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DÉRIQUE CARLOS DA SILVA

UTILIZAÇÃO DO PERCENTUAL PLANEJADO CONCLUIDO


(PPC)COMO FERRAMENTA DE PLANEJAMENTO A CURTO PRAZO
DÉRIQUE CARLOS DA SILVA

UTILIZAÇÃO DO PERCENTUAL PLANEJADO


CONCLUIDO(PPC)COMO FERRAMENTA DE PLANEJAMENTO A
CURTO PRAZO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras Imperatriz, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

Orientador: Armando Sobrinho


1 INTRODUÇÃO

O setor construtivo brasileiro tem apresentado ao longo das décadas em que se


desenvolveu tecnologicamente, um problema crônico que vem desde suas primeiras
configurações, que é a precisão na formação do custo da obra em relação ao planejamento
prévio na fase de projeto até a entrega da obra. Falhas de variadas naturezas têm contribuído
para esse cenário, que obriga as empresas e construtores à dispender recursos financeiros que
não haviam sido programados, e que muitas vezes se transforma em atraso ou até a
paralização total do empreendimento.
Contudo surge a necessidade de ser estreitar cada vez mais a relação ao planejamento
e controle da produção. O PCP (Planejamento e Controle de Produção) funciona como um
instrumento que deve ser utilizado para planejar e controlar aquilo que se deseja executar de
forma a garantir, os prazos pré-estabelecidos não fugindo de forma alguma aos preceitos de
qualidade e custo de produção.
Para Formoso (2003) o Planejamento e Controle da Produção (PCP) deveria ser
encarado como um meio de gerenciamento das tarefas como um todo em relação as metas
desejadas, facilitando assim o alcance das mesmas pelas empresas, e não apenas com um
departamento que trabalha de maneira isolada somente com a função de gerar planos de
ações. Os planos devem ser gerados sob a perspectiva de facilitar a execução das tarefas em
tempo hábil e satisfatório as necessidades da corporação, por sua vez, os mesmos necessitam
de um banco de dados consistente em relação as etapas executivas e também a de garantir a
difusão dos procedimentos executivos as suas equipes táticas e operacionais.
É comum a diversos empreendimentos, tentar seguir um cronograma-físico, que na
maioria das vezes é elaborado logo após a fase de orçamentação, com a função de discriminar
as tarefas a serem executadas semanalmente ao longo de toda a obra. De modo geral, neste
tipo de caso acaba-se esquecendo que todo empreendimento está inserido dentro de um
ambiente cheio de incertezas, sejam elas: a falta de mão de obra especializada para
determinados serviços, intemperes, interferências públicas ou privadas, atrasos na entrega de
insumos e dentre outros fatores que possam alterar a sequência executiva.
Formoso (2003), salienta que os planos operacionais devem ser efetuados em um
período próximo de sua execução, de maneira que não fuja da sequência do planejamento
inicial, apenas com a função de garantir todos os recursos necessários para a sua execução.

Imperatriz
2021
O plano operacional (planejamento de nível operacional ou de curto prazo), conforme
Ballard e Howell (1997, apud Cechinel, 2005) tem como função a de definir pacotes de
serviços, estabelecer metas e de proteger a produção de possíveis gargalos que possam
atrapalhar a realização das atividades a serem desenvolvidas neste nível de planejamento,
evitando-se assim as incertezas em relação aos prazos e recursos.
Logo após a definição dos pacotes de serviços e das metas pré-estabelecidas no plano
operacional, pode-se utilizar o emprego da ferramenta PPC (Percentual Planejado Concluído)
como método de avaliação do planejamento de curto prazo. Pois o PPC é um grande indicador
da precisão da programação operacional, que garante assim aos gerentes, mestres de obras e
encarregados, uma precisão cirúrgica aonde de fato está o gargalo da produção e assegurando
o cumprimento das atividades de acordo com o planejado.

PLANEJAMENTO PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Goldman (2004), o ato de planejar atualmente é um fator determinante para


