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DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
2016
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos ii
Dedicatória
Agradecimentos
Sou muito grato ao Professor Francisco Júlio Sobreira de Araujo Corrêa, meu
orientador de Mestrado e ao Professor Claudianor Oliveira Alves, meu orientador
de Doutorado, pelas grandes lições em Equações Elı́pticas que tive e continuo
tendo.
Agradeço também ao Alberto Cabada, Amanda Leão, Antonio Suarez,
Augusto Cesar Costa, Cristian Morales, Humberto Quoirin Ramos, Jefferson
Santos, João Santos Junior, Marcelo Furtado, Marcelo Montenegro, Marcos
Pimenta, Mateus Balbino Guimarães, Norihisa Ikoma, Paulo Marques, Rodrigo
Rodrigues, Rúbia Nascimento, Sara Barile, Uberlandio Severo, meus colegas
Professores, com quem tive a oportunidade de colaborar em artigos cientı́ficos aos
longos desses anos. Essas colaborações foram e são essenciais no meu aprendizado.
Por acreditar firmemente que é ensinando que se aprende, agradeço também
aos que orientei e oriento na Iniciação Cientı́fica, nos Programas de Mestrado
e Doutorado em Matemática da UFPA, como por exemplo Andreia Pinheiro,
Andrelino Santos, Braulio Breno Maia, Brena Souza, Caroline Souza, Claudia
Aline Santos, Dalmi Santos, Denilson Pereira, Elizabeth Sabino, Fernando Bruno
Martins Nunes, Gelson Santos, Genival Nunes, Genivaldo Correa, Italo Duarte,
Jefferson Macedo, Jessica Silva, Jeziel Correa, João Santos Junior, Kelmen
Barroso, Marcelo Paixão, Marco Antonio Freitas, Mateus Sousa, Rafael Abreu,
Ryan Moura e a Tarcyana Sousa.
Aqui registro um agradecimento especial ao governo brasileiro, mais
precisamente ao CNPQ, CAPES, UFPA E UNB pelo salário e bolsas que
recebo para fazer o que mais gosto que é aprender e ensinar, pela expansão
das Universidades Públicas nos últimos anos, pelas bolsas de meus alunos, pelo
suporte financeiro para viagens a congressos e pela oportunidade de estar sempre
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos iv
aprendendo.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos v
Resumo
Notações
Introdução 1
1 Motivação fı́sica 4
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 O Problema de Dirichlet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Minimização 14
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2 Resultados sobre funcionais semicontı́nuos inferiormente . . . . . 14
2.3 Revisão sobre Espaços de Sobolev . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.4 Revisão sobre diferenciabilidade de funcionais . . . . . . . . . . . 21
2.5 Método Variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.6 Resolução de um problema sublinear . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.7 Lista de Exercı́cios do Capı́tulo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4 O Problema de Autovalor 41
vii
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos viii
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.2 O Problema Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.3 Estudo do espectro do Operador Laplaciano . . . . . . . . . . . . 43
4.4 Regularidade das autofunções associadas aos autovalores do
operador (−∆, H01 (Ω)) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.5 Caracterização variacional dos autovalores do operador (−∆, H01 (Ω)) 50
4.6 Propriedades do autovalor λ1 do operador (−∆, H01 (Ω)) . . . . . 53
4.7 Lista de Exercı́cios do Capı́tulo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Referências 179
Introdução
Essas notas de aulas são consequência das aulas que tivemos com os Professores
Francisco Júlio Sobreira de Araujo Corrêa e Claudianor de Oliveira Alves, além
dos planos de aulas da disciplina Introdução à Teoria dos Pontos Crı́ticos que
ministramos na UFPA, na UNICAMP e na UNB, dos estudos que realizamos para
o exame de qualificação no perı́odo do Doutorado e das orientações de Mestrado
e Doutorado que realizamos na UFPA e que estamos realizando na UNB.
O objetivo central deste trabalho é disponibilizar um material que possa ser
usado por alunos que pretendam escrever uma dissertação de Mestrado na área ou
por alunos que pretendam submeter-se a um exame de seleção ou qualificação que
são realizados nos cursos de Doutorado em Matemática em diversas Universidades
no Brasil.
Cada tópico mencionado no resumo será abordado em um dado capı́tulo,
no final do qual disponibilizaremos uma lista de exercı́cios que deverá ser
resolvida individualmente por cada aluno, como verificação do aprendizado e
complementação do conteúdo. Em geral, os exercı́cios são extensões de problemas
resolvidos em sala de aula com o Operador Laplaciano, considerando agora outros
operadores como, por exemplo, o Operador p-Laplaciano ou o Operador Bi-
Harmônico. Algumas aplicações que faremos em domı́nio limitado aparecerão
na lista de exercı́cios como aplicações no IRN .
Grosso modo, os pré-requisitos para o acompanhamento deste curso são os
cursos de Cálculo em Espaços de Banach, de Análise Funcional e Teoria da
Medida, entretanto, quando houver necessidade de resultados oriundos dessas
disciplinas, faremos uma breve, mas suficiente, revisão, de tal modo que, a falta
desses pré-requisitos não causará dificuldades para alunos que já cursaram Análise
1
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 2
Motivação fı́sica
1.1 Introdução
A maioria das equações diferenciais parciais surgem de modelos fı́sicos. Uma
outra classe importante surge de problemas em Geometria Diferencial. Na seção
seguinte, estudaremos a situação fı́sica cujo modelo matemático é o Problema de
Dirichlet.
Esse estudo será feito aqui no primeiro capı́tulo, pois este trabalho é destinado,
essencialmente, para alunos que estão iniciando na área das Equaçõs Elı́pticas e
nós acreditamos que é muito estimulante conhecermos os modelos fı́sicos das
equações que estudamos, embora as dificuldades matemáticas que surgem nesses
estudos são, por si só, motivos mais que suficientes para enveredarmos por essa
fascinante área.
4
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 5
u : Ω ⊂ IR2 −→ IR
(x, y) 7−→ u(x, y),
que a cada ponto (x, y) da membrana associa o número real positivo u(x, y) que
mede o deslocamento do ponto (x, y) com relação à posição de repouso. Utilizemos
a hipótese mecânica de que a densidade de energia necessária para a deformação
da membrana seja proporcional à taxa de variação de sua área. Observemos que
nesta situação a energia potencial da membrana em equilı́brio, isto é, após a
deformação, provém da energia potencial elástica acumulada internamente e da
energia potencial gravitacional.
Agora vamos calcular a taxa de variação da área da membrana e,
consequentemente, utilizando a hipótese mecânica, teremos obtido a densidade
de energia elástica acumulada na mesma. Para isso, consideremos a aplicação
X : Ω ⊂ IR2 −→ IR3
(x, y) 7−→ X(x, y) = (x, y, u(x, y))
que a cada ponto (x, y) da membrana em repouso, associa o ponto (x, y, u(x, y)),
o mesmo ponto após a dilatação. Sendo assim, um elemento de área da membrana
no estado inicial, dado pelo retângulo elementar de vértices
∂X ∂X
dA =
(x0 , y0 ) × (x0 , y0 )
4x4y
∂x ∂y
v
u !2 !2
u ∂u ∂u
= t
1+ (x0 , y0 ) + (x0 , y0 ) 4x4y. (1.1)
∂x ∂y
v
u !2 !2
dA − 4x4y u ∂u ∂u
= t
1+ (x0 , y0 ) + (x0 , y0 ) − 1 ≥ 0.
4x4y ∂x ∂y
v
u !2 !2
u ∂u ∂u
dEe = α 1+ (x0 , y0 ) + (x0 , y0 ) − 1 ,
t
∂x ∂y
onde a integral acima representa a integral dupla sobre Ω. Por outro lado, a
densidade de energia potencial gravitacional do retângulo curvilı́neo pode ser
aproximada por
Z
Eg = (−f u)dx dy.
Ω
v
u !2 !2
∂u ∂u
Z u
E = Ee + Eg = 1+ + − 1 − f u dx dy.
t
Ω
∂x ∂y
n o
K = u : Ω −→ IR : u ∈ C 2 (Ω, IR); u(x, y) = 0, ∀ (x, y) ∈ ∂Ω
e em K definiremos o funcional
v
u !2 !2
Z
∂u ∂u
u
E(u) = 1+ + − 1 − f u dx dy.
t
Ω
∂x ∂y
Z
E(u) = F (u, ux , uy , x, y)dx dy
Ω
uλ = w + λh ∈ K.
ϕ : IR −→ IR
λ 7−→ ϕ(λ) = E(uλ ).
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 9
dϕ dE
0= (0) = (w + λh)
dλ dλ Z λ=0
d
= F (w + λh, wx + λhx , wy + λhy , x, y)dx dy .
dλ Ω λ=0
d
Z
0= F (w + λh, wx + λhx , wy + λhy , x, y)dx dy
dλ Ω λ=0
implica
Z
∂F Z
∂F
0 = (w, wx , wy , x, y)hdx dy + (w, wx , wy , x, y)hx dx dy
Ω ∂u Ω ∂ux
Z
∂F
+ (w, wx , wy , x, y)hy dx dy. (1.2)
Ω ∂uy
Definamos agora o campo vetorial F = (f g)~i + 0~j. Desde que f, g ∈ C 1 (Ω, IR)
teremos F ∈ C 1 (Ω, IR2 ). Além disso, ∂Ω é uma curva fechada e simples, a qual
podemos considerar de classe C 1 , regular e orientada no sentido anti-horário.
Concluı́mos do Teorema da Divergência ou de Gauss no plano que
Z Z
hF, ηids = divF dx dy,
∂Ω Ω
Z Z
∂(f g)
(f g)dy = dx dy. (1.3)
∂Ω Ω ∂x
Usando a regra da derivação do produto em (1.3) obtemos
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 10
Z
∂g Z Z
∂f
f dx dy = (f g)dy − gdx dy.
Ω ∂x ∂Ω Ω ∂x
Z
∂g Z
∂f
f dx dy = − gdx dy. (1.4)
Ω ∂x Ω ∂x
∂F ∂F
(w, wx , wy , x, y), (w, wx , wy , x, y), h ∈ C 1 (Ω, IR)
∂ux ∂uy
poderemos concluir de (1.4) que
Z
∂F Z
∂ 2F
hx dx dy. = − h dx dy (1.5)
Ω ∂ux Ω ∂x∂ux
Z
∂F Z
∂ 2F
hy dx dy = − h dx dy. (1.6)
Ω ∂uy Ω ∂y∂uy
∂F
Z Z
∂ 2F
0 = (w, wx , wy , x, y)hdx dy − h (w, wx , wy , x, y)dx dy
Ω ∂u Ω ∂x∂ux
Z
∂ 2F Z
∂F
− h (w, wx , wy , x, y)dx dy = h (w, wx , wy , x, y)dx dy
Ω ∂y∂uy Ω ∂u
Z
∂ 2F Z
∂ 2F
− h (w, wx , wy , x, y)dx dy − h (w, wx , wy , x, y)dx dy
Ω ∂x∂ux Ω ∂y∂uy
Z
= (hφ)dx dy, ∀ h ∈ K,
Ω
onde
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 11
∂F ∂ 2F ∂ 2F
φ(x, y) = (w, wx , wy , x, y) − (w, wx , wy , x, y) − (w, wx wy , x, y)
∂u ∂x∂ux ∂y∂uy
∂F ∂ 2F ∂ 2F
(w, wx , wy , x, y) = (w, wx , wy , x, y) + (w, wx , wy , x, y) (1.7)
∂u ∂x∂ux ∂y∂uy
v
u !2 !2 !2 !2
∂u ∂u 1 ∂u ∂u 1
−1∼
u
t
1+ + = + = k ∇u k2 .
∂x ∂y 2 ∂x ∂y 2
√
Tal estimativa resulta simplesmente do fato de a função f (x) = x ser
diferenciável no ponto x = 1. De fato,
√ 1
1 + h = 1 + h + r(h).
2
r(h)
Como lim = 0, podemos concluir que quando h se aproxima de zero, r(h)
h→0 h
se torna muito mais próximo de zero e, portanto, podemos utilizar a seguinte
aproximação
√ 1
1+h∼
= 1 + h.
2
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 12
Z
1
E(u) = k ∇u k2 −f u dx dy,
Ω 2
onde
!2 !2
1 ∂u ∂u
F (u, ux , uy , x, y) = + − f u. (1.8)
2 ∂x ∂y
∂ 2w ∂ 2w
−∆w = + = f,
∂x2 ∂y 2
a qual é conhecida como equação de Poisson ou equação de Laplace não-
homogênea.
