Você está na página 1de 51

09/08/2021

Materiais de Construção II

MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL


C i v i l

Aglomerantes

Agregados para concreto


E n g e n h a r i a

Concreto
Argamassa

Patologias do Concreto
Misturas Betuminosas
Prof. Hilton Porto

Materiais de Construção II
2.4 Cimento Portland

Principal aglomerante hidráulico obtido pela cozedura até


C i v i l

fusão incipiente de uma mistura calcário-argilosa (clínker).

2.4.1 Histórico
E n g e n h a r i a

A designação “cimento” resulta da palavra “caementum” que


em latim significa “argamassa”, que por sua vez vem de
“caedimentum” ou seja “precipitação”(MARTINS, 2010).
Até o século XIX os materiais mais usados nos sistemas
construtivos foram a madeiras, a pedra e o tijolo, os quais
eram unidos por um ligante. A princípio era utilizada uma
argamassa de barro sendo substituída posteriormente por uma
argamassa de cal.

1
09/08/2021

Materiais de Construção II
Segundo Guimarães (1997), há indícios de que a utilização da
cal como aglomerante data de 5600 a.C, porém, somente no
Egito, a 2500 anos a.C, foi utilizada uma mistura de gesso
C i v i l

calcinado; seria a origem do cimento.


A cal já era utilizada pelos romanos desde 600 a.C e somente
com a descoberta do Opus deu-se uma verdadeira revolução
E n g e n h a r i a

na construção civil. O Opus era


composto por uma cinza
pozolânica misturada à cal, o
que lhe atribuía características
semelhantes ao nosso cimento.
Essa mistura foi utilizada na
construção de grandes obras
romanas, a exemplo do
Coliseu.

Materiais de Construção II
O cimento romano foi muito utilizado como aglomerante de
argamassa e de concreto, como o utilizado na construção do
Pantheon, onde foram empregados agregados leves na sua
C i v i l

cobertura. Porém, este conhecimento romano foi perdido na


idade média.
E n g e n h a r i a

2
09/08/2021

Materiais de Construção II
Em 1756, o engenheiro inglês John Smeaton, procurava um
aglomerante que endurecesse na presença de água, para
facilitar o trabalho de reconstrução do farol de Eddystone, na
C i v i l

Inglaterra. Verificou que a mistura calcinada de calcário e


argila tornava-se, depois de seca, tão resistente quanto as
pedras utilizadas nas construções.
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
Em 1824, o inglês Joseph Apsdin, registrou a patente de um
aglomerante que endurecia debaixo de água e que designou
com o nome de "Portland", uma pequena península na costa
C i v i l

meridional da Inglaterra, famosa pelas suas pedreiras, dada a


semelhança em cor e dureza das pedras daquela região. A
designação de cimento Portland subsiste e foi adotada
E n g e n h a r i a

internacionalmente.

3
09/08/2021

Materiais de Construção II
O cimento Portland é hoje, tal como na altura de Aspdin, uma
combinação química predeterminada e bem proporcionada,
de cálcio, sílica, ferro e alumínio, sujeita a um processo de
C i v i l

fabricação complexo, rigorosamente controlado.

Em 1855, na França, Joseph Louis


E n g e n h a r i a

Lambot apresentou inédita e


oficialmente, na Exposição Universal
de Paris, o “cimento armado”. O mais
curioso é que o artefato em cimento
era um barco. O “cimento armado” foi
denominado assim até a década de 20,
quando passou a ser chamado de
concreto armado.

Materiais de Construção II
O Brasil no fim do século XIX importava 40 mil toneladas de
cimento da Europa, com tarifas de importação em torno de
30%.
C i v i l

A Paraíba foi o primeiro estado a produzir cimento no Brasil,


por um curto período de três meses, em 1892; seguido de São
E n g e n h a r i a

Paulo até 1918 e Espírito Santo que paralisou sua produção


regular em 1924 e definitivamente em 1958.

Em 1926 o Brasil importava de países como Estados Unidos,


Inglaterra, França, Alemanha, Dinamarca, Bélgica e Argentina
cerca de 97% do cimento que consumia.

4
09/08/2021

Materiais de Construção II
Naquela época (1926), a importação chegava à marca de 400
mil toneladas anuais, enquanto que a produção local não
passava de 13 mil toneladas por ano.
C i v i l

A inauguração da Companhia Brasileira de Cimento Portland,


em 1926, em Perus, São Paulo, foi um símbolo dessa fase;
E n g e n h a r i a

representou o início do processo de crescimento da produção


brasileira de cimento, que saltou de 13 mil toneladas em 1926
para 54 mil em 1927, 88 mil em 1928 e 96 mil em 1929. E já
em 1933, a produção nacional começava a ultrapassar as
importações.

A quantidade de cimento fabricado no Brasil passou de 697


mil toneladas em 1939 para 810 mil toneladas em 1944.

Materiais de Construção II
Entre 1945 e 1955, o setor inaugurou 16 novas fábricas, várias
delas situadas fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo,
incluindo Estados como Mato Grosso do Sul, Paraíba,
C i v i l

Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul.


Em 1945 deu-se início a produção do cimento “Zebu”, pela
Companhia Paraíba de Cimento Portland, em uma unidade
E n g e n h a r i a

instalada nos arredores de João Pessoa. No ano seguinte, a


Cimento Itaú inaugurou sua segunda fábrica, na cidade
mineira de Contagem.
A partir de 1956, no entanto, os investimentos realizados no
Brasil puderam suprir a demanda interna, com uma produção
da ordem de 3,2 milhões de toneladas. Desde então, o País se
tornou auto-suficiente e a importação de cimento estrangeiro
deixou de ser relevante.

5
09/08/2021

Materiais de Construção II
Em 1963 e 1964, a ociosidade das empresas de cimento era de
17%. Além disso, nenhuma nova unidade foi inaugurada entre
1963 e 1966. O retorno aos investimentos só ocorreu em 1967,
C i v i l

com a abertura da Companhia de Cimento Portland de


Sergipe, em Aracaju.
E n g e n h a r i a

Em 1983, um susto para o setor: foi registrada a maior queda


no consumo de cimento da história da indústria brasileira,
18,1%. Mesmo com este cenário negativo, foi inaugurada a
fábrica da CIMESA, do Grupo Votorantim, em Laranjeiras,
Sergipe, com capacidade para 550 mil toneladas/ano.

