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Migrações legais: estão de acordo com as regras e regulamentos estabelecidos pelo país destinatário em
seu desejo de regular o movimento de pessoas para a fronteira (política de migração). As pessoas que se
estabelecem dentro de um país participam legalmente na estrutura econômica e social do país receptor
quase como residentes.
Migrações ilegais: também são conhecidas como migrações clandestinas. Nesse tipo de migração, as
pessoas não seguem as regras e regulamentos estabelecidos pelo país receptor. Essa situação ocorre,
geralmente, por entrarem no país sem os documentos necessários.
As migrações podem ser desencadeadas por fatores religiosos, psicológicos, sociais, econômicos,
políticos e ambientais.
Migração no Brasil
No Brasil, um dos fatores que exercem maior influência nos fluxos migratórios é o de ordem
econômica, uma vez que o modelo de produção capitalista cria espaços privilegiados para instalação de
indústrias, forçando indivíduos a se deslocarem de um lugar para outro em busca de melhores condições
de vida e à procura de emprego para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência. Um modelo de
migração muito comum no Brasil, que se intensificou nas últimas cinco décadas, é o êxodo rural. O
modelo econômico que favorece os grandes latifundiários e a intensa mecanização das atividades
agrícolas têm como consequência a expulsão da população rural.
A região Sudeste do Brasil, até o final do século XX, recebeu a maior quantidade de fluxos
migratórios do país, principalmente o estado de São Paulo, pelo fato de fornecer maiores oportunidades
de emprego em razão do processo de industrialização desenvolvido. No entanto, nas últimas décadas, as
regiões Centro-Oeste e Norte têm sido bastante atrativas para os migrantes, pois após a década de 1970, a
estagnação econômica que atingiu e ainda atinge a indústria brasileira afetou negativamente o nível de
emprego nas grandes cidades do Sudeste, gerando pouca procura de mão de obra, ocasionando a retração
desses fluxos migratórios. Assim, as regiões Norte e Centro-Oeste, que já captavam alguma parcela desse
movimento, tornaram-se destinos da migração interna do Brasil.
As políticas públicas para a ocupação do oeste brasileiro foram determinantes para esse
redirecionamento dos fluxos migratórios no Brasil. A construção de Brasília, os investimentos em
infraestrutura, novas fronteiras agrícolas, entre outros fatores, contribuíram para essa nova distribuição.
O Sudeste continua captando boa parte dos migrantes brasileiros. A região recebe muito mais gente do
que perde. O Centro-Oeste também recebe mais migrantes do que perde, sendo, atualmente, o principal
destino dos fluxos migratórios no Brasil. O Sul e o Norte são regiões onde o volume de entrada e saída de
migrantes é mais equilibrado. A Região Nordeste em recebido cada vez mais migrantes, sendo a maioria
proveniente do Sudeste (retorno), porém, continua sendo a região que mais perde população para as
demais.
Aula: Fluxos migratórios:
Quando falamos de migração estamos nos referindo a movimentação de entrada ou saída de indivíduo ou
grupos em busca de melhores condições de vida.
Podemos dizer que migração é um movimento de deslocamento de pessoas de um lugar ao outro, sendo
uma característica comum aos seres humanos. Geralmente, os movimentos migratórios são realizados por
pessoas que estão em busca de melhores condições de vida. Isto quer dizer que no lugar de origem existe
um ou mais fatores que estão dificultando a permanência daquelas pessoas ali.
A esses fatores chamamos de repulsivos, ou seja, fatores que estão repelindo aquelas pessoas para fora
dali. Os principais fatores repulsivos são: desemprego, fome, guerras, perseguição política ou religiosa
e catástrofes naturais são motivos que levam as pessoas a migrarem.
