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Nação: refere-se aos povos e sua identidade cultural. Há diversos fatores que
compõem as nações e possibilitam às populações se sentirem pertencentes a
determinadas culturas, notadamente através da língua e da religião.
Refugiados: O refugiado busca asilo num novo país por variados fatores que
podem envolver diferentes etnias, nacionalidade, grupos sociais, religião ou
opinião política. Trata-se de determina pessoa que migra forçosamente em
virtude de perseguições políticas ou religiosas, ou mesmo por causa de guerras
civis ou guerras étnico-culturais. Além de guerras entre nações.
Forçantes humanas: ditaduras, guerras civis, conflitos étnicos etc. Além disso,
há as migrações por conta de fatores econômicos e tais fatores são
compreendidos como a principal causa dos fluxos migratórios e que levam
grandes quantidades humanas a buscarem melhores condições de vida longe
de suas regiões de origem.
As Migrações Internacionais
Segundo relatório da ONU, no ano de 2009, havia 195 milhões de migrantes no
mundo. Tal cifra equivalia a 3% da população mundial. A maior parte desse fluxo
migratório (60%) se dá em direção aos países industrializados e
economicamente desenvolvidos. Os países que mais atraíam pessoas no
mundo eram desenvolvidos, a exemplo de Estados Unidos, do Japão e Austrália,
além de países do núcleo mais próspero da União Européia. Destaque-se as
grandes economias industriais alemã e britânica, além da Espanha, Portugal e
Itália. Em 2010, conforme dados da ONU, o número de migrantes internacionais
estava na casa dos 214 milhões e o de refugiados acima dos 16 milhões. Nessa
década houve aumentos no número de migrantes internacionais e em 2020 se
estimava 272 milhões de pessoas que viviam distantes de suas regiões de
origem. Em 2018 o número de refugiados contava com 25 milhões em novo
recorde.
Estados Unidos:
Aos Estados Unidos da América é aonde vão as maiores quantidades de
migrantes por causa da grande economia do país. Do total de migrantes no
mundo a estimativa é que 20% buscam os Estados Unidos, 39 milhões de
pessoas viviam nos Estados Unidos em 2009 e 45 milhões em 2020. Se
considerarmos que a população americana é de 330 milhões de habitantes,
perceberemos que acima dos 10% compõem-se de imigrantes.
A queda de imigrantes ilegais nos Estados Unidos está associada a uma série
de fatores. Houve maior regularização de imigrantes no período, mas as tensões
na fronteira contribuíram para isso com as deportações. O governo do ex-
presidente Barak Obama, em 2013, deportou mais de 400 mil imigrantes ilegais,
número superior de deportações de seus dois antecessores imediatos, George
Bush (2001-2009) e Bill Clinton (1993-2001). Aliás, o controle na fronteira entre
Estados Unidos e México faz parte da política doméstica norte-americana, pois
a busca pelo ‘’Sonho Americano’’ e o forte poderio econômico estadunidense
atraem milhões de pessoas todos os anos.
O grupo que mais contribuiu para a queda de imigrantes ilegais nos Estados
Unidos foi o de mexicanos que deixaram o país em maior quantidade do que
entraram. Entretanto, segundo os dados do governo americano, mais da metade
dos imigrantes ilegais nos Estados Unidos é composta por população de origem
mexicana (aproximadamente 5,5 milhões em 2016). A extensa fronteira entre
ambos os países, a grande disparidade econômica, além da história em comum
de ambos são fatores que explicam a grande movimentação fronteiriça. Saliente-
se ainda que os estados do Texas e da Califórnia foram anexados pelos
americanos no Século XIX através da Grande Guerra (1845-1848) que envolveu
os países naquele tempo, logo é óbvio porque o fluxo migratório de mexicanos
é grande em direção ao país do norte.
Europa
Durante o século XIX a Europa foi o maior centro de repulsão demográfica do
globo terrestre. Estima-se que 50 milhões de habitantes abandonaram o
continente para tentar nova vida no Novo Mundo. Desses, 5 milhões teriam vindo
ao Brasil.
