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TEXTO: 1 - Comum à questão: 1

Apesar da paranoia dos ricos, 85% dos refugiados estão em países pobres

por Leonardo Sakamoto

1
As imagens de crianças separadas dos pais pelo governo dos Estados Unidos ao tentarem
entrar 2 de forma ilegal no país provocaram comoção internacional. Os vídeos que
circularam pela 3 imprensa norte-americana mostram montes delas, enjauladas,
chorando. Antes, as famílias 4 permaneciam unidas em centros de detenção.
5
Durante a campanha de Donald Trump à Presidência, o tema da migração ganhou
destaque com o 6 então candidato, culpando os trabalhadores estrangeiros por desgraças
que acontecem em solo 7 norte-americano – de estupros ao tráfico de drogas. Desde
então, está obsessivo com o 8 prolongamento do muro, isolando o México dos Estados
Unidos e chegou a anunciar o veto à 9 entrada de muçulmanos.
10
Corporações de países ricos ou em desenvolvimento superexploram territórios na
periferia do 11 mundo ou seus governos promovem conflitos armados em nome de
recursos naturais ou de 12 interesses geopolíticos. Comunidades sofrem com isso e são
obrigadas a deixar suas casas. Daí 13 vão bater às portas de países ricos ou em
desenvolvimento, mas nem todos os recebem de braços 14 abertos, apesar de serem
cúmplices do sistema que os expulsou.
15
Em todo o mundo, culpamos os migrantes por roubar empregos, trazer violência,
sobrecarregar os 16 serviços públicos porque é mais fácil jogar a responsabilidade em
quem não tem voz (apesar de 17 darem braços para gerarem riqueza para o lugar em que
vivem) do que criar mecanismos para 18 trazê-los para o lado de dentro do muro que os
separa da dignidade ou políticas para evitar e 19 reduzir conflitos em suas terras de
origem.
20
Qualquer pessoa que estuda migração sabe que esse fluxo de gente tem sido
fundamental para a 21 economia do centro rico. Países desenvolvidos, como os Estados
Unidos, apesar de venderem o 22 discurso de que querem barrar a migração não-
autorizada, sabem que dependem dela para ajudar 23 a regular seu custo da mão de obra.
É cômodo deixar uma massa de pessoas ao largo dos direitos 24 por serem invisíveis, mas
com muitos deveres e baixa remuneração. Mas o que são favelas e 25 cortiços senão
campos de refugiados econômicos?
26
O relatório ''Tendências Globais'', do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados 27 (Acnur), mostra que 85% dos refugiados estão nos países em
desenvolvimento, muitos dos quais 28 são extremamente pobres e recebem pouco apoio
para cuidar dessas populações. Outro dado 29 importante: Quatro em cada cinco
refugiados permanecem em locais vizinhos aos de seus de 30 origem.
31
Semelhante à questão da violência urbana em cidades como o Rio: quem sofre as
consequências 32 são os pobres, mas os ricos acham que são eles os principais atingidos.
33
O número de pessoas forçadas a deixarem suas casas – deslocando-se internamente em
seu país 34 ou buscando refúgio fora – chegou a 68,5 milhões em 2017, de acordo com o
Acnur, o que 35 significa 2,9 milhões a mais que no ano anterior. O principal grupo
