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Biomassa BR
energias renováveis
www.RevistaOpinioes.com.br
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Anais
2ª edição
19 e 20 de maio de 2014
Campinas – SP – Brasil
Malinovski
Curitiba
2016
1ª edição
1ª impressão (2014): 1.000 exemplares
2ª edição
versão eletrônica (2016)
ISBN: 978.85.89777-07-0
Patrocinadores
Arborgen Fertiberia
Atta Mex-S FMC
Bayer F2M
Banco do Brasil Haifa
Bio Soja Mirex-S
Brotale Florestal Multifloresta
Compo Multifós
Denis Cimaf Roster
Dinagro Syngenta
Evonik
Nota editorial
Os artigos apresentados nestes Anais são de inteira responsabilidade
dos respectivos autores. As afirmações e opiniões, bem como a menção
de qualquer máquina, equipamento, produto ou técnica não implicam
em sua recomendação por parte da Comissão Organizadora ou pelas
instituições envolvidas com a realização do Seminário. Editores e
organizadores não se responsabilizam pela revisão ortográfica e gramatical,
teor e forma de redação dos artigos ou por eventual ausência de resumo,
traduções, citações e referências, bem como, licença para uso de imagens.
Apresentação
Volume I
Bloco 1
Mecanização e automação na silvicultura
Bloco 2
Bases para a tomada de decisão na silvicultura
Bloco 3
Manutenção de florestas e manejo integrado de pragas
Bloco 4
Cadeia produtiva da madeira
Volume II
Resumos expandidos
Bloco 1
Mecanização e automação
na silvicultura
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Introdução
O aumento da produtividade das florestas plantadas está associado
ao clima e solos favoráveis, a utilização de tecnologia silvicultural
avançada e ao rápido crescimento da área de plantações florestais
(Carvalho et al., 2010; Souza et al., 2010). Além disso, observa-se que
o crescimento das exportações, está associado à adoção da colheita
florestal, tecnologicamente avançada (Fernandes & Souza, 2003; Lopes
et al., 2006), devido à importação de maquinários (Machado & Lopes,
2000; Minette et al., 2008) o que resultou em um maior rendimento das
operações de colheita florestal.
Devido às importações destes equipamentos, as operações
mecanizadas de colheita florestal intensificaram-se no início da década de
90 promovendo em consequência a degradação física acelerada do solo,
devido ao aumento do tráfego de máquinas (Fernandes & Souza, 2003;
Lopes et al., 2006) prejudicando as produções destes solos ao longo do
tempo (Dias Junior et al., 2007). Portanto, o desenvolvimento florestal
sustentável está relacionado às operações mecanizadas de colheita florestal
(Dias Junior et al., 2007). Assim, a principal fonte de degradação da
estrutura do solo é o tráfego das máquinas utilizadas na colheita florestal.
1
Engenheiro Agrícola, Ph.D em Crop and Soil Science – Professor Associado do
Departamento de Ciência do Solo. Universidade Federal de Lavras. Bolsista CNPq e
Pesquisador Mineiro FAPEMIG. E-mail: msouzadj@dcs.ufla.br
2
Engenheira Agrônoma – Pós-doutoranda do Curso de Pós-Graduação em Ciência do
Solo – Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq). Departamento de Ciência do Solo – Universidade Federal de Lavras -37200-
000 -Lavras, MG. E-mail: pccaruana@hotmail.com.
3
Engenheiro Florestal. Fibria E-mail: sf@fibria.com.br
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Considerações finais
As causas e os efeitos da compactação do solo já foram
demonstrados por vários pesquisadores. Estes estudos demonstraram
que a compactação do solo tem sido identificada como um dos principais
processos causadores da degradação da estrutura dos solos. Os atributos
físicos do solo convencionalmente monitorados, não têm sido capazes de
quantificar a capacidade de suporte de carga dos solos, não permitindo
prever quais os níveis de pressões que podem ser aplicados para diferentes
conteúdos de água sem que a compactação adicional ocorra. Por este
motivo, os modelos de capacidade de suporte de carga têm sido usados
para prever os níveis de pressões que podem ser aplicados aos solos para
diferentes conteúdos de água sem que a compactação adicional ocorra e
para quantificar os efeitos das operações mecanizadas sobre a estrutura
dos solos. Devido a isso, estes modelos têm sido usados como um critério
auxiliar no planejamento das operações mecanizadas, no monitoramento
do efeito das operações mecanizadas sobre a estrutura dos solos, na
determinação da suscetibilidade à compactação de classes e horizontes
de solos e no monitoramento do alívio natural da compactação do solo.
Referências
AJAYI, A. E.; DIAS JUNIOR, M. S.; CURI, N.; ARAUJO-JUNIOR, C. F.;
SOUZA, T. T. S.; VASCONCELOS JUNIOR, A. I. Strength attributes and
compaction susceptibility of Brazilian Latosols. Soil and Tillage Research,
Amsterdam, v. 105, n. 1 p. 122-127, Sept. 2009.
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Introdução
O Brasil atualmente é reconhecido como um dos grandes players
agrícolas do mundo, tendo forte destaque nos setores de pecuária,
grãos e florestal. Todo este reconhecimento deve-se principalmente à
combinação de grandes áreas agricultáveis, condições edafoclimáticas
satisfatórias e constante melhoria de tecnologia aplicada, sendo mercado
estratégico das maiores companhias do mundo de equipamentos,
fertilizantes e defensivos químicos.
Inserido no setor produtivo do setor agrícola, está o setor de
celulose papel, que no ano de 2010 foi responsável por USD 6,8 bilhões
em exportações e quase 700 mil empregos diretos e indiretos segundo
o Anuário 2011 Base 2010 da BRACELPA – Associação brasileira de
celulose e papel. O plantio de espécies florestais no Brasil totalizou cerca
de 7,2 milhões de hectares em 2012, com produtividade média de 40,7
m³ ha-1 ano-1 (ABRAF, 2013). Entre as espécies plantadas, o eucalipto é
a que se destaca em maior área de plantio.
A busca por melhorias e inovações em processos florestais,
procedimentos operacionais e equipamentos de trabalho é o objeto de todas
as empresas de base florestal na busca de redução de custos, aumento de
produtividade e qualidade de trabalho e segurança. Sendo assim, a realização
de estudos que aperfeiçoem as operações e reduzam os custos operacionais
torna-se cada vez mais importante (BRAMUCCI e SEIXAS, 2002).
Para as atividades de colheita florestal são amplamente usados os
equipamentos do sistema Full Tree, feller buncher e skidder, ou sistema
Cut-To-Lenght, harvester e forwarder, sendo a escolha do sistema
geralmente definida pelo uso final da madeira.
O processo Cut-To-Lenght tem como principais etapas a
derrubada, o deslocamento entre as arvores e o processamento desta
em toras com comprimento padrão e sem casca. Dentre as etapas, a
derrubada é a que desencadeia mais impactos na manutenção mecânica,
pois com a queda da árvore estando esta suportada pelo cabeçote, o
choque da queda provoca vibrações em todo o sistema estrutural e
hidráulico do equipamento.
O cabeçote processador, independente de modelo e fabricante,
possui uma estrutura metálica que envolve o conjunto de corte chamado
“caixa do sabre” podendo ter outros nomes dependendo da região do
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país. Tal estrutura tem como uma de suas funções, suportar e proteger
o sabre com corrente quando apoiado no solo para realizar o corte da
árvore. Assim, a distância do sabre somada à massa de resíduo vegetal
sobre o solo e perfil do terreno, não permitem que a operação seja feita
normalmente rente ao solo sem que haja danos à estrutura do cabeçote
e sua ferramenta de corte.
Já no processo Full-Tree, as árvores são derrubadas, arrastadas até
estradas ou carreadores, onde são cortadas em toras de tamanhos variados
ou únicos, podendo ser descascadas ou não por um processador. Na
seqüência são empilhadas e disponibilizadas para a etapa de carregamento.
O feller buncher, equipamento florestal responsável pela primeira
etapa deste sistema, no Brasil é geralmente com uma máquina base de
esteira e um cabeçote de corte, onde são acumuladas as árvores colhidas,
sendo estas depois dispostas em forma de feixes sobre o solo.
O cabeçote acumulador do feller buncher é usualmente
equipado com ferramenta de corte tipo disco, onde neste estão
distribuídas os “dentes” que podem ser fabricados em material de aço
e revestidos com outro metal de maior dureza comumente chamado
de “vídia” (Figura 1). Estes possuem alta resistência a abrasividade e
esforço de trabalho, o que permite este tipo de equipamento colher
áreas com grandes diâmetros como também áreas de segunda rotação,
principalmente do gênero Eucalyptus.
Nas atividades da Veracel Celulose S/A predomina o sistema
CUT-TO-LENGHT com descascamento direto no campo durante o
processamento das árvores ficando assim o resíduo disperso sobre a área
colhida, sendo isto parte de uma estratégia de sustentabilidade definida
pela empresa.
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Figura 1. Equipamento Feller Buncher e detalhe da ferramenta de corte disco com vídias.
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Figura 3. Detalhe de toco de árvore colhida por harvester e outra colhida por feller buncher.
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Figura 7. Detalhe de área com sub-bosque alto sendo colhida pelo feller buncher.
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Considerações finais
A mudança no sistema de colheita da Veracel, buscou unir mesmo
que de forma parcial, as vantagens de cada equipamento participante e
otimizar a especialidade de cada, sendo assim o feller buncher destinado
para a derrubada, harvester realizando somente o processamento e
forwarder tendo seu papel facilitado pela ausência de tocos altos e tendo
pilhas maiores seu eito de baldeio devido a um maior número de arvores
processadas em um mesmo ponto pelo harvester (Figura 8).
Figura 8. Detalhe dos feixes oriundos do sistema harvester e sistema misto respectivamente.
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Agradecimentos
Agradecimentos à CATERPILLAR do Brasil e STCP Engenharia
de projetos Ltda. pela grande ajuda e disponibilidade empregada durantes
os trabalhos de desenvolvimento e implantação do estudo e ao Engenheiro
Florestal Rafael Tiburcio pela ajuda na confecção deste artigo.
Referências
ANUÁRIO Estatístico da Associação Brasileira de Florestas 2013: ano
base 2012. Brasília, DF, 2013. 129 p.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Introdução
A unidade florestal da Klabin S.A situada no norte do Paraná,
região de Telêmaco Borba possui 133.552ha de área de florestas plantadas.
Atualmente o plantio de Eucalyptus perfaz 56% deste total e, os 44%
restantes são plantios de Pinus, predominantemente da espécie P. Taeda.
Os plantios são destinados prioritariamente para produção de
celulose, mas, parte das áreas, no passado foi manejada para uso em
serraria e laminação. As áreas com estas características estão em fase de
colheita e reforma e apresentam volume médio individual (VMI) elevado,
consequentemente com cepas de grandes dimensões, alinhamento
irregular e forte presença de resíduos.
