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, 2018 1142
ISSN 1980-5098 DOI: http://dx.doi.org/10.5902/1980509833390
Rodrigo Petrongari Tonin1 Ricardo Hideaki Miyajima+i José Raimundo de Souza Passos2 Paulo Torres
Fenner3
RESUMO
Com as inovações da colheita mecanizada no Brasil, tornam-se indispensáveis estudos para obtenção de
dados reais sobre as novas máquinas que estão surgindo no mercado. O estudo objetivou a avaliação técnica
edecustosdeumdesgalhadorflorestaldediscosemárvorescomdiferentestempos - d
po, e verificar possíveis correlações entre umidade da madeira, produtividade e cu
análisetécnicafoirealizadoumestudodetemposemovimentospelométododecrono
contínuoseparaaanálisedecustos,calcularam-seoscustosoperacionaisatravé
ASABE.Aproximadamente,aosdias 40 emcampo,asárvoresatingiramaumidadedeequilíbrio
umidadenãodemonstroupossuircorrelaçãocomorendimentodamáquina,quefoinam
enemcomocustodeprodução,sendo,ocustooperacionaldeR$180,4/hora,eocustodeprodução
R$0,28/m³.
Palavras-chave: colheita de madeira; desgalhamento; produtividade; custos.
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
Nosetordoagronegóciobrasileiro,aatividadeflorestaldetémlugardedest
brasileirodeárvoresplantadasempregoudiretamenteemtornode630milpessoase
InternoBruto(PIB)cercadeR$bilhões,
56 representandode
1,2% todaariquezagerada
- noPaís
1 Engenheiro Florestal, MSc., Doutorando em Ciência Florestal, Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rua José Barbosa de Barros, 1780, Jardim Paraíso, CEP
Botucatu(SP),Brasil.rp.tonin@hotmail.com/richidetoshimiyajima@hotmail.com
2 Engenheiro Florestal, Dr., Professor Assistente do Departamento de Bioestatística, In
UniversidadeEstadualPaulistaJúliodeMesquitaFilho,RuaProf.Dr.AntônioCelsoWagnerZan
RubiãoJunior,CEP186-9,Botucatu(SP),Brasil.jrpassos@ibb.unesp.br
3 Engenheiro Florestal, Dr., Professor Adjunto do Departamento de Ciência Florestal, Facu
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rua José Barbosa de Barros, 1780, Jardim
Paraíso,CEP1860-37,Botucatu(SP),Brasil.fenner@fca.unesp.br
Recebidoparapublicaçãoem30/8215eaceitoem18/072
MATERIAL E MÉTODOS
Tratamentos estudados
Foraminstaladosnaáreaexperimentalcincotratamentos,quesediferencia
-
Análise técnica
Orendimentooperacionaldodesgalhadorflorestaldediscosfoiobtido - porme
deiracomcasca(m³)edotempoefetivoconsumidopararealizaçãodaoperaçãodedesga
Ovolumedamadeiradesgalhadafoiobtidopelamultiplicaçãodonúmerodeárv
emcadatratamento,poisfoicontadoonúmeroexatodeárvoresquecadatratamento
médioporárvore,sendoovolumemédiodasárvoresobtidoatravésdoinventárioflore
O cálculo do rendimento operacional está representado na equação.
Emque:R=rendimentooperacionalmédio(m³/h)v
; =volumedemadeiracomcascadesgalhada(m³)t
; =temp
Análise de custo
Aanálisedecustofoirealizadapeladeterminaçãodocustooperacional - edep
dor na operação de desgalhamento. Para o cálculo do custo operacional utilizou-se a metodologia proposta
pelaAmerican Society ofAgricultural and Biological Engineers (ASABE) (AMERICAN SOCIETY O
AGRICULTURAL ENGINEERS, 2001) para as condições deste estudo. O custo operacional em cada tra-
tamentofoiestimadoemreaisporhoraecustodeproduçãoemreaispormetrocúbic
Considerando os custos fixos (depreciação, juros, abrigo, taxas e seguros) e os
(combustíveis,reparosemanutenção,lubrificantes,mãodeobra).
Aestimativadocustodacolheita3)foi
florestal
obtida(R$/mconformeaequação.
Em que: Ccm = custo da colheita da madeira com casca (R$/m³); CopMF = custo operacional da máqui
florestal(R$/h);R=rendimento(m³/h).
Para aferição da umidade da madeira, base seca, foram coletados três discos de
cadatratamento,umdecadaeitodetrabalho.Osdiscosforampesadoseposteriorm
103°C(+ou–2°C),eaumidadefoideterminadapelaequação.
Emque:U=teordeumidadedamadeira(%);Pi=pesoinicial(g);Ps=pesoseco(g).
Assim foi possível definir o teor de umidade em cada tratamento e alguma possível correlaç
desgalhamento.
Análise estatística
Naanáliseestatísticadasvariáveis,rendimento(m³/h)custo , (R$/m³)eumidade
- fora
(%)
dosmodeloslinearesgeneralizadoscomdistribuiçãodeprobabilidadegamaefunçã
(NELDER;WEDDERBURN,1972;DIGGLEetal.,20)considerando-seotempo(dias)comofator.A
qualidadedoajustedosmodelosfoifeitaatravésdaanálisededesvios(deviance
ostemposfoiutilizadofoiotesteLSMeansdoprocedimentogenmoddoprograma - SAS(SAS
TE,201).Efoirealizadacorrelaçãoentreasvariáveis,umidade(%),rendimento(m³/h)ecusto(R$/m³
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Oteordeumidademédiodamadeiraencontradonotalhãonoqualoestudofoir
aderrubadadasárvores,foidecujo 91%, valordiminuiuconformeotempodepermanênciad
campo. As umidades de cada tratamento no momento do desgalhamento estão descritos na Tabela 1.