continua sendo os da Síria (12,6 36 milhões), seguido por Afeganistão, Sudão do Sul,
Mianmar (por conta da violência contra a minoria 37 rohingya) e Somália.
38
No Brasil, como relata Patrícia Campos Mello, na Folha de S. Paulo, desta terça (19),
mais que 39 dobrou o número de refugiados, dos que pediram refúgio e daqueles que
estão com permissão 40 temporária de residência. Em 2017, foram 148.645 pessoas,
principalmente por conta da crise 41 humanitária venezuelana.
42
É normal que tenhamos medo daquilo ou daqueles que não conheçamos bem. Daquilo
que é ''de 43 fora''. Mas esse medo é infundado, equivocado, preconceituoso. Os
migrantes estrangeiros vêm 44 buscar oportunidades de vida que não são encontradas em
seu país, fugindo de guerras ou de 45 desastres naturais. E muitos também vieram
atendendo a um chamado por mão de obra. Sim, 46 esse fluxo migratório respondeu à
demanda por força de trabalho no Brasil, que cresceu até o 47 começo desta década.
Determinadas ocupações já não são preenchidas apenas por brasileiros, 48 como
empregadas domésticas, costureiras, operários da construção civil e de frigoríficos. E há 49
jovens brasileiros de classes mais baixas que não querem ser costureiros ou empregadas 50
domésticas. Preferem se aventurar como atendentes de telemarketing, que é o novo
proletariado 51 urbano.
52
Todos estão produzindo riqueza por aqui. Mas sob a perspectiva mal informada de
parte da 53 população, contudo, eles vêm ''roubar'' empregos. Isso quando o preconceito
não descamba para 54 a paranoia de que todos sejam ladrões de relógios, joias, carros e
casas.
55
A verdade é que muita gente, de Roraima a São Paulo, passando por Brasília, quando 56
questionada, não sabe de onde vem o incômodo que sente ao constatar centenas de 57
venezuelanos andando nas ruas. Mas se fossem loiros escandinavos ricos pedindo estada
ao 58 contrário de indígenas pobres, a história seria diferente. Ou seja, para muita gente, o
problema é 59 racismo e preconceito de classe mesmo. Com todas as letras.
60
O governo federal demora para viabilizar e financiar estruturas de acolhida, apoio e
intermediação 61 oficial de mão de obra de modo a evitar a superexploração e o trabalho
escravo de venezuelanos, 62 bolivianos, paraguaios, haitianos, chineses que acontece em
oficinas de costura, canteiros de 63 obras e até pastelarias.
64
A mobilidade deveria ser livre em todo o planeta. Afinal, se o capital não vê fronteiras,
os 65 trabalhadores também deveriam não ser barrados nelas. Ou morrer afogados ou à
bala enquanto 66 tentam ultrapassá-las.
67
Os mais irônico é que a decisão do presidente norte-americano de abandonar o Acordo
de Paris, o 68 que foi um retrocesso no combate às mudança climáticas, vai contribuir no
médio e longo prazo 69 com o crescimento de outro tipo de refugiado: o ambiental. Pois, à
medida em que o nível do mar 70 subir, tempestades e furacões destruírem áreas inteiras,
secas e nevascas acabarem com criações 71 de animais e plantações, vai aumentar o
número daqueles que são obrigados a sair de casa para 72 sobreviver.
73
O problema é que, no limite, não temos outro planeta para nos refugiar se este der
errado.

