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INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS – IAESB

FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS – FASB

Curso de Agronomia

Disciplina de Máquinas e Mecanização Agrícola

TRATORES AGRÍCOLAS

Prof. MSc. Jorge da Silva Júnior

Barreiras, BA
2011
JORGE DA SILVA JÚNIOR

TRATORES AGRÍCOLAS

Apostila acadêmica de
complementação teórica da Disciplina
Máquinas e Motores Agrícolas,
apresentada à Coordenação de
Agronomia da FASB.

Barreiras, BA
2011
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................4
1. Histórico do uso de tratores agrícolas ..........................................................................5
2. Constituição da transmissão ........................................................................................6
2.1. Embreagem .........................................................................................................6
2.2. Caixa de Cambio .................................................................................................6
2.3. Transmissão final ................................................................................................7
3. Rodados .......................................................................................................................8
3.1 Classificação dos pneus .........................................................................................9
4. Caracteríticas técnicas básicas do trator ....................................................................10
5. Classificação dos tratores ..........................................................................................11
5.1. Quanto a aplicação ..............................................................................................11
5.1.1. Trator Agrícola ..................................................................................................11
5.1.2. Trator Florestal..................................................................................................12
5.1.3. Trator Industrial .................................................................................................12
5.2. Sistema de Locomoçaõ e Direção (Rodado) .......................................................13
5.2.1. Trator De Esteira...............................................................................................13
5.2.2. Tratores de Semi-Esteiras ................................................................................14
5.2.3. Trator de Rodas ................................................................................................15
6. Transmissão Tratória..................................................................................................16
6.1. Trator de Tração Traseira (4 X 2) ........................................................................16
6.2 Trator de tração traseira com Tração Dianteira Auxiliar (4x2 TDA) ......................17
6.3. Trator de Tração Traseira/Dianteira Simultânea (4 X 4) ......................................18
7. Conformação do Chassi .............................................................................................18
7.1. Chassi Rígido Tipo Monobloco ............................................................................18
7.2. Longarina .............................................................................................................19
7.3 Chassi articulado ..................................................................................................19
8. Números de eixos.......................................................................................................20
8.1. Mono-Eixo (monocultivador, trator de rabiça ou mula mecânica) ........................20
8.2. Três Eixos ou mais Eixos (super-tratores) ...........................................................20
8.3.Tratores Especiais ................................................................................................21
8.1. Trator Cafeeiro e Fruteiro (bitola estreita) ............................................................21
8.2. Trampos ...............................................................................................................21
8.4. SISTEMATIZAÇÃO DE SOLOS DE VÁRZEAS ...................................................22
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Principais partes constituintes do trator. ...........................................................5


Figura 2. Constituição dos pneus radiais. ........................................................................9
Figura 3. Trator Agrícola com implemento de plantio. ...................................................11
Figura 4. Trator Florestal em atividade de transporte de toras recém-cortadas. ...........12
Figura 5. Trator Industrial, Retro-escavadeira em atividade de remoção de detritos
urbanos, ou industriais. ...................................................................................13
Figura 6. Trator Charllenger com sistema de rodado de esteiras de borracha, podem
desempenhar atividades agrícolas ou industriais. ..........................................13
Figura 7. Trator Komatsu D50 com sistema de rodado de esteiras metálicas
autolimpantes - A, e de esteiras metálicas planas– B. ...................................14
Figura 8. Trator utilizado na colheita, com sistema de rodado de esteiras metálicas e de
rodas pneumáticas para direcionamento. .......................................................15
Figura 9. Trator utilizado na produção de culturas em várzeas, possui rodas
pneumáticas para direcionamento, e rodado metálico para a tração. .............15
Figura 10. Trator com sistema de rodado simples, e de rodado duplo. .........................16
Figura 11. Trator standart, com tração simples. ............................................................17
Figura 12. Trator com Tração Dianteira Auxiliar (4x2 TDA). ..........................................17
Figura 13. Trator Agrícola com tração 4x4, com todos os rodados com garras e
mesmas dimensões. .......................................................................................18
Figura 14. Trator com sistema de monobloco. ..............................................................18
Figura 15. Trator com sistema de chassi, para a montagem de seu componentes. ......19
Figura 16. Trator com Chassi Articulado. ......................................................................19
Figura 17. Monocultivador, com somente 1 eixo. ..........................................................20
Figura 18. Trator Florestal com chassi alongado e 4 eixos. ..........................................20
Figura 19. Trator fruteiro gabinado para a aplicação de defensivos. .............................21
Figura 20. Pulverizador Uniporte para apliacação de defensivos. .................................22

