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2ª Edição - novembro de 2010

Apoio: Academia Corumbaense de Letras, Brasil


Academia de Literatura e Estudos de Corumbá-MS, Brasil
Associação de Poetas e Escritores de Corumbá-MS, Brasil
Diário Corumbaense, Brasil
Revista Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil,
2ª Edição - novembro de 2010
Revista Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil,
2ª Edição - novembro de 2010

Índice

EDITORIAL - LITERATURA PARA O MUNDO......................................................................................................................................6


RUBÊNIO MARCELO: MUSA, A PAZ DO TEU SORRISO, A LUZ................................................................................................7
GERSON MORAIS: O PANTANAL, A AMIZADE.......................................................................................................................8
ELINEY GAERTNER: APARTHEID, BLACK OR WHITE, POSSIBILIDADES INFINDAS, QUANTA QUÂNTICA......................................9
BENEDITO C. G. LIMA: PERDÓN, HERMANOS, REGRESO......................................................................................................10
CLAUDIA VILLADIEGO: TEOLOGIA | MONOLOGO PARA MARCIAL RACINI, AL BORDE............................................................11
ALEX RODRIGUES PAIVA: ILUSÕES, SONETEANDO A METALINGUÍSTICA..............................................................................12
VÍCTOR MANUEL GUZMÁN VILLENA: A TABERNA DO AMOR, LA TABERNA DEL AMOR, CONVOCATORIA, ERES LA ESENCIA DEL
UNIVERSO.................................................................................................................................................................................13
DANIEL LOPES: PIANISTA BOXEADOR........................................................................................................................................14
STAEL MOURA DA PAIXÃO FERREIRA: A LITERATURA FRONTEIRIÇA: INTERFLUXOS DA PRODUÇÃO LITERÁRIA........................16
HÉLIO MOREIRA: VIENA NO TEMPO DE SIGMUND FREUD.......................................................................................................18
BERDARDETE PIASSA: O TESTEMUNDO DAS ÁGUAS.............................................................................................................20
NOTÍCIAS: LANÇAMENTO DO LIVRO: NO ÍNTIMO DO SILÊNCIO.........................................................................................22
NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS .....................................................................................................23

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Revista Internacional de Literatura e poesia “Musa Calíope” Corumbá - MS, Brasil,
2ª Edição - novembro de 2010

Editorial

LITERATURA PARA O MUNDO

Revista Eletrônica Internacional de Literatura e Poesia Musa Calíope lançada oficialmente no dia 21 de
setembro, como forma de homenagear aos 232 anos de Corumbá, é uma publicação especializada em arte,
pensamento, poesia e literatura contemporânea que, atrelada a outros projetos culturais, empenha- se em
incentivar reflexões e somar novas discussões ao panorama literário e artístico atuais, numa projeção
internacional. Desta forma, pretende criar um canal de comunicação entre o Brasil, com destaque especial a
Mato Grosso do Sul, e as comunidades dos países de língua portuguesa e espanhola.
A escolha do nome da revista deve-se a que Calíope é uma terminologia advinda da etimologia grega, composta
de dois elementos: (KALL) de (KALÓS) = "belo" e de (ÓPS), (OPÓS) = "voz", que significa "uma bela voz". Assim, a
Musa da poesia épica, Calíope, uma das nove filhas de Zeus e Mnemósine, a primeira entre as irmãs, é a musa da
eloquência, que representada sob a aparência de uma jovem de ar majestoso, tem por missão a inspiração dos
seres humanos para que estes se tornem artística e cientificamente mais criativos. Logo, se Calíope é portadora
de uma voz dotada de califasia, califonia, calirritmia, carisma e empatia, aqui, buscamos tê-la como referencial
para que possamos atingir a tão desejada eloquência poético-comunicacional para persuasão dos nossos
leitores.
Desta forma, a Revista Musa Calíope é uma contribuição para publicação de ensaios, contos, poesias, prosas e
outros trabalhos de autores tanto brasileiros, com particular destaque para Corumbá e Ladário, ambos
municípios da fronteira Brasil-Bolívia, como trabalhos oriundos de outros países de língua portuguesa e
espanhola, tais como, Angola, Cabo Verde, Goa, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe,
Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, México, Paraguai, Uruguai, Venezuela, entre outros
interessados.
Ressalta-se que a existência desta publicação deve-se ao apoio do jornal Diário Corumbaense, que nos
proporcionou essa visibilidade internacional. Entretanto, cabe salientar que diferentemente das publicações já
existentes, tanto eletrônicas quanto impressas, a Musa Calíope, com periodicidade bimestral, destina-se à dita
“nova literatura”, ou seja, aquela que está sendo produzida agora, por novos autores e com novas roupagens.
Mesmo assim, nada impede que tenhamos, em algumas edições, uma seção dedicada aos consagrados das
literaturas, sejam em entrevistas, críticas, releituras ou o que mais couber.
Assim, finalizamos reafirmando que nossos holofotes estarão voltados ao que emerge a pouco no cenário
literário, seja de língua portuguesa ou espanhola. A nossa revista volta-se àquela literatura que, muitas vezes,
por falta de divulgação, ainda não chegou ao grande público ou não ganhou o devido lugar nas academias.
Boa leitura!

BOA LEITURA!

Corumbá é um município brasileiro da região Centro-Oeste, localizado no estado de Mato Grosso do Sul. Situada na margem esquerda do rio Paraguai e também na fronteira entre o
Brasil, o Paraguai e a Bolívia, Corumbá é considerada o primeiro pólo de desenvolvimento da região, e por abrigar 60% do território pantaneiro, recebeu o apelido Capital do Pantanal,
além de ser a principal e mais importante zona urbana da região alagada. Também é o maior município em extensão territorial do estado e o mais populoso centro urbano fronteiriço de
todo o Norte e Centro-Oeste do Brasil.
Corumbá es un municipio brasileño del estado de Mato Grosso del Sur de la región Centro-Oeste del Brasil, en la margen derecha del río Paraguay. Ubicada muy cerca de la frontera entre
Brasil y Bolivia, Corumbá es considerada como el primer polo de desarrollo de la región, y por contener el 50% del territorio del Pantanal recibio el sobrenombre de Capital del Pantanal,
además de ser la principal y más importante zona urbana de la región. También conocida como ciudad blanca por el color claro de su tierra, pues está asentada sobre una formación de cal
que da el color claro a las tierras locales. Es la tercera ciudad más importante del estado en términos económicos, culturales e poblacionales, después de Campo Grande, la capital del
estado, y Dourados.

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Rubênio Marcelo
Residente em Campo Grande, é poeta, escritor, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e da Academia Maçônica de Letras de MS. Participou - como convidado - da I Bienal
Internacional de Poesia (Brasília). É Conselheiro Estadual de Cultura de MS.

MUSA A PAZ DO TEU SORRISO


[a uma estrela-real/sonho azul]

de repente O teu sorriso é sonho que fascina


a noite clara A face da manhã e o tom do dia;
ganhou luz É grã sublimação que cadencia
azul... O dom que a transcendência predestina.

um semblante, O teu sorriso esparge na campina


um encanto, Enlevos matinais e prenuncia
uma estrela, Os zéfiros que trazem primazia
um prelúdio azul... Aos madrigais da tarde alabastrina...

neste enlevo, Tal qual a tez lunar, que necessita


pulsei o azul do meu coração Da luz solar pra ser bem mais bonita
e sonhei azul... E ter da formosura o tom preciso,
azulejando a vida,
contemplei orquídeas azuis, O dia – pra nascer branco – em verdade,
vesti-me de azul Precisa refletir a claridade
e no azul viajei... Da paz transcendental do teu sorriso!
velejei o azul do mar
flertando a tez azulínea do horizonte
entre encantos, mistérios
e marlins azuis...
À LUZ...
ah, o sonho é azul,
o amor é azul-celeste, À luz aquele ser que, iniciado
como tocar esse céu? nos princípios sublimes da existência,
renova a floração da sua essência
toquei o real; e renasce esquecido do passado.
sem cor, procurei
meus sonhos azuis... À luz aquele que contempla o fado
no cetro apostolar da providência
ah, se aquela estrela e segue em natural obediência
agora estivesse ao rito perenal do aprendizado...
no azul desta messe
ouvindo o meu blues... À luz aquele que busca a verdade
na paz transcendental da claridade
gerada da virtude que seduz...