Hoje, a região dos Balcãs é importante zona de entrada por fluxos migratórios
de refugiados. O mar Mediterrâneo e pelas ilhas de Cós, da Grécia, e
Lampedusa, da Itália, além de Malta, oficialmente República de Malta, compõem
importante estágio na travessia entre os países da África e Oriente Médio que
procuram acessar a Europa.
Reitere-se, foto de Aylan Kurdi sendo resgatado morto é uma das maiores faces
da tragédia de quem busca melhores condições de vida em países distantes de
sua origem.
É notória a barreira instalada ao sul dos países que são portas de imigrantes e
refugiados. Os casos mais comentados pela imprensa, nos últimos anos,
envolvem a Hungria e a Áustria. Parte considerável dessa rota é feita por famílias
inteiras a pé e para não se perderem nem desviarem do caminho é sobre os
trilhos de trens que os imigrantes caminham.
Migração per capta: dos 10 países, com maior fluxo de emigrantes, três eram
do Oriente Médio e um do norte da África. No caso, Jordânia, Síria, Líbano e
Somália, segundo dados de 2012 da Organização Mundial da Migração.
Desses 10 países, com maior fluxo de imigrantes, três são do Oriente Médio. No
caso, Catar, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, além do novo Tigre Asiático
Singapura, segundo dados de 2012 da Organização Mundial da Migração, têm
uma economia diversificada e, portanto, atraem imigrantes de países vizinhos.
Bem ‘’à grosso modo’’ estão descritas a origem nacional ou regional dos diversos
grupos étnicos que vieram ao Brasil ao longo de nossa história. É digno de nota
que os Estados-Nação não estava bem definidos para os diversos homens e
mulheres que vieram ao nosso País. Ademais, permeia nossa história a chegada
de homens e mulheres oriundos da África na condição de migrantes forçados,
os quais foram trazidos ao Brasil na lamentável condição de escravizados.
Além de muitas marcas da cultura indígena, que se perderam, por uma série de
fatores, a exemplo da catequização e da consequente conversão das
comunidades autóctones ao catolicismo, houve guerras étnicas envolvendo o
português e os diversos povos indígenas que viviam em solo brasileiro na época.
A maior parte desses grupos indígenas, que habitavam nosso território, entrou
em contato com os portugueses. Conforme supracitado houve guerras,
confrontos, miscigenação, aculturação etc. Teria desaparecido grande parte
desses grupos historicamente. Segundo censo do IBGE em 2010 havia menos
de 1 milhão de indígenas no País.
Séculos XIX e XX. Brasil Império e República: à medida que o tráfico negreiro
sofria pressão pela Inglaterra, ao longo do século XIX, nascera o Brasil como
Reino Unido de Portugal e Algarves em 1815 por causa da chegada da Família
Real anos antes e da Abertura dos Portos em 1808. Além disso, nascia o Brasil
Império em 1822. Tais mudanças políticas no Brasil, junto com o esgarçamento
do tráfico negreiro alterava a política imigratória ao Brasil. O fim da escravidão
no País (1888) fizera com que se necessitasse de mão-de-obra técnica,
qualificada e abundante, ademais, forçava-se que ocupássemos as regiões
meridionais e fronteiriças na bacia do Prata. Alguns, porém, atribuem o incentivo
à imigração européia, durante o Brasil Império, à vontade das elites agrárias de
embranquecimento da população.
Além dos bairros que têm crescente associação à colônia italiana, conforme
supracitado, as marcas da cultura itálica estão presentes em festividades,
restaurantes e culinária, Igrejas, sobrenomes familiares de nosso País.
Figura 11. Paróquia Nossa Senhora da Achiropita e sua tradicional festa italiana na cidade de São Paulo.
Foto: Éder Diego.