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1. Histórico do uso de tratores agrícolas

As propriedades agrícolas modernas apresentam cada vez mais um elevado


índice de mecanização, devido ao aumento do custo da mão-de-obra, porém, o custo
da mecanização na produção agrícola também é alto, podendo atingir até 40% do custo
total. Diante deste fato é necessário que as operações agrícolas apresentem máxima
eficiência.
Nos tratores, normalmente perde-se entre 20 e 45% da energia gerada no motor,
para os equipamentos, portanto a primeira reação a isso é a aquisição de tratores mais
potentes, o que acarretam redução do tempo de trabalho.
O trator agrícola é a principal fonte de potência na agricultura, utilizado em
conjunto com diversos equipamentos na realização de várias tarefas, desde o preparo
do solo, semeadura e transporte,dentre outras. Segundo MIALHE (1980) “o trator
agrícola é uma máquina autopropelida provida de meios que, além de lhe conferirem
apoio estável sobre uma superfície horizontal e impenetrável,capacitam-no a tracionar,
transportar e fornecer potência mecânica, para movimentar os órgãos ativos de
máquinas e implementos agrícolas (Figura 1).

Figura 1. Principais partes constituintes do trator.

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2. Constituição da transmissão

2.1. Embreagem

A embreagem localiza-se entre o volante do motor e o eixo primário da caixa de


câmbio, é um dispositivo destinado a efetuar o acoplamento ou separação entre estas.
O acoplamento faz-se necessário para que a potência do motor seja transmitida à caixa
de câmbio. Esse acoplamento inicialmente é feito gradualmente, quando do trator
parado para iniciar o movimento e quando das mudanças de marchas, isso é
importante para que não ocorra um esforço brusco no sistema de transmissão.

A interrupção do movimento de rotação do motor para o restante da transmissão


é necessário para que o trator possa parar sem desligar o motor e para selecionar a
combinação de engrenagens na caixa de câmbio. Outro ponto é permitir que se dê a
partida no motor, com este desacoplado da transmissão, tornando a partida mais leve.
Nos tratores que possuem tomada de potência (TDP), pode existir a embreagem dupla,
que tem por finalidade a movimentação do trator e da TDP conjuntamente ou, apenas a
TDP em funcionamento.
A embreagem tem seu funcionamento baseado no atrito entre duas partes, uma
motora e outra movida. O acoplamento e desacoplamento da embreagem ao volante é
feito pelo acionamento do pedal de embreagem, localizado no lado esquerdo do
operador.
Em tratores de esteiras existem mais duas embreagens, ditas embreagens direcionais,
uma para cada esteira, e além das funções já descritas, é utilizada para dar
direcionamento ao trator.

2.2. Caixa de Cambio

A caixa de câmbio situa-se após a embreagem, suas funções são seleção


adequada de velocidade e torque transmitida as rodas motrizes, e ainda alterar o
sentido do movimento do trator. A caixa de câmbio não multiplica a potência, apenas
modifica torque e rotação. É composta de três árvores (eixos) - primária, também

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chamada de eixo piloto, secundária e terciária, engrenagens, pinhão de ré,
trambuladores (garfos) e alavancas.
Seu funcionamento baseia-se no recebimento, pela árvore primária, da rotação do
motor por meio da embreagem, está transmite a rotação para a árvore secundária. As
engrenagens da árvore secundária combinam-se com as da terciária, transmitindo
assim a rotação a esta. Dependendo da combinação de engrenagens, a rotação nesta
árvore final pode ser maior ou menor, sendo então transmitida para o restante da
transmissão. Para que a caixa de marchas execute a função de alterar o sentido de
movimento do trator, existe o pinhão da ré, que encontra-se acoplado a última
engrenagem da árvore secundária. O acoplamento da primeira marcha com essa
engrenagem do pinhão da ré, faz com que ocorra a inversão do movimento na árvore
terciária, conseqüentemente essa inversão chega às rodas. Em tratores a mudança de
velocidade é feita por meio da mudança de marchas, quando aumenta-se a
mesma, o torque é menor e vice-versa.

2.3. Transmissão final

A transmissão final do trator é composta de pinhão e coroa, diferencial e redução


final, estas são responsáveis pela transmissão do movimento de rotação da caixa de
câmbio até os rodados motrizes.

