 44; 7.13, 14, 27; 9.24; Zc 14.8-21;Mt
6.10; Ap 20.4-7 etc.).

22. 5. O Juízo Final.

Quando o Milênio terminar, Satanás será solto por um curto espaço de tempo (Ap 20.
3) e a seguir lançado definitivamente no lago de fogo, onde encontrará a Besta, o falso
profeta, e os bodes, com os quais será atormentado eternamente (Ap 20.10). Com a
derrocada final do Diabo, coincidirá o Juízo Final, que é o momento em que Deus
ressuscitará todos os mortos, os julgará, e lançará os ímpios no lago de fogo eterno (Ap 20.
11-13).
Os que não forem condenados no Juízo das Nações, se permanecerem fiéis durante o
Milênio, bem como após o Milênio quando Satanás for solto e os tentar, vão herdar a Terra.

22. 6. A Purificação do Universo.

A Terra e todos os demais planetas, bem como todos os astros, serão purificados com
fogo (2 Pe 3. 7, 10-13). Sob esse fogo a Terra vai perecer, isto é, será destruída (Sl 102. 25-
27). A Bíblia diz que a Terra vai perecer (Hb 1.11), mas isso não significa que ela vá deixar
de existir, e sim, que, ao ser derretida, ela perderá a sua forma. A esta conclusão chegamos,
quando comparamos os textos bíblicos que falam da destruição da Terra, com Ec1.4, que
nos assegura que ela para sempre permanece. Após ser expurgada à base de fogo, a Terra
será restaurada à sua condição primitiva. E esse lindo Paraíso será habitado eternamente.
Falando sobre isto, disse o erudito Pastor Antonio Gilberto: “Cumprir-se-á então também,
plenamente, Mateus 5. 5: ‘Bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra’...Ler

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ainda Salmos 37.11,29; 115. 16”. (O Calendário da Profecia, página 96). Vimos em 22.5,
quem irá habitá-la.
As TJ discordam da exposição acima. Elas crêem que a purificação pela qual a Terra
passará, diz respeito à destruição do Diabo, dos demônios e dos homens iníquos. Porém, a
Bíblia diz que a Terra perecerá. E perecer é destruir. Ora, arrancar as ervas daninhas de um
jardim, não é o mesmo que destruí-lo. Logo, Deus não diria que o Universo vai perecer, se
Ele pretendesse tão- somente, a destruição dos iníquos.
A exposição acima representa a fé da maioria dos evangélicos. Basta ler os
compêndios teológicos da autoria de teólogos e pastores evangélicos, editados pelas
editoras evangélicas, para chegar a esta conclusão. Por exemplo, o Pastor Antonio
Gilberto, em seu livro Daniel e Apocalipse, editado pela CPAD_ Casa Publicadora das
Assembléias de Deus_ à página 182 afirma: “A Terra voltará ao estado de perfeição
original, como era antes da entrada do pecado”. Nesta mesma página, explicando Ap 21.1,
que diz que a Terra passará, disse: “ ‘Passaram,’ é no original ‘parechomai’, e significa
passar de um estado para o outro. Não quer dizer aniquilamento”. E, como já vimos, ele
disse ainda que então se cumprirá plenamente Mt 5. 5, que promete a Terra aos mansos.
Até mesmo os hinos que cantamos em nossas igrejas, dizem que os evangélicos crêem
na restauração da Terra, e que isto será efetuado com o propósito de torná-la deleitosa
àqueles que forem designados para habitá-la. Veja estes exemplos:

Já refulge a glória eterna de Jesus o Rei dos reis


Breve os reinos deste mundo seguirão as sua leis
Os sinais da sua vinda mais se mostram cada vez
Vencendo vem Jesus
Eis que em glória refulgente sobre as nuvens descerá
As nações e reis da Terra com poder governará
Sim, em paz e em santidade toda Terra regerá
Vencendo vem Jesus
(Hino 112 do Cantor Cristão, hinário oficial dos batistas, grifo nosso)

Ressuscitou! Ressuscitou!
E para o Céu Jesus tornou
Mas voltará, também de lá
E neste mundo então reinará
(Hino 188 da antiga Harpa Cristã, hinário oficial das Assembléias de Deus, grifo nosso)

Quando o povo israelita com Jesus se consertar


Dando glórias ao seu nome sem cessar
Nesse tempo Céu e Terra hão de ser a mesma grei
entoando aleluias ao meu Rei
(Ibidem, hino 3, grifo nosso)