Desta forma, vemos que a caracterização da solução w do problema variacional
é feita pela equação de Laplace com termo não-homogêneo f , acrescentada da
condiço de fronteira w = 0 em ∂Ω. Mostrando que o problema diferencial
completo é descrito da forma
(
−∆w = f em Ω
w = 0 sobre ∂Ω,
chamado problema de Dirichlet para o operador de Laplace.
Reciprocamente, desde que ϕ é uma função real de uma variável real tão
diferenciável quanto necessário, para mostrarmos que 0 é um ponto de mı́nimo
para ϕ é suficiente verificar que sua derivada de ordem segunda em 0 é positiva.
De fato,
d2 ϕ d2 E
(0) = (w + λh)
2 2
dλ dλ λ=0
2 Z
d
= F (w + λh, w + λh , w + λh , x, y)dx dy
x x y y
dλ2( Ω
λ=0
2 2 2
)
Z
∂ F 2 ∂ F ∂ F
= 2
h + 2
(hx )2 + (hy )2 dx dy.
Ω ∂u ∂ux ∂u2y
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 13
Como
1n o
F (u, ux , uy , x, y) = (ux )2 + (uy )2 − f u,
2
resulta que
d2 ϕ Z ( 2
∂ F 2 ∂ 2F ∂ 2F
)
2 2
(0) = h + (hx ) + (hy ) dx dy
dλ2 Ω ∂u2 ∂u2x ∂u2y
Z n o
= (hx )2 + (hy )2 dx dy
Ω
> 0.
Minimização
2.1 Introdução
Neste capı́tulo definiremos funcional semicontı́nuo inferiormente e mostraremos
algumas propriedades sobre essa classe de funções. Faremos também uma revisão
inicial sobre Espaços de Sobolev e como aplicação dos resultados estudados aqui,
mostraremos a existência de solução para um problema elı́ptico sublinear.
14
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 15
∞
φ−1 (−n, +∞). Desde de que o funcional
[
Demonstração: Notemos que X =
n=1
φ é semicontı́nuo inferiormente, segue-se que φ−1 (−n, +∞) é aberto em X. Da
compacidade de X, existe n0 ∈ IN tal que
n0
φ−1 (−n, +∞).
[
X=
n=1
φ(u0 ) = inf φ.
X
φ(u0 ) = inf φ.
E
Demonstração: Consideremos R > 0 tal que φ(u) ≥ φ(0), para todo u ∈ E com
kuk ≥ R. Desde que E é um Espaço de Hilbert ou Banach reflexivo, a bola B R (0)
é fracamente compacta. Além disso, a função φ restrita a bola B R (0) é fracamente
semicontı́nuo inferiormente. Do Terema 2.1, φ é limitado inferiormente e existe
u0 ∈ E, tal que
φ(u0 ) = inf φ ≤ φ(0) ≤ φ(u),
B R (0)
para todo u ∈ H01 (Ω). Assim, sobre H01 (Ω) é possı́vel definir a norma kuk =
Z 1/2
|∇u|2 , a qual é equivalente a norma k.kH 1 (Ω) .
Ω
No capı́tulo 4, mostraremos que o menor número C que satisfaz a Desigualdade
de Poincaré está relacionada com um autovalor do operador (−∆, H01 (Ω)).
Se Ω é um domı́nio limitado do IRN , as seguintes imersões são compactas:
(
Para todo s ∈ [1, 2∗ = 2N
N −2
[ se N ≥ 3
H01 (Ω) ,→ Ls (Ω)
e (
Para todo s ∈ [1, +∞) se N = 1 ou N = 2
H01 (Ω) ,→ Ls (Ω).
Como consequência dessas imersões e desde que H01 (Ω) é um Espaço de Banach
reflexivo, para toda sequência limitada (un ) ⊂ H01 (Ω), existem (unj ) ⊂ (un ) e
u ∈ H01 (Ω) tal que
unj * u in H01 (Ω)
e
unj → u in Ls (Ω).
O número 2∗ = 2N
N −2
é chamado Expoente Crı́tico de Sobolev.
Vamos definir Função Carathéodory.
(
−∆u(x) = f (x, u(x)) em Ω
(P )
u(x) = 0 sobre ∂Ω,
Definição 2.6 Uma solução clássica de (P ) é uma função u ∈ C 2 (Ω) tal que
para todo x ∈ Ω e
u(x) = 0, (2.2)
Definição 2.7 Uma solução fraca de (P ) é uma função u ∈ H01 (Ω) tal que
Z Z
∇u(x)∇v(x) = f (x, u(x))v(x),
Ω Ω
para toda v ∈ H01 (Ω).
Observação 2.2 A função v ∈ H01 (Ω) que aparece na definição de solução fraca
é chamada de Função Teste.
Observação 2.3 Desde que uma solução fraca u de (P ) pertence a H01 (Ω), então
u(x) = 0 no sentido do traço.
Definição 2.8 Uma solução forte de (P ) é uma função u ∈ H 2 (Ω) H01 (Ω)
T
tal que
u(x) = 0, (2.5)
Assim,
F (., u(.)) ∈ L1 (Ω) desde que 1 < p ≤ 2∗ .
Assim, esta solução fraca será ponto crı́tico de um funcional I : H01 (Ω) → IR
se, e somente se, este funcional satisfizer
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 23
Z Z
0
I (u)v = ∇u∇v − f (x, u)v, para toda v ∈ H01 (Ω).
Ω Ω
O lema, que será visto mais adiante, confirmará que, de fato, este é o funcional
associado ao problema (P ). Notemos que o funcional estará bem definido se, e
somente se, o problema (P ) tem um crescimento sublinear, subcrı́tico ou crı́tico.
Em outras palavras, quando o problema (P ) tem crescimento supercrı́tico, o
método variacional não pode ser aplicado. Pelo menos, não pode ser apliacado
diretamente.
Neste momento enunciaremos o Teorema da Convergência Dominada de
Lebesgue e o Teorema de Vainberg que usaremos na demonstração do próximo
lema. Estes Teoremas podem ser encontrado em [2] ou [7].
onde f é uma função mensurável. Se existir uma função g ∈ L1 (A) tal que
então Z Z
lim fj (x) dx = f (x) dx
j→+∞ A A
Teorema 2.5 (de Vainberg) Sejam (fj ) uma sequência de funções em Lq (Ω)
e f ∈ Lq (Ω) tais que
fj → f em Lq (Ω).
e
fjk (x) → f (x) quase em toda parte em Ω.
Portanto,
J1 (u + tv) − J1 (u) Z
DJ1 (u)v = lim = ∇u∇v.
t→0 t Ω
Mostraremos agora que o operador DJ1 é contı́nuo. Seja (un ) uma sequência
em H01 (Ω) tal que un → u em H01 (Ω).
Assim, para cada v ∈ H01 (Ω) com kvk ≤ 1 temos
Z Z
|[DJ1 (un ) − DJ1 (u)]v| = | ∇un ∇v − ∇u∇v| ≤ |∇un − ∇u||∇v|.
Ω Ω
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 25
Logo
kDJ1 (un ) − DJ1 (u)kH01 (Ω) := sup |[DJ1 (un ) − DJ1 (u)]v| ≤ kun − uk,
kvk≤1
de onde concluı́mos
F (x, u + tv) − F (x, u)
| | = |f (x, u + γtv)||v|.
t
Portanto,
e
|unj (x)| ≤ g(x) quase em toda parte em Ω.
|f (x, unj (x)) − f (x, u(x))|p/(p−1) ≤ C[|f (x, unj (x))|p/(p−1) + |f (x, u(x))|p/(p−1) ]
≤ 2(a + bg(x))p ∈ L1 (Ω).
|[DJ2 (unj ) − DJ2 (u)]v| ≤ |f (x, unj (x)) − f (x, u(x))|Lp/(p−1) (Ω) |v|Lp (Ω) .
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 27
|[DJ2 (unj ) − DJ2 (u)]v| ≤ C|f (x, unj (x)) − f (x, u(x))|Lp/(p−1) (Ω) kvk
≤ C|f (x, unj (x)) − f (x, u(x))|Lp/(p−1) (Ω) .
Portanto,
implicando que
lim DJ2 (unj ) = DJ2 (u).
j→+∞
1
Z Para cada v ∈ H0 (Ω),
Demonstração: Z vamos considerar Φ(u) = Φ1 (u) − Φ2 (u)
com Φ1 (u) = ∇u∇v e Φ2 (u) = f (x, u)v. Em seguida mostraremos que
Ω Ω
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 28
Z Z
Φ1 , Φ2 ∈ C (H01 (Ω), IR)
1
com Φ01 (u)vw = ∇v∇w e Φ02 (u)v = f 0 (x, u)vw, para
Ω Ω
todo w ∈ H01 (Ω).
Inicialmente vamos calcular a Derivada de Gateux DΦ1 .
Z Z
Φ1 (u + tw) − Φ1 (u) ∇(u + tw)∇v − ∇u∇v Z
Ω Ω
= = ∇v∇w
t t Ω
Portanto,
Φ1 (u + tv) − Φ1 (u) Z
DΦ1 (u)v = lim = ∇v∇w.
t→0 t Ω
de onde concluı́mos
f (x, u + tw)v − f (x, u)v
| | = |f 0 (x, u + γtw)||v||w|.
t
Portanto,
Z
Portanto, DΦ2 (u)v = f 0 (x, u)vw.
Ω
A continuidade do operador DΦ2 segue dos mesmos argumentos já usados
acima. Logo,DΦ2 (u) = Φ02 (u).
(
−∆u = |u|q−2 u em Ω
(P )
u(x) = 0 sobre ∂Ω,
Recordemos
Z que H01 (Ω) é um Espaço de Hilbert com
Z o produto interno
< u, v >= ∇u∇v que induz a norma < u, u >= kuk2 = |∇u|2 .
Ω Ω
Vamos mostrar que o funcional I é fracamente semicontı́nuo inferiormente.
Seja (un ) ⊂ H01 (Ω) tal que un * u em H01 (Ω).
Das propriedades da convergência fraca, kuk ≤ lim inf kun k ( A função norma
n→+∞
é fracamente semicontı́nua inferiormente). Assim,
Além disso, desde que 1 < q < 2, das Imersões Compactas de Sobolev, a
menos de subseqúência, un → u em Lq (Ω). Logo
1Z q 1Z
|un | → |u|q .
q Ω q Ω
Portanto,
1Z 2 1Z
I(u) = |∇u| − |u|q
2 Ω q Ω
1 1Z
Z
≤ lim inf |∇un |2 − |un |q
n→+∞ 2 Ω q Ω
= lim inf I(un ),
n→+∞
Desde que 1 < q < 2, temos que I(un ) → +∞, mostrando que I é coercivo.
Do Teorema 2.2, I é limitado inferiormente e existe u0 ∈ H01 (Ω) tal que
Logo
I(u0 ) = inf I(u) ≤ I(tψ) < 0 = I(0),
u∈H01 (Ω)
ψ(u0 ) = inf ψ,
C
9. Consideremos o problema
(
−∆u = u2 em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
(
−∆u = |u|q−2 u em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
(
−∆p u = |u|q−2 u em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
e uma solução deste problema é uma função u ∈ W01,p (Ω) tal que
Z Z
p−2
|∇u| ∇u∇φ = |u|q−2 uφ,
Ω Ω
para todo φ ∈ W01,p (Ω). A norma fixada em W01,p (Ω) é definida por
Z
p
kuk = |∇u|p .
Ω
b)
(
−∆p u + |u|p−2 u = h(x)|u|q−2 u em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ),
p∗
2 ≤ p < N , p − 1 < q < p, h ∈ L p∗ −q (IRN )
T ∞ N
L (IR ), h(x) ≥ 0 e h 6= 0,
pN
onde p∗ = N −p
.
Capı́tulo 3
3.1 Introdução
Neste capı́tulo enunciaremos e demonstraremos o Teorema dos Multiplicadores
de Lagrange em Espaços de Banach e o usaremos para encontrar solução fraca
para um problema superlinear com crescimento subcrı́tico.
J 0 (x0 )v F 0 (x0 )v
= J 0 (x0 )vF 0 (x0 )w − J 0 (x0 )wF 0 (x0 )v 6= 0.
det[Jψ (0, 0)] =
J 0 (x0 )w F 0 (x0 )w
34
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 35
(J(x0 ) + , F (x0 )) ∈ W
c . Seja agora (s , t ) ∈ B 0 (0) satisfazendo ψ(s , t ) =
0 0 δ 0 0
e
F (x0 + s0 v + t0 w) = F (x0 ).
o que mostra que y0 ∈ Bδ (x0 ). Logo, x0 não pode ser um máximo local de J
restrito a M . De maneira análoga podemos mostrar que x0 não pode ser ponto
de mı́nimo local da restrição de J a M . Isso conclui a demonstração.
