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A Constituição Federal de 1988 confere competência à União para instituir o Imposto

sobre Produtos Industrializados (IPI) e define algumas limitações, em seu artigo 153 § 3°,
algumas limitações características deste tributo. Dentre elas, pode-se apontar a não incidência
do IPI em mercadorias destinadas ao exterior e o impacto reduzido em bens de capital, na
forma da lei. Outra particularidade na passagem em questão é a seletividade, a qual garante
que quanto maior for a essencialidade do produto, menor será a carga tributária. Um clássico
exemplo deste artifício é o contraste da baixa alíquota presente nos produtos que compõem a
cesta básica com relação ao cigarro, o qual é alvo de um multiplicador da base de cálculo de
300%.
A Carta Magna, ainda no artigo 153, traz elenca outra característica de suma
importância do IPI, conhecida como não cumulatividade, a qual ajuda a diminuir o ônus
tributário do consumidor final, por meio do mecanismo de créditos a compensar. Este
artifício só se faz possível, pois a industrialização de um bem envolve inúmeras etapas e
processos até resultar na mercadoria acabada. Assim sendo, quando o contribuinte adquire
insumos para poder usar em sua fábrica, recolhe o valor do Imposto sobre o Produto
Industrializado, mas credita-se de igual valor. Em momento posterior, ao realizar a venda
do produto final, terá que recolher novamente o tributo, mas, será possível abater do
montante devido, aquele valor creditado pela compra de insumos.
Por fim, cumpre-se destacar que o mecanismo citado supra tem, como principal
objetivo, evitar a cobrança tributária excessiva do consumidor final, o que fundamenta o
caráter teleológico da apropriação dos créditos do IPI. Este artificio faz com que o
"efeito-cascata" não aconteça, ou seja, impede que o imposto atinja mais de uma vez a mesma
etapa do processo, de forma que seja onerado apenas o valor agregado pelo processo
industrial seja onerado.

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