À luz aquele ser que se prepara


pra conceber pra sempre a aura clara...
À luz aquele que sabe ser luz!

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Gerson Morais
Professor corumbaense

O PANTANAL A AMIZADE

O jacaré e o tuiuiú é o nosso símbolo, A amizade é algo tão estrondoso


As aves estão sempre a voar Deixa uns animados, outros não;
O nosso pantanal é belo por natureza É tão bom e gostoso
As imagens que vemos são para nos Que marca o nosso coração.
conquistar.
A amizade boa é aquela que não nos deixa
Flora e fauna sempre abundante errar
Pessoas sempre a contemplar Usar a amizade de forma errada
Vegetação que nos fascina Pode com certeza fazer você chorar
Animais que nos cercam e nos faz amar. Seja compreensiva e não fique entediada.

A brisa que sopra no céu quase perfeito A amizade cria elos tão poderosos
Chuvas que ajudam a florescer o pantanal Solidifica e conquista espaços
Ventos que sopram as folhagens verdes Faz-nos mais humanos
Vidas que representam parte vital da nossa E permite-nos ser mais charmosos.
biosfera.
A amizade faz-nos cair de cabeça
E as nossas paisagens Às vezes extrapolamos o real
o nosso imenso e caudaloso Rio Paraguai O mundo é sensacional
as chalanas sempre a remar Porém é preciso pensar no ideal.
as águas sempre a balançar
A amizade faz uma construção
Derruba os obstáculos
Buscamos em cada canto E conquista grandes sonhos
Natureza mais bela Mas é necessário ter cuidado com os
Difícil é acreditar que existe tentáculos.
Pois tudo de bom que percebemos
Na natureza, está aqui presente A amizade não são apenas estrelas
Às vezes surgem as trevas
A flora e fauna são o nosso cartão de visita Saber contorná-los e velas
São exuberantes por serem do pantanal De uma forma que possa resolvê-las.
Tem jacaré, capivara e até papagaio
Quantos visitantes nos cercam para A amizade é muito importante
conhecer essa riqueza natural. É primordial tê-la
Sem ela ficamos a mercê
De ficar só e morrer.

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Eliney Gaertner
Biólogo, escritor e historiador de Corumbá/MS

Apartheid Pulsa em meu peito a África!


Pulsa em meu peito Brasil!
Sou como um assaz guerreiro,
Corações em despedida, Sou o povo brasileiro!
Almas unidas em prantos,
Das bocas nenhuma palavra,
Os olhos é que falavam tanto.
Possibilidades infindas
O tempo parou;
O momento ficou;
A alegria morreu; Quando não te determinam limites,
E a vida secou. Podes tentar tudo a princípio,
No entanto realização é tarefa do tempo,
O instante cruel ficou a bailar, E crescimento é iluminação interior.
Na aflição da imaginação, Veja a semente pequenina,
Os corações a sangrar. Exposta a intempérie, ao léu,
O tempo e a terra generosa,
Á distancia, além, sabem... Transforma semente em árvore,
Talvez, o amor encontrar, Frutificando-a como dádiva do céu.
E a desventura findar.

Quanta quântica
Black or white
Eu sou um branco-negro, Como corrigir os momentos?
Tenho as cores do Brasil, Os momentos passados,
Tenho o coração em trela, Que ficaram largados,
No amarelo, verde e anil. Coisas inacabadas,
Instantes não pensados,
Eu sou um negro-branco, Momentos mal amados.
Visto as cores do Brasil,
Tenho as mãos calejadas, Como explicar os momentos?
E o cabelo pixaim. Dos sentimentos que trago,
Se de vez em quando
Fui humilhado! Assim de repente,
Fui acorrentado! Eu faço de gato sapato.
Fui massacrado!
Fui enganado! Nós que fazemos os momentos?
Talvez eles nós façam,
Porém, o que mesmo importa; Fazendo disso pirraça.
Hoje não sou mais estrangeiro,
Em mim, esqueci os maus tratos, Porém sem os momentos
Nos cruéis navios negreiros! A física é chata,
As vibrações em cordas se entrelaçam,
Nos instantes do mundo,
E a vida passa!

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Benedito C.G. Lima


Professor, escritor, poeta e trovador corumbaense.

PERDÓN Amoriñas d'as silveiras


que eu lle daba ô meu amor,
camiñiños antr'o millo,
La juego de cónyuege impulsor ! adiós para sempr' adiós!
la juego de hacer fuerza
la domínio con la cabeza ! Adiós, gloria ! ! Adiós, contento!
soy ! Deixo a casa onde nascín,
bárbaro deixo a aldea que conoço,
soy un fenómeno soy por un mundo que non vin!
un magnífico robot de dos con treinta y
ocho Deixo amigos por extraños,
un versátil deixo a veiga pol-o mar;
hombre de tunel soy digo de caño deixo, em fin, canto ben quero...
soy un elegante hace-paredes ! quén puidera non deixar!
un marcador de punta
aunque me camino toda la cancha me
camino
corro todos hasta las palomas REGRESO
(me corren hasta mis palomitas)
Soy un dechado
y mi mujer me perdona. “Me gustaria volver para ver como son los
recuerdos”
teresa coraspe

Así
HERMANOS claramente
Adiós, Rios; Adiós, Fontes; (fragmento)
como cuando se entierra um abismo
o se despierta um rezo
Adiós, Rios; Adiós, Fontes;
adiós, regatos pequeños; así
adiós, vista d'os meus ollos, serenamente
non sei cándo nos veremos. en el brazo estendido de otro rio
o la piedra canibal de mi especie
Miña terra, miña terra,
terra donde m'eu criei, así
hortiña que quero tanto, como se llame
figueiriñas que prantei. como venga a decirnos el minuto
cuando creas que ya no te despiertas
Prados, rios, arboredas,
pinares que move o vento, así
paxariños piadores, hasta la reja
casiñas d'o meu contento. o hasta el crudo pizarrón de barro
donde solíamos poner: tesoro mio
Muiño d'os castañares,
noites craras d'o luar, así estaré pensando tu recuerdo
campaniñas timbradoiras y volveré para encontrar la boca
d'a igrexiña d'o lugar. para disimular que ya no existo

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Claudia Villadiego
Paiva nasceu em Valença, Estado do Rio de Janeiro no dia 21 de julho de 1978. Participou de cinco edições do Concurso Intercolegial de Beleza e Arte Estudantil de sua cidade, sagrando-se
vencedor na modalidade Poesia em três edições e na modalidade Artes Cênicas em uma com a esquete de Hamlet de William Shakespeare, interpretando a personagem Cláudio. Graduando
pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Curso de Letras – Licenciatura em Português, Inglês e Literatura. apaiva210778@hotmail.com