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Bases do projeto
O projeto teve com base a área trabalhada no programa de
reforma de 2010. Neste ano foram preparados e plantados 13.351,96ha,
com custo total de R$ 22.04.720,54, somente com as operações de
preparo de solo, refletindo em um custo médio de R$ 1.648,80 ha-1. O
preparo de solo à época foi realizado de três modos distintos (Tabela 1).
Percentualmente, 14% da área foi preparada com coveamento manual,
80% da área subsolada com trator de esteiras e, em 6% da área utilizou-se
trator de pneu para a subsolagem.
Da área total preparada no ano de 2010, 68% foi realizada limpeza
de terreno (Herbicida pré-plantio, roçadas e Limpa trilho), refletindo em
um custo médio de R$ 936,95 ha-1. Este custo de limpeza soma-se ao de
preparação de solo propriamente dito.
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a b
Figura 3. Limpa Trilho, equipamento utilizado para a remoção dos resíduos da linha de
plantio.
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a b
Figura 5. Conjunto para preparo de solo equipado com subsolador Savannah Bio Force,
Mounted Plow (Arado Eco till - Bio Force) e V-Shear (Lamina em forma de V para
rebaixamento de tocos), Figura a) D85EX-15EO Figura b) D61EX-15EO.
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Vantagens do sistema
Este sistema permitiu trabalhar em áreas de maior declividade, com
a presença de resíduos, tocos e, regeneração, onde no sistema tradicional
não era possível. Hoje, simultaneamente à operação de preparo de solo
fazemos:
• Rebaixamento dos tocos;
• Limpeza, através do afastamento dos resíduos, pela lâmina
V-Shear;
• Subsolagem com fosfatagem com taxa fixa de dosagem do
fosfato, apesar da variação da velocidade;
• Maior volume e homogeneidade de solo preparado, permitindo
uma melhor ação do herbicida pré-emergente aumentando o
período de controle;
• Monitoramento de atividade, através do uso da tecnologia de
GPS, gerando mapas temáticos com softwares específicos;
• Realinhamento do novo plantio e, possibilidade de adoção de
espaçamentos diverso daquele utilizado na rotação anterior;
• Redução de custo operacional.
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Desvantagens do sistema
As principais restrições do sistema são o alto custo de investimento
em máquinas e equipamentos e, a falta de interesse e capacidade financeira
da maioria dos prestadores de serviços em investir num sistema totalmente
novo, cujo objetivo principal é a redução dos custos operacionais.
Considerações finais
As unidades de manejo florestal da Klabin apresentam
particularidades que fazem com que seja necessária a adoção de uma
estratégia diferenciada para garantir a qualidade das operações de preparo
de solo e fertilização. Antigos plantios florestais, com idade superior a 20
anos, estão sendo reformados e substituídos por novos plantios florestais.
O clima mais ameno da região favorece a manutenção dos resíduos
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Introdução
Os plantios clonais de Eucalyptus são hoje uma regra na
eucaliptocultura, tanto nas áreas tradicionais de produção como nas
novas fronteiras florestais. No entanto, enquanto nas áreas tradicionais
há uma maior segurança quanto à adaptação e capacidade produtivida dos
clones, nas novas áreas há maiores riscos associados à produção florestal
devido a estresses ambientais distintos daqueles donde os clones foram
selecionados. Dentre os estresses ambientais ao Eucalyptus o estresse
hídrico destaca-se como o mais limitante à produtividade em regiões
tropicais (Ryan et al. 2010) após corrigidas as limitações nutricionais
e garantida a fitossanidade dos plantios. O estresse nutricional é hoje
manejável frente às pesquisas em solos e nutrição realizadas ao longo
das últimas 4 décadas, e que vem propiciando excelentes padrões de
crescimento dos materiais clonais, mesmo em solos de baixa fertilidade
natural (Ferreira e Stape 2009). Afora o plantio em novas áreas com
menores índices pluviométricos, as maiores variações de regime hídrico
devido às mudanças climáticas, nas áreas tradicionais de plantio, impõe
uma maior compreensão da sensibilidade dos clones de Eucalyptus a esse
estresse. O projeto BEPP (Brasil Eucalyptus Produtividade Potencial)
1
North Carolina State University
2
Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais
3
Colorado State University
4
Embrapa-Cenargen
5
Forest Productivity Coop
6
Universidade de São Paulo
7
Universidade Estadual Paulista
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BA, Eunápolis BA, Teixeira de Freitas BA, Aracruz ES, Bocaiúva MG,
Guanhães MG, Luis Antônio SP, e Mogi Guaçu SP, das empresas Copener,
Veracel, Suzano, Fibria, V&M, Cenibra e International Paper. Em cada
local, um clone foi utilizado e estudou-se o efeito da adição de nutrientes
(adubação extra além do usual da empresa), de água (via irrigação), e
da uniformidade (plantios clonais homogêneos e heterogêneos) no
comportamento ecofisiológico dos clones. O estudo mostrou que sem
fertilização, a média do Incremento Médio anual (IMA) foi cerca de 30%
menor (33 m³ha-1ano-1) do que os rendimentos obtidos com as taxas
operacionais atuais de fertilização (46 m³ha-1ano-1). A fertilização “extra”
não aumentou o crescimento. A irrigação elevou o crescimento médio
em 30%, atingindo 62 m³ha-1ano-1. A produtividade potencial biológica
(Incrmento Corrente Anual, após fechamento do dossel) foi de 77 m³ha-
1
ano-1. A produtividade biológica potencial foi ainda maior, considerando
o período de desenvolvimento completo do dossel durante a estação
chuvosa no verão, atingindo 83 m³ha-1ano-1.
Além disso, povoamentos com estrutura uniforme apresentaram
crescimento 13% maior do que talhões com elevada heterogeneidade nos
tamanhos das árvores. Assim, a irrigação evidenciou a grande influência
da variação interanual das chuvas na produtividade do Eucalyptus. Estes
resultados enfatizaram a importância da oferta de recursos, eficiência
do uso dos recursos, e uniformidade do povoamento na fixação dos
limites para a produtividade e proporcionam uma base na avaliação
das produtividades alcançadas nas plantações operacionais. O Projeto
BEPP mostrou que o suprimento de água é o recurso fundamental para
determinar os níveis de produtividade das plantações no Brasil.
Em resumo, estes estudos associados ao uso de Parcelas Gêmeas
de Inventário (Stape et al. 2006) pelas empresas florestais mostraram
que: i) O estresse hídrico foi o fator de maior limitação à produtividade
em todos os locais; ii) O maior efeito da aliviação do estresse hídrico é
o aumento da eficiência de uso da luz, seguido do aumento do Índice de
Área Foliar (IAF); iii) O estresse nutricional mostra-se equacionado do
ponto de vista de recomendação técnica, necessitando ser melhorado do
ponto de vista de sua qualidade de aplicação operacional; iv) Os clones
apresentam elevada eficiência de uso da água, mesmo em condições de maior
disponibilidade hídrica; v) A maior produtividade ao final da rotação está
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Material e métodos
O desenho experimental do TECHS possibilitará aos melhoristas,
biotecnólogos, entomologistas, fitopatologistas melhor elucidação dos
mecanismos de tolerância aos estresses hídrico e térmico, e tolerância
a pragas e doenças, sua expressão gênica e seu uso em programas de
melhoramento. Permitirá também aos silvicultores compreender em
mais detalhes a interação espaçamento de plantio x genética x local, e
seus efeitos no fechamento da copa, sobrevivência e produtividade
final, o que virá auxiliar tremendamente nas futuras tomadas de decisão.
Além disso, o acompanhamento da dinâmica do IAF, por sítio e clone,
possibilitará desenvolver ferramentas de monitoramento da qualidade e
sanidade dos plantios. Finalmente, o projeto irá também fornecer um
conjunto de informações necessárias para validar modelos ecofisiológicos
que poderão extrapolar as informações dos sítios e clones pesquisados
para outras situações do território nacional. O delineamento do TECHS
busca “compreender a variação da adaptabilidade e produtividade de um
grupo de clones de Eucalyptus numa ampla variação edafo-climática e de
densidade populacional, e dentro de cada sítio, suas respostas à deficiência
hídrica”. O grupo dos 18 clones do TECHS foi definido por melhoristas
florestais, e a manipulação do regime hídrico está sendo feita pela técnica
da “redução de chuva”, e a variação da densidade populacional através
do uso do delineamento “sistemático” de plantio.
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Delineamento do TECHS
O programa TECHS utiliza uma rede de 36 sítios experimentais
(do norte do Pará até o Uruguai, Figura 1) e é composto por 18 clones
com manipulação do regime hídrico e espaçamento de plantio.
Dada a grande amplitude climática do Brasil (Figura 2), os clones
foram classificados em 4 grupos: a) Clones tropicais e de regiões mais
Úmidas (Tipo U); b) Clones tropicais e de regiões mais Secas (Tipo
S); c) Clones de regiões subtropicais mais Frias (Tipo F); e d) Clones
intermediários e mais Plásticos (Tipo P). Cada sítio do TECHS foi
classificado em Tropical ou Subtropical, baseado na classificação
climática detalhada de Köppen (Alvares et al. 2013), e contém: i) Sítio
tropical: 4 clones Tipo P, 4 clones Tipo U e 3clones Tipo S; ii) Sítio
subtropical: 4 clones Tipo P e 7 clones Tipo F. Cada sítio compreende
uma área experimental de 5 hectares.
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Figura 2. Zoneamento
climático do Brasil e os
sítios do TECHS.
Instalação e mensurações
O preparo de solo seguiu o padrão usual de cada empresa
garantindo adequado efeito para crescimento radicular. A maioria das
áreas do TECHS usou subsolagem. As fertilizações de cada empresa foi
revista e todas seguem um padrão comum com: i) Correção do solo;
ii) Adubação de Base; iii) Adubação de Cobertura e iv) Adubação de
Manutenção. O estudo do TECHS também não prevê a competição
por ervas daninhas de forma que a área é mantida sempre livre de
matocompetição.
As medidas padrões incluem o crescimento em DAP, Altura e Índice
de Área Foliar (IAF) (via medição com equipamento e sensoriamento
remoto (Le Maire et al. 2011)) e biomassa aérea. Porém determinações
mais específicas de discriminação do 13C entre os materiais genéticos
e intensidade do estresse hídrico para caracterizar tolerância ao déficit
hídrico (controle estomático) serão feitas, bem como caracterização dos
padrões de crescimento radicular dos materias mais tolerantes. Para 5
sítios, há acompanhamento semanal do crescimento de todos os clones
com uso de dendrômetros afim de associá-los aos eventos climáticos.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Exclusão de chuva
Em cada sítio foram instalados 12 clones (11 do TECHS e 1 da
própria empresa) e clones selecionados possuem 2 regimes hídricos, com
100% e 70% da chuva local. A parcela consiste de 8 Linhas x 15 Plantas
sem exclusão de chuva, e outra de mesmo tamanho, com exclusão. O
espaçamento de plantio é de 3 m x 3 m (Figura 3).
