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ISSN: 2525-8761
Elineí Araújo-de-Almeida
Doutorado em Ciências (Zoologia/Universidade de São Paulo)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E-mail: elineiaraujo@yahoo.com.br
RESUMO
O estudo da diversidade biológica, no processo de ensino e aprendizagem, é
reconhecidamente complexo, uma vez que envolve, além dos seres mais conhecidos e
ABSTRACT
The study of biological diversity in the teaching and learning process is admittedly
complex since it involves both organisms that are better known and closer to the student´s
reality and those of a more abstract nature. Concept maps are tools that allow for the
exposition of different themes visually and synthetically, and therefore represent a
possibility for knowledge acquisition. The present work focuses on aspects of
collaborative interactions aimed at the development of concept maps with approaches to
the skeleton concept map contextualized in experience reports in order to promote
innovations in the teaching path. These reports, contextualizing the construction and use
of concept maps as didactic and research activities, are the results of student productions,
mediated by teaching action, aimed at learning and communicating about biodiversity.
These textual productions emphasize the characterization of little-known animal groups
from information obtained in the specialized bibliography, and evidence concept map as
vehicles of information synthesis and starting points for the development of various
didactic activities. The dissemination of these materials, in addition to contributing to
expanding the knowledge about biodiversity in the general public, also represents a way
to improve skills and competencies for class monitors in training for teaching in higher
education.
1 INTRODUÇÃO
Segundo destacado por Orozco (2017), a biodiversidade constitui uma
propriedade da vida, da qual depende nossa existência como espécie e, nossa qualidade
de vida, enquanto cidadão; é reflexo de práticas que acionam habilidades e atitudes para
a conservação do ambiente em que vivemos. Devido a sua amplitude, constitui um tema
integrador e tem recebido atenção no contexto do ensino e aprendizagem. Como existe
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (BRASIL, 2000). Esse evento foi
realizado em junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, sendo conhecida como
“Rio 92”, “Eco 92” ou “Conferência de Cúpula da Terra”). Nesse sentido, é importante
destacar que, a realização de atividades com a biodiversidade para fins didáticos e de
pesquisa é disciplinada pela Instrução Normativa no 03/2014-ICMBio (ver BRASIL,
2014; SANTOS et al., 2020).
Em função da complexidade colocada para aquisição do conhecimento zoológico,
objetivou-se por meio desse escrito evidenciar acerca de ações educativas envolvendo
práticas colaborativas de construção de mapas conceituais e produção textual, ambas
direcionadas ao fomento de inovações no percurso de ensino sobre diversidade animal.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho evidencia experiências com a técnica de mapeamento
conceitual defendida por Novak e Cañas (2007; 2010), Moreira (2010; 2011), Aguiar e
Correia (2013), Cañas, Novak e Reiska (2015) e, Correia et al. (2016), como também,
outras fontes informativas que seguem a perspectiva novaquiana, fundamentada na teoria
da aprendizagem significativa de David Ausubel. A descrição das experiências
vivenciadas nessa trajetória segue aspectos metodológicos descritos em Araújo-de-
Almeida et al. (2010; 2019a) associados aos elementos do estilo narrativo seguido por
Kinchin et al. (2018), onde ênfases são dadas aos autores vinculados ao trabalho, ao
explicitar sobre produções desenvolvidas em seus percursos de desenvolvimento
acadêmico.
A construção e uso de mapas conceituais, utilizando o software CmapTools (ver
CAÑAS et al., 2004; IHMC, 2019) ocorreu no percurso de efetivação de três Projetos de
Ensino em anos consecutivos, sendo eles: a) “Mapeamento conceitual no percurso da
aprendizagem de conteúdos em zoologia” (desenvolvido em 2019), b) “Aprendizagem e
comunicação sobre a biodiversidade por meio de mapas conceituais” (aplicado em 2020)
e c) “Aprendizagem e divulgação sobre biodiversidade: renovando experiências com
mapas conceituais para ensino híbrido” (atualizado em 2021). Em cada ano,
contextualizações pedagógicas, sobre a respectiva temática do projeto, foram
apresentadas em uma comunicação científica no Encontro Integrado dos Programas de
Ensino da UFRN (EIPE).
Em cada um desses projetos, a aprendizagem sobre a diversidade animal recebeu
contextualizações voltadas para a escrita científica. Buscando-se, evidenciar nesse
Figura 1. Mapa conceitual respondendo à pergunta focal: Como as ações foram desenvolvidas no projeto
“Aprendizagem e Divulgação sobre Biodiversidade” em execução
Figura 2. Mapa conceitual respondendo a pergunta focal: Quais caracteres evidenciam uma descrição
taxonômica, filogenética e ambiental para os entoproctos?
Fonte: Mapa modificado de Aciole et al. (2020, p. 256) e traduzido a partir de Araújo-de-Almeida e Santos
(2021, p. 15510)
Ao final, considerando que um dos focos para construção dos mapas é o interesse
didático em aula, as publicações têm apresentado um padrão de organização similar entre
as demais produções, principalmente, quanto à presença do mapa conceitual e do quadro
de critérios direcionado para construção de um bom mapa conceitual. Também pode
conter um mapa de referência, constituindo uma forma de explicitar o modelo básico de
construção seguido, dando preferência, como explicitado em Araújo-de-Almeida et al.
