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UAIVERRDADE MEIOUISTA DE ANGOLA FACULDADE DE DIREITO HISTORIA DO PENSAMENTO JURIDICO Filipe Sérgio Gomes Adolfo Venceslau Pascoal © DIREITO PRIMITIVO OHOMEM E A SOCIEDADE © homem sempre viveu em socledade. Portanto, é um ser com forle fendéncia natural de viver em comunidade, desde os tempos mals remotes “gue 9 homem. par malo de fami, tbo alé « sociedade iusira que nascev paral conviver € se relacionor com os outros homens. Daf que viver com os ‘ouiros [conviver) 6 0 seU desiino, a que nde pade fugirsob pena de dear de ser homem, Assuminco @ notureza social do homem, consequentemente tamos que Cconvir que o homem necesiia de normas pora se relecionar com © #60 semelhante, Neste Gmbiio, cssumem 2 particular importncia es nomas Juricicas, come normas de condula social © DIRETO PRIMITIVO J6 eclvertiom os romanos que UbI he c a lub home, ibis tus, slo é, onde h6 homem ha sociedatle, como vimos noo podemes conceber um estado pré-sociol em que os homens viveriam Isotados dos outros com fins exciusivamente egoistices e onde hé secledace hé regras, desde loge regras juridicos. Forlonte, onde hé homens hei cirsito. © surgimento do dtelto confunde-se, com o surgimento das primeicas comunidades humanes. Trata se Go dirello primitive que pode ser coracterizado da seguinte formar ©) Sacralcade / Religiosicade ov Mistictsmo © Disito Primitivo € um direito fundacio na ideia de dlvindade ov nes poderes dos seres sobrenciurals que habitavam o mundo. Para os pprimetros poves as normnas [urieices finharn umn funclamente sobrenatural b) Tipe consuetudingtto: Arprimetra nerma de condula social é 0 costume, Com efetto, © direito erimitive traduz'se num conjunto de acios consicnles e generolzados, considerados pelo gripe come. sence juricaments obrisatérios. Importa referr que apesar de nao exist um aparetho centralizado, a vigenc’a do costume primitive ora curfosamente assegurada pala tribo, Dentre as varies consequéncla para quem destespeliasse os regtas, ftames 0 facto de ser banio do grupo e come consequéncia, ficava sem nenhum tipe de proteceso Juridica, come também poderia ser morto sem qualyuer consequéncie juridica pora quem cometesse homicidio. Ao bande negave - se a Agua # 0 fogo, pols nds poidia manter contacie com oarupe. ‘Avinganga como primeita sangéio Condutas permits © oviras que eram proibicas, sotfiam uma sangdo verdeideromente juridica 3 exist. Trata- se de uma sancée que nis zor: uma vez que, aiém da sangée pode ser opfcada néo 15.00 euler do a cua familie, Oo hovia qualquer propercionaiidade enire a sangae spiced en dane cauisndtn nots de pensamento juidico to piimiive desde a existéncia das primeras comunidades humanes, ndo hé ainda nessa fase, cexisténcie de uma Clone clo inte neonate Pensomenio especiicamente juridico, AVINGANCA Tendo irico nos tempos primitives, nas gens de humaridade, o pertodo da vinganga prolonga ~ s6 até o 960. XVI Nor socir = Estado, por conseguints, n6o havia diteito material ém rigoroso sentido aeee ee ceeceeeue a nemeneen, MMbuinels @ UO {ustiga institucionalzade tal como a conhécemos hije. Na denominacin face an vs FeccgG0 da vilmc, dos seus parentas @ até mesmo do grupo soctal bo) ~erAn ntenser, come todo fella de proporeionaidade) norevide 9s0u gupo. A inexisténcia de um ft A agiessne, Ram nnnes ee vinganga privada constitul - se a mais frequente foma de punigde, cizptede pelos poves primitives. ‘A.aplcagao dajustica privada nessa fase do comunisme primitive nem sequer consiitula uma terete complexe dilell Desconhecida a propriedade indiviclual clos ens matericis, os contradigdes graves eam reduzidas © Unitodias a cerios tipos de comportamentos. Falla grave era sempre a ofensa es inleresses gerais da coleclivklade gos bens comuns, a morte de um parente, ete. Nesses casos, 0 culpace pod ser punido com @ expulsdo (quase sempre desonrosa} do grupo e, por vezes com a pena de morte. & expulsGo era, naquelas recuadas fempos, Uma pena severa por debar © culpaco sociaimente desprotegid, A