Os estados da região Sul do Brasil são os que mais receberam imigração alemã,
especialmente o Rio Grande do Sul, seguido por Santa Catarina. No caso, os
fluxos imigratórios para o sul do Brasil, nesse momento, têm como objetivo a
ocupação da região da bacia do Prata. Em meados dos anos 1930 estima-se
que 20% da população desses estados era composta por alemães. Há presença
marcante de alemães nos estados de São Paulo, Paraná, Espírito Santo e,
notadamente, o Rio de Janeiro. No Rio de janeiro é a região serrana que
apresenta importante colonização alemã. Destaque-se Nova Friburgo e
Petrópolis.
Figura 12. Vila Germânica, Monte Verde. MG. Apesar de ter sido fundada por um imigrante da Letônia, a
arquitetura de Monte Verde é fortemente inspirada no estilo alemão. Tanto essa cidade, quanto Campos do Jordão,
SP, apresentam influência de colônias alemãs no Brasil. Observa-se a bandeira germânica representada no banco de
assento. Foto: Éder Diego
O navio é Kasato Maru, que aportara em Santos no início do século XX, trouxe
165 famílias (781 imigrantes) para trabalharem nos cafezais do Oeste Paulista.
Figura 13. Agência no bairro da Liberdade (SP) e características japonesas na paisagem urbana. É comum os letreiros
de lojas locais estarem em japonês. Foto: Éder Diego.
São Paulo e Rio de Janeiro têm colônias de diversos lugares do mundo, inclusive
de quem chega hoje em solo brasileiro, e de migrantes internos de várias regiões
do Brasil.
Hoje os imigrantes que chegam ao Brasil têm diversas origens. Chegam desde
regiões distantes como o Oriente Médios, sobretudo sírios e palestinos, bem
como de nossos países vizinhos, bolivianos, colombianos e venezuelanos.
Venezuela
O gigante do petróleo nos trópicos está em crise há alguns anos. Após a morte
de Hugo Chávez (5/março/2013) as crises política e econômica venezuelana se
agravaram fortemente e resultaram em desabastecimento de mantimentos
básicos em seus supermercados, falta de remédios em suas farmácias, inflação
acima de 800% ao ano e forte pressão externa por parte de países do Mercosul
e Estados Unidos ao governo de Nicolás Maduro. Além disso, o Mercosul
suspendeu a Venezuela do Bloco Econômico em 05.08 de 2017.
“Os países da América Latina e do Caribe mantiveram uma louvável política de portas
abertas para os refugiados e migrantes venezuelanos. No entanto, sua capacidade de
recepção está severamente comprometida, exigindo uma resposta mais robusta e
imediata da comunidade internacional, para que essa generosidade e solidariedade
possam continuar”, disse Eduardo Stein, Representante Especial Conjunto ACNUR/IOM
para Refugiados e Migrantes da Venezuela.’’ Fonte: ACNUR. Acessado em 21.04.2019.
Figura 16. Venezuelanos cruzam a ponte Internacional Simon Bolívar com destino à cidade de Cucuta na
Colômbia, outubro de 2018. Foto: Fabio Cuttica.
Estima-se que ao Brasil entraram 200 mil venezuelanos nesses anos (entre os
anos de 2013 e 2018). A rota do migrante envolve a cidade fronteiriça de
Pacaraima (RR) até a chegada à capital de Roraima, Boa Vista.
O Brasil não é o maior destino dos venezuelanos, apesar da maior economia em
sua fronteira, porque os grandes centros econômicos brasileiros estão no
Sudeste e, portanto, muito longe das cidades fronteiriças de Santa Helena
(Venezuela) e Pacaraima (Brasil).
São os distritos centrais da capital paulista que concentram a maior parte dos
imigrantes bolivianos, no caso: Brás, Pari, Bom Retiro. Na Zona Norte Vila Maria,
Vila Medeiros, Casa Verde e Vila Guilherme. Um destaque no extremo sul da
cidade é a região do Grajaú.