Tu M = {v ∈ X : F 0 (u)v = 0}.
Por outro lado, do Teorema de Hahn-Banach (ver [7]), existe fe ∈ X 0 tal que
fe estende f , isto é,
Assim
kJ 0 (u) − λF 0 (u)kX 0 = 0,
isto é
J 0 (u) = λF 0 (u).
(
−∆u = |u|q−2 u em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
e Z
0
F (u)v = |u|q−2 uv,
Ω
para todo v ∈ H01 (Ω).
Além disso, consideremos
J(un ) → J∞ ≥ 0.
Portanto,
1
kun k2 → J∞ ,
2
o que mostra que (un ) é limitada em H01 (Ω). Desde que H01 (Ω) é um Espaço de
Banach reflexivo, existe u0 ∈ H01 (Ω) tal que, a menos de subsequência,
un * u0 em H01 (Ω)
un → u0 em Lq (Ω)
ou seja,
Z Z
|un |q → |u0 |q . (3.2)
Ω Ω
J∞ ≤ J(u0 ).
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 39
1 1
J(u0 ) = ku0 k2 ≤ lim inf kun k2 = lim inf J(un ) = J∞ .
2 2 n→+∞ n→+∞
Logo,
J(u0 ) = J∞ = inf J(u).
u∈M
J 0 (u0 ) = λF 0 (u0 ).
(
−∆u = λu em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
O Problema de Autovalor
4.1 Introdução
Neste capı́tulo estudaremos o espectro do operador (−∆, H01 (Ω)). Este estudo
é importantı́ssimo para alguns problemas que abordaremos aqui, como por
exemplo, problemas ressonantes e não ressonantes e para algumas técnicas que
não serão abordadas aqui, mas que também são importantes, como por exemplo,
técnicas de sub-supersolução e bifurcação.
(
−∆u = f (x) em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
Teorema 4.1 Seja H um Espaço de Hilbert com produto interno <, >H . Dado
41
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 42
Temos que
Z
hu, viH = ∇u∇v
Ω
é o produto interno usual de H01 (Ω), o qual é um Espaço de Hilbert com a norma
induzida
Z 1
2
2
k u k= | ∇u | .
Ω
mostrando a continuidade de g.
Portanto, pelo Teorema da Representação de Riesz, segue-se que existe um
único u ∈ H01 (Ω) tal que
isto é,
Z Z
∇u∇v = f v, para todo v ∈ H01 (Ω),
Ω Ω
mostrando que u ∈ H01 (Ω) é a única solução fraca do problema (P ).
Assim, fica bem definido o operador S : L2 (Ω) → H01 (Ω) definido por
S(f ) = u, onde u é a única solução do problema (P ). Na próxima seção,
estudaremos propriedades sobre o operador S.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 43
Z Z
∇u1 ∇v = f1 v, ∀v ∈ H01 (Ω) (4.1)
Ω Ω
Z Z
u2 ∇v = f2 v, ∀v ∈ H01 (Ω). (4.2)
Ω Ω
Z Z Z Z
∇u1 ∇v + α ∇u2 ∇v = f1 v + α f2 v, ∀v ∈ H01 (Ω)
Ω Ω Ω Ω
ou seja,
Z Z
(∇u1 ∇v + α∇u2 ∇v) = (f1 v + αf2 v), ∀v ∈ H01 (Ω).
Ω Ω
Z Z
(∇u1 + α∇u2 )∇v = (f1 + αf2 )v, ∀v ∈ H01 (Ω).
Ω Ω
Z Z
∇(u1 + αu2 )∇v = (f1 + αf2 )v, ∀v ∈ H01 (Ω),
Ω Ω
Assim,
onde H01 (Ω) ,→ L2 (Ω) é a imersão compacta de H01 (Ω) em L2 (Ω). Assim, da
continuidade do operador S,
S : L2 (Ω) → L2 (Ω)
Z Z
hS(f ), f iL2 (Ω) = hu, f iL2 (Ω) = uf = ∇u∇u = kuk2 ≥ 0.
Ω Ω
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 45
Z Z
∇u∇w1 = f w1 , para todo w1 ∈ H01 (Ω) (4.3)
Ω Ω
Z Z
∇v∇w2 = gw2 , ∀w2 ∈ H01 (Ω). (4.4)
Ω Ω
Z Z Z
gu = ∇u∇v = f v.
Ω Ω Ω
mostrando que
como L2 (Ω) ⊂ L1loc (Ω) e C0∞ (Ω) = H01 (Ω), resulta que f ∈ L1loc (Ω) e
Z
f v = 0, ∀ v ∈ C0∞ (Ω).
Ω
S(f ) = λf.
Assim,
Observação 4.3 Desde que V P (S) = µn → 0. podemos reordenar (µn ) tal que
1
Lema 4.7 O número real µ é um autovalor para S se, e somente se, λ = µ
é
um autovalor de (−∆, H01 (Ω)).
Logo, Z Z
∇(µf )∇v = f v,
Ω Ω
o qual é equivalente a Z Z
∇f ∇v = λ f v,
Ω Ω
onde λ = µ1 .
Observação 4.4 Concluı́mos do Lema anterior que o operador (−∆, H01 (Ω))
possui uma sequência de autovalores (λn ) tais que
∂ |α|
Dα = ,
∂xα1 1 ∂xα2 2 ...∂xαNN
N
N
X
onde α = (α1 , α2 , ..., αN ) ∈ IN e |α| = αj .
j=1
Alguns exemplos do operador Dα .
∂ 6u
Se α = (1, 2, 3), então Dα u = .
∂x1 ∂x22 ∂x33
∂ 5u
Se α = (1, 0, 4, 0), então Dα u = .
∂x1 ∂x43
Notemos que D(0,0,...,0) u = u e W 1,2 (Ω) = H 1 (Ω).
De um modo geral, é usual a seguinte notação:
Para k suficientemente grande, temos que W k,r (Ω) ,→ C 1,α (Ω). Portanto,
φ ∈ C 1,α (Ω). Usando o Teorma de Schauder k vezes, obtemos:
Consideremos os funcionais
Z
J: H01 (Ω) → IR definido por J(u) = |∇u|2
Ω
e Z
F : H01 (Ω) → IR definido por F (u) = |u|2
Ω
e a variedade
M = {u ∈ H01 (Ω) : F (u) = 1}.
Assim Z Z
∇u0 ∇v = λ u0 v,
Ω Ω
Logo
J∞ = J(u0 ) = ku0 k2 = λ|u0 |L2 (Ω) = λ,
implicando que
λ1 = J∞ = min kuk2 .
|u|L2 (Ω) =1
u
Agora para cada u ∈ H01 (Ω) com u 6= 0, consideremos v = |u|L2 (Ω)
. Temos que
kuk2
λ1 ≤ kvk2 = .
|u|2L2 (Ω)
Logo Z
1 Z
|u|2 ≤ |∇u|2 ,
Ω λ1 Ω
mostrando que o inverso do primeiro autovalor do operador (−∆, H01 (Ω)) é a
melhor ( menor) constante que verifica a Desigualdade de Poincaré. Além disso,
kuk2
λ1 = min kvk2 = min 2
,
|v|L2 (Ω) =1 u∈H0 (Ω),u6=0 |u|L2 (Ω)
1
J 0 (u) = λ2 F 0 (u).
kuk2
λ2 = min .
u∈E1 ,u6=0 |u|2 2
L (Ω)
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 53
Vλ2 )⊥
M
E2 = (Vλ1
e para a variedade
M2 = {u ∈ E2 : |u|L2 (Ω) = 1},
kuk2
λ3 = min .
u∈E2 ,u6=0 |u|2 2
L (Ω)
De um modo geral,
kuk2
λj = min .
u∈Ej−1 ,u6=0 |u|2 2
L (Ω)
u ∈ C 2 (Ω)
\
C(Ω) com − ∆u ≥ 0(−∆u ≤ 0) em Ω.
Então u é constante.
Lema 4.8 O número real λ1 é o único autovalor cujas autofunções têm sinal
definido. Isto é, apenas as autofunções associadas a λ1 são estritamente positivas
ou estritamente negativas.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 54
ϕ+ 6= 0,
ϕ = ϕ+ − ϕ−
| ϕ |= ϕ+ + ϕ− .
k ϕ+ k2 = λ1 |ϕ+ |22 .
Assim,
k ϕ+ k2 ϕ+
λ1 = = J( )= min J(u)
|ϕ+ |22 |ϕ+ |22 u∈H01 (Ω),u6=0
ϕ+
w=
| ϕ+ |22
é uma autofunção associada a λ1 , isto é,
(
−∆w = λ1 w em Ω
w = 0 sobre ∂Ω.
Logo,
w(x) > 0, ∀ x ∈ Ω,
ou seja,
ϕ(x) = ϕ+ (x) > 0, ∀ x ∈ Ω.
ϕ(x) < 0, ∀ x ∈ Ω.
Z Z
∇ψ∇v = λj ψv, ∀ v ∈ H01 (Ω).
Ω Ω
Considerando h = ψ e v = ϕ, obtemos
Z Z
∇ϕ∇ψ = λ1 ϕψ
Ω Ω
Z Z
∇ψ∇ϕ = λj ψϕ.
Ω Ω
Z
0 = (λj − λ1 ) ψϕ.
Ω
n o
A = t ∈ IR : ϕ(x) + tψ(x) ≥ 0, ∀ x ∈ Ω
n o
B = t ∈ IR : ϕ(x) + tψ(x) ≤ 0, ∀ x ∈ Ω .
tn → t.
ϕ(x) + tn ψ(x) ≥ 0, ∀ x ∈ Ω.
ϕ(x) + tψ(x) ≥ 0, ∀ x ∈ Ω,
ϕ(x0 )
lim tn = > 0.
n→∞ ψ(x1 )
Desde que ϕ(x0 ) > 0 e ψ(x1 ) > 0, qualquer que seja n ∈ IN, temos
ϕ(x) − tn ψ(x) ≥ 0, ∀ x ∈ Ω.
Em particular
ϕ(x1 ) ≥ tn ψ(x1 ), ∀ n ∈ IN.
ϕ(x0 )
ϕ(x1 ) ≥ ψ(x1 ) = ϕ(x0 )
ψ(x1 )
A ∩ B = A ∩ B = A ∩ B 6=
pois do contrário A ∪ B seria uma cisão não trivial para IR, contradizendo sua
conexidade. Logo, existe t0 ∈ A ∩ B. Isto é existe t0 ∈ IR tal que
ϕ(x) − t0 ψ(x) = 0, ∀ x ∈ Ω,
dim Vλ1 = 1.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 58
00
(
−y = λy em (0, π)
(P )
y(0) = y(π) = 0.
3. Seja λ1 o primeiro autovalor do operador (−∆, H01 (Ω)). Mostre que, para
todo λ < λ1 ,
Z Z 1/2
2 2
kukλ = |∇u| dx − λu dx
Ω Ω
5. Consideremos o problema
(
−∆u = f (x, u) em Ω
(P1 )
u = 0 sobre ∂Ω,
e
kSkM < 1.
Regularidade da solução do
problema superlinear subcrı́tico
5.1 Introdução
Na seção 3.3, mostramos que o Problema Superlinear Subcrı́tico possui uma
solução fraca não trivial. Na seção seguinte, usaremos um método iterativo,
chamado bootstrap, para mostar que esta solução é clássica.
60
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 61
q−1 2
1) 2∗
− N
≤ 0.
q−1 2
2) 2∗
− N
> 0.
q−1 2
Supondo inicialmente o caso 1, ou seja, que 1) 2∗
− N
≤ 0. Então, de
propriedades dos Espaços de Sobolev
∗ /(q−1)
W 2,2 (Ω) ,→ Ls (Ω) continuamente, para todo s ≥ 1.
Portanto
1 q−1 2
= ∗
− ,
t1 2 N
1 q−1 2 (q − 1)2 2
= − = − q,
t2 t1 N 2∗ N
1 q−1 2 (q − 1)3 2
= − = ∗
− ((q − 1)2 + (q − 1) + 1),
t3 t2 N 2 N
4
1 q−1 2 (q − 1) 2
= − = ∗
− ((q − 1)3 + (q − 1)2 + (q − 1) + 1).
t4 t3 N 2 N
No caso geral, temos
1 (q − 1)j 2 j−1 j 1 2 2
k
X
= ∗
− (q − 1) = (q − 1) ∗ − − .
tj 2 N k=0 2 N (q − 1) − 1 N (q − 1) − 1
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 63
Notemos que
1 2
∗
− < 0 ⇔ q < 2∗ .
