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INFRAESTRUTURA VIÁRIA
UNIDADE 4 – MODAIS FERROVIÁ RIO E
AQUAVIÁ RIO
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Introdução
Sabemos que o Brasil tem tamanho continental, não é mesmo? Você sabia que o planejamento dos modais de
transporte foi iniciado na década de 1950 e concluído somente nos anos de 1970? Ao longo desse período,
foram realizadas campanhas militares de avaliaçõ es de campo envolvendo Engenharia e Topografia, a fim de
caracterizar todo o relevo nacional e verificar as possibilidades de implantação de vias para transporte de
bens, serviços e pessoas.
Você acredita que o modal rodoviário se tornou dominante pelo simples fato de não necessitar de maiores
investimentos e planejamento estratégico e operacional de construção? Infelizmente é verdade, pois tratamos
de estradas com baixos padrõ es técnicos e de segurança. Não é exagero dizer que a maioria das rodovias foram
apenas pavimentação de vias “abertas em lombo de mula por tropeiros”, uma vez que o traçado viário foi
adequado para as condiçõ es já existentes.
Vale, então, a reflexão quanto à capacidade de transporte (tonelada/km) dos modais ferroviário e aquaviário
em comparação ao rodoviário e o tamanho continental do Brasil. Afinal, se temos um país do tamanho de um
continente, com abundância hídrica e tido como um dos maiores produtores de grãos do mundo, não parece a
decisão mais correta termos utilização predominantemente do transporte rodoviário para escoamento de safra
e demais produçõ es, certo?
Nesse contexto, ao longo desta ú ltima unidade, conheceremos um pouco mais sobre os modais de transporte
ferroviário e aquaviário, envolvendo histó rico, principais características, elementos técnicos e infraestrutura à
nível nacional.
Vamos aos estudos!
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Já por volta de 1776, os trilhos de madeira começaram a serem trocados por trilhos de ferro, o que
caracterizou a rail way (linha férrea). De acordo com Stopatto (1987), esse tipo de modal teve impulso em sua
utilização no início do século XIX, com o surgimento da primeira locomotiva com motor a vapor.
Em South Wales, Inglaterra, ocorreu o marco de estreia desse sistema (estrada de ferro + locomotiva à vapor).
Na ocasião, houve ruptura dos trilhos apó s carga total composta de 18 toneladas de material ferroso e 70
trabalhadores. Além disso, o colapso do componente (trilho) se deu apó s deslocamento de 14 km por
velocidade de 8 km/h (STOPATTO, 1987). A partir dessa época, várias melhorias técnicas nas locomotivas
(força, tração e velocidade) e na infraestrutura ferroviária (liga de aço para os trilhos, ensaios mecânicos no
material granular de suporte, análises numéricas na plataforma da ferrovia etc.) foram observadas.
Dessa forma, podemos dizer que a Inglaterra foi o país em que se disseminou as ferrovias pela perspectiva de
transporte de cargas mais pesadas e por distâncias maiores, bem como para mobilidade da população —
inaugurando em 1812, na cidade de Leeds, a primeira composição para transporte exclusivamente de
passageiros (NABAIS, 2014).
Segundo Sato (2018), o início da Era das Ferrovias se deu no ano de 1830, quando houve a inauguração da
primeira linha ferroviária entre as cidades de Manchestes e Liverpool. Foi o início das vias férreas de escala
comercial em longas distâncias, para passageiros com horários regulares de operação. Em seu primeiro ano
(1830 a 1831), registrou transporte de 460.000 passageiros.
Borba (1971) cita que, ainda na Inglaterra, em meados de 1863, foi criada a primeira linha férrea subterrânea,
objetivando a integração no sistema de transporte metropolitano de pessoas, passando a ser chamado de
metroway, que deu origem ao sistema metroviário urbano conhecido nos dias de hoje.
A construção das primeiras ferrovias no Brasil remete ao período imperial, em torno de 1850, quando era
objetivada a integração entre diferentes regiõ es e o escoamento da produção do interior do país até mercados
consumidores ou terminais portuários. Até o início da década de 1940, as cidades por onde passavam as
malhas ferroviárias eram regiõ es pró speras (ricas), pois era o principal modal de transporte de produção e
passageiros (BORBA, 1971). Isto é, muitas cidades tiveram origem devido ao traçado de linha férrea na região
e implantação de estaçõ es e pontos de parada para as locomotivas.