*Disponível em: https://blogdosaka-


moto.blogosfera.uol.com.br/2018/06
/19/apesar-da-paranoia-dos-ricos-85-
dosrefugiados-estao-em-paises-po-
bres/. Acesso em: 31 ago. 2018.

Questão 01 - (IFSC)

Leia o glossário que segue:

Migrante: termo genérico empregado para designar qualquer pessoa que se desloque do
país ou da região onde nasceu.

Emigrante: designa aquele que deixa seu local de nascimento para viver em outro país,
região ou estado.

Imigrante: migrante que entra em determinado país ou região para ali viver. Imigrantes
ilegais são pessoas que imigram informalmente, em busca de melhores condições de vida,
sem atender às exigências da legislação do país a que chegam.

Refugiado: Constitui um tipo especial de migrante - pessoas que deixam seu país ou
região de origem devido à perseguição política, religiosa ou étnica, a conflitos armados,
ou por violação dos direitos humanos. O governo do país que recebe esses migrantes é
quem reconhece, em documento oficial, o status de refugiado.

Fonte: Dicionário Houaiss,


2001. Adaptado.

Assinale a alternativa CORRETA.


a) Os vocábulos “imigrante” e “emigrante” são formados pelo processo de justaposição.

b) As palavras “migrante”, “emigrante” e “imigrante” são formadas a partir do mesmo


radical.

c) Os vocábulos “emigrante” e “imigrante” são formados pelo processo de sufixação.

d) A palavra “refugiado” é formada por prefixação.

e) A palavra “refugiado” é formada por redução vocabular.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 2

Leia a notícia a seguir.

Paralimpíada alcança marca de 1,5 milhão de ingressos vendidos

Ás vésperas da cerimônia de abertura, Comitê Organizador acredita que todos os bilhetes


serão comercializados. Ainda há cerca de 1 milhão de entradas disponíveis.

Disponível em: <www.globoesporte.com>.


Acesso em: 05 set. 2016.

Questão 02 - (Unievangélica GO)

O termo “Paralimpíada”, adotado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, resulta do seguinte


processo de formação de palavras:

a) composição por justaposição

b) composição por aglutinação

c) derivação sufixal

d) derivação prefixal

TEXTO: 3 - Comum à questão: 3

A morte do jangadeiro

Pe. Antônio Tomás


Ao sopro do terral abrindo a vela

Na esteira azul das águas arrastada,

Segue veloz a intrépida jangada,

Entre os uivos do mar que se encapela.

Prudente, o jangadeiro se acautela

Contra os mil acidentes da jornada;

Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada

O vento, a chuva, os raios, a procela.

Súbito, um raio o prostra e, furioso,

Da jangada o despeja na água escura

E, em brancos véus de espuma, desdiloso

Envolve e traga a onda intumescida,

Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura

O mesmo mar que o pão lhe dera em vida.

Questão 03 - (UNIFOR CE)

Assinale, de acordo com o soneto do Pe. Antônio Tomás, a alternativa em que o vocábulo
onomatopaico traduz, no texto, o perigo, a traição e a ferocidade do mar diante da frágil
embarcação:

a) Raios.

b) Uivos.

c) Véus.

d) Acidentes.
e) Mortalha.

TEXTO: 4 - Comum à questão: 4

Direitos humanos são violados – e o Brasil se omite

Das Nações Unidas à União Europeia, todos protestam contra a prisão arbitrária de
Leopoldo López, que faz oposição a Nicolás Maduro na Venezuela. Todos – menos nós

A Venezuela está no caminho inexorável para se tornar uma ditadura de fato. No


último dia 10, em um arremedo de julgamento, a Justiça do país condenou o líder
oposicionista Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular, a 13 anos, nove
meses, sete dias e 12 horas de prisão. López, um economista de 44 anos com mestrado
em Harvard, foi um dos mais ferrenhos críticos de Hugo Chávez e o principal promotor da
estratégia conhecida como “La Salida”, que pedia a saída do presidente da Venezuela,
Nicolás Maduro.

Entre fevereiro e maio de 2014, milhares de venezuelanos protestaram contra o


governo pedindo o fim do chavismo. Os protestos, duramente reprimidos pela polícia de
Maduro, causaram a morte de 43 pessoas. López e quatro opositores foram acusados de
incitar os crimes. Depois de ficar um ano e meio preso sem julgamento, López foi
condenado por “promover a perturbação da ordem pública”, “danos à propriedade”, e
“associação criminosa”. O advogado de defesa, Carlos Gutiérrez, disse que o julgamento
foi repleto de irregularidades, que refletem a “falta de independência” da Justiça
venezuelana. López cumprirá a pena na prisão militar de Ramo Verde, em uma cela de 4
metros quadrados, sem luz e isolada na ala solitária do presídio. Diversos organismos
internacionais protestaram contra o julgamento de López e manifestaram preocupação
com a democracia e os direitos humanos na Venezuela. A subsecretária de Estado dos
Estados Unidos, Roberta Jacobson, se mostrou “profundamente preocupada” com a pena.
A União Europeia (UE) disse que o processo contra López não foi transparente. Na última
Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, em
maio, o novo secretário-geral da instituição, o uruguaio Luís Almagro, pediu respeito à
oposição de ideias no continente. O representante do Alto Comissariado da ONU para os
Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al Hussein, criticou as condições de encarceramento de
manifestantes pacíficos pelo governo de Maduro.