Figura 3. Sistema de
exclusão de 30% da
chuva instalado nos
sítios experimentais do
TECHS.
Ensaio de espaçamento
A variação da densidade populacional está sendo estudada por
meio do uso do delineamento sistemático de plantio (Figura 4) em área
contígua ao delineamento com exclusão de chuva. Os espaçamentos
variam de 450 a 13.500 árvores por hectare, cobrindo toda a faixa
plausível de espaçamento de plantios comerciais.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Figura 4. TECHS:
ensaio clonal ao fundo, e
ensaio de espaçamento
sistemático, com 1
ano à frente. Sítio de
Coração de Jesus, MG,
com 7 meses de idade.
Balanço de Carbono
Em 4 sítios experimentais do TECHS, que foram selecionados
com base na sua caracterização climática extremas, no Paraná, São Paulo,
Minas Gerais e Maranhão, estão sendo estimados os balanços de carbono
completos, que contempla medições mensais de emissão de CO2 do
solo, deposição de serapilheira, teores de carbono no solo, entre outros,
permitirá compreender qual é a capacidade dos clones em controlar
e alterar o investimento na produção de raízes, dossel e madeira em
resposta ao clima e em função da disponibilidade de recursos (Campoe
et al. 2012). O estudo, que será conduzido dos 2 aos 4 anos, momento em
que acontece o pico de produtividade dos plantios, permitirá conhecer os
fatores genéticos e ambientais que controlam a captura, a produtividade
primária bruta, e a alocação de carbono para parte aérea e radicular dos
diferentes clones de Eucalyptus estudados.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Figura 5. Mensuração
do fluxo de CO2 para
o balanço de carbono
em 4 sítios do TECHS.
Dados Climáticos
Dados climáticos são de extrema importância para a análise e
interpretação dos resultados de produtividade dos sítios experimentais.
Dessa forma, desde a instalação do primeiro ensaio em dezembro de
2011, o TECHS vem armazenando e processando dados climáticos em
escala horária de estações meteorológicas governamentais próximas aos
sítios experimentais, via colaboração com o INMET.
Resultados parciais
Os 18 clones selecionados para o TECHS foram analisados do
ponto de vista genético quanto ao parentesco através do uso de 33
microsatélites, e grau de heterozigosidade utilizando 60.000 SNPs. Os
resultados evidenciaram que: i) Os clones são distintos; ii) Os clones
são extremamente diversos do ponto de vista de espécies/híbridos; e iii)
Houve total coerência de maior heterozigosidade nos materias híbridos,
comparativamente com as espécies puras (Figura 6). Assim, a escolha dos
clones pelos melhoristas efetivamente atingiu o objetivo de diversidade
para busca de respostas fisiológicas contrastantes.
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Figura 6. Dendrograma
dos clones do TECHS
e espécies puras de
referência, evidenciando
a ocorrência de parentais
de 5 ou mais espécies.
Figura 7. Temperaturas máximas e mínimas diárias dos sítios do Pará (superior) e do Rio
Grande do Sul (inferior) no ano de 2012, evidenciando ampla diferenciação térmica.
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Figura 8. Climograma dos sítios do TECHS para o ano de 2012 identificando sítios de
climas quase áridos a climas super-úmidos.
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Conclusões parciais
A plataforma TECHS, com 36 sítios experimentais de 0º a 36ºS,
de 800 a 2.000 mm/ano de chuva, e temperaturas anuais de 17ºC a 34ºC,
e com os 18 principais clones de Eucalyptus do Brasil, irá possibilidar
investigar e compreender as interação genótipo x ambiente, do ponto de
vista abiótico e biótico, com alto nível de detalhe. Os resultados, mesmo
aos 2 anos, já mostram que há aplicações silviculturais de curto prazo
(espaçamento e seleção de clones), e de melhoramento (fisiologia de
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Agradecimentos
A rede TECHS foi instalada e é conduzida pelas equipes técnico-
cientificas das seguintes empresas: AngloAmerican, Arauco, ArborGen,
ArcelorMittal, Cenibra, CMPC, Comigo, Copener, Duratex, Eldorado,
FCB, Fibria, Florestal Itaquari, Forestal Oriental, Gerdau, GMR,
International Paper, Jari, Klabin, Lwarcel, Montes del Plata, Plantar,
Rigesa, Suzano, Vallourec e Veracel. Há trabahos de pesquisas finaciados
pela CAPES e CNPq.
Referências
ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J.
L. M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil.
Meteorologische Zeitschrift. 2013.
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Introdução
O melhoramento genético florestal tornou-se um elemento
chave das operações de base florestal intensiva em todo o mundo,
fornecendo clones e sementes geneticamente superiores que aumentam
consideravelmente o valor econômico das florestas plantadas. O
melhoramento florestal avançado envolve um grande número de
atividades em torno do conceito básico de seleção recorrente visando
aumentar a freqüência de genes favoráveis na população para diversos
caracteres simultaneamente. Ciclos recorrentes de seleção, acasalamento
e testes genéticos são utilizados para
desenvolver material geneticamente
superior de uma forma economicamente eficiente, maximizando o
ganho genético por unidade de tempo com o menor custo possível
(GRATTAPAGLIA, 2014).
Este artigo tem por objetivo apresentar uma breve discussão das
principais aplicações operacionais da análise genômica com marcadores
moleculares no melhoramento e produção florestal. Um primeiro
conjunto de aplicações se baseia na análise de variação no DNA
visando identificação individual, quantificação de diversidade e distância
genética entre indivíduos, estudos de parentesco e ancestralidade de
progênies ou clones elite. Estas aplicações já são rotina em diversos
programas de melhoramento e propagação em empresas florestais no
Brasil, com um impacto direto e quantificável na otimização dos vários
processos que dependem de uma correta certificação de identidade de
clones e parentesco de progênies, bem como de um gerenciamento e
enriquecimento dinâmico da variabilidade genética nas populações de
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Marcadores microssatélites
Marcadores microssatélites também identificados pela sigla
SSR (Seqüências Simples Repetitivas) são marcadores amplamente
utilizados para a análise genética em seres vivos em geral em função
do seu elevado conteúdo informativo e transferibilidade entre espécies
próximas. No caso de espécies florestais geneticamente heterogêneas,
os marcadores microssatélites são hoje os marcadores mais utilizados
e indicados para a maioria das aplicações que envolvem identificação
individual e estudos de parentesco. Vários são os atributos que fazem
dos microssatélites uma classe de marcador molecular informativa e de
fácil utilização para análise genética: (a) herança co-dominante, ou seja
é possível visualizar na eletroforese ambos os alelos de um indivíduo
cujo genótipo é heterozigótico, salvo casos de alelos nulos resultantes da
não amplificação do alelo devido a variações de sequência nos sítios de
anelamento dos iniciadores. (b) multialelismo, apresentando uma dezena
ou mais de alelos detectáveis em uma população o que lhe confere uma
elevada capacidade de discriminar indivíduos geneticamente distintos
mesmo em situações de forte parentesco, ou, alternativamente declarar
que dois indivíduos são geneticamente indistinguíveis com elevada
probabilidade; (c) abundância e distribuição uniforme no genoma, o
que permite a amostragem organizada de todo o genoma em estudos de
variabilidade, distância genética e estimativa de homozigose em gerações
de autofecundação.
Além dos atributos moleculares, a análise de microssatélites é
econômica quando comparada a diversas outras metodologias de detecção
de variabilidade de sequência no DNA. A análise demanda uma pequena
quantidade de DNA e pode ser semi-automatizada, o que permite a
geração de dados genéticos em um espaço de tempo relativamente curto.
Finalmente, os marcadores microssatélites são transferíveis entre espécies
próximas o que permite realizar, por exemplo, análises comparativas
de diversidade mesmo entre espécies de Eucalyptus mais distantes, bem
como em populações híbridas e cruzamentos interespecíficos (FARIA et
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samples. Three pollen parents were found to have sired essentially all
of the offspring in the samples of selected and non-selected progeny
individuals. One of these three parents sired significantly more selected
progeny than unselected ones ( P< or =0.0002 in a Fisher exact test. A
maneira convencional de produzir ganhos a partir de pomares de sementes
mais antigos envolve o estabelecimento de testes de progênie envolvendo
cada árvore do pomar e avaliar a sua contribuição para o desempenho
da descendência pela estimativa da sua capacidade geral de combinação
em famílias de polinização aberta ou polimix e capacidade específica no
caso de se utilizar cruzamentos controlados. Em um trabalho pioneiro
há mais de 10 anos em colaboração com a Aracruz na época, aplicamos
com sucesso a seleção retrospectiva de genitores baseada na realização de
testes de paternidade de descendentes superiores oriundos de polinização
aberta. Depois de eliminar indivíduos derivados de mistura de sementes,
de autofecundação e descendentes derivados de cruzamentos com
pólen estranho ao pomar, foi identificada uma árvore em particular que
gerou um número significativamente maior de descendentes superiores
em crescimento volumétrico. Com base neste resultado, árvores com
baixo sucesso reprodutivo foram eliminados do pomar e procedimentos
de manejo do pomar foram adotados para minimizar a contaminação
por pólen externo, que chegava a 29%. Um aspecto importante deste
trabalho foi o fato que uma diferença significativa no incremento médio
anual foi observada entre plantios florestais estabelecidos com sementes
colhidas no pomar antes e depois do desbaste de genitores e revitalização
do pomar. Esta seleção retrospectiva baseada em testes de paternidade
gerou assim um ganho realizado médio de 24,3% em crescimento
volumétrico aos 4 anos de idade.
Com a evolução no número de marcadores moleculares, uma
ampliação desta abordagem de determinação retrospectiva de paternidade
vem hoje sendo utilizada cada vez mais na área florestal, com o objetivo
de reconstruir pedigrees com precisão. Neste tipo de análise, são em geral
utilizados cerca de 10 a 20 marcadores microssatélites e com base no
compartilhamento de alelos entre os indivíduos é estimada uma matriz de
coeficientes de parentesco utilizando diferentes estimadores. Esta matriz
contendo estimativas de coeficientes de parentesco molecular entre
todos os indivíduos da população, dois a dois, é utilizada com vantagem,
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Conclusões e perspectivas
Marcadores moleculares são hoje tecnologia de rotina de diversos
programas de melhoramento florestal no Brasil, principalmente de
espécies de Eucalyptus e Pinus e iniciando também com outras espécies
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Referências
ALBRECHT, T.; WIMMER, V.; AUINGER, H. J.; ERBE, M.; KNAAK,
C.; OUZUNOVA, M.; SIMIANER, H.; SCHÖN, C. C. Genome-based
prediction of testcross values in maize. Theoretical and Applied
Genetics, Berlin, v. 123, n. 2, p. 339–350, 2011.