vinganea privada offmou—se, centudo, come uma forma habitual de’ reacedes &s ofensas recebidlas. Dal que para muitos a vinganga privada ere: um dlreito pore ai vitima. E era Um dever para com as seus, que nenhum membro dai fanfic, sobrstude os seus porentes préximos podiicm furtar— se. Pormals rudiment @ brufal que ela fosse, a vinganga privada constitula uma _garania suméria dle manutencao do ordam, nasrelacées entre clés, porque, sabendo que a morte era vingadia, toda a gente se abstinha de a cometer. PENSAMENTO JURIDICO GREGO © JUSNATURALISMO COSMOLOGICO, © jusnaturatsmo cosmoiégico foi a dovlrina do direito natural que coracierizay a antiguidacte crego—latina, fundada na idela de que or dreites, alurais comasponciam & dindmica do présrio universo, refiectindo as eis temas ¢ imuldivets que regem o funcionamento co cosmos: antes mesmo do. surgimento ota flosofia nos moides conhecido pelo acidente, jase afrmevern vyrgnt = clveria conrencdes sobre o significado do justo. Desde a Grécio anierior durante © periods cosmoligico, jé se admitia ume justiga natural emoncda da order césmica, marcanca inciernninhifwte ant Nesle momento indmeros pensadores se propuserom a S-—intor mae maine de justize, com fundamento tals como: 0 valor supreme da comunidades, a Iguaidade, a seguranga, 0 Ideia de refiibuigto, 0 valor da lel natural, @ eftcia de nore mc Ini O daeanvolimento do persamania jusngturalsia se procena ao Lume Istetsinrin fen) tae clanislvns conmibulghes humanistas socrétlcas, do Ideaismo plaignico © do realksmo arstoléico. Na Grécia iniciou ~ se a expaculagde flosiiicg sohie oe furtamantne on direilo e do Estadlo, iso &, das leis que regulavam @ pols. Porn os cregos, dello vigente tinha como fundamento o diielio natural, entendido esie, como aquele direlio que rodicava no cosmos, enquenio natureza odenadora. Hé aqui, portanta, um dualismo, 0 Diretfo natural e © Dirsito Postive. © direlto postive ~ 6 0 dlrito vigente em dada comunidade, rum cerlo niger Slavia ria &paed para époce e dé lugar para lugar. 16 63 ptincipios do dirt natura! so universois @ imutivels, 0 primero ndo sé consltuic fundamento que legilima o seq0ndo. como 60 Gritérin nie qual se pode afer a [ustiga @ a razoablidacte de segundo, Contudo, a tespasta dos soistas ¢ diferente, na medida em que concebem 6 clreito do estadc, como um meio para salistazer 0 interesse de certos Typos. PLATAO Platdio, & sobretudo conhecide como fllosofo: tocla gente se recordc, por certo dos suas concepeSes genial sobre as idelas puras ou abskractos, clegoria da caverna 6 « deleso do imoaidade da alma. Porém, poucos conhecerto © pensamenic [uridico de Plaide ne dominio co Dirello, Todovie, 9 seu conifibuto ne & menor, nem menos original, no campo da reflexSo juicica do que no terreno da reflextio flos6fica, | eRepUbicap @ 40s Lels, as duas moicras obxas juriiica - police de Platéo, pretendem por isso, © momento verdadekremente real ¢ éntico do direito © do Estado, néio nos formes contingents ¢ hisléricas de mundo sensivel{areito| psitivo), mas nc sua esséncla que a elas presidem (cireito natural). & nha condutora de loda a sua accto pessoal e social, é « idela de bem, que esla acima de todas aso oulras ideas. Faldo ndo admits uma seporactio esencial entre 0 dello © o Estado, surgidas do facto de que ninguém se basta a si préprio na satisfactio das suas necessidades, sendo. ot homens ‘otxigados a vivarem em corjunto, para se ojudarem mutuamente. Dieito & Estado sto, portanto, uma expresso das condicées necessérias para 0 individue humano atingirc perfeicao morale realizar o seu verdlaclero destino queéabem, Para esta insigne autor, o Estado & um Incividuuo em escala grande, @ como al consiiuldo por rs estratos ov classes fundamentals: ® Os sdbios, que governam a cidade representando a raz; > Os guerretos, que defendem e protegem a cidade (coragem): > Os agicuitores, crtesties © comerciantes, os que nulrem a cidade (lemperangay, Flatae clstingue tanto ne Individue como ne Estado, ¢ justo por natureza ou Jel natural, que & conferme & nalureza social e racional do hemem, @ 0 juslo Por lel Ov airetto postive, urna ctiagdo do homem cue $6 tem valdede enquanto participa no lef natural. A jusiiga para Plate seréo equilbrio enire 8 aiferentes esiratos que o compem. & portanto, uma reiacae harménica nite os irés estratos que conslituem a.pols, ito 6, cada um fazseu deversem Interferr no dos outos. 