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CLC – Curso de liderança cristã

Hermenêutica – William Klismann


Aluno: Anthony Samuel

Trabalho em 2 Pedro

Autoria:
Em 2 Pedro 1:1 o autor reenvidica ser Simão Pedro, o apóstolo de
Jesus, também existem outros dados contidos na carta que apoiam essa
afirmação: o autor refere-se à sua própria morte iminente em termos que
lembra as palavras de Jesus a pedro (1.14; cf. Jo 21.18-19), afirmou ter
sido uma testemunha ocular da transfiguração (1.16-18; cf. Mt 17.1-8; Mc
9.2-13; Lc 9.28-36), e sugeriu uma ligação entre a epístola de 1Pedro (3.1).
Referências indisputáveis a 2Pedro não aparecem nos escritos dos
cristãos do século 1 e início do século 2. Orígenes foi o primeiro a
claramente atribuir a autoria dessa epístola a pedro, mas ele relatou que
outras pessoas duvidavam da autenticidade da mesma. Outros como
Eusébio colocaram o livro entre os contestados. A epístola foi aceita como
autêntica somente no século 4 por influencia de alguns pais da igreja.
Apesar das reenvidicações da própria epístola, algumas objeções
foram levantadas quanto àutoria petrina. Entre as objeções mais comuns
estão a falta de testemunhos antigos e a demora em ser reconhecido pela
igreja, as diferenças estilísticas com relação a 1Pedro e o aparente uso da
linguagem da religião e da filosofia grega.
Data:
Entre 65 e 67 d.C. quando Pedro foi martirizado, levando em
consideração a referência à morte eminente (1:12-15), sugere-se uma
data próxima ao final de sua vida. Um argumento adicional para essa data
é a eclosão da heresia na Ásia Menor nesta época, que é bastante
evidente nas Epístolas Pastorais, e que forçou Paulo a alterar seus planos
originais de ir para o ocidente após sua “visita” a Roma.

Geografia:
Já o local da escrita é incerto. Roma seria uma opção, em 1Pedro a
referência que ele se encontrava em Roma bem como a tradição ensina
que Pedro foi martirizado, crucificado de cabeça para baixo, nesta cidade
por ordem de Nero.
Na saudação, Pedro não diz nada sobre os destinatários da carta. Mas, de
acordo com 3:1, ele estava escrevendo outra epístola para as mesmas
pessoas a quem havia escrito 1Pedro. Em sua primeira carta, ele explicou
que estava escrevendo aos “peregrinos dispersos no Ponto, na Galácia, na
Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia” (1Pe 1:1). Essas províncias
estavam localizadas numa área da Ásia Menor que corresponde à atual
Turquia. Os cristãos a quem Pedro escreveu eram em sua maioria gentios.

História da época:
Em torno da perseguição aos cristãos por Roma iniciada por Nero
(ao qual foi objetivo da primeira carta o encorajamento a igreja em meio a
perseguição) e do final da vida de pedro surgem também nessa mesma
época heresias dentro da igreja, ou seja, o problema que a igreja
enfrentava era em relação a dúvidas e erros resultantes de falsos ensinos
daqueles que estavam como dirigentes. A heresia abragia a negação do
Mestre, Sua expiação (2.1) e a segunda vinda (3.4). Além disso os falsos
mestres tinham uma conduta totalmente depravada, deixando de lado os
padrões morais e seguindo os desejos da carne (2.10).
“Esse tipo de influência encontraria solo fértil no coração das igrejas
perseguidas, pois o comportamento não-cristão que ela promovia
certamente diminuiria o impacto da oposição pagã.” (C. Osvaldo, 2008)
Forma literária do livro:
A carta de 2Pedro é claramente uma dessas cartas escritas para
circulação ampla (1.1), mas, embora o estilo da mesma sinalize que ela
não ae dirigia aos círculos literários mais elevados.
É uma carta geral, mas alguns estudiosos entendem que 2Pedro traz
elementos do gênero “testamentário”; os testamentos eram instruções
finais deixadas por um pai ou líder no leito de morte.

