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14 SET 2009
Então, vem uma nova ordem, pede uma mudança significativa, pede que
o Estado deixe de ser executor e passe a ser gerente. O Estado cumpre a nova
ordem e faz o programa nacional de desestatização, que hoje é a lei 9491/97.
Com essa desestatização, o Estado deixa de ser executor e arruma alguém
para fazer o que antes ele realizava. Esse alguém tem o famoso nome “parceiro
do Estado”.
Foi esse 1º setor que foi atingido pela reforma do Estado, através da
desestatização, especialmente as estatais, que foram o alvo da desestatização.
Esse 1º setor foi o setor que diminuiu para conter o gasto público e gerar
superávit fiscal. Gerando superávit fiscal eu pago a dívida pública. Esse
contexto foi também o mesmo que trouxe a lei de responsabilidade fiscal, que
trouxe também a política do superávit fiscal. Isso porque se eu diminuo o
tamanho da máquina, eu diminuo o gasto com o servidor, o gasto com o
governo e a expectativa é sobrar dinheiro. Com a sobra de dinheiro paga-se a
dívida pública.
Detalhe importantíssimo: o art 175 fala “na forma da lei” e nós temos
uma lei que é chamada de marco legal desse setor, que é a lei 8987/95. O
Governo que deu o nome de Estado Gerencial foi o governo FHC, porque ele
sabia que não ia ter recursos públicos suficientes para investir, então qual foi a
solução dele? Trabalhar com quem tem dinheiro, que é o empresariado. Então a
única alternativa que ele tinha de viabilizar o seu governo era fomentando o
estado gerencial. Vejam que a data da lei 8987/95 é fevereiro de 95, que foi o
2º mês do 1º ano do 1º mandato dele. Essa lei foi a lei que regulamentou o 2º
setor e se tornou o marco legal, dando segurança jurídica àqueles que vão se
tornar parceiros.
A prova de que nada mudou é que com o governo Lula, que veio a
oposição, que a princípio era totalmente contrário a essa reformulação, então
ele veio e absolutamente não fez qualquer alteração, mantém o rumo do
Estado gerencial. A prova disso é que o governo Lula cria uma outra lei para o
2º setor, que é alei da PPP, Lei 11079, que nada mais é do que uma nova
concessão. A PPP é uma espécie do gênero concessão, criada no governo Lula.
A lei da PPP é o segundo marco legal desse setor. A própria lei da PPP confirma
que ela é uma concessão, e mais do que isso, no seu art 2º ela fala: “a parceria
público privada é contrato administrativo de concessão na modalidade
patrocinada ou administrativa”.
No seu parágrafo terceiro ela fala: “não constitui parceria público privada:
a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de
obras públicas de que trata a lei 8987/95”. Então, a partir de 2004 nós
passamos a ter, em matéria de serviço público, dois tipos de concessão: a
concessão comum, da lei 8987/95, e a concessão especial, que é a PPP.
Então, na hora da prova, você tem que identificar que tipo de concessão
o examinador está se referindo, se a comum ou se a especial. Caso o
examinador não fale, você tem que discorrer sobre ambas.
Então, se a ONG quiser dinheiro público, terá que fazer pregão. Ela não é
obrigada, mas se quiser dinheiro público, terá que fazer, pois o aporte de
dinheiro a ela se chama transferência voluntária, onde o Poder Público só
transfere o dinheiro se quiser.
Neste decreto 6170/2007 nós temos que ter atenção redobrada para o
seu art 11, que diz: “para o efeito do exposto no art 116 da lei 8666/93 (que
fala de convênio e instrumentos congêneres) a aquisição de produtos e a
contratação de serviços com recurso da União, transferidos às entidades
privadas sem fim lucrativo, deverão obedecer aos princípios da impessoalidade,
moralidade e economicidade, sendo necessário, no mínimo, a realização de
cotação prévia de preços no mercado”. Então, sai o pregão do decreto
5504/2005 e entra cotação prévia de preços, que é a mesma coisa que
regimento interno da OS e da OSCIP que diz como se vai gastar os recursos,
que vai, certamente, fazer uma avaliação do mercado etc e vai contratar a que
tiver menor preço. Então, esse art 11 do decreto 6170/2007 revoga tacitamente
o decreto 5504/2005.
1º setor:
Até janeiro de 2007 nós trazíamos só uma instituição, só que pós janeiro
de 2007 nós já trazemos duas.
Atenção agora para uma outra grande novidade, pois até janeiro de 2007
nós só falávamos em estatal como exemplo de pessoa jurídica de direito
privado, mas nós estamos sendo obrigados a ressuscitar agora a fundação
pública de direito privado como pessoa jurídica de direito privado ao lado da
empresa estatal. Agora vejam; se vocês forem para o Dec-Lei 200/67 ele já fala
em fundação pública de direito privado. Então, com base no DL 200/67, a
personalidade jurídica da fundação pública é de pessoa jurídica de direito
privado – art 5º, IV.
Daí então, para se chegar a afirmar que mesmo sendo de direito privado,
elas vão ter prerrogativas processuais é um pulo, por isso que essa sétima
diferença deve ser utilizada com muito cuidado.
Havia um RE que estava discutindo que lei a Petrobrás tinha que usar. Na
verdade a Petrobrás tem um decreto que regulamenta a licitação enquanto não
vem o estatuto da estatal. Então houve uma licitação em que uma empresa
perdeu com base no decreto da Petrobrás. Essa empresa veio e fez uma
simulação a fim de saber se fosse utilizada a lei 8666/93 se o resultado seria o
mesmo, descobrindo se fosse a lei 8666/93 ela ganharia a licitação. Então ela
alegando isso entrou em juízo e pediu a anulação da licitação feita pela
Petrobrás. A matéria foi parar no STF através do RE 441280, que em 2008
estava 2 a 2. Então, em 30/09/2008 o Ministro Marco Aurélio pediu vista e
devolveu o processo em maio deste ano e falou que é melhor remeter ao pleno
aquela matéria. A alegação da empresa é que o decreto da Petrobrás é um
decreto autônomo independente e a Petrobrás não poderia utilizá-lo sem que
houvesse um estatuto regulando a licitação nas estatais.