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Materiais de Construção II
Aglomerantes
Concreto
Argamassa
Patologias do Concreto
Misturas Betuminosas
Prof. Hilton Porto
Materiais de Construção II
2.4 Cimento Portland
2.4.1 Histórico
E n g e n h a r i a
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Segundo Guimarães (1997), há indícios de que a utilização da
cal como aglomerante data de 5600 a.C, porém, somente no
Egito, a 2500 anos a.C, foi utilizada uma mistura de gesso
C i v i l
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O cimento romano foi muito utilizado como aglomerante de
argamassa e de concreto, como o utilizado na construção do
Pantheon, onde foram empregados agregados leves na sua
C i v i l
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Em 1756, o engenheiro inglês John Smeaton, procurava um
aglomerante que endurecesse na presença de água, para
facilitar o trabalho de reconstrução do farol de Eddystone, na
C i v i l
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Em 1824, o inglês Joseph Apsdin, registrou a patente de um
aglomerante que endurecia debaixo de água e que designou
com o nome de "Portland", uma pequena península na costa
C i v i l
internacionalmente.
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O cimento Portland é hoje, tal como na altura de Aspdin, uma
combinação química predeterminada e bem proporcionada,
de cálcio, sílica, ferro e alumínio, sujeita a um processo de
C i v i l
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O Brasil no fim do século XIX importava 40 mil toneladas de
cimento da Europa, com tarifas de importação em torno de
30%.
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Naquela época (1926), a importação chegava à marca de 400
mil toneladas anuais, enquanto que a produção local não
passava de 13 mil toneladas por ano.
C i v i l
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Entre 1945 e 1955, o setor inaugurou 16 novas fábricas, várias
delas situadas fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo,
incluindo Estados como Mato Grosso do Sul, Paraíba,
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Em 1963 e 1964, a ociosidade das empresas de cimento era de
17%. Além disso, nenhuma nova unidade foi inaugurada entre
1963 e 1966. O retorno aos investimentos só ocorreu em 1967,
C i v i l
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O Plano Cruzado, em 1986, trouxe uma forte recuperação do
setor da construção civil, e o aumento nas vendas de cimento
foi de 22,2%, o que transformou o Brasil no 7° maior produtor
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mundial.
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Em 2016 o Brasil ocupava a quinta colocação na produção de
cimento a nível mundial.
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Em 2016 o Brasil ocupava a quarta colocação no consumo de
cimento a nível mundial.
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Produção por estados e Regiões 2018
C i v i l
SINC – Sindicato Nacional da Indústria do Cimento
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2.4.2 Fabricação do cimento Portland
O cimento Portland é fabricado a partir de misturas de
materiais calcários e argilosos em proporções adequadas e
C i v i l
a) Extração da matéria-prima
A extração de rochas e xistos é feito conforme técnica usual
de exploração de pedreiras e a argila, por escavação, segundo
técnica usual de movimentação de terra ou por dragagens
quando for o caso.
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a) Extração da matéria-prima
C i v i l
Extração de calcário
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Extração de argila
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b) Britagem
As rochas são submetidas a um processo de beneficiamento
que reduz o material a grãos de tamanhos convenientes para
C i v i l
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c) Moedura e mistura
No processamento seco a matéria-prima é seca em estufa,
proporcionadas as quantidades de calcário e argila e
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d) Queima
Etapa em que é produzido o clínker, a partir da passagem do
cru através do forno rotativo, em cerca de 3,5 a 4 horas, com
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e) Moedura do clínker
Após resfriado, o clínker é armazenado onde aguardará o
processo de moagem.
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f) Espedição
Após moído, o clínker pulverizado é conduzido aos
separadores de ar que conduzem os grãos ainda grandes ao
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transporte.
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1 Pedreira de calcário; 6 Homogeneização da farinha crua;
2 Britador; 7 Pré-aquecimento;
3 Homogeneização da matéria-prima; 8 Queima do cru gerando o clínker;
4 Areia de minério de ferro; 9 Armazenamento do clínker;
C i v i l
1 3 5
4 11 Armazenamento do
cimento;
2 12 Expedição do cimento em
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sacos e a granel.