Já nos lugares para onde essas pessoas se deslocam então os fatores atrativos, ou seja, fatores que atraem
as pessoas para aquele lugar ao invés de qualquer outro. Os principais fatores atrativos são:
possibilidade de conseguir emprego, acesso a serviços básicos como hospitais e escolas, segurança, etc
Historicamente podemos destacar os seguintes movimentos migratórios mundiais:
Século XVI ao XIX:
•Fluxos migratórios relacionados à colonização das Américas levando a um deslocamento de europeus e
africanos (como mão de obra escrava) para as colônias americanas.
Século XIX ao XX:
•Século XIX – Conflitos na Europa relacionados à formação dos Estados Nacionais.
•Século XX – as duas guerras mundiais.
•Século XX – População européia passa por um grande crescimento demográfico. Este fato somado a
falta de empregos (relacionada ao pós-guerra) levaram às migrações para colônias asiáticas e africanas.
Década de 1950 até 1970:
•Guerra Fria e independência das colônias europeias na África e na Ásia.
•Grande fluxo de retorno para a Europa.
Década de 1970 até hoje:
•Saída de pessoas dos países periféricos para os países centrais, em busca de melhores condições de vida,
como oportunidades de emprego, educação, maior segurança e estabilidade.
Migração sul-sul:
•Ocorre entre os países periféricos e também é significativa atualmente. Percebe-se que os países
emergentes polarizam tais fluxos. Conflitos locais, guerras civis, instabilidade política e financeira são
fatores repulsivos.
O que é migração forçada e refugiado: Tanto o migrante forçado quanto o refugiado são indivíduos
que tiveram o vínculo de proteção com seu estado rompido. No caso dos migrantes forçados, a ruptura
desse vínculo ocorre principalmente por duas razões: o não fornecimento dos meios vitais de subsistência
ou ainda em ocorrência de desastres naturais.
Refugiados: são especificamente definidos e protegidos no direito internacional. Refugiados são pessoas
que estão fora de seus países de origem por fundados temores de perseguição, conflito, violência ou
outras circunstâncias que perturbam seriamente a ordem pública e que, como resultado, necessitam de
“proteção internacional”.
Segundo a OXFASM -Mais de 65 milhões de pessoas em todo o mundo estão oficialmente longe
de seus lares devido a conflitos armados, violência e perseguição. É o número mais alto já contabilizado
pelas Nações Unidas desde a Segunda Guerra Mundial.
Xenofobia: é o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em
relação a pessoas que vêm de fora do seu país com uma cultura, hábito, etnias ou religião diferente.
As migrações internas são os fluxos migratórios que ocorrem dentro de um país, de um território.
As migrações internas estão relacionadas a um conjunto de fatores de ordem social, política e econômica.
No caso do Brasil, observamos estas correntes migratórias desde o período colonial, mas foi a partir do
século XX que os fluxos migratórios internos se intensificaram. Entre outros fatores, podemos destacar a
dinâmica econômica, a industrialização e o avanço da urbanização como principais fatores. Estes fluxos
migratórios foram importantes na integração do território brasileiro ao longo do tempo.
As migrações internas começaram a se intensificar a partir dos anos 1950 tendo o processo de
industrialização da região Sudeste como atrativo. Outro direcionamento foi ao Centro-Oeste, em busca de
terras para a agricultura e pela construção de Brasília.
Já na década de 1970, as migrações foram impulsionadas por políticas de desenvolvimento do
governo para ocupar algumas regiões e a expansão das áreas de fronteira agrícolas na região centro-oeste
e norte. Este processo de expansão da fronteira agrícola, coincidiu também com a modernização técnica
que gerou elevada produtividade.
O fluxo para a região sudeste permanece alto devido aos processos de industrialização e
urbanização e a região nordeste continuou sendo a região de maior saída.
A partir do século XXI, os padrões de migração interna tiveram uma alteração. Os grandes fluxos,
como nas décadas anteriores, deixaram de ser predominantes, observando-se o aumento de migrações de
curta distância e intrarregionais (dentro do próprio estado, como exemplo). São exemplos deste período
também, os movimentos sazonais de trabalhadores e as migrações de retorno.