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Palavras-chave:
Educação para refugiados. Dificuldades de aprendizagem. Inclusão em Educação.
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REVISTA DO CFCH• UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ISSN 2177-9325 • www.revista.cfch.ufrj.br
Edição Especial SIAC 2017
[...] quando a criança vai e começa a estudar... e isso aí... ele começa
com várias dificuldades, já da língua, de localização, língua e das
pessoas, dos amigo novo. E essa vida nova que ele enfrenta não é nada
fácil, é difícil. Aceitação com os outros e dele mesmo, né? Porque as
culturas,já é diferente [...] (YOLA, 2016).
A professora tava dando as notas deles e ela tinha as nota boa e ela
fez muitas nota boa e os outros aluno falou: “Ah não, professora! Não
pode! Como assim?! Ela não pode passar a gente! Ela não fala
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português e ela não entende, ela não fala direitinho, como é que ela
conseguiu?” (YOLA, 2016).
Importante ressaltar que estas barreiras linguísticas e de interação não podem ser
naturalizadas por parte da escola, que deve sempre inclinar-se de modo a superá-las.
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Além do estudante que adentra a escola nas séries iniciais, os estudantes que
passam do ensino fundamental e vão para o ensino médio possuem a dificuldade de
transferência entre escolas, visto que seu único documento é um protocolo de refugiado
com numero de série. Segundo Sendra (2016) A instituição escolar, por não
compreender o que é um refugiado acaba dificultando a sua transferência entre
estudantes que vão do ensino fundamental para o ensino médio e precisam mudar de
escolas municipais para estaduais.
Segundo Sendra (2016) outro fator ainda mais alarmante são os trabalhos que
alguns professores da instituição escolar passam aos seus estudantes para que eles façam
em casa, em seus computadores.
No Plano Nacional de Educação de 1996, na Lei de Diretrizes e Bases para a
Educação de 2014 e no Plano Municipal de Educação de Duque de Caxias (2015)
nenhuma citação direta ou indireta foi encontrada sobre educação para refugiados. A
Lei 10.639, que aborda a obrigatoriedade do ensino da cultura africana em sala de aula,
dando ao professor a possibilidade de integrar a cultura da criança refugiada congolesa
de forma plena, podendo até permitir que a mesma fale sobre sua história e seu país.
Apesar disto, segundo SENDRA (2016) a cultura africana acaba trabalhada de forma
rasa e engessada em Duque de Caxias.
Considerações
Como apontamentos para futuras pesquisas pontuamos a necessidade de
entrevistarmos os profissionais da instituição escolar, principalmente os professores,
com o intuito de percebemos as dificuldades enfrentadas diariamente pela instituição
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escolar e quais alternativas a escola vem utilizando para trabalhar com esse estudante
são passos imprescindíveis para o avanço deste trabalho.
Estes aprofundamentos fazem-se necessários com urgência, pois os estudantes
refugiados não estão em um tempo histórico distante, eles estão em salas de aula
brasileira em 2017. Sua permanência e desenvolvimento tornam-se profundamente
prejudicados caso sua invisibilidade não seja percebida, discutida e corrigida.
Referências
BRASIL. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
26 jun. 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato20112014/
2014/Lei/L13005.htm> Acesso em: 09 dez. 2017.