22. 7. Eterno Estado de Felicidade

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Quando o Universo for destruído e refeito, a Nova Jerusalém, que é a Cidade Celestial
que Jesus preparou para nós, descerá do Céu e virá para cá (Ap 21. 9-27). “ Nesse tempo
Céu e Terra hão de ser a mesma grei”, como bem o disse o poeta, autor do hino
supracitado; pois então já se terá cumprido o que também está previsto em Rm 9-11, isto
é, os judeus já terão recebido a Jesus.
Recapitulando: Do arrebatamento da Igreja, à restauração de todas as coisas, quando então
ingressaremos no momento escatológico que geralmente é chamado de Feliz Estado
Eterno, os principais eventos escatológicos se desenvolvem na seguinte ordem: 1)
Arrebatamento da Igreja; 2) Grande tribulação; 3) Manifestação de Jesus em glória; 4)
Armagedom; 5) Juízo das nações; 6) Milênio; 7) Juízo final; 8) Purificação do Universo; 9)
Eterno estado de felicidade.
Quanto à pergunta que deu título a este capítulo, ratificamos que os que não subirem no
dia do arrebatamento da Igreja, e se converterem no lapso de tempo entre o arrebatamento
da Igreja e a Manifestação de Jesus em glória, e não morrerem, se forem fiéis durante o
Milênio, bem como após o Milênio, quando Satanás for solto e os tentar, herdarão a Terra.
Deixamos de abordar nesta sinopse escatológica vários pontos relevantes da
Escatologia, como por exemplo, A Coroação da Igreja; As Bodas do Cordeiro; A
Septuagésima Semana de Daniel, que é dividida em duas partes; As dispensações; Os
Períodos etc.. Se o leitor quiser aprofundar seus conhecimentos sobre Escatologia,
sugerimos que estude os livros Daniel e Apocalipse, e O Calendário da Profecia, ambos da
autoria do Pastor Antonio Gilberto, editados pela CPAD_ Casa Publicadora das
Assembléias de Deus_ , que podem ser encontrados nas livrarias evangélicas.

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CAPÍTULO 23__COMO TUDO COMEÇOU.

Nascido no Estado da Pensilvânia, EUA, aos 16 de fevereiro de 1.852, Charles Taze


Russell, filho de presbiterianos, ingressou na Igreja Congregacional, ainda em sua
adolescência. Aos 17 anos de idade ele já era cético, recuperando a fé na Bíblia ao contatar
então uma das ramificações do movimento religioso encabeçado por *William Miller, a
saber, a Igreja Cristã do Advento. No ano seguinte, isto é, em 1.870, Russell organizou um
“estudo bíblico” onde foram inventadas as heresias que deram origem à seita das TJ.
Russell se auto-intitulou Pastor, e os integrantes do grupo que “estudavam a Bíblia” sob a
sua liderança, assim o reconheceram. Contudo, ele é acusado de irregularidades
incompatíveis com a fé cristã, como, por exemplo, as que alistamos abaixo:
a) adultério
Conta-se que ele adulterava com a sua empregada Rose Ball. Isso, somado às
prepotências e maus tratos, levou sua esposa a se separar dele e, por fim, a pedir-lhe o
divórcio, o que lhe foi concedido em 1.913.
b) charlatanismo
Diz-se que ele induzia moribundos a doar seus bens à seita que ele fundara.
c) desonestidade
Conta-se que devido a escândalos financeiros, ele se viu diversas vezes em apuros na
justiça.
d) mentira
Segundo os estudiosos dessa seita, Russell se dizia conhecedor do grego, para deste
modo consubstanciar suas esdrúxulas idéias que ele dizia ser doutrinas bíblicas. Um
Ministro batista, porém, o Reverendo Ross, o denunciou, sendo, por isso, processado
por Russel. Mas a justiça decidiu a favor do Pastor Ross, visto que Russel não pôde
provar sequer, que conhecia o alfabeto grego.

