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ESCOLA ______________________________________________________________________________

ALUNO (A) _________________________________________________________ SÉRIE/TURMA ________


ATIVIDADE AVALIATIVA (Prova A)
PROJETO DE VIDA/PÓS MÉDIO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o TEMA AS DIFICULDADES DO
ACOLHIMENTO DE REFUGIADOS. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista

TEXTO I Refugiados pelo mundo: muito mais que a morte de uma criança síria

O mundo está em choque com a foto do pequeno garoto sírio Aylan Kurdi, de três anos, que foi encontrado morto no litoral
da Turquia. Ainda que a história seja realmente comovente, poucos lembraram nas manchetes que outras 11 pessoas
morreram graças ao mesmo barco. O caso de pessoas que precisam se refugiar é muito maior e mais complexo; essa foi
apenas mais uma história trágica entre milhares só neste ano.

Na verdade, o caso do menino é mais comum do que parece. A maior parte das pessoas que buscam refúgio hoje em dia,
assim como o pequeno Aylan, é proveniente da Síria. Além disso, no ano passado, 51% das pessoas que buscavam refúgio
tinham menos de 18 anos. Aylan é um retrato de uma estatística triste para o mundo e de uma realidade que é muito mais
comum do que a maior parte das pessoas imaginam, tanto na história, quanto atualmente.

Para quem foge

Atualmente, existem quase 20 milhões de pessoa sob refúgio no mundo, mas o que leva uma pessoa a se arriscar tentar
viver em outro país? Normalmente não se trata de uma escolha. A história nos mostra que muitas coisas podem acabar
fazendo com que pessoas precisem fugir de sua terra natal: perseguições políticas, religiosas e raciais, escassez de recursos
e conflitos são os maiores geradores de refugiados. E a luta pela sobrevivência tem uma dimensão muito grande para os
refugiados. Além de passar pelas etapas perigosas da fuga em si – que muitas vezes envolvem perseguições de grupos
armados, meios de transporte precários e ultrapassar fronteiras não simpatizantes da causa – e de encontrar um novo país
que os acolha, os refugiados precisam passar por uma série de preconceitos e dificuldades para sobreviver. Muitas vezes
são mal vistos pelos nativos de seu novo país, que acreditam que os estrangeiros fugiram de seus países para não enfrentar
a justiça por crimes que cometeram, ou mesmo que eles estão em seu país para disputar empregos e espaço na sociedade.

Para quem acolhe

Receber pessoas em fuga demanda compromisso do governo e da sociedade locais. Além de proteção, a assistência deve
envolver indicação de moradia, emprego e inserção social desses indivíduos. Também é preciso ter documentos de
identificação e regularização de direitos e deveres para esses refugiados. Some a isso a questão dos fatores culturais de
adaptação – envolvendo língua, religião, hábitos e crenças – e a missão de abrigar refugiados fica ainda mais complexa.
Com tantos fatores em jogo, o rearranjo social torna-se trabalhoso, exige adaptação, esforço coletivo e, acima de tudo,
receptividade da nação-abrigo – o que muitos países usam como justificativa para fechar suas fronteiras ao socorro
internacional. Como a estadia de refugiados é legalizada para durar enquanto eles não puderem voltar para seus países,
muitos deles podem passar o resto da vida no país novo, ter filhos e criar raízes – outro fator que afasta vários países da
lista de acolhedores.

E o Brasil?

A lei brasileira de refúgio criou o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), órgão responsável pela formulação de
políticas para refugiados no país, que envolvem desde definir a elegibilidade – quem pode ou não entrar – à integração
local.
De acordo com o CONARE, o Brasil possuía, até o fim de 2014, mais de 7 mil refugiados de 81 nacionalidades distintas,
principalmente de países como Síria, Colômbia, Angola e República Democrática do Congo. E os números não param de
aumentar. Dados mostram que o número total de pedidos de refúgio aumentou mais de 930% entre 2010 e 2013. Só em
2014, o Brasil recebeu mais de 8 mil pedidos de refúgio.
Se você está surpreso com a presença do Brasil entre os países que aceitam refugiados, vai ficar ainda mais surpreso com
o que esses refugiados relatam. Ao contrário do que nossa imagem internacional sugere, os casos de xenofobia no Brasil
são recorrentes. Muitos refugiados relatam que sofrem preconceito e enfrentam dificuldades às vezes bem próximas das
que viveram em seus países – como os que acabam tendo que morar em periferias ou favelas e convivem diariamente com
nossos índices de violência. Mesmo no Brasil, um país supostamente receptivo e miscigenado, os refugiados encontram
dificuldades.

E se acontecer no meu governo? Como lidar?