2 N (q − 1) − 1
O Princı́pio Variacional de
Ekeland
6.1 Introdução
Neste capı́tulo vamos enunciar e demonstrar o Princı́pio Variacional de Ekeland.
Trata-se de um Teorema provado por Ekeland em 1972 e é uma poderosa
ferramenta que resolve uma ampla classe de Equações Diferenciais Elı́pticas, como
por exemplo, o Problema Sublinear, o Problema do tipo Côncavo e Convexo, o
Problema Superlinar Subcrı́tico.
64
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 65
2d(v, w) ≤ 0 =⇒ d(v, w) = 0 ⇐⇒ w = v,
o que implica
u0 = u
e seja
A0 = {w ∈ X : w ≺ u0 } ,
onde u1 ∈ A0 satisfaz
1
Φ(u1 ) ≤ inf Φ + .
A0 1
.
Consideremos A1 = {w ∈ X : w ≺ u1 }, com u2 ∈ A1 satisfazendo
1
Φ(u2 ) ≤ inf Φ + .
A1 2
An = {w ∈ X : w ≺ un } com un+1 ∈ An
tal que
1
Φ(un+1 ) ≤ inf Φ + .
An n+1
Notemos que An ⊃ An+1 para todo n ∈ IN, pois para w um elemento arbitrário
em An+1 , obtemos w ≺ un+1 . Desde que un+1 ∈ An segue que un+1 ≺ un e por
transitividade concluimos que w ≺ un . Portanto, w ∈ An .
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 67
Assim,
mostrando que
w ≺ un ⇐⇒ w ∈ An ,
diamAn+1 −→ 0 quando n → ∞.
Desde que
1
Φ(un+1 ) ≤ inf Φ +
An n+1
e
−Φ(w) ≤ − inf Φ,
An
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 68
temos
1 1
d(w, un+1 ) ≤ inf Φ + − inf Φ = ,
An n + 1 An n+1
ou seja,
1
d(w, un+1 ) ≤ .
(n + 1)
Desde que
2
sup d(w, v) ≤ ,
w,v∈An+1 (n + 1)
obtemos
2
0 ≤ lim sup d(w, v) ≤ lim
n→+∞ w,v∈A n→+∞ (n + 1)
n+1
Observemos que o único ponto de intersecção dos An satisfaz os ı́tens (a), (b)
\
e (c) do teorema. De fato, para An = {v } e desde que v ∈ A0 , temos da
n
definição de A0 que
e portanto
Φ(v ) ≤ Φ(u),
provando (b).
Além disso, se w 6= v , tem-se que w não se relaciona com v , pois caso
\
contrário, terı́amos w ∈ An . Logo
n
provando (c).
Uma consequência importante deste Teorema é o seguinte:
Assim,
I(uδ ) − I(uδ + δtv)
< δkvk
t
e passando ao limite de t → 0, encontrmos
v
−I 0 (uδ ) < δ,
kvk
v
I 0 (uδ ) < δ,
kvk
implicando
v
|I 0 (uδ ) | < δ,
kvk
ou seja
v
kI 0 (uδ )kE 0 = sup |I 0 (uδ ) | < δ.
kvk≤1 kvk
I(un ) → c
e
I 0 (un ) → 0,
1
inf I(u) ≤ I(un ) ≤ inf I(u) +
u∈E u∈E 2n
e
1
kI 0 (un )kE 0 ≤ .
n
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 71
e
I 0 (un ) → 0.
e
I 0 (un ) → 0.
Desde que I satisfaz a condição (P S)c , existe (unj ) ⊂ (un ) tal que
Da continuidade de I e I 0 , temos
e
I 0 (u0 ) = lim I 0 (unj ) = 0.
(
−∆u = |u|q−2 u em Ω
(P )
u(x) = 0 sobre ∂Ω,
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 72
e
I 0 (un ) → 0.
Temos que (un ) é limitada em H01 (Ω), pois caso contrário, a menos de
subsequência,
kun k → ∞.
Da coercividade de I, terı́amos
o que é um absurdo. Desde que H01 (Ω) é um Espaço de Banach reflexivo, temos
que
un * u em H01 (Ω).
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em Ω.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 73
Assim,
isto é Z Z
∇un ∇(un − u) = |un (x)|q−2 un (un (x) − u(x)).
Ω Ω
De(6.1), obtemos Z
∇un ∇(un − u) = on (1).
Ω
Logo,
Z
kun − uk2 = ∇(un − u)∇(un − u) = kun k2 − kuk2 = on (1),
Ω
(
−∆u = λ|u|q−2 u + |u|r−2 u em Ω
(P )
u(x) = 0 sobre ∂Ω,
2
t tq Z tr Z
lim Iλ (tφ) = lim kφk2 − λ |φ|q − |φ|r = −∞,
t→∞ t→∞ 2 q Ω r Ω
isto é, I não é limitado inferiormente. Entretanto, o Princı́pio Variacional de
Ekeland será usado para mostrar a existência de solução para o Problema (P ).
Observemos que I é um Funcional Semicontı́nuo Inferiormente, pois I é de
classe C 1 .
Além disso, das Imersões Contı́nuas de Sobolev, existem constantes C1 , C2
tais que
1 1 1
Iλ (u) ≥ kuk2 − C1 λ kukq − C2 kukr .
2 q r
Considerando kuk = ρ, com ρ a ser escolhido posteriormente, temos,
1 1 1
Iλ (u) ≥ ( ρ2 − C2 ρr )−C1 λ ρq .
2 r q
(1/r−2)
r
Para ρ < 4C2
, temos
1 2 1 1
ρ − C2 ρr > ρ2 .
2 r 4
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 75
Assim, t0 φ ∈ B ρ (0) e
γ0 ≤ Iλ (t0 φ) < 0.
e
1
c) Iλ (un ) < Iλ (u) + kun − uk, para todo u 6= un .
n
De a) temos
Seja v ∈ H01 (Ω) com kvk ≤ 1. Assim, para cada n ∈ INfixado, existe t0 = t0 (n)
tal que
w = un + tv ∈ Bρ (0) para todo t ∈ (0, t0 ).
1
− < Iλ0 (un )v para todo v ∈ H01 (Ω) com kvk ≤ 1.
n
Para −v, encontramos
1
> Iλ0 (un )v,
n
de onde concluı́mos que
1
|Iλ0 (un )v| ≤ .
n
Logo,
1
kIλ0 (un )kH01 (Ω)0 ≤ ,
n
o que implica
Iλ0 (un ) → 0,
Notemos que é suficiente provar que Iλ satisfaz a condição (P S)γ0 , pois neste
caso, existe (unj ) ⊂ (un ) tal que
e assim,
Iλ (u) = γ0 < 0 e Iλ0 (u)v = 0, para todo v ∈ H01 (Ω),
un * u em H01 (Ω),
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em Ω.
Assim,
e
|un (x)|r−2 un (x)(un (x) − u(x)) ≤ |h(x)|r quase em toda parte em Ω.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 78
e
Z
|un |r−2 un (un − u) → 0. (6.6)
Ω
isto é
Z Z Z
q−2
∇un ∇(un − u) = λ |un (x)| (un (x) − u(x)) + |un (x)|r−2 (un (x) − u(x)).
Ω Ω Ω
Logo,
Z
kun − uk2 = ∇(un − u)∇(un − u) = kun k2 − kuk2 = on (1),
Ω
(
−∆u = f (u) em Ω
(P )
u(x) = 0 sobre ∂Ω,
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 79
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 s
e
f 0 (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−2
onde 2 < q < 2∗ se N ≥ 3 ou 2 < q se N = 1 ou N = 2.
Notemos que, por (f1 ), dado > 0, existem δ > 0 tal que:.
o que implica
|f (s)| ≤ |s| + M3 |s|q−1 , para todo δ ≤ |s| ≤ R e para algum M3 > 0. (6.7)
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 80
f (s)
(f4 ) A função s → é crescente.
s
k
|s|qi −2 s, 2 < qi < 2∗ .
X
Exemplo 6.2 f (s) =
i=1
e Z Z
I 0 (u)v = ∇u∇v − f (u)v,
Ω Ω
Z
2
Da definição, temos que, u ∈ N se, e somente se, u 6= 0 e kuk = f (u)u.
Ω
Do crescimento sobre a não linearidade f e das imersões contı́nuas de Sobolev,
temos a uma importante propriedade sobre a Variedade de Nehari:
Z
kuk2 = f (u)u ≤ C1 kuk2 + C2 kukq ,
Ω
K ≤ kuk. (6.8)
1 1 2
Z
1
I(u) ≥ ( − )kuk + [ f (u)u − F (u)].
2 θ |u|≤R θ
−g(s) ≤ |g(s)| ≤ M.
Portanto,
1 1
I(u) ≥ ( − )kuk2 − M |Ω|,
2 θ
mostrando que I restrito a N é coercivo e assim limitado inferiormente em N .
Do Postulado de Dedekind, existe c∗ ∈ IR tal que,
c∗ = inf{I(u) : u ∈ N }.
1
Para = n
e da definição de ı́nfimo, existe (un ) ⊂ N tal que
1
c∗ ≤ I(un ) ≤ c∗ + .
n
I(un ) → c∗
e
1
I(un ) < I(u) + kun − uk, para todo u 6= un .
n
Note que (un ) ⊂ N é limitada em H01 (Ω), pois de (f3 ) encontramos
1 1 1
c∗ + on (1) = I(un ) − I 0 (un )un ≥ ( − )kun k2 − M |Ω|.
θ 2 θ
1
I(un ) < I(α(t)) + ||un − α(t)k.
n
Portanto,
I(α(t)) − I(α(0)) 1 Tn
[ ]≥ − kwk + k un k .
t n t
Passando ao limite de t → 0 obtemos
1
I (α(0))α (0) ≥ − kwk + kTn0 (0)un k .
0 0
n
Logo,
1
I 0 (un )w ≥ − kwk,
n
ou seja,
w 1
I 0 (un ) ≥− .
kwk n
Argumentando como na seção anterior, (un ) ⊂ N é uma sequência (P S)c∗
para o funcional I restrito a N , isto é, do Corolário 3.1 da seção 3.2, temos
Portanto,
Desde que, por (f4 ), (J 0 (un )un ) não converge para zero, temos que (λn ) =
on (1).
Logo
kI 0 (un )k(H01 (Ω))0 ≤ kI 0 (un ) − λJ 0 (un )k(H01 (Ω))0 + |λn |kJ 0 (un )k(H01 (Ω))0 = on (1),
mostrando que (un ) é uma sequência (P S)c∗ para I em H01 (Ω). Além disso, (un )
é limitada em H01 (Ω).
Como na seção anterior, é suficiente provar que I satisfaz a condição (P S)c∗ .
De fato, desde que H01 (Ω) é um Espaço de Banach Reflexivo, a menos de
subsequência,
un * u em H01 (Ω),
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em Ω.
isto é Z Z
∇un ∇(un − u) = f (un )(un (x) − u(x)).
Ω Ω
De(8.3), obtemos Z
∇un ∇(un − u) = on (1).
Ω
Logo,
Z
kun − uk2 = ∇(un − u)∇(un − u) = kun k2 − kuk2 = on (1),
Ω
então
un → 0 em Ls (IRN ), para todo 2 < s < 2∗ .
(
−∆u + u = f (u) em IRN
(P )
u ∈ H 1 (IRN ).
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 s
e
f 0 (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−2
onde 2 < q < 2∗ se N ≥ 3 ou 2 < q se N = 1 ou N = 2.
Como na seção 6.5, temos que
1 1
I(u) ≥ ( − )kuk2 ,
2 θ
mostrando que I restrito a N é coercivo e assim limitado inferiormente em N .
Do Princı́pio Variacional de Ekeland, existe (un ) ⊂ H 1 (IRN ) uma sequência
limitada tal que:
I(un ) → c∗
e
I 0 (un ) → 0.
un * u em H 1 (IRN ).
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em supp φ.
isto é,
I 0 (u)φ = 0, para todo φ ∈ C0∞ (IRN ).
Lema 6.2 Se (un ) é uma sequência (P S)c para I e limitada, então somente uma
das alternativas ocorrem:
a) un → 0 em H 1 (IRN )
ou
b) Existem (yn ) ⊂ IRN e R, β > 0 tais que
Z
|un |2 ≥ β > 0.
BR (yn )
Z
f (un )un → 0.