e) Ocultismo
O senhor Hélio Eduardo de Souza, dá o seguinte testemunho: “após 18 anos como fiel
Testemunha de Jeová tomei conhecimento da existência de uma pirâmide colocada
junto ao túmulo de Charles Taze Russell... Procurei certificar-me do fato e acabei
descobrindo outras práticas ocultistas dos líderes. Ou seja, envolvimento com a
Maçonaria Templária, Piramidologia, símbolo da Teosofia nas suas publicações, etc..
Escrevi para a sede da seita em busca de esclarecimentos e acabei sendo excluído
arbitrariamente por ter descoberto tais práticas ocultistas...”.
Observação: o irmão Hélio, e sua esposa irmã Carmencita, que também foi TJ por 23
anos, estão prontos a ajudar os que querem se certificar da autenticidade de suas
denúncias, e dão para contato, o seguinte endereço: Caixa Postal 85.960 – Barra Mansa
– RJ – CEP 27.301-970.
Os capítulos deste compêndio não estão dispostas numa ordem crescente ou
decrescente, em importância. Contudo, não é por acaso que deixamos este capítulo por
último. O fazemos a propósito. O porquê disso é que embora seja importante conhecermos
a origem da avalancha russelita, esse conhecimento não é imprescindível para levarmos as
TJ aos pés de Cristo. Na maioria das vezes deve-se evitar apelar para a vergonhosa vida do
fundador dessa seita, pelas seguintes razões:

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 Embora se possa provar que Russell era portador dos desvios morais de que é acusado,
geralmente as TJ duvidam tanto disso que nem mesmo averiguam se tais acusações
procedem ou não. Vão logo dizendo que tais acusadores são pessoas inescrupulosas,
que gratuitamente objetivam denegrir a imagem do Pioneiro;
 A grande maioria dos evangélicos não está de posse das provas documentais de que
Russell verdadeiramente não era possuidor das qualidades morais que caracterizam
um homem de bem. Por isso tais denúncias nem sempre produzem o efeito desejado;
 Para provarmos que a “religião” das TJ é falsa, basta-nos compararmos suas doutrinas
com a Bíblia.

*William Miller: Pioneiro de um falso movimento religioso que redundou na fundação de


várias seitas, sendo a principal delas a Igreja Adventista do Sétimo Dia.

P.S.:

Embora este livro seja profundo e minucioso como você já sabe, este autor o
considera superficial, em comparação com o que é preciso saber, para um trabalho
mais eficiente junto às TJ. Por este motivo lhe recomendamos outras obras de nossa
autoria, das quais, alguns capítulos deste compêndio são uma síntese. Seus títulos,
são:

1. ANÁLISE DA CRISTOLOGIA DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ


2. AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E O INFERNO
3. AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ VERSUS BÍBLIA
4. AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ VERSUS DEUS
5. TRANSFUSÃO DE SANGUE NÃO É PECADO
6. AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E O MILITARISMO
7. AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E O ESPÍRITO SANTO
8. ANÁLISE DA ESCATOLOGIA DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

BIBLIOGRAFIA

I. LITERATURA DAS TJ, EDITADAS PELA SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE


BÍBLIAS E TRATADOS.

1. Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas ( A “bíblia” das TJ, diversas
edições).
2. Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, edições de 1.983 e 1989.
3. Seja Deus Verdadeiro, 1.955.

93
4. Raciocínios à Base das Escrituras, 1.985.
5. A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, 1.968.
6. Cumprir-se-á Então, O Mistério de Deus, 1.971.
7. Meu Livro de Histórias Bíblicas, 1.978.
8. O Homem Em Busca de Deus, 1.990.
9. É Esta Vida Tudo o Que Há?, 1.975.
10. O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade Pela Teocracia, 1.974.
11. Verdadeira Paz e Segurança
12. O Reino de Deus – Nosso Iminente Governo Mundial, 1.977.
13. Qualificados Para Ser Ministros, 1.959.
14. Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, 1.959.
15. Inimigos, J. F. Rutherford, 1.937.
16. Criação, J. F. Rutherford, 1.927.
17. O Nome Divino Que Durará Para Sempre (brochura), 1.984.
18. Unidos na Adoração do Único Deus Verdadeiro, 1.983.
19. Sentinela – Anunciando o Reino de Jeová (revistas, diversos exemplares).
20. Despertai! (revistas, diversos exemplares)
21. Boas Novas Para Torná-lo Feliz, 1.977.
22. Sobrevivência Para Uma Nova Terra, 1.984.