Esboço de 2Pedro:
I. Introdução: Saudação (1.1-2)
II. Encorajamento a crescer espiritualmente (1.3-11)
A. Os privilégios cristãos (1.3-4)
B. As responsabilidades cristãs (1.5-11)
III. O verdadeiro ensino (1.12-21)
A. O propósito de Pedro (1.12-15)
B. O testemunho apostólico (1.16-18)
C. O testemunho profético (1.19-21)
IV. O falso ensino (2.1-22)
A. A conduta dos falsos mestres (2.1-3)
B. O julgamento contra os falsos mestres (2.4-10a)
C. A acusação dos falsos mestres (2.10b-22)
V. A verdade sobre o retorno de Cristo (3.1-16)
A. A reiteração do propósito de Pedro (3.1-2)
B. A certeza do retorno de Cristo (3.3-10)
C. As implicações do retorno de Cristo (3.11-16)
VI. Conclusão (3.17-18)
Revelação nova no livro:
2Pedro 1:16-18 – A trasfiguração de Cristo, vista por Pedro, Tiago e João, é
considerada aqui como uma antecipação do cumprimento da predição da
segunda vinda, onde Cristo viria em de forma gloriosa.
O argumento é que as profecias do antigo testamento ganham mais
firmeza com a confirmação da tranfiguração de Cristo.
2Pedro 3:15-16 – Pedro coloca os escritos de Paulo em pé de igualdade
com “as demais escrituras” considerando como cartas também inspirada
pelo próprio Deus.
2Pedro 3:8-9 – Temos aqui uma resposta de Pedro a aparente demora da
volta de Cristo; se deve ao fato que Deus considera o tempo de forma
diferente que a nossa, Ele não está preso ao Tempo, a segunda questão é
que o Seu desejo é que mais pessoas se arrependam.

Elementos culturais em 2Pedro:


1.13 – Tabernáculo: Alguns textos antigos comparam o corpo humano a
uma tenda, aqui Pedro escolhe uma figura de fácil entendimento para
retratar o seu corpo físico. Consideramos a perspectiva que Pedro tinha
sobre seu corpo como santuário e lugar passageiro, em comparação com
Paulo na sua carta aos Corintios.
1.16 – O termo “fábula” costumava referir-se a histórias falsas, relatos
mentirosos sobre deuses. Os testemunhos oculares eram importantes
para comprovar veracidade dos acontecimentos e sustentar uma causa
legalmente. Pedro quer então defender que os ensinos dados por ele e
pelos outros apóstolos se baseava em fatos reais e dava a comprovação
dos escritos do AT.
2.3 – Comércio: os falsos mestres costumavam cobrar taxas aos que
ouviam suas palavras, eram acusados de ter uma motivação monetária,
indigna do seu “chamado”.
2.4-6 – Anjos como um alto padrão de pureza e autoridade; referência ao
livro de Enoque. Traz histórias do AT, trazendo acréscimos considerando a
tradição judaica: “Noé, pregador da justiça” e “o justo Ló”.
2.10-11 – Os falsos mestres insultavam autoridades civis, mas alguns
textos judaicos relatam que alguns se dirigiam a demônios e a Satanás,
zombando deles.
2.12 – Animais irracionais: a visão antiga era que certos animais apenas
existiam para serem abatidos e servirem para caça; Os filósofos
retratavamos animais como seres governados pelo instinto.
2.13 – Relação com as festas que duravam a noite toda, aqueles que
festejavam durante pleno dia eram ratratados como pagãos. Ou em
relação com as festas comunitarias em que a igreja estava presente.
2.19 – O perdedor de guerra era preso e virava escravo do que venceu.
2.22 – O cão era desprezado na época, não visto como hoje, “o amigo do
homem”, assim como o porco era visto como um animal impuro pelos
judeus.
3.1-9 – Estava sendo questionado naquele tempo se realmente Jesus
voltaria, se haveria o juízo final, e o porquê da sua demora esse
questionamento e dúvida estava minimizando a expectativa do juízo final
e levando as pessoas a pecar.
3.15-16 – Chamar a obra de outro autor de difícil compreensão não era
considerado insulto, mas pode ser considerada complexa e brilhante;
muitos grupos judeus estavam distorcendo as palavras de Paulo para
minimizar o juízo final, provavelmente Pedro se refere as cartas aos
Tessalonicenses
3.17-18 – Vendo o problema eminente naquela sociedade sobre a heresia
e os falsos mestres, era preciso que os cristãos da época crescessem na fé
e no conhecimento de Cristo, por mais que Pedro estivesse se referindo
aos seus ouvintes da época em meio a situação alarmente da tal, esse
princípio é permanente para a geração atual.
Definição da palavra “perseverança”:
Palavra: Perseverança (hypomenõ) Referência: 2Pe 1.6
Significado: Original Dicionário português
CL – Era representado pelas palavras 1. Qualidade da pessoa persistente,
hypomenô e hypomonê, essas palavras
traziam valores tanto negativos como
de quem nãi desiste nunca
possitivos, perseverança consta entre as mais 2. Característica de quem persevera,
nobres virtudes varonis. Os valores negativos insiste e não desiste de uma coisa
se referiam a submissão passiva diante de específica
tiranias.
AT – Tem o sentido de “esperar” e “confiar”,
uma expectativa fundamentada no
relacionamento da aliança entre Deus e o
povo de Israel, refere-se a atitude de Israel
em buscar a Deus; Jó também usa no sentido
de “perseverar nas aflições”
NT – empregado no sentido literal, “ficar”
como no sentido virtude do crente, visando a
aproximação do fim dos tempos, o cristão
deve perseverar na contuda cristã

