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Migração
Migração é o ato de se deslocar no espaço
geográfico. Ela pode ser temporária ou
permanente e envolver uma série de fatores
econômicos, sociais, culturais ou naturais.

As migrações podem ser categorizadas de


acordo com diferentes aspectos.

A migração corresponde aos


deslocamentos de pessoas e
populações na superfície terrestre. Esse
movimento pode ocorrer de forma
espontânea ou forçada, dentro dos
limites de um mesmo território ou não, e,
ainda, ter caráter sazonal ou
permanente. As razões que levam as
pessoas a migrarem são muito
variadas, estando associadas a fatores
econômicos, culturais, políticos, sociais
e, até mesmo, naturais.

Observa-se, no Brasil atual, um grande


fluxo de entrada de migrantes vindos
de países latino-americanos e
africanos, ao passo que os emigrantes
vão em direção também a países
vizinhos e nações desenvolvidas, como
os Estados Unidos, seguindo a
tendência global. Internamente, houve a
intensificação da migração de
retorno e crescimento das cidades
médias, sobretudo próximas dos
grandes centros urbanos.

Leia também: Causas e consequências das


imigrações atuais no Brasil

O que é migração?
Migração é o movimento ou
deslocamento de pessoas e
populações pela superfície terrestre.
A definição fornecida pela Organização
Internacional para as Migrações (OIM),
hoje um órgão das Nações Unidas,
aproxima-se bastante dessa concepção.

O conceito abrange todos os tipos de


deslocamento que acontecem de um
local a outro, independentemente da
escala espacial ou temporal, e são muito
mais parte do nosso dia a dia do que
pode parecer à primeira vista.
Abordaremos em mais detalhes essa
questão quando tratarmos dos tipos de
migração.

A migração acontece em diversas


espécies animais, e a utilização do
termo vai além da ciência demográfica.
Outras áreas do conhecimento, como a
biologia, utilizam o termo para descrever
o deslocamento sazonal de populações
de aves, peixes, mamíferos e insetos.

Quais os tipos de
migração?
As migrações podem ser categorizadas
em diferentes tipos de acordo com
critérios diversos, como a área de
partida e de chegada, as distâncias
percorridas, o tempo decorrido e até
mesmo as motivações que estão por
trás desses movimentos. Essa
qualificação nos auxilia no estudo e na
elaboração de análises a respeito do
fenômeno. Veja na sequência quais são
os principais tipos de migração.

Migração espontânea ou
voluntária: acontece de acordo
com a vontade do indivíduo.

Migração forçada: denomina-se


migração de refúgio em alguns
casos. Está atrelada a fatores
externos à pessoa e ocorre contra a
sua vontade. Associa-se à
conjuntura política, social e
econômica e também a desastres
naturais e climáticos.

Migração externa ou
internacional: deslocamentos
entre países, chamada também de
imigração.

Migração interna: aquela que


acontece dentro das fronteiras de
um mesmo país.

Migração inter-regional: fluxo


que se dá entre diferentes regiões
dentro de um mesmo país.

Migração intrarregional: ocorre


entre dois lugares distintos dentro
de uma mesma região.

Êxodo rural: caracteriza a ida de


populações dos campos (zona
rural) para as áreas urbanas.

Êxodo urbano: trata-se do


processo inverso do êxodo rural, isto
é, o êxodo urbano acontece quando
os moradores das cidades deixam o
ambiente urbano e vão para o
campo.

Migração intraurbana: tipo de


migração que acontece quando o
indivíduo se desloca dentro dos
limites de um mesmo município ou
área urbana.

Migração pendular ou diária:


categoria de migração mais comum
e presente na nossa vida cotidiana.
Ocorre quando uma pessoa se
desloca de um local a outro em
direção ao trabalho, à faculdade, à
escola ou com qualquer outro
propósito e retorna para seu lugar
de origem no mesmo dia.

Transumância: tipo de migração


sazonal. Trata-se do deslocamento
de trabalhadores que vão atuar
como mão de obra em lavouras
temporárias, como a de cana-de-
açúcar, ou em outras atividades
sazonais, como a pesca. Ao final do
período de trabalho (semanal,
mensal ou anual), o indivíduo
retorna para o seu local de origem.

