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Simone
MODELOS ATÔMICOS
Durante muitos séculos a matéria foi estudada de variadas formas, mas houve uma preocupação pelos
pensadores em sua composição. Durante a história, os processos de conhecimento sobre os elementos, de onde
derivaria a Química como ciência, passaram por pensamentos como do filósofo Empédocles e propagado pelo
filósofo Aristóteles, da Teoria dos Quatro Elementos Básicos – que foi formulada por volta do séc. IV a.C. e
revisada no séc. XVII d.C. A história da Ciência nos mostra que o conhecimento é sempre passível de revisão e
reconceituação, o que ocorreu no caso dessa teoria.
Mesmo sendo revista e redirecionada, a teoria empedocliana-aristotélica tinha certo sentido, pois hoje pode-
se facilmente notar que a terra, a água e ar se relacionam aos três estados físicos da matéria – sólido, líquido e
gasoso – e o fogo é a energia necessária para as transformações físicas e químicas.
De todas as explicações gregas antigas quanto à constituição da matéria, a mais sedutora foi proposta por
Leucipo de Mileto (aproximadamente 500 a.C.) e Demócrito de Abdera (aproximadamente 460 a.C.), seu
discípulo, ambos filósofos contemporâneos de Aristóteles que descreveram a matéria como uma concentração
de minúsculas partículas ou “átomos”, que de tão minúsculas não poderiam sofrer nenhum corte, ou seja, dessa
forma essa menor partícula seria portanto indivisível. Demócrito ainda sustentava que os átomos se diferiam
entre si pela forma e disposição e estavam num constante movimento, em que se combinavam uns com os outros
de modos diferentes.
No século XVIII, Antoine Laurent Lavoisier (1743 – 1794), um cobrador de impostos francês, se interessou
por experimentos com o ar realizados pelos químicos britânico Robert Boyle (1627 – 1691) e Joseph Priestley
(1733 – 1804), e, ainda se utilizando da Teoria dos Quatros Elementos, notou experimentalmente a existência
de outros gases presentes no ar. O primeiro – inicialmente denominado “ar deflogisticado” – era o oxigênio, e
segundo – denominado “azoto” – é hoje conhecido como nitrogênio.
Com base nessas análises quantitativas foi possível comprovar que o ar não é um elemento químico, mas
sim a mistura de várias componentes.
Em 1783, Lavoisier teve conhecimento de experiências realizados por Joseph Priestley e Henry Cavendish,
que por intermédio de descargas elétricas em certos gases conseguiram produzir um orvalho que na realidade
Em 1887, o cientista inglês Joseph John Thomson (1856 – 1940) adaptou o experimento de Crookes pela
inserção de um campo magnético que desviou o feixe luminoso para a placa carregada positivamente. Thomson
comprovou que as partículas presentes no feixe eram de caráter negativo. Esse experimento foi repetido com
vários gases diferentes, sempre gerando o mesmo efeito, concluindo que, se as propriedades dessas partículas
são as mesmas, então, elas estão presentes em toda matéria. Atualmente essas partículas são denominadas
elétrons.
Figura 3 – Desvio dos raios catódicos ao passar pelo campo magnético. Thomson comprovou serem negativas
as partículas do feixe, pois são atraídas pela placa positiva.
A partir da descoberta dos elétrons surgiu o interesse por outras partículas subatômicas. Em 1886, o físico
alemão Eugene Goldstein (1850-1930) utilizou um tubo de Crookes modificado que o levou à descoberta de uma
partícula 1836 mais pesada que o elétron e de carga oposta (positiva). A essa nova partícula deu-se o nome de
próton.
Em 1890 já estava evidente que o átomo era divisível e constituído por partículas negativas denominadas
elétrons. Com base nesse conceito, Thomson propôs um modelo de átomo que mais se assemelhava a um
“Pudim com Passas”, pois os elétrons estariam incrustados na superfície externa de uma esfera de carga
positiva.
Essas emissões radioativas também foram analisadas em torno de seu poder de penetração em vários
materiais e sua capacidade de ionização do ar, conforme apresentado na Figura 6. As emissões alfa e beta
conseguiam ionizar o ar (formar íons no ar). Já a emissão gama, não ionizam diretamente outros átomos, mas
podem induzir a liberação de outras partículas subatômicas levando a uma ionização.
Figura 6 – Penetração das partículas alfa (), beta () e gama ().
Outros aspectos importantes foram relatados por Rutherford e seus colaboradores após observarem que:
• as radiações emitidas faziam uma placa de sulfeto de zinco cintilar (ZnS) por meio de um fenômeno
denominado fluorescência.
