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Marrakech (Marrocos) – Um novo acordo mundial para a migração, idealizado pela ONU, foi
confirmado, em 10 de dezembro de 2018, pela maioria dos países que fazem parte da
organização, apesar de dezenas de nações terem se recusado a participar. O pacto pretende
fortalecer a cooperação internacional por uma "migração segura, ordenada e regular" e pede o
fim de das prisões arbitrárias e das deportações imediatas de imigrantes, individual ou
coletivamente
Os termos do acordo haviam sido estabelecidos em julho, com apoio unânime de 193 Estados-
membros da ONU – inicialmente, apenas os Estados Unidos ficaram de fora. Nos meses
seguintes, porém, diversos governos desistiram de participar do pacto, afirmando que ele
poderia incentivar a imigração ilegal e ameaçar a soberania nacional. Segundo a agência AFP,
ao menos 15 países, a maioria europeus, se recusaram a participar. O Pacto Global sobre
Migração foi ratificado na Assembleia Geral da ONU em 19 de dezembro de 2018 por 152
países.
Apesar disso, a maioria deles manteve seu apoio ao documento, cujo texto foi defendido por
diversos líderes, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel e o ex-presidente dos EUA Barak
Obama. Mas seu sucessor, Donald Trump, sempre se manteve crítico a ele e foi responsável
pela recusa de seu país a participar. Pelas estimativas da ONU há 258 milhões de imigrantes no
mundo e esse número deve continuar crescendo. Desde 2000, pelo menos 60 mil deles
morreram na tentativa de entrar em outro país.
Folha de S. Paulo (Editado)
A favor da participação do Brasil
O ministro das Relações Exteriores brasileiro no governo Temer, Aloysio Nunes, afirmou que a
questão migratória é uma questão de direitos humanos e que o acordo é um compromisso para
garantir "os direitos e a segurança daqueles que cruzam terras e mares para sustentar suas
famílias e buscar uma vida mais segura".
Folha de S. Paulo (Editado)
Retirar o Brasil do Pacto
O então presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse em 18 de dezembro do ano passado que a
migração tornou "simplesmente insuportável" viver em algumas partes da França e voltou a
falar em barrar imigrantes que queiram vir ao Brasil. Ele lamentou que o atual governo tenha
assinado o pacto de migração da ONU e disse que vai revogar a participação quando assumir o
cargo.
"Todo mundo sabe o que está acontecendo com a França. (...) E a tendência é aumentar a
intolerância. Os que foram para lá, o povo francês acolheu da melhor maneira possível",
afirmou, "mas vocês sabem a história dessa gente, né? Eles têm algo dentro de si que não
abandonam as suas raízes e querem fazer valer a sua cultura, os seus direitos lá de trás e os seus
privilégios. Parte da população, das Forças Armadas e das instituições francesas começam a
reclamar quanto a isso. Nós não queremos isso para o Brasil".