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Melhoramento genético de
Eucalyptus: desafios e perspectivas
Teotônio Francisco de Assis1
Resumo
A evolução da produtividade florestal verificada no Brasil nos
últimos anos colocou o país entre os mais eficientes na produção de
matéria prima de eucalipto. O desenvolvimento da clonagem e dos
programas de melhoramento baseados na hibridação tem sido um dos
principais propulsores do crescente aumento de produtividade verificado
nos últimos anos. Por outro lado, a evolução das técnicas de manejo,
criando ambientes adequados à expressão máxima do potencial genético
dos clones operacionais, é outro importante fator na evolução positiva
dos níveis de produtividade atuais.
Nos últimos anos, vários fatores de redução da produtividade,
sobretudo insetos, doenças, “distúrbio fisiológico”, déficit hídrico,
geadas, ventos, tem se constituído em importantes desafios ao avanço
do crescimento e até mesmo da manutenção da produtividade florestal.
Sem dúvida as ferramentas do melhoramento genético e o manejo
florestal continuam sendo os caminhos mais adequados para assegurar a
continuidade do crescimento da produtividade. Recentemente os híbridos
entre espécies de Corymbia, sobretudo C. torelliana x C. citriodora, tem se
apresentado como alternativa de grande importância no enfrentamento
desses desafios. Esses híbridos são de alto crescimento e alta densidade
da madeira e também são resistentes ao “distúrbio fisiológico” e à
maioria das pragas e doenças que causam danos econômicos às florestas
de eucalipto. Além disto, são mais resistentes ao vento e apresentam
menores custos com tratos culturais, pois fecham as copas precocemente,
dominando bem a vegetação competidora.
Novas abordagens na clonagem de híbridos de Corymbia, como o
resgate via lignotuber, aproveitando a maior juvenilidade dos brotos e o
uso de estufins, tem permitido obter níveis operacionais de enraizamento
nesses híbridos.
1 Assistech Ltda. Av. Reis Magos 587, Condomínio Vila Castela 34.000-000 Nova
Lima-MG.
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Perspectivas
A utilização combinada da hibridação e clonagem tem sido a
forma mais eficiente para suplantar os desafios que ocorreram ao longo
das últimas décadas. A hibridação interespecífica é a forma mais rápida
e eficiente de obtenção de ganhos genéticos no melhoramento de
espécies de Eucalyptus. A busca de complementaridade nas características
tecnológicas da madeira, na tolerância a estresses bióticos e abióticos,
bem como a manifestação de heterose, verificada em vários cruzamentos
híbridos, constituem os principais caminhos para se produzir indivíduos
superiores em crescimento, adaptação e qualidade da madeira (Assis &
Mafia, 2005).
Como as progênies híbridas normalmente são heterogêneas,
métodos de clonagem são necessários para permitir a captura e
multiplicação de indivíduos superiores obtidos nos cruzamentos híbridos.
Por outro lado, a clonagem possibilita a produção de matéria-prima mais
uniforme, o que, do ponto de vista industrial, apresenta significativos
benefícios, tanto na redução dos custos do processo industrial quanto na
qualidade dos produtos. Dessa forma, a clonagem constitui o processo
ideal para maximizar os benefícios da hibridação no contexto da
formação de florestas altamente produtivas para finalidades industriais.
O aproveitamento comercial da heterose, verificada na maioria dos
híbridos de Eucalyptus, por intermédio da clonagem, tem sido um dos
principais responsáveis pela rápida evolução da produtividade florestal
nos últimos anos e é um dos exemplos mais bem sucedidos do uso de
híbridos em espécies florestais.
Tendo sido um dos principais propulsores da produtividade
florestal no Brasil, a hibridação e a clonagem continuam sendo uma
estratégia viável e de baixo custo na solução de muitos dos problemas
que se enfrenta hoje em dia. A variabilidade existente entre as centenas
de espécies de eucalipto é a principal fonte de características, que se
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Fatores negativos
Apesar de os híbridos de Corymbia serem resistentes à maioria
dos insetos e doenças, que atualmente causam danos às plantações de
eucalipto, podem ser preferidos por outros insetos. Da mesma forma
que C. torelliana puro, os híbridos também são eventualmente atacados
por coleópteros, sobretudo os do Gênero Costalimaita e é provável que
no futuro outras pragas possam vir a se tornar importantes para híbridos
de Corymbia.
As espécies de Corymbia são conhecidas por serem extremamente
reativas a efeitos do meio na formação de bolsas de resina. Assim, fatores
adversos de clima, ventos muito fortes, ferimentos causados por insetos
e danos mecânicos, normalmente são gatilhos para a produção de resina
no floema que, com o crescimento em diâmetro das árvores, ficam
incrustradas dentro do lenho, formando as bolsas de resina. As bolsas de
resina são fator negativo na produção de celulose (reduz o rendimento
e a branqueabilidade e também aumenta o consumo de álcali) e madeira
serrada (desvalorização das tábuas). Para carvão vegetal e energia de
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Referências
ASSIS, T. F.; WARBURTON, P.; HARWOOD, C. E. Artificially induced
protogyny: an advance in the controlled pollination of Eucalyptus.
Australian Forestry, v. 68, n. 1, p. 27-33, 2005.
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Nutrição e sustentabilidade
de plantações florestais
José Henrique Tertulino Rocha1,
José Leonardo de Moraes Gonçalves2, Eduardo Resende
Girardi Marques3, Carolina Braga Brandani4
Introdução
No Brasil, os plantios florestais comumente são estabelecidos
em regiões de baixa aptidão agrícola, caracterizadas por solos de baixa
fertilidade e pouca reserva de minerais. Em levantamento recente,
foi constatado que os solos mais usados para plantações de eucalipto
são os Latossolos de textura média e os Neossolos Quartzarênicos
(GONÇALVES et al., 2013). Mesmo com a baixa fertilidade dos solos
utilizados para plantações de florestas no Brasil, elevados níveis de
produtividade são alcançados (40,7 m3 ha-1 ano-1) (Associação Brasileira
de Produtores de Floresta Plantada - ABRAF, 2013). Essa grande
produtividade, se deve a condições climáticas favoráveis, fatores de
manejo, fertilização e, a características genéticas das espécies do gênero
Eucalyptus, as quais conferem alta eficiência na absorção e utilização de
nutrientes (BARROS; NEVES; NOVAIS, 2000; LACLAU et al., 2010b;
LACLAU et al., 2013).
Apesar da crescente relevância do setor florestal brasileiro,
questiona-se sobre a sustentabilidade da produção das florestas plantadas
a médio e longo prazos, devido às características dos solos utilizados para
as plantações florestais. Nesses solos, a matéria orgânica tem relevante
função, influenciando a dinâmica dos nutrientes (TIESSEN et al., 1994).
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Total PA 2
169 339 62 191 313 48 53 587 8146 1543 2636 212
Raiz grossa (> 3mm) 20 75 3 28 31 6 3 32 789 59 112 12
Raiz fina (< 3mm) 4 22 1 4 17 3 1 15 708 43 61 6
Serapilheira 25 187 10 36 209 24 13 250 9500 520 4300 58
Total 218 623 76 259 570 81 70 0884 19143 2165 7109 288
1
O solo local foi classificado como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, textura média; 2 Parte
aérea: folhas, galhos, casca e lenho. Fonte: Gonçalves et al. (2000).
Tabela 3. Quantidade de nutrientes nos resíduos florestais remanescentes sobre
o solo após a colheita de um povoamento de E. grandis com 8 anos de idade, em
tratamentos que receberam diferentes práticas de manejo de resíduos florestais.
MRF(1) Massa N P K Ca Mg S
______
t ha-1_____ _____________________________________________
kg ha-1_____________________________________________
Folha
MRe 6,63 (12) (2) 103,3 (35) 4,1 (17) 16,6 (22) 34,8 (12) 9,7 (16) 4,6 (21)
MSe 2,14 0(7) 20,9 (11) 0,9 (7) 0,7 (12) 13,3 (12) 2,5 (9) 1,3 (9)
Galho
MRe 17,57 (32) 55,1 (19) 7,5 (31) 11,0 (14) 46,8 (16) 16,4 (26) 4,3 (19)
MSe 13,95 (47) 44,0 (23) 5,9 (46) 2,1 (34) 37,0 (32) 11,7 (40) 3,9 (29)
Casca
MRe 24,86 (45) 82,8 (28) 8,8 (36) 43,9 (57) 181,5 (62) 29,0 (46) 9,0 (40)
MSe 3,10 (10) 11,4 (6) 0,3 (3) 0,6 (10) 7,2 (6) 2,6 (9) 1,0 (7)
Miscelânea
MRe 6,35 (11) 53,9 (18) 3,9 (16) 5,2 (7) 27,9 (10) 7,4 (12) 4,4 (20)
MSe 10,76 (36) 118,3 (61) 5,7 (44) 2,7 (44) 56,6 (50) 12,5 (42) 7,5 (55)
Total
MRe 55,41 [5,27] (3) 295,1 [31,2] 24,3 [4,0] 76,8 [15,9] 291,0 [26,0] 62,5 [6,1] 22,3 [3,5]
(1)
Manejo dos resíduos florestais, sendo: MRe – manutenção de todos os resíduos
florestais (folhas, galhos, cascas e serapilheira), MSe – Manutenção apenas da serapilheira;
(2)
Percentual do nutriente acumulado na fração; (3) desvio padrão.
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MSe 29,95 [3,10] 194,6 [24,0] 12,8 [0,7] 6,1 [1,5] 114,1 [13,6] 29,3 [4,8] 13,7 [1,7]
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Figura 2. Decomposição dos resíduos florestais após a colheita (GONÇALVES et al., 2014)
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DMS (trat.) (3) 1,5* 0,2** 0,2** 3,2** 2,4** ns ns ns 0,7* 0,9** ns 0,1** ns ns 0,5*
DMS (tempo.) 1,3* 0,1** 0,2** ns ns 0,6** 0,1** 0,1** ns ns 0,4** ns ns ns 0,3**
(1)
Resina como extrator; (2) CaCl2 0,01mol L-1 com razão solo/solução de 1:5; (3)
Diferença
mínima significativa pelo teste LSD a 5% de probabilidade.
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0-5
CRe 17,5 (1,6) (3) 16,3 (2,1) 6,0 (0,1) 39,8 (3,8)
44(4)
41 15
SRe 12,1 0,2 12,7 (1,3) 5,4 (0,1) 030,2 (1,3)
40 42 18
5-10
CRe 6,4 (1,6) 7,7 (1,4) 1,6 (0,2) 15,6 (2,3)
41 49 10
SRe 4,9 (0,6) 6,1 (1,7) 1,4 (0,3) 12,4 (2,4)
40 49 11
10-20
CRe 2,8 (0,5) 3,8 (0,3) 1,5 (0,3) 8,2 (0,2)
34 47 19
SRe 2,6 (0,3) 3,0 (1,4) 1,8 (0,3) 7,3 (1,1)
35 40 24
sobre o solo, SRe – Remoção de todos os resíduos florestais; (2) Carbono orgânico oxidado
pelo método de Walkley e Black (1934); (3) Erro padrão da média (n=3); (4) Percentual do
CO oxidado na fração. (ROCHA, 2014).