Migração sazonal: é um tipo de


migração temporária, como a
transumância, mas abrange outras
motivações além do trabalho, como
longos períodos de seca e outras
condições ligadas às estações do
ano. Depois de um determinado
intervalo de tempo, o migrante
retorna de onde partiu.

Migração de retorno: pode ser


descrita como uma segunda
migração. Ocorre quando uma
pessoa que havia se mudado para
outra região, cidade ou país faz o
processo inverso e retorna para a
sua localidade de origem.

Nomadismo: realizado por


pessoas que não possuem uma
residência fixa e estão
constantemente se deslocando de
um local a outro.

Diáspora: definida como a


dispersão de uma população inteira
de uma área de forma forçada ou
voluntária. Um exemplo é a
diáspora africana, que se deu
quando africanos foram retiradas à
força de seus países e deslocados
para outras regiões, como os
subcontinentes americanos, para
serem vendidos e escravizados.

Leia também: Causas e consequências da


crise dos refugiados

Quais as causas da
migração?
Sejam elas espontâneas, sejam
forçadas, nacionais ou internacionais, as
migrações sempre estão associadas a
uma ou mais motivações. Elencamos
algumas delas a seguir.

Econômicas: derivadas da vontade


do indivíduo de melhorar as
condições de vida em que se
encontra, indo em busca de
oportunidades de emprego com
melhores salários. Pode ser
suscitada igualmente por uma
conjuntura de crise no lugar de
origem.

Trabalho: a pessoa se desloca para


o seu local de trabalho todos os
dias, como na migração pendular, ou
aqueles que migram
temporariamente para exercer uma
atividade específica, como a
transumância.

Políticas: acontecem em contextos


de crise, conflitos políticos e
regimes ditatoriais, que podem
gerar condições insustentáveis
para pessoas ou grupos, que
acabam migrando para garantir sua
liberdade e segurança.

Perseguições étnicas e
religiosas: trata-se da migração de
refúgio. Em função da constante
ameaça em seu lugar de origem,
grupos perseguidos pela etnia a
que pertencem ou pela sua fé
fogem para outros locais, muitas
vezes sem perspectiva de retorno.

Culturais: acontecem quando há


identificação cultural com o local
para onde se vai, ou ainda quando
há o propósito de intercâmbio
cultural com outros grupos sociais.
Podem ter também cunho religioso.

Naturais: causadas por fenômenos


naturais destrutivos, como
furacões, tsunamis, terremotos,
erupções vulcânicas ou condições
climáticas extremas.

Migração no Brasil
Os fluxos migratórios se fazem
presentes no território brasileiro desde o
princípio de sua formação. O século XVI
representou a chegada de correntes
migratórias europeias no país, vindas
em sua maioria de Portugal. Esse
mesmo período foi marcado pela
chegada de grandes contingentes de
populações africanas, trazidas à
força de seus países, com o intuito de
serem vendidas e escravizadas para
trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar.

A partir de meados do século XIX,


após a proibição do tráfico negreiro, a
migração internacional para o Brasil se
transformou em deslocamentos
voluntários de novas correntes
derivadas da Itália, Alemanha e Japão,
que chegaram no país para exercer
atividades remuneradas nas fazendas
de café. Em meados do século XX, o
contexto de guerra mundial suscitou a
nova entrada de imigrantes europeus,
judeus e asiáticos.

Uma nova tendência migratória se


instalou a partir das décadas finais do
século XX, caracterizada pela entrada
de pessoas vindas de países vizinhos
e também de países africanos
falantes de português. Mais
recentemente, o Brasil recebeu muitos
imigrantes haitianos e refugiados
venezuelanos. No sentido contrário, as
emigrações de brasileiros seguem o
padrão global atual, que tem como foco
os países desenvolvidos, como os
Estados Unidos, e nações fronteiriças,
como Argentina, Peru e Paraguai.

As migrações sempre fizeram parte da


história do Brasil.