TEOLOGIA Se me va el día.
Aunque corra llena de papeles
Solo un abismo Pudo dar vida ala existencia artificios mentales
me agarran y desploman las palabras
dentro del papel
en que escribo.
Monologo para marcial Racini
Llueve y el fuego de la noche
¿Que decir de su soledad? azota las ventanas
Un aburrimiento que se esconde tras las impidiéndome salir
barandas Él apaga el televisor
de una hermosa casa. camina hacia a la ventana
Paredes y pisos de la casa absorben Y en ese recorrido
el tejido que lo cubre, pisa la hoja de papel.
sus más predilectos sabores y amores.
La casa marcial luminosa, El domingo continua
Lo envuelve entre sus alas. bajo una sola tonada
No se, si serás capaz Marcial
de abrir los barrotes.
Lloverá ¿Qué ofrecer?
y las aguas llenarán cada rescoldo La nada que lo cubre.
de esta canción. Él silencia sus muertos, duerme.
A lo lejos las magnolias
- Llaman -
¿Quién es? Podrá entregar la certeza
-La soledad- a otros de trabajar
Ella sentada a contraluz congelará todas las para que el cielo sea suyo
salidas
Marcial….
Huye. Procure no tocarme
Aquel que lo haga
vivirá pesadillas sin fin.
Su muerte será
engullido en serpiente.
AL BORDE No mire mis ojos,
están malditos, quitan el sueño
Nacer y morir develan pensamientos.
¿sueño o pesadilla? Si logra llegar al corazón
Se preguntan los condenados al estanque mala consecuencia
lleno de dalias y margaritas. no merece vivir en desiertos usted.

Las escamas
pesan tanto Yo lo único que quiero
que se les hace imposible volar es ser un buen niño
De esos que no tienen hora para despertar
Un sueño de rastrojos Que han sembrado arboles,
los llevara a morder, Y usan el fuego de las montañas
el anzuelo. para acicalarse.

En una sola tonada

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Alex Rodrigues Paiva


Paiva nasceu em Valença, Estado do Rio de Janeiro no dia 21 de julho de 1978. Participou de cinco edições do Concurso Intercolegial de Beleza e Arte Estudantil de sua cidade, sagrando-se
vencedor na modalidade Poesia em três edições e na modalidade Artes Cênicas em uma com a esquete de Hamlet de William Shakespeare, interpretando a personagem Cláudio. Graduando
pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Curso de Letras – Licenciatura em Português, Inglês e Literatura. apaiva210778@hotmail.com

ILUSÕES Para formar a mesa de dominó

E eu seguindo ali
Hoje abri os olhos e vi, Como estátua de herói da Guerra do
Que cada dia que sucede outro Paraguai
Jamais é igual. Observando, apenas observando...
Acordo no mesmo quarto,
Na mesma cama,
Abra a mesma janela e vejo
Que os cortejos dos segundos que se passam
Faz com que eu dê passos
Em direções diferentes dos que eu já dei até SONETEANDO A METALINGUÍSTICA
aqui.
Ontem vi, bem ali, uma bela árvore,
Hoje não está mais aqui. Alvorada Matutina da humana raça,
Mutação, transformação, ilusão! Esplendor rude, desajeitada escrita.
Nada é igual a nada. Pôs nas paredes das mais diversas criptas,
No âmago de meu ser, estou mudando Perpétua representação da vida em caça.
Aperfeiçoando...
Com os erros de ontem aprendi, A volúpia indiscreta desta eterna arte,
Para não errar de novo hoje, Em gritos explodidos nas mais suaves cores,
Com os erros de hoje, aprenderei, A rupestre beleza em seus plenos rumores
Para não errar novamente amanhã. Transcrita neste belo e natural encarte.
Uma lagarta nos causa horror...
Numa borboleta vemos beleza e esplendor. Mesopotâmia, oh! Revolução cuneiforme!
Ilusão... somente ilusão! Tu permitiste que aos nossos atuais dias,
Pois nada que seja belo consegue ser o que é A História trouxesse o seu mais belo informe.
Sem transformação...
Tudo se inspira em alguém ou alguma coisa. A escrita – reação da comunicação humana,
Quem sabe as lagartas se inspiraram em Deus Via única ao imortal para tudo que se cria,
Para transformarem-se em Borboletas? É a alternativa a qual toda dúvida sana.
Sim, creio que sim...
Pois só Ele serve de inspiração para a Beleza,
Só Ele tem poder para transformar
O Feio em Belo,
As noites em dias
E as nossas mais íntimas e recônditas ilusões
Nas mais profícuas e inspiradoras
Verdades!

Crianças uniformizadas rumo à escola;


Rodas de bicicleta em sincronia;
Garis e vassouras recolhendo o que sobrou da
madrugada,
Talvez o papel de bala fosse de beijo de
namorados;
Eis que vem chegando um senhor, dois, três, ...

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Víctor Manuel Guzmán Villena


nacido en Ibarra -Ecuador, en el eclipse del 26 de febrero de 1956 (Piscis). Un libre pensador, respetuoso del pensamiento y creencias de los demás. Que ama en todas sus manifestaciones
para ser feliz en todos los actos de la vida. Su producción poética está publicada en medios impresos de varios países del mundo y también en forma electrónica en muchas páginas web y
blogs. victormanuelguzman@yahoo.com

A TABERNA DO AMOR CONVOCATORIA

Lugar onde me embriago com o amor Tu monasterio convoca a los seres invisibles del amor
até cair em seus cobertores de sonhos a tocar las notas armoniosas de la pasión
para viajar para o seu quarto acolhedor, onde o Allí nos reunimos contagiados por tu poesía sin
amor transborda generosamente de teus palabras
resplendores de entrega en un ensueño místico de tu arte perfumado de
sonidos
Na taberna do amor, perco minha realidade porque que adormecen en la contemplación extática de tu
o desvario belleza rítmica
que me produz o elixir deseja abrir as fechaduras
da porta misteriosa de teu corpo El sol de tu fiesta sensual nos embriaga de lujuria
abrindo caminho a percorrer suas paixões e energia que penetra en nuestras pieles disfrazadas de mil
colores
Alí bebo a água de tua fonte que como teu sangue que como polvo de las alas de mariposa
leva a memória as delícias sedutoras dos sonhos se impregnan en nuestras epidermis para penetrar
e que me leva as profundezas do beijo da noite a nuestras fibras más íntimas llenándolo
que se converte em fogueira deamor de madrugada de genes de tu hermosa desnudez.

Eres la Minerva, solemne inmaculada de armoniosas


curvas
tallada por los escultores jónicos y corintios
en la madera más fina de la dulce armonía
Eres la majestad hierática con tus contornos y
LA TABERNA DEL AMOR movimientos canónicos

Sitio donde me emborracho con el amor


hasta caer rendido en sus cobertores de sueños
para viajar a tu tibia habitación donde el ERES LA ESENCIA DEL UNIVERSO
amor rebosa generosamente de tus fulgores de
entrega Traspaso las fronteras de mi corazón
cruzando por el umbral del tiempo
En la taberna del amor pierdo mi realidad porque el para buscarte en la inmensidad del universo
desvarío Me guía la música de las celestes esferas
que me produce el élixir desea abrir las cerraduras para llegar hacia ti la más brillante estrella
de la puerta misteriosa de tu cuerpo donde una centella de la chispa divina
que da paso a deambular por tus pasiones y energías nos unirá en la eternidad
purificándonos en el sagrado fuego
Alli bebo el agua de tu fuente que como tu sangre para que tu esencia quede sellada a mí esencia
lleva la memoria de las delicias seductoras de los Seremos dos existencias consagradas
sueños a adorarnos en el recinto de la tierra
y que me lleva a las profundidas de los besos de la donde materializaremos el mágico encuentro
noche de la liberación de nuestras almas
que se convierte en fogata de amor de madrugada

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Daniel Lopes
Nascido em São Paulo, professor, tem textos publicados nas revistas literárias Amálgama, Cronópios, Germina, Caos e Letras, Letras et cetera e Escritoras Suicidas. Publicou em 2008 o
romance É preciso ter um caos dentro de si para criar uma estrela que dança, em 2010 publicou o livro de contos Pianista boxeador. Vencedor do prêmio Valeu Professor 2010, categoria
conto.
E-mail: danielopes26@yahoo.com.br. Blogue:http://pianistaboxeador21.blogspot.com/

PIANISTA BOXEADOR

Sempre gostei de rosas vermelhas!