Estudo comparativo: Sinônimo Antônimo


Paciência, obstinação, Afastamento, cessação, renúncia, abandono,
desistência, variedade, inconstância, desistir,
afincamento,afinco, birra, constância, desistência...
contumácia, firmeza, insistência,
persistência, pertinácia, teimosia,
tenacidade, rigor...

Estudo histórico: Texto Comentário


Tiago 1:3-4 Atitude do crente em manter-se firme mesmo
diante das provações

2 Timóteo 2:10 É uma característica necessária para o obreiro,


constância em meio as dificuldades
Mateus 24:13 Aquele que mesmo em meioas provações e
dificuldades que surgem, continua firmem, essa
característica é exclusiva do salvo
Conclusão:
Perseverança em 2Pedro 1.6 se refere a uma virtude que o crente deve buscar
trabalhar em sua vida; significa manter-se firme, constante, mesmo em meio a
provações ou advercidades, é continuar a obedecer e buscar a Deus.
Paralelismo real:
2.1-3 – Histórico/Doutrinário
Asssim como existia falsos mestres no povo de Israel do AT, também
existiam falsos mestres no meio do povo no primórdios da Igreja. (Dt 13:1)
Temos a questão do paralelismo histórico do surgimento dos falsos
mestres como a questão doutrinária, a condenação deles.
“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também
haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente,
heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que
os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. (...) também,
movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para
eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não
dorme.” 2 Pedro 2:1,3
“Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde
muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação,
homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus
e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.” Judas 1:4
2.4 –
Relato sobre os anjos caídos que estão destinados ao inferno
“Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os
no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo” 2
Pedro 2:4
“e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram
o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas,
para o juízo do grande Dia” Judas 1:6
2.5 – Histórico
“e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça,
e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios” 2
Pedro 2:5
“Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus
contemporâneos; Noé andava com Deus.” Gênesis 6:9
“A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência.” Gênesis
6:11
“Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus
filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos.” Gênesis 6:18
2.6-7 – Histórico
“reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína
completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver
impiamente; e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino
daqueles insubordinadosinsubordinados” 2 Pedro 2:6,7
“como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são
postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição.” Judas 1:7
O relato histórico sobre a destruição de Sodoma e Gomorra e do
livramento de Ló e suas filhas se encontra em Gênesis 19.
2.9-10 –
“especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas
paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não
temem difamar autoridades superiores, ao passo que anjos, embora
maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo infamante na
presença do Senhor.” 2 Pedro 2:10,11
“Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só
contaminam a carne, como também rejeitam governo e difamam
autoridades superiores. Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia
com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a
proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te
repreenda!” Judas 1:8,9
2.12 –
“Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e
destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição
também hão de ser destruídos” 2 Pedro 2:12
“Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a
tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão,
até nessas coisas se corrompem.” Judas 1:10
2.15 – Histórico
“abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de
Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça” 2 Pedro 2:15
O relato histórico sobre Balaão se encontra em Números 22. E em Judas
11 é usado o mesmo exemplo para descrever os falsos mestres
2.13 –
“recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando
como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e
deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto
banqueteiam junto convosco” 2 Pedro 2:13
“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de
fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que
a si mesmos se apascentam...” Judas 1:12
2.10,18 –
“especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas
paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não
temem difamar autoridades superiores (...) porquanto, proferindo
palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas
libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no
erro” 2 Pedro 2:10,18
“Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas
paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores
dos outros, por motivos interesseiros.” Judas 1:16
Características dos falsos mestres
3.2-3 –
“para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas
pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador,
ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos
últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando
segundo as próprias paixões” 2 Pedro 3:2,3
“Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas
pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No
último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias
paixões.” Judas 1:17,18
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns
apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de
demônios” 1 Timóteo 4:1
Sentido figurado:
1:19 – Símile
Pedro usa essa figura de linguagempara descrever os escritos proféticos
do AT, que nos revela a verdade e nos dá esperança, uma luz em meio a
escuridão que aponta para cristo
1:13 – Hipocatástase
Pedro compara seu corpo físico a um tabernáculo, podemos comparar
com o que Paulo fala em 1 Coríntios sobre o santuário do Espírito, ou seja,
Pedro entende que seu corpo é o um local de habitação do Espírito de
Deus.
2.17 – Símile
Pedro compara os falsos mestres com fontes sem águas, uma fonte sem a
água não tem nada a oferecer, é enganosa, assim como os falsos mestres
Também da mesma forma as névoas empelidas pelo temporal, prometem
certo refrigério mas não trazem esse benefício.
2.15 – hipocatástase
Compara o caminho e atitude dos falsos mestres com a mesma atitude de
Balaão, levado pela ganância
2.22 – Hipocatástase
Ele compara a atitude dos falsos mestres que “conheciam” o caminho da
verdade, mas não viviam, rejeitando-o voltavam a seus desejos carnais e a
prática do pecado
3.8-9 – Hipérbole
Ele usa do exagero para dizer que Deus não considera o tempo da mesma
forma que nós, Ele é atemporal
3.10 – Símile
Comparação da volta de Cristo com um ladrão indicando que será algo
repentino, sem aviso
Diagramação livre:
2Pe 2.10-22
Especialmente aqueles que seguindo a carne andam em imundas paixões