Materiais de Construção II
O Plano Cruzado, em 1986, trouxe uma forte recuperação do
setor da construção civil, e o aumento nas vendas de cimento
foi de 22,2%, o que transformou o Brasil no 7° maior produtor
C i v i l

mundial.

Após a criação do Real em 1994 o consumo de cimento


E n g e n h a r i a

cresceu vertiginosamente, registrando altas consecutivas de


0,87%, 12% e 23% nos anos de 1994, 1995 e 1996. Isso se
refletiu na inauguração de uma nova fábrica Itaguassu do
grupo João Santos, em Sergipe.

A partir de 2004, a atividade da construção civil apresentou


um forte crescimento e consequentemente a indústria de
cimento. Ano após ano o consumo de cimento batia recorde,
atingindo 69,3 milhões de toneladas em 2012.

6
09/08/2021

Materiais de Construção II
Em 2016 o Brasil ocupava a quinta colocação na produção de
cimento a nível mundial.
C i v i l
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
Em 2016 o Brasil ocupava a quarta colocação no consumo de
cimento a nível mundial.
C i v i l
E n g e n h a r i a

7
09/08/2021

Materiais de Construção II
Produção por estados e Regiões 2018
C i v i l
SINC – Sindicato Nacional da Indústria do Cimento
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
2.4.2 Fabricação do cimento Portland
O cimento Portland é fabricado a partir de misturas de
materiais calcários e argilosos em proporções adequadas e
C i v i l

apropriadas para o seu cozimento. Sua fabricação


compreende seis etapas principais:
E n g e n h a r i a

Extração da matéria-prima; britagem; moedura e mistura;


queima; moedura do clinker e expedição.

a) Extração da matéria-prima
A extração de rochas e xistos é feito conforme técnica usual
de exploração de pedreiras e a argila, por escavação, segundo
técnica usual de movimentação de terra ou por dragagens
quando for o caso.

8
09/08/2021

Materiais de Construção II
a) Extração da matéria-prima
C i v i l

Extração de calcário
E n g e n h a r i a

Extração de argila

Materiais de Construção II
b) Britagem
As rochas são submetidas a um processo de beneficiamento
que reduz o material a grãos de tamanhos convenientes para
C i v i l

serem armazenados em depósitos apropriados, de onde serão


processados conforme as linhas de produção seca ou úmida.
E n g e n h a r i a

9
09/08/2021

Materiais de Construção II
c) Moedura e mistura
No processamento seco a matéria-prima é seca em estufa,
proporcionadas as quantidades de calcário e argila e
C i v i l

conduzida a moinhos de bola associados a peneiras ou


ciclones, produzindo uma mistura homogênea de pequenos
grãos intimamente misturados. Essa mistura é conduzida a
E n g e n h a r i a

silos de homogeneização, feitas eventuais correções para


controle químico e em seguida armazenada em silos
apropriados para posterior condução ao forno para a queima.

Materiais de Construção II

No processamento úmido a argila natural é inicialmente


C i v i l

misturada com água, formando uma lama espessa à qual será


adicionado o calcário britado, e encaminhada ao moinho de
bola, onde o calcário é reduzido a grãos pequenos. Após a
E n g e n h a r i a

moedura do calcário, a lama é conduzida a silos de


homogeneização, feitas eventuais correções para controle
químico e em seguida o cru é armazenado em silos próprios.
Assim os dois processos encontram-se na mesma etapa; suas
misturas irão alimentar o forno para a queima.

10
09/08/2021

Materiais de Construção II
d) Queima
Etapa em que é produzido o clínker, a partir da passagem do
cru através do forno rotativo, em cerca de 3,5 a 4 horas, com
C i v i l

temperatura elevada (1.450ºC), saindo ainda incandescente,


sendo resfriado por corrente de ar ou mesmo por água.
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
e) Moedura do clínker
Após resfriado, o clínker é armazenado onde aguardará o
processo de moagem.
C i v i l

Para moagem, o clínker já entra no moinho de bolas com uma


parcela de gipsita, que irá controlar o tempo de pega do
cimento. Essa moagem é uma operação dispendiosa uma vez
E n g e n h a r i a

que o clínker é um material extremamente duro, consumindo


as esferas de aço que são utilizadas dentro do moinho.

11
09/08/2021

Materiais de Construção II
f) Espedição
Após moído, o clínker pulverizado é conduzido aos
separadores de ar que conduzem os grãos ainda grandes ao
C i v i l

moinho, e os de menor tamanho (o cimento) para o silo de


estocagem, de onde serão retirados para embalagem em saco
de papel ou encaminhado a granel, para os veículos de
E n g e n h a r i a

transporte.

Materiais de Construção II
1 Pedreira de calcário; 6 Homogeneização da farinha crua;
2 Britador; 7 Pré-aquecimento;
3 Homogeneização da matéria-prima; 8 Queima do cru gerando o clínker;
4 Areia de minério de ferro; 9 Armazenamento do clínker;
C i v i l

5 Moinho de cru; 10 Usina de cimento(moagem do clínker);

1 3 5
4 11 Armazenamento do
cimento;
2 12 Expedição do cimento em
E n g e n h a r i a

sacos e a granel.
7
9
8
6 Processo
tecnológico do
11 12 cimento
10

12
09/08/2021

Materiais de Construção II
2.4.2 Constituintes do cimento Portland

Fundamentais:
C i v i l

Cal – CaO
Sílica – SiO2
Alumina – Al2O3
Óxido de Ferro – Fe2O3
E n g e n h a r i a

Magnésia – MgO
Anidrido Sulfúrico – SO3

Constituintes menores:
Óxido de Sódio – Na2O
Óxido de Potássio – K2O } Álcalis do cimento

Óxido de Titânio – TiO2

Materiais de Construção II
Matérias primas

O cimento Portland é um material pulverulento, constituído


C i v i l

de silicatos e aluminatos de cálcio, praticamente sem cal


livre; onde estes silicatos e aluminatos quando hidratados
produzem o endurecimento da massa, oferecendo elevada
resistência mecânica.
E n g e n h a r i a

As matérias primas utilizadas na fabricação do cimento são:

a) Calcário
Formado basicamente por carbonato de cálcio (CaCO3) e
algumas impurezas como o óxido de magnésio (magnésia -
MgO), dióxido de silício (sílica – SiO2), óxido de alumínio
(alumina- Al2O3), óxido férrico (Fe2O3).

