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TM229 - Introdução aos Materiais

Propriedades mecânicas

2009.1
Ana Sofia C. M. D’Oliveira

A.S.D’Oliveira
Propriedades mecânicas

Resistência
- Tração Conformabilidade
- Escoamento Resiliência
- Compressão - % alongamento
- Flexão - % de redução - Modulo de Tenacidade
- Cisalhamento de área elasticidade
- Fluência - Raio de flexão - Modulo de - Resistência ao
- Tensão de flexão impacto Durabilidade
Ruptura - Modulo de - Sensibilidade ao
cisalhamento entalhe - Dureza
- Intensidade da - Resistência
tensão critica ao desgaste
- Resistência a
fadiga

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Principal conceito em propriedades mecânicas:
Tensão

Tensão= força/área

σ = F/A
Tensão vs resistência
A resistência é a capacidade do material acomodar tensão

Existem vários tipos de tensão


Quais são eles?

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Elástica Plástica
Estrutura retorna a sua Carga aplicada provoca
forma original quando uma deformação
se remove a carga permanente

Tração
Tendência para
separar/romper o
componente
T
e Compressão Tendência para esmagar ou
colapsar o componente
n
s
ã Flexão

o Flexão do componente

Cisalhamento do componente
Cisalhamento

Torção
Torção do componente
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Ensaios Mecânicos
Permitem quantificar as propriedades mecânicas

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Ensaio de Tração Uniaxial
O ensaio de tração uniaxial é um dos mais populares ensaios mecânicos.
Fornece informações referentes a resistência e ductilidade do material ensaiado.
Propriedades passiveis de serem utilizadas em projeto

Corpo de prova
Cp cilindrico cp retangular

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Geometria do corpo de prova (dimensões padronizadas)

Colocação de
extensômetro

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Curva tensão- deformação

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Curva Tensão Nominal x Deformação nominal
( metal dúctil )

Modulo de elasticidade – medida da rigidez


Tensão de escoamento
Tensão máxima ou limite de resistência
Dutilidade (redução de área; deformação)
Coef de encruamento
Estricção – estado triaxial de tensões

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Critério de instabilidade plástica
Quando começa a estricção ?

d

d

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Curva engenharia vs curva verdadeira

Equações de transformação (N, N)  (v, v)


 V   N (1   N )   V  ln( N  1)
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Encruamento

- Aumento da tensão necessário para fazer o material escoar devido à própria


deformação plástica que ele experimenta.

- taxa de encruamento como d/d.

- Durante a deformação plástica a frio a densidade de discordâncias aumenta,


podendo passar de 106 cm/cm3 para 1012 cm/cm3.

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Limite de escoamento descontínuo

- Efeitos: patamar de escoamento descontínuo,


bandas de Lüders
- Causa: difusão de átomos intersticiais de
carbono e nitrogênio para regiões “confortáveis”
nas discordâncias em aresta, formando
atmosferas ou “clusters” que ancoram e dificultam
o movimento das mesmas (atmosferas de Cottrel).
- Os efeitos se acentuam com o aumento da
quantidade de C e N em solução sólida.

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EXPERIÊNCIA
1- carregamento do aço doce recozido
2 – ensaio é interrompido e a carga
aliviada; o ensaio recommeça logo em
seguida;
3 – ensaio é interrompido e a carga
aliviada; o ensaio é recomeçado alguns
meses após.

Fonte: [3]

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Comportamento de diferentes materiais sob tração uniaxial

Material dutil com alto Material dutil com bx coef de


coef de encruamento encruamento Material frágil

Ligas de Vidros, cerâmicos, FF e


Aços inoxidáveis alguns metais
e ao carbono Aluminio

Material compósito
Material com escoamento
descontinuo

Aço de bx
Fibras de vidro ou de carbono
carbono
em matriz polimérica

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O que representam as cotas:
14
16
17
18
25

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Efeito da temperatura nas propriedades
mecânicas

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Testes de dureza

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Ensaios de dureza
Propriedade que se relaciona diretamente com a resistência mecânica do
material – mede a resistência do material a deformação plástica localizada.

 Quanto maior o limite de resistência de um material metálico, maior a


sua dureza.

Frequentemente a dureza do material é


proporcional a sua resistência ao
desgaste e durabilidade

Nos aços a dureza é utilizada como uma


medida da resistência a abrasão

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Os ensaios de dureza podem ser por penetração, risco ou choque.

No caso dos materiais metálicos, os métodos mais utilizados são os ensaios de


dureza por penetração

Brinell

Vickers

Knoop

Rockwell

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Dureza Brinell
Dureza Brinnel (HBN): obtém-se o valor da dureza dividindo-se a carga aplicada
pela área de penetração impressa no material.
O penetrador deixa uma calota esférica impressa na amostra. A máquina de ensaio possui um
microscópio ótico que se presta à medição do diâmetro d do círculo que corresponde à
projeção da calota. A dureza Brinnel será dada por:

c arg a P P
HBN   
área da impressão Dt (D / t )  ( D  D 2  d 2 )

Sendo P a carga aplicada, D o diâmetro do penetrador e d o diâmetro da projeção


da área de impressão.

d A.S.D’Oliveira
Dureza Brinell

Penetrador é uma esfera de


aço temperado para materiais de dureza média
ou baixa, ou de
carboneto de tungstênio, para materiais de
elevada dureza.

-Superfície deve ter as duas faces paralelas e um bom acabamento superficial.

-O valor da carga P pode variar, desde que se mantenha constante a relação P/D2.

P/D2 = 30 para aços e ferros fundidos


P/D2 = 20 para ligas de alumínio.
Obedecendo-se essa regra, o resultado do ensaio será independente da carga (ou
diâmetro da esfera) adotada.