Atrevidos menosprezam qualquer governo.

arrogantes não temem difamar autoridades superiores

ao passo que anjos embora maiores em força e poder


não proferem contra elas juízo infamante na presença do senhor
Esses, todavia naturalmente feitos para presa e destruição
Como brutos irracionais falando mal daquilo em que são ignorantes
na sua destruição hão de ser destruídos
recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam
considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia
quais nódoas e deformidades eles se regalam nas suas próprias mistificações
enquanto banqueteiam junto convosco
filhos malditos tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado
egodando almas inconstantes
tendo coração exercitado na avareza
abandonando o reto caminho se extraviaram
seguindo pelo caminho de Balaão
amou o prêmio da injustiça
recebeu porém, castigo da sua transgressão
um mudo animal de carga falando com voz humana
refreou a insensatez do profeta
Esses tais são como fontes sem água
névoas impelidas por temporal
Para eles está reservado a negridão das trevas
Porquanto proferindo palavras jactanciosas
engodam com paixões carnais
por suas libertinagens
aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro
prometendo-lhes liberdade
quando eles mesmos são escravos corrupção
pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor.
Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo
mediante o conhecimento do Senhor e Salvador
Jesus Cristo
se deixam enredar de novo e são vencidos

Tornou-se o seu estado pior que o primeiro


Pois melhor lhe fora nunca ter conhecido o caminho da justiça
Do que após conhecê-lo volverem para trás
Apartando do santo mandamento
que lhes fora dado
com eles acontece o que diz certo adágio verdadeiro
o cão volta ao seu próprio vomito e a porca lavada voltou-se a
revolver-se no lamaçal.