Para um governante, abrigar refugiados pode ser um problema dos grandes. Tanto pela dificuldade de realocar pessoas
desamparadas do ponto de vista estrutural e econômico, quanto pela dificuldade de inserir esses indivíduos no conjunto
social do país. Receber refugiados é um desafio para a política nacional e internacional. Entretanto, embora difícil, não é
um aspecto que pode ser ignorado politicamente – mesmo que desconsideremos o lado humano do cenário para pensar
apenas estrategicamente, deixar algo dessa magnitude de lado pode ser plantar para si mesmo grandes crises de gestão e
de imagem.
O melhor caminho, tendo em vista que refugiados sempre entrarão no país – legal ou ilegalmente -, é estabelecer uma
comunicação de agenda positiva com a população. Valorizar os benefícios que a vinda deles podem trazer para a sociedade
pode não apenas apaziguar tensões, como também capitalizar o lado humanitário de receber refugiados para a imagem de
um líder. Em vez de provocar uma crise, o governante será visto como agregador e, de quebra, ajudará milhares de pessoas
fugindo de guerras e violência. Fontes:http://www.unhcr.org.uk/about-us/key-facts-and-

TEXTO II

Na semana passada, a ONU organizou um encontro em Nova York para falar de dois temas que, embora não pareçam, estão
intimamente ligados: refugiados e urbanização sustentável. Há hoje no mundo todo um bilhão de pessoas vivendo em
favelas, tendência impulsionada justamente pela onda de refugiados que se instalam em condições precárias em cidades de
vários países. E não há solução que não seja global tanto para a crise dos refugiados quanto para o clima. Segundo dados
divulgados no encontro, esses migrantes vivem em média 17 anos em campos de refugiados. Ou seja, os locais que os
acolhem não são instalações temporárias, e sim permanentes. Se forem bem planejadas, poderão contribuir para que, em
vez de problema, o contingente de refugiados se torne um ativo.

Na visão da ONU, os refugiados devem ser cocriadores das cidades que habitam, totalmente integrados a elas. E as cidades
que fizerem isso estabelecerão uma relação de ganha-ganha baseada em diversidade e crescimento. Infelizmente, o que
prevalece hoje é uma abordagem fragmentada, anti-urbana e marcada pela negação da presença dessas pessoas. “A
migração é, na verdade, uma força urbana inerentemente positiva”, afirma Eliasson. “Mas precisamos de esforços
melhores, mais coerentes e coordenados para lidar com a questão”.Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/cidades-
sem-fronteiras/geograficas/um-bilhao-de-pessoas-vive-em-favelas-e-a-crise-dos-refugiados-so-acelera-o-problema-diz-a-
onu/> Acesso em 11 ago 2016. Adaptado

TEXTO III

A chanceler alemã Angela Merkel expressou nesta segunda-feira seu desejo de que os líderes europeus deem um “bom
passo” em direção a uma solução para a crise de refugiados, que inclui a redução dos fluxos de imigrantes irregulares em
todos os países e não só em alguns através de medidas unilaterais. Para ela, o plano de ação com a Turquia é a “chave”
para enfrentar a crise de refugiados porque significa melhorar as condições de vida das pessoas mais perto de seus países
de origem e reduzir o fluxo de chegadas na Europa. Antes defensora de uma política para acolher os refugiados, Merkel
está adequando seu discurso diante das muitas dificuldades que a Europa e a própria Alemanha estão
enfrentando.Disponível em: <http://veja.abril.com.br/mundo/merkel-agora-defende-reducao-de-refugiados-em-todos-os-
paises-da-ue/>. Acesso em 11 jul 2016. Adaptado

TEXTO IV

“Ter um time de refugiados me fez ver que tem lugar no mundo para nós. Isso representa tudo”, diz, em um português
simples. Mariama Bah assistiu às lutas nesta quarta-feira (10/08) ao lado de dezenas de refugiados na sede da Cáritas, braço
humanitário da Igreja Católica, no bairro do Maracanã.[…] Para ela, a Olimpíada ajuda a dar visibilidade aos refugiados.
“Somos jovens com sonhos. Não temos só histórias tristes, temos vitórias”, diz. Uma delas, para Mariama, é conseguir
trazer a filha para o Brasil. A menina, hoje com 12 anos, mora em Gâmbia com as tias e deve chegar em setembro para ficar
com a mãe. “Meu coração sempre ficou dividido, com ela lá e eu aqui. Não quero que ela passe pelo que eu passei. Aqui
ela vai poder estudar”, afirma.Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/sociedade/tem-lugar-no-mundo-para-nos-
diz-refugiada-sobre-a-rio-2016>. Acesso em 11 jul 2016. Adaptado
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ALUNO (A) _________________________________________________________ SÉRIE/TURMA ________
ATIVIDADE AVALIATIVA - PROJETO DE VIDA/PÓS MÉDIO (Prova B)