TABELA1: Médias(desviopadrãoentreparênteses)doteordeumidadedamadeira(%)emfunçãodoper
estocagem da madeira no campo.
TABLE 1: Mean (standard deviation in brackets) of the wood moisture content (%) in function o
storageinfield.
Tratamentos
Variável
1 2 3 4 5
68,0a 49,0b 42,00 c 38,00 d 37,00 d
Umidade
-0,82 -1,41 -0,82 -1,41 -1,41
MédiasseguidaspelamesmaletranalinhanãodiferemestatisticamentepeloLSMeans(p<0,5).
Pelaanáliseestatísticaverificou-sequesomenteostratamentos4e5nãodif
entresi,porqueaumidadedamadeiraatingiuoequilíbrioaos40dias.
Observa-se que a maior perda de umidade ocorreu nos primeiros vinte dias de secagem, tempo
semelhante ao relatado por Rezende et al. (2010) que trabalharam com secagem de toras de Eucalyptus ao
ar livre.
Apósdias,
20 aumidadedamadeirafoireduzidaemvalor 46%, próximoàreduçãoderelatad
50%
porPonceeWatai(1985)eaencontradaporRezendeetal.(201),quefoide45%.
Aumidadedeequilíbriofoialcançadaapartirdosdias 40 deestocagem,tempo - próx
tradoporRezendeetal.(201),emqueaumidadedeequilíbriofoialcançadaapartirdos50dia
Análise técnica
FIGURATempos
2: percentuaisdasatividadesefetivasdodesgalhamentonostratamentos.
FIGURE2:Percentagetimesoftheeffectivesactivitiesofthedelimbingintreatments.
Apesardeserumequipamentodesenvolvidoparaefetuarodesgalhamento,am
do ciclo operacional é utilizada com a operação de deslocamento, uma alternativa que pode ser estudada
parareduzirotempodedeslocamento,énomomentoemqueodesgalhadorflorestalded
copas das árvores, já abaixar o implemento e realizar o desgalhamento no moviment
marcha à ré.
NaTabela 2 são apresentados os rendimentos operacionais do desgalhador flo
diferentes tratamentos. Os rendimentos operacionais efetivos do foram de 641,3 m³/ha
m³/
69,81 hanotratamentom³/ 63,792 hanotratamentom³/ 1 60,3 hanotratamentoe 4 m³/
657,2 ha
notratamento5,comdiferençaestatísticasomentedotratamento4emrelaçãoaos
TABELA2: Médias(desviopadrãoentreparênteses)dorendimentooperacional(m³/h)dodesgalhad
discosemfunçãodoperíododeestocagemdamadeiraemcampo.
TABLE 2: Mean (standard deviation in parentheses) operating income (m³/h) of forest delimbe
oftimewoodstorageinfield.
Tratamentos
Variável
1 2 3 4 5
649,31a 69,81 a 63,79ab 1b
60, 657,2a
Rendimento
-27,34 -34,74 -37,58 -14,4 -34,84
MédiasseguidaspelamesmaletranalinhanãodiferemestatisticamentepeloLSMeans(p<0,5).
Análise de custos
Na Tabela 3, são apresentados os valores dos custos fixos obtidos para o desga
discos.
OscustosfixosporhoradodesgalhadorflorestaldediscostotalizaramR$53,.
TABELA3:Custosfixosdodesgalhadorflorestaldediscos.
TABLE3:Fixedcostsofforestdelimber.
OscustosvariáveisobtidosparaodesgalhadorflorestaldediscostotalizaramR$126,49porhora.
NaTabela4podemserobservadosdetalhadamenteoscustosvariáveisdodesg
discos.
TABELA4:Custosvariáveisdodesgalhadorflorestaldediscos.
TABLEVariables
4: costsofforestdelimber.
TABELA5: Médias (desvio padrão entre parênteses) dos custos operacionais (R$/m³) do desgalhador
discosemfunçãodoperíododeestocagemdamadeiraemcampo.
TABLE 5: Average (standard deviation in parentheses) operating costs (R$/m³) of forest delimber
timewoodstorageinfield.
Tratamentos
Variável
1 2 3 4 5
0,28 a 0,27 a 0,29ab 0,30 b 0,27 a
Custo
-0,01 -0,01 -0,02 -0,01 -0,01
MédiasseguidaspelamesmaletranalinhanãodiferemestatisticamentepeloLSMeans(p<0,5).
TABELAMatriz
6: decorrelaçãoe(valorpentreparênteses)dasvariáveis:teordeumidaderendime (%),
massaremanescente(kg/ha)ecusto(R$/m³).
TABLE 6: Correlation matrix and (p-value in parentheses) of the variables: moisture content
remainingmass(kg/ha)andcost(R$/m³).
p<0,5demonstramcorrelaçãoentrevariáveis.
A Tabela 6 demonstra que as únicas variáveis que possuem correlação são rend
custo(R$/m³),queapresentamovalorpmenorque0,5.
CONCLUSÕES
O teor de umidade da madeira diminuiu com o aumento do tempo de estocagem das árvores em
campo,atingindoaumidadedeequilíbrioaos40dias.
Os rendimentos operacionais e os custos de produção do desgalhador - florest
suem correlação com o teor de umidade da madeira.
Os custos de produção aumentam com a diminuição do rendimento da máquina.
Nesteestudo,operíodoidealdeestocagememcampodamadeirafoiemtornodosd 40
amadeiraatingiuaumidadedeequilíbrio.
REFERÊNCIAS