Difícil é te explicar porque foi que eu resolvi escrever depois de tanto tempo. Tudo parece tão absurdo que eu
não consigo sequer imaginar um meio de começar a te contar. Talvez pelo início seja o melhor meio, mas é
difícil também saber onde e quando tudo se iniciou. Vou começar então por onde a gente terminou. Naquela
manhã chuvosa de domingo em que te perdi pra sempre. Talvez tudo tenha começado exatamente naquele
momento, quando comecei a descer as escadas pra fugir do teu quarto e continuei a descê-las, mesmo
quando cheguei ao porão. E continuei a descê-las, mesmo quando não havia mais escadas e eu arranquei as
lajotas com as mãos e continuei a cavar e a descer até me embrenhar entre os vermes, longe das flores. Você
sabe, sempre gostei de rosas vermelhas, embora aqui embaixo nunca tenha havido muitas delas.
Quando saí da sua casa naquele dia percebi que não havia mais jeito, que não havia mais um meio de voltar
àquele passado onde havíamos sido felizes, porque eu, sempre eu, tinha destruído tudo outra vez e, dessa vez,
eu o sentia, era pra sempre. Então fugi. Abandonei os ringues, as luvas vermelhas, o cinturão de campeão
brasileiro de boxe, categoria peso pesado. Então fugi e abandonei os pequenos palcos e o meu piano branco, e
quebrei meus discos de vinil forte, e decidi que rolaria no estrume até onde minha alma pudesse suportar.
Voltei pro crime. Você sabe que eu tenho habilidade pra isso. Retornei também ao pó que sempre me fez
subir, mas que também já me passou rasteiras imensas. Estava sujo outra vez, mais sujo que nunca.
Entretanto, no panorama negro da noite, entre cartas de baralho, carreiras, copos sujos de vodka, de
conhaque e homens que atiravam com a mesma espontaneidade com que sorriam, muitas vezes me vinha
nítida aos olhos a tua figura. Então eu me levantava no meio do jogo e tudo, e corria pra tentar tocar teus
cabelos sempre amarelos e soltos, mas, quando chegava perto e tocava, só havia a noite, quente e densa. Aí
eu voltava pra mesa e sorria e meus companheiros, todos tão subterrâneos e brutos, alguns até mais
subterrâneos e brutos que eu, aconselhavam-me para que parasse com o pó e deixasse um pouco o conhaque
e a vodka de lado. Mas eles não entendiam que eu estava decidido. Não entendiam que nós havíamos sido
crianças juntos. Você se lembra de quando me emprestava sua bicicleta verde e, à noite, brincávamos de pega-
pega até nossas mães nos buscarem furiosas? Às vezes você ia na bicicleta e eu ia a pé, outras vezes eu ia na
bicicleta e você ia a pé. As mães ainda existiam naquela época. Mas agora não há mais mães. Agora está tudo
fora de lugar e eu apunhalei meu anjo, esqueci de Jesus, da nossa professora de catecismo. TE PERDI PRA
SEMPRE!

***

Arquitetar crimes não é como compor canções, ou estudar um adversário no quadrilátero. Arquitetar crimes
tem segredos e idiossincrasias específicas. Eu elaborei assaltos perfeitos. Transportei drogas em lugares que
ninguém jamais poderia imaginar. Mas um dia falhei. Lembra do grande roubo a agência central do Banco do
Brasil? Fui ferido. Na barriga.Quase morri, mas os anjos do mal que comigo andavam conseguiram um médico
que aceitou me operar, mesmo num barraco de madeira podre onde a noite entrava por todos os lados, entre
as frestas. Sobrevivi. Ganhei uma cicatriz imensa na barriga e algumas dezenas de rugas em cantos do rosto
onde a barba não pode encobrir.
Estava novamente de pé, na noite, e novamente o pó me acolheu e me levantou. Por pura maldade atirei num
cachorro branco que latia à noite na Rua Guaianases. Atirei também em alguns dos que se esforçaram pra me
salvar. Não pelo egoísmo de ficar com todo o dinheiro, mas pelo simples gosto da traição, da mais vil traição. Quando era
pequeno também fiz desaparecer a aliança do teu padrasto, isto mesmo, fui eu quem roubou a aliança, e você apanhou
até que na sua pele brotasse imensos vergões negros, feito lagartas. Você sabe... sempre gostei de rosas vermelhas.

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Daniel Lopes

Mas vivemos sob as chagas de Cristo e às vezes, sempre na noite, eu chorava. Chorava pela loucura e o mal que usavam
meu corpo, minha mente, meus braços. Chorava pelo pai que nunca tive. Chorava pelo nosso bebê que eu fiz você
arrancar da barriga. Chorava por todos os crimes que havia cometido e por todos que sabia que ainda iria cometer.
Chorava por ter ferido você, o anjo que perdi pra sempre. Longe de você, das luvas, das teclas, toda energia boa ou má
que existia em mim e que poderia se transformar num beijo terno, num bom cruzado no ringue ou numa canção bonita se
tornava atos vis e criminosos.
Mas vivemos sob as chagas de Cristo e um dia, quando eu me sentia superior e imortal, senti brotar na minha barriga, ao
lado da cicatriz da operação, um pequeno nódulo, talvez o primeiro sinal de uma inflamação. A princípio não dei atenção
alguma, apenas continuei, na noite. Só que, quando amanheceu, eu vi que o nódulo havia explodido e que de dentro dele,
além do pus, saía um pequeno pedaço de tecido vermelho. Tinha textura delicada, o tecido, parecia camurça, mas, por
incrível que pareça, era ainda mais macio que a mais macia das camurças.
Ó Deus, por que não fugimos pro meio do mato enquanto ainda era tempo? Por que não fizemos uma casinha simples, no
pé de uma serra onde nas janelas houvesse cortinas brancas, como se todas elas, as janelas, estivessem usando vestidos
de noiva? Por quê?
Agora é tarde, porque aquele pequeno pedaço de tecido que brotou na minha barriga, aos poucos, foi crescendo. E até
que era bonito, mas o pus continuava a correr o tempo todo junto a ele e, Deus, como doía. Não soube muito bem o que
fazer. Eu nunca soube muito bem o que fazer. Apenas ficava lá, suportando a dor e acariciando com a pontinha dos dedos
aquele vermelho tão pequeno e delicado.
Vermelho que crescia e desabrochava e parecia sugar todas as minhas forças, uma vez que eu me sentia fraco e minha
pele, e meus olhos, estavam anêmicos, amarelos. Todavia, apesar da dor e do cansaço, eu estava feliz, porque do meio de
todo aquele pus e daquela ferida, que agora era enorme, surgia algo bonito.
Quer saber o que era aquele pedaço tão singelo de vermelho? Eu tive que esperar mais de uma dezena de dias pra que
ele se mostrasse inteiro. Você não vai acreditar, eu mesmo não acreditaria se uma outra pessoa me dissesse. Apesar de,
hoje, isto me parecer tão normal quanto uma espinha, naquele tempo eu custei muito a acreditar. Cheguei a pensar que
estava enlouquecendo, ou que o pó já me dava alucinações. É difícil pra qualquer um ver brotar na sua barriga (violento,
vermelho, macio, ereto) um botão de rosa. Isto mesmo, você sabe... sempre gostei de rosas vermelhas!
Só que a coisa não ficou num botão apenas. Dia após dia, sugavam-me as forças, os galhos, os espinhos, as flores de toda
uma roseira. Meus olhos, eu via no espelho, não tinham mais cor alguma. Cada espinho, da roseira que crescia, que
passava pela minha barriga, fazia-me sentir dor como a de um dente arrancado sem anestesia. Mas a roseira era linda, a
mais linda que eu já havia visto. Era bom acordar pela manhã e vê-la lá, tão imponente na minha barriga. Difíceis eram as
coisas simples, como conseguir comida, ir ao banheiro ou levantar da cama. Eu já tinha perdido trinta quilos. Era bonita, a
roseira, mas estava me sugando a vida, e eu sou feio, egoísta e mal. Dar cabo da roseira era preciso, antes que ela desse
cabo de mim.
Preparei minha navalha de cabo de marfim, um pano branco e o álcool indispensável. Manhã de outubro. Abri a navalha.
Manhã de outubro. Bebi e fechei os olhos. Manhã de outubro. Segurei o pezinho da roseira com uma das mãos e com a
outra passei-lhe a lâmina... O sangue jorrou e, por Deus, não existe dor maior no mundo... Apertei o pano forte contra a
ferida e tentei me levantar, mas minhas vistas se escureceram e eu achei que tinha morrido.
Entretanto acordei e me sentia forte. Continuar a viver era necessário e até que era bom poder viver, e caminhar pelas
ruas, e ser livre. Mas minha liberdade, eu ainda não sabia, duraria pouco, pois a chaga da barriga mal cicatrizara e já me
brotava outra roseira no braço direito. Novamente repeti o processo da navalha, do marfim, manhã de novembro. Mas aí
começou a nascer o vermelho na minha perna. Da perna espalhou-se para a virilha e por mais que eu repita, até hoje, o
processo da navalha, das toalhas brancas, sei que não vai adiantar.
Amanhã é natal. Cinco anos que eu não te vejo. Tenho aqui comigo um revólver. Quando terminar de ler esta carta,
procure no jardim da sua casa a rosa que está num vaso de cerâmica branca. O corpo estará um pouco mais distante, na
praça em frente à catedral.
Feliz natal! Se eu pudesse começar de novo, mudaria tudo.