Não bastassem as claras violações de direitos humanos na Venezuela, o presidente


Nicolás Maduro parece cada dia mais afeito às típicas bravatas de regimes ditatoriais em
busca de manobras diversionistas. Desde junho, Maduro mergulhou a Venezuela em
conflitos bilaterais com vizinhos, como Colômbia e Guiana. Muitos enxergam nas
manobras de Maduro um eco da política externa do general argentino Leopoldo Galtieri.
Em 1982, Galtieri invadiu as Ilhas Malvinas com a clara intenção de desviar a atenção da
gravíssima crise econômica em que a Argentina mergulhara.

A tensão entre Colômbia e Venezuela é cada vez maior. O governo Maduro aumentou
o estado de exceção na fronteira entre os dois países. No total, 23 municípios (de 335)
estão sob rigorosa vigilância militar. Estima-se que cerca de 20 mil colombianos tenham
sido deportados ou abandonado a Venezuela, provocando uma crise humanitária que o
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, não esperava encarar em seu segundo
mandato. Apesar da pressão de alguns países da União de Nações Sul-Americanas
(Unasul), não há data para uma reunião de emergência entre os presidentes do bloco para
discutir o conflito. Santos se dispôs a encontrar Maduro, mas exigiu que os líderes da
Unasul “tomem decisões e não apenas tirem fotos”. Tudo isso ocorre em plena campanha
para as eleições legislativas na Venezuela, em dezembro. Nelas, a oposição ao chavismo
seria franca favorita, se houvesse certeza de lisura no processo eleitoral. O que há, porém,
é a violência do Estado por toda parte, com a prisão arbitrária de líderes oposicionistas e
cidadãos que participam de manifestações; a coação do Legislativo e do Judiciário pelo
Executivo; a proliferação das milícias bolivarianas; o controle dos meios de comunicação.

Enquanto Maduro envereda rumo ao radicalismo e a truculência do governo preocupa


a comunidade internacional e organismos multilaterais, o Brasil silencia. Trata-se de um
mutismo contumaz – e eloquente. Depois de mais de uma década de leniência com os
atos tresloucados do regime bolivariano, o Brasil está de mãos atadas para servir como
mediador na Venezuela. O governo brasileiro escolheu Nelson Jobim para ser o enviado
especial às eleições venezuelanas. Ex-deputado e ex-presidente do Supremo, ele serviu
como ministro dos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma. Jobim esteve na linha de
frente para contornar crises anteriores provocadas pelo chavismo. Mas, desta vez, a
tarefa é inglória. Maduro rejeitou a criação de uma comissão de observadores eleitorais,
inviabilizando os planos originais do governo brasileiro para tentar amainar os ânimos na
Venezuela. Jobim, o Brasil e nenhuma instituição ou organismo internacional terão
mandado para averiguar ou denunciar irregularidades nas eleições. Nesta altura, o
Itamaraty teme que qualquer manifestação sua gere uma reação intempestiva de Maduro
e até um rompimento de relações da Venezuela com o Brasil. O Brasil abdicou do papel de
liderança regional. Hoje, não tem mais instrumentos para influenciar o comportamento
do regime venezuelano – que, enquanto isso, prende inocentes.

Revista Época, ed. 903, 26 set. 2015, p. 37.

Questão 04 - (USF SP)

Considere o trecho a seguir.

O que há, porém, é a violência do Estado por toda parte, com a prisão arbitrária de
líderes oposicionistas e cidadãos que participam de manifestações; a coação do Legislativo
e do Judiciário pelo Executivo; a proliferação das milícias bolivarianas; o controle dos
meios de comunicação.