Entretanto, com o passar dos anos, os trilhos que deram origem a um pequeno povoado acabaram se tornando
um encalço para o desenvolvimento das cidades. As estaçõ es ferroviárias tiveram poucos investimentos
federais e houve diminuição substantiva do volume de locomotivas e toneladas transportadas. O passivo de
sua infraestrutura (via férrea + estação ferroviária), localizado, geralmente, no centro das cidades, tornou-se
um grande desafio político, econô mico e social entre município, federação e empresas de logística do modal
ferroviário.
No quadro a seguir, podemos analisar uma breve linha do tempo da evolução do modal ferroviário no mundo
até os dias de hoje.
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Fatos curiosos e desafios tiveram por consequência a Política de Incentivos à Construção de Ferrovias na
época do Governo Imperial (século XIX), devido a incipientes parâmetros técnicos preconizados pela
federação, sendo os principais estes que listamos a seguir. Clique na interação para ler.
Grande diversidade de bitolas dos trilhos (dificultando a integração operacional entre ferrovias).
Nessa perspectiva, chama atenção a questão básica de especificação da bitola (distância entres trilhos
metálicos) a ser utilizada na via férrea para fins de uniformidade do modal de transporte. A Estrada de Ferro
Mauá (primeira do Brasil), por exemplo, tem bitola do trilho de 1,60 metros; já as concessõ es outorgadas em
1880 (trechos entre Paranaguá a Curitiba e Porto Alegre a Novo Hamburgo) tem bitola métrica. Entre as bitolas
menores, a ferrovia Oeste de Minas (1881) tem bitola de 0,76 metros.
VOCÊ O CONHECE?
Irineu Evangelista de Souza recebeu o título nobiliá rquico de Barã o e Visconde de
Mauá , sendo reconhecido como patrono do Ministé rio da Infraestrutura do Brasil por
sua notável contribuiçã o nacional aos meios de transportes, especialmente ferrovias. A
ele se devem os primeiros trilhos construídos e a primeira locomotiva, intitulada
“Baronesa”. També m foi pioneiro e ousado empreendedor no setor de naval, banqueiro
e até deputado do Estado do Rio Grande do Sul por cinco vezes (BRASIL, 2014).
Dessa forma, com trilhos com diferentes bitolas, como fazer para se ter uma interconexão entre malhas
ferroviárias?
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É um dos problemas enfrentados por empresas de logística do setor até hoje. Na figura a seguir, temos um
esquema representando a distância entre os trilhos (bitola) e uma das formas para mitigar o problema de
utilização bitolas diferentes em vias férreas sequenciais (conforme b1 e b2).
Figura 1 - Identificação da bitola em via ferroviária e utilização em conjunto de duas medidas (b1 e b2).
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019.
Nos dias atuais, a revitalização do sistema ferroviário se mostra de fundamental importância para um novo
impulso de desenvolvimento, tanto regional quanto nacional, além de atração de investimentos, geração de
emprego e renda e melhoria social dos municípios do entorno da infraestrutura ferroviária. Pesquisadores de
logística e modais de transportes defendem e comprovam que o sistema ferroviário, comparado com o modal
rodoviário, tem capacidade mais eficiente de transportar grandes toneladas por longas distâncias a um custo
baixo, possibilitando economia estimada de 40% no frete (SATO, 2019).
Tratando de modais de transporte no Brasil, atualmente, verificam-se incipientes investimentos em ferrovias,
pois há pouco interesse político para desenvolvimento desse tipo de transporte. Não há impacto notó rio na
população, além de necessitar elevados aportes financeiros para implementação e despesas contínuas em
manutenção.
Obras de ferrovias tem uma curiosa característica peculiar: não são financeiramente autossustentáveis. Custos
de implantação, manutenção e operação deverão ser, de alguma forma, subsidiados pelo Estado. Japão e EUA,
por exemplo, possuem inú meras empresas de transporte ferroviário de caráter pú blico, privado ou economia
mista, mas os serviços continuam sendo subsidiados pelo governo.