IRN
Assim
Z
kun k2 = f (un )un → 0.
IRN
e
I 0 (vn )ψ = I 0 (un )ψ(x − yn ).
vn * v em H 1 (IRN ),
onde v é ponto crı́tico do Funcional I. Para mostrar que v é não trivial, notemos
que de (8.8) encontramos
Z Z Z
|v|2 = lim |vn |2 = lim |un |2 ≥ β > 0.
BR (0) n→∞ BR (0) n→∞ BR (yn )
(
−∆p u = |u|q−2 u em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 91
para todo φ ∈ W01,p (Ω). A norma fixada em W01,p (Ω) é definida por
Z
p
kuk = |∇u|p dx.
Ω
b)
(
−∆p u + |u|p−2 u = h(x)|u|q−2 u em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ),
p∗
2 ≤ p < N , p − 1 < q < p, h ∈ L p∗ −q (IRN )
T ∞ N
L (IR ), h(x) ≥ 0 e h 6= 0,
∗ pN
onde p = N −p
.
(
−∆u + u = λh(x)|u|q−2 u + |u|r−2 u em IRN
(P )
u ∈ H 1 (IRN ),
1 < q < 2 < r < 2∗ se N ≥ 3 ou 1 < q < 2 < r se N = 1 ou N = 2,
2∗
h ∈ L 2∗ −q (IRN )
T ∞ N
L (IR ), h(x) ≥ 0 e h 6= 0 e λ > 0.
b)
(
−∆p u = λ|u|q−2 u + |u|r−2 u em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
(
−∆p u + |u|p−2 u = λh(x)|u|q−2 u + |u|r−2 u em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ),
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 92
p∗
2 ≤ p < N , p − 1 < q < p < r < p∗ , h ∈ L p∗ −q (IRN )
T ∞ N
L (IR ), h(x) ≥ 0 e
∗ pN
h 6= 0, onde p = N −p
e λ > 0.
(
−∆p u = f (u) em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
f (s)
(f1 ) lim = 0.
s→0 sp−1
f 0 (s)
(f2 ) lim sup < ∞,
s→+∞ sq−2
onde 2 < q < 2∗ se N ≥ 3 ou 2 < q se N = 1 ou N = 2.
Existem θ > p e r > 0 tais que
f (s)
(f4 ) s→ ,
s
é crescente para todo s > 0.
b)
(
−∆p u + u = f (u) em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ),
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 93
f (s)
(f1 ) lim = 0.
s→0 sp−1
f 0 (s)
(f2 ) lim sup < ∞,
s→+∞ sq−2
onde 2 < q < 2∗ se N ≥ 3.
Existe θ > p tal que
f (s)
(f4 ) s→ ,
s
é crescente para todo s > 0.
Capı́tulo 7
O Teorema do Passo da
Montanha
7.1 Introdução
Neste capı́tulo enunciaremos e demonstraremos o Lema de Deformação, o qual
é a principal ferramenta para demonstrarmos o celebrado Teorema do Passo
da Montanha de Ambrosseti e Rabinowitz. Nas seções seguintes, resolveremos
problemas superlineares com crescimento subcrı́tico em domı́nio limitado e no
IRN . Envolveremos os operadores Laplaciano e p-Laplaciano com o objetivo
principal de mostrar as principais diferenças entre esses operadores e os cuidados
que devemos ter com os problemas que envolvem este último operador.
94
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 95
e
b) I 0 (u)ϕ(u) ≥ kI 0 (u)k2X 0 .
Por ser um texto introdutório, assumiremos aqui sem demonstração que, dado
um funcional I ∈ C 1 (X, IR), sempre existirá um campo pseudo-gradiente para I.
Agora já podemos enunciar e demonstrar o Lema da Deformação sem condição
de compacidade devido a Willem [18].
para todo u ∈ I −1 ([c − 2, c + 2]), então existe η ∈ C(X, X) tal que
onde
I d := I −1 (] − ∞, d[).
dist(u,X\A)
ψ : X → IR dada por ψ(u) = (dist(u,X\A)+dist(u,B))
,
onde
c − ≤ I(u) ≤ c + . (7.2)
Por outro lado, dist(u, X\A) = 0 implica que u ∈ X\A. Assim, existe uma
sequência (un ) ⊂ X\A tal que un → u em X, ou seja,
possui uma única solução σ(., u) definida em IR com σ ∈ C(IR× X, X). (Veja [12,
Teorema 2.9]).
Consideremos a função η definida em X por η(u) := σ(1, u). Desde que W = 0
para todo u ∈ X\A, então σ(t, u) é constante para cada u ∈ X\A. Desde que
σ(0, u) = u, temos que η satisfaz (i).
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 97
Notemos que,
d d
I(σ(t, u)) = I 0 (σ(t, u)) σ(t, u))
dt dt
0
= I (σ(t, u))W (σ(t, u)) = 0, (7.3)
I(η(u)) ≤ c + − 2 = c −
(a) c − 2 ≤ I(u ) ≤ c + 2
onde
max I(γ(t)) ≥ α,
t∈[0,1]
(d) kI 0 (u)k ≥ 4 ∀u ∈ X.
Notemos que essas propriedades continuam válidas para todo 0 < 0 < .
Desde que c > 0 e diminuido se necessário, temos
Em vista dos ı́tens (c) e (d), do Lema de deformação, existe η ∈ C(X, X) tal
que
max I(γ(t)) ≤ c + .
t∈[0,1]
e
γb (1) = η(γ(1)) = η(e).
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 100
Desse modo
c ≤ max I(γb (t)) ≤ c − ,
t∈[0,1]
Seja
onde
1
Demonstração: Para = n
no Teorema anterior, temos que existe (un ) ⊂ X
tal que
I(un ) → c
e
I 0 (un ) → 0.
Desde que I satisfaz a consição (P S)c , existem (unj ) ⊂ (un ) e u ∈ X tal que
unj → u em X.
Da continuidade de I e I 0 , temos
(
−∆u = f (u) em Ω
(P )
u(x) = 0 sobre ∂Ω,
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 s
e
f (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−1
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 102
1 K
I(u) ≥ (1 − C1 )kuk2 − C2 kukq .
2 q
Portanto, desde que 2 < q, existem α, β > 0 de tal forma que
implica
Z s Z s
θ f (τ )
dτ ≤ dτ.
R τ R F (τ )
sθ F (s)
θ
≤ .
R F (R)
F (s) ≥ C3 sθ − C4 . (7.7)
Agora fixemos φ ∈ C0∞ (Ω) e t > 0 suficientemente grande tal que ktφk ≥ R.
Assim, da condição de crescimento (7.7)
t2 2 θ
Z
I(tφ) ≤ kφk − C3 t |φ|θ + C4 |Ω|.
2 Ω
I(un ) → c > 0
e
I 0 (un ) → 0.
un * u em H01 (Ω),
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em Ω.
onde h2 + hq ∈ L1 (Ω).
Do Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue,
Z
f (un )(un − u) → 0. (7.8)
Ω
isto é Z Z
∇un ∇(un − u) = f (un )(un (x) − u(x)).
Ω Ω
De (7.8), obtemos Z
∇un ∇(un − u) = on (1).
Ω
Logo,
Z
2
kun − uk = ∇(un − u)∇(un − u) = kun k2 − kuk2 = on (1),
Ω
(
−∆p u = f (u) em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
para todo φ ∈ W01,p (Ω). A norma fixada em W01,p (Ω) é definida por
Z
kukp = |∇u|p .
Ω
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 |s|p−1
e
f (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−1
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 106
1 K
I(u) ≥ (1 − C1 )kukp − C2 kukq .
p q
Portanto, desde que, p < q, existem α, β > 0 de tal forma que
F (s) ≥ C3 sθ − C4 . (7.10)
Agora fixemos φ ∈ C0∞ (Ω) e t > 0 suficientemente grande tal que ktφk ≥ R.
Assim, da condição de crescimento (8.2)
t2 Z
I(tφ) ≤ kφk2 − C3 tθ |φ|θ + C4 |supp φ|.
2 Ω
I(un ) → c > 0
e
I 0 (un ) → 0.
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em Ω.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 108
onde hp + hq ∈ L1 (Ω).
Do Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue,
Z
f (un )(un − u) → 0. (7.11)
Ω
e
|x − p|2
< |x|p−2 x − |y|p−2 y, x − y >≥ Cp se 1 < p < 2,
(|x| + |y|)2−p
onde |.| é a norma euclidiana.
Assim,
Z Z
Cp kun − ukp = Cp |∇un − ∇u|p ≤ h|∇un |p−2 ∇un − |∇u|p−2 ∇u, ∇un − ∇ui.
Ω Ω
(
−∆u + u = f (u) em IRN
(P )
u ∈ H 1 (IRN ).
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 s
e
f (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−1
K
|F (s)| ≤ |s|2 + |s|q ,
2 q
para algum K > 0.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 110
e Z Z Z
0
I (u)v = ∇u∇v + uv − f (u)v,
IRN IRN IRN
1 K
I(u) ≥ (1 − C1 )kuk2 − C2 kukq .
2 q
Portanto, desde que 2 < q, existem α, β > 0 de tal forma que
F (s) ≥ C3 sθ − C4 . (7.13)
t2 2 θ
Z
I(tφ) ≤ kφk − C3 t |φ|θ + C4 |supp φ|.
2 IRN
I(un ) → c > 0
e
I 0 (un ) → 0.
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em supp φ.
isto é,
I 0 (u)φ = 0, para todo φ ∈ C0∞ (IRN ).
e
I 0 (vn )ψ = I 0 (un )ψ(x − yn ).
vn * v em H 1 (IRN ),
onde v é ponto crı́tico do Funcional I. Para mostrar que v é não trivial, notemos
que de (8.8) encontramos
Z Z Z
|v|2 = lim |vn |2 = lim |un |2 ≥ β > 0.
BR (0) n→∞ BR (0) n→∞ BR (yn )
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 113
então
hn * h em Ls (Ω).
0 1 1
para todo g ∈ Ls (Ω), onde s
+ s0
= 1.
Consideremos o problema
(
−∆p u + |u|p−2 u = f (u) em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ).
Recordamos que uma solução deste problema é uma função u ∈ W 1,p (IRN ) tal
que Z Z Z
p−2 p−2
|∇u| ∇u∇φ + |u| uφ = f (u)φ,
IRN IRN IRN
para todo φ ∈ W 1,p (IRN ). A norma fixada em W 1,p (IRN ) é definida por
Z Z 1/p
p p
kuk = |∇u| + |u| .
IRN IRN
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 |s|p−1
e
f (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−1
onde p < q < p∗ se N > p ou p ≤ q se N ≥ p.
Como na seção 6.5, temos que
1 K
I(u) ≥ (1 − C1 )kukp − C2 kukq .
p q
Portanto, desde que p < q, existem α, β > 0 de tal forma que
F (s) ≥ C3 sθ − C4 . (7.17)
I(un ) → c > 0
e
I 0 (un ) → 0.
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em supp φ.
f (un (x))φ ≤ |h(x)|p−1 |φ(x)| + |h(x)|q−1 |φ(x)| quase em toda parte em supp φ,
Z Z
p−2
|∇un | ∇un ∇φ → |∇u|p−2 ∇u∇φ,
IRN IRN
1, se x ∈ B1 (0)
ψ(x) =
0, se x ∈ B2c (0).
Para cada ρ > 0, considere
!
x
Ψρ (x) = ψ . ,
ρ
Temos que
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 117
1, se x ∈ Bρ (0)
ψρ (x) =
c
0, se x ∈ B2ρ (0).
Definamos
Assim,
Z Z Z Z
0 ≤ Cp |∇un − ∇u|p ≤ Pn = Pn ψρ ≤ Pn ψ ρ .
Bρ (0) Bρ (0) Bρ (0) IRN
Portanto,
Z Z Z
p p
0 ≤ Cp |∇un − ∇u| ≤ |∇un | ψρ − |∇un |p−2 ∇un ∇uψρ
Bρ (0) IRN IRN
Z Z
− |∇u|p−2 ∇u∇un ψρ + |∇u|p ψρ
IRN IRN
= J1 − J2 + J3 + J4 + J5
onde Z Z Z
p p
J1 = |∇un | ψρ + |un | ψρ − f (un )un ψρ ,
IRN IRN IRN
Z Z Z
p−2 p−2
J2 = |∇un | ∇un ∇uψρ + |un | un uψρ − f (un )uψρ ,
IRN IRN IRN
Z Z
J3 = − |∇u|p−2 ∇u∇un ψρ + |∇u|p ψρ ,
IRN IRN
Z Z
p−2
J4 = |un | un uψρ − |un |p ψρ ,
IRN IRN
e Z Z
J5 = f (un )un ψρ − f (un )uψρ .