Assinale a opção em que duas palavras desse trecho sejam acentuadas pelo mesmo
motivo.

a) há – porém.

b) violência – Judiciário.

c) milícias – líderes.

d) porém – é.

e) arbitrária – líderes.

TEXTO: 5 - Comum à questão: 5

“A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

(Douglas Belchior)

Tenho plena consciência de que represento uma exceção. Ainda que miscigenado
(fosse a pele retinta, bem sei que a vida reservaria ainda mais dificuldades), como homem
negro, estudei. Alcancei o banco de uma universidade reconhecida, a PUCSP, onde me
formei em História e alcei o desvalorizado, mas nem por isso menos nobre, status de
professor. Trabalhador da rede pública estadual de São Paulo, nada convidativo
financeiramente, mas ainda assim, digno.

Conciliar profissão a militância política foi uma opção consciente – outro privilégio para
poucos. Trabalho, ganho a vida e pago minhas contas fazendo o que amo: educação, logo,
política. A vida que escolhi me levou a pessoas incríveis: lideres políticos, intelectuais,
atletas e artistas. Me levou a lugares impensáveis: salas acarpetadas de governos, viagens
para debates, palestras e atividades políticas das mais diversas em quase todos os estados
brasileiros e até nos EUA. Em todos esses espaços, tanto em momentos de conflito com
adversários, quanto em momentos de elaboração e confraternização com os meus da
“esquerda”, uma coisa nunca mudou: sou um homem negro. E como um negro no país da
democracia racial, sempre soube que o tratamento gentil e tolerante a mim dispensado
sempre esteve condicionado a que eu soubesse o meu lugar e que não me atrevesse a sair
dele.

Fui candidato a deputado federal nas eleições de 2014. Alcancei quase 12 mil votos,
alcançando posição de segundo suplente à câmara federal. Como liderança política do
diverso e confuso movimento negro brasileiro, me dediquei ao enfrentamento ao
racismo, à denúncia do genocídio negro e à luta por direitos sociais para o povo negro,
sobretudo no que diz respeito à educação e aos direitos humanos, temas em que atuo
com mais profundidade. Ainda assim, sempre enfrentei olhares desconfiados, posturas
desencorajadoras e a impressão de eterna dúvida quanto à minha capacidade política ou
profissional. Depois da candidatura em 2014, essa impressão só aumentou. E agora
finalmente transpareceu, verbalizada, em uma destas conversas de internet, na última
semana: “A política não é lugar pra preto vagabundo feito você!”

Um fato é inquestionável: negros não são tolerados na política, senão como serviçais,
cabos eleitorais ou, no máximo, assistentes. No campo da esquerda isso não muda. E se
for mulher é ainda mais difícil. Só que desta vez consegui reverter o efeito
desestimulante. Diante da cultura racista dominante na ocupação dos espaços do poder
político, dou aqui a minha resposta: “Vamos enfrentar, vamos disputar e vamos vencer!
Lugar de preto é onde ele quiser – inclusive na política!”

(http://negrobelchior.cartacapital.com.br/politica-nao-elugar-
pra-preto-vagabundo-feito-voce/. Texto adaptado)

Questão 05 - (IFAL)

Ao dizer que alcançou o “banco de uma universidade reconhecida, a PUC-SP”, o autor


vale-se de uma linguagem figurada, em que, por meio de uma metonímia, utiliza a parte
como equivalente do todo. De maneira conotativa, ele afirma, nesse trecho, que
conquistou “uma vaga na universidade”. No dicionário, a palavra “banco” (móvel em que
as pessoas sentam) é homônima do vocábulo “banco” (lugar onde se fazem transações
monetárias). Considerando os pares de palavras abaixo, em qual deles também se verifica
relação de homonímia?

a) eminência / iminência

b) assento / acento

c) fragrante / flagrante

d) deferir / diferir

e) ratificar / retificar

Questão 06 - (IFAL)

Analise a tirinha abaixo.