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6 Processo
tecnológico do
11 12 cimento
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2.4.2 Constituintes do cimento Portland
Fundamentais:
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Cal – CaO
Sílica – SiO2
Alumina – Al2O3
Óxido de Ferro – Fe2O3
E n g e n h a r i a
Magnésia – MgO
Anidrido Sulfúrico – SO3
Constituintes menores:
Óxido de Sódio – Na2O
Óxido de Potássio – K2O } Álcalis do cimento
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Matérias primas
a) Calcário
Formado basicamente por carbonato de cálcio (CaCO3) e
algumas impurezas como o óxido de magnésio (magnésia -
MgO), dióxido de silício (sílica – SiO2), óxido de alumínio
(alumina- Al2O3), óxido férrico (Fe2O3).
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b) Argila
A argila empregada deve ser um silicato de alumínio
hidratado (Al2O3.2SiO2.2H2O), geralmente contendo ferro e
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c) Gesso
É o produto de adição final no processo de fabricação do
cimento portland, com o fim de regular o tempo de pega por
ocasião das reações de hidratação. A gipsita (CaSO4.2H2O) é o
tipo de gesso mais empregado.
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No processo de calcinação, quando o cru é submetido a altas
temperaturas, sendo transformado em clinker, ocorre
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É importante conhecer as proporções dos constituintes do
cimento, pois nelas residem as propriedades finais do cimento
e também do concreto.
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O aluminato tricálcico (3CaO . Al2O3) contribui para a
resistência especialmente no primeiro dia. Tem pega
instantânea desenvolvendo altíssimo calor de hidratação. Tem
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2.4.3 Propriedades dos constituintes
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2.4.3 Propriedades físicas do cimento Portland
constituintes.
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A massa específica do cimento Portland é determinada de
acordo com as prescrições da NBR 16605:2017 e consiste
basicamente na determinação do volume deslocado por uma
C i v i l
d = m / Vdesl (g/cm3)
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Onde:
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C i v i l
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b) Finura
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A finura comanda a velocidade de hidratação do cimento e
tem influência em muitas qualidades da pasta, das argamasas
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e dos concretos.
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Uma pequena quantidade de partículas de cimento situa-se
acima de 75 m e, acima desta dimensão, as velocidades das
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Exsudação – fenômeno de separação espontânea da água de
mistura que aflora devido a diferença de densidades entre o
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A NBR 5732 que especifica as características do cimento
Portland comum, determina que o resíduo da peneira 75 μm
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c) Tempo de pega
interesse é a viscosidade.
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A variação da viscosidade da pasta ao longo do tempo possui
um período de vida - pois após certo tempo ela fica
completamente rígida - existindo duas variações bruscas nas
C i v i l
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Os ensaios que determinam o tempo de início de pega e o
tempo de fim de pega devem seguir a NBR NM 65:2003,
utilizando pasta de consistência normal caracterizada em
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A haste (B) possui ainda um indicador ajustável (F), que se
desloca ao longo de uma escala graduada em milímetros,
presa firmemente ao suporte, e que permite a leitura da
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Aparelho de Vicat
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Pega: solidificação da pasta plástica de cimento
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Início de pega:
ponto em que a pasta
se torna não-trabalhável
E n g e n h a r i a
Fim de pega:
pasta solidificada e rígida
Materiais de Construção II
Na obra, quando necessário, procede-se a um ensaio muito
grosseiro, onde são moldadas uma série de pequenas bolas
com pasta de cimento, que quando esmagadas com os dedos
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d) Resistência
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E n g e n h a r i a Materiais de Construção II
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A argamassa é constituída pela mistura de cimento e areia
normal nas proporções 1:3 em peso. A água a ser adicionada
será determinada para se conseguir a consistência normal.
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Granulometria da areia
2,4 – 1,2 mm 25
1,2 – 0,6 mm 25
0,6 – 0,3 mm 25
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0,3 – 0,15 mm 25
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e) Exsudação
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2.4.4 Propriedades químicas do cimento Portland
a) Estabilidade
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Determina-se a estabilidade do cimento utilizando-se ensaios
de expansão da pasta de cimento, através da agulha de “Le
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b) Calor de hidratação
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Materiais de Construção II
c) Resistência aos agentes agressivos
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As águas ácidas, provenientes das chuvas, e com certa
proporção de gás carbônico dissolvido, agem sobre a cal
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d) Reação Álcali-Agregado (RAA)
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Topo de pilar de vertedouro de barragem afetado por RAA.
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Materiais de Construção II
As RAA podem ser classificadas em três tipos:
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Reação álcali-sílica
Esse tipo de reação ocorre quando a sílica ativa é envolvida
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Reação álcali-silicato
Essa reação ocorre quando os hidróxidos alcalinos reagem
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Materiais de Construção II
Reação álcali-carbonato
Essa reação ocorre de maneira diferente das outras
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Ocorrências de RAA em Recife/PE
Alguns casos de RAA foram identificados em estruturas de
pontes e edifícios localizados na região metropolitana de
C i v i l
Recife.