4 justice & a devida proporcto em que cada um des fesitcios |subies, guemeitas © aaricultores, arlesGos e comercianies} deve conlibur para © bem comum 6 a harmenia do todo, fazendo cada qual ‘@penas agulio que Ihe compete fazer. OBstado) ‘para Platéo dé nos porlss0 0 tigo racional mai perfelio de Estado totalltéio, dle modelo aristocrético, do tico © espariano: 0 incividuo s6 existe © vive para, © Blecio: néo ha dieilo da pessoa humanc fora do Estado. A grande missdo do Estado € educar os cleladdes pora o bem @ para o verdodelro conhecimento pela rare. Epara evitar a desarmonia @ 0 dissicio oni 0s homens com preciorinio de qualsquer inferesses parficulares sobre o comum, fades cldadaos (Incuindo mulheres) deverdo receber a mesma edueagiio, Porque que para Plaldo a socledade de sou fempo ndo ¢ justa® Porque para ele, cada cidade encera em si mesma apele menos duas cidades, Inimigas ume da outrar a dos rices e a dos pores». Contrariamente & «republican nas dels, Flalbo reconhece que 0 Estado iat qual existe, 6.0 methor clos Estactos passivets, onde procuram combinar duma Forma harmonlosa, of principles de auterdade © de liberdade e cefendem ‘que 0 poder deixe de pertencer o uma aristocracia de nascimento e passe ora as m&os de funcionérics soles do povo e pot ele elelito, Embora rediceimente antidemocrétice no infeio, nds leis Platao reconhece-qve num mundo de impericicéo, de perveréo e de cidacles mas, se conseguir scipinar — se @ ndio cai na anarqulc que é mae da guerra civile da franic, @.democrocia & de longe 0 menos mau de todos os sistemas palificos. Sendo Giliberdade.o bem supreme da cidade democriica. Enecesséric que opove: escolha bem os deleniores do poder publico e nao dere aue ¢ aristocracic: (govemo de procietéiio bem-nascides) do service, s¢ transforma em écacoeracia de ambigdon! ARISTOTELES Aiistoteles no 6 Kdscliste como Flatéo, mas um recista; nao sonha com projectos uispices, descreve que existe ® procura aparizicaa-lose, mesmo quando emite uma opiniae sobre a melhor fora de governo, sabe distingulr cholo de bom senso entre o que seria fecricamente preferivel eo que é "Caco sista politi -edministativa, bseado pun Plitdo, nam gest0 do bem pubic cambio pss praticamenis melhor. © Estado 6 pana aristételes, uma sociedade autérquica 6 autonome de seres iguais, cujo objective 6 alcangcr a lelicidade, Concercia com Palle, que para 0 Estado conseguir realizar plenamente 0 seu ‘erdadeto objective, que é clcangar bem comum, tanto a pobreza extrema como a rigueza desmedida davem ser eviados. Embora elista quanto o maitre, Arsidleles ndo defende um fstado Idec, pelo que advoga o atibuigho da maior parte dos delios t closse mécia. Considerando que & esséncie do homem, cquilo que o distingue dos outros seres € a azo, que coresponde sempre a uma aciividade determinada por um fim ¢ que Gonsiste em o homem buscar a fefcidede, na sua auloreaizagae pelo persamento, na vida intelectual e teorética. A JUSTIGA EM ARISTOTELES Para Atlstételes o homem & um animal poitico por exceléncia. Por isso, 0 flgsofo « icieta platénica de justice come reiagae: no entanto, dé ine uma: nola peculcr, ¢justiga @ uma relagde sim, mas umarrelaicSa entre os homens. Controrlamente a Plato, 6 justia pressupde interagao com outo, isto 6 & lleresidade nas relagdes socials, o homem deverd agi sem [ustamente, sem exiremes, sem ite € nen célera, ras com senso com Temperance, Pora Aristételes, hé essenciaimente dois tipos de justice: A JUSTICA DISTRIBUTIVA - que preside a distibuigdo ou reparticao dos prémics, honras Sens pelos inlviduues em funcao dos s5us mévitos. a justiga tipica dos relagées de supra ¢ infra