• a radiação alfa tem carga +2 e massa equivalente à do átomo de hélio. Logo, seria uma partícula.
• a radiação beta tem carga –1 com relação carga/raio igual à do elétron. Logo, seria um feixe de elétrons
com elevada velocidade (aproximadamente 95% da velocidade da luz).
• a radiação gama é como a luz, formada por radiação eletromagnética e com comprimentos de onda
menores que dos raios X.
Em 1911, Rutherford apresentou resultados de um experimento realizado com a cooperação do físico inglês
E. Marsden (1889 – 1970) e o físico alemão H. Geiger (1882 – 1945), que derrubaram o modelo atômico segundo
Thomson. Nesse experimento, uma fina película de ouro (0,0001 mm) foi bombardeada por um fluxo de partículas
alfa positivas (24), que são liberadas por uma pequena quantidade do elemento radioativo polônio. Os resultados
desse experimento verificaram a passagem da maioria das partículas, que passava reta e poucas se desviavam.
Ainda se verificou que algumas partículas ricocheteavam, voltando em direção à fonte de radiação, conforme
mostrado na Figura 7.
O experimento realizado por Rutherford provou que o átomo não é maciço, ou seja, há prevalência de espaços
vazios. Na parte central do átomo está concentrada praticamente toda a massa do átomo e contém partículas de
carga positiva.
O modelo de Rutherford, ficou conhecido como “Modelo Planetário”, e o átomo é dividido em duas regiões:
NÚCLEO e ELETROSFERA. A eletrosfera é a região onde se encontram os elétrons, os quais possuem carga
negativa e estão orbitando em torno do núcleo. Já o núcleo é a região onde se encontram os prótons, os quais
possuem carga positiva.
Mas um questionamento era feito: se o núcleo atômico é formado por partículas positivas, por que essas
Figura 10 – Coloração na chama dos sais de estrôncio (Sr), sódio (Na) e cobre (Cu).
Com base em experimentos em torno da queima de elementos diferentes, os cientistas conseguiram registrar
espectros descontínuos que mostravam apenas algumas raias ou bandas distintas que justificavam as cores
obtidas durante o teste de chama.
Note que os espectros de ambos os elementos apresentam algumas poucas linhas que representam apenas
as regiões em que estão ocorrendo os processos de absorção e liberação de energia.
Por meio dessas observações Bohr concluiu que os responsáveis pela emissão de cores diferentes para
esses elementos eram seus elétrons mais externos, que absorviam quantidades diferentes de energia.
Então postulou que:
• todo átomo tem elétrons movimentando-se em órbitas circulares e estacionárias ao redor do núcleo
(níveis ou camadas simbolizadas por: K, L, M, N, ...).
• os elétrons têm uma quantidade de energia fixa e determinada, dependendo do nível em que se
encontram.
• não é permitido ao elétron estar numa região entre dois níveis consecutivos, mas é possível transitar de
um nível para outro.
• para um elétron fazer uma transição a camadas mais externas, é necessário que absorva energia de
outro meio (por exemplo: luz, fogo, radiação etc.). No entanto, para o elétron retornar a camadas mais
internas, antes deverá liberar a energia inicialmente recebida, e normalmente isso ocorre na forma de
luz (fótons ou quantum/quanta).
Inicialmente o elétron absorve energia de uma fonte externa e com isso é promovido a camadas mais
externas. Note que quanto mais distante do núcleo, maior é a energia desse elétron. Entretanto, quando o elétron
retorna à camada ou ao nível de origem, há liberação de energia – nesse caso na forma de luz – para que ele
possa se acomodar em níveis mais internos, ou seja, menos energéticos, Figura 12.
Figura 13 – Relação entre a energia liberada no retorno do elétron excitado no átomo e a cor observada em
virtude dessa transição eletrônica.
EXERCÍCIOS
Do ponto de vista da ciência moderna, a descrição dos “quatro elementos” feita por Platão corresponde ao
conceito de
A partícula elementar.
B força fundamental.
C elemento químico.
D fase da matéria.
e lei da natureza.
Após o modelo de Dalton, outros modelos baseados em outros dados experimentais evidenciaram, entre outras
coisas, a natureza elétrica da matéria, a composição e organização do átomo e a quantização da energia no
modelo atômico.
OXTOBY, D. W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J. Principles of Modern Chemistry. Boston: Cengage Learning,
2012 (adaptado).
Com base no modelo atual que descreve o átomo, qual dos postulados de Dalton ainda é considerado correto?
A 1
B 2
C 3
D 4
e 5
GABARITO
1. D
2. D
3. E
4. D
5. B