Aponta-se como a principal razão para esses investimentos o reconhecimento da importância do modal
ferroviário como elemento positivo. Não apenas como fator capaz de aumentar a produtividade e eficiência de
escoamento, mas como elemento de integração econô mica, social e cultural de regiõ es afastadas de grandes
centros urbanos.
Nesse sentido, temos a distinção entre política de Estado ou federação e política governamental. No caso de
investimentos em modais de transporte, trata-se de política de Estado, uma vez que implantação, manutenção
e operação de sistemas de transporte devem ser continuadas, independentemente do tempo de mandato ou
partido político. É por isso que percebemos que toda a histó ria de construção de ferrovias em territó rio
nacional ultrapassou períodos de governo e geraçõ es de brasileiros, justamente devido ao tempo para
execução das obras e dificuldades técnicas inerentes ao tipo de infraestrutura.
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VOCÊ SABIA?
A estrada de ferro Madeira-Mamoré (EFMM) foi uma das obras de marco da
engenharia ferroviá ria nacional, sendo construída em trê s fases, de 1871 a 1912,
ligando Porto Velho e Guajará -Mirim, com 366 km de extensã o. A ideia da
implantaçã o se deu em 1846, na Bolívia, devido ao país vizinho nã o ter
capacidade de escoamento da produçã o de borracha. Dessa forma, foi planejada a
construçã o de uma estrada de ferro que transpusesse os trechos acidentados
(locais das cachoeiras). Na construçã o, houve mortes de cerca de 30.000
trabalhadores.
O modal ferroviário tem como uma de suas particularidades a interação veículo-via que se dá pelo contato
direto da rodagem metálica da composição com os trilhos, que também são metálicos. Assim, provoca-se
desgaste considerável das partes pela carga imposta no meio por meio do atrito. Além disso, esse tipo de
transporte não possui mobilidade quanto à direção do veículo, sendo o trajeto guiado pelos pró prios trilhos.
Agora que já conhecemos sobre a histó ria das ferrovias, vamos entender quanto à infraestrutura do modal.
Vejamos!
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A superelevação em via férrea, semelhante a feita em rodovia, consiste em elevar o nível externo dos trilhos de
uma curva horizontal. Assim, é possível reduzir o desconforto gerado pela mudança de direção, diminuindo o
desgaste no contato da rodagem com o trilho (metal-metal) e a força centrífuga (risco de tombamento).
Da mesma forma que nas rodovias, a velocidade máxima de projeto será definida considerando o menor raio
de curvatura para uma composição, a exemplo de um trem de passageiros, sendo que este é mais leve que o de
carga e com condiçõ es de trafegar na maior velocidade diretriz.
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CASO
Vejamos um exemplo de cá lculo de superelevaçã o má xima em curva horizontal
ferroviá ria, utilizando as variáveis demonstradas na figura anterior.
Temos os seguintes dados:
Isto é , a distâ ncia vertical entre os trilhos interno e externo, na curva horizontal, deve
ser, no má ximo, 20 centímetros, para que nã o se tenha risco de tombamento da
composiçã o.
Os elementos da via permanente ferroviária são os trilhos curtos e/ou longos soldados, as talas de junção, as
placas de apoio, as fixaçõ es, os retensores, o aparelho de mudança de via (AMV), os dormentes, o lastro, o
sublastro e a plataforma.
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Por conceito, conforme Borba (1971), chamamos de plataforma ferroviária o suporte da estrutura da via
que recebe, por meio do lastro em material granular (britas), as tensõ es atuantes do tráfego e das demais
instalaçõ es necessárias para a operação ferroviária, como postes de rede aérea, condutos de cabos, sistemas
eletroeletrô nicos de controle de descarrilamentos, entre outros). As características geométricas da plataforma
dependem, principalmente, de bitola, nú mero de linhas, altura de lastro e tipo de dormente. Estes elementos
influenciam na largura. Outros quesitos, como a inclinação dos taludes laterais de corte ou aterro e a
inclinação da parte superior dependem dos materiais utilizados e do tipo de drenagem. A altura, por suporto, é
função das condiçõ es topográficas do local.
Stopatto (1976) nos explica que as plataformas ferroviárias (elemento de fundação da infraestrutura) têm
como característica darem condiçõ es plenas de apoio à via, não sofrendo deformaçõ es ou deslocamentos que
alterem negativamente a exploração do modal de transporte, sob condiçõ es de tráfego que determinam o
traçado da linha.