13
09/08/2021

Materiais de Construção II
b) Argila
A argila empregada deve ser um silicato de alumínio
hidratado (Al2O3.2SiO2.2H2O), geralmente contendo ferro e
C i v i l

outros minerais, em menores percentagens. Essa argila deve


fornecer os óxidos SiO2, Al2O3 e Fe2O3 necessários à fabricação
do cimento.
E n g e n h a r i a

c) Gesso
É o produto de adição final no processo de fabricação do
cimento portland, com o fim de regular o tempo de pega por
ocasião das reações de hidratação. A gipsita (CaSO4.2H2O) é o
tipo de gesso mais empregado.

Materiais de Construção II
No processo de calcinação, quando o cru é submetido a altas
temperaturas, sendo transformado em clinker, ocorre
C i v i l

formação de compostos como:

Silicato tricálcico – 3CaO . SiO2;


E n g e n h a r i a

Silicato bicálcico – 2CaO . SiO2;


Aluminato tricálcico – 3CaO . Al2O3;
Ferro aluminato tetracálcico – 4CaO . Al2O3 . Fe2O3

As propriedades do cimento estão diretamente relacionadas


com as proporções dos silicatos e aluminatos, e essas
proporções são calculadas pelo método de Bogue.

14
09/08/2021

Materiais de Construção II
É importante conhecer as proporções dos constituintes do
cimento, pois nelas residem as propriedades finais do cimento
e também do concreto.
C i v i l

O silicato tricálcico (3CaO . SiO2 ) determina a resistência em


todas as idades, especialmente no primeiro mês de cura.
Reage em poucas horas em contato com a água, liberando
E n g e n h a r i a

grande quantidade de calor na hidratação.

O silicato bicálcico (2CaO . SiO2) é o maior responsável pelo


endurecimento em idades mais avançadas, e pelo ganho de
resistência, chegando a ficar equivalente ao silicato tricálcico
(3CaO . SiO2 ) em um ano ou mais. Este composto desenvolve
baixo calor de hidratação.

Materiais de Construção II
O aluminato tricálcico (3CaO . Al2O3) contribui para a
resistência especialmente no primeiro dia. Tem pega
instantânea desenvolvendo altíssimo calor de hidratação. Tem
C i v i l

baixa resistência e não resiste à ação de águas sulfatadas. A


presença da alumina é importante na fase de produção do
cimento pois ela age como fundente facilitando, desta forma,
a formação do clínquer a temperaturas mais baixas.
E n g e n h a r i a

O ferro aluminato tetracálcico (4CaO . Al2O3 . Fe2O3) não


influi na resistência. Tem pega rápida, porém não instantânea
como o aluminato tricálcico (3CaO . Al2O3) . Apresenta baixa
resistência mas possui a vantagem do óxido de ferro (Fe2O3)
trabalhar como fundente, além de fixar parte da alumina
melhorando o desempenho do cimento ao ataque de águas
sulfatadas, a exemplo da água do mar.

15
09/08/2021

Materiais de Construção II
2.4.3 Propriedades dos constituintes
C i v i l
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
2.4.3 Propriedades físicas do cimento Portland

a) Densidade (massa específica)


C i v i l

Usualmente considerada como 3,15 g/cm3, pode variar para


valores ligeiramente inferiores. O conhecimento dessa
propriedade será útil para cálculo do consumo do cimento nas
misturas feitas com base nos volumes específicos dos
E n g e n h a r i a

constituintes.

Na pasta de cimento o processo de hidratação faz variar com


o tempo o valor da sua densidade, é nesse processo que
ocorre a retração; fenômeno extremamente complexo que
pode atingir em 24 horas, cerca de 7 mm por metro na pasta
pura; 4,5 mm na argamassa padrão e 2 mm em concretos que
consomem 350kg de cimento por m³.

16
09/08/2021

Materiais de Construção II
A massa específica do cimento Portland é determinada de
acordo com as prescrições da NBR 16605:2017 e consiste
basicamente na determinação do volume deslocado por uma
C i v i l

massa de cimento conhecida (50g), quando introduzida no


frasco volumétrico de Le Chatelier . Sendo:

d = m / Vdesl (g/cm3)
E n g e n h a r i a

Onde:

d = massa específica (g/cm³)


m = massa de cimento (g)
Vdesl = volume deslocado no frasco volumétrico de Le
Chatelier (cm³)

Materiais de Construção II
C i v i l
E n g e n h a r i a

17
09/08/2021

Materiais de Construção II
b) Finura

A finura é um dos fatores que mais afetam a resistência


C i v i l

mecânica de um cimento Portland.

A fração mais fina do cimento é a responsável pela resistência


nas primeiras idades enquanto que os grãos mais grossos pela
E n g e n h a r i a

resistência nas idades finais.

A finura como noção relacionada com o tamanho dos grãos do


cimento, deve ser determinada através do ensaio de
peneiramento (NBR 11579:2012) tendo como resultado um
ponto bem definido, qual seja o percentual de grãos com
diâmetro superior a 0,075mm (retidos na peneira nº200).

Materiais de Construção II
A finura comanda a velocidade de hidratação do cimento e
tem influência em muitas qualidades da pasta, das argamasas
C i v i l

e dos concretos.
E n g e n h a r i a

As partículas de cimento estão contidas predominantemente


na faixa de 10 a 30m e são essas partículas que melhoram a
resistência da primeira idade, diminui a exsudação e outros
tipos de segregação, aumenta a impermeabilidade, a
trabalhabilidade e a coesão dos concretos.