ordenage, ou seja, das relagées de subordinagae, cardcletisice do direito pUbIco. Assim haveré justiga dsibutva se aquio que cada um receber, for proporcional aos seus méstios. A USTICA COMUTATVA- que presicle as relages entre os particulares em qué hé proporcionaldade se veriica ene 0 que se fresta 20 cue se recebe. deia central nas relagdes dle trocas © dos conirales, coracteristicas dreito privado. Para ArsiSieles, haverd justica comytativa, ov sinalagmatica se exstir uma gropercionaidade entre aquilo que se dé @ © que se recebe. significa que deve haver uma equivaléncia entre os prestagoes, é a chamada justiga na proporeéo wisletalica, A.concepsae atistatéiica dajustica como igualdade ou proporcionaidade & ‘até aos dis de hoje nota ineiscutivel nas modernas teorias da jusiga. © PENSAMENTO JURIDICO ROMANO A cléncia Juridica nasce ern Roma, gracas a existéncia de fontes de Diralta, ue petmitram estabelecer uma seporagto clara enire 0 Dirsito © a Moral. © pensamento juridico de Rema distingue-se claramente do pensamenio Juridico Grego. O préprio simbolo Romane IUS ¢ dat IUSTITA nao suscita duvida, QUADRO COMPARATIVO SMBOLOGIA GREGA_DO DIRETO “SIMBOIOGIA ROMANA BO DIRETO: T*DEUSA GREGA DIKE (Fo Ge ZEU @ de |” DEUSA TUSTITA THEN) (OLNOS “ABERTO- Eppacvlogbes, sober| O1HOS VEBABOPridEscia, equi cestato entre o abskacto e 0 concrete POSUIR ESPADA: Connecer © Disils|NAG POSSUIR SPADA: Guondo Fé 6) pressupte execuléus Delt. mais importante do que} lexecutale NOS DIAS DE HOUE ‘CUROS VENDABOS BALANGA ERADA > NGS vé Gi conifer ov Gé]> Buca damedida |» Posbiidads confituantes excta que ecuittrea | dovsoda 2 Somente conhece aquilb que] relacao ferga pora Tor rorido o0s autos exeeulare + Prudéncia:retiectr o tempo ecko, suficientes para decicir Denominacios per pansamento voltado pare acco {Acifo) de que deriva © Diteito os urisconsulios Romanes ndio se dedicaram arefiexbes floséiicas, or Isso néio se preccupcram com teers gerals, o seu modo de pensar era comisico. Apesar de que née dekaram de softer por vezesiniivencia, profunda da pensamento Grego. Bx 9 Faloicismo: 6 uma escola de flosofia, Helentstica fundada em Atenas por Zeutio de Cito no inicio de século a. les ersinavam que toda 0 universo é govemado por urn logo alvine. A ama e316 Identificada com este principio divino como parte de um tedo ae qual perience. Este logo ordena lodas as coisas € ludo surge pari dele € de coro com ele gragas a ele o mundo & um cosmo. Este estolcisme est Presenie na concepgac de Direlto Natural fundamental ético, que reconhece @ liberdade © @ iguakdade dos Homers. cirefio que naquela época, se cansiderava utépico, mas nao deixou de humanizar e merattzar © formatisia, igoroso e por vezes duro lus Romanum dos Quifies? J4 pensatiam nas figuras dos contrates, cdo Bonus Puter familia, Gestdo de Nagécio. No entanfo a Romana née ignotou a concepsie Atstotéica de direito otural que vemos em ULPIANUS: & aquela {airelte) que a natureza ensinc a todos 05 animais pois este dirello ndo € pecufar de género humane, mas ‘comum a todos 95 animals que nascem na ferra cu no mare também as aves Determinada e separar ojusto do injusto este ere a actividade do juisconsuto. Através da interpretative, crioramse nove normas, principios © insitutes juridico. Que comprimirar co Ws chiles a dindmica que 0 progresso prociamava eo leglstodor ndo salistazia: ‘A tuta pela propriedade integrou a esséncia de vide dos Romanos, muito articularmente no estrato superior da pirémide social, @ pelos longos séculos do Impéiic, permanecey como instrumento de disputa de poder. A propredade em Roma deteve essencial importncia e occupa signiicativamente posigto cingia. A propriedad= foi a padradefoque no us Romanum. Pora melhor ‘compreendetmos a evolugdo do lus Romanum os estudosos dvicram par és {ases. Porque a civilzagaie durou treze s6culos [753 a.C- 565 .C.). Segundo tal citério, se aistinguem os seuintes 6pocas Histérioas: ues anes” ro onan oie daca chados da | TSARCAICA (7534.0, - 10.0.0.) PCLSSICA 11900.C.0. 