148
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Figura 4. Teor de carbono orgânico oxidável (CO) na camada de 0-5 cm do solo (a)
e nas frações facilmente oxidável (b), mediamente oxidável (c) e dificilmente oxidada
(d). As barras sobre os pontos indicam o erro padrão da média e, a barra sem o ponto
indica a diferença mínima significativa pelo teste LSD. Valores sob as barras indicam a
probabilidade do teste F (Rocha, 2014).
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Figura 5. Volume de madeira com casca e incremento média anual (IMA) de plantações
de E. grandis em tratamentos que receberam diferentes práticas de manejo de resíduos:
MRe – manutenção de todos os resíduos florestais sobre o solo, MSe – remoção da
parte aérea e manutenção apenas da serapilheira, RRe – Remoção de todos os resíduos
florestais. Nos resultados apresentados nas figuras a e b, houve baixo investimento em
fertilização (15 kg ha-1 de N, 30 kg ha-1 de P e e 165 kg ha-1 de K) e, nas figuras c e d, alto
investimento em fertilização (100 kg ha-1 de N, 100 kg ha-1 de P, 150 kg ha-1 de K e 2 t ha-1
de calcário. As barras indicam as diferenças mínimas significativa a 5% de probabilidade
pelo teste LSD e os valores sobre as barras a significância do teste F. Adaptado de Rocha
(2014).
Figura 6. Relação entre a quantidade de resíduos florestais mantida sobre o solo e a produção de
biomassa aérea em um povoamento de Eucalyptus grandis aos 8 anos de idade (ROCHA, 2014).
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Para determinar a contribuição do solo foram realizadas análises dos teores disponíveis
(1)
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Tabela 8. Custo com insumos para a reposição dos nutrientes exportados nos
diferentes cenários de manejo florestal.
Custo para reposição dos
Tratamento Biomassa(1)
nutrientes exportados
t ha-1 BRL USD(2) Eq m3(3)
MRe 125 1.791,33 799,70 34,9
MSe 140 2.845,30 1.270,22 55,5
RRe 164 4.157,52 1.856,04 81,0
Considerando a madeira e os demais compartimentos aéreos removidos em cada
(1)
tratamento; (2) Dólar a R$ 2,24 - data base 04/04/2014; (3) valor em m3 de madeira
equivalente, considerando o preço da madeira de R$51,30 m-3.
155
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Diretrizes e recomendações
a principal contribuição da manutenção dos resíduos florestais no
campo, que pode resultar em ganhos de produtividade em curto prazo
(uma rotação de cultivo), é a redução na exportação de nutrientes e,
com isso, o aumento da disponibilidade para as árvores. Esse efeito é
observado, principalmente, quando é efetuado baixo investimento em
fertilização. Se os nutrientes exportados com a remoção dos resíduos
forem repostos via fertilização, não se esperam ganhos de produtividade
com a manutenção dos resíduos.
Considerando-se apenas o custo com fertilizantes, a reposição
dos nutrientes contidos nos galhos, cascas e serapilheira é viável
economicamente. Apenas para as folhas não seria viável, devido a sua alta
concentração de nutrientes. Porém, essa avaliação é complexa, devido à
dificuldade de valoração financeira dos outros benefícios dos resíduos,
algumas com efeitos em médio e longo prazo.
Para a tomada de decisão sobre a remoção de resíduos, devem-se
considerar vários fatores relacionados à sua remoção: i) ganhos ambientais
decorrentes da utilização de uma fonte de energia renovável; ii) ganhos
operacionais decorrentes da redução dos obstáculos para as operações
silviculturais; iii) redução dos danos às máquinas e implementos; iv)
facilidade de controle de algumas pragas e doenças. Por outro lado,
deve-se ponderar com vários fatores relacionados à sua manutenção: i)
aumento no teor e na qualidade do C orgânico do solo; ii) redução das
perdas de água por evaporação e escoamento superficial; iii) redução
dos extremos térmicos do solo; iv) proteção do solo contra erosão; v)
redução da compactação do solo pelo tráfego de máquinas; vi) redução
da infestação de plantas daninhas; vii) aumento da atividade biológica do
solo.
Fazendo um balanço de todos esses benefícios e oportunidades,
entende-se que é possível utilizar parte dos resíduos florestais sem
comprometer a conservação do solo e a sustentabilidade da produção.
Para isso alguns critérios devem ser considerados:
• Manter sobre o solo ao menos a serapilheira e as folhas;
• Manter no mínimo 70% da superfície do solo coberta com
156
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
resíduos;
• Remover, preferencialmente, os resíduos lenhosos (cascas,
galhos e ponteiros das árvores).
• As quantidades de P, K, Ca e Mg contidas nos resíduos
removidos devem ser repostas via fertilização e o incremento
na quantidade de N e S aplicada também deve ser considerada;
• Se o tempo de espera até o novo plantio for longo, maior
quantidade de resíduos deve ser mantido sobre o solo para
garantir sua cobertura, sobretudo em áreas mais sucetíveis à
erosão;
• No período de chuvas mais intensas e em áreas suscetíveis
à erosão, como áreas declivosas e com solos mais erodíveis,
todos os resíduos florestais devem ser mantidos sobre o solo.
Referências
ANUÁRIO Estatístico da ABRAF 2013: ano base 2012. Brasília, DF, 2013.
148 p.
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Bloco 3
Manutenção de florestas
e manejo integrado das pragas
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Resumo
O uso de tecnologias de precisão em processos florestais tem
adquirido significativa importância junto às organizações de um modo
geral, principalmente por ter se tornado um dos principais fatores de
mudança de conceitos, visando potencializar a qualidade e produtividade
florestal. Estas tecnologias são fundamentais para a exploração das
oportunidades de otimização de processos, redução de custos e suporte
para a gestão operacional, garantindo a sustentabilidade dos negócios
florestais.
Desta forma, este trabalho apresenta a experiência da Suzano
Papel e Celulose na implantação e uso destas tecnologias disponíveis no
mercado, em especial aquelas aplicadas às atividades de preparo de solo,
fertilização e aplicação de herbicida, que serão detalhadas adiante.
Para a Suzano, a inserção de ferramentas de precisão na operação
florestal é um fator chave na geração de valor de nossos povoamentos
na busca por custos competitivos de silvicultura e na alavancagem da
produtividade florestal.
Palavras-chave: Silvicultura. Precisão.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Introdução
O interesse da Suzano Papel e Celulose no uso de tecnologias
de precisão aplicadas à atividade florestal vem desde 2008, quando este
tema passou a figurar com mais ênfase no setor. Desta forma, em 2010,
iniciamos um projeto denominado “Valor em Ação Tecnologia”, que
tinha como objetivo principal buscar alternativas para “modernizar” a
silvicultura na Companhia, até então realizada com muitas atividades
manuais e/ou mecanizadas, porém sem máquinas e implementos
totalmente adequados às atividades florestais. Neste contexto, abriu-se
a possiblidade de estudar e implementar ferramentas de precisão, com
vistas a melhorar o controle operacional, a qualidade das operações e
otimizar o uso dos recursos aplicados.
Após as etapas de avaliação e conceituação do projeto e revisão
do processo silvicultural, foi possível desenvolver um programa de
modernização considerando o aporte de tecnologias disponíveis no
mercado e de ferramentas de gestão que possibilitavam a otimização de
recursos e a redução dos custos de formação florestal, tendo como uma
de suas importantes etapas a transição do “modelo generalista” para o
“modelo especialista” de execução das etapas do processo.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Material e métodos
O programa foi conduzido entre o período de 2010 a 2012 na
Suzano Papel e Celulose, iniciando pela Unidade Bahia e em seguida
abrangendo as unidades São Paulo, Maranhão e Piauí; com a instalação
de projetos de desenvolvimento para avaliar potenciais ferramentas
de precisão disponíveis no mercado, visando a melhoria da qualidade,
redução de custos, otimização de estrutura operacional (equipamentos
e pessoas), ganho de produtividade e obtenção de informações
que possibilitassem a imediata tomada de decisão para a melhoria
contínua do processo. Considerando a conceituação de cada processo
especializado foi realizado um amplo levantamento de tecnologias de
precisão disponíveis e avaliadas quais estariam integradas aos conceitos
e poderiam ser aplicadas a silvicultura. Para o desenvolvimento deste
trabalho abordaremos o uso de tecnologia de precisão no seguinte
contexto:
• Aplicação de Calcário;
• Aplicação de Herbicida;
• Adubação de Cobertura.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Resultados e discussão
Os resultados referentes à viabilidade do uso do sistema de
precisão na aplicação de calcário foram satisfatórios em relação a
qualidade, onde houve redução de 20 a 30% no consumo de insumos e
redução no custo da atividade com a aplicação em taxa variável na ordem
de 18%. Outros importantes resultados observados foram em relação
a homogeneidade da distribuição do fertilizante, acompanhamento das
informações da aplicação através do computador de bordo e a geração
de mapas de aplicação.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Conclusões
As avaliações realizadas ao longo do projeto “Valor em Ação
Tecnologia”, constataram que a aplicação de ferramentas de precisão permitem
ganhos significativos em qualidade da operação, gerenciamento de informações,
redução de custos e otimização de recursos, tornando-se uma importante
aliada na busca por competitividade e alavancagem da produtividade florestal.
As ferramentas avaliadas em questão foram implantadas de acordo com a
viabilidade apresentada para cada unidade de negócio florestal da Suzano
Papel e Celulose.
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Referência
GEDOP. Relatório final do Projeto Valor em Ação. Mucuri: Suzano
Papel e Celulose, 2011. 35 f.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Introdução
com o aumento expressivo da área plantada com espécies
florestais no Brasil, principalmente, eucalipto e Pinus , tem-se constatado
aumento na ocorrência de pragas nativas e exóticas. O melhor caminho
para resolver esse problema é o manejo integrado de pragas. O manejo
integrado de Pragas (MIP) é uma filosofia baseada no uso de técnicas para
manipulação do agroecossistema, visando manter os insetos na condição
de não-praga, de forma econômica e harmoniosa com o meio ambiente
(CROCOMO, 1990). Dessa forma, não é necessária a erradicação da
praga no campo, o que é quase impossível, mas apenas manter a praga
em níveis baixos, possibilitando a convivência com o inseto no campo.
O MIP é baseado em três premissas: 1) Avaliação do ecossistema,
envolvendo monitoramento de pragas e inimigos naturais, 2) Tomada de
decisão (controle ou não-controle) e 3) Escolha do método de controle,
buscando, se possível à integração entre eles. Os principais benefícios do
MIP são a manutenção da produtividade da cultura florestal e a redução
no uso de inseticidas químicos, pela utilização apenas nas áreas com
infestação da praga com possibilidade de uso de métodos alternativos
ou pela integração entre os métodos, satisfazendo uma questão-chave no
processo de certificação florestal. Além disso, se reduz o risco das pragas
se tornarem resistentes aos inseticidas e de desequilíbrio ambiental, pois
a população de inimigos naturais é preservada no campo. Tudo isso leva,
conseqüentemente, a redução de custos no processo de produção.
