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01/09/2020

Universidade Federal de Minas Gerais


Escola de Engenharia

MÓDULO 3 – Parte 4
REDES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Lívia Duarte Ventura Melo


ufmglivia.@gmail.com

1
1 de setembro de 2020

Rede coletora e Interceptor Condutos livres

Sifões Invertidos, Linha de


Condutos forçados
Recalque das Elevatórias, (gravidade ou
recalque)
Emissários Submarinos

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Não
 permanente
Uniforme
Escoamento  (EU)
 Gradualmente
Permanente
 (EVG)

Variado
 Rapidamente
(EVR)

3 3

 Escoamento real do esgoto → regime não permanente

 Escoamento idealizado para o esgoto → regime


permanente e uniforme:

Equação da continuidade

Q= v1 A1 = v2 A2 = const.

Q = vazão (m3/s);
v = velocidade média na seção (m/s);
A = área da seção de escoamento (m2).

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 Equação de energia (Equação de Bernoulli)

2 2
V1 V
Z1  Y1   Z2  Y2  2  hf
2g 2g

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Equações da hidráulica

 Equação da conservação das massas;

 Equação de conservação da energia;

 Equações gerais para hidráulica de condutos livres.

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Equações gerais para condutos livres

Equação Chézy V  C RH I

1/ 6
RH
Equação Manning C
n
V = velocidade média do escoamento (m/s);
RH = raio hidráulico (m);
I = declividade da linha de energia (m/m);
C = coeficiente de Chézy;
n = coeficiente de rugosidade de Manning;
7 7

Q 1 2/3
 A RH
I n

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Projeto hidráulico-sanitário das tubulações

 Hidráulica
Transporte de vazões máximas e mínimas como condutos livres

 Deposição de materiais sólidos


Ação de auto-limpeza

 Reações bioquímicas
Controle de sulfeto de hidrogênio

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 A tensão trativa é definida como uma tensão tangencial


exercida sobre a parede do conduto pelo líquido escoando

g AL sena
s  g RH sena
PL

onde:

s = tensão trativa média, Pa;


F = peso do líquido de um trecho L, N;
T = componente tangencial de F, N;
a = ângulo de inclinação da tubulação, grau;
g = peso específico do líquido, 104 N/m3
para o esgoto;
RH = raio hidráulico, m;
I = declividade da tubulação, m/m.
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Tensão trativa mínima, desde o início do plano pelo


menos 1 vez por dia (vazão de início, K2)

Inclinação mínima que proporcione, em cada trecho, tensão trativa


suficiente

s = g . RH . I0 g = peso específico;
RH = raio hidráulico;
(NBR9649/86: s > 1,0 Pa) I0 = declividade do conduto.

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Determinação da equação da declividade mínima

Ajuste para σ = 1 Pa e n = 0,013,


para diâmetros variando de 100
Equações utilizadas: mm a 400 mm e Y/D ≤ 0,75
0,1

Tensão trativa:
s = g R HI
0,01
Declividade (m/m)

Chézy:
V  C RH I
0,001

-0,47
I = 0,0055Q

Manning:
1/ 6 0,0001
RH
C 1 10 100

n Vazão (l/s)

13 13

Determinação das equações I em função de Q


para σ≥ 1 Pa e para diversos coeficientes de Manning

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 Máxima altura da lâmina d’água para garantir escoamento livre


e ventilação: 75% do diâmetro;

 Não se limita lâmina mínima;

 Vazão mínima: 1,5 L/s.

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Velocidade crítica

Norma da ABNT NBR 9649/1986

Quando a velocidade final Vf é superior a velocidade crítica Vc, a maior


lâmina admissível deve ser 50% do diâmetro do coletor, assegurando-se a
ventilação do trecho.

A velocidade crítica é definida por:

Vc = 6 (g RH) 1/2 onde g = aceleração da gravidade

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Velocidade crítica

O Fenômeno
- Estudos realizados por VOLKART (Suiça,1980)

Início do escoamento aerado


V
Adimensional - Número de BOUSSINESQ: B
gR H

Mistura água-ar inicia quando B = 6,0 portanto:


Vc
B  6, 0   Vc  6,0 gR H
gR H
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Seção transversal de um conduto com mistura água-ar

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 Vazão mínima: 1,5 L/s;

 Diâmetro mínimo: 100 mm;

 Declividade mínima: Imím = 0,0055 Qi-0,47;

 Declividade máxima (Qf): 5 m/s  Imáx = 4,65 Qf-0,67;

 Velocidade crítica: Vc = 6 (g RH)1/2;

 Lâmina d´água máxima: 75% do diâmetro (D);

 Controle de remanso.