2304.0) 3 POS-CLASSICA (7304.C 9 530.¢4.C.) 4 EFOCA JUSTINIANIA (590 4.6. 0 $650.C) LIEPOCA ARCAICA Esle petiode teve camo marco iniclel ¢ supost: fundagéo da URBS, no ano de 753.a.C. e conhecey oseu fermo no ane de 120 a.C. alguns autores como Juan Clemente Zaumera, defenceu que nesia stapa c estrutura potiica de Roma 6 tipo de CIDADE-ESTADO idéntica a GREGA. Nesta tase © O'eito coracteriou-se pela sua imprecisdc, onde o relgioso se une com 0 juridico & 9 moral. Por conseguinis, © Direlio era embebido de notnas de origern ov Igoefo religiosa, Ex alé cos finals co s&culo Vs6 0 pontice podia ser Justa. $6 no vier deste: século que 6s sales loiacs também alcangaram esta qualedade, ‘Alenia ostos consideragses, tem-se subdividide 0 Drelto em dugs etapes: 1A do US CIVLE BXCLUSIVO 2A dows GENTIUNM TUS CIVRE Desde ja, inicie com a referida fundagdo URBS © val até ae ano 242. Nesta etapa, o [US Romanum apresentaverse encenado em tomo des intereses da um grupe ds pessoas, Ou seja, estava crcunsctito aos cidadides Romenos, ccives (os Pathicios © constituiam © Populus Romano) exclvindo assim os nom clves, ov melhor os estrangeiros finiciomente chomacies de Hoslis, Posterionmente peregtinil Subjocente aisso, se ntsgta neste petiodo a pulbicagio da fel dos XIITABUAS. Enire 0s anos 450 ~ 449 a.C. Marco ceterminanie ne Histéria do Drsito Roman. Pols peta I* vez as Lets passaram a ser escritas exp: AS LEIS DA XII TABUAS. ~A primi € a mais signficava fol a que discipiinova 0 poder do PATER, € 0 seu exercicio. - De grande relevo foi a nomagae das relagdes de vizinhanga, as services redials ¢ os acedes pare a defesa do proprledade, = A mals importante noma de Dielto Privado posiivada para o futuro desenvolvinento do (US ROMANUM foi @ dlscipina Jufaico das obtigagdes, {ossim a objigation} cletca de ser iratada como uma figaedo material elective €enire a partes, pasando a ser um vinculo, Idea}, fcticio entre o credor @ 0 deveder, A Lel ds XilTabuas abarcava normas do Direlto Pblico Privado © do Direlto Processval ‘ ETAPA WUS GENTUM Porsva ver, « segunda época arcaica fixa-se entre ano de 2420.0 1304.C. Nesta etapa verificov-se um olargamento do cirsito romano, os relagbes de catlz privada enire os Cives @ Feregrinus. Consequentemente, cxloramse regres que visavam acompanhor © desenvolvimento prodigiose da cidade de Roma, Pora atender a certas necessicacies fol cada © 282 a.C a figure raster perigfnus. Era um magistrado com poder para resolver discérdios surgicas tambem entre os estrangetos, sem desprimor ds coniravérsias gue opunham aqueles contra os ci. 1.2, €p0ca Classica Teve lugar entre os anos 120 &.C 230 dic, ficou conhecidlo como © period douracio do desensevolvimento do Direlto Romane, Nola, © Direito eo Ciencia Juridica Romane estreitaram muluamente oslagos, © que peritiu atingk o mals alto grau de pereigco. Coube entdo aos Jurisconsullos cléssicos edaptar os textos legais &s muciancos do Disreita Vivo Por Via clo méiado casuistice. Partia-se do caso concrelo para encontrorem asolugao justa, obom equitailve, Com o efelto tiveram o tatento de transtormerem origido lus civle num sistoma: DpiGlico, llexivel © caper de ser converliio no dreile comum ce um Inperto Plurinascional, © ofdenarente [urdice romano repousava em ités nivels delimitados: Chagao— leaislador Inlerpestagde.. prudente Aplicagdo -» magistrade 13. época pés-cléssica, Sllua-se entre anos 230 4.C. © 530 4.C. onde 0 Direilo comega a entrentar dificuldades para se firmar, pols a situagdo poiltica e econémica do impgto detetcravarse (enirova em decadéncig). Assim, entre 200 © 395 d.C (paricularmente com i motte do Alexandre Severo em 285 d.C. 0 império romano fica a beira da ruing}, fol atingide pela confustic de terminclogia, de _conceites, de inslluigbes © de textos. ‘Além disso, cumpre-nos satlentar que fol nesta Spoca em que o Imperader Tecdlésio civciy tentteriol e cefintivamente 9 império Romano em parcelas. Esle evento dev azo co surgimento dicolémico co ditetio em Diretto do Ocidenie @ Direito do Oriente, marcam a declinio da unicidace do diretlo romano. 