II. LIVROS EVANGÉLICOS

1. Bíblia (diversas versões)Menezes, Aldo dos Santos. Merecem Crédito as


Testemunhas de Jeová? CPR – Centro de Pesquisas Religiosas, 1ª edição,
novembro de 1.995.
2. Reed, David A. As Testemunhas de Jeová Refutadas Versículo Por Versículo.
3. Oliveira, Raimundo F. de. Como Estudar e Interpretar a Bíblia – CPAD – Casa
Publicadora das Assembléias de Deus -, 1.986.
4. Silva, Antonio Gilberto da, Daniel e Apocalipse – CPAD – Casa Publicadora
das Assembléias de Deus, 4ª edição de 1.986.
5. Silva, Antonio Gilberto da. O Calendário da Profecia, CPAD – Casa
Publicadora das Assembléias de Deus – 5ª edição de 1.991.
6. BerKouwer, G. C. A Pessoa de Cristo, JUERP -, 2ª edição de 1.983.
7. Schnell, William J. Trinta Anos Escravizada à Torre de Vigia, Distribuição
ABU – Editora, 2ª edição de 1.962.
8. Silva, Esequias Soares da. Testemunhas de Jeová, Volume I. Editora e
Distribuidora Candeia, 2ª edição de 1.993.
9. Oliveira, Raimundo F. de. Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos – CPAD –
Casa Publicadora das Assembléias de Deus – 9ª edição de 1.994.
10. Rinaldi, Natanael; Romeiro, Paulo. Desmascarando as Seitas – CPAD – Casa
Publicadora das Assembléias de Deus – 3ª edição de 1.997.
11. Boyer, O. S. Pequena Enciclopédia Bíblica, Editora Vida, 10ª edição de 1.986.
12. Friberg, Barbara; Friberg, Timothy, Novo Testamento Grego Analítico,
Sociedade Religiosa – Edições Vida Nova.
13. Mendes, Paulo. Noções de Hebraico Bíblico, Sociedade Religiosa, Edições
Vida Nova – edição de 1.995 – 1ª edição em português, 1.987.

94
14. Taylor W. C. – Dicionário do Novo Testamento Grego, JUERP – 9ª edição,
1.991.
15. Dobson, John H. Aprenda o Grego do Novo Testamento – CPAD – Casa
Publicadora das Assembléias de Deus, 5ª edição, 1.999.
16. Olson, N. Lawrence, O Plano Divino Através dos Séculos, CPAD – Casa
Publicadora das Assembléias de Deus – 8ª edição de 1.986.
17. Pearlman, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida, 16ª edição,
1.991.
18. Silva, Antonio Gilberto da. Crescimento em Cristo – CPAD – Casa Publicadora
das Assembléias de Deus – 2ª edição, 1987.
19. Nassar, Jamil. O que os Testemunhas de Jeová Precisam Saber, Cruzada
Mundial de Literatura, 4ª edição de 1.984.
20. Duncan, Homer. Testemunhas de Jeová?! Imprensa Batista Regular, 2ª edição,
1980.
21. Jr. Robert M. Bowman. Porque devo Crer na Trindade. Resposta às
Testemunhas de Jeová – Editora Candeia, 1ª edição, l.996.
22. Justus, Amilto. Vinte Razões Porque Não Sou Testemunha de Jeová. A. D.
Santos & Cia Ltda, 8ª edição.
23. Silva, Esequias Soares da. Testemunhas de Jeová, volume II. Editora Candeia,
1.993.
24. Cabral, J. Religiões, Seitas e Heresias. Universal Produções – Indústria e
Comércio, 3ª edição.
25. Gibbs, Carl Boyd. Doutrina da Salvação. Escola de Educação Teológica das
Assembléias de Deus, 3ª edição, 1.999.
26. Silva, Esequias Soares da. Provas Documentais. Editora Candeia, 1ª edição,
1.997.
27. Silva, Esequias Soares da. Lições Bíblicas, CPAD – Casa Publicadora das
Assembléias de Deus, 2º trimestre de 1.997.
28. Stewart Dom. 103 Perguntas que as pessoas mais fazem sobre Deus, JUERP,4ª
edição, 1.992.
29. A Torá e o Novo Testamento em hebraico.
30. Septuaginta.
31. Santos, Aldo Menezes dos. Porque Abandonei as Testemunhas de Jeová. 1ª
edição de 2002, Editora Vida.

III. LIVROS DIVERSOS

1. J. Isidro Pereira S. Dicionário Grego-Português e Português-Grego. Livraria


Apostolado da Imprensa, 7ª edição.
2. Kirst, Nelson; Kilpp Nelson; Schwants, Milton; Raymann, Acir; Zimmer; Rudi.
Dicionário Hebraico-Português e Aramaico-Português. Editoras: Sinodal/Vozes,
4ª edição, 1.994.
3. Jucksch, Alcides. Quem são as Testemunhas de Jeová? Editora Sinodal, 5ª
edição, 1.989.
4. Holanda Ferreira, Aurélio Buarque de. Novo Dicionário da Língua Portuguesa,
Editora Nova Fronteira, 1ª edição, 14ª impressão.

95

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