IRN IRN
Desde que
Z Z
p p
k(un ψρ )k = |∇(un ψρ )| + |un ψρ |p
IRN
Z Z IRN
≤ C[ |∇un |p + |un |p ]
IRN IRN
≤ Ckun kp ≤ C1 ,
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 118
Z Z
p−2
|∇un |p−1 |un ||∇ψρ |.
|∇un | un ∇ψρ ≤
IRN IRN
p
Da Desigualdade de Hölder com os expoentes p−1
e p, encontramos
Z Z (p−1)/p Z 1/p
p−2 p p p
|∇un | un ∇ψρ ≤ |∇un | |un | |∇ψρ | .
IRN IRN IRN
Z Z 1/p
p−2 p p
|∇un | un ∇ψρ ≤ C1 |un | |∇ψρ | .
IRN
B2ρ (0)\Bρ (0)
N N
Usando novamente a desigualdade de Hölder com os expoentes N −p
e p
,
obtemos
Z
p−2
lim sup N |∇un | un ∇ψρ
n→∞ IR
Z (N −p)/p Z N/p 1/p
p∗ N
≤ C1 |u| |∇ψρ | .
B2ρ (0)\Bρ (0) B2ρ (0)\Bρ (0)
Z
p−2
lim lim sup |∇un | un ∇ψρ = 0.
ρ→0 n→∞ IRN
Portanto
J1 = on (1) + oρ (1).
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 119
J2 = on (1) + oρ (1).
Da convergênica fraca
J3 = on (1).
J4 = J5 = on (1).
Logo,
∂un ∂u
→ em Lploc (IRN ).
∂xi ∂xi
Em particular,
∂un ∂u
→ em Lp (BR ) ∀R > 0.
∂xi ∂xi
BR BR
Seguindo este mesmo raciocı́nio, fixando k ∈ IN existe (ukn ) ⊂ (un ) tal que
∂ukn ∂u
(x) → (x) q.t.p em Bk .
∂xi ∂xi
Agora vamos mostrar que a sequência (ujj ) é tal que
∂ujj ∂u
(x) → (x) q.t.p em IRN .
∂xi ∂xi
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 120
∞ n o
∂ukn
[
∂u
Consideremos S = Sn , onde, Sn = x ∈ Bk : ∂xi
(x) 6→ ∂xi
(x) , temos
n=1
que |S| = 0.
Consideremos x ∈ IRN \S e j0 ∈ IN tal que x ∈ Bj0 , então
x ∈ Bj para j ≥ j0 .
Além disso,
∂uj0 n ∂u
(x) → (x) em Bj0 .
∂xi xi
∂ujj
Como ∂xi
(x) é uma subsequência de (uj0 n (x)) para j ≥ j0 , podemos concluir
que
∂ujj ∂u
(x) → (x) q.t.p em IRN .
∂xi ∂xi
Denotando ainda tal subsequência por (un ) obteremos:
∂ujj ∂u
(x) → (x) q.t.p em IRN .
∂xi ∂xi
isto é,
I 0 (u)φ = 0, para todo φ ∈ C0∞ (IRN ).
Desde que C0∞ (IRN ) = W 1,p (IRN ), temos por densidade que
vn * v em W 1,p (IRN ),
onde v é ponto crı́tico do Funcional I. Para mostrar que v é não trivial, notemos
que de (8.8) encontramos
Z Z Z
p p
|v| = n→∞
lim |vn | = n→∞
lim |un |p ≥ β > 0.
BR (0) BR (0) BR (yn )
(
−∆u + u = h(x)|u|q−2 u em IRN
(P )
u ∈ H 1 (IRN ),
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 122
2∗
2 < q < 2∗ se N ≥ 3 , h ∈ L 2∗ −q (IRN )
T ∞ N
L (IR ), h(x) ≥ 0 e h 6= 0 .
b)
(
−∆p u + |u|p−2 u = h(x)|u|q−2 u em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ),
p∗
p < q < p∗ , 2 ≤ p < N , h ∈ L p∗ −q (IRN )
T ∞ N
L (IR ), h(x) ≥ 0 e h 6= 0 .
Capı́tulo 8
O Princı́pio de Concentração e
Compacidade de Lions
8.1 Introdução
O Lema de Concentração e Compacidade de Lions é uma técnica eficiente para
resolver problemas com crescimento crı́tico. Nas seções seguintes, faremos uma
revisão das medidas de Radon, enunciaremos o Lema de Lions e, em seguida,
resolveremos alguns problemas com crescimento crı́tico.
123
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 124
Em particular, Z
dµ < ∞.
IRN
Uma sequência (µn ) converge fraco para µ no sentido das medidas de Radon
e escrevemos
µn * µ em M(Ω)
quando
< µn , u >*< µ, u >, para todo u ∈ C0 (Ω),
isto é, Z Z
u dµn → u dµ, para todo u ∈ C0 (Ω).
Ω Ω
Para finalizar essa revisão, vamos listar alguns resultados importantes sobre
as medidas M(Ω):
1) Toda sequência limitada de medidas finitas em Ω admite uma subsequência
fracamente convergente.
2) Se µn * µ, então kµk ≤ lim inf kµn k.
3) Se µ ∈ M+ (Ω), então kµk =< µ, 1 >= sup | < µ, u > |.
u∈C0 (Ω),|u|∞ =1
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 125
ν ∈ M(Ω).
Lema 8.1 (O Lema de PCCL - Caso Limite) Seja (un ) uma sequência em
∗
D1,2 (IRN ) tal que un * u em D1,2 (IRN ), onde D1,2 (IRN ) = {u ∈ L2 (IRN ) : |∇u| ∈
L2 (IRN )}. Suponha que
∗
νn = |un |2 * ν
e
µn = |∇un |2 * µ,
e
µ ≥ |∇u|2 +
X
µ j δx j ,
j∈J
onde < δxj , φ >= φ(xj ), para toda φ ∈ C0 (Ω), chamada medida de Dirac de
massa 1.
ii)
2/2∗ X 2/2∗
Sνj ≤ µj e νj < ∞,
j∈J
kuk2
onde S = infN 2
.
u∈D1,2 (IR ),u6=0 |u| 2∗ N
L (IR )
∗ −2
(
−∆u = λf (u) + |u|2 u em Ω
(P )
u(x) = 0 sobre ∂Ω,
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 s
e
f (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−1
K
|F (s)| ≤ |s|2 + |s|q ,
2 q
para todo s ∈ IR e para algum K > 0.
Assim, da secção 2.6, temos o funcional associado ao problema (P ) é definido
por
1Z Z
1 Z ∗
I(u) = |∇u|2 − λ F (u) − ∗ |u|2
2 Ω Ω 2 Ω
e Z Z Z
∗ −2
I 0 (u)v = ∇u∇v − λ f (u)v − |u|2 uv,
Ω Ω Ω
1 K C3
I(u) ≥ (1 − λC1 )kuk2 − (λ C2 + ∗ )kukq .
2 q 2
Portanto, desde que 2 < q, existem α, ρ1 > 0 de tal forma que
F (s) ≥ C4 sθ − C5 . (8.2)
Agora fixemos φ ∈ C0∞ (Ω) e t > 0 suficientemente grande tal que ktφk ≥ R.
Assim, da condição de crescimento (8.2)
∗
t2 Z
t2 Z ∗
I(tφ) ≤ kφk2 − λC3 tθ |φ|θ + λC4 |supp φ| − ∗ |φ|2 .
2 Ω 2 Ω
Portanto, desde que θ > 2, obtemos, I(tφ) → −∞ quando t → ∞ e este
limite implica que, existe t∗ > 0 tal que e = t∗ φ ∈ H01 (Ω) com kek > ρ e I(e) < 0.
Assim, do Teorema do Passo da Montanha, existe (un ) ⊂ H01 (Ω) tal que
I(un ) → cλ > 0
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 128
e
I 0 (un ) → 0.
1 N/2
Lema 8.2 O Funcional I satisfaz a condição (P S)cλ se cλ < N
S .
un * u em H01 (Ω),
e
|un (x)| ≤ h(x) quase em toda parte em Ω.
onde h2 + hq ∈ L1 (Ω).
Do Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue,
Z
f (un )(un − u) → 0. (8.3)
Ω
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 129
Afirmação 8.1 Z Z
2∗ ∗
|un | → |u|2 .
Ω Ω
isto é
Z Z Z
∗ −2
∇un ∇(un − u) = f (un )(un (x) − u(x)) + |un |2 un (un − u).
Ω Ω Ω
De (8.3), obtemos Z
∇un ∇(un − u) = on (1).
Ω
Logo,
Z
kun − uk2 = ∇(un − u)∇(un − u) = kun k2 − kuk2 = on (1),
Ω
∗ ∗
|∇un |2 * |∇u|2 + µ , and |un |2 * |u|2 + ν,
X X 2/2∗
ν= νi δxj , µ ≥ µj δxj , and Sνj ≤ µj , (8.4)
j∈J j∈J
νi ≥ µ i .
Segue-se que
νi ≥ S N/2 . (8.5)
Fazendo n → ∞, temos
1 X 1 X 1
cλ ≥ φ% (xi )νi = νi ≥ S N/2 ,
N i∈Λ N i∈Λ N
o que é um absurdo. Assim, J é vazio e, portanto,
Z Z
2∗ ∗
|un | → |u|2 .
Ω Ω
1 N/2
Agora é suficiente mostrar que cλ < N
S .
portanto
Z Z
∗ ∗
λn f (ηλn φ)ηλn φ + ηλ2n |φ|2 ≤ K ∀n ∈ IRN .
Ω Ω
Se η0 > 0, da última desigualdade encontramos
Z Z
∗ ∗
lim λn
n→∞
f (x, ηλn φ)ηλn φ + ηλ2n |φ|2 = +∞,
Ω Ω
o qual é um absurdo. Logo, concluı́mos que η0 = 0. Agora considere a curva
γ∗ (η) = ηe com η ∈ [0, 1]. Temos que γ∗ ∈ Γ e obtemos a seguinte estimativa
ηλ2
0 < cλ ≤ max I(γ∗ (η)) = I(ηλ φ) ≤ kφk2 .
η∈[0,1] 2
Desta maneira, se λ é suficiente grande, temos
ηλ2 1
kφk2 < S N/2 ,
2 N
de onde obtemos
1 N/2
0 < cλ < S .
N
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 132
∗ −2
(
−∆u + u = λf (u) + |u|2 u em IRN
(P )
u ∈ H 1 (IRN ).
f (s)
(f1 ) lim =0
s→0 s
e
f (s)
(f2 ) lim sup < +∞,
s→∞ |s|q−1
K
|F (s)| ≤ |s|2 + |s|q ,
2 q
para algum K > 0.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 133
I(un ) → cλ > 0
e
I 0 (un ) → 0.
isto é,
I 0 (u)φ = 0, para todo φ ∈ C0∞ (IRN ).
Por falta da imersão compacta, não é possı́vel afirmar que u 6= 0. Por isso,
precisamos continuar nosso estudo.
Se tivermos u 6= 0, neste caso u ∈ H 1 (IRN ) é solução fraca do problema (P ).
Se u = 0, vamos precisar do seguinte resultado:
Lema 8.4 Se (un ) é uma sequência (P S)c para I e limitada, então somente uma
das alternativas ocorrem:
a) un → 0 em H 1 (IRN )
ou
b) Existem (yn ) ⊂ IRN e R, β > 0 tais que
Z
|un |2 ≥ β > 0.
BR (yn )
Z
f (un )un → 0.
IRN
Assim,
∗
kun k2 = |un |2 + on (1).
kun k2 = d + on (1)
e
∗
|un |2 = d + on (1).
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 135
S ≤ d2/N .
Além disso,
1 1 ∗ 1
cλ + on (1) = I(un ) − I 0 (un )un ≥ |un |22∗ ≥ S N/2 ,
2 N N
o que é um absurdo. Logo, d = 0 e, portanto, kun k = on (1). Mas esta
convergência não pode ocorrer, pois da continuidade de I, terı́amos I(0) = c = 0.
Do Lema 8.4, existem (yn ), R, β > 0 tais que
Z
|un |2 ≥ β > 0. (8.8)
BR (yn )
vn * v em H 1 (IRN ),
onde v é ponto crı́tico do Funcional I. Para mostrar que v é não trivial, notemos
que de (8.8) encontramos
Z Z Z
2 2
|v| = n→∞
lim |vn | = n→∞
lim |un |2 ≥ β > 0.