1.4, fpoca Justiniansia Assim s8 diz perlode histérico compreencido entre 520 © 585 4.C. A t6nica Geste periodo & posta com a sublela ao frono, em Canstantinopia, de Justiniano (527 4.C}, que dev inicio o urna ampla obra milar @ tegisictiva, Foi precisamente no reinado de Justiniano que se fizeram as compiingdes des textos juricicos (lols compiiagSes foram suportadas pelos escrites de renomades Justas eléssicos, tals como Galo, Upiano, Florentine, Paulo, 6 ora cifor ciguns}, assim como se procedeu as actualizagdes de numerscs texlos dle dito romono, Em resultado deste magno e subime trebalho surgiy » » Q.CORBUS US civis, composto pelo Codex | substiiuiy 0 cdcigo Teodoslano de 488 @ era uma reunite de todos as constituiges imperlals edilaces desde o govere do Imparacior Actiano}, Digesto { complactes de extrates ce livros de jursconsutes cla épocai cidssica, era no fundo a obra mais acabada do céclgo, e que apresentou malcr cificuiclacte na sua elaborag&o |, insftutes [ conde expostas as nogdes geras, dlefinigées © classiicagées| © das novellal | conslituigoes promulgadas depos! do-ane 535 por Justinano; reforma do Diretto cla Forniic © das Sucessdes J. Emsuma, esta condensada obra revela a fase conclusiva do dreite romana, ‘0 que expiica a sua preservagée alé aos dias que corer. O Corpus us Cle represenia_umo revolugdo juridica levada a cabo segundo cénones clenificos, pois organizou ve forma conveniente esob um esquama exgénico ‘9 que Ihe fomou na base do medemo Dito Civel, FONIES DO DIRENTO ROMANO Pora uma meiner compreensio, convié contexiveltor as fontes do direito Romano, peice que segue abbaixo: ‘As Fontes do Diretlo em andiise obedecem a urne tripks periodzagao: 1. Diteito romano contigo: apresentava coma fontes o costume (costumes dos Clas @ tribes, depois ossociouse o costumes do cidade cle Roma}: a lel | plebiscitos @ a lei dos XI Tabbuas).? Tl. Direito Romano Ciéssica: constituram fontes o costume, a lel (lege; senatus consulta, erm decries exaracios pelo Senado, ou ainde: ‘eram 05 textos redigides por aquete: @ constituigOes Imperlas], os altos dos magistrados @ a Jursprudiénctas? ii, Direito Romano Pés-Ciéssico: unicamente consfituram fontes as Constilvigées imperiais. Estas deram azo co Codex Gregorlanus & Codex Hermogeniano: ao Codex Thecdesiane € por fim ao Corpus lus Civ, 1. Sapetctnr arsenic snd vl oy dee etn wn con linet kg ‘bout ape opus va cute nerds vaca pare vanes cra scene Esomconts uso casatsetvontinaniuie ene scrsoe co gineade en ounaiga fo {vologo. sare qr meee econ sian a oboe, sapmimoc se earetenae ects emer 2. ‘Miouttocn cratensesresoraeonranensare onus paldarpu hati ce Vow PENSAMENTO JURIDICO BEDIAVAL (0 JUSNATURALISMO TEOLOGICO CRISTAO: SANTO AGOSTINHO ESAO TOMAS: DEAGUINO Chomase de Idade médic © petiode compreendido entre a queda do Império romano do Ocidente em 476 d.C. @ a tomada de Consiantinopia patos tuicos em 1453. ‘A era medieval fol facunda em crlagses antsticas, maditaroes floséficas 6 realzagdes juridice -potiicas de profundo slgnificade pare a histéria. da chitzagée: Ore, depos da queda da Roma imperial ocidental o crise se Instalou, Fellectindo-s8 na perca da sve cultura juridica com a falta cle Universidade, 8 fenBmenas vulgatisicos olades fomaramse dominantes, ov seja, vulgarizagae do drelio evolulu © serenamente sem oposieao. Eniretanto, 1070 devse um facto exircorcindtio com a fundacae da Univeridade de Rolonha [escola dos Giosadores langou alicerces da modema cléncis do Direlto. Gragas ao superior Magisiério de Inéiio @ os sou lscipuios os quatro doutores, Bligore, Marlinho, Huge © Jacebo). linétio pes os seus conhecimentos de Gramética © Retérica co sevigo do Megisiéfio, estudonde ¢ comentando 0 Corpus lus Cis. ‘Glosat so pequenos comentérios que feitos em tomo do sentido de multas polawas 2 desclbs a roto das notmes (dal derive © neme de escola}. As reguice iris definicSes que enuncian de forma breve princfoios ov dogmas jufdices fundamentals. (Os casos consistiam