18
09/08/2021

Materiais de Construção II
Uma pequena quantidade de partículas de cimento situa-se
acima de 75 m e, acima desta dimensão, as velocidades das
C i v i l

reações de hidratação são muito lentas e estas partículas


praticamente não contribuem para a resistência do cimento
E n g e n h a r i a

até os 28 dias, sendo portanto indesejáveis.

Assim, quanto maior a quantidade de partículas maiores que


75 m, mais lento será o processo de hidratação do cimento e
consequentemente maior será seu tempo de pega.

Materiais de Construção II
Exsudação – fenômeno de separação espontânea da água de
mistura que aflora devido a diferença de densidades entre o
C i v i l

cimento e a água, e ao grau de permeabilidade da pasta. È


um tipo de segregação.
E n g e n h a r i a

Segregação – fenômeno de separação dos constituintes das


argamassas e dos concretos por diferentes causas,
promovendo uma heterogeneidade indesejada.

Trabalhabilidade – estado que oferece maior ou menor


facilidade no manuseio de argamassas e concretos frescos.

19
09/08/2021

Materiais de Construção II
A NBR 5732 que especifica as características do cimento
Portland comum, determina que o resíduo da peneira 75 μm
C i v i l

seja menor ou igual a 12% em peso.


A NBR 5733 que especifica as características do cimento
E n g e n h a r i a

Portland de alta resistência inicial, determina que o resíduo


da peneira 75 μm seja menor ou igual a 6% em peso.

Materiais de Construção II
c) Tempo de pega

A mistura de cimento Portland com certa quantidade de água


C i v i l

dá origem a uma pasta de cimento com propriedades físicas


bem definidas, sendo que a mais importante ou de maior
E n g e n h a r i a

interesse é a viscosidade.

Essa viscosidade aumenta com a evolução das reações de


hidratação, onde os grãos de cimento vão-se aglutinando uns
aos outros, por floculação, construindo um esqueleto sólido.

20
09/08/2021

Materiais de Construção II
A variação da viscosidade da pasta ao longo do tempo possui
um período de vida - pois após certo tempo ela fica
completamente rígida - existindo duas variações bruscas nas
C i v i l

propriedades reológicas: inicialmente a pasta muda


bruscamente de viscosidade e, horas depois, transforma-se
num corpo sólido.
E n g e n h a r i a

Assim caracteriza-se a pega dos cimentos:


Tempo de início de pega – tempo decorrido entre o instante
em que se lançou a água de amassamento à pasta e o instante
em que se constatou o início da pega.
Tempo de fim de pega - é o intervalo decorrido entre o
instante em que se lançou a água de amassamento à pasta e o
instante em que se constatou o fim de pega.

Materiais de Construção II
Os ensaios que determinam o tempo de início de pega e o
tempo de fim de pega devem seguir a NBR NM 65:2003,
utilizando pasta de consistência normal caracterizada em
C i v i l

ensaio previsto na NBR NM 43:2003.

Para determinação dos tempos de pega, a citada NM prevê a


utilização do aparelho de Vicat.
E n g e n h a r i a

O aparelho de Vicat consiste em um suporte (A), que sustenta


uma haste móvel (B) que pesa (300 ± 0,5)g. A extremidade de
sondagem (C) da haste móvel (sonda de Tetmajer) tem (10 ±
0,05)mm de diâmetro e um comprimento mínimo de 50 mm. A
outra extremidade tem uma agulha (D). A haste (B) pode ser
colocada no suporte em qualquer das duas posições e pode
ser mantida na altura desejada por meio de um parafuso (E).

21
09/08/2021

Materiais de Construção II
A haste (B) possui ainda um indicador ajustável (F), que se
desloca ao longo de uma escala graduada em milímetros,
presa firmemente ao suporte, e que permite a leitura da
C i v i l

distância entre o fundo do molde e a extremidade da sonda


ou agulha (possui diâmetro compreendido entre 1,11 mm e
1,14 mm e comprimento mínimo de 50 mm). O molde
troncocônico (G) deve repousar sobre uma placa de vidro (H).
E n g e n h a r i a

As seções terminais da agulha e da sonda devem ser planas e


perpendiculares ao eixo da haste. Comparando a escala
graduada do aparelho com uma escala-padrão graduada, com
resolução de 0,1 mm de aproximação, não são toleradas
diferenças maiores do que 0,25 mm em qualquer dos seus
pontos.

Materiais de Construção II
Aparelho de Vicat
C i v i l
E n g e n h a r i a

22
09/08/2021

C i v i l
E n g e n h a r i a Materiais de Construção II

Materiais de Construção II
C i v i l
E n g e n h a r i a

23
09/08/2021

Materiais de Construção II
Pega: solidificação da pasta plástica de cimento
C i v i l

Início de pega:
ponto em que a pasta
se torna não-trabalhável
E n g e n h a r i a

Fim de pega:
pasta solidificada e rígida

Enrijecimento: perda de consistência da pasta plástica devida


à perda gradual da água livre por ocasião da reação de
hidratação. Associado com o fenômeno de perda de
abatimento no concreto.

Materiais de Construção II
Na obra, quando necessário, procede-se a um ensaio muito
grosseiro, onde são moldadas uma série de pequenas bolas
com pasta de cimento, que quando esmagadas com os dedos
C i v i l

esse esmagamento deixa de ser plástico, tem-se o início da


pega e quando as bolas esfarinham-se, tem-se o fim da pega.

d) Resistência
E n g e n h a r i a

A resistência mecânica dos cimentos é determinada através


de ensaio onde são rompidos corpos-de-prova confeccionados
de argamassa.
O Brasil adota o corpo-de-prova cilíndrico de 10 cm de altura
por 5 cm de diâmetro, feito com argamassa com consistência
determinada pelo ensaio de escorregamento da argamassa
sobre mesa cadente, segundo a NBR 7215.