(2020), ao mapa conceitual, já disponível entre as publicações explorando algum grupo
filogeneticamente mais próximo.
Após publicado o escrito, contextualizando o mapa conceitual em um relato de
experiência, os mesmos tornam-se fontes para elaboração de atividades diversas, ou para
desenvolvimento de escritos de análise comparada em torno de artigos publicados.
Ressaltando uma atividade, ilustra-se nessa pesquisa, a proposta de utilização de um mapa
esqueleto tomando como exemplo a sugestão colocada por Aciole et al. (2020).
Considerando a organização de um exercício voltado para construção de um mapa
conceitual a partir de um mapa esqueleto, tal como demonstrado em Novak e Cañas
(2010) e Werlang (2013), seguiu-se a proposta feita por Dias-da-Silva e Araújo-de-
Almeida (2018), onde um mapa conceitual concluído e publicado é utilizado para adaptar
um mapa esqueleto desencadeador de aproximações com a técnica de mapeamento
conceitual.
Tendo-se o mapa conceitual da Figura 2, evidenciando, por meio de cores e
destaques, elementos característicos-chave de um “esqueleto”, direciona-se para uma
atividade a partir de um mapa conceitual concluído e publicado. Destaca-se aqui a
proposta ilustrativa do “esqueleto” de mapa (mapa “esqueleto” elaborado por
especialista), o qual foi descrito e exemplificado em Novak e Cañas (2010). Para tornar
clara a proposta de atividade a seguir, é necessário que se enfoque no enunciado, que se
trata de um esqueleto de mapa e, aspectos adicionais sobre o dispositivo gráfico são
indicados, tais como, a pergunta focal e solicitações específicas para serem cumpridas
pelos aprendizes.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
É na busca frequente de bibliografias sobre a construção de mapas conceituais,
que muitas ideias vão sendo ampliadas. Nesse contexto colaborativo, têm-se conseguido
ampliar, a cada ano, o número de exemplos de relatos de experiência abordando mapas
conceituais e ilustrando a caracterização de táxons pouco conhecidos, como também,
Figura 4. Esqueleto de mapa obtido a partir de um mapa construído e lista de termos à esquerda
representando conceitos para ampliação das proposições significativas
Fonte: “Esqueleto” de mapa conceitual modificado de Aciole et al. (2020, p. 256), seguindo tradução
divulgada em Araújo-de-Almeida e Santos (2021, p. 15510)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de interações colaborativas direcionadas à elaboração de mapas
conceituais e sua contextualização em relatos de experiência publicados em fontes de
divulgação científica, fomentam-se inovações no percurso de ensino para serem descritas
e publicadas.
Com o destaque à técnica de mapeamento conceitual enfocando a caracterização
filogenética e taxonômica, a partir de fontes bibliográficas especializadas, tem-se um
conjunto de material didático sobre a diversidade biológica pouco conhecida, para
consulta informativa.
Considerando que o uso de mapas conceituais no ensino de zoologia possibilita a
aprendizagem de diversas características de um táxon biológico, ao contextualizar a
construção do mapa, em formato de escrita científica e publicação, tem-se uma ferramenta
de grande potencial para o compartilhamento de informações, em escala mais ampla,
sobre a biodiversidade.
Destaca-se que, a operacionalização de projetos, abrangendo autores estudantes,
com interesses comuns e também diversos, permite agregar valor ao processo de ensino,
ampliando as possibilidades de interações dos estudantes dos componentes curriculares,
no percurso de desenvolvimento das aulas.
A aproximação pedagógica, veiculada pelos escritos envolvendo os monitores na
autoria, constitui um momento de reflexão avaliativa, principalmente quando opiniões
são colocadas pelos estudantes dos componentes curriculares ministrados. Também é
uma forma de aprimoramento de habilidades e competências para os monitores em
formação para docência no ensino superior.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
CAÑAS, A. J.; NOVAK, J. D.; REISKA, P. How good is my concept map? Am I a good
Cmapper? Knowledge Management & E-Learning (KM&EL), v. 7, n. 1, 6-19, 2015.
CORREIA, P. R. M. et al. Por que vale a pena usar Mapas conceituais no ensino superior?
Revista Graduação USP, v. 1, n 1, p. 1-12, 2016.
DANTAS, K. R. et al. Refletindo sobre o uso dos mapas conceituais com CmapTools na
formação continuada de professores da educação básica. Research, Society and
Development, v. 10, n. 11, p. 1-13, 2021.
FILGUEIRA, A. A. et al. Mapping concepts about the taxon Priapulida for research and
didactic production in Zoology. In: OLIVEIRA-JÚNIOR, J. M. B.; CALVÃO, L. B.
(Org.). Zoologia e Meio Ambiente. Ponta Grossa, RS: Atena Editora, 2021a, p. 119-132.
NOVAK, J. D.; CAÑAS, A. J. A teoria subjacente aos Mapas conceituais e como elaborá-
los e usá-los. Práxis Educativa, v. 5, n.1, p. 9-29, 2010.