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2ª Edição - novembro de 2010

Stael Moura da Paixão Ferreira


Docente do Curso de Letras Português/Inglês e Português/Espanhol da UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/ Câmpus do Pantanal. DHL - Departamento de Ciências Humanas e
Letras. Pesquisadora da Literatura Fronteiriça Brasil/Bolívia. staelmoura@hotmail.com

A LITERATURA FRONTEIRIÇA: INTERFLUXOS DA PRODUÇÃO LITERÁRIA

Preliminarmente, vale destacar a importância do tema pesquisado. Faz-se necessário esclarecer que a
integração política, econômica e cultural entre países latinoamericanos sempre despertou interesse, além
de ser meta nas relações internacionais. Entretanto, ao que se refere ao estudo de interfluxos da produção
literária fronteiriça, de modo geral, parece-nos ainda muito tímido. Comumente, assistimos a discussões
em torno da literatura, de forma generalizada, mas ao que se refere à literatura fronteiriça, pouco se tem
abordado, considerando que, nos estudos contemporâneos, as relações entre o saber literário e os outros
saberes são particularmente complexas e vão requerer do crítico certos entendimentos geopolíticos que
permitam estabelecer aberturas interpretativas para, o que, aqui, de antemão, definiremos como uma
“primeira aproximação”.
Esta “primeira aproximação” com o texto fronteiriço, geralmente, não costuma ser tarefa simples, pois
requer, inicialmente, um conhecimento considerável sobre a região. Em segundo lugar, um
aprofundamento no discurso histórico, considerando que a memória da humanidade, a origem e evolução
da sociedade, seu auge e decadência, os feitos e a trajetória de personagens ilustres, os antecedentes, e
até situações contemporâneas do homem são temas históricos, parte fundamental da cultura individual e
coletiva, que são conservados nos arquivos da história desta fronteira. Sabe-se, ainda, que, em cada época
literária, são atribuídas à literatura de fronteira funções distintas, condizentes com a realidade cultural e,
portanto, social, da época. Assim, a linguagem literária fronteiriça assume aspectos de representação e
demonstração identitárias, ou seja, reflete uma identidade nacional, evoluindo proporcionalmente,
ganhando diversas ”roupagens”. Nessa perspectiva, vê-se, então, que o sistema literário fronteiriço se
organiza em torno da problemática da identidade nacional, fortalecida na ideia de “pertencimento” a uma
nação. Essa função é que possibilita ao indivíduo o reconhecimento da realidade que o norteia.
Em terceiro lugar, sabe-se que a literatura fronteiriça, assim como a literatura de forma geral, está ligada à
demonstração do real, assumindo funções enquanto fruidora da arte narrativa. Antonio Candido, em A
literatura e a formação do homem (CANDIDO, 1972) identifica três funções exercidas pela literatura, as
quais são denominadas de humanizadoras: a psicológica, a formadora e a social. Esta primeira função tem
ligação estrita com a capacidade e necessidade que o individuo tem de fantasiar através dos devaneios.
Conforme Candido, as fantasias expressas pela literatura, no entanto, têm sempre sua base na realidade,
nunca são puras e, é justamente através dessa ligação com o real, que a literatura passa a exercer sua
segunda função: a formadora. Entretanto, para Candido, “a literatura pode formar; mas não segundo a
pedagogia oficial”, “ ela age com o impacto indiscriminado da própria vida e educa como ela” (op. cit., p.
805). Assim, a literatura atua como instrumento de formação do homem, exprimindo realidades que a
ideologia dominante tenta, por vezes, esconder. Para Candido, a literatura não corrompe nem edifica, mas
humaniza em sentido profundo, por que faz viver (op. cit., p. 806). Desta forma, identifica-se a terceira
função da literatura que diz respeito à identificação do leitor e de seu universo vivencial representados na
obra literária: a função social.
Essa última função possibilita ao indivíduo o reconhecimento da realidade que o cerca quando transposta
para o mundo ficcional, segundo Candido. Entretanto, pode, por vezes, causar uma falsa impressão,
construindo um reconhecimento errôneo, na visão do leitor, quando este não reconhece a realidade e não
participa diretamente dela. Assim, o leitor que não participa da realidade fronteiriça, nem reconhece a
história em que a personagem está inserida, e atua, apenas, como observador, reconhece somente a
realidade de seu próprio mundo como verdade absoluta, não interpretando adequadamente o produto
ficcional. Desta maneira, essa função pode causar a integração do leitor ao universo vivencial das

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Stael Moura da Paixão Ferreira

personagens fronteiriças retratadas, quando expressa de maneira fidedigna sua realidade vivencial. Isso
causa uma maior integração entre leitor e personagem, que culmina na identificação de uma realidade
que não é a de quem lê, e, por sua vez, que faz parte de uma cultura fronteiriça própria, diferente
daquela da qual, muitas vezes, o leitor participa. Essa integração faz com que o leitor incorpore a
realidade da obra de fronteira às suas próprias experiências pessoais.
De qualquer modo, abordar literatura desta fronteira Brasil-Bolívia, num primeiro momento, é perceber
que os estudos devem ser norteados por duas concepções: a da história cultural e da história social de
cada região. Todavia, vale, aqui, salientar que não se trata de analisar as obras com visão totalmente
histórica, afinal, o discurso histórico produz interpretações das informações ou conhecimento do passado
que dão tratamento narrativo ao fato para que se percebam seus referentes como fenômenos
distintivamente "históricos". Afinal, segundo Croce apud Sutermeister (2009), onde não há narrativa, não
existe discurso distintivamente histórico. Entretanto, deve-se recorrer à história com o intuito de
compreender a realidade em que os autores fronteiriços estão incluídos e, posteriormente, analisar com
base nas teorias da literatura.