o êxito de qualquer empresa seja ela de qual ramo for. Na construção civil, é imprescindível
um método que possa gerir informações dos mais diversos campos e posteriormente conduzir
esses conhecimentos de forma que suas aplicações sejam utilizados na execução de qualquer
empreendimento.
Conforme Formoso (2003), atualmente, no seguimento da construção civil não
pode-se deixar de lado o ato de planejar, pois ele assegura a continuidade da empresa no
mercado pela habilidade que os gestores ganham de dar respostas ágeis e precisas, a
problemas que possam ocorrer dentro e fora do canteiro de obras, tais como: fluxo de caixa
negativado, ausência de mão de obra especializada, atraso na entrega de insumos,
manutenção de máquinas ou equipamentos, dentre outros fatores determinantes para o início
ou termino de uma atividade crucial, para a entrega do empreendimento no prazo pré-
estabelecido.
Mas entre a definição já citada, a que mais se enquadra para a proposta deste trabalho
é a de Gutschow (1999), que conforme o autor o planejamento e gerenciamento “implicam em
organizar o canteiro de obra, dimensionar e administrar os recursos humanos, os materiais,
fornecer e gerir os equipamentos, estabelecer metas, identificar e agir sobre as causas dos
problemas que surgirão”. A execução de acordo com o planejado garante ao gerente ter
atividades em andamento estável, na execução de obras de construção civil, facilitando assim
as tomadas de decisões rápidas caso aja algum contra tempo na execução de atividades ou
etapas subsequentes.
De um modo geral a construção civil é uma cadeia de atividades que precisa ser bem
gerida e controlada afim de que possa chegar ao máximo de aproveitamento e economia de
insumos e mão de obra.
Mattos (2010) diz que, ao planejar uma obra, o gestor consegue ter um alto grau de
clareza do empreendimento, o que lhe permite ser mais ágil na condução das atividades em
andamento. A concepção do planejamento estabelece ao profissional a análise dos projetos,
métodos construtivos e a delegação das equipes frente as atividades que precisam ser
executadas, garantindo assim uma maior produtividade e segurança no capital administrado
ou de investimento.
Conforme Mattos (2010), o planejamento de uma obra é algo de difícil mensuração, o
mesmo deve abranger o empreendimento em toda sua totalidade, podendo ser de curta
duração ou de longa duração, portanto os níveis de planejamento devem ser realizados de
forma que possa prestar informações e orientações as equipes de gerência e produção. Por
isso deve-se contar com uma programação de serviços onde deverá estar inseridas as
atividades a serem executadas em um determinado período.
NÍVEIS DE PLANEJAMENTO

Pode-se concluir que planejamento é a definição de uma série de ações que garantem
as chances de consolidar algo no futuro que se deseja no presente.
No Planejamento e Controle da Produção (PCP), há três níveis hierárquicos de
planejamento (estratégico tático e operacional). A programação da produção é parte da última
etapa do PCP. Desenvolvida no nível operacional em função do planejamento formulado nos
níveis estratégico e tático.
Conforme Formoso (1999), em função da dificuldade típica de empreendimentos de
construção civil e dos diferentes tipos de processos, é necessário a divisão do planejamento
para um melhor controle da produção em diferentes níveis hierárquicos, como mostrado na
Figura 01.
 Estratégico: tem como função à definição dos objetivos do empreendimento, à parti
das características do empreendimento, envolvendo o estabelecimento de estratégias
para alcançar os resultados desejados pela empresa, tais como a definição do prazo da
obra, financiamentos para a implantação do empreendimento, parcerias, etc.
 Tático: envolve, principalmente, a escolha e aquisição dos recursos necessários para
atingir os resultados esperados do empreendimento (tais como escolha de materiais,
equipamentos, maquinas, mão de obra, etc.), e a correta elaboração de um plano para
a utilização dos recursos para execução do empreendimento.
 Operacional: tem como função principal o controle e à definição de forma detalhada
das atividades que precisam ser executadas, de acordo com o níveis de planejamentos
estratégicos e táticos e a definição dos recursos necessários para a execução das
mesmas.
Figura 01 – Fluxograma de níveis de planejamento.
Fonte: CECHINEL, (2005).

A empresa definindo seus objetivos e estratégias tornam-se necessário elaborar uma


estratégia de produção em sintonia com as das demais áreas da organização, para que estas
interajam e sejam alcançados os objetivos da empresa.
A partir do conhecimento e definição tanto dos critérios de desempenho, quanto das
políticas a serem adotadas pela empresa nas áreas de decisão do sistema produtivo, através
do planejamento e controle da produção são realizadas a coordenação e aplicação dos
recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível aos planos estabelecidos
em níveis estratégico, tático e operacional (TUBINO, 2000).

Tabela 01 – Níveis de planejamento


Fonte: CECHINEL (2005)

Planejamento de nível estratégico

Segundo Varalla (2003), no nível estratégico são definidas as políticas estratégicas de


longo prazo da organização, o PCP (Planejamento e Controle da Produção) participa da
formulação do planejamento estratégico da produção, que consiste em elaborar um plano de
produção para um período estabelecido (longo prazo). Conforme as estimativas de produção e
a disponibilidade de recursos financeiros e produtivos.
De acordo com Formoso (1999), o planejamento de longo prazo, lida com a
programação da obra com base em restrições financeiras ligadas ao fluxo de caixa do
empreendimento, contemplando todo o prazo de implantação da obra. Esse plano apresenta
os grandes serviços do empreendimento tendo como um de seus objetivos o de ditar os ritmos
de produção e os lotes das atividades para transferência ao de nível tático.
Guimarães Filho (2003), diz que o planejamento de longo prazo apresenta um grau de
detalhe menor que os outros níveis, devido à incerteza do ambiente produtivo. O plano de
produção é pouco detalhado, tendo como finalidade possibilitar a adequação dos recursos
produtivos à demanda esperada dos mesmos.
Portanto para Mattos (2010), o planejamento de nível estratégico (também conhecido
como plano mestre), tem como função a visualização geral das etapas da obra. É no
planejamento de longo prazo que devem ser indicados início e fim das etapas de grande
importância para o empreendimento, assim como podemos ver na

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