Qual das alternativas abaixo apresenta o uso correto dos porquês para preenchimento da
tirinha?

a) por quê – Porque

b) porquê – Por que

c) porque – Por quê

d) por quê – Por que

e) por que – Porquê

TEXTO: 6 - Comum à questão: 7

PESSOAS E NUVENS

1º§ Existe gente que carrega no semblante, nos gestos e nas palavras um jeito de nuvem
que chove na roseira de cada um de nós. Molham de afeto a nossa convivência. Parecem
trazer sobre a cabeça um regador para banhar os amigos e semelhantes. Incitam o lado
bom da vida, a criação, a amizade, o companheirismo. Essas são as pessoas que gosto de
encontrar quando ando pelas ruas de nossa e outras cidades. É o tipo que ameniza o calor
e nos protege do frio. Inteligentes e interessantes, logo bonitos. Chegam e partem
sorrindo. A simples presença contagia e o perfume fica quando se vão.
2º§ Outros carregam tempestade e raios, trovões, reclamações e ódio. Gastam todo o seu
tempo para maquinar maldades e desejar que o pior aconteça com os seus desafetos. São
minoria, mas têm aptidão para enxergar, no mundo, o lixo e, na humanidade, um exército
de adversários e inimigos que devem ser eliminados.

3º§ Seria bom que só existisse gente chuva prazenteira, mas viver em sociedade é
complexo e estamos expostos aos chatos e bruxos. São estações inevitáveis, a primavera
que traz colheita de frutos e flores e o outono das desesperanças. Confesso que não
consigo compreender a razão de alguém somente agir para prejudicar, torcer pela derrota
e infelicidade, trabalhar pelo caos. Na cabeça desses eu não entro e nem quero entrar.
Tento evitá-los e me proteger de seus projetos de terremotos. Mas é necessário preservar
nossas defesas para que não sejamos contaminados.

4º§ Quem reclama já perdeu, dizia o mestre João Saldanha; Quem não se conforma com o
sucesso de alguém, e reclama, odeia, xinga e vitupera, perdeu a chance de aproveitar o
que a existência tem de bom.

5º§ O mundo não caminha nem nunca caminhou de maneira justa, mas a vida, ah! a vida,
é uma aventura deslumbrante que vale a pena ser degustada, em todos os sentidos. Meus
olhos se concentram nesse território bendito habitado e irrigado pelos que amo.

(BRANT, Fernando. Casa aberta.


Sabará, MG: Ed. Dubolsinho, 2012, p.215-216. Texto adaptado.)

Questão 07 - (FCM MG)

A frase nominal está presente na alternativa:

a) “Chegam e partem sorrindo.”

b) “Inteligentes e interessantes, logo bonitos.”

c) “Tento evitá-los e me proteger de seus projetos de terremotos.”

d) “Outros carregam tempestade e raios, trovões, reclamações e ódio.”

TEXTO: 7 - Comum à questão: 8


Fonte: Autor anônimo – Dados fictícios

Questão 08 - (Fundação Instituto de Educação de Barueri SP)

“Financie até 95% do seu imóvel. ”

O enunciado acima pode ser classificado como:

a) Frase nominal por ser curta.

b) Oração por se organizar em torno de um verbo.

c) Período composto por estar formado por mais de uma oração.

d) Oração por não apresentar verbo.

e) Frase por não apresentar sentido completo.

TEXTO: 8 - Comum à questão: 9


1
Mito, na acepção aqui empregada, não significa mentira, 2 falsidade ou mistificação.
Tomo de empréstimo a formulação 3 de Hans Blumenberg do mito político como um
processo 4 contínuo de trabalho de uma narrativa que responde a uma 5 necessidade
prática de uma sociedade em determinado 6 período. Narrativa simbólica que é, o mito
político coloca em 7 suspenso o problema da verdade. Seu discurso não pretende ter 8
validade factual, mas também não pode ser percebido como 9 mentira (do contrário, não
seria mito). O mito político confere 10 um sentido às circunstâncias que envolvem os
indivíduos: ao 11 fazê-los ver sua condição presente como parte de uma história 12 em
curso, ajuda a compreender e suportar o mundo em que 13 vivem.