2.3.1. Pinhão e coroa

O movimento de rotação da árvore terciária da caixa de câmbio é recebido pelo


pinhão, que é uma engrenagem de pequeno tamanho, acoplado ao pinhão existe a
coroa, uma engrenagem maior, que tem como funções, redução na rotação e aumento
de torque e mudança em 90o a direção do movimento, ou seja, altera o plano de
rotação do movimento de transversal ao trator, que ocorre na caixa de câmbio, em
longitudinal nas rodas.

2.3.2. Diferencial

O mecanismo de diferencial é composto de duas engrenagens, as planetárias (2)


e as satélites (4), esse sistema está acoplado a coroa. As planetárias giram apenas

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sobre seu eixo e estão ligadas as semi-árvores, que transmitem o movimento as rodas,
já as satélites, além de girarem sobre seu eixo, também giram ao redor das planetárias.

A principal função do diferencial é a compensação em curvas, ou seja, quando


no eixo dos rodados uma roda tem rotação diferente da outra. Quando o trator está em
linha reta não existe atuação das satélites.
O diferencial na maioria das vezes tem benefícios, porém, existe uma situação
em que é importante que ele não atue, é o caso de quando o trator esta com uma das
rodas em terra solta e a outra em solo firme, neste caso a maior parte da rotação é
transmitida a roda que necessita menor torque, podendo até fazer com que o trator não
se desloque. Sendo assim, para que o trator continue deslocando-se é necessário fazer
que o mecanismo diferencial não atue, acionando-se então o bloqueio do diferencial,
que faz com que as rodas motrizes girem a mesma velocidade.

2.3.3. Redução final

O movimento de rotação advindo do diferencial é transmitido às semi-árvores,


que conduzem o mesmo à redução final. Sua função é de reduzir a rotação com
conseqüente aumento de torque nas rodas motrizes.

3. Rodados

Os rodados constituem o elemento de interface máquina-solo e têm como


principais funções oferecer aos tratores apoio, sustentação, direcionamento e
autolocomoção, além serem responsáveis por gerar esforço de tração. Os rodados de
tratores podem ser de dois tipos: esteiras ou pneumáticos.
A constituição dos rodados pneumáticos é a seguinte:
- Cubo de roda
- Aro: Liga o cubo de roda ao pneu e é formado por base e disco.
- Pneus: um pneu pode ser definido como a coroa circular de seção transversal
cilíndrica, constituída de materiais flexíveis, de forma a envolver a base do aro.
- Os pneus são constituídos por lonas, talões, parede lateral, liner e banda de
rodagem, ver Figura 2 a seguir.

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Constituição dos pneus:
- Lonas: exercem a função de suportar a carga e a pressão internas do pneu.
- Talões: constituem-se de cabos de aço revestidos de cobre para evitar a
oxidação,isolados individualmente por compostos de borracha para evitar atrito e
revestidos de tecido tratado.Sua função é fazer a amarração do pneu no aro, devendo
apresentar alta resistência à ruptura.
- Parede lateral (Flanco): é a parte da carcaça que vai da rodagem ao talão.
- Liner: é o revestimento protetor da carcaça na parte interna do pneu.
- Rodagem: é a parte do pneu que faz sua aderência com o solo. Seus desenhos
devem proporcionar frenagem e tração e seu composto de borracha deve resistir à
abrasão e ruptura.

Figura 2. Constituição dos pneus radiais.

3.1 Classificação dos pneus

Podemos classificar os pneus, segundo sua utilização, e função, assim temos:


- Pneus de tração
- Pneus direcionais

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- Pneus de transporte
- Pneus para motocultivadores
De acordo com a carcaça os pneus podem ser classificados em diagonais e
radiais. Os pneus diagonais apresentam lonas dispostas diagonalmente ao plano médio
da banda de rodagem; as camadas se cruzam em ângulos menores que 90º, o que
favorece a rigidez dos flancos e da banda de rodagem.
Já os radiais apresentam lonas dispostas de talão a talão, em ângulos de 90º
com o plano médio da banda de rodagem, permitindo que os flancos e banda de
rodagem sejam mais flexíveis. Os pneus radiais possuem as seguintes vantagens em
relação aos diagonais:
- Aumento do coeficiente de tração;
- Superfície de contato 15 a 20% superior (diagonal de mesma medida);
- Diminuição da resistência ao rolamento:
- Flancos mais flexíveis _banda de rodagem se molda às irregularidades do solo;
- Possibilidade de emprego de pressões menores para uma mesma carga.