BR (0) BR (0) BR (yn )
p < q < p∗ , 2 ≤ p < N , para todo λ > λ0 , para algum λ0 > 0, onde Ω é um
domı́nio limitado do IRN .
b)
∗ −2
(
−∆p u + |u|p−2 u = λ|u|q−2 u + |u|p u em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ),
(
−∆u = λu + f (x, u) em Ω
(P 1)
u ∈ H01 (Ω),
(
−∆u = λu em Ω
(P 2)
u ∈ H01 (Ω),
f (x, s)
lim = 0,
s→0 s
uniformemente em Ω.
f (x, s)
lim = 0,
sq−1
s→+∞
a)
∗ −2
(
−∆u = λ|u|q−2 u + |u|2 u em Ω
(P )
u ∈ H01 (Ω),
( ∗ −2
−∆p u = λ|u|q−2 u + |u|p u em Ω
(P )
u ∈ W01,p (Ω),
∗ −2
(
−∆u + u = λ|u|q−2 u + |u|2 u em IRN
(P )
u ∈ H 1 (IRN ),
∗ −2
(
−∆p u + |u|p−2 u = λ|u|q−2 u + |u|p u em IRN
(P )
u ∈ W 1,p (IRN ),
A Identidade de Pohozaev
9.1 Introdução
Nasta seção seguinte, mostraremos um resultado de não existência de solução
devido ao Matemático russo Pohozaev. Desde que este texto é apenas
introdutório, aqui daremos apenas o enunciado da Identidade de Pohozaev,
indicando a demosntarção na referência [18]. Uma versão desta importante
desigualdade para o Operador p-Lapalciano pode ser vista em [1].
Então
N −2Z 1Z Z
|∇u|2 + |∇u|2 x.η(x) dSx = N G(u),
2 Ω 2 ∂Ω Ω
Rs 1
onde, G(s) = 0 g(s) ds com G ∈ L (Ω) e η(x) é o vetor normal exterior no
ponto x ∈ ∂Ω.
Se Ω = IRN , então
N −2Z Z
|∇u|2 = N G(u).
2 Ω Ω
138
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 139
Aplicação 1
Se Ω é um domı́nio estrelado do IRN , então o problema
∗
(
−∆u = |u|2 −2 u em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
1 ∗
não tem solução não trivial. De fato, temos que G(u) = 2∗
|u|2 . Desde que Ω é
um domı́nio estrelado, da Identidade de Pohozaev,
N −2Z 1 Z ∗
|∇u|2 < ∗ |u|2 .
2N Ω 2 Ω
Portanto,
1 Z 2∗ 1 Z ∗
∗
|u| < ∗
|u|2 ,
2 Ω 2 Ω
implicando que u = 0.
Aplicação 2
Considere o problema
(
−∆u + mu = λ|u|p−2 u em IRN
(P )
u ∈ H 1 (IRN ),
Assim,
N −2Z Z
g(u)u = G(u),
2N IRN IRN
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 140
implicando
N −2Z Z
λ m
[λ|u| − m|u| ]= N [ |u|p − |u|2 ],
p 2
2N IRN IR p 2
o qual é equivalente a
N −2 1 N −2 1
Z Z
λ − |u|p = m[ − |u|2 .
2N p IRN 2N 2 IRN
Portanto,
1 1 1 1
Z Z
p
λ ∗− |u| = m ∗ − |u|2 < 0,
2 p IRN 2 2 IRN
∗
−∆p u = |u|p −2 u em Ω
(
(P )
u ∈ W01,p (Ω),
Capı́tulo 10
Ponto de Sela
10.1 Introdução
Neste capı́tulo vamos enunciar o Teorema do Ponto de Sela de Rabinowitz. Nas
seç oes seguintes vamos definir Grau Topológico e faremos algumas aplica ões
deste Teorema.
ψ(x) = y.
Supondo que y é um valor regular de ψ, isto é, que det ψ 0 (x) 6= 0, para todo
x ∈ ψ − {y}, do Teroema da Função Inversa, podemos garantir que ψ − {y} contém
/ ψ(∂Ω) e Ω é compacto, o conjunto ψ − {y} é
somente pontos isolados. Como y ∈
finito e, portanto, fica bem definido o número inteiro
sig det ψ 0 (x) se ψ − {y} =
X
6 ∅
deg(ψ, Ω, y) = x∈ψ − {y}
0 caso contrário,
141
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 142
onde (
1 se t > 0
sig(t) =
−1 se t < 0.
implicando em deg(ψ, Ω, π4 ) = 1.
Observação 10.1 A definição acima pode ser estendida para valores crı́ticos e
para função ψ ∈ C(Ω, IRN ). Tal extensão, chamada Grau de Brouwer, é feita
por aproximação e preserva as seis propriedades acima.
O Grau de Brouwer também pode ser estentido para funções ψ definidas em
espaços de dimensão infinita que são da forma
ψ = I − K,
Seja ainda
c = inf max I(γ(u)),
γ∈Γ u∈D
onde Γ = γ ∈ C(D, X) : γ(v) = v, para todo v ∈ ∂D .
Então c ≥ β e se I satisfaz a condição (P S)c então c é um nı́vel crı́tico de I.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 144
pois neste caso, escolhendo uγ ∈ D tal que γ(uγ ) ∈ W , da hipótese (H2 ), obtemos
deg(P ◦ γ, D, 0) = deg(Id, D, 0) = 1.
P ◦ γ(uγ ) = 0.
η:X→X
satisfazendo
/ I −1 ([c − , c + ])
η(u) = u sempre que u ∈
e
η(I c+ ) ⊂ I c− .
max I(γ(u)) ≤ c +
u∈D
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 145
o que é um absurdo.
Mstraremos agora que γe ∈ Γ. Temos que γe ∈ C(D, X). Para todo u ∈ ∂D,
da hipótese (H2 ), temos
mostrando que γe ∈ Γ.
(
−∆u = λu + g(x, u) em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
u = σ1 φ1 + σ2 φ2 + ... + σj φj .
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 147
Portanto,
j j j
kuk2 = k σi φi k2 ≤ σi2 kφi k2 = σi2 λi |φi |22 ,
X X X
o que implica
j j
2
σi2 |φi |22
X X
kuk ≤ λj = λj < u, σi φi >L2 (Ω) .
i=1 i=1
Logo,
j
2
σi φi >L2 (Ω) = λj < u, u >L2 (Ω) = λj |u|22 ,
X
kuk ≤ λj < u,
i=1
ou seja
para todo u ∈ V .
Vamos provar que I satisfaz a 1◦ geometria de sela. De fato, para todo u ∈ V ,
usando a desigualdade (10.2), temos
1 λ 2
Z
I(u) ≤ ( − )kuk − G(x, u).
2 2λj Ω
I(w) ≥ β,
vn * v em H01 (Ω),
e
vn (x) → v(x) q.t.p em Ω.
Desde que
Z Z Z
∇un ∇ψ − λ un ψ − g(x, un )ψ = on (1),
Ω Ω Ω
Portanto, Z Z
∇v∇ψ = λ vψ.
Ω Ω
un * u em H01 (Ω),
∗
un → u em Ls (Ω) para 1 ≤ s < 22 ,
e
un (x) → u(x) q.t.p em Ω.
(
−∆u = λu + g(x, u) em Ω
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
onde
H− = span{φ1 , φ2 , ..., φj−1 },
H0 = kern(−∆ − λj Id)
e
H0 )⊥ .
M
H+ = (H−
P0 : H01 (Ω) → H0 ,
e
P+ : H01 (Ω) → H+
u = P− u + P0 u + P+ u.
I(w) → ∞,
λj
on (1)kP− un k ≥ −I 0 (un )P− un ≥ ( − 1)kP− un k2 − M1 kP− un k,
λj−1
Z Z
kun − P0 un k2 − λj |un − P0 un |2 = kun k2 − λj |un |2 .
Ω Ω
Assim,
1 2 1 Z 2
Z
c + on (1) = I(un ) = kun k − λj |un | − G(x, un )
2 2 Ω Ω
1 2 1 Z 2
Z
= kun − P0 un k − λj |un − P0 un | − G(x, un ).
2 2 Ω Ω
Z
Da última igualdade deduzimos que G(x, un ) é uma sequência limitada
Ω
Usando o Teorema do Valor Médio para cada x ∈ Ω, temos
Z Z Z
G(x, P0 un ) = [G(x, P0 un − G(x, un )]+ G(x, un ) ≤ M1 kP− un + P+ un k + K,
Ω Ω Ω
un * u em H01 (Ω),
∗
un → u em Ls (Ω) para 1 ≤ s < 22 ,
e
un (x) → u(x) q.t.p em Ω.
não possui solução e explique porque o Teorema do Ponto de Sela não pode
ser usado neste caso.
2. Considere o problema
onde h ∈ C(Ω, IR), g ∈ C(IR, IR) é uma função crescente. Denotando por
g±∞ = lim g(s), mostre que a condição
s→±∞
Z Z Z
g−∞ φ1 < h(x)φ1 < g+∞ φ1 ,
Ω Ω Ω
O Método de Galerkin
11.1 Introdução
Neste capı́tulo vamos estudar o Método de Galerkin para equações elı́pticas.
O ingrediente principal neste método é o Teorema de Ponto Fixo de Brouwer.
Seguiremos a Dissertação de Mestrado de C. A. A. dos Santos [17].
ou equivalentemente,
ϕ(y) 6= 0, ∀y ∈ ∂Br (0),
pois, caso contrário, o teorema já estaria demonstrado para o caso em que x = 0.
155
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 156
isto é, H(y0 , t0 ) 6= 0, ∀y0 ∈ ∂Br (0) e ∀t0 ∈ [0, 1]. Se t = 1 temos
mostrando que
0∈
/ H(∂Br (0) × 1).
Agora, vamos analisar o caso em que t ∈ [0, 1) e y ∈ ∂Br (0). Observe que,
e com isso,
||tf (y)|| < |y|.
Consequentemente,
tf (y) 6= y
Portanto,
0∈
/ H(∂Br (0) × [0, 1]).
e portanto,
deg(H(., 0), Br (0), 0) = deg(H(., 1), Br (0), 0).
então,
deg(ϕ, Br (0), 0) = 1 6= 0.
y0 − f (y0 ) = 0
|ϕ(y)| = |f (x + y) − x| ≤ r,
isto é, ϕ(y) ∈ B r (0). Assim, ϕ tem um ponto fixo z ∈ B r (0), ou seja, ϕ(z) = z,
implicando que
f (x + z) = x + z.
Denotando,
w = x + z ∈ B r (x)
Defina f˜ : B R (0) → K ⊂ B R (0) por f˜(x) = f (Pk (x)). Observe que f˜ é contı́nua
pois é composição de funções contı́nuas. Então, do Teorema do Ponto Fixo de
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 158
Brouwer, f˜ possui um ponto fixo x0 . Como a imagem desta aplicação está contida
em K, segue da definição de Pk que
Pk (x0 ) = x0 .
f (x) 6= 0, ∀x ∈ B R (0)
e defina
g : B R (0) → B R (0)
−Rf (x)
x 7→ g(x) = .
||f (x)||
mplicando que g(x) ∈ B R (0). Além disso, g é contı́nua, pois f é contı́nua por
hipótese. Portanto, pelo Teorema do Ponto Fixo de Brouwer, a função g tem um
ponto fixo em B R (0). Seja x0 tal ponto fixo de g, isto é, x0 = g(x0 ). Desta forma,
temos que,
−R
0 < R2 = (x0 , f (x0 )) ≤ 0,
||f (x0 )||
o que é um absurdo. Portanto, existe x0 ∈ B R (0) tal que f (x0 ) = 0.
Observação 11.2 : Se < f (x), x >> 0, ∀x ∈ ∂Br (0), o ponto y que verifica
f (y) = 0 deve pertencer ao conjunto Br (0).
f : Ω × IR → IR
Observação 11.3 : A condição (f1 ) pode ser trocada por uma condição do tipo
f (x, t) f (x, t)
lim =0 e lim < +∞
t→0 t t→±∞ |t|p
uniformemente em x ∈ Ω.
f (x, t)
De fato, se lim = 0, então dado > 0, existe δ tal que para todo t ∈ IR
t→0 t
f (x, t)
com |t| < δ, teremos que < , logo |f (x, t)| < |t|. Como é arbitrário
t
podemos tomar |t| ≤ |t|p .
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 160
f (x, t)
E se lim < +∞, então dado C1 > 0, existe k > 0 tal que para todo
t→±∞ |t|p
f (x, t) |f (x, t)|
t ∈ IR com |t| > k teremos que < C1 , logo < C1 , e assim,
|t|p |t|p
|f (x, t)| < C1 |t|p , ∀t ∈ IR : |t| > k.
