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Exame Nacional 2006

Física e Química A – 11.° ano


2.a Fase

Sugestão de resolução
1.
1.1. (B).
De acordo com os 3.° e 4.° períodos do primeiro parágrafo do texto, desde a explosão cósmica que a
matéria e a energia do Universo se expandem e arrefecem, pelo que as alternativas A , C e D são
falsas. Os primeiros elementos que se formaram foram o hidrogénio e o hélio, como é afirmado no
1.° período do segundo parágrafo.

1.2. (D).
Como é afirmado nos 1.° e 2.° períodos do terceiro parágrafo, a expansão do Universo e a dete-
ção de radiação cósmica de fundo são duas provas da existência do Big Bang.

1.3. (C).
Numa reação nuclear (como esta de fusão nuclear – reação entre dois núcleos leves que dão ori-
gem a um mais pesado e libertação de energia), há conservação de carga, do número de
nucleões (regra A) e do número atómico (regra Z ).
H+ + H+ " 2He2+ + 0γ (+ 1 + 1 = + 2 ; 2 + 1 = 3 + 0 e 1 + 1 = 2 + 0)
2 1 3 0
1 1
3
A letra A deve ser substituída pela representação do núcleo 2He2+ .

1.4.
1.4.1. O comprimento de onda para o qual a intensidade da radiação emitida é máxima pertence à banda
do UV do espetro eletromagnético, uma vez que o seu valor é muito inferior a 400 nm (da figura 1,
lmáx ) 300 nm) . Assim, do espetro visível, a cor da radiação emitida com maior intensidade pela
estrela é a violeta, pois é a que apresenta menores valores de comprimento de onda.
1.4.2. (C).
λ = 290 nm = 290 * 10-9 m = 2,90 * 10-7 m
Substituindo o valor de λ na expressão λT = 2,898 * 10–3 m K , tem-se:
2,898 * 10 -3
2,90 * 10–7 T = 2,898 * 10–3 § T = K
2,90 * 10 -7
A alternativa correta é a (C).
1.4.3. O espetro de emissão atómico de qualquer elemento é um espetro de riscas. Mas para um dado
elemento corresponde um espetro característico, isto é, com um número de riscas e cores bem
definidas (sobre fundo negro), às quais correspondem comprimentos de onda bem definidos. Por
outro lado, o respetivo espetro de absorção apresenta riscas negras (no espetro visível) que se
localizam exatamente nos comprimentos de onda das riscas do espetro de emissão.
Assim, comparando as riscas negras do espetro solar, que se devem à absorção de radiação por
átomos de vários elementos presentes na atmosfera do Sol, verifica-se que algumas delas coinci-
dem com as riscas dos espetros de emissão do hidrogénio e do hélio, pelo qual se pode concluir
que estes elementos existem na atmosfera solar.

1.5. (A) Falsa. Para que se verifique o efeito fotoelétrico, a energia do fotão incidente, Einc., terá de ser
igual ou superior à energia de remoção, Erem. (o mesmo que W no formulário), do eletrão. Aumen-
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tando a intensidade da radiação, aumenta o número de fotões, mas como neste processo cada
fotão incide sobre um eletrão, caso a Einc. < Erem. continua a não se verificar o efeito fotoelétrico.
(B) Verdadeira. A energia da radiação vermelha é inferior à energia de radiação azul, logo, esta
ao incidir sobre o metal remove os eletrões da ação do núcleo que adquirem energia cinética com
valor superior à que, eventualmente, possuíam por absorção de radiação vermelha.
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(C) Verdadeira. Sendo Einc. = Erem. + Ecin., então Ecin. = Einc. – Erem., donde se conclui que Ecin. dos
eletrões emitidos depende da radiação incidente, Einc., e da natureza do metal, isto é, da energia de
remoção, Erem..
(D) Falsa. A energia da radiação ultravioleta é superior à da radiação visível, mas a energia de
remoção do eletrão, Erem., é a mesma, logo a energia cinética dos eletrões ejetados por ação da
radiação UV é superior à dos ejetados por ação da radiação visível e, consequentemente, a res-
petiva velocidade é também superior.
(E) Verdadeira. A energia de remoção dos eletrões mais fortemente atraídos pelo núcleo é supe-
rior à dos eletrões mais periféricos, logo como a radiação incidente é a mesma, tem a mesma
energia, o valor da energia cinética com que são ejetados é inferior, isto é, são ejetados com
menor velocidade.
(F) Falsa. De acordo com o afirmado em (A), conclui-se que o número de eletrões emitidos
depende da intensidade de radiação e não da frequência. A energia do fotão incidente é que
depende da frequência.
(G) Verdadeira. De acordo com o afirmado em (A) e em (F) .
(H) Falsa.
Einc. = 3 A ; Erem. = A ; Ecin.= ?
Como Ecin. = Einc. – Erem. ± Ecin. = 3 A – A § Ecin. = 2 A .
Os eletrões serão ejetados com energia cinética 2 A .