ENGELKE, Antonio. O anjo redentor.


Piauí, ago. 2018, ed. 143, p. 24.

Questão 09 - (FUVEST SP)

Sobre o sujeito da oração “em que vivem” (Ref. 12-13), é correto afirmar:

a) Expressa indeterminação, cabendo ao leitor deduzir a quem se refere a ação verbal.

b) Está oculto e visa evitar a repetição da palavra “circunstâncias” (Ref. 10).

c) É uma função sintática preenchida pelo pronome “que” (Ref. 12).

d) É indeterminado, tendo em vista que não é possível identificar a quem se refere a


ação verbal.

e) Está oculto e seu referente é o mesmo do pronome “os” em “fazê-los” (Ref. 11).

TEXTO: 9 - Comum à questão: 10


01 02 03
– Temos sorte de viver no Brasil – dizia meu pai, depois da guerra. – Na Europa
mataram milhões de judeus.
04
Contava as experiências que os médicos 05 nazistas faziam com os prisioneiros. 06
Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas 07 encolher – à maneira, li depois, dos índios 08
Jivaros. Amputavam pernas e braços. 09 Realizavam estranhos transplantes: uniam a 10
metade superior de um homem ........ metade 11 inferior de uma mulher, ou aos quartos 12
traseiros de um bode. Felizmente morriam 13 essas atrozes quimeras; expiravam como 14
seres humanos, não eram obrigadas a viver 15 como aberrações. (........ essa altura eu tinha
16
os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava 17 que a descrição das maldades nazistas
me 18 deixava comovido.)
19
Em 1948 foi proclamado o Estado de 20 Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho –
21
o melhor vinho do armazém –, brindamos ao 22 acontecimento. E não saíamos de perto
do 23 rádio, acompanhando ........ notícias da guerra 24 no Oriente Médio. Meu pai estava 25
entusiasmado com o novo Estado: em Israel, 26 explicava, vivem judeus de todo o mundo,
27
judeus brancos da Europa, judeus pretos da 28 África, judeus da Índia, isto sem falar nos
29
beduínos com seus camelos: tipos muito 30 esquisitos, Guedali.
31
Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias.
32
Por que não ir para Israel? Num país de 33 gente tão estranha – e, ainda por cima, em
34
guerra – eu certamente não chamaria a 35 atenção. Ainda menos como combatente, 36
entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu 37 me via correndo pelas ruelas de uma aldeia,
38
empunhando um revólver trinta e oito, 39 atirando sem cessar; eu me via caindo, 40
varado de balas. Aquela, sim, era a morte que 41 eu almejava, morte heroica, esplêndida 42
justificativa para uma vida miserável, de 43 monstro encurralado. E, caso não morresse, 44
poderia viver depois num kibutz . Eu, que 45 conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria
46
muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os 47 membros do kibutz terminariam por me 48
aceitar; numa nova sociedade há lugar para 49 todos, mesmo os de patas de cavalo.

Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no


jardim . 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.

Questão 10 - (UFRGS)

Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, sobre os sujeitos de algumas


formas verbais do texto.

( ) O sujeito da forma verbal mataram (Ref. 02) é milhões de judeus (Ref. 03).

( ) O sujeito da forma verbal Amputavam (Ref. 08) é os médicos nazistas (Refs. 04-05).

( ) O sujeito da forma verbal morriam (Ref. 12) é essas atrozes quimeras (Ref. 13).

( ) O sujeito da locução verbal foi proclamado (Ref. 19) é o Estado de Israel (Ref. 19).

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) F – V – V – V.

b) V – F – V – F.

c) V – F – F – V.

d) V – V – V – V.

e) F – V – F – F.

GABARITO:
1) Gab: B

2) Gab: B

3) Gab: B

4) Gab: B

5) Gab: B

6) Gab: A

7) Gab: B

8) Gab: B

9) Gab: E

10) Gab: A

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