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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB 

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS – CAMPUS I – SALVADOR


SEMESTRE: 2022.2
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS - BACHARELADO 
COMPONENTE CURRICULAR: CONTABILIDADE BÁSICA 
DOCENTE: CARLOS HENRIQUE DE MACEDO 
DISCENTE: FERNANDA DE JESUS B. DE ARAÚJO
DATA: 05/09/2022 

2 - Princípios Fundamentais de Contabilidade: conceito, importância e


aplicabilidade.

INTRODUÇÃO

A Contabilidade, por ser uma ciência social, portanto não exata, necessita de princípios
por meio dos quais sejam convencionados critérios uniformes de adoção obrigatória na sua
execução. Assim sendo, caso uma empresa adotasse o regime de competência e outra o
regime de caixa, seria impraticável a comparação de seus resultados nos períodos
considerados. Dessa forma, buscando, entre outras razões, uma maior padronização, o
Conselho Federal de Contabilidade fez publicar em 29 de dezembro de 1993, a Resolução 750
que identifica como sete os princípios contábeis, sendo eles: Entidade, Continuidade,
Oportunidade, Registro pelo Valor Original, da Atualização Monetária, da Competência e da
Prudência.
Os princípios funcionam como um padrão a ser seguido por todos os que se ocupam
da Contabilidade, pois possibilitam que as técnicas contábeis sejam desenvolvidas
uniformemente.
Os princípios são decorrentes da observância da aplicação das técnicas contábeis, da
prática contábil, e têm como objetivo tornar as informações contábeis divulgadas uniformes,
confiáveis e úteis para o público nelas interessado.

DESENVOLVIMENTO

Princípios de Contabilidade

Conceituação, amplitude e enumeração

Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas


à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico
e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de
ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

Art. 3º São Princípios de Contabilidade:

I) o da entidade;
II) o da continuidade;

III) o da oportunidade;

IV) o do registro pelo valor original;

V) o da atualização monetária; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10)

VI) o da competência;

VII) o da prudência.

I - Princípio da entidade

Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma


a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um
conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou
sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

O objeto da Contabilidade ou assunto do qual ela trata é o patrimônio. É preciso, porém,


delimitar-se o patrimônio que será objeto da orientação, do controle e do registro contábeis.
Em se tratando de sociedade, é necessário reconhecer diferenças entre o patrimônio dos
sócios e o da pessoa jurídica, pois esta e aqueles são sujeitos de direitos e obrigações legais
diferentes. Uma ação trabalhista, por exemplo, deve ser proposta pelo empregado contra a
pessoa jurídica empregadora, e não contra seus sócios, ainda que eles, por disposição
contratual, pratiquem atos em nome da pessoa jurídica. No caso da pessoa física que
desenvolve atividades comerciais, industriais, de produção rural etc., há necessidade da
segregação dos bens, direitos e obrigações afetados por essas atividades. A pessoa física que
utiliza parte de sua residência na exploração de atividade comercial, a rigor, deve manter
registros contábeis separados para o controle dos bens, direitos e obrigações vinculados à
atividade empresarial.

II - Princípio da continuidade

Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no


futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em
conta esta circunstância.

Nesse caso, nenhum empresário pode abrir uma empresa já pensando em extingui-la.

III - Princípio da oportunidade

Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos


componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
O princípio da oportunidade exige o registro de todas as variações sofridas pelo patrimônio da
entidade no momento em que elas ocorrerem, ainda que sejam considerados valores
estimados. Um exemplo é o registro da depreciação. O tempo de vida útil de um bem é
baseado numa hipótese mais ou menos fundamentada tecnicamente e dependente de
diversos fatores aleatórios. Apesar disso, a depreciação deve ser registrada quando há a perda
de valor do bem. Como é difícil determinar o valor exato dessa perda, os cálculos são feitos por
estimativas.

IV - Princípio do registro pelo valor original

Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do


patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressos em moeda nacional.

Exemplificando: Se compramos um carro por R$ 30.000,00, esse é o valor que deverá constar
no registro inicial na contabilidade, o chamado custo histórico.

V) o da atualização monetária;

Na nova redação dada à Resolução CFC nº 750/93, deixou de constar o princípio da atualização
monetária, revogado pela Resolução CFC nº 1.282/10. Na verdade a atualização monetária não
foi abolida pela resolução citada, já que passou a ser tratada, dentro do princípio do registro
pelo valor original (art. 7º, § 1º, II, “e”), como uma das espécies das variações do custo
histórico.

VI - Princípio da competência

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos
sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou
pagamento.

Conforme o princípio da competência, as receitas e despesas devem ser registradas no período


ao qual pertencem, ainda que não tenham sido recebidas ou pagas. Segundo esse raciocínio, a
receita de venda é realizada quando da efetiva entrega da mercadoria e a receita de serviço,
quando da sua efetiva prestação. Os valores recebidos antecipadamente, por conta da entrega
de mercadoria ou prestação futura de serviço, devem ser registrados no passivo exigível.

VII - Princípio da prudência


Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do
Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Exemplificando, o princípio abrange os procedimentos das provisões das perdas nos estoques,
nos investimentos, nos impairments, das férias, do 13º salário, devidamente comprometidos e
que afetarão ou afetaram o resultado da empresa.

A adoção de uma postura prudente na avaliação das hipóteses de incerteza é necessária para
se evitar a superavaliação de ativos e receitas, bem como a subavaliação de passivos e
despesas.

Penalidades

Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e
“e” do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, e, quando aplicável, ao Código
de Ética Profissional do Contabilista.

Os profissionais da área contábil são obrigados a adotar, em suas atividades, os conceitos


enunciados pela Resolução CFC nº 750/93, sob pena de multa e de suspensão do exercício
profissional (art. 11).

CONCLUSÃO

Os Princípios de Contabilidade configuram a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência


da Contabilidade, por meio da exigência de uniformidade, torna-se responsável por favorecer
o entendimento e execução do imenso universo científico e profissional contábil de nosso País.
Outrossim, para o profissional contábil, a cumprimento dos princípios significa prestigiar a
entidade reguladora de sua profissão, o Conselho Federal de Contabilidade, responsável por
baixar as Normas Brasileiras de Contabilidade.

REFERÊNCIAS

CARDOSO, Julio. Princípios de Contabilidade. Disponível em:


https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2018/10/02083310/Princ%C3%ADpios-de-
Contabilidade.pdf. Acesso em: 4 set. 2022.

FERRIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. Disponível em:


https://atualizacoes.editoraferreira.com.br/admin/uploads/arquivos/
atualizacao_19principios_r_1282.pdf. Acesso em: 4 set. 2022.
CARVALHO, Anivaldo. Capítulo 8 – Princípios Contábeis e Normais Contábeis. Disponível em:
https://d24kgseos9bn1o.cloudfront.net/editorajuspodivm/arquivos/capitulo_amostra_manual
_exame_suficiencia_cfc.pdf. Acesso em: 4 set. 2022.

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