4. Caracteríticas técnicas básicas do trator

Um trator poder ser definido como sendo uma unidade móvel de potência,
constituída basicamente por um motor, um sistema de transmissão e elementos de
direção e locomoção, seria:
 Sistema de tração;
 Sistema hidráulico de levantamento por três pontos;
 Tomadas de potência (tomada de força).
Fabricantes utilizam como catálogo, ensaios, que facilitam compreensão e
interesse para com os produtores, que são:
 Potência e aumento de força (torque) no motor e na tomada;
 Potência, força de tração e velocidade para as diversas marchas do motor;
 Consumo específico e horário de combustível;
 Rendimento em trabalho de campo.

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5. Classificação dos tratores
São utilizados inúmeros critérios na classificação de tratores como tipo de
rodado, conformação do chassi, potência do motor, função de trabalho, dentre
outras, em que de forma didática podemos separar essa classificação em tres partes:
 Quanto à aplicação;
 Quanto ao sistema de rodado;
 Quanto a potência.

5.1. Quanto a aplicação

Os tratores podem ser classificados em função do tipo de exploração a que


serão utilizados como fonte trabalho nas operações motomecanizados, exemplo:
- Trator agrícola;
- Trator florestal;
- Trator industrial.

5.1.1. Trator Agrícola

São máquinas destinadas a realizar operações motomecanizadas para a


implantação, manejo e cultivo de culturas agrícolas anuais e permanentes, pastagens e
trabalhos de (pré) processamento, colheita, controle de vegetação, condicionamento de
solo, tratos culturais e transporte de implementos e produtos (Figura 3).

Figura 3. Trator Agrícola com implemento de plantio.

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5.1.2. Trator Florestal

São máquinas destinadas principalmente nas operações para implantação de


manejo e exploração de florestas naturais e comerciais/reflorestamento, tais como
abertura de covas/sulcos, tratos culturais, desbaste, corte, pré-processamento,
transporte e destocas.
Esse tipo de trator é muito robusto e geralmente vem equipados com ganchos e
outros meios próprios para manejo e transporte de toras dentro da floresta e geralmente
é constituída de tração nas quatro rodas, suspensão independente e chassis articulado,
como pode ser visualizado na Figura 3, a seguir .

Figura 4. Trator Florestal em atividade de transporte de toras recém-cortadas.

5.1.3. Trator Industrial

São especialmente destinadas às operações de movimentos e transporte de


matérias em atividades de escavação, carregamento, compactação, tração, estocagem,
terraplenagem. Estes equipamentos de tratores se caracterizam por possuírem bitola
fixa, conversor de torque, caixa de marchas especial, tração nas quatro rodas, e,
geralmente é adequada a montagens de pás carregadoras e retro-escavadoras (Figura
5).

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Figura 5. Trator Industrial, Retro-escavadeira em atividade de remoção de detritos
urbanos, ou industriais.

5.2. Sistema de Locomoçaõ e Direção (Rodado)

Quanto ao sistema de locomoção e direção, os tratores podem ser classificados, em:


 Trator de esteira;
 Trator de semi-esteira;
 Trator de rodas.

5.2.1. Trator De Esteira

São sistemas conhecidos como lagartas, que podem ser de borracha (Figura 6)
ou metálicas autolimpantes (Figura 7A) para uso em regiões pantanosas, e sapatas
planas (Figura 7B).
EX:

Figura 6. Trator Charllenger com sistema de rodado de esteiras de borracha, podem


desempenhar atividades agrícolas ou industriais.

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A esteira é o componente que permite o deslocamento do trator, a qual é
composta por um tipo se corrente formada por pinos, buchas e elos, nas quais são
fixadas as sapatas dotadas de garras, que se põe, como fixadoras de apoio, onde a
esteira pode se afirmar na superfície para impulsionar e direcionar o trator por meio de
suas rodas motrizes e guias, facilitando no contato como solo, causando menor pressão
sobre o mesmo, que se diferencia dos outros tratores.

A B

Figura 7. Trator Komatsu D50 com sistema de rodado de esteiras metálicas


autolimpantes - A, e de esteiras metálicas planas– B.

Outra vantagem dos tratores de esteira é o seu centro de gravidade causado


pela sua altura de vão livre em relação a superfície do solo, tendo também melhor
estabilidade em terrenos acidentados ou inclinados. Geralmente esses tratores são
adequados a trabalhos que exigem muita força, como destocas, terraplanagem e tração
de equipamentos pesados.