1.6. Isolar = 1,10 * 1010 J m–2 ; Eele. = 21,0 kW h ; ∆t = 1 ano ; ∆t = 1 dia


h = 25% ; A = ?
A energia elétrica consumida durante um ano é:
Econs. = Eele. * 365 § Econs. = 21,0 * 365 § Econs. = 7665 kW h
que em unidades SI é:
Econs. = 7665 * 103 * 3600 § Econs. = 2,76 * 1010 J
Sendo o rendimento
Econs. 2,76 * 1010 2,76 * 1010
h= ± 0,25 = § Esolar = § Esolar = 1,10 * 1011 J
Esolar Esolar 0,25
Como a intensidade da radiação solar, Isolar, é:
Esolar Esolar 1,10 * 1011
Isolar = , então A= ± A= § A = 10 m2
A Isolar 1,10 * 1010
A área de painéis fotovoltaicos necessária é de 10 m2.

2.
2.1.
2.1.1. Como se pode concluir a partir da análise do gráfico, quando o pH da água é 9, a percentagem
de HC’O é muito baixa.
Com base na informação apresentada, a experiência demonstra que o HC’O é o composto mais
eficaz no processo de desinfeção. Assim, pode concluir-se que, a pH = 9, não ocorrerá a desinfe-
ção eficiente da água na piscina.
2.1.2. (D).
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(A) Verdadeira. Na molécula de C’2, o cloro encontra-se no estado livre, pelo que apresenta um
número de oxidação igual a 0 (zero) .
(B) Verdadeira. Nesta reação, os iões C’– oxidam-se, pois há um aumento do número de oxidação
do elemento cloro de – 1 , no ião C’– , para 0 (zero), na molécula de C’2. Ocorreu uma perda de
eletrões. As moléculas de H2O reduzem-se, pois há uma diminuição do número de oxidação do
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elemento hidrogénio de + 1 , na água, para 0 (zero), no hidrogénio molecular (H2). Ocorreu, por-
tanto, um ganho de eletrões.
(C) Verdadeira. Os pares de partículas H2O/H2 e C’2/C’– podem transformar-se uma na outra por
ganho ou perda de eletrões. Denominam-se, portanto, pares conjugados de oxidação-redução.
(D) Falsa. A reação de oxidação pode ser traduzida pela equação:
2 C’–(aq) " C’2(g) + 2 e–
Uma equação química tem de estar eletricamente acertada. Além disso, numa reação de oxida-
ção ocorre uma libertação (e não uma captação) de eletrões.