Quanto aos quesitos geotécnicos, são dois os elementos básicos que definem a plataforma ferroviária:
natureza e estado. Quanto a este ú ltimo, muitas vezes, pela natureza, um material pode ser de excelente
qualidade; mas, por um motivo qualquer — como excesso de água — pode se encontrar em um estado que o
modifica inteiramente.
Em geral, caracteriza-se o solo por meio de parâmetros técnicos: identificação tátil-visual, granulometria,
sedimentação, limites de Atterberg (LL, LP e IP), capacidade de suporte (CBR), equivalente de areia e matéria
orgânica. Tais ensaios também são realizados ao longo do tempo, apó s a execução da via férrea, para
monitoramento de sua condição de suporte.
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Na figura a seguir, podemos observar um exemplo prático de sondagem geotécnica realizada no subleito da
plataforma ferroviária, objetivando a caracterização dos parâmetros geotécnicos.
O sublastro é a camada de material que completa a plataforma ferroviária e que está localizada subjacente ao
lastro. Sua função é absorver os esforços transmitidos pelo lastro e transferi-los para o terreno (subleito), em
magnitude adequada à capacidade de suporte (CBR), em forma de bulbo de tensõ es (NABAIS, 2014). Além
disso, ele bloqueia a subida de material fino do subleito para as camadas granulares adjacentes (lastro), pois,
se houver a migração de material fino para a camada granular, ocorrerá contaminação do lastro e diminuição
da interação entre as arestas vivas dos agregados graú dos. Dessa forma, diminuirá a resistência e o mó dulo de
elasticidade/resiliência. Também é função do sublastro propiciar perfeita drenagem das águas do lastro.
Lastro e sublastro, embora tenham diferentes características, possuem processos de dimensionamento
similares (distribuição de pressõ es pela Teoria de Boussinesq).
A infraestrutura abaixo do sublastro é o subleito (terreno natural) ou a camada de reforço do subleito. A
magnitude de cargas provenientes da via ferroviária se dissipa em forma de bulbo de tensõ es no subleito, na
ordem de 1,50 metros de profundidade. Já acima das camadas granulares da plataforma da ferrovia, temos
trilhos, dormentes e dispositivos de fixação destes.
Os trilhos são os elementos da via permanente que direcionam a composição e dão condiçõ es de apoio ao
veículo. É o sistema de viga contínua que transfere as solicitaçõ es mecânicas do rodado para os dormentes,
especificados pelo peso que apresentam por metro linear.
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O perfil Vignole é a geometria mais utilizada, pois favorece a resistência à flexão que induz tensõ es normais
de tração e compressão na peça. Vale lembrar a relação direta entre o momento de inércia e a geometria
transversal da seção. Isto é, quanto maiores, maior será a concentração da parte da massa do trilho nos pontos
onde as tensõ es normais são maiores, otimizando o uso do material. Observe a figura a seguir.
A especificação técnica NBR-7590 preconiza parâmetros para aceite dos trilhos na utilização em ferrovias,
sendo dimensão e peso, prova de choque, ensaios de tração na flexão, de dureza Brinel, de resiliência,
micrográfico, macrográfico, entalhe na fratura e composição química (ABNT, 2012).
Os dormentes têm como principais funçõ es distribuir as cargas para o lastro, manter a distância entre os
trilhos (bitola), dar suporte adequado e seguro para o trilho, garantir as estabilidades vertical, horizontal e
longitudinal da via férrea, bem como amortecer parcialmente as vibraçõ es. Além disso, eles devem ser de fácil
manuseio (assentamento e substituição) e terem vida ú til adequada para planejamento de substituição ao
longo do tempo.
Um dos tipos de material utilizado é a madeira, uma vez que sua resistência cresce com a densidade. Nos
primó rdios, utilizava-se madeira de lei, mas, pela questão ambiental e pelo valor agregado do material,
passou-se a usar madeiras menos nobres, com tratamentos superficiais.
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Nabais (2014) menciona como períodos de durabilidade dos dormentes em madeira no Brasil. Clique em nos
itens para saber mais.
