O documento discute o ágio pago em aquisições societárias e as regras para sua amortização segundo o Regulamento do Imposto de Renda. Há divergência na doutrina sobre se a amortização dentro de uma mesma pessoa jurídica configura ato ilícito. A Receita Federal exige laudos que comprovem a fundamentação econômica do ágio para evitar sonegação fiscal.
O documento discute o ágio pago em aquisições societárias e as regras para sua amortização segundo o Regulamento do Imposto de Renda. Há divergência na doutrina sobre se a amortização dentro de uma mesma pessoa jurídica configura ato ilícito. A Receita Federal exige laudos que comprovem a fundamentação econômica do ágio para evitar sonegação fiscal.
O documento discute o ágio pago em aquisições societárias e as regras para sua amortização segundo o Regulamento do Imposto de Renda. Há divergência na doutrina sobre se a amortização dentro de uma mesma pessoa jurídica configura ato ilícito. A Receita Federal exige laudos que comprovem a fundamentação econômica do ágio para evitar sonegação fiscal.
A econômia tem como uma de suas principais engrenagens a existência de
sociedades empresárias, as quais buscam auferir rendimentos e capital através da
exploração da produção e de investimentos. Estes podem se apresentar de diversas formas, desde a aquisição de maquinários, equipamentos, terrenos, inclusive como participação em outras empresas. O último artifício citado pode apresentar ágio na transação, por isso, o Decreto 9580/18, conhecido como Regulamento do Imposto de Renda (RIR), apresenta dispositivos para aumentar o controle neste tipo de operação. O ágio na aquisição de participação societária em sociedade coligada ou controlada, caracterizada como investimento relevante sujeito à avaliação pelo valor de patrimônio líquido, pode ser entendido como a diferença a maior entre o valor dispendido na transação e aquele da avaliação patrimonial. Este tipo de mecanismo ocorre na contabilização pelo método da equivalência patrimonial e, segundo disposto no RIR, o lançamento do ágio deverá indicar sua fundamentação econômica. Esta última, por sua vez, justifica a aquisição com ágio em três cenários: diferença entre o custo registrado na contabilidade da empresa e o valor de mercado dos ativos da coligada ou controlada; previsão, a partir da estimativa de resulta- dos futuros, da rentabilidade da sociedade empresária alvo dos investimentos; participação em fundos de comércio, intangíveis e outras razões econômicas. A amortização para o ágio em operações em uma mesma Pessoa Jurídica não é assunto pacificado na doutrina. Uma parte dos doutrinadores defende que não há de se falar em operação ilícita, uma vez que existe disposição expressa sobre o tema na legislação tributária, deste modo, busca-se defender a segurança jurídica, a qual é suportada pelo princípio da legalidade. Outra parcela dos estudiosos pondera que se faz necessário avaliar as reais motivações que levaram a empresa efetuar os negócios. Esta perspectiva apoia-se na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil- Financeiro (conhecido como CPC 00), a qual prevê como um de seus fundamentos a ponderação da essência sobre a forma, ou seja, caso a amortização do ágio possua objetivo diverso daquele elencado pela legislação, tratar-se-ia de um ato ilícito. Para a administração tributária, busca-se analisar cada caso respeitando as disposição do CPC 00. Desta forma, alguns artifícios são utilizados para se certificar as reais intenções da Pessoa Jurídica, por exemplo, a exigência de que a diferença entre o custo da aquisição do investimento e o valor do patrimônio líquido - denominado mais-valia - seja aferida em laudo elaborado por terceiro e protocolado na Receita Federal do Brasil. Por último, a instância final de recursos administrativos tributários federais segue en- tendimento similar, exigindo-se que a fundamentação econômica do ágio pago seja formulado por laudo idôneo. Nota-se então que a Administração se pauta em suas decisões, de modo a observar os motivos precípuos das operações, a fim de combater a elusão fiscal.