2.2.
2.2.1. (A).
Ar(A’) = 26,98
m(A’3 + )
n(A’3+) = § m(A’3+) = n(A’3+) * M(A’)
M(A’)
m(A’3+) = 1,85 * 10–6 mol * 26,98 g mol–1 = 1,85 * 10–6 * 26,98 g = 1,85 * 10–6 * 26,98 * 103 mg
1 L = 103 mL
m(A’3+ )
Valor Máximo Recomendável (VMR) =
V
1,85 * 10 -6 * 26,98 * 103
VMR = mg mL–1
103
2.2.2. • Cálculo da concentração de HO– da água da amostra
n(H3O + ) 3,16 * 10 -6 mol
[H3O+] = = = 3,16 * 10–6 mol L–1
V(água) 1L
A 25 °C , Kw = [H3O+] * [HO–] = 1,00 * 10–14
1,00 * 10 -14
1,00 * 10–14 = 3,16 * 10–6 * [HO–] § [HO–] = = 3,16 * 10–9 mol L–1
3,16 * 10 -6
• Cálculo da concentração de A’3+ na amostra de água utilizada
O equilíbrio de solubilidade de A’(HO)3 é traduzido pela equação:
A’(HO)3(s) — A’3+(aq) + 3 HO–(aq)
A expressão do produto de solubilidade do hidróxido de alumínio é:
Ks = [A’3+] * [HO–]3
A 25 °C , temos:
1,80 * 10 -33
1,80 * 10–33 = [A’3+] * (3,16 * 10–3) § [A’3+] = = 5,70 * 10–8 mol L–1
(3,16 * 10 -9)3
• Comparação da [A’3+] da água referida com o VMR do ião alumínio
VMR = 1,85 * 10–6 mol L–1 [A’3+] = 5,70 * 10–8 mol L–1
5,70 * 10 –8
< 1,85 * 10 –6

[A’3+] < VMR


Conclusão: A água referida é adequada ao consumo humano.

3.
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3.1. (D).
(A) Falsa. Como os ácidos HNO3 e HC’ são ácidos muito fortes (Ka muito elevado) podem con-
siderar-se completamente ionizados:
HNO3(aq) + H2O(’) " NO3–(aq) + H3O+(aq)
HC’(aq) + H2O(’) " C’–(aq) + H3O+(aq)
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Pela estequiometria das reações de ionização pode considerar-se que a concentração de H3O+
em solução é igual à concentração inicial dos respetivos ácidos.
Como pH = – log [H3O+] , as concentrações das soluções tituladas pelos grupos A e C terão de
ter concentrações diferentes, pois apresentam valores de pH diferentes.
(B) Falsa. Como se viu em (A), as concentrações das soluções tituladas pelos grupos A e B
terão de ser iguais, pois estas soluções apresentam iguais valores de pH .
(C) Falsa. O volume de titulante gasto até atingir o ponto de equivalência corresponde ao volume
de titulante necessário para que a reação ácido-base se complete:
H+(aq) + HO–(aq) " H2O(’)
Assim, no ponto de equivalência, a quantidade de HO– (proveniente da solução de NaHO) é
igual à quantidade de H+ (proveniente das soluções ácidas).
Assim, como n = c * V , temos:
cácido * Vácido = cbase * Vbase
Como as concentrações das soluções tituladas pelos grupos B e C são diferentes (o pH do
titulado no início da titulação é diferente) e o volume de titulante gasto no ponto de equivalência é
o mesmo, os grupos B e C têm de ter titulado volumes diferentes de soluções ácidas.
(D) Verdadeira. Como se viu em (B) e em (C), se a concentração das soluções tituladas pelos
grupos A e B são iguais e o volume de titulante gasto no ponto de equivalência pelo grupo B é
o dobro do volume gasto pelo grupo A , conclui-se que o grupo B titulou o dobro do volume de
solução ácida do titulado pelo grupo A .

3.2. Bureta de 25,00 mL; pipeta volumétrica de 20,00 mL; pompete; gobelé; conjunto garra e noz;
medidor de pH de bolso e suporte universal.

4.
4.1. Quanto à utilização de satélites geostacionários é de referir o seu uso em:
– cartografia;
– estudos ambientais;
– previsões meteorológicas;
– vigilância de incêndios.

4.2. (D).
O módulo da força gravítica que atua sobre um corpo, de massa m e que se encontra à distância
r do centro da Terra, resultante da interação Terra-corpo, é:
MT m
Fg = G .
r2
Desta expressão conclui-se que as forças gravitacionais que atuam nos dois astronautas são dife-
rentes de zero e de módulos diferentes, visto que os astronautas têm diferentes massas, logo as
alternativas A e B são falsas.
A força resultante que atua sobre os astronautas é radial e centrípeta e de módulo igual à força
gravitacional. Assim:
M m M
Fc = Fg § m a = G T2 § a = G 2T
r r
Esta expressão mostra claramente que os dois astronautas têm acelerações de igual módulo, em
relação ao centro da Terra, visto ser independente das respetivas massas, pelo que a alternativa
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correta é a (D).

