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Migrantes americanos

O continente americano apresenta considerável população de migrantes internacionais, em que


se destaca o fluxo de latino-americanos para países europeus e, principalmente, para os Estados
Unidos, lar da maior população de imigrantes do mundo. Entre os países que contam com maior
número de seus cidadãos emigrados, ressalta-se o México como o segundo maior emissor
mundial, atrás apenas da Índia. 

Embora a maioria disparada dos emigrantes mexicanos viva nos Estados Unidos, desde a crise
econômica que atingiu esse último em 2008 e se espalhou pelo mundo no ano seguinte, o
número de mexicanos retornando tem superado o dos que emigraram. Apesar disso, a fronteira
entre os dois países permanece um dos maiores corredores migratórios mundiais, não mais tanto
de mexicanos, mas predominantemente de El Salvador, Honduras e Guatemala, países cujos
emigrantes em geral são marcados pela violência gerada por gangues ligadas ao crime
organizado.

A Colômbia destaca pela enorme quantidade de deslocados razão da guerra civil no país. O
quadro de refugiados, solicitantes de asilo e retornados no continente não é tão grave quanto a
África. 

Migrantes africanos

A exceção dos deslocados  internos colombianos, ainda que os países americanos exibam
diferentes casos de gravidade incontestável, os países africanos, além de mais numerosos,
revelam estatísticas ainda mais alarmantes. A situação precária de vida observada nos campos
de refugiados que se espalham em vários países do continente explicita tristemente essa
disparidade.

Esse contexto não é uma novidade no continente africano, onde desde a década de 1970
inúmeros conflitos étnicos e políticos deram origem a fluxos mais ou menos  mais ou menos
contínuos  de refugiados, deslocados internos e migrantes em busca de oportunidades de
emprego e estudo. Embora  a maioria absoluta dos que migram permaneça dentro dos limites do
continente mesmo quando deixa o país, o fluxo dos que se dirigem aos Estados Unidos e,
principalmente, à Europa, tem chamado atenção do mundo, uma vez o que ocasiona problemas
também naquele continente, onde a xenofobia, ou a aversão a estrangeiros, tem aumentado,
entre outras reações preocupantes.

Consequências e suas chegadas e saídas

Os fluxos migratórios de americanos e africanos  correspondem à parcela significativa das


migrações internacionais mundiais. O continente Africano praticamente inteiro e as regiões da
América Latina e Caribe, no continente americano, estão entre as que mais enviam fluxos de
migrantes internacionais, seja entre países da própria região ou continente, seja para países mais
distantes.

Os países da economia altamente desenvolvida e que apresentam maiores níveis de IDH nesses
continentes, o Canadá e os Estados Unidos, estão entre os maiores receptores mundiais de
migrantes de outros países seja à quantidade de indivíduos que abrigam,  seja em relação à
presença de migrantes  internacionais como proporção da população geral.

Todos esses fluxos migratórios tão diversificados e que se cruzam com constância acabam por
provocar diversas consequências, como não poderia deixar de ser, tanto para os países
receptores quanto para os emissores.  Dois  aspectos que se destacam no debate mundial sobre
os efeitos positivos e negativos das migrações internacionais, serão vistos agora.

Qualificação de mão de obra e mercado de trabalho

Um dos aspectos da vida social de uma população que recebe ou emite migrantes internacionais
são os efeitos sentidos no mercado de trabalho. Nos países da América Latina e do Caribe,
assim como nos países africanos, é comum que a emigração de jovens  formados com ensino
superior para países de economia desenvolvida configure, em alguma  medida, o fenômeno
denominado “ fuga de cérebros”:  a saída da mão de obra qualificada para buscar oportunidades
em outros países.  Por sua vez, os países receptores obtêm ampla vantagem, pois não investiram
na qualificação dos migrantes, cujos custos foram bancados por suas famílias ou países.

Nos Estados Unidos e no Canadá, a chegada constante de imigrantes latino-americanos,


caribenhos ou, em quantidade bem menor, africanos, tem aspectos ambíguos. Estudos
estatísticos e econômicos são quase unânimes em apontar e os migrantes melhoram de vida e
seus descendentes alcançam um padrão de vida e nível de renda superior ao de quando
chegaram. Portanto, contribuem para o crescimento econômico do país, da mesma forma que o
conjunto das populações desses países, que apresentam a mesma tendência à produção ampliada
de riqueza entre uma geração e outra.

Entretanto, os migrantes muitas vezes ocupam postos de trabalho de menor qualificação que
aqueles que ocupavam em seu país de origem. Por  um lado, isso pode aumentar a produtividade
e suprir a demanda por funções e os habitantes nativos os países mais desenvolvidos
economicamente dificilmente querem exercer. Além disso, a mesa o processo de
envelhecimento das populações desses países em especial nos Estados Unidos. por conta do
intenso fluxo migratório, esse país apresenta, Diferentemente da maioria os Estados europeus,
grande reposição da força de trabalho, ainda que as taxas de natalidade não sejam
significativamente maiores.

Por outro lado, questões como diferenças culturais, dificuldade de aprendizagem do idioma e até
mesmo a difusão de ideologias xenófobas ou racistas têm gerado problemas preocupantes para
os emigrantes de países latino-americanos, caribenhos e africanas. Na Europa, alguns países têm
adotado políticas restritivas, que acabam por impedir a reunião de famílias Imigrantes umas
membros que migraram depois. Nos Estados Unidos também se observam problemas de
xenofobia e preconceito.

Remessas financeiras

Outro aspecto de grande importância e impacto econômico no contexto global, relativo às


migrações internacionais, são as remessas financeiras para familiares no país de origem, que
têm adquirido importância cada vez maior. Embora estejam em franca ascensão desde a década
de 1990 até 2014, houve redução em 2015 e 2016 no mundo como um todo, voltando a crescer
no ano seguinte. Na América Latina e no Caribe, contudo, o fluxo seguiu sempre crescente nos
últimos anos, proveniente principalmente dos Estados Unidos. 

O valor total dessas remessas no ano em questão, de 574 bilhões de dólares, é três vezes maior e
as ajudas oficiais ao desenvolvimento registradas pelo Banco Mundial e constitui  fonte de
recursos mais estável que outros tipos de fluxo de capital externo, como investimentos privados
e programas de ajuda. 
As evidências de impactos dessas remessas sobre as economias mais desenvolvidas, de onde sai
a maior parte desse fluxo são escassas e, de modo geral, sugerem impactos pouco expressivos
no crescimento econômico, seja positivamente, seja negativamente.

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