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Dimensionamento e verificação das


tubulações de esgoto

Determinação do raio hidráulico em


função de Y/D

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1. Traçado dos coletores;

2. Distância entre singularidades;

3. Numeração dos trechos;

4. Cálculo da taxa de contribuição linear;

5. Cálculo das vazões no trecho do coletor;

6. Profundidade mínima dos coletores;

7. Diâmetro mínimo;

8. Vazão mínima de dimensionamento;

9. Determinação do diâmetro e declividade do trecho;

10. Verificação da lâmina, tensão trativa e velocidade crítica;

11. Preenchimento da planilha de cálculo.

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Canalização que recebe coletores ao longo de seu


Conceito comprimento, não recebendo ligações prediais diretas e
localizado próximo de cursos d’água

Receber e transportar o esgoto sanitário coletado em


Função
NBR12207/89 condições de defasagem com amortecimento das
vazões máximas

Outros aspectos

Quanto às
Recebe contribuições em pontos determinados providos
ligações
de PV e não ao longo do comprimento dos trechos

Situados nas partes mais baixas da bacia, ao longo de


Quanto à
localização talvegues e às margens dos cursos d’água, lagos e
oceanos
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Normas técnicas

 NBR 12207/1989 da ABNT


Projeto de Interceptores de Esgoto Sanitário (400 a 2000)

 NBR 9649/1986 da ABNT


Projeto de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário: interceptores de pequenos
diâmetros devem ser dimensionados como coletores

Vazões médias

• Vazão inicial do trecho n


Vazão inicial do coletor afluente
Qi,n= Qi,n-1 + Qi,a ao PV de montante do trecho n
Vazão inicial
do trecho n Vazão inicial do CT2 CT1
trecho de montante
I11 PV11
I12
PV13 PV12
• Vazão final do trecho n
Vazão final do coletor afluente
Qf,n= Qf,n-1 + Qf,a ao PV de montante do trecho n
Vazão final
do trecho n Vazão final do
trecho de montante
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Vazão de dimensionamento

 Consideração do amortecimento das vazões de pico dos trechos


anteriores - emissário

 NBR-12207/89: defasagem considera composição dos hidrogramas com


as vazões dos trechos do interceptor imediatamente anteriores

 SABESP (Alem Sobrinho e Tsutiya, 1999): consideram coeficiente de pico


K = K1.K2
Para Qm > 751 l/s  K = 1,20 +
17 ,4485

Para Qm ≤ 751 l/s  K = 1,80 Qm0,5090

Procedimento de dimensionamento

 Coletores ou interceptores de pequena dimensão:


σ = 1,0 Pa (0,10 kgf/m2)

 Interceptores em geral:
σ = 1,5 Pa, para controle da geração de sulfetos

Antes da limpeza

Depois da
limpeza com
jato de água
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Procedimento de dimensionamento

Imin = declividade mínima (m/m)


Imin = 0,00035.Qi-0,47
Qi = vazão inicial (m3/s)
Qi , n  Qi , n 1  Qi

 Coeficiente de Manning = 0,013

 Altura da lâmina d’água para garantir escoamento livre, Y = 0,85 D

Procedimento de dimensionamento

 Máxima declividade admissível para velocidade de 5m/s no final de plano

Imax = 4,65.Qf-2/3

 Velocidade crítica:

Vc  6 gRH

g = aceleração da gravidade (m/s2)


RH = raio hidráulico (m)
Vc = velocidade crítica (m/s)
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 Trechos retos em planta e perfil

 Casos especiais: trechos curvos em planta


Traçado do interceptor

 Ângulos > 300 justificados técnica e


economicamente

Concepção dos interceptores

Definido traçado da rede coletora e os pontos de lançamentos

Poucas alternativas para traçado de interceptores

Influências

 fundos de vales não urbanizados, terrenos particulares: processos de


desapropriação ou servidão

 interferências: transposições de cursos d’água ou galerias pluviais → sifões


invertidos

 projeto de estações elevatórias quando interceptor atinge profundidades muito


grandes
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Concepção dos interceptores

Destino
final

Destino
final

Traçado do interceptor – fundos de vale canalizados

AVENIDA SANITÁRIA AVENIDA SANITÁRIA

INTERCEPTOR INTERCEPTOR

CANAL

 Aplicação: áreas já urbanizadas

 Onde não há possibilidade de reservar faixas marginais e implantar áreas verdes


ao longo do córrego
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Traçado do interceptor – fundos de vale tratados

INTERCEPTOR INTERCEPTOR

CÓRRERO
OU FUNDO
DE VALE

 Aplicação: áreas preservadas ou não ocupadas por grande número de edificações

 Possibilidade de preservação das margens com áreas verdes ou matas ciliares

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