24
09/08/2021

C i v i l
E n g e n h a r i a Materiais de Construção II

Materiais de Construção II
A argamassa é constituída pela mistura de cimento e areia
normal nas proporções 1:3 em peso. A água a ser adicionada
será determinada para se conseguir a consistência normal.
C i v i l

A consistência normal é determinada moldando-se um corpo-


de-prova de formato troco de cone, com diâmetros das bases
125 e 80 mm e altura de 65 mm, sobre uma mesa cadente
E n g e n h a r i a

capaz de promover uma queda de 14 mm de altura numa


frequência de 30 quedas em 30 s. Ao final das quedas, a base
do cone espalha-se, devendo alcançar 165 mm para ter-se
uma consistência normal. Portanto o ensaio requer algumas
tentativas.

A areia utilizada deve ser a areia estabelecida pela NR 7214,


e apresentar composição granulométrica segundo tabela a
seguir.

25
09/08/2021

Materiais de Construção II
Granulometria da areia

Materiais retidos entre as peneiras Porcentagem em peso


C i v i l

2,4 – 1,2 mm 25
1,2 – 0,6 mm 25
0,6 – 0,3 mm 25
E n g e n h a r i a

0,3 – 0,15 mm 25

Os corpos-de-prova moldados deverão permanecer em câmara


úmida durante 24 horas, e a seguir imersos em água até seu
rompimento; geralmente com 1, 3, 7 e 28 dias de idade.
Onde deverão apresentar resistência mínima de:
8 MPa – 3 dias;
15 MPa – 7 dias e
25 MPa – 28 dias.

Materiais de Construção II
e) Exsudação

Fenômeno de segregação que ocorre nas pastas de cimento,


C i v i l

antes do início da pega, onde a água aflora, devido aos grãos


de cimento serem mais pesados, deslocando-se para baixo.

Segregação que prejudica a uniformidade, a resistência e a


E n g e n h a r i a

durabilidade dos concretos, e que pode ser reduzida quando


utilizado um cimento “fino”, o qual reduz os espaços
intergranulares, aumentando a resistência do deslocamento
da água.

Essa água que se acumula superficialmente é chamada de


exsudação.

26
09/08/2021

Materiais de Construção II
2.4.4 Propriedades químicas do cimento Portland

Essas propriedades estão ligadas à hidratação do cimento, ou


C i v i l

seja às reações ocorridas no processo de endurecimento do


mesmo.

a) Estabilidade
E n g e n h a r i a

Está ligada a eventuais expansões volumétricas indesejáveis


que ocorrem após o endurecimento do concreto, resultante
da hidratação retardada da cal e da magnésia livre, presentes
no cimento, e que conduzem a microfissuração, podendo
gerar desagregação do material constituinte.

Materiais de Construção II
Determina-se a estabilidade do cimento utilizando-se ensaios
de expansão da pasta de cimento, através da agulha de “Le
C i v i l

Chatelier”, observando-se o método apresentado na NBR


11582 (MB 3435)da ABNT.
E n g e n h a r i a

(ver Norma NBR 11582:2016)

27
09/08/2021

Materiais de Construção II
b) Calor de hidratação

As reações de hidratação do cimento, que provocam o


C i v i l

endurecimento do mesmo, geram considerável quantidade de


calor, especialmente devido às proporções de silicato
tricálcico (3CaO . SiO2) e aluminato tricálcico (3CaO . Al2O3)
E n g e n h a r i a

presentes na sua composição. Em obras volumosas, essa


elevação de temperatura conduz ao aparecimento de trincas
de contração quando a massa resfria.
O calor de hidratação do cimento Portland comum varia de 85
cal/g a 100 cal/g, sendo constituído pelos respectivos valores
do calor de hidratação de seus constituintes, listados a
seguir:

Materiais de Construção II

Constituinte do cimento Calor de hidratação


Silicato tricálcico (3CaO . SiO2) 120 cal/g
C i v i l

Silicato bicálcico (2CaO . SiO2) 62 cal/g


Aluminato tricálcico (3CaO . Al2O3) 207 cal/g
E n g e n h a r i a

Ferro aluminato tetracálcico


100 cal/g
(4CaO . Al2O3 . Fe2O3)
Magnésia (MgO) 203 cal/g
Cal (CaO) 279 cal/g

28
09/08/2021

Materiais de Construção II
c) Resistência aos agentes agressivos
C i v i l

A agressividade de águas e terras em contato com o concreto,


devido a determinadas substâncias químicas presentes nas
mesmas, é exclusivamente sentida pelo cimento, uma vez
E n g e n h a r i a

que os agregados são de natureza predominantemente inerte.

As águas puras atacam o cimento hidratado, dissolvendo a cal


existente. Quando renovadas, além da cal, levam também,
com menor intensidade os silicatos e aluminatos.

Materiais de Construção II
As águas ácidas, provenientes das chuvas, e com certa
proporção de gás carbônico dissolvido, agem sobre a cal
C i v i l

conforme concentração de anidrido carbônico: com


concentração baixa, forma o carbonato de cálcio, pouco
solúvel, formando uma proteção para futuros ataques; com
E n g e n h a r i a

concentração forte, forma o bicarbonato que ataca a cal e


posteriormente os sais de cálcio.
A água do mar contém entre outros sais, o sulfato de cálcio
(CaSO4), o sulfato de magnésio (MgSO4) e o cloreto de sódio
(NaCl), este último, responsável pelo aumento da solubilidade
da cal.

29
09/08/2021

Materiais de Construção II
d) Reação Álcali-Agregado (RAA)

Minerais potencialmente reativos, eventualmente presente


C i v i l

nos agregados, combina-se com os álcalis do cimento (Óxido


de Sódio(Na2O) e Óxidos de Potássio(K2O)), formando produtos
E n g e n h a r i a

gelatinosos higroscópicos que apresentam grande expansão de


volume, constituindo importante risco na durabilidade dos
concretos.

A RAA é um processo de deterioração do concreto endurecido,


cuja proporção depende da quantidade de álcalis disperso no
cimento.

Materiais de Construção II
Topo de pilar de vertedouro de barragem afetado por RAA.
C i v i l
E n g e n h a r i a

Fonte: Kuperman, 1997

30
09/08/2021

Materiais de Construção II
As RAA podem ser classificadas em três tipos:
C i v i l

Reação álcali-sílica
Esse tipo de reação ocorre quando a sílica ativa é envolvida
E n g e n h a r i a

pelo hidróxido de cálcio dissolvido a partir dos álcalis dos


cimentos Portland, atacando os pontos mais fracos, poros ou
superfície dos agregados.