Comentários:
2Pedro 1:1-11
v1 – O autor se identifica como Simão Pedro, um dos 12 díscipulos de
Jesus; uso de “Simão” o nome hebraico de Pedro antes
Cita duas posições dele: servo e apóstolo
“servo” – a primeira carta não contém essa expressão que indica sua
posição para com Cristo, apenas um servo ou escravo
“apóstolo” – Para defender a autoridade que ele tinha para escrever e
enviar todo assunto abordado na carta; apóstolo significa “mensageiro”
Destinatário – nessa carta ele abrange um público maior do que a
primeira: todo os crentes em Cristo Jesus
Duas nomeações são dadas a Jesus: Deus e Salvação, indicando Sua obra e
a sua divindade
v2 – A graça que recebemos de Deus, Sua obra redentora, no concede paz
com Ele e com os homens; uma saudação caracteristicamente cristã
Pleno conhecimento: conhecimento completo ou/e verdadeiro do Senhor;
ele cita essa mesma ideia outra vezes (v3,8) é algo que ele queria
enfatizar; o conhecimento verdadeiro de Deus e Jesus Cristo é o
convivência diária com Ele que nos leva a uma transformação interna e
externa. Além disso eles necessitavam de um conhecimento firme da obra
de Cristo para não serem enganados.
v3 - Deus em Seu poder e graça, além da salvação, nos concede meios
que nos ajudam a viver de forma piedosa;
vida: nova vida em cristo (Ef 2.1);
piedade: vida em devoção, uma vida exemplar;
Deus nos chamou pela sua gloria e virtude (são demonstradas na obra
redentora do homem) para viver uma vida nova, em paz com Ele (isso
inclui a vida presente) ele nos concede de graça, doação, tudo que
necessitamos para que possamos viver uma vida devota a Ele
Todas essas coisas que conduzem a piedade vem pelo conhecimento
completo e verdadeiro de quem Ele é, “pelo conhecimento completo”
v4 – Pelas quais – Sua glória e virtude
Novamente ele usa o termo “doadas”, querendo evatizar que não
ganhamos ou merecemos, mas tanto a nossa salvação como a força para
viver piedosamente é estabelecida por Deus
Preciosas e mui grandes promessas – Pedro queria demonstrar a beleza
das promessas do Senhor
Coparticipantes da natureza divina: não é referente ao Seu poder, não
podemos nos comparar a Deus ou virar um tipo de deus, mas aqui se
refere ao caráter de Deus, toda a sua perfeição é trabalhada em nós assim
que temos Cristo como Senhor em nossa vida, o Seu Espírito passa a viver
em nós (Gl 2.20)
Pode ser aqui as promessas do Espírito Santo (Mateus 3:11-12; João
14:16-17; Atos 1:4-5) é por meio d’Ele que caminhamos para uma vida
piedosa e nos livramos das paixões do mundo
Mas também as promessas de uma vida futura na eternidade nos dão
uma nova perspectiva e um propósito que nos ajuda a prosseguir em fé e
obediência
v5-7 – Em vista das providências que Deus tem tomado para abençoar-nos
espiritualmente, qual deveria ser nossa resposta? Pedro observa que
precisamos empenhar-nos com diligência para crescer em caráter,
mencionando sete qualidades que devemos acrescentar a nossa fé
reunindo toda a vossa diligência: mediante o amor de Deus em redimir o
homem, nós temos uma responsabilidade de fortalecer-se e crescer n’Ele
Fé: aqui se refere as doutrinas que eles criam, sua salvação, o Espírito
Santo, a nova vida em Cristo, etc...
Virtude: excelência moral, contuda reta diante de Deus e dos homens
Conhecimento: conhecimento cristão, discernimento da vontade de Deus,
é ter uma profundindade em conhecimento de Deus
Domínio próprio: autocontrole, uma vida estável emocionalmente,
fisícamente e espiritualmente
Perseverança: significa manter-se firme, constante, mesmo em meio a
provações ou advercidades, é continuar a obedecer e buscar a Deus.
Piedade: atitude e conduta de uma pessoa que teme a Deus, uma pessoa
que considera Deus em todas as áreas de sua vida
Fraternidade: como um amor entre irmãos, Pedro chama eles a olharem
para os irmãos com cuidado e amor, a relação com os homens é
importante na caminhada cristã
Amor: o amor é o alvo que todo cristão deve alcaçar, temos a missão de
expressar todo amor que um dia recebemos
Isso não é uma sequência lógica de como deve ser as etapas da vida cristã,
não são fases da caminhada pela santidade, mas são uma lista de virtudes
que o cristão deve buscar, todos os pontos se relacionam entre eles; o
cristão deve buscar todos os itens citados
Pedro ele usa essa lista de forma a levar a um clímax, a vida cristã começa
na fé mas toda a sua nova vida será regada por amor.
v8 – Estas coisas: a lista de virtudes citada anteriormente
Existindo: uma vez que o Espírito Santo é posto no crente, ele recebe o
poder de ser transformado a imagem do Senhor Jesus, ou seja, receber
(pelo poder do Espírito) essas virtudes na sua vida
Aumentando: por mais que o cristão tenha essas virtudes em certo gral,
ele deve esforçar-se para crescer em todas as áreas
Segundo Jerry Bridges em seu livro “pecados intocáveis” ele cita que
temos uma responsabilidade dependente, ou seja, temos uma
responsabilidade de lutar contra o pecado em nós, mas totalmente
dependentes do poder de Cristo.
Pleno conhecimento: esse conhecimento completo não é um
conhecimento simplesmente intelectual, mas é um conhecimento vivido,
na prática, conhecimento de Cristo, da sua obra e de quem Ele é, nos leva
a obedecer seus ensinos, conhecer a Cristo e não ser trasformado por Ele
mostra que o cristão não o conheceu completamente ou plenamente.