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Dureza Vickers

Penetrador de diamante em forma de pirâmide de base


quadrada e ângulo de 136o entre as faces

c arg a P 1,854 P
HV   2 
área da impressão d / 2  (sen 136 o / 2) d2

Sendo d a média da medida das diagonais d1 e d2 da base


da impressão.

A dureza Vickers apresenta uma escala contínua


abrangendo desde materiais macios (~5HV) ate
materiais bastante duros (>1000HV);

Exige maior acabamento da superfície

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Dureza Rockwell

O ensaio de dureza Rockwell é o simples e rápido.

O valor da dureza do material é lido diretamente no equipamento

A dureza é inversamente proporcional à profundidade de penetração obtida pela


aplicação da carga.

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Escala B:
Os metais menos duros devem ser ensaiados selecionando-se esta escala. O penetrador
utilizado é uma esfera de 1/16 pol. aço temperado e a carga é de 100 kgf. A escala B vai de 0
a 100.
Escala C:
Os metais mais duros devem ser ensaiados por esta escala. O penetrador utilizado possui
uma ponta cônica de diamante e a carga é de 150kgf. A escala C vai de 0 a 70, mas valores
de dureza Rockwell C inferiores a 20 não são considerados válidos, ou seja, neste caso deve-
se passar para a escala B.
Ao se ensaiar um material desconhecido, deve-se inicialmente utilizar a escala A,
O penetrador utilizado possui uma ponta cônica de diamante e a carga de penetração é de
60kgf.

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O ensaio de dureza Rockwell passo a passo:

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Tenacidade
Capacidade de absorver energia até a ruptura

Resistência a propagação de
trincas

Resiliência
Capacidade de absorver energia elástica

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Ensaio de impacto

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Ensaios de impacto (Charpy e Izod)

- Alta taxa de carregamento

- CP entalhado (concentrador de
tensões)

O impacto é dado no sentido de


abrir e não fechar a trinca.

Pode-se variar a temperatura de


ensaio utilizando-se misturas de
nitrogênio e álcool para
refrigeração.

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MATERIAIS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA

Máquina de Ensaio (pêndulo) Corpos de Prova

- Charpy

- Izod

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Influência da Temperatura
Metais ccc
Apresentam transição dúctil-
frágil

FRATURA DÚCTIL
FRATURA FRÁGIL - Muita deformação plástica macroscópica
- Pouca deformação plástica macroscópica - Expansão lateral do corpo de prova

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Tamanho de grão
contornos de grão são obstáculos à propagação de trincas, obrigando que
estas mudem de direção na passagem de um grão para outro

materiais de grãos finos exigem uma mais alta energia para fratura e
apresentam temperatura de transição dúctil-frágil mais baixa do que materiais de
grãos grosseiros.

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Composição química

-Elementos que notoriamente abaixam a tenacidade: Enxofre, fósforo e carbono.


-Elementos benéficos: Manganês e níquel

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Fadiga

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Fadiga

A fadiga é um tipo de falha mecânica que ocorre devido a esforços


(tensões e deformações) flutuantes.

Estes esforços geralmente são aleatórios. Nos ensaios de fadiga são


empregados ciclos de tensão ou deformação bem definidos.

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Para esses ciclos são definidos os seguintes parâmetros:
•a é a amplitude de tensões
•r = (máx. - mín.) = 2a
•máx. e mín., tensões mín e máx;
•R = mín/máx.
•médio é a tensão média

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Propagação da trinca de fadiga em função do ciclo de tensão

propagação

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Superfície exposta a fadiga,
formação de concentradores de
tensão

Mecanismo de fadiga

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Aspectos superfície de fadiga
Aspecto macroscópio: marcas de praia Aspecto microscópico:estrias de fadiga

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Curvas S-N

Tensão limite de fadiga abaixo dele o n. de ciclos é infinito

Efeito da tensão média

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Fluência

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Fluência
Falha que ocorre em altas temperaturas.

Deformação permanente e dependente do tempo, que pode gerar


defeitos internos que levam à ruptura do material.

Antes da falha, o componente experimenta deformação plástica, o que


compromete a geometria e e a precisão dimensional dos componentes.

As temperaturas em que os mecanismos de fluência se tornam operantes


são geralmente superiores a 0,4TH.

Temp. Homologa = T de teste


T fusão

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Estágios do comportamento em fluência:

X
 I II III
Região de
ruptura

ss
Região de 1
encruamento
Região de Taxa de
deformação contante

t
Parâmetros importantes retirados do ensaio de fluência:
- taxa de deformação no estágio II e
- vida em fluência (tempo total para ruptura)
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Em casos reais é possivel que não se identifiquem alguns dos estágios da fluência


<10% x
ou até
<1%
Regiões II e III desaparecem pois
é nec um tempo muito longo Região III desaparece
(tensões moderadas e baixa T) pois ocorreu falha por
cavitação
t t

x x
 
Região I invertida
(endurecimento por
solução sólida)

Região II não é identificada pois


a amostra sofre estricção e
quebra antes da região II

t t
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Efeito da tensão e da temperatura na curva de fluência

Efeito da tensão

Efeito da temperatura

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Mecanismos de fluência:

 Difusão de átomos e lacunas pelo interior dos grãos (Nabarro-Herring)


 Difusão de átomos e lacunas pelos contornos de grão (Coble);
 Deslizamento de discordâncias;
 Movimentação de discordâncias por escalagem;
 Deslizamento de contornos de grão.

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 Difusão de átomos e lacunas pelo interior dos grãos
(Nabarro-Herring)
 Difusão de átomos e lacunas pelos contornos de
grão (Coble);

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 Deslizamento de discordâncias;
 Movimentação de discordâncias por escalagem

escalagem de discordâncias

Rápido movimento das lacunas


-> metal flui rápidamente

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