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A questão dos refugiados no
mundo contemporâneo, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1
O número de pessoas forçadas a deixar suas casas devido a guerras ou perseguição superou a marca de 50 milhões em
2013 pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, informou a agência de refugiados da ONU. O número, de 51,2
milhões, é seis vezes maior que o registrado no ano anterior, e foi inflado pelos conflitos na Síria, no Sudão do Sul e na
República Centro-Africana, segundo o relatório da UNHCR.
O alto-comissário da ONU para refugiados, António Guterres, disse à BBC que o aumento é um “desafio dramático” para
organizações que prestam ajuda humanitária. “Os conflitos estão se multiplicando, mais e mais”, disse Guterres. “E, ao
mesmo tempo, conflitos antigos parecem nunca terminar”.
[…] A ONU está preocupada que a tarefa de assistir refugiados esteja, cada vez mais, sob responsabilidade de países com
poucos recursos. Países em desenvolvimento abrigam 86% dos refugiados em todo o mundo, com países ricos atendendo
apenas 14%. E, apesar de temores na Europa sobre o crescente número de pedidos de asilo e imigração, esta diferença está
crescendo. Há 10 anos, países ricos recebiam 30% dos refugiados e países em desenvolvimento abrigavam 70% deles.
Para Guterres, a Europa pode e deve fazer mais. “Eu acho que é muito importante que a Europa assuma suas
responsabilidades”, disse. “Eu também acho que está claro que temos bons exemplos na Europa, como a Suécia e a
Alemanha, que têm tomado medidas generosas… mas precisamos de uma expressão conjunta da solidariedade europeia”.
Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140619_refugiados_entrevista_hb

Texto 2
De acordo com a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas), refugiados, geralmente, se deslocam a centros urbanos e
encontram moradia em vizinhanças pobres e lotadas, onde o governo já luta por fornecer serviços básicos. Nesses casos, o
acesso à moradia adequada permanece um desafio devido aos elevados aluguéis e requisitos de documentação. Muitos
obtêm emprego na economia informal, competindo com pessoas locais por trabalhos perigosos e mal pagos. Outros ainda
permanecem na ilegalidade e procuram a invisibilidade com medo de arresto, detenção ou de ser deportados, ficando
expostos ao assédio, exploração e tráfico humano de pessoas.
Os impactos mais significativos da presença de pessoas refugiadas são geralmente sentidos a nível local, no acolhimento
pelas próprias comunidades. Refugiados podem enfrentar discriminação e marginalização pela população local. A falta de
informação e desconhecimento do tema pela sociedade tende a resultar na má interpretação do significado da palavra
refugiado, que aparece em sua identificação oficial, e muitas vezes são confundidos com foragidos ou fugitivos da justiça,
dificultando ainda mais a sua integração social e laboral. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=18539

Texto 3
O presidente Donald Trump decretou nesta sexta-feira o fechamento temporário das fronteiras dos Estados Unidos aos
imigrantes de sete países de maioria muçulmana e a refugiados de todo o mundo. A decisão, anunciada no Pentágono,
ocorre dois dias depois de o novo presidente ordenar a construção de um muro na fronteira com o México para frear a
entrada de imigrantes latino-americanos indocumentados. Ambas as medidas cumprem promessas eleitorais de Trump.
O decreto estabelece uma proibição por tempo indeterminado da entrada de refugiados vindos da Síria. A guerra civil nesse
país já deixou quase cinco milhões de refugiados, dos quais os EUA acolheram apenas 12.000, segundo os últimos dados
disponíveis. O decreto também proíbe, durante 90 dias, a entrada de cidadãos de diversos países. O texto não os especifica,
mas se remete a outra medida aplicável a indivíduos da Síria, Irã, Sudão, Líbia, Somália, Iêmen e Iraque. O veto poderia ser
por tempo indeterminado para países que não entregarem informações migratórias solicitadas pelos EUA, o que pode
afetar especialmente o Irã, dada a ausência de relações diplomáticas com Washington. Numa entrevista ao canal Christian
Broadcasting Network, Trump disse que dará prioridade na solicitação de refúgio a cristãos sírios. A preferência aos cristãos
e a exclusão dos muçulmanos poderia ser interpretada como uma medida discriminatória contrária aos valores
constitucionais dos EUA, segundo organizações de direitos civis como a ACLU. O decreto só se refere a minorias religiosas,
sem especificar a confissão.
A proibição da imigração de países muçulmanos durará três meses, e o veto aos refugiados de outros países exceto a Síria
vigorará por quatro meses. A restrição, que tem efeito imediato, não afeta os vistos diplomáticos e será aplicada
paralelamente a uma revisão completa dos programas migratórios norte-americanos. O decreto reduz a 50.000 o número
máximo de refugiados a serem aceitos neste ano fiscal, quase a metade da cifra válida para o ano passado.

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