numa coleténea de cases coneretes solucionadares com © cull do compus its cvils e dos glosas. A Bolonha alia discenies dos vérios paises europeus, formende nagées de estudentes, Uma ver obfide 0 gfeu de formagao em Direito Romano © Conénico regresavam pera as suas felfas com um direilo supstion aos rudimentares direfios dos nacionais e locuis. O imperaiisme ia cedendo & iéncia do direito de matriz Romana- Canérica e aplicagto daquele dirsito os diverss tribunals, © assim se naclonaliza 0 dirello comum europeu, dsseminando-se depois para os pates dos diversos continentes, incivinde o América Letina, “ ‘Ao mesmo tempo, © vetho Corpus luris Civils fol sstemattzado em ciferentes paras @ dna tase dle esgatamento, Actiso reuriy cerca de 96.000 glosas. uma colectinea que vilam ser denominado por Magna Glosa ou Gloss do Acts, que até co século XVIl fol apicade come direito subsidlério nos ‘fbunats portugueses, © pensamento Juridice Medievat A pesar da impertancia de dteilo romano, com @ queda do império romano do ocidente no ano 474 até oséculo Xi, pensamentojuriice romano ontrou fem decadancia. Duranie este periodo, a preporagae des jurstas era feita por meio do estudio da retérica & dos fomulérios dos rotérlos. Eniretanto, em 1070 deu ~ se um facie extraorclinario, com ai fundagdo da Universidade de Bolonha. © Cramatista IRNERIO encontrou um exemplar do geste co veino corpus tuts elvis, @ compilagGo que o imperadier romano JUSTINIANO mandou elaborar entre 528 © 534, O conus luis civils, era ‘constituide da seguite forma: 0} © Cédigo, que era ume compllacto ces consluiczes impericis ern 12 ‘vros: 1b} 0 Digesto, compilagde clas epiniées cos jurfsconsuiles, em 50 los; ‘¢] As insftutas, clue era um compéndio destinado ao ensino nas escokas: 4G] Novelos, so constituigées posteriores & compilagdo justiions, com dasloques pata a compiagao das Authenticum, feita por IRNERIO. SANTO AGOSTINO 350-430 DC Santo Agostinho fot muito influenciado per Platao. Depeis de Sée Pavio, Santo ‘Agostinho fol ¢ verdadetro reelaborader dovtrinario de crstianismo, através do pensamento grego © helenisiico: o verdadero definidor da teologia catdica ¢ 0 piimeto pensader poffico da igreja. £0 mater jusiiosofo doigreia Gié ac sécule Xie toda a Filosofia crsia de drsito e do Estado até & dade: média foi por ele insorada. © principio de jusliga reside segundo Sarie Agostinho, ne voniade divin & justo € 0 que Deus quer porque 0 quer, a justice exprime-se assin num complexo cle preceitos @ imperatives emanadas de Deus. que homem deve observer pora merecer a salvacdo etema. Sante Agostinho destingue és tipo de lei hierarquicarente esteuturacias: B Gi} Aleleferna, que surge coneaxa ca com @ideia de creatioexribilo, dvina porquanto referida @ Deus como sua razic Imutavel (poraue exercida sem condigSes femperals para a sua execugao) ¢ universal [porque send imutdvel ¢ cbscluta, pertetta, infalval, infinitamente boa ce justa, a tudo exdenal: é expresso da vontade de Deus. Lel eter & cognesclve airavés da lei natural, masincompreensivel pora © homem: CG tdel elernc, em quanto vontade de Deus, presereve a conservagao 6a erdem natural © proibi a sua pertubapdon a fonte intima da let humana, per intermediagde da iei natal b) A lal natural, como reflexo da lei etema, & a transcrig&io da vontade dina de ceracéo do homem. A lei natural é imutével, permanentemente € universal camo allel etemaie serve de inspiracao ‘2 el humona ou pestiva, A jel natural é 0 elemento intermédio entre © lel efeina ¢ a lel postva de ciiag’e humans. ¢} A Lei humana ou postive & uma ctiago do homem, que como conjunto de normas, serve care regular as relagoes “inter homines". Contariamente 8 lols eteme © noturol, a lei postiva & por esxéncia mutaval, ternperal € imperelta: sujatia a desvio e Incoregao, que detivam directemente das imperfelcées © da pobreza de espttio humenas. Encontra a sua time fundamentagao na jel eterna, através de medlacée dat lel rectural, E de nofar que para Santo Agestinho, 56 (ma lel positive inspired na lel