Desde 2004, o Exército brasileiro está no Haiti a fim de cumprir uma Missão de
Paz proposta pela ONU. O objetivo das forças armadas era tentar pacificar o
País, pacificar e desarmar grupos guerrilheiros, promover eleições livres e
fornecer alimentação à população.
No caso, a Missão de Paz no Haiti teve início em 2004. Ficou conhecida através
do acrônimo MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do
Haiti). Essa missão foi proposta pelo Conselho de Segurança da ONU, em 10 de
setembro de 2004, após a desestabilização e crise política que se abateu no país
a partir da derrubada do governo de Jean-Bertrand Aristide.
A rota dos haitianos para o Brasil se deu através do estado do Acre. Os haitianos
fizeram significativo êxodo pelo Equador, Peru e Bolívia até chegarem à cidade
de Brasileia no Acre. A partir da região Norte do Brasil os haitianos se
dispersaram pelo Brasil, sobretudo para o Sudeste e o Sul.
Observe no mapa abaixo a Rota dos Haitianos para o Brasil. Segundo a Polícia
Federal, entraram no Brasil 72 mil haitianos entre os anos 2010 e 2015.
Figura 17. Rota dos Haitianos ao Brasil.
Todo migrante deixa sua terra com esperanças e saudade no peito e em virtude
de sentirem saudade de casa sempre tentam reconstruir, no local de chegada,
os aspectos culturais, arquitetônicos, religiosos e as festividades do seu lugar de
partida. Então, há sempre uma tentativa de qualquer colônia migrante reconstruir
o espaço geográfico de seus locais de origem nos lugares aonde chegam.
Figura 18. Mesquita de Santo Amaro. SP. Em frente a Mesquita Misericórdia, família Síria observa o templo de sua
fé. Foto: Éder Diego.
Interiorização:
No curso da história brasileira os nordestinos migraram para diversas regiões do
país em diferentes contextos econômicos. Além da mineração que atraiu
nordestinos para a Serra da Mantiqueira (MG) no século XVIII, os nordestinos
migraram para a região ocidental da Amazônia através do rio Amazonas e
possibilitaram a conquista dos estados do Acre e partes de Rondônia e
Amazonas por causa de litígio desencadeado com a Bolívia e a indefinição de
nossas fronteiras.
Figura 19. Escultura: Candangos. Feita em bronze com 8 m de altura em homenagem aos construtores de
Brasília. A escultura está na Praça dos Três Poderes, DF. Autor: Bruno Giorgio.
A construção e ocupação de Brasília possibilitou integrar o território do Centro-
Oeste ao Brasil e a nova capital serviria como ponto de apoio e partida para
integração da Amazônia ao restante do País, especialmente a partir da
construção de rodovias como a Belém-Brasília e a Brasília-Acre.
No curso dos anos 1980 e 1990 há uma mudança no padrão migratório. No curso
da década de 1980 há grande fluxo migratório em direção a outras regiões do
Brasil, e não somente ao Sudeste. A região de origem? O Nordeste.
“Além de apresentar menor migração, diminuindo o número de pessoas que saem, o Nordeste
começa a atrair população, com uma rede social melhor. Enquanto isso, o Sudeste, que já não
recebia mais tantas pessoas, passa a ser também emissor, não só de migrantes, como também
de quem é originário e está deixando essa região”, afirma Antônio Tadeu Ribeiro de Oliveira,
um dos pesquisadores do instituto. Fonte: G1. Acessado em 24.04.2019.
Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Paraíba teriam recebido 20% da
migração de retorno, segundo o IBGE. O Rio Grande do Sul também recebeu
considerável número de migrantes que retornaram à cidade natal. Enquanto, isso o
Nordeste teria começado a perder menos população e o Sudeste passou a receber
menos migrantes.
Emigração brasileira: o Brasil sempre foi um país que recebera grandes fluxos
demográficos, mas um conjunto de fatores da década de 1980 levaram muitos
brasileiros a procurar melhores condições de vida fora do país.