Materiais de Construção II
Reação álcali-silicato
Essa reação ocorre quando os hidróxidos alcalinos reagem
C i v i l

com os silicatos e agrega-se entre a pasta do cimento e o


agregado constituindo um gel expansivo, desenvolvido por um
E n g e n h a r i a

ambiente úmido. É o tipo de reação mais encontrado no Brasil


por utilizar rochas do tipo quartzo - feldspáticas tais como
quartzito, granito e gnaisses com ocorrências distribuídas por
vasta faixa territorial.

31
09/08/2021

Materiais de Construção II
Reação álcali-carbonato
Essa reação ocorre de maneira diferente das outras
C i v i l

apresentadas anteriormente, uma vez que o produto desta


reação não forma o gel alcalino e sim é a combinação dos
E n g e n h a r i a

álcalis do cimento com hidróxidos de magnésio, onde ocorre a


desdolomização entre os agregados. Com isso o hidróxido
alcalino se regenera, resultando no enfraquecimento da zona
de transição entre os agregados e a pasta de cimento,
provocando fissuras devido à perda de aderência dos
materiais (VALDUGA, 2002).

Materiais de Construção II
Ocorrências de RAA em Recife/PE
Alguns casos de RAA foram identificados em estruturas de
pontes e edifícios localizados na região metropolitana de
C i v i l

Recife.
Pescoço do pilar do Edifício Solar da Piedade.
E n g e n h a r i a

Fonte: Andrade, 2004

32
09/08/2021

Materiais de Construção II
Foram constatados aproximadamente 20 casos de RAA na
região com edifícios de diversas idades: 21, 12, 11 e até 3
anos.
C i v i l

Bloco de fundação de edifício de 23 pavimentos.


E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
2.4.5 Classificação

Após 1904 as fábricas começam a produzir um número


C i v i l

limitado de tipos de cimento, pois até então os mesmos eram


produzidos com características convenientes a um
E n g e n h a r i a

determinado trabalho e atendendo a encomendas feitas pelos


consumidores. Como em cada país, no Brasil, hoje são
produzidos alguns tipos de cimento oficialmente
normalizados, com características especificadas pela ABNT.

33
09/08/2021

Materiais de Construção II
Características especificadas pela ABNT para cimentos brasileiros
C i v i l
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
Cimentos produzidos no Brasil

O mercado brasileiro dispõe de 8 opções, que atendem com


C i v i l

igual desempenho aos mais variados tipos de obras. O


cimento Portland comum (CP I) é referência, por suas
características e propriedades, aos 11 tipos básicos de
E n g e n h a r i a

cimento Portland disponíveis no mercado brasileiro.

São eles:
1 Cimento Portland comum (CP I)
a) CP I – Cimento Portland Comum
b) CP I-S – Cimento Portland Comum com Adição

34
09/08/2021

Materiais de Construção II
2 Cimento Portland composto (CP II)
a) CP II-E – Cimento Portland Composto com Escória
b) CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana
C i v i l

c) CP II-F – Cimento Portland Composto com Fíler


E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
3 Cimento Portland de Alto-Forno (CP III)
C i v i l
E n g e n h a r i a

35
09/08/2021

Materiais de Construção II
4 Cimento Portland Pozolânico (CP IV)
C i v i l
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
5 Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)
C i v i l
E n g e n h a r i a

36
09/08/2021

Materiais de Construção II
6 Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)
C i v i l
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
7 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)

8 Cimento Portland Branco(CPB)


C i v i l
E n g e n h a r i a

37
09/08/2021

C i v i l
E n g e n h a r i a Materiais de Construção II

Materiais de Construção II
C i v i l
E n g e n h a r i a

38
09/08/2021

Materiais de Construção II
Cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732)

Um tipo de cimento Portland sem quaisquer adições além do


C i v i l

gesso (utilizado como retardador da pega) é muito adequado


para o uso em construções de concreto em geral quando não
há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. O
E n g e n h a r i a

Cimento Portland comum é usado em serviços de construção


em geral, quando não são exigidas propriedades especiais do
cimento.
Também é oferecido ao mercado o Cimento Portland Comum
com Adições CP I-S, com 5% de material pozolânico em massa,
recomendado para construções em geral, com as mesmas
características.

Materiais de Construção II
Cimento Portland Composto CP II (NBR 11578)

O Cimento Portland Composto é modificado. Gera calor numa


C i v i l

velocidade menor do que o gerado pelo Cimento Portland


Comum. Seu uso, portanto, é mais indicado em lançamentos
maciços de concreto, onde o grande volume da concretagem
E n g e n h a r i a

e a superfície relativamente pequena reduzem a capacidade


de resfriamento da massa. Este cimento também apresenta
melhor resistência ao ataque dos sulfatos contidos no solo.
Recomendado para obras correntes de engenharia civil sob a
forma de argamassa, concreto simples, armado e protendido,
elementos pré-moldados e artefatos de cimento.

Veja as recomendações de cada tipo de CP II:

39
09/08/2021

Materiais de Construção II
a. Cimento Portland Composto CP II-Z
(com adição de material pozolânico)
C i v i l

Empregado em obras civis em geral, subterrâneas, marítimas


e industriais. E para produção de argamassas, concreto
E n g e n h a r i a

simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e


artefatos de cimento. O concreto feito com este produto é
mais impermeável e por isso mais durável.

Materiais de Construção II
b. Cimento Portland Composto CP II-E
(com adição de escória granulada de alto-forno)
C i v i l

Composição intermediária entre o cimento portland comum e


o cimento portland com adições (alto-forno e pozolânico).
E n g e n h a r i a

Este cimento combina com bons resultados o baixo calor de


hidratação com o aumento de resistência do Cimento Portland
Comum. Recomendado para estruturas que exijam um
desprendimento de calor moderadamente lento ou que
possam ser atacadas por sulfatos.