5.2.2. Tratores de Semi-Esteiras

São tratores que utilizam dos dois sistemas de rodado, as esteiras e os pneus.
(Figura 8). Representam um esforço no sentido de melhorar as condições de tração e
sustentação dos tratores de rodas em solos extremamente úmidos. Com este tipo de
trator, o agricultor poderá dispor de vantagens dos dois tipos de tratores: trator de rodas
e de esteiras, porém são ainda pouco utilizados.

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Figura 8. Trator utilizado na colheita, com sistema de rodado de esteiras metálicas e de
rodas pneumáticas para direcionamento.

5.2.3. Trator de Rodas

Na mecanização agrícola é, predominantemente na aplicação de tratores de


roda, pois comercialmente, os tratores de rodas são encontrados em grandes
quantidades e de vários modelos, com características divididas a parte, podendo ser:

5.2.3.1. Tipos de rodas

5.2.3.1.1 Rodas metálicas:

São utilizados em tratores para o cultivo de em várzeas, e tem como objetivo o


aumento da sustentação do trator sobre a superfície do solo, o que também evita sua
compactação, como pode ser visualizado na Figura 9.

Figura 9. Trator utilizado na produção de culturas em várzeas, possui rodas


pneumáticas para direcionamento, e rodado metálico para a tração.

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5.2.3.1.2. Rodas Pneumáticas

As modernas rodas pneumáticas, rodas com pneus, vieram para substituir as


antigas rodas metálicas, principalmente por apresentarem notáveis vantagens como por
exemplo:

 Ampla superfície de apoio, diminuindo a pressão sobre o solo sem diminuir a


capacidade de tração;
 Boa adaptação às irregularidades do terreno;
 Boa absorção das vibrações, diminuindo fadiga do operador;
 Boa aderência ao solo devido ao desenho dos pneus;

Os tratores agrícolas de rodas pneumáticas podem ser encontrados nas seguintes


versões:
 Rodado simples: Convencional e rodado duplo ou triplo, que visa o aumento de
sustentação, de forma a diminuir a compactação do solo, ver Figura 10.

Figura 10. Trator com sistema de rodado simples, e de rodado duplo.

6. Transmissão Tratória

6.1. Trator de Tração Traseira (4 X 2)

Também conhecido como trator Standard, apresenta tração apenas no rodado


traseiro, e, portanto, os pneus do rodado dianteiro são desprovidos de garras e de

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diâmetros menores que os do rodado traseiro, servindo apenas para a sustentação e
direcionamento.

Figura 11. Trator standart, com tração simples.

6.2 Trator de tração traseira com Tração Dianteira Auxiliar (4x2 TDA)

Apresentam tração no rodado traseiro, podendo ter o auxilio da tração dianteira


quando necessário (Figura 12). Neste caso, o diâmetro do rodado dianteiro ainda é
menor que o traseiro, porém com as garras, conhecido como tratores 4x2 auxiliar,
sistema diferencial dianteiro é auxiliar do diferencial traseiro (principal).

Figura 12. Trator com Tração Dianteira Auxiliar (4x2 TDA).

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6.3. Trator de Tração Traseira/Dianteira Simultânea (4 X 4)

Nesse caso, a tração se dá de forma simultânea nos dois eixos, e permanece


nos rodados dianteiros e traseiro, sendo, neste caso, todos os pneus providos de garras
e apresentam as mesmas dimensões nas quatro rodas (Figura 13).

Figura 13. Trator Agrícola com tração 4x4, com todos os rodados com garras e
mesmas dimensões.

7. Conformação do Chassi

7.1. Chassi Rígido Tipo Monobloco

O monobloco se caracteriza por apresentar o bloco do motor, a caixa de câmbio


e transmissão final diretamente interligadas, formando um único bloco de sustentação,
dispensando o emprego de uma estrutura como chassi.

Figura 14. Trator com sistema de monobloco.

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7.2. Longarina

Esse sistema, com o uso de longarina, se caracteriza por ter uma estrutura tipo
pórtico que é o chassi propriamente dito do trator, sendo que as demais partes (motor,
câmbio e transmissão) que são montados e fixados sobre o mesmo, e no Brasil o único
trator que se caracterizou com este tipo de chassi foi o CBT (Figura 15), da Companhia
Brasileira de Tratores.