etema, considerada paradigma da isi Aetiral, consifuy ~se— 210 verdadelo Uieilo. Ouira nota de reckze ne: ovirina jurcico - politica agestiniana & que a Estado ficou lesvalorizade perainie © Igreja @ fio como mero Instrumente des filhos specials desta ser verdadeira cignicade antotigica, embora como meio co servigo de paz, fosse também criade © querido por Dews. Deste Teoria do dielto © do Estado de Santo Agosfinhe, decorem, portante, cuas intersretagdes: de um lado, 0 dreiic & visto come fundamentagae teévica da primazia de igreja sobre o Estado, j6 que @ igteja depositelasna histeia, cas verdacies © principlos do oristtan'sro 6 bnica socieciacia perielta e superior que deve der morciments, forma do Estado, E do outro Iedo @ minimizagdo de papel do Estado em relag80 & Igreja ciiundo a convicgGo que esia € apenas um Instrumento essenciea! para © plano divino, quando deveria ser visto ‘come condigde necessGtla para c realzazée neste mundo, do reno temo de Deus, Porque na verdade sem © pecade eriginal, 0 Estado nistria no mesma como candice de vide des homens em comum, ccriode @ queride por Deus. 16 Em matéria de direfio ¢ Estado, portanto, o pensamento co Sanio Agostinho representa 0 ponto, mats clo dla crstianizagao do helenismo, SAO TOMAS DE AQUINO As conviegées floséticos © pollicas de Sac Tomés de Aquino s6e fortemente condicionaicos pela sua cancepeao cris, teocsnitica, co mundo ede vida. Como também pela asimiagdo © “cisliarizagao" da filosctia aristolétes, ‘asim come pelos etementas da nova sitvacdo histérica, émica, social e police, que caracterizom a escoléstica nos sculos Xile Xi. Para melhor ‘compreender sue doulrina de fel convém enquadrar S60 Tomés no espace ne tempo, considerande algumas da importantes condicionantes histéricas © cultural do seu pensamento, Em consequéncia da evolugéo histéxica, cultural e social de encontra ents a cultura béroore © © crisfianismo, que agora rivatza - so com © olme recioroco, a partir de meadios dos séculos X d.C, surgem em maiérias politicos duos doutrinas polticas que permanentemente se confrontam: em matérias temporais, 05 ponifices-defendem a "teccracia papat" ov “curiatsmo" © pretender, como representantes clrecto de Deus, ler a plenitude do poder inclusive sobre © Estado, E per sua vez os principes advegam "io airetto divine dos 88", ao pretender ser os representantes de Devs na tera com uma Interferéncie cada ver, marcoda na gestae da Igreja. Ora tanto a igrea como Eslado consicieram ~se herdelros e continuadores da icele romana de Lriveisal, Eds Ivias entre os clois poderes temas que por um lado, a realeza fol procurande a intervr, cada vez mois absorventemente, nos ossunios ‘eclesiéstices, fendendo para um "cesaro papisme", Enquanto © papa ne sua Iuta pola libertagdo da igrsia em lose de poder civil, née tarciou em arrogar = 30 0 dello de excomungar © rels @ Imperadores, anulando os deveres de Fideldede dos stibdiios pera com ele, arvorando ~ se em tnico juiz dos condigées de legiimiclade de Icdos os soberanes temporais ("teocracia papel” ou “curtaisme") A iberdacle consisle em S80 Tomés de Aquine «ne posibidade deo homem ‘escolher entre inumeros valores que se apresentam como aptos d realizagao de um bem. ito 0 Ibercade 6 1a capacidade de o homem jugar ecuilo que é certo e.aculo que é errado, aquito que [usto e daquile que é injuston ” para Sd Tonds Aquino ao lado do dirlto osté 0 Estado, 6 para fundar sua. Ideta do direito, a partir do concetio de "iongos” jinteligéncic diving eséncia, cticclor: e simuitaneamsnte principle ordenador do mundo}, coma fundamento da [el etema € lel natural, Tal como Santo Agostinho também Tomds de Aquino admile na sua concepcée de dirello rés lipo de lets: A lel etema promulgade par Deus @ tudo erdena, em tudo est, tudo rege. A lei eterna & uma lel diving, Imcompreensivel para ohomem mas parciolmente cognoscivs! peta sua propria manisfesiacdo; 6 drectriz Para tudo, 8 um orem imperative, regente do tode partir da raz0

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