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Esses comentários se aplicam a transformadores da classe de 15 a 34,5 kV, com potência até 5000 kVA,
para uso externo ou interno, de uso industrial. Estamos supondo também que os referidos
transformadores trabalharão com um fator de carga de 50% ou maior. Outro ponto importante a ser
considerado na comparação entre enrolamentos de cobre e alumínio é o tipo de isolação do
transformador, isto é, seco ou imerso em óleo. No caso da isolação do tipo seco, é necessário considerar
uma série de outros fatores, tais como: local da instalação (abrigada ou ao tempo), grau de poluição do
local (atmosfera úmida, poeira, fumos, vapores químicos, atmosfera com gases explosivos, etc.),
temperatura ambiente e variação da mesma, altitude, elevação de temperatura do material isolante, tipo
do material isolante, isto é, a sua classe de temperatura. Os transformadores secos com enrolamento em
alumínio são bastante usados pelas industrias e concessionárias no país. Para a nossa comparação
vamos considerar apenas o caso dos transformadores imersos em óleo isolante. A discussão da escolha
entre enrolamentos de Cu e Al é um assunto cercado de muita polêmica e má informação. Vamos deixar
de lado este aspecto do problema e vamos nos concentrar apenas nos fatos mais objetivos sobre o
assunto.
Na tabela abaixo listamos alguns fatores importantes que adotaremos como critério para fazer a
comparação entre enrolamento de Cu e Al em transformadores para uso industrial. Estes critérios também
valem para transformadores de força e distribuição, dentro de certos limites.
(3) - Do ponto de vista das dimensões do transformador podemos ver pela Tabela que o alumínio tem uma
seção reta 56% maior que a do cobre para a mesma capacidade de condução de corrente, o que significa
menores dimensões para o transformador com enrolamento de cobre, ou seja, menor área ocupada,
menor custo de fundações, menor volume de óleo, menor tamanho da bacia coletora de óleo. Outro ponto
que influencia nas dimensões é a dissipação de perdas. Como o Cu tem melhor condutividade térmica isto
significa melhor dissipação, mas na comparação com o Al tendo em vista que este tem seção maior, a
dissipação mais eficiente vai depender dos critérios de projeto adotado. Portanto, sob o aspecto de
dissipação térmica podemos dizer que os condutores de Cu e Al têm o mesmo desempenho.
(4) - O coeficiente de dilatação térmica do Al é bem maior do que o do Cu para a mesma variação de
temperatura. Isto é importante porque o enrolamento é construído para ter uma certa altura e para isto ele
é prensado para manter a altura fixa. Em função da carga a temperatura do enrolamento aumenta ou
diminui ocasionando expansão e compressão do enrolamento. Isto é agravado quando ocorre um curto-
circuito passante. Estes efeitos são mais pronunciados no enrolamento de Al que no de Cu devido à
diferença do coeficiente de dilatação. Para evitar isto muitos fabricantes usam arruelas de compressão
especiais e molas para manter a pressão constante nos enrolamentos de Al. Isto tem influência no custo e
é claro, depende do fabricante usar ou não estes recursos. Outro ponto a ser levado em conta é que o Al
tem maior tendência à oxidação e, portanto, precisa de mais cuidados com a limpeza durante a fabricação
das juntas e emendas.
(5) – Estamos falando aqui de custo inicial de aquisição do transformador. Em uma avaliação econômica,
devido a outros fatores a diferença de custo pode ser mais favorável ao enrolamento de cobre. A diferença
de custo entre condutores de Cu e Al costuma ser significativa, pois estes materiais são “commodities” e
estão sujeitos às oscilações do mercado, mas este fator não é o determinante do custo. O Cu oferece
outras vantagens, por exemplo, é mais trabalhável que o Al na fabricação do enrolamento, não é
corrosivo,exceto pelo enxofre presente no óleo, que pode ser avaliado pelo ensaio de enxofre corrosivo.
Conclusão:
Baseado nos fatos acima indicados parece-nos difícil estabelecer através dos critérios adotados uma
preferência entre um tipo e o outro de condutor para os transformadores considerados na comparação. Na
nossa opinião não há problema entre o uso de Cu ou Al para o enrolamento, desde que na especificação
do equipamento se estabeleça o critério de projeto para uso de um ou o outro material. Sem isto, achamos
arriscado aceitar enrolamentos de alumínio baseado apenas na discrição dos fabricantes, pois é claro que
estes vão usar o material que for mais conveniente para obter maior vantagem econômica na venda.
Referência-
1- A Comparison of Aluminum Versus Copper as Used in Electrical Equipment.
Larry Pryor, P.E. – Sr. Specification Engineer, GE Consumer & Industrial; Rick Schlobohm, P.E. – Sr.
Specification Engineer, GE Consumer & Industrial; Bill Brownell, P.E – Specification Engineer, GE
Consumer & Industrial