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Modais
Quando se pensa em transportes temos que considerar os modelos existentes.
Os modelos são chamados de modais. Há pelo menos cinco modais de
transportes:
1. Hidroviário;
2. Ferroviário;
3. Rodoviário;
4. Aeroviário; e
5. Dutoviário.
Intermodalidade: Brasil.
No caso do Brasil, carecemos de maior intermodalidade de transportes por vários
fatores. Se considerarmos a dimensão continental do país veremos que nossa
infraestrutura logística apresenta muitos gargalos, seja na dependência
exagerada de rodovias, seja na falta de integração territorial, seja no alto custo
de manter as rodovias funcionando. Ademais, há a questão da segurança que
tem assolado o País nos últimos anos e em algumas rodovias BR são registrados
elevados números de assaltos.
Figura 2. Proporção nos modais de transportes em países territorialmente grandes. Transporte de cargas,
não de passageiros.
Figura 4. Matriz de Transporte no Brasil por TKU (por tonelada útil: tonelagem multiplicada por distância
em km). Fonte: ILOS, 2011.
Ferrovias no Brasil
Conforme supracitado o país tem um sistema de transporte ferroviário baixo em
relação às demandas de tamanho e extensão do território nacional e
consequentemente aquém de nossa necessidade. Segundo os dados da ILOS,
esquema acima, 21,7% de nossa carga foi transportada por ferrovias naquele
ano. As ferrovias existentes no Brasil hoje não integram o Brasil, mas servem
como corredores de exportação.
Breve histórico
É impossível pensar a infraestrutura do Brasil, bem como nossa economia, e não
mencionar Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. Mauá foi responsável
pela primeira ferrovia inaugurada no Brasil em 1854. A ferrovia tinha apenas 14,5
km e integrava o Porto de Mauá, na Baía de Guanabara, até Petrópolis (RJ).
Neste contexto, Barão de Mauá tinha investido na indústria de navios a vapor e
certamente foi pioneiro no transporte intermodal no país. Outras ferrovias foram
criadas nesse contexto, mas a Estrada de Ferro D. Pedro II (futura Central do
Brasil) é marcante por integrar os estados de São Paulo e Rio de Janeiro no final
do século XIX.
A presença dos ingleses no Brasil, particularmente em São Paulo, construiu a
São Paulo Raiway Ltd inaugurada em 1867. Eis a famosa Estrada de Ferro
Santos-Jundiaí que serviu ao escoamento cafeicultor nacional e seria importante
artéria ao desenvolvimento industrial do Brasil na capital paulista, pois bairros
operários e industriais (Barra Funda, Brás, Mooca, Ipiranga) estão à margem da
ferrovia.
Figura 5. Estação da Luz, São Paulo. A ferrovia Santos-Jundiaí tem horário de funcionamento restrito
porque a CPTM utiliza seu trecho na Região Metropolitana de São Paulo em horário comercial. Foto: Éder
Diego.
Rodovias no Brasil
O Brasil depende prioritariamente do transporte rodoviário hoje, tanto para o
transporte de cargas – que oscila em torno de 65% conforme supracitado –,
quanto para o transporte de passageiros, cuja estimativa é de pelo menos 80%.
Não é por acaso que em quase toda cidade do interior do País há uma rodoviária.
Em boa medida nossa grande dependência rodoviária é resultado da política
rodoviarista do governo Juscelino Kubistchek que priorizou o transporte sobre
rodas em detrimento das ferrovias nacionais. O objetivo de Juscelino e dos
governos sucessórios era se industrializar e para tanto nos tornávamos atraentes
para as grandes montadoras automobilísticas. As montadoras automotivas se
instalaram no País e geraram emprego, o Brasil se urbanizou, mas o custo é ter
um dos sistemas de transportes mais caros do mundo.
Aliás, foi a partir dos anos 1930 que o Brasil começou a construir rodovias e a
expressão do ex-Presidente Washington Luís calou fundo na sociedade
brasileira, pois governar é abrir estradas! Dos anos 1930 até nossos dias, já
na segunda década do século XXI, não houve governantes que não
endossassem a necessidade da infraestrutura rodoviária. Os sucessivos
governos Dutra, Juscelino Kubitscheck e o período militar construíram rodovias
nacionais a fim de integrar o território brasileiro.
Figura 10. Rodovias radiais no Brasil. A BR-090 ainda não foi concluída. Fonte: wikipedia.
Hidrovias no Brasil
Nosso País é conhecido por suas importantes reservas de água doce em suas
grandes e importantes bacias hidrográficas. No caso, os rios de planície são
propícios à navegação fluvial por causa de sua queda suave, entretanto a
maioria dos rios nacionais são de planalto cujas cachoeiras dificultam a
navegação. Uma das soluções para as quedas d’águas acentuadas (cachoeiras,
corredeiras etc.) é a construção de eclusas que permitem a navegação em
trechos com topografia irregular. Além disso, a maior parte dos rios brasileiros
são caudalosos e perenes. Estas características são fundamentais para uma
densa rede hidroviária, apesar de nós subutilizarmos nosso potencial de
navegação.
Apesar de chamar rio Paraguai este rio nasce no Brasil, na Serra de Araporé,
(MT) e tem foz no rio Paraná em um dos afluentes da bacia da Prata, fronteira
entre Argentina e Paraguai. A hidrovia transporta soja, milho, arroz e madeira.
Hidrovia do rio São Francisco: o Velho Chico também é conhecido como Rio
da Integração Nacional e não é por acaso, pois corta três biomas nacionais (mata
Atlântica, Cerrado e Caatinga) e atravessa cinco estados (MG; BA; PE; SE; e
AL).
Diante disso, os termos mais precisos seriam Lago dos Patos e Lago Mirim. Em
meio a toda controversa, porém, é digno de nota o seguinte: o que temos seriam
duas lagunas, tanto a Laguna dos Patos, quanto a Laguna Mirim que estão
integradas através do Canal de São Gonçalo, isto pois, o termo laguna se refere
à água armazenada que possibilita acesso direto ao mar e, além disso, possuem
água salobra e estas são as características das águas nos acidentes geográficos
aqui tratados.
Tais fatores são fundamentais para o transporte costeiro: seja através dos
portos, seja como entroncamentos portuários voltados à importação e
exportação.
O Brasil possui 235 instalações portuárias, dos quais 37 são considerados portos
públicos. No caso, os portos públicos são de responsabilidade da União.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) nenhum
porto brasileiro é considerado lacustre, pois são fluviais ou marítimos. A
classificação quanto ao tipo (fluvial ou marítimo) está de acordo com a origem
da mercadoria, por exemplo, o Porto de Manaus apesar de ser fluvial é
caracterizado como marítimo porque recebe sobretudo carga oriunda do mar.
Abaixo lista com os dez mais importantes portos nacionais segundo os critérios:
valor agregado dos produtos, hinterlândia – zona de influência portuária –,
participação no comércio exterior, tamanho do porto, volume de carga
transportada e valor agregado de seus produtos.