Os deslocamentos internos possuem


igual importância para o processo de
composição do território nacional. Ciclos
econômicos, como o do ouro, do café e
da borracha, nos séculos XVIII, XIX e
início do XX, desencadearam
processos de migração inter-regionais
voltados ao trabalho e à fixação nas
respectivas áreas onde se
desenvolveram.

A década de 1950 marcou os


deslocamentos derivados
principalmente do Nordeste em
direção ao Centro-Oeste do país para a
construção da nova capital, Brasília.
Nos anos seguintes, observou-se a
intensificação da industrialização nas
regiões Sul e Sudeste, com destaque para
São Paulo, o que atraiu muitas pessoas
em busca de trabalho. Ademais, a
expansão das fronteiras agrícolas
nos anos 1970 também deu origem a
fluxos migratórios do Sul com destino às
regiões Centro-Oeste e uma parcela do
Nordeste.

A dinâmica migratória atual do Brasil é


caracterizada pelo crescimento das
migrações de retorno, notadamente
para a Região Nordeste, e também da
saída de pessoas dos grandes centros
urbanos em direção às cidades médias
nos seus arredores ou região
metropolitana.

Quais as diferenças
entre migração,
imigração e emigração?
Migração é um termo bastante amplo e
que faz referência a todos os tipos de
deslocamentos que acontecem no
espaço. Quando nos referimos aos
processos de imigração e emigração,
damos ênfase na direção em que esse
movimento ocorre. A imigração
corresponde à chegada de uma
pessoa ou um grupo de pessoas em um
determinado lugar. O ato de saída, por
sua vez, é chamado de emigração.

Exercícios resolvidos
sobre migração
Questão 1 - (UEA) Examine o mapa.

(Maria Elena R. Simielli. Geoatlas, 2013.)

Diferentemente do padrão registrado


desde a década de 1950, um novo e
importante fluxo migratório se
estabeleceu no Brasil. Esse novo padrão
de deslocamento da população, com
maior vigor a partir dos anos 2000,
corresponde à:

A) migração de retorno ao Nordeste.

B) migração forçada no Sudeste.

C) migração de fronteira inter-regional.

D) migração pendular interestadual.

E) migração sazonal ao Norte.

Resolução

Alternativa A. O mapa nos mostra, entre


outros movimentos, o elevado fluxo que
corresponde às migrações de retorno
em direção à Região Nordeste, partindo
principalmente do estado de São Paulo.

Questão 2 - (Enem) “Foi lento o


processo de transferência da população
para as cidades, pois durante séculos o
Brasil foi um país agrário. Foi necessário
mais de um século (século XVIII a século
XIX) para que a urbanização brasileira
atingisse a maturidade; e mais um
século para que assumisse as
características atuais.”

ENDLICH, A. M. Perspectivas sobre o


urbano e o rural. In: SPOSITO, M. E. B.;
WHITACKER, A. M. (Orgs.). Cidade e
campo: relações e contradições entre o
urbano e o rural. São Paulo: Expressão
Popular, 2006 adaptado).

A dinâmica populacional descrita indica


a ocorrência do seguinte processo:

A) migração intrarregional.

B) migração pendular.

C) transumância.

D) êxodo rural.

E) nomadismo.

Resolução

Alternativa D. O texto do enunciado está


se referindo ao processo de êxodo rural,
ou seja, a saída da população do campo
para a cidade.

Gostaria de fazer a referência deste texto em


um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Migração"; Brasil


Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/tipos-
migracao.htm. Acesso em 18 de setembro de
2023.

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Lista de exercícios

Exercício 1

O movimento ou deslocamento de
pessoas e populações pela superfície
terrestre é a definição de:

A) migração.

B) êxodo rural.

C) imigração.

D) emigração.

E) turismo.

Exercício 2

As migrações podem ser classificadas


segundo o objetivo. O movimento
migratório caracterizado pela
necessidade de garantir a própria
segurança ou a vida do indivíduo é:

A) espontânea.

B) forçada.

C) êxodo rural.

D) imigração.

E) temporária.

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