De acordo com Campos (2004), os dormentes em concreto começaram a ser utilizados apó s a Segunda Guerra
Mundial, principalmente na Alemanha, em monobloco (dimensõ es similares aos de madeira). Contudo,
apesar de excelente resistência mecânica (à compressão e mó dulo de elasticidade), têm desempenho
comprometido pelas características das cargas atuantes: cíclicas, vibração e sujeitos ao fenô meno de fadiga.
Assim, foi ajustada a configuração geométrica e, em vez de monobloco, temos o dormente bibloco, com ferro
de ligação entre os blocos de concreto. Na ú ltima década, também foi composto o trilho em concreto
protendido em monobloco.
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O lastro tem como principais funçõ es distribuir os esforços do dormente, fazer a drenagem da plataforma
ferroviária, dar resistência aos esforços transversais (empuxo passivo atuando no dormente) e permitir
reconstituição do nivelamento por meio de equipamento de manutenção.
O comitê francês Office de Recherches et d’Essais de l’Union Internationale de Chemins de Fer (1971), aponta
como principais características mecânicas dos componentes do pavimento ferroviário, os itens listados.
Clique nas setas para ler.
O fator principal que influencia a distribuição de tensõ es no interior da fundação da via férrea —
até 60 centímetros de profundidade — é a compactação do lastro sob os dormentes.
O espaçamento entre dormentes influencia a distribuição de pressõ es, mas, para espaçamentos
inferiores a 50 centímetros, a influência deixa de se verificar.
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Como já conhecemos as principais características e os elementos que compõ em o modal ferroviário, vamos
passar para o estudo do modal aquaviário. Vejamos!
Granel sólido
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Contêineres
Dessa forma, podemos perceber que uma das principais características do modal aquaviário é sua grande
capacidade de transporte por grandes distâncias, principalmente interligando mercados internacionais e
intercontinentais. No quadro a seguir, temos uma análise comparativa de diferentes veículos de transporte dos
modais rodoviário, aeroviário e aquaviário, em termos de capacidade de carga transportada, comparada com
aquela de um caminhão rodoviário de transporte de cargas padrão.
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Por definição, segundo a Agência Nacional de Transporte Aquaviários (ANTAQ, 2019), a obra portuária se
destina ao apoio à navegação e realização de operaçõ es de carga, descarga, guarda de mercadorias, embarque e
desembarque de passageiros. Assim, constitui-se como um elo entre modal aquaviário e modais terrestres
(rodoviário, ferroviário e dutoviário).
Slack (2006) cita que a instalação ideal de um porto se dá, preferencialmente, em uma enseada abrigada, com
acesso amplo e águas de profundidade suficiente para aproximação e ancoragem de embarcaçõ es com
dimensõ es previstas. Contudo, não se encontrando condiçõ es plenas para a construção da obra portuária, são
necessárias instalaçõ es adicionais de abrigos (esporõ es, molhes e quebra-mares) e serviços de dragagem para
adequação da profundidade de navegação. Tais obras, muitas vezes, têm aporte financeiro equiparado com a
propriamente portuária.
Além disso, não se encontrando condiçõ es adequadas para implantação da obra portuária em região costeira
navegável, pode-se considerar as instalaçõ es offshore. Neste caso, as embarcaçõ es operam carga e descarga
com seus pró prios recursos, fundeados distantes da costa, mediante apoio operacional de sistemas auxiliares
de boia para fixação, tubulação e barcaças; ou em ancoradouros artificiais de concreto. Como exemplo,
podemos citar os terminais de extração de petró leo em mar aberto.
O porto de Itajaí, em Santa Catarina, por exemplo, é tido como o segundo maior porto do país em
movimentação de contêineres para fins de importação e exportação. Ele tem localização estratégica por dois
principais fatores comuns em obras portuárias:
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Profundidade aquaviária
Rodovias de entorno
Vamos, então, estudar um pouco mais a fundo quanto ao histó rico e as principais características do modal
aquaviário?
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Tratando-se especificamente do valor agregado do produto, no que tange ao setor de transportes (valor do
frente), o modal hidroviário apresenta menor custo relativo e menor impacto ambiental que os demais
modais, principalmente rodoviário e ferroviário.