40
09/08/2021

Materiais de Construção II
c. Cimento Portland Composto CP II-F
(com adição de material carbonático - fíler)
C i v i l

- Para aplicações gerais. Pode ser usado no preparo de


argamassas de assentamento, revestimento, argamassa
E n g e n h a r i a

armada, concreto simples, armado, protendido, projetado,


rolado, magro, concreto-massa, elementos pré-moldados e
artefatos de concreto, pisos e pavimentos de concreto, solo-
cimento, dentre outros.

Materiais de Construção II
Cimento Portland de Alto Forno CP III
(com escória - NBR 5735)
C i v i l

Apresenta maior impermeabilidade e durabilidade, além de


baixo calor de hidratação, assim como alta resistência à
expansão devido à reação álcali-agregado, além de ser
E n g e n h a r i a

resistente a sulfatos. Tem aplicação geral em argamassas de


assentamento, revestimento, argamassa armada, de concreto
simples, armado, protendido, projetado e outras. Mas é
particularmente vantajoso em obras de concreto-massa, tais
como barragens, peças de grandes dimensões, fundações de
máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, esgotos e
efluentes industriais, concretos com agregados reativos,
pilares de pontes ou obras submersas, pavimentação de
estradas e pistas de aeroportos.

41
09/08/2021

Materiais de Construção II
Cimento Portland CP IV
(com pozolana - NBR 5736)
C i v i l

Para obras correntes, sob a forma de argamassa, concreto


simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e
artefatos de cimento. É especialmente indicado em obras
E n g e n h a r i a

expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. O


concreto feito com este produto se torna mais impermeável,
mais durável, apresentando resistência mecânica à
compressão superior à do concreto feito com Cimento
Portland Comum, a idades avançadas. Apresenta
características particulares que favorecem sua aplicação em
casos de grande volume de concreto devido ao baixo calor de
hidratação.

Materiais de Construção II
Cimento Portland CP V ARI
(Alta Resistência Inicial - NBR 5733)
C i v i l

Com valores aproximados de resistência à compressão de 26


MPa a 1 dia de idade e de 53 MPa aos 28 dias, que superam
em muito os valores normativos de 14 MPa, 24 MPa e 34 MPa
E n g e n h a r i a

para 1, 3 e 7 dias, respectivamente, o CP V ARI é


recomendado no preparo de concreto e argamassa para
produção de artefatos de cimento em indústrias de médio e
pequeno porte, como fábricas de blocos para alvenaria,
blocos para pavimentação, tubos, elementos arquitetônicos
pré-moldados e pré-fabricados. Pode ser utilizado no preparo
de concreto e argamassa que necessitem de resistência inicial
elevada e desforma rápida.

42
09/08/2021

Materiais de Construção II
O desenvolvimento dessa propriedade é conseguido pela
utilização de uma dosagem diferente de calcário e argila na
produção do clínquer, e pela moagem mais fina do cimento.
C i v i l

Assim, ao reagir com a água o CP V ARI adquire elevadas


resistências, com maior velocidade.
E n g e n h a r i a

Materiais de Construção II
Cimento Portland CP (RS)
(Resistente a sulfatos - NBR 5737)
C i v i l

O CP-RS oferece resistência aos meios agressivos sulfatados,


como redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água
do mar e em alguns tipos de solos. Pode ser usado em
E n g e n h a r i a

concreto dosado em central, concreto de alto desempenho,


obras de recuperação estrutural e industriais, concretos
projetado, armado e protendido, elementos pré-moldados de
concreto, pisos industriais, pavimentos, argamassa armada,
argamassas e concretos submetidos ao ataque de meios
agressivos, como estações de tratamento de água e esgotos,
obras em regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas.

43
09/08/2021

Materiais de Construção II
De acordo com a norma NBR 5737, cinco tipos básicos de
cimento - CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V-ARI - podem ser
resistentes aos sulfatos, desde que se enquadrem em pelo
C i v i l

menos uma das seguintes condições:

Teor de aluminato tricálcico (3CaO . Al2O3) do clínquer e teor


E n g e n h a r i a

de adições carbonáticas de no máximo 8% e 5% em massa,


respectivamente;
Cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70%
de escória granulada de alto-forno, em massa;
Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40%
de material pozolânico, em massa;
Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios
de longa duração ou de obras que comprovem resistência aos
sulfatos.

Materiais de Construção II
Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) - (NBR
13116)
C i v i l

O Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) é


designado por siglas e classes de seu tipo, acrescidas de BC.
Por exemplo: CP III-32 (BC) é o Cimento Portland de Alto-
E n g e n h a r i a

Forno com baixo calor de hidratação, determinado pela sua


composição. Este tipo de cimento tem a propriedade de
retardar o desprendimento de calor em peças de grande
massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras de
origem térmica, devido ao calor desenvolvido durante a
hidratação do cimento.

44
09/08/2021

Materiais de Construção II
Cimento Portland Branco (CPB) - (NBR 12989)

O Cimento Portland Branco se diferencia por coloração, e está


C i v i l

classificado em dois subtipos: estrutural e não estrutural.


O estrutural é aplicado em concretos brancos para fins
arquitetônicos, com classes de resistência 25, 32 e 40,
E n g e n h a r i a

similares às dos demais tipos de cimento. Já o não estrutural


não tem indicações de classe e é aplicado, por exemplo, em
rejuntamento de azulejos e em aplicações não estruturais. A
cor branca é obtida a partir de matérias-primas com baixos
teores de óxido de ferro e manganês, em condições especiais
durante a fabricação, tais como resfriamento e moagem do
produto e, principalmente, utilizando o caulim no lugar da
argila. Pode ser pigmentado gerando concretos coloridos.

Materiais de Construção II
2.5 Aglomerantes especiais

2.5.1 Cimento Sorel


C i v i l

Descoberto pelo engenheiro francês Sorel no século passado,


praticamente não é utilizado no Brasil, seu emprego é
bastante comum na Europa devido às suas propriedades.
E n g e n h a r i a

São cimentos de oxicloretos, preparados por mistura de


magnésia calcinada com cloreto de zinco e óxido de zinco
com cloreto de magnésia.