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Hélio Moreira
Médico, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná. Professor Titular (aposentado), do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Goiás. Presidente do Conselho de Educação e Cultura do Grande Oriente do Estado de Goiás- 1996/2002. Filiado a mais de uma dezena de entidades culturais. Presidente da
Academia Goiana de Letras, gestão 2009/2011, com mais de uma centena de Artigos, Crônicas e Estudos em vários órgãos da imprensa de Goiás, sobre temas diversos, inclusive assuntos
maçônicos. Como autor e co-autor, tem publicado trabalhos científicos em revistas científicas nacionais e estrangeiras, somando o total de 157 participações. Membro de doze Sociedades
Científicas Nacionais e 5 Internacionais, tem participado ativamente de suas Diretorias, destacando-se: Presidente da International Society of University Colon and Rectal Surgeons - gestão

VIENA NO TEMPO DE SIGMUND FREUD

No final do século XIX, inicio do século XX, a cidade de Viena, capital do Império Austro-Húngaro era
considerada uma das melhores cidades, no que diz respeito ao padrão de vida, de toda a Europa; poucas
capitais de países europeus viveram apogeu semelhante, tanto no que diz respeito à vida social,
econômica, arquitetural e nas artes, principalmente a música e a literatura, para não se falar na medicina.
Viena experimentou, naquela virada de século, um crescimento populacional extraordinário, saindo de
mais ou menos 700.000 habitantes em 1880 para 2.100.000 em 1910; era considerada o centro médico do
mundo,; muitas técnicas cirúrgicas que ainda hoje utilizamos no nosso dia-a-dia profissional foram
idealizadas naquela época, destacando-se, para não alongarmos nas exemplificações, a técnica proposta e
realizada pelo cirurgião e professor de cirurgia da Universidade de Viena, Theodor Billroth, em 1872, para
cirurgia de estômago.
Um outro cirurgião de nome Mikulicz, assistente de Billroth, quase que na mesma época, fez, pela primeira
vez, uma ressecção do reto em um paciente portador de câncer e, Wertheim, também contemporâneo de
Billroth na mesma Universidade, fez a primeira cirurgia radical para tratamento do câncer de útero.
No entanto, ao falarmos em medicina, não podemos, jamais, deixar de mencionar a figura de Sigmund
Freud, esta miraculosa luz que nasceu para clarear a obscuridade e vencer os preconceitos entranhados na
sociedade daquela época, inclusive da classe médica a que ele pertencia.
É sobre este homem que gostaria de discutir com os leitores; tentarei, dentro da exiguidade do espaço
jornalístico que me é oferecido, mostrar a evolução da sua vida familiar e de pesquisador, suas decepções e
sua determinação, sua cultura humanística e intelectual.
Cada etapa da sua vida é como se fora um capítulo de um livro que tento elaborar mentalmente, embora a
maioria das ações se entrelace, o personagem principal, o homem Freud, pela sua avassaladora
onipresença, me permitirá delinear o enredo em capítulos, sem que o leitor se perca no emaranhado dos
acontecimentos.
Freud nasceu na Morávia, território pertencente ao Império Austro-Húngaro, no ano de 1856 e, quatro
anos depois, sua família mudou-se para Viena, onde ele viveu até a idade de 78 anos, quando foi obrigado
a exilar-se na Inglaterra, para fugir da perseguição nazista.
Embora pertencendo a uma família judia, sempre foi avesso a qualquer religião, chegando, inclusive, a
tornar-se um ateísta, porém, nunca perdeu sua identidade judia.
Formou-se em medicina pela Universidade de Viena em 1881 e, durante todo o curso, dirigiu seus estudos
para a neuro-histologia do cérebro; em 1882 foi admitido no Hospital Geral de Viena, quando ficou noivo
de Martha Bernays, sua futura esposa.
Em abril de 1884 começou a estudar a droga cocaína, tendo feito, inclusive, experimentos nele mesmo para
observar os seus efeitos “revigorantes”,; publicou estes resultados em uma monografia, hoje uma obra
clássica da literatura médica.
Experimentou a droga, também, no seu grande amigo Dr. Marxow, que se já debatia com o vicio da
morfina, devido a um tumor doloroso na mão; infelizmente, para Freud, este médico veio a se tornar um
viciado na droga e ele foi acusado por isto, principalmente porque, a partir de 1886, o vicio no uso da
cocaína já estava se tornando comum na população.
No final do ano de 1885 conseguiu uma bolsa de estudos para estagiar durante alguns meses no hospital
Salpêtriére de Paris, onde trabalhava o já famoso psiquiatra Jean-Martin Charcot, considerado o maior
neuropatologista da época.
Analisando a correspondência que Freud trocou, naquela época, com a noiva Martha, fica difícil saber o

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Hélio Moreira

que mais o impressionava naquela figura, se a forte personalidade, perante a platéia de assistentes e de
pacientes, sua genialidade ou o professor com poder de comunicação extraordinário.
”Oh! que maravilha isto vai ser. Voltarei para Viena para curar muitos casos incuráveis de pessoas nervosas
e iremos casar – The letters of Sigmund Freud, Ed.E.L. Freud, N ova York, 1960”.
Charcot era o médico da sociedade parisiense da época,; ele tornou-se conhecido por tratar a Deus e todo
mundo de uma afecção que se tornou “chic”ser portador, era a chamada “colite nervosa”; as madames da
sociedade que não a possuíam, gostariam de possuí-la.
Naquela época da visita de Freud, talvez por isto mesmo, ele decidiu conhecê-lo; Charcot estava muito
envolvido com os estudos de uma forma muito comum de neurose da época – a histeria e o seu tratamento
por uma nova modalidade terapêutica proposta por ele - a hipnose.
Porém, ao voltar, a grande decepção: ao expor, em 15 de outubro de 1886, perante a Sociedade Médica de
Viena, as novas idéias que aprendera com Charcot, enfrentou enorme rejeição ao proferir a conferência –
Histeria no homem; chegou a ser vaiado, principalmente porque era um conceito praticamente inaceitável
pelo mundo científico da época, uma vez que, como o nome está dizendo (hístero=útero), esta
problemática deveria ser exclusiva do sexo feminino.
Como Freud enfrentou esta situação será assunto do próximo capítulo.

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Bernadete Piassa
Nasceu em Corumbá, MS, e mora nos EUA há 25 anos. Trabalhou como jornalista em São Paulo durante 13 anos, recebendo vários prêmios por seus artigos. Suas crônicas e contos já foram
publicados nos EUA, Europa, Oriente Médio e Ásia. Bernadete mantém o blog bilíngue Brazilian Soul (Alma Brasileira) - piassa-braziliansoul.blogspot.com - no qual narra suas lembranças do
tempo em que morava no Brasil e discute como se sente sendo uma imigrante nos EUA. É também editora da revista eletrônica internacional de arte e literatura, Agonia.net.