Pescoço do pilar do Edifício Solar da Piedade.
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Foram constatados aproximadamente 20 casos de RAA na
região com edifícios de diversas idades: 21, 12, 11 e até 3
anos.
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2.4.5 Classificação
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Características especificadas pela ABNT para cimentos brasileiros
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Cimentos produzidos no Brasil
São eles:
1 Cimento Portland comum (CP I)
a) CP I – Cimento Portland Comum
b) CP I-S – Cimento Portland Comum com Adição
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2 Cimento Portland composto (CP II)
a) CP II-E – Cimento Portland Composto com Escória
b) CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana
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3 Cimento Portland de Alto-Forno (CP III)
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4 Cimento Portland Pozolânico (CP IV)
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5 Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)
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6 Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)
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Materiais de Construção II
7 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)
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Materiais de Construção II
C i v i l
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Materiais de Construção II
Cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732)
Materiais de Construção II
Cimento Portland Composto CP II (NBR 11578)
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Materiais de Construção II
a. Cimento Portland Composto CP II-Z
(com adição de material pozolânico)
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Materiais de Construção II
b. Cimento Portland Composto CP II-E
(com adição de escória granulada de alto-forno)
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Materiais de Construção II
c. Cimento Portland Composto CP II-F
(com adição de material carbonático - fíler)
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Materiais de Construção II
Cimento Portland de Alto Forno CP III
(com escória - NBR 5735)
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Cimento Portland CP IV
(com pozolana - NBR 5736)
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Materiais de Construção II
Cimento Portland CP V ARI
(Alta Resistência Inicial - NBR 5733)
C i v i l
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O desenvolvimento dessa propriedade é conseguido pela
utilização de uma dosagem diferente de calcário e argila na
produção do clínquer, e pela moagem mais fina do cimento.
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Cimento Portland CP (RS)
(Resistente a sulfatos - NBR 5737)
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Materiais de Construção II
De acordo com a norma NBR 5737, cinco tipos básicos de
cimento - CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V-ARI - podem ser
resistentes aos sulfatos, desde que se enquadrem em pelo
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Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) - (NBR
13116)
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Cimento Portland Branco (CPB) - (NBR 12989)
Materiais de Construção II
2.5 Aglomerantes especiais
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Com este aglomerante pode-se fazer uma espécie de concreto
denominado xilolita, que é o produto da mistura da magnésia
Sorel com material de enchimento, que poderá ser resíduos
C i v i l
Materiais de Construção II
2.5.2 Cimentos resistentes à ação de ácidos
Geralmente os aglomerantes resistentes à ação dos ácidos são
produtos orgânicos (resinas e plásticos), e dentre eles os mais
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comuns são:
a. Furan
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Características
Densidade: 1,4
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b. Cimento fenólicos
Semelhantes aos cimentos de resina Furan, geralmente são
misturados com carvão pulverizado, mas comportam-se de
C i v i l
Características
E n g e n h a r i a
Densidade: 1,4
Resistência à tração: 9 MPa
Resistência à compressão: 10 Mpa
Coeficiente de dilatação: 11 ºC-1x10-6
Adesão ao tijolo: 2,8 Mpa
Máxima temperatura em serviço: 190ºC
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c. Resinas epóxi
Como são derivadas do fenol, apresentam propriedades
físicas e químicas semelhantes às dos cimentos fenólicos e
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Características
Densidade: 1,4
Resistência à tração: 11 MPa
Resistência à compressão: 110 Mpa
Coeficiente de dilatação: 11 ºC-1x10-6
Adesão ao tijolo: 3,5 Mpa
Máxima temperatura em serviço: 95ºC
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d. Enxofre
Quando fundido é utilizado como aglomerante resistente a
C i v i l
Características
E n g e n h a r i a
Densidade: 2,2
Resistência à tração: 4,5 MPa
Resistência à compressão: 42 Mpa
Coeficiente de dilatação: 14ºC-1x10-6
Adesão ao tijolo: 2,8 Mpa
Máxima temperatura em serviço: 95ºC
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Materiais de Construção II
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Materiais de Construção II
2.5.5 Cal hidráulica
Materiais de Construção II
Como a cal hidráulica é muito semelhante ao cimento, a
mesma pode ser confundida gerando consequências
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