v2 – O pleno conhecimento de Cristo nos leva a ter paz com Deus, perceber
e receber Sua graça em nossas vidas;
v3 – Deus nos concede todas os meios para que alcancemos o pleno
conhecimento de Cristo, ou para que possamos obedecê-lo sendo
imitadores de Cristo
v8 – Temos a responsabilidade de trabalhar as características de Cristo em
nós para crescer em conhecimento

v9 – Cego: referência a cegueira espíritual, essa pessoa só enxerga o que


está perto, ou seja as coisas terrenas, as coisas celestiais, considera que
está longe
Quando seu foco está no terreno, em você mesmo, você esquece das
promessas do Senhor, sua salvação, perdão, restauração, nova vida a volta
de Cristo, voltam a ser escravas do pecado, esquecendo da sua libertação.
v10 – “Procurai com deligência cada vez maior”: segunda vez que ele fala
para se esforçarem (v5) a caminhada cristã requer um esforço da parte do
crente, claro que esse esforço é repleto de paz e será recompensado
“confirmar” só é possível ter e crescer em tais características se você teve
um verdadeiro contato com a verdade
Vocação: chamado de Deus a determinada pessoa para ouvir sua voz
Eleição: escolhidos por Deus para Seu Reino
O cristão que trabalha sua vida em conformidade com a de Cristo,
comprova sua salvação, pois apenas os que receberam o Espírito
conseguem seguir os passos de Cristo; essa conduta nos dará firmeza para
encarar as tentações.
v11 – Desta maneira: trabalhando as virtudes em sua vida
amplamente suprida: toda nossa caminhada em direção ao Reino de Deus
será suprida, fornecida pelo próprio Deus (v3) se essas graça abunda em
você, você terá sua entrada no céu em triunfo, sem cair.
Aplicação: pedro chama o povo a trabalhar a lista de virtudes em suas
vidas para que possam crescer em conhecimento pleno de Cristo.
Da mesma forma esses princípios se aplicam aos dias atuais. Cristo ao dar
sua vida na cruz por pecadores forneceu tudo que precisavamos para ter
paz com Deus, sua graça foi no dada, recebemos a graça passada, o
perdão dos nossos pecados, graça futura, a volta de Cristo e novos céus e
terra assim como o nosso corpo glorificado, mas também recebemos a
graça presente, o Espírito Santo que nos auxilia e no fortalece a lutar
contra o pecado. Deus nos fornece todos os meios para que possamos
obedecê-lo.
Cristo vive naqueles que creem nele (Gl 2:20) por isso podemos viver uma
vida em piedade, essa vida é gerada no pleno conhecimento de Cristo
Jesus. O chamado aqui é para que todos aqueles que receberam nova vida
em Cristo se esforcem com toda diligência para crescer em pleno
conhecimento de Cristo.
Bibliografia:

A BÍBLIA ANOTADA: The Ryrie Study Bible. Edição expandida. São Paulo:
Mundo Cristão; Barueri SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007. 1504p
PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no novo
testamento. 1ª Edição. São Paulo: Hagnos, 2008. 631p
Bíblia de Estudo de Genebra. 2ª ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do
Brasil; Cultura Cristã, 2009. 1984p.

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