4.3. (C).
A altitude do satélite, h , é:
h = r – RT
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Recorrendo à expressão da aceleração obtida em 4.2. ,


MT
a=G
r2
e como a = ω 2 r , tem-se:

ω 2r = § ω 2 r 3 = G MT
G MT
r2
Dado que o período, T , do movimento do satélite geostacionário é 24 h e que ω =
2p
, então:
T
4p2 3 G MT 2
r = G MT § r 3 = T
T2 4p2
Desta expressão conclui-se que a distância do satélite ao centro da Terra e, consequentemente, a
sua altitude dependem da massa da Terra, pelo que a alternativa correta é a C .

4.4.
4.4.1. O módulo da velocidade angular é ω =
2p
,
T
onde T é o período do movimento do satélite que, como é geostacionário, é igual a 24 h .
T = 24 h = 24 * 3600 s
ω= § ω = 7,27 * 10–5 rad s–1
2p
24 * 3600
O módulo da velocidade angular do satélite geostacionário é 7,27 * 10–5 rad s–1.
MT m G MT
4.4.2. Sendo Fc = Fg § m a = G § a=
r2 r2
e como a = ω2 r , então:

ω2 r =
G MT
r2
§ r3 =
G MT
w2
§ r= Œ
3 G MT
w2

r= Π3 6,67 * 10 -11 * 5,98 * 1024


(7,27 * 10 -5)2
§ r = 4,23 * 107 m

A força gravítica, Fg , é:
Fg = m ω2 r ± Fg = 5,0 * 103 * (7,27 * 10–5)2 * 4,23 * 107; Fg = 1,1 * 103 N
A intensidade da força gravítica que atua no satélite, devido à interação com a Terra, é 1,1 * 103 N .

4.5.
4.5.1. (B).
Recorrendo à Lei de Snell-Descartes para a refração, tem-se:
nar sin β = nágua sin α § sin β = água sin α ± sin β = sin 20,0° § sin β = 0,445 ; β = 26,4°
n 1,3
nar 1,0
A alternativa que apresenta o valor correto do ângulo β é a B .
4.5.2. vo = 20,0 m s–1 ; ho = 50 m ; h = 0 m
Considerando desprezável a resistência do ar, há conservação de energia mecânica:
Emo = Em § Eco + Epo = Ec + Ep
Como ao nível do mar h = 0 , então, Ep = 0 e
1 1
m v o2 + m g ho = m v 2 § v 2 = v o2 + 2 g ho
2 2
v = œ20,02 + 2 * 10 * 50 § v = 37,4 m s–1
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O módulo da velocidade com que o objeto atinge a superfície da água do mar é igual a
3,7 * 10 m s–1 .
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4.5.3. (B).
A energia potencial do sistema Terra + objeto é em qualquer instante a mesma quer se depreze
ou não a resistência do ar, pois depende apenas da posição (Ep = m g h), pelo que a afirmação
(C) é falsa.
Quando não se despreza a resistência do ar há variação de energia mecânica: ∆Em = W F»a .
E como F»a atua em sentido contrário ao do movimento, então W F» < 0 , donde se conclui que
∆Em < 0 e como ∆E = Em – Emo , então Em < Emo .
a

Isto é, ao atingir a superfície da água do mar a energia mecânica do sistema Terra + objeto é
menor do que a que apresenta quando a resistência é desprezável (Em = Emo), logo a afirmação
(B) está correta e a (D) é falsa.
Quanto à energia cinética com que o objeto atinge a superfície da água do mar, é inferior à que
apresenta quando se despreza a resistência do ar, pois como:
∆Em = ∆Ec + ∆Ep2
e sendo ∆Ep = constante e como ∆Em < 0 , então ∆Ec < ∆Ep .

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