No caso de florestas plantadas de eucalipto há poucos casos
de MIP florestal, basicamente por falta de mais pesquisas básicas,
principalmente quanto à determinação do nível de dano econômico e
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Considerações finais
Esses resultados demonstram que é possível realizar o manejo
integrado das pragas do eucalipto, apesar das dificuldades por seu uma
cultura florestal, com redução significativa no uso de produtos químicos
e atendendo as exigências dos sistemas de certificações florestais, sem
comprometer a produtividade das plantações florestais de eucalipto.
Referências
BERTI FILHO, E.; WILCKEN, C. F. Um novo inseto associado
aos viveiros florestais: Sciara spp. (Diptera: Sciaridae). Revista de
Agricultura, Piracicaba, v. 68, n. 3, 1993.
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Introdução
Entre os principais fatores que proporcionam o aumento do
potencial biótico dos insetos destaca-se os monocultivos, visando altas
produtividades. Os plantios florestais, normalmente estabelecidos com
materiais homogêneos, em termos de espécie, procedência, progênie ou
clone, tendem a gerar impactos diferenciados sobre a entomofauna. Os
insetos fitófagos são favorecidos pela maior disponibilidade de alimento
e pela diminuição da resistência ambiental, devido à ausência de inimigos
naturais, os quais não encontram condições favoráveis, principalmente
hospedeiros alternativos e/ou intermediários, para sobreviver no
ambiente modificado. Desta forma, os insetos fitófagos tornam-se
pragas.
O surgimento de complexos de pragas nas principais espécies
utilizadas para reflorestamento no Brasil, têm despertado o setor florestal
para a necessidade da elaboração de programas de controle de pragas
racionais e econômicos.
O homem, em sua luta contra as pragas e doenças, tem utilizado
medidas errôneas de combate às pragas, que algumas vezes criam
problemas maiores do que aqueles que deveriam ser resolvidos, devido
ao desconhecimento das relações que ocorrem no ecossistema, com as
medidas de controle. Desta forma, para resolver problemas de pragas e
embrapa.br
2
Pesquisadora, Doutora em Entomologia Embrapa Florestas. e-mail: susete.
penteado@embrapa.br
3
Pesquisador, Doutor em Entomologia Epagri/Embrapa Florestas. e-mail: wilson.
reis@colaborador.embrapa.br
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Estudo de caso I
Manejo integrado de pragas para cinara spp. (Hemiptera:
aphididae) em plantios de pinus spp. (Pinaceae)
Os pulgões-gigantes-do-pínus, Cinara pinivora e C. atlantica,
introduzidos no Brasil em 1996 e 1998, respectivamente, podem provocar
perdas econômicas significativas em plantios mais jovens.
Foi desenvolvido um Programa de Manejo Integrado Pragas
para Cinara spp., no Brasil, com ênfase no controle biológico. Estudos
multidisciplinares e multi-institucionais intensivos de laboratório
e campo precederam a implantação do programa. Estas pesquisas
envolveram estudos biológicos e ecológicos da praga, assim como táticas
de monitoramento e controle, com prioridade para o estabelecimento do
controle biológico clássico.
A introdução de pragas exóticas em um novo ambiente
florestal pode causar distúrbios ambientais, perdas econômicas e
sociais consideráveis. Os efeitos ocorrem, geralmente, na fase inicial
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Controle químico
Apesar de o controle químico apresentar uma ação rápida e
eficiente, este não deve ser considerado como uma medida de controle a
longo prazo, visto que seu custo é bastante elevado, além dos problemas
de contaminação ambiental e segurança dos aplicadores, aumentando
também o processo de resistência aos ingredientes ativos. O controle
químico não seletivo também afeta o estabelecimento dos agentes de
controle biológico (Mills 1990).
Estudos realizados na Itália (Inserra et al. 1979) indicam que os
tratamentos químicos com aficidas, aplicados no início da colonização
dos afídeos sobre as plantas, podem prevenir os danos nas árvores.
Essa observação reforça a necessidade do monitoramento para indicar
o momento certo de se fazer o tratamento, visto que, aqueles autores
constataram também, que aplicações após o período de colonização,
foram eficientes, mas incapazes de evitar os danos. Desta forma, é
importante definir a época de aplicação de inseticidas químicos.
Alguns ingredientes ativos apresentam um controle efetivo de
afídeos que atacam espécies florestais, porém sua utilização deve ser
planejada cuidadosamente para minimizar os efeitos indesejáveis. Como
vantagem de sua utilização, destaca-se a rapidez de ação para a proteção
das árvores. As desvantagens são muitas e incluem o efeito potencial
adverso sobre a população de parasitoides e predadores, contaminações
ambientais, ressurgência de pragas, surgimento de pragas secundárias e
pressão de seleção para a resistência de pragas (Weiss 1991). Entretanto,
novas técnicas de manejo de inseticidas podem reduzir estes efeitos
indesejáveis.
Controle silvicultural
A manipulação silvicultural, de acordo com Weiss (1991), inclui
o uso de espécies alternativas, a seleção de sítios desfavoráveis aos
afídeos, o aumento do vigor das árvores, entre outras práticas. A maior
vantagem do método silvicultural é a melhoria no equilíbrio ecológico do
ecossistema silvicultural.
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Controle mecânico
No caso do controle de pulgões que atacam plantas em viveiros,
ou plantios para produção de árvores de natal, pode-se recomendar a
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Resistência de plantas
Observações de campo indicam que algumas plantas são
relativamente livres de afídeos em zonas bastante infestadas. Isto pode
ser devido, entre outros fatores, à resistência fisiológica da planta, ou
seja, à habilidade da mesma em repelir as pragas durante o período de
rápido crescimento; às defesas dinâmicas da árvore hospedeira, tal como
liberação de fenóis tóxicos; à tolerância, que é a capacidade da árvore
desenvolver-se apesar da infestação.
Várias observações foram feitas a respeito da variação da
susceptibilidade dos hospedeiros em relação a afídeos ou entre espécies,
sugerindo que existe um potencial para a seleção e plantio de espécies
alternativas (Weiss 1991). A maior vantagem da seleção dentro da espécie
seria o potencial para continuar utilizando a(s) espécie(s) hospedeira(s) e
a possibilidade de capitalizar sobre a resistência observada, em árvores já
estabelecidas. Existe uma incerteza nas observações, não sabendo se as
árvores são resistentes ao ataque, no caso do afídeo encontrar a árvore
não palatável, ou tolerância ao ataque, quando o afídeo ataca, mas a árvore
não é danificada. Isto sugere a necessidade de se fazer observações a
longo prazo, antes de iniciar um programa de melhoramento genético
(Weiss 1991). O problema de se substituir uma espécie, é que a espécie
candidata à troca, muitas vezes, não tem a mesma qualidade industrial da
espécie que está sendo utilizada, no caso da Região Sul do Brasil, P. taeda
e P. elliotti.
A fim de esclarecer os mecanismos de resistência, é recomendável
selecionar procedências e progênies resistentes e/ou tolerantes ao ataque
de Cinara spp., no Brasil.
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Controle biológico
Em geral, as possibilidades de controle biológico clássico são maiores
para pragas exóticas do que para pragas nativas, pois a maioria dos inimigos
naturais específicos já está presente no ambiente da praga nativa. No complexo
de inimigos naturais de afídeos, os parasitoides são, geralmente, os agentes
de controle mais eficientes, principalmente devido à sua especificidade. As
pragas que mantêm populações moderadamente altas de forma constante,
são melhores para ser controladas biologicamente do que aquelas que são
escassas por um determinado período, mas, repentinamente, manifestam
surtos.
O fator econômico é o único determinante do uso do controle
biológico, porque é virtualmente impossível predizer os custos e a duração
necessária para a conclusão satisfatória de um programa de controle biológico.
O controle biológico clássico tem sido visto como uma alternativa
barata ao uso de inseticidas, o que é verdade para a supressão das populações
de C. atlantica que tem se dispersado rapidamente no Sul e Sudeste do Brasil.
Ademais, algumas vezes, o controle biológico é a única forma factível para o
controle de uma praga. Entretanto, em um programa de controle biológico
clássico, outras formas de manejo populacional da praga também devem
ser consideradas, focando a relação genótipo x ambiente x praga x inimigos
naturais.
As espécies de Cinara, em Pinus, são atacadas por um grupo de
predadores que incluem os coccinelídeos, sirfídeos, hemerobídeos, crisopídeos
e heterópteros, sendo mais abundantes em plantios já estabelecidos, ou seja,
a partir do segundo ano, mas, que sua presença seria fundamental desde
o primeiro ano. Desta forma, deve-se criar mecanismos para facilitar a
colonização dos predadores desde a implantação dos reflorestamentos.
O registro de Lecanicillium lecanni, provocando eventuais epizootias,
principalmente em plantios um pouco mais velhos, de 3 a 5 anos, também
deve ser considerado para incluí-lo como um patógeno potencial no
programa de MIP.
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Estudo de caso II
Programa nacional de controle à vespa-da-madeira no Brasil
O Brasil possui cerca de 7 milhões de hectares de florestas
plantadas, dos quais, aproximadamente 1,7 milhões com espécies de
Pinus. Na região Sul concentram-se 1 milhão de hectares, basicamente
com as espécies P. taeda e P. elliottii. A alta densidade de plantio e a
não adoção de regimes de manejo florestal adequados, proporcionam as
condições ideais para o aparecimento de surtos de pragas e doenças, além
é claro, da base genética restrita das espécies plantadas no Brasil. O fator
que despertou o interesse do setor florestal brasileiro para a necessidade
de prevenir e monitorar a presença de pragas nos povoamentos de Pinus
foi o registro, em 1988, de Sirex noctilio (vespa-da-madeira), no estado
do Rio Grande do Sul (Iede et al. 1988,). Atualmente ela está presente
também nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais
(Iede & Zaneti, 2007).
Na Europa, Ásia e Norte da África, região de origem de S.
noctilio, ela é considerada uma praga secundária. Já na África do Sul,
Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Nova Zelândia e Uruguai, tornou-se
a principal praga das florestas de Pinus. No Canadá e Estados Unidos
onde foi introduzida em 2005, não manifestou-se ainda como praga de
importância.
A utilização de agentes de controle biológico é a medida mais
eficaz para o controle desta praga, destacando-se a ação de Deladenus
siricidicola, um nematóide que esteriliza as fêmeas, podendo atingir, em
média, 70% de parasitismo. O manejo florestal, associado à utilização
destes agentes, tem possibilitado o controle da praga (Iede et al. 1988).