Wm = [w1 , w2 , ..., wm ]
o espaço de dimensão finita gerado pelo conjunto {w1 , w2 , ..., wm }. Segue que os
espaços (Wm , || ||, ) e (IRm , | |) são isomorfos, através da aplicação natural
T : Wm → IRm
dada por
m
X
v= ξi wi 7→ T (v) = (ξ1 , ξ2 , ..., ξm ) = ξ
i=1
Assim,
||v|| = |ξ| = |T (v)|.
F : IRm → IRm
dada por F (ξ1 , ..., ξm ) = (F1 (ξ), F2 (ξ), ..., Fm (ξ)) sendo
Z Z
Fj (ξ) = ∇v∇wj − f (x, v)wj , ∀j = 1, 2, ..., m,
Ω Ω
m
ξi wi ∈ H01 (Ω). Queremos mostrar que
X
onde ξ → v =
i=1
Observe o seguinte
m
X
(F (ξ), ξ) = Fj (ξ)ξi .
j=1
Assim, Z Z
ξj Fj (ξ) = ∇v∇(ξj wj ) − f (x, v)(ξj wj )
Ω Ω
consequentemente
Z m
X Z m
X
(F (ξ), ξ) = ∇v∇ (ξj wj ) − f (x, v) (ξj wj )
Ω j=1 Ω j=1
Z Z
= ∇v∇v − f (x, v)v
ZΩ Z Ω
= |∇v|2 − f (x, v)v (11.2)
Ω Ω
desde que
N +2
p+1≤ + 1 = 2∗
N −2
das Imersõs contı́nuas de Sobolev, existe C2 > 0 tal que
|v|p+1 ≤ C2 ||v||
e como Z
|∇v|2 = ||v||2 ,
Ω
então, de (11.2)
(F (ξ), ξ) ≥ ρ > 0
1
basta considerar r = 1 . Logo, para todo ξ ∈ IRm tal que |ξ| = r teremos
2C p−1
onde
ξn = (ξn1 , ξn2 , ..., ξnm ) −→ ξ = (ξ1 , ξ2 , ..., ξm ).
Então,
Z Z m m
2 2
ξj wj )|2
X X
||vn − v|| = |∇(vn − v)| = |∇( ξnj wj −
Ω Ω j=1 j=1
Z m m Z
2 2
|∇wj |2
X X
= |∇ (ξnj − ξj )wj | = |ξnj − ξj |
Ω j=1 j=1 Ω
m m
|ξnj − ξj |2 ||wj ||2 = |ξnj − ξj |2 = |ξn − ξ|2 .
X X
=
j=1 j=1
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 163
e Z Z
Fj (ξ) = ∇v∇wj − f (x, v)wj .
Ω Ω
Desde que f (x, .) : IR → IRé contı́nua e vn → v em H01 (Ω), por imersão compacta,
existe uma subsequência{vnk } ⊂ {vn } tal que vnk → v em Lk (Ω) para 1 ≤ k < 2∗
se N ≥ 3, e para 1 ≤ k < +∞ se N = 2 para k ∈ [1, 2∗ ). Logo, do Teorema de
Vainberg,
De (i) obtemos
E mais
|f (x, vnk (x))wj (x)| ≤ C|vnk (x)|p |wj (x)| ≤ C|h(x)|p |wj (x)|.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 164
ou seja,
Fj (ξnk ) → Fj (ξ), ∀j ∈ IN,
implicando que
F (ξnk ) → F (ξ).
implicando que
Z Z
∇vm ∇wj = f (x, vm )wj , ∀j = 1, 2, ..., m.
Ω Ω
logo Z Z
∇vm ∇ϕ = f (x, vm )ϕ, ∀ϕ ∈ Wm . (11.7)
Ω Ω
vm * v em H01 (Ω).
|f (x, vm (x))ϕk (x)| ≤ C1 |vm (x)|p |ϕk (x)| ≤ C1 |h(x)|p |ϕk (x)|.
p+1
Desde que h ∈ Ls (Ω), temos em particular que hp ∈ L p (Ω). Além disso,
ϕk ∈ Lp+1 (Ω). Assim, segue que C|h|p ϕk ∈ L1 (Ω). Do Teorema da Convergência
Dominada de Lebesgue
Z Z
m→+∞
f (x, vm )ϕk −→ f (x, v)ϕk . (11.9)
Ω Ω
Sendo β = {w1 , w2 , ..., wn , ...} uma base Hilbertiana para H01 (Ω), então todo
elemento ϕ ∈ H01 (Ω) é limite de uma sequência {ϕk } ⊂ H01 (Ω) tal que ϕk ∈ Wk .
Ou seja,
k→+∞
ϕk −→ ϕ em H01 (Ω). (11.11)
ϕk → ϕ em Ls (Ω)
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 167
f (x, 0) = 0 (11.15)
e
|f (x, v)| ≤ C(x)|v|p , (11.16)
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 168
onde (
N +2
1<p ≤ N −2
, se N ≥ 3
1<p se N = 2.
e C : Ω → IR é uma funço em L∞ (Ω) e Ω ⊂ IRN é um domı́nio limitado.
Capı́tulo 12
A Teoria de Gênero
12.1 Introdução
Neste capı́tulo vamos estudar a Teoria de Gênero e um Teorema devido a Clark
[9] para mostrar a multiplicidade de soluções para o problema sublinear e para o
problema superlinear com crescimento crı́tico.
169
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 170
Proposição 12.1 Se K ∈ A, 0 ∈
/ K and γ(K) ≥ 2, então K tem infinitos
pontos.
o qual implica
sup I(u) < 0 = I(0).
K
Desde que Xk e IRk são are isomórficos e K e S k−1 são homeomórfos, concluı́mos
que σ(K) = k. Do Teorema de Clarke, I tem, pelo menos, k pares de pontos
crı́ticos distintos. Desde que k é arbitrário, obtemos infinitos pontos crı́ticos
distintos de I.
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 172
∗ −2
(
−∆u = λ|u|q−2 u + |u|2 u em Ω,
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
onde 1 < q < 2, Ω ⊂ IRN é um domı́nio limitado, e λ é um número real positivo.
O funcional associado ao problema (P ) é dado por
1Z 2 λZ 1 Z ∗
I(u) = |∇u| − |u| − ∗ |u|2 .
q
2 Ω q Ω 2 Ω
Notemos que
Z Z Z
0 q−2 ∗ −2
I (u)φ = ∇u∇φ − λ |u| uφ − |u|2 uφ,
Ω Ω Ω
para todo φ ∈ H01 (Ω). Portanto, pontos crı́ticos de I são soluções fracas de (P ).
Desde que I não é limitado inferiormente, vamos usar o mesmo argumento
encontrado em [5], para usar a Teoria de Gênero.
Das Imersões Contı́nuas de Sobolev, temos
1 1 1 ∗
I(u) ≥ kuk2 − λ kukq − ∗ 2∗ /2 kuk2 = g(kuk2 ),
2 Sq q 2S
onde Sq é a melhor constante da Imersão H01 (Ω) ,→ Lq (Ω) e S é a melhor constante
∗ λ 1 ∗
na Imersão H01 (Ω) ,→ L2 (Ω) e g(t) = 21 t − q/2 tq/2 − ∗ 2∗ /2 t2 /2 .
qSq 2S
Portanto, existe λ∗ > 0 tal que, se λ ∈ (0, λ∗ ), então g atinge seu máximo
positivo, cujo gráfico é o primeiro abaixo.
Considerando λ ∈ (0, λ∗ ), denotando por R0 < R1 as únicas raı́zes de
g, façamos o seguinte truncamento sobre I: Considerando φ ∈ C0∞ ([0, +∞)),
0 ≤ φ(t) ≤ 1, para todo t ∈ [0, +∞), tal que φ(t) = 1 se t ∈ [0, R0 ] e φ(t) = 0 se
t ∈ [R1 , +∞). Agora, consideremos o funcional truncado.
1Z λZ 1 Z ∗
J(u) = |∇u|2 − |u|q − φ(kuk2 ) ∗ |u|2 .
2 Ω q Ω 2 Ω
λ
Notemos que J ∈ C 1 (H01 (Ω, IR)) e J(u) ≥ g(kuk2 ), onde g(t) = 12 t− q/2
tq/2 −
qSq
1 ∗ /2
φ(t) t2 , cujo gráfico é o segundo abaixo.
2∗ S 2∗ /2
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 173
Lema 12.1 Seja (un ) ⊂ H01 (Ω) uma sequência limitada tal que
Se
1 N/2
c< S − λC(q, N, Ω),
N
então existe λ∗ > 0 tal que, para todo λ ∈ (0, λ∗ ), temos, a menos de subsequência,
(un ) é convergente em H01 (Ω), onde C(q, N, Ω) é uma constante positiva que
depende somente de q, N, Ω.
νi ≥ S N/2 . (12.1)
Portanto,
1 1 Z 1 Z ∗
c ≥ −λ( − ) |un |q + |un |2 + on (1)
q 2 Ω N Ω
1 1 Z 1 Z ∗
≥ −λ( − ) |un |q + ψ% |un |2 + on (1).
q 2 Ω N Ω
Fazendo n → ∞, obtemos
1 1 Z 1 Z ∗ 1 X
c ≥ −λ( − ) |u|q + |u|2 + ψ% (xi )νi
q 2 Ω N Ω N i∈Λ
1 1 Z q 1 Z ∗ 1 X
= −λ( − ) |u| + |u|2 + νi
q 2 Ω N Ω N i∈Λ
1 N/2 1 1 Z 1 Z ∗
≥ S − λ( − ) |u|q + |u|2 .
N q 2 Ω N Ω
q/2∗
1 N/2 1 1 2∗ −q
Z
2∗
c ≥ S − λ( − )|Ω| 2 ∗
|u|
N q 2 Ω
1 Z ∗
+ |u|2 .
N Ω
1 2∗ 1 1 2∗ −q
Seja f (t) = t − λ( − )|Ω| 2∗ tq . Esta função atinge o mı́nimo absoluto
N q 2
no ponto
1/(2∗ −q)
Nλ 1 1 2∗ −q
t0 = ( − )|Ω| 2∗ .
2q q 2
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 175
kun − uk = on (1).
Lema 12.2 Se J(u) < 0, então kuk2 < R0 e J(v) = I(v), para todo v em uma
vizinhança de u. Além disso, J verifica a condição (P S)c para c < 0.
Demonstração: Desde que g(kuk2 ) ≤ J(u) < 0, then kuk2 < R0 e J(u) = I(u).
Além disso, desde que, J é um funcional contı́nuo, concluı́mos que J(v) = I(v),
para todo v ∈ BR0 /2 (0). Agora, se (un ) é uma sequência tal que J(un ) → c < 0
e J 0 (un ) → 0, para n suficientemente grande, I(un ) = J(un ) → c < 0 e
I 0 (un ) = J 0 (un ) → 0. Desde que J é coercivo, temos que (un ) é limitado em
H01 (Ω). Do Lema 12.1, para λ suficientemente pequeno,
1 N/2
c<0< S − λC(q, N, Ω)
N
e, portanto, a menos de subsequência, (un ) converge em H01 (Ω).
Agora, construiremos uma sequência apropriada de valores crı́ticos negativos
para o funcional J.
γ(J − ) ≥ k,
para todo u ∈ Xk .
Considerando ρ > 0 tal que kuk = ρ, temos
ρ2 λ
J(u) ≤ − C(k)ρq .
2 q
Escolhendo ρ suficientemente pequeno, existe = (k) tal que
γ(J − ) ≥ γ(S) = k.
Demonstração: Do Lema 12.3, para cada k ∈ INexiste > 0 tal que γ(J − ) ≥ k.
/ J − and J − ∈ Γk . Por outro lado,
Além disso, 0 ∈
Portanto,
Lema 12.5 Se c = ck = ck+1 = ... = ck+r para algum r ∈ IN, então existe λ∗ > 0
tal que
γ(Kc ) ≥ r + 1,
para λ ∈ (0, λ∗ ).
γ(Kc ) ≥ r + 1 ≥ 2
para todo λ ∈ (0, λ∗ ). Da Proposição 12.1, Kc tem infinitos pontos, isto é, o
Problema (P ) tem infinitas soluções.
(
−∆u = λ|u|q−2 u + |u|p−2 u em Ω,
(P )
u = 0 sobre ∂Ω,
Uma introdução à teoria dos pontos crı́ticos 178
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