Figura 15. Trator com sistema de chassi, para a montagem de seu componentes.

7.3 Chassi articulado

Caracterizam-se como tratores agrícolas de alta potência, principalmente nos


tratores florestais e industriais, onde, pode a inclinação pode variar de trator para trator,
chegando a uma inclinação de 30° com facilidade (± 15°), geralmente constituinte de
tratores com sistema de tração tipo 4X4, Figura 16.

Figura 16. Trator com Chassi Articulado.

19
8. Números de eixos

8.1. Mono-Eixo (monocultivador, trator de rabiça ou mula mecânica)

São conhecidos como tratores de baixa potência, agitando até cerca de 12 CV


no motor.Em instância,utilizados geralmente em pequenas propriedades, até porque se
constitui de um baixo preço, em termos de aquisição. Geralmente este tipo de máquina
são adequados para operações de cultivo, onde conseguem realizar sem problemas,
como exemplo, os monocultivadores ou “mulas mecânicas” (Figura 17), usados
principalmente na horticultura.

Figura 17. Monocultivador, com somente 1 eixo.

8.2. Três Eixos ou mais Eixos (super-tratores)

Os motores de três ou mais eixos se aderem a supertratores, utilizados em


trabalhos florestais, para áreas agrícolas muito extensas e para movimentação de
terras, ou de produtos que requerem maior disponibilidade de potência (Figura 18).

Figura 18. Trator Florestal com chassi alongado e 4 eixos.

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8.3.Tratores Especiais

São tratores projetados e constituídos de características especiais, bem distintas


ao que os distinguem dos demais, tanto pela sua forma,como pelo seu emprego.

8.1. Trator Cafeeiro e Fruteiro (bitola estreita)

São tratores agrícolas especialmente adaptados aos trabalhos nas lavouras


cafeeiras e de fruticultura, cuja a principal característica é a pequena distância entre as
rodas do mesmo eixo, com a bitola bem estreita (Figura 19). Sendo um trator utilitário,
4x2, mais estreito e leve, que surgiu para facilitar a pulverização dos cafeeiros, contra
doenças, e que foi projetado para trafegar com mais facilidade nas ruas das lavouras e
por sua vez o trator da fruteira possui as mesmas características do trator de cafeeiro.

Figura 19. Trator fruteiro gabinado para a aplicação de defensivos.

8.2. Trampos

Tipo especial de trator, com característica é de apresentar um “pórtico” de altura


de vão livre bastante elevado para tratores (0,80 a 2,500m). Esses tratores são

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utilizados principalmente na aplicação de defensivos fitossanitários sobre as copas das
plantas da cultura (Figura 20).

Figura 20. Pulverizador Uniporte para apliacação de defensivos.

8.4. SISTEMATIZAÇÃO DE SOLOS DE VÁRZEAS

É um tipo especial de trator destinado a trabalhar na sistematização de solos de


várzeas, onde tem característica a alta capacidade de sustentação em solos
extremamente encharcados.

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15.TRATOR TRICICLO
Geralmente adaptável à trabalhos de pulverização ou cultivos. Possui uma ou
duas rodas dianteiras muito próximas uma da outra, um trator de fácil manuseio nas
carreadoras, grande vão livre sobre o solo e de boa visibilidade, geralmente no cultivo
em linhas.
EX:

16. UPF ( Field Power Unit)

Esse tipo de máquina agrícola é bastante incomum foi desenvolvido nos USA e
em Israel para operações agrícolas múltiplas, ou seja, seu chassi é um porta
ferramentas de grande largura operacional (atinge cerca de 12 metros de bitola), o qual
tem a finalidade de diminuir o “pisoteio” pelas rodas, evitando assim a compactação do
solo. Sua aplicação é indicada para grandes áreas com sistema de controle de tráfego,
ou seja, compactação localizada.
EX:

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Bibliografia

FURLANI, C. E. A., SILVA, R. P.Apostila Didática nº 3, Tratores Agrícolas.Jaboticabal-


SP:UNESP2006.Disponívelem:http://fcav.unesp.br/download/deptos/engenharia/furlani/
apostila_nr3-tratores.pdf . Acesso em: 22 de fevereiro de 2008.

BIANCHINI, A. Máquinas Agrícolas. Cuiabá-PR: UFMG 2002. Disponível em:


http://rodrigopengo.eng.br/faculdade/maquinas_agrícolas/trator_agricola.pdf. Acesso
em: 22 de fevereiro de 2008.

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