Face à ameaça que esta praga significa para o patrimônio florestal
brasileiro, foi criado em 1989, o Fundo Nacional de Controle de Pragas
Florestais (FUNCEMA), pela integração da iniciativa privada e órgãos
públicos, para dar suporte ao Programa Nacional de Controle à Vespa-
da-Madeira (PNCVM). Esse programa contempla atividades de pesquisa
para a geração e adaptação de tecnologias de controle da praga e, em uma
primeira fase, priorizou a introdução e liberação de D. siricidicola (Iede
et al. 1988).
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Referências
BEDDING, R. A. 1972. Biology of Deladenus siricidicola
(Neotylenchidae) an entomophagous-micetophagous nematode parasitic
in siricidae woodwasps. Nematologica, Leiden v. 18, p. 482-493, 1972.
CARVALHO, A. G.; PEDROSA-MACEDO, J. H., .; SANTOS, H.
R. 1993. Bioecológia de Sirex noctilio Fabricius, 1793 (Hymenoptera:
Siricidae) em povoamentos de Pinus taeda L.. In: CONFERÊNCIA
REGIONAL DA VESPA DA MADEIRA, SIREX NOCTILIO,
NA AMÉRICA DO SUL, 1992, Florianópolis. Anais... Colombo:
EMBRAPA-CNPF, 1993. Conferência regional da vespa-da-madeira,
Sirex noctilio, na América do Sul (1992: Florianópolis). Anais. Colombo:
EMBRAPA/FAO/USDA/FUNCEMA. p. 85-96.
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1
Epagri/Embrapa Florestas – wilson@cnpf.embrapa.br – Estrada da Ribeira, Km
111 CEP: 83.411-000, Colombo PR.
2
UFPR – nickele.mariane@gmail.com – Caixa Postal 19020, CEP 81.531-980 Curitiba,
PR, Brasil.
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Referências
ANJOS, N. S.; DELLA-LUCIA, T. M. C.; MAYHÉ-NUNES, A. J. Guia
prático sobre formigas cortadeiras em reflorestamentos. Ponte nova:
Graff Cor, 1998. 100 p.
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Introdução
Segundo a Abraf, em seu anuário 2013, com dados referentes a
2012, na última década o Brasil que ocupava a primeira posição com o
menor custo médio de produção para madeira de processo, hoje ocupa o
quarto lugar atrás de Rússia, Indonésia e EUA. Ainda em 2012 a inflação
no setor florestal no Brasil foi três vezes superior ao IPCA e quatro vezes
maior que a inflação média internacional.
É notória a perda de competitividade dos negócios na área de
produção de madeira no Brasil.
Os preços dos produtos originários da madeira são formados
conforme a oferta e a demanda. Deste modo, o ganho de lucratividade
ou competitividade depende da eficiência de produção.
O controle de plantas daninhas corresponde em até 25% do
custo de implantação florestal no Brasil. Trabalhar com foco no manejo
representa ganhos diretos no resultado econômico.
O manejo de plantas daninhas em florestas plantadas precisa ser
observado sobre os seguintes aspectos:
1
Diretor técnico da Apoiotec, e-mail: rudolf@apoiotecnet.com.br
207
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Perdas e ganhos
As principais perdas associadas às plantas daninhas são aquelas
referentes a interferência destas na produtividade do eucalipto. Esta
interferência pode se manifestar por fatores inerentes às daninhas como:
competição por água, luz e nutrientes, alelopatia, hospedagem de pragas
e doenças, riscos de incêndio e dificuldades na colheita. Por outro lado
existem interferências que estão ligadas com os efeitos dos métodos de
controle, entre os quais se pode destacar: fitotoxicidade de herbicidas por
falhas na operação e danos mecânicos às mudas.
Vários trabalhos visando estudar o impacto das plantas daninhas
no desenvolvimento do eucalipto já foram realizados. De acordo com
Toledo et all em trabalho realizado em 1997 em Três Lagoas - MS, o
período crítico de controle foi dos 14-28 dias até 140 dias após o
transplante. Em Pelotas RS, Tarouco e seu grupo avaliaram a interferência
por dois anos, de 2006 a 2008, e concluíram que naquelas condições o
período a cultura deve ficar livre de convivência com as plantas daninhas
até os 107 dias após o plantio.
Entre os trabalhos desenvolvidos as perdas podem ser substanciais.
Toledo, em 2000, observou perdas de 71% no diâmetro e 68% de altura em
plantas mantidas sob competição durante 364 dias, quando comparado
àquelas livres de interferência.
O tipo e densidade de infestação de daninhas também interferem
de modo diferente sobre os plantios de eucalipto. Em 2002, Toledo relatou
que o período total de prevenção a interferência (PTPI) do eucalipto, em
comunidade de braquiária e tiririca, foi de 180 - 210 dias, considerando
reduções de 5% e 2% no volume de madeira, respectivamente. Já em
comunidade de trapoeraba, o PTPI foi de 60 dias após o transplante das
mudas. Ambos em condições de inverno.
Existe uma variação grande de interferência de acordo com as
condições ambientais, tipo de solo, comunidade infestante, material
genético, entre outros fatores. Contudo, de modo geral, não é possível
submeter a cultura do eucalipto a condições de convivência com plantas
daninhas, pois as perdas são indiscutíveis.
A definição do manejo deve levar em conta as possibilidades de
retorno econômico em relação as diferentes alternativas de manejo, sob
a pena de obter mais dispêndios que ganho de madeira ao final do ciclo.
208
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Manejo
As características da comunidade infestante de cada área
interferem de modo diferente sobre as plantas de eucalipto. Isto se deve
às diferentes características:
• Propagação: seminal e/ou vegetativa;
• Longevidade/ ciclo: anuais, bienais e perenes;
• Dormência e viabilidade de sementes;
• Germinação;
• Dispersão de sementes e/ou propágulos
• Cobertura viva.
O sombreamento fornecido pela cultura é dos pontos fundamentais
para controle de germinação de sementes no solo. A seleção de mudas,
material genético, preparo de solo, disponibilidade de água, enraizamento e
nutrição das plantas são fundamentais para que a floresta se estabeleça mais
rápido, reduzindo a necessidade de intervenções para controle de daninhas.
• Cobertura morta.
A presença de resíduos de colheita ou da dessecação diminui a
amplitude térmica no solo, mantém a umidade e impede a passagem de
luz. Estes fatores são decisivos na germinação das sementes das plantas
daninhas no solo. Existem diferenças nestes aspectos entre os tipos de
solo, volume de cobertura, umidade relativa do ar e temperatura do ar.
209
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
• Métodos mecânicos.
Entre os métodos mecânicos estão operações de coroamento
manual, uso de lâminas, roçadas mecanizadas e manuais e implementos
de preparo de solo como grades.
Em muitas situações, pode ser interessante o uso dessas tecnologias
associadas a outros métodos.
• Métodos químicos.
O uso de herbicidas em áreas florestais é uma realidade desde a
década de 80, quando o uso do glifostato foi intensificado.
Desde então foi criada uma cultura de manejo em pós-emergência
das plantas daninhas, além de sistemas de monitoramento com o objetivo
determinar os melhores momentos de realizar as aplicações.
Na atualidade existem outros herbicidas registrados para a cultura
do eucalipto, como segue:
• Pré-emergentes:
• Flumioxazin;
• Oxyfluorfen;
• Sulfentrazone;
• Pendimethalin;
• Isoxaflutole.
• Pós-emergentes:
• Carfentrazone;
210
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
• Glyfosate;
• Amônio glufosinato.
• Associação de pré-emergentes com pós-emergentes:
• Clomazone associado ao carfentrazone.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
212
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Manejo convencional.
Trata-se por convencional, pois a maior parte do mercado controla
plantas daninhas conforme a seqüência abaixo ou com alguma pequena
alteração.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Considerações finais
• A definição do melhor manejo de plantas daninhas em florestas
plantadas é multifatorial. As variáveis ambientais, regionais,
biológicas, de tecnologia de aplicação, de metas de custos e
competitividade exigem cada vez mais dos profissionais ligados
a produção florestal.
• As oportunidades estão nas mudanças da substituição de
controle de mato em pós-emergência para pré-emergência,
com adequação das tecnologias disponíveis para cada situação.
Pesquisas na área de comportamento de moléculas no solo,
ambiente e plantas, modos de ação de produtos e resistência,
tecnologia de aplicação e cursos de especialização para
tomadores de decisão, devem ser fomentados unindo a iniciativa
privada e as universidades, aproximando o conhecimento
gerado às necessidades e aplicabilidade no campo.
• O setor pode e será maior e mais competitivo em termos
globais.
Referências
ANUÁRIO estatístico ABRAF 2013: ano base 2012. Brasília, DF, 2013.
217
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
218
Bloco 4
Cadeia produtiva
de madeira
Nota:
Os trabalhos publicados neste bloco fizeram parte de programação comum com o 17º
Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal.
Portanto, também podem ser encontrados em:
Silvicultura, mercado e a
qualidade da madeira pau que
nasce torto, morre torto?
Armando José Giacomet1
221
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
222
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Os mercados do Pinus
Histórico
Tendo iniciado no fim dos anos 80 e sem qualquer ajustamento
em termos de equipamentos produtivos, vimos velhas serrarias que
processavam toras centenárias de 1 m de diâmetro produzindo toras com
30, 20 ou até mesmo 15 cm de diâmetro, com idades variando de 10 a no
máximo 20 anos.
O resultado foi o que se viu, desqualificamos o pinus que até
hoje tem sua imagem comprometida pela sequência de erros de sua
introdução, associado a produtos de baixo valor e qualidade.
Aqueles “palitos”, como se referiam os antigos produtores de
araucária, ou imbuia, precisavam de uma atualização tecnológica para
terem alguma chance de se tornarem viáveis.
Os produtos inicialmente focados foram:
Madeiras simplesmente serradas (notadamente indústria
mobiliária e de embalagens no mercado interno, no norte da África e
Oriente Médio), o fence e o clear block (Estados Unidos) e algum cabo
de vassoura (Europa).
Na segunda metade dos anos 90, algumas indústrias (poucas, diga-
se de passagem) decidiram pelo investimento em modernos equipamentos
e o desenvolvimento da tecnologia até então pouco utilizada.
O início do sub-prime, que gerou uma sobre demanda irreal, nos
anos 2000 acabou dando uma sobrevida aquele processo meio antigo/
meio moderno, até que em 2006 os mais de 2 milhões de casas anuais
construídas nos USA enfrenta o seu “acerto de contas” e aquele número
caiu a menos de 500 mil casas em 2008/2009. Crise essa que culminou no
fechamento de diversas indústrias, pois este era o único grande cliente,
agora com o fence, molduras e compensados.
Entre 60 e 70% da produção brasileira (e também do Chile e
mesmo dos USA) simplesmente evaporou.
Passaram-se um pouco mais de 5 anos desde que isso aconteceu
e em 2013 os americanos construíram pouco mais de 900 mil casas e
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Qualidade da madeira
Garantir a matéria-prima de acordo com os padrões estabelecidos
pelos clientes reflete na qualidade dos produtos que o mercado exige.