Entre as propostas da Iniciativa de Integração de Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), desde o início
do século XXI, estão as de construção, ampliação e interligação de hidrovias a outros tipos de transportes
terrestres, visando ao desenvolvimento econô mico de regiõ es no territó rio nacional. No entanto, questõ es
quanto à relação custo-benefício do transporte hidroviário e sua interconexão com outros modais têm sido
debatidas (CAMPITELI, 1992).
Nesse contexto, Campiteli (1992) relata que a polêmica em torno das hidrovias foi acentuada em 1980, apó s a
proposta do Ministério dos Transportes para ampliação da hidrovia Paraná-Paraguai, no Pantanal. O
movimento social, que envolveu mais de 300 entidades civis de várias partes do mundo (Coalizão Rios
Vivos), tornou pú blicas as consequências possíveis da hidrovia, resultando no abandono do projeto, até sua
proposta de retomada pela IIRSA.
Na ú ltima década, diversas propostas de ampliação e construção de novas hidrovias, previstas na IIRSA e no
Plano Plurianual (PPA) do governo federal, têm mobilizado ONGs em torno das discussõ es dos impactos das
obras envolvidas.
A lei que dispõ e sobre o Sistema Nacional de Viação (SNV) cita como componentes do modal aquaviário no
Brasil: vias navegáveis, portos marítimos e fluviais, eclusas e demais dispositivos de transporte de nível,
interligação entre bacias hidrográficas e instalaçõ es destinadas a operação e a segurança de navegação.
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Segundo Campos (2013), uma possível classificação para obras acostáveis (em costas) e terminais portuários
seria quanto a localização (marítima, fluvial ou lacustre), abrigo protegidas (naturais, baias e enseadas ou
artificiais e obras de defesa) ou em mar aberto e tipos de carga (geral, granéis só lidos, granéis líquidos e
contêineres).
Vias de acesso
Infraestrutura de atracação
Instalações complementares
Terrenos, armazéns e demais edificaçõ es que tenham sido adquiridos, criados ou construídos com
autorização do governo.
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As obras portuárias e/ou acostáveis envolvem alguns aspectos de engenharia estrutural que as distinguem das
demais obras civis. O enfoque especial está nos elevados valores das cargas axiais horizontais aplicadas, ou
seja, impactos de embarcaçõ es, tração nas amarras de fixação dos navios e cargas concentradas devido à
operação de equipamentos e guindastes. Além disso, devem ser consideradas as solicitaçõ es geotécnicas,
como o empuxo de terra, tendo magnitude similar as demais cargas (estruturais). Açõ es oriundas de ondas,
marés e correntes marítimas também devem ser observadas em questõ es de projetos e parâmetros de
engenharia.
Essas obras, mesmo que de infraestrutura de transportes, não têm consideração com relação à esbeltez
(comprimento dos elementos estruturais e espessura), como no caso de pontes e viadutos. Dessa forma, os
elevados valores de certos esforços a que são submetidas não indicam a adoção de estruturas esbeltas. Isto é,
considerando a rigidez do elemento em regime plástico, não sendo tolerados deslocamentos ou deflexõ es no
cálculo (regime elastoplástico ou elástico).
Para resistir aos impactos de grandes navios, a melhor solução são as estruturas maciças, em especial
os dolfins (bloco rígido ou plataforma com fundação em estacas profundas), conforme vemos na figura a
seguir.
Um quesito de primordial importância nas estruturas marítimas ou portuárias é constituído por suas
fundaçõ es profundas, em estacas ou tubulõ es. Um grande nú mero de estruturas para fins portuários, cais,
dolfins de amarração, plataformas de carga, descarga e operaçõ es, são apoiadas em estaqueamentos constantes
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Síntese
Chegamos ao fim da ú ltima unidade da disciplina de Infraestrutura Viária. Aqui, pudemos conhecer sobre os
modais ferroviários e aquaviários. Foram abordadas questõ es básicas e introdutó rias em relação a ferrovias e
hidrovias, mas, para domínio desses assuntos, sempre será necessária dedicação e busca por conhecimentos
além do apresentado. Este é um dos fatores que pavimentam uma excelente carreira profissional na área de
Infraestrutura na Engenharia Civil.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Bibliografia
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publicaçõ es. Brasília, 2019. Disponível em: http://observatorioantaq.info/index.php/category/publicacoes.
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