O TESTEMUNHO DAS ÁGUAS

Num sei nada desse tal de pantanal, muito menos daquela cidade branca e preguiçosa que cismou de
aparecer às margens dele. Saí de lá correndo quando tinha 12 anos. Se tivesse asas teria voado, tal a minha
pressa de escapar daquele calorão, daqueles mosquitos carnudos e atrevidos, daquelas freiras que
tentavam cozinhar a gente naqueles uniformes compridos enquanto o termômetro marcava 40 graus à
sombra. Fui-me embora. Fugi em busca de aventuras e fiz questão de esquecer tudo daquelas bandas.
Lembra de Regina Maria, filha de Malu e Freitas? Não, não lembro. Mas ela ara amiga da gente do Genic,
como pode ter esquecido? Pois esqueci. Deixei o passado pra trás, apagando tudo da minha memória como
uma renegada que cometeu um crime e tem vergonha do que fez.
Fui para a cidade grande, tentando fazer de conta que nunca tinha sido matuta um dia, que já tinha nascido
“cosmopolita”, podre de chique. Do Rio de Janeiro me despenquei para São Paulo, de lá fui para Nova York,
atravessei um oceano para chegar à França, e retornei aos EUA, para morar em Newtown. Viajei pelo
mundo a passeio e a trabalho. Quanto mais viajava, mais acreditava que todo aquele pantanal verde e
lamacento e aquela cidade branca e dorminhoca pertenciam ao passado de alguma outra pessoa. Meu não,
que eu não queria nada com aquilo.
Quando já tinha ido até o cafundó do Judas e voltado, me dei conta de que finalmente não sabia mais nada
daquele mundaréu de água, daquela cidade parada no tempo. Nome de peixe, de árvore, das frutas, do
povo, as músicas, os costumes, tudo havia desaparecido como um rio que transborda e vai varrendo o que
encontra pelo caminho. Daquele pantanal e das vizinhanças dele, eu não sabia mais nada não senhor.
E então, no meio da noite, ele começou a voltar. Tal como alma de outro mundo, esgueirava-se devagarinho
no meio dos meus sonhos, mostrando um rosto aqui outro acolá: mulheres andando pela rua com guarda-
chuvas abertos para se protegerem do sol; o bananeiro sentado na esquina da D.Aquino e Antonio Maria
com a camisa desabotoada, sem sapatos, mais à vontade do que na própria casa; os turquinhos pendurando
roupas para vender do lado de fora das lojas, tanta roupa, meu Deus, que nem dava vontade de entrar nas
lojas; menininhos nus pulando no rio para nadar sem medo de piranhas enquanto a gente aqui tem medo
até dos vizinhos; os picolés de bocaiúva, coco queimado, milho verde, que delícia! Tudo isso foi voltando,
assim, de mansinho.
Pior mesmo foi que comecei a pensar naquela imensidão de água e naquela cidade mormacenta. Eles, que
por tanto tempo tinham ficado envoltos em névoa, foram se aclarando até ficarem mais reluzentes do que
as estrelas no meio do pantanal. Chegaram assim, sem cerimônias, sem pedir permissão para entrar, e tal
qual um professor irritado com um aluno que insiste em escrever besteira, apagaram minha pretensa
sofisticação para me mostrar quem eu era de verdade: caipira, de pés descalços.
Quando a noite caía naquela cidade indolente, havia um tempo em que eu gostava de ficar sentada na porta
da minha casa, com meus pais e minhas irmãs, ouvindo as histórias que o avô da minha melhor amiga, que
morava na casa vizinha, contava. A gente punha as cadeiras lá fora, de repente até acendia uma fogueirinha,
e ficava de conversa fiada. Sem mais nem menos, o avô vinha com uma história de Saci-Pererê, de
assombração, de mundos que não existiam mas que pareciam mais vívidos do que nunca. E as crianças
prendiam a respiração e faziam de conta que não tinham medo, com um frio na barriga... Depois, quando
íamos dormir escondendo a cabeça embaixo do lençol, pra escapar dos mosquitos, as histórias todas
voltavam. E se Saci-Pererê aparecesse? E a tal da mula sem cabeça? Que pavor, meu Deus do céu...
Durante o dia, havia as histórias no radinho de pilha da empregada, que passava roupa nos fundos da casa.
Meu pai tirava uma soneca e minha mãe costurava. Nós crianças nos aboletávamos encima da mesa onde a
empregada passava pra ficar mais perto do rádio. Seu Manoel matou Dona Maria com um tiro direto na
testa. Chegou em casa, viu um homem saindo e não pensou duas vezes. Já foi atirando. Isto está certo meus

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Bernadete Piassa

caros ouvintes? Telefonem e dêem sua opinião. Estamos aqui para ouvi-los. Seu Garcia deu três facadas no
melhor amigo. Estavam num bar, beberam, discutiram por causa de dinheiro e acabou no que acabou. Está
certo meus caros ouvintes? Um ladrão pulou no quintal da casa de Dona Vitória e levou todas as roupas
penduradas no varal pra secar. Um jovem delinqüente foi visto entrando no cemitério em pleno dia e
roubando flores dos túmulos. Maria das Dores, de 15 anos, acabou com a vida tomando veneno de rato
depois que descobriu que estava grávida do pai e a mãe ameaçou atirá-la na rua... E nós chupávamos
picolés de groselha, fascinadas por aquele mundo cheio de tragédias que parecia tão longe, mas que
adivinhávamos ser parte do nosso pantanal.
Às vezes, minha mãe resolvia contar histórias. Todas elas tinham um fundo moralista, quem sabe a gente
aprendia alguma coisa, sempre havia a esperança... Tinha a história do velho menosprezado pela família
toda, inclusive as crianças, obrigado a morar num quartinho no fundo da casa. Que culpa e que receio que a
gente sentia. E se acabássemos assim? Tinha a história de Isabel, uma menina que desobedecia a mãe
abrindo a porta para um estranho, e a cachorrinha que tomava conta dela cantava uma canção tão triste...
Tinha a história da menina enterrada no fundo do quintal pela madrasta malvada e que também era
acompanhada por uma canção melancólica. Vinha um medo gostoso, uma vontade de não ouvir mais e de
não parar de ouvir nunca mais...
O pantanal era cheio de histórias, cheio de passeios pelo rio, de idas à fazenda pegando o trem, depois a
Maria Fumaça, depois um barquinho, pra desembarcar na frente da casa branca onde passávamos dias sem
fim. De manhã bem cedo, íamos ao curral tomar leite com açúcar e conhaque. Durante o dia, íamos pescar,
andar a cavalo, subir em árvores pra pegar goiaba ou ouvir meu primo descrever os macacos tão grandes
que podiam até derrubar uma pessoa, eu juro por tudo que é sagrado, ele dizia. De noite, sentados em
redes na varanda, acompanhávamos os barcos deslizando lentamente pelo rio e ouvíamos o barulho das
águas batendo nas margens. Olhávamos o pantanal com respeito, sem saber o que ele escondia.
A vida perto daquele pantanal acontecia em câmara-lenta, que ninguém tinha pressa não e o calor era
demais para alguém se abalar com gestos desnecessários. Só mesmo as polcas paraguaias faziam as
pessoas se animarem e sair por aí dançando, esquecendo do calor, dos mosquitos, esquecendo de tudo. Êta
música animada meu Deus! Na churrascaria da Antonio João, os rapazes chegavam cheirando a cigarro e
cerveja e as mocinhas esperavam serem tiradas pra dançar, fazendo de conta que não estavam nem aí ó,
mas com o coração apertado de tanta expectativa... Nas festas do Corumbaense era outro tipo de música,
americana, ou da Jovem Guarda, e as mocinhas de família esqueciam que tinham família para sair aos
amassos com os rapazes que também queriam esquecer de tudo.
E o pantanal atrás do clube, calado, impenetrável, sabendo que as histórias, as pessoas, as festas, tudo isso
ia passar e só ele ia ficar lá para sempre, na sua imponência, com seus mistérios e segredos. O pantanal e a
cidade branca, cúmplices no tempo, sábios, deixando o mundo em volta deles se consumir na sua violência,
na sua loucura, enquanto eles continuavam lá, testemunhas silenciosas de todo o desvario. Ah, num sei
nada desse tal de pantanal. Mas esse pantanal, esse sabe tudo de mim.