Tora clonada, com bom manejo florestal, colhida no tempo certo e
uniformidade de crescimento são requisitos fundamentais para aprovar
a qualidade da madeira.
E, analisando esse cenário, uma pergunta surge de forma
espetacular: Pau que nasce torto, morre torto?
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Mercado interno
Há sem dúvida um primeiro passo a ser dado, quando o assunto
é o Mercado Interno. A “queima” de imagem feita pelo próprio setor
produtivo precisa ser recuperada.
Hoje, ainda e infelizmente, o Pinus está associado a produtos de
baixa qualidade e/ou sinônimo de produtos baratos (exceções como
Tock Stock ainda são dignas de destaque).
Mesmo inconscientemente o Brasil hoje tem na construção civil
centenas de milhares de residências utilizando Pinus em seus interiores.
Ainda em grande maioria de forma oculta através de marcos, portas
e batentes que, pintados (kit de porta) foram tomando espaço antes
ocupado por madeiras tropicais em sua vasta maioria.
A exceção do território abaixo da BR 277 (meio PR, SC e RS),
no restante do país a casa de madeira sempre foi sinônimo de pobreza e
baixa renda.
Até mesmo no sul do Brasil o sonho do interiorano era construir
uma “casa de material” como sinal de status e enriquecimento.
Já temos hoje empresas com tecnologia e desenvolvimento para
a construção a seco, com rapidez, racionalidade e qualidade térmica e
acústica tanto para baixa renda como para casas de melhor qualidade.
225
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Mercado internacional
Não nos parece devam acontecer grandes variações de consumo e
produtos no mercado internacional.
A China e países como Camboja, Vietnã, Indonésia, Índia e
etc., como grande demandadores de matéria-prima em função de suas
disponibilidades abundantes de mão de obra.
Embora a China seja um grande mistério, ela ainda tem 800 a
900 milhões de pessoas que não têm o mesmo padrão das regiões
desenvolvidas.
Por mais que seus controles e regulações restrinjam as mobilidades
populacionais, as melhorias já experimentadas por 1/3 da população
(notadamente do litoral) deverão ser expandidas para o interior, sob o
risco de algum colapso social se isto não se tornar realidade.
Talvez não sejam os 10 a 12% de crescimento anual, mas algo
entre 6 a 8%, que na verdade precisarão ser mantidos, diminuindo o
investimento em infraestrutura (que inveja, não?) e aumentando o
estímulo ao consumo. Pouco provável nos parece para produtos de alto
valor agregado, mas sem dúvida, para volumes ainda muito grandes de
madeiras brutas para alimentar o “dragão”, altamente viabilizados pelos
baixos custos do frete marítimo em função da necessidade de retorno dos
contêineres que inundam o comércio ocidental com produtos orientais.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Produtos beneficiados
Mercados tradicionais como a América do Norte, Europa e o
seletivo Japão continuam sendo os grandes (ou pelo menos os potenciais)
clientes dos produtos beneficiados sólidos.
O Japão, assolado por sua crise imobiliária de 20 anos atrás ainda
não recuperou toda a sua força, mas é um mercado muito exigente em
termos qualitativos.
Apesar de todas suas dificuldades ainda é a 3ª economia mundial
e merece atenção.
A Europa, ou pelo menos a velha Europa rica, já há muito não
vinha sendo um grande e amplo consumidor. As crises da Espanha,
Portugal, Irlanda e Grécia contaminaram o continente como um todo,
além de terem ofertas de madeiras brutas e beneficiadas da Escandinávia,
Rússia e países do leste.
Continuará, acreditamos, embora sem grandes volumes, porém há
nichos de mercado para produtos de alto valor agregado e sem grandes
perspectivas de mudança no curto prazo.
Os Estados Unidos em especial, que nos enviaram as sementes
das florestas, depois nos ensinaram a fazer o fence, o block e por fim
os produtos de acabamentos, são, naturalmente, pela cultura da casa de
madeira (3/4 da população americana mora em casas de madeira).
Estados Unidos, como já abordamos amplamente, com a indústria
da construção destroçada entre 2006 e 2009 e como consequência a
crise financeira que seguiu a uma catástrofe econômica e social, tendo
desemprego se mantido por quase dois anos acima dos 9%, vem de uma
forma muito gradual (frustrando previsões mais otimistas) recuperando
seu mercado imobiliário.
Ainda hoje, depois de 5 anos, está a 60% do que era sua média
histórica de construções e ainda com muitas dúvidas em relação ao desatar
das medidas econômicas adotadas nos piores momentos 2008/2009.
Deverá manter uma lenta e gradual recuperação, mas ainda tomar
vários anos atingir o consumo histórico.
A direção é positiva, o ângulo é 3°!
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Conclusão
Temos sim grandes e promissores mercados consumidores tanto
interno, quanto externo.
Precisamos sim nos focar no tripé que preconiza o FSC –
Socialmente Justa, Ambientalmente correta e Economicamente viável,
Simples assim!!!
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL. Bracelpa.
Disponível em: <http://bracelpa.org.br>.
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3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
Integração lavoura-pecuária-florestas
na cadeia produtiva da madeira
Vanderley Porfírio-da-Silva1
Introdução
O agronegócio brasileiro tem representado cerca de 24 % do
PIB nacional, ( CEPEA, 2012) gerado em torno de 37% dos empregos,
respondido por cerca de 40% das exportações e sustentado, de certa
forma, o saldo comercial. Ampliou, nos últimos anos, a área de produção
de grãos em 123% e aumentou a produção em 225%. A produção de
carne bovina cresceu em 55% (ABIEC, 2014) a suína em 76% (ABPA,
2012a) e a de frango em 75% (ABPA, 2012b). A produção de celulose
cresceu em média 5,7% ao ano desde 2002 e o Brasil é o atualmente o 3º
maior produtor mundial
Assim, o Brasil, enquanto firma-se, a cada ano, como competidor
dos países desenvolvidos e como principal contribuinte para o atendimento
da demanda de uma população mundial que, já em 2030, deverá ser de
8,13 bilhões de pessoas (60% nas áreas urbanas) o agronegócio brasileiro,
também, acumula um expressivo passivo ambiental. Atualmente tem uma
área desmatada, em seus três maiores biomas, que alcança 2,7 milhões
de km2, ou 31,7% do território nacional. Um destes biomas sofreu nos
últimos 25 anos a destruição de 15% ou 551 mil km2, outro perdeu 93%
da cobertura florestal original e o terceiro, de acordo com estimativas de
instituições importantes, deverá desaparecer até 2030.
Esta discrepância poderá justificar ações preventivas de grandes
potências agrícolas, mesmo aquelas que sabidamente destruíram suas
florestas em maior proporção que o Brasil, na forma de barreiras não
tarifárias. As barreiras ambientais, por terem um imenso poder de
sensibilizar a opinião pública mundial serão, certamente, preferenciais
para utilização pelos competidores do agronegócio brasileiro. Afinal de
contas, o mundo moderno estabeleceu na Rio 92, que a sustentabilidade
1 Dr. Pesquisador da Embrapa Florestas (vanderley.porfirio@embrapa.br)
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Área Área
Arranjo espacial ocupada ocupada
(espaçamento) pela pela
Espaça- nº Espaça- nº
faixa faixa
mento (m) árvores. mento árvores
de de
ha-¹ (m) /ha
árvores árvores
(%) (%)
14 x 4 179 14,3
Faixa de árvores
357 ou ou ou
em linha simples 14 x 2 14,3
28 x 4 89 7,1
Faixa de árvores
14 x 2 x 3 417 25 18 x 3 185 11,1
em linha dupla
Faixa de árvores
14 x 3 x 1,5 1.000 40 20 x 3 167 10
em linha tripla
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Referências
ABIEC- Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne.
Série histórica. Disponível em: http://www.abiec.com.br/download/
balanco.pdf Acesso em: 15 de março 2014.
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LIN, C.H.; MCGRAW, R.L.; GEORGE, M.F. et al. Nutritive quality and
morphological development under partial shade of some forages species
with agroforestry potential. Agroforestry Systems, v.59, p.269-281, 2001.
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Preâmbulo
A palavra “cluster” oriunda do inglês poderia ser traduzida como
arranjo produtivo local e, na verdade, é como tem sido aceito por muitos
autores.
Quando mergulhamos no estudo da etimologia da palavra,
verificamos que trata-se de um conglomerado de empresas voltadas ao
mesmo segmento e que cooperam entre si de várias formas. Essa definição
pode se tornar perigosa, na medida em que alguém pode entender que
se trata da formação de cartel de um segmento, especialmente quando se
tratar de vendas.
Por outro lado, infelizmente, no ramo madeireiro a palavra
cooperação entre empresas soa como utopia. É um segmento industrial
altamente desunido, desde seus primórdios. Uma exceção é o setor
celulósico/papeleiro que ainda consegue cooperar uma empresa com a
outra, especialmente na área florestal. Um exemplo vivo é a ABRAF, que
todos conhecemos pela sua força que advém muito menos pelo poderio
econômico de seus associados do que pelo poder associativo que contêm.
No Brasil alguns arranjos produtivos locais são identificáveis,
porém um arranjo ou “cluster” madeireiro parece existir somente na
região de Telêmaco Borba, com todos os problemas e soluções que
normalmente existem.
Tentaremos retratar esse exemplo, para que possa servir,
eventualmente, de modelo futuro para outros no nosso País, tão carente
de seriedade e empreendimento empresarial, sem ajuda e nem atrapalho
do Governo.
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Cândido de
4 17 1 1 3 26
Abreu
Congonhinhas 4 3 1 0 4 12
Curiúva 12 5 3 1 7 28
Imbaú 7 5 1 2 3 18
Ipiranga 5 2 2 2 4 15
Ortigueira 2 21 5 2 4 34
Reserva 41 4 4 3 8 60
Rio Branco
4 0 1 0 1 6
do Ivaí
São Jerônimo
0 2 0 0 1 3
da Serra
Sapopema 5 7 3 1 1 17
Tibagi 9 1 5 4 7 26
Ventania 8 0 2 1 5 16
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Fabricação de Fabricação
Fabricação celulose, papel de produtos Outras
Município de produtos e produtos de minerais Total
de madeira atividades
de papel não-metálicos
Congonhinhas 30 0 27 54 111
Imbaú 45 0 69 35 149
Rio Branco
do Ivaí 35 0 0 23 58
São Jerônimo 0 0 19 0 19
da Serra
Tibagi 53 50 3 65 171
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Conclusão
A existência de um “cluster” florestal pode e deve ser fator gerador
de melhoria das condições de vida via empregabilidade de pessoas na
área, para uma região. Entende-se por região um município (cluster dos
estofados em Arapongas), uma região delimitada (cluster do médio rio
Tibagi) ou de um Estado (cluster da acácia negra no Rio Grande do Sul).
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3º Encontro
Brasileiro de Silvicultura
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