Consiste na reação de magnésia calcinada com o cloreto de


magnésia em solução aquosa. A dosagem recomendada pelas
normas alemãs DIN é: MgO / MgCl2 = 2 a 3,5.

45
09/08/2021

Materiais de Construção II
Com este aglomerante pode-se fazer uma espécie de concreto
denominado xilolita, que é o produto da mistura da magnésia
Sorel com material de enchimento, que poderá ser resíduos
C i v i l

de cortiça, resíduos de couro, restos de madeira, lã


celulósica, asbesto, areia, talco, pó de pedra, etc.
Quando são utilizadas matérias orgânicas, obtem-se menor
E n g e n h a r i a

resistência mas com melhor propriedade de isolamento e


quando o material de enchimento é inorgânico, a resistência
mecânica do material é aumentada mas diminuem as
qualidades de isolamento térmico e acústico.
O cimento sorel dá pega em menos de 24 horas e está curado
em 4 meses. Resulta num material duro e resistente à
abrasão, porém deteriora-se quando é repetidamente
molhado.

Materiais de Construção II
2.5.2 Cimentos resistentes à ação de ácidos
Geralmente os aglomerantes resistentes à ação dos ácidos são
produtos orgânicos (resinas e plásticos), e dentre eles os mais
C i v i l

comuns são:

a. Furan
E n g e n h a r i a

Resinas derivadas do composto orgânico C4H4O, são


resistentes a um grande número de agentes corrosivos,
exceto: ácido nítrico, ácido sulfúrico concentrado, ácido
crômico e cloro. São apresentadas em dois componentes, um
pó e um líquido que misturados geralmente em duas partes
de pó e uma do líquido, dá pega em aproximadamente uma
hora e endurece completamente em seis dias. É geralmente
utilizada na forma de argamassa, misturado com carvão
pulverizado.

46
09/08/2021

Materiais de Construção II
Características

Densidade: 1,4
C i v i l

Resistência à tração: 8,5 MPa


Resistência à compressão: 100 Mpa
Coeficiente de dilatação: 11 ºC-1x10-6
E n g e n h a r i a

Adesão ao tijolo: 3,5 Mpa


Máxima temperatura em serviço: 190ºC

Materiais de Construção II
b. Cimento fenólicos
Semelhantes aos cimentos de resina Furan, geralmente são
misturados com carvão pulverizado, mas comportam-se de
C i v i l

maneira insatisfatória em meio alcalino.

Características
E n g e n h a r i a

Densidade: 1,4
Resistência à tração: 9 MPa
Resistência à compressão: 10 Mpa
Coeficiente de dilatação: 11 ºC-1x10-6
Adesão ao tijolo: 2,8 Mpa
Máxima temperatura em serviço: 190ºC

47
09/08/2021

Materiais de Construção II
c. Resinas epóxi
Como são derivadas do fenol, apresentam propriedades
físicas e químicas semelhantes às dos cimentos fenólicos e
C i v i l

resinas furan. Por possuírem excepcionais propriedades


adesivas promovem perfeita ligação entre concretos velhos e
novos, sendo assim utilizados em reparações de concreto.
E n g e n h a r i a

Características
Densidade: 1,4
Resistência à tração: 11 MPa
Resistência à compressão: 110 Mpa
Coeficiente de dilatação: 11 ºC-1x10-6
Adesão ao tijolo: 3,5 Mpa
Máxima temperatura em serviço: 95ºC

Materiais de Construção II

d. Enxofre
Quando fundido é utilizado como aglomerante resistente a
C i v i l

ácidos, não sendo misturado com materiais inertes.

Características
E n g e n h a r i a

Densidade: 2,2
Resistência à tração: 4,5 MPa
Resistência à compressão: 42 Mpa
Coeficiente de dilatação: 14ºC-1x10-6
Adesão ao tijolo: 2,8 Mpa
Máxima temperatura em serviço: 95ºC

48
09/08/2021

Materiais de Construção II

2.5.3 Cal pozolânica


C i v i l

Aglomerante composto de cal hidratada e cinza vulcânica que


endurecia sob a água, descoberto pelos romanos. Hoje em
E n g e n h a r i a

desuso, mas com grande valor histórico, a exemplo de sua


utilização na construção do cais de Calígula.

Materiais de Construção II

2.5.4 Cal metalúrgica


C i v i l

Aglomerante composto de cal hidratada e escória metalúrgica


que deve ser britada, moída e peneirada antes da mistura em
E n g e n h a r i a

proporções de quatro a dois para um em peso. Material


normalizado na França, mas inexistente no Brasil.

49
09/08/2021

Materiais de Construção II
2.5.5 Cal hidráulica

Família de aglomerantes obtidos pela calcinação de rochas


C i v i l

calcárias que contêm apreciável quantidade de materiais


argilosos. Endurece sob a água ou pela carbonatação através
E n g e n h a r i a

do contato com o CO2 do ar. Sofre a calcinação e hidratação


semelhante a cal comum.
Composta por carbonato de cálcio, hidróxido de cálcio e
impurezas principalmente argila (aproximadamente 5%), é
calcinada a cerca de 1000°C, tornando-se um produto que
endurece tanto na água como no ar.

Materiais de Construção II
Como a cal hidráulica é muito semelhante ao cimento, a
mesma pode ser confundida gerando consequências
C i v i l

desastrosas uma vez que a cal hidráulica tem menor


resistência que o cimento.
E n g e n h a r i a

Aglomerante Hidráulico utilizado na composição de vários


tipos de argamassas da construção civil, imprimindo
vantagens e benefícios como:

50
09/08/2021

Materiais de Construção II

• Aumenta a plasticidade e trabalhabilidade da argamassa.


C i v i l

• Diminui o surgimento de trincas, fissuras e outras patologias


das argamassas.
E n g e n h a r i a

• Proporciona maior incorporação de areia.

• Proporciona boa aderência.

• Reduz o custo da argamassa.

Obs.: Produto não apropriado para construções em ambientes


agressivos (águas e terrenos).

51

Você também pode gostar