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Notícias

Zezé Barcelos (escritora, RJ), Mário Feijó (escritor e artista


plástico, RS) e Raimundo Palmeira (escritor e advogado, AL)

"Foi lançado durante a 21ª Bienal


Internacional do Livro de São Paulo, em agosto
deste ano, o primeiro livro de poesias da
escritora acriana Eritânia Brunoro. O livro,
intitulado No Íntimo do Silêncio e publicado
pela Editora Scortecci, reúne cerca de 115
poesias da escritora que retratam emoções e
impressões que enaltecem a solidão vivida
pelo poeta. O livro está à venda nas livrarias
Asabeça (http://www.asabeca.com.br) e
Cultura (http://www.livrariacultura.com.br)
ou pelo e-mail eritania@gmail.com, para
remessas nacionais. Para as remessas
internacionais, a venda é feita somente pela
Livraria Cultura. Mais informações no blog do
livro
http://nointimodosilencio.blogspot.com."

Ao lado de Carlos Alberto Fiore Ao lado de Zezé Barcelos.


(Jornalista e escritor, SP)

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Normas para apresentação de trabalhos na Revista Literária


Internacional “Musa Calíope”

1. Os poemas, crônicas e contos passarão por uma comissão de leitura e seleção; os textos não selecionados ficarão em
nossos arquivos, podendo ser publicados posteriormente. Não será permitida publicação de trabalhos que não sejam da
autoria do remetente.
No caso de poemas: Envie seu trabalho a ser publicado junto com seus dados (nome, e-mail, cidade/estado, breve biografia
(com no máximo 150 palavras), foto) para: poemasmusacaliope@hotmail.com se forem poemas.
No caso de contos e crônicas: Envie seu trabalho a ser publicado junto com seus dados (nome, e-mail, cidade/estado, breve
biografia (com no máximo 150 palavras), foto) para: narrativasmusacaliope@hotmail.com se forem outras narrativas:
contos, crônicas,
2. Envie 4 poemas, e/ou 1 prosa, e/ou 1 conto pequeno (máximo 2 páginas sendo digitadas em Word 6.0, fonte VERDANA,
tamanho 12. A temática será livre (O texto deve estar dentro de padrões morais e éticos aceitáveis). Os textos apresentados
aqui devem estar revisados e são de direito e responsabilidade de seus autores.
3. Existem critérios de julgamento distintos no que se refere às poesias e contos que ficarão a cargo da comissão de leitura e
seleção classificar. Será observado respeito às normas gramaticais básicas.
4. Os artigos, ensaios e resenhas devem ser INÉDITOS, sendo digitados também em Word 6.0, fonte VERDANA, tamanho 12.
Para as citações destacadas, com mais de 4 linhas, usar a mesma fonte em tamanho 10. Se a citação tiver menos de três
linhas deverá ser feita no interior do parágrafo, marcada apenas por aspas duplas no início e no final do trecho reproduzido.
5. Deve-se usar parágrafo moderno, isto é, sem deslocamento na primeira linha, espaço simples entre linhas e duplo entre
parágrafos. Não numerar as páginas. Estas devem ser configuradas no formato A4. A publicação do periódico é MENSAL,
com acesso GRATUITO.
6. Os trabalhos (artigos, ensaios, resenhas) deverão ser enviados, EXCLUSIVAMENTE, para o e-mail
artigosmusacaliope@hotmail.com No final do texto, colocar breve biografia (com no máximo 150 palavras), foto. Em
separado, ou seja, em outro anexo, devem-se colocar os dados do autor: Nome completo, Endereço completo (com CEP), e-
mail, Titulação (se houver) e Instituição de origem (se houver), e-mail, breve biografia e foto.
7. Os textos serão enviados para pareceristas integrantes da Comissão Editorial da revista eletrônica. A cada número, será
organizado um dossiê. Os artigos e ensaios deverão ter no mínimo 02 páginas e no máximo 03 páginas, resumo em
português e em outra língua estrangeira, de no máximo 250 palavras e 03 palavras-chave, também em português e na outra
língua escolhida. As resenhas deverão ter, no máximo, 02 páginas. Os artigos não aceitos para publicação NÃO serão
devolvidos.
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maiúsculas somente para as iniciais, duas linhas abaixo do título à direita, com um asterisco que remeterá ao final do texto
para identificação da instituição a que pertence(m) o(s) autor(es) e da função que nela ocupa(m); b) resumo e abstract:
colocar as palavras RESUMO e ABSTRACT (ou outra designação na língua escolhida) em caixa alta, seguidas de dois pontos.
Colocar o resumo três linhas abaixo do autor ou autores e separar o ABSTRACT do resumo por espaço duplo; os textos-
resumo deverão ser feitos em itálico, corpo 10, seguidos de dois pontos; c) palavras-chave e keywords: colocar as PALAVRAS-
CHAVE e KEYWORDS em caixa alta, seguidas de dois pontos; colocar as palavras-chave três linhas abaixo do abstract e
separar as keywords das palavras-chave por espaço duplo; as palavras-chave e as keywords deverão ser digitadas em itálico,
corpo 10.
9. Subtítulos: sem adentramento, em maiúsculas, numerados em algarismos arábicos; a numeração não inclui a introdução,
a conclusão e a referência bibliográfica.
10. As Notas: devem aparecer ao final do artigo, utilizando-se os recursos do Word 6.0, corpo 10 e numeradas na ordem de
aparecimento; a chamada (o número referente à nota) deve estar sobrescrita; os destaques (livros, autores, artigos,
categorias, etc.) devem ser colocados em itálico, conforme a necessidade.
11. Referências: seguir normas da ABNT: a) Para títulos de livros, usar negrito; b) Subtítulos, sem negrito; Capítulos de livros
do mesmo autor, usar a expressão In:, seguida de 5 travessões: In: _____. c) Para Organizadores e Coordenadores (Org.). ou
(Coord.).; d) Após a citação, colocar o sobrenome do(a) autor(a) em caixa alta, seguido do ano e do nº. da página. P. ex.:
(SOUZA, 2006, p. 105).
12. Anexos: caso existam, devem ser colocados antes das referências, precedidos da palavra ANEXO, sem adentramento e
sem numeração.
13. Só serão aceitos artigos de autores que tenham seu currículo cadastrado e atualizado na Plataforma Lattes do CNPq.
OBS.: Os textos que não apresentarem as normas estipuladas para publicação, notadamente as de formatação das
referências, NÃO serão avaliados.

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2ª Edição - novembro de 2010

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Calíope, a da Bela Voz, em grego Êáëëéüpç, foi uma das nove musas da mitologia grega. Filha de
Zeus e Mnemósine. Foi a musa da epopéia, da poesia épica, da ciência em geral e da eloquência e a
mais velha e sábia das musas, e é considerada por vezes a rainha destas. É representada sob a figura
de uma donzela de ar majestoso, coroada de louros e ornada de grinaldas, sentada em atitude de
meditação, com a cabeça apoiada numa das mãos e um livro na outra, tendo, junto de si, mais três
livros: a Ilíada, a Odisseia e a Eneida. Em outras representações, traz como atributo um rolo de
pergaminho e uma pena

En la mitología griega, Calíope (en griego antiguo Ê á ë ë é ü pç Kalliópê, 'la de la bella voz') es la
musa de la poesía épica y la elocuencia. Se le representa con las características de una muchacha
de aire majestuoso, llevando una corona dorada, emblema que según Hesíodo indica su
supremacía sobre las demás musas. Se adorna con guirnaldas, llevando una trompeta en una mano
y un poema épico en la otra. Como las demás musas, Calíope es hija de Zeus y Mnemósine (la
Memoria).

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