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PODER JUDICIÁRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO 1ª Subseção Judiciária do

Estado de São Paulo Av. Paulista, 1345 - Bela Vista - CEP 01311-200 São Paulo/SP Fone: (11)
2927-0150 TERMO Nr: 6301211523/2012 PROCESSO Nr: 0001811-88.2010.4.03.6316
AUTUADO EM 15/09/2010 ASSUNTO: 040103 - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO
(ART.52/6) E/OU TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO - BENEF EM ESPÉCIE/ CONCESSÃO/ CONVERSÃO/
RESTAB/ COMPL CLASSE: 1 - PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL AUTOR (Segurado):
VALDIR SILVA DOS ANJOS ADVOGADO(A)/DEFENSOR(A) PÚBLICO(A): SP085481 - DURVALINO
TEIXEIRA DE FREITAS RÉU: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - I.N.S.S. (PREVID)
ADVOGADO(A): SP999999 - SEM ADVOGADO |
JEF_PROCESSO_JUDICIAL_CADASTRO#DAT_DISTRI| I - RELATÓRIO Trata-se de recurso
interposto da sentença prolatada nos autos em epígrafe. É a síntese do necessário. Decido. II -
VOTO Não há questões processuais pendentes de deliberação ou esclarecimento.
Relativamente às teses aventadas no mérito do recurso, observo, primeiramente, que o
caráter especial dos tempos de contribuição controvertidos foi demonstrado mediante os
documentos acostados aos autos. É conveniente reiterar a sentença em seus próprios termos:
Quanto ao período exercido para a empregadora REVAGNANI& CIA, de 15/10/1985 a
15/05/1986, trabalhou o autor na função de auxiliar de curtume, com exposição a agentes
químicos - umidade, resíduos de sais de cromo, sulfeto de sódio, cal hidratado, cloreto de
sódio, sulfato de amônia e bicarbonato de sódio. Assim, é possível o enquadramento de tal
período com base no código 1.2.5 - cromo: operações com o cromo e seus sais (trabalhos
permanentes expostos ao tóxico - fabricação, tanagem de couros, cromagem eletrolítica de
metais e outras) do Decreto 53.831/64 Quanto ao período de 16/05/1986 a 27/07/2010
trabalhado na SUCEN - SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE DE ENDEMIAS, laborou o autor no
cargo de desinsetizador, com exposição a agentes nocivos do tipo químico - inseticida
organoclorado/organofosforado e piretróide. Portanto, é possível o enquadramento da
atividade com base no código 1.2.6 - fósforo (fabricação e aplicação de produtos fosforados e
organofosforados, inseticidas, parasiticidas e raticidas) e no código 1.2.10 - hidrocarbonetos e
outros compostos de carbonos (fabricação e aplicação de inseticidas clorados derivados de
hidrocarbonetos) do Decreto n.º 83.080/79. É possível reconhecer o período de 16/05/1986 a
05/03/1997 (data da edição do Decreto 2.172/1997, que alterou a relação dos agentes
agressivos), com base nos mencionados decretos. A partir de 06/03/1997 é possível
reconhecer a especialidade da atividade mediante enquadramento nos itens 1.0.12 e 3.0.1 do
Anexo IV do Decreto 2.172/1997, bem como nos itens 1.0.12 e 3.0.1 do Anexo IV do Decreto
3.048/1999. Observo, por oportuno, que deve ser mantido inclusive o tempo posterior à data
de elaboração do PPP relativo ao último vínculo, tendo em vista que o autor permaneceu
exercendo a mesma atividade peculiarmente nociva. A Turma Nacional de Uniformização,
mediante o enunciado nº 9 da respectiva Súmula, firmou o entendimento de que o uso de
Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de
exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado. A correção e os
juros relativos aos atrasados devem seguir o disposto pela Resolução CJF nº 134-2010, que
incorpora as alterações trazidas pela Lei nº 11.960-2009. Ante o exposto, dou provimento
parcial ao recurso do INSS, para determinar que a correção e os juros de mora sejam apurados
de acordo com a Resolução nº 134-2009. Não há condenação ao pagamento de honorários,
tendo em vista que a sucumbência é recíproca. É o voto. III - ACÓRDÃO Vistos, relatados e
discutidos estes autos eletrônicos, em que são partes as acima indicadas, decide a Quinta
Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Terceira Região - Seção Judiciária de São Paulo,
por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Participaram do julgamento o(a)s Sr(a)s. Juízes Federais Cláudio Roberto Canata, Peter de
Paula Pires e Bruno César Lorencini. São Paulo, 15 de junho de 2012. JUIZ(A) FEDERAL: PETER
DE PAULA PIRES

(Processo 00018118820104036316, JUIZ(A) FEDERAL PETER DE PAULA PIRES, TR5 - 5ª Turma


Recursal - SP, e-DJF3 Judicial DATA: 29/06/2012.)

PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ARTIGO 557 DO CPC. AGRAVO


LEGAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO DE TRABALHADOR
URBANO. ATIVIDADE ESPECIAL. MOTORISTA DE ÔNIBUS E CAMINHÃO. AGRAVO DESPROVIDO.
1 - A disposição contida no artigo 557 do Código de Processo Civil, possibilita ao Relator do
recurso negar-lhe seguimento, ou dar-lhe provimento, por decisão monocrática, sem submeter
a questão ao respectivo Órgão Colegiado. 2 - Preservou-se o direito do Recorrente, insatisfeito
com aquela decisão, de obter sua revisão pelo Colegiado, por meio da interposição do recurso
de agravo, ou a reconsideração do decisum pelo próprio Relator, antes de ser levado o agravo
para julgamento em mesa. 3 - Deve-se ressaltar que a aplicação do artigo em comento
pressupõe que o julgador, ao negar seguimento ao recurso ou dar-lhe provimento, assegurou à
parte prestação jurisdicional equivalente a que seria concedida caso o processo fosse julgado
pelo Órgão Colegiado. 4 - Observa-se, então, que a decisão monocrática está devidamente
fundamentada e em sintonia com a jurisprudência dominante, não merecendo acolhida a
pretensão de reforma. 5 - Analisando as provas acostadas com a inicial, notadamente CTPS (fls
19/21), há demonstração de que o autor exercia a função de almoxarife e, posteriormente, de
servente, ambas, no setor de curtume, sendo que o SB 40 de fls. 17 atesta o desempenho das
atividades no setor de tanagem, com exposição de modo habitual e permanente a umidade,
resíduos de agentes químicos, umidade e vapor, o que possibilita o enquadramento no código
2.5.7, do anexo II, do Decreto 83080/79. 6 - Por outro lado, a sentença reconheceu, ainda,
como especiais os lapsos de 01.10.80 a 05.03.97 e de 06.03.97 a 12.02.98 laborado como
motorista, prestando serviços como autônomo, regularmente inscrito na Prefeitura de Araras
e perante outros órgãos oficiais, realizando serviços com veículo próprio. 7 - Contudo, verifica-
se que o autor era autônomo, e não há nos autos documentos que comprovem o exercício
regular e habitual da referida atividade, essencial para o cômputo como especial (fls. 22/43).
Com efeito, deve o requerente demonstrar a habitualidade e permanência dessa atividade na
condução de ônibus ou caminhão, não se prestando a isso a própria qualificação como
"autônomo" e proprietário de veículo pesado. Ademais, as cópias simples das declarações de
imposto de renda, ainda que tivessem valor relativo, não indicam a sua efetiva entrega à
Receita Federal, vez que desprovidas dos carimbos de recepção. 8 - Assim, não há como
considerar especial todo o período pretendido, eis que não restou demonstrada a
habitualidade e permanência da atividade de motorista de ônibus ou caminhão exigido pelos
Decretos 53831/64 e 83.080/79. 9 - Antes da edição da Emenda Constitucional n. 20/98, de 15
de dezembro de 1998, a aposentadoria por tempo de serviço estava prevista no art. 202 da
Constituição Federal. 10 - Assim, para fazer jus ao benefício de aposentadoria por tempo de
serviço, o segurado teria de preencher somente dois requisitos, a saber: tempo de serviço e
carência. 11 - No caso dos autos, a reunião dos lapsos especiais reconhecidos e os comuns
computados pelo réu, demonstram que o autor possuía 29 anos, 08 meses e 15 dias na data da
EC 20/98. 12 - Agravo legal improvido.
(APELREEX 00227515920054039999, JUIZ CONVOCADO EM AUXÍLIO MIGUEL DI PIERRO, TRF3 -
NONA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:03/11/2011 ..FONTE_REPUBLICACAO:.)

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