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Espanhol - Abordagens de

ensino de língua estrangeira e


competências e habilidades da BNCC
Profª Cris Sousil
Objetivos
1. Acolher os professores e refletir sobre suas trajetórias pessoais como estudantes de línguas e como
profissionais da educação.
2. Conscientizar sobre a importância do ensino do espanhol na vida de nossos alunos e a importância do
papel do professor como motivador e guia no aprendizado
3. Relembrar rapidamente as abordagens de ensino de língua estrangeira e refletir como influenciam na
nossa metodologia de ensino atual
4. Ressaltar a importância de dinâmicas de grupos para um aprendizado ativo, divertido e eficiente (filtro
afetivo)
5. Remarcar a importância da aplicação das habilidades da BNCC como norteador de nossas metodologias
em sala de aula.
6. Aplicar as habilidades em planos de aulas e atividades em sala de aula.
Sensibilização
Sensibilização
Sensibilização - nós como aprendizes e formadores
1. Apresentação da formadora
2. Apresentação dos professores:
a. Nome do professor
b. Escola e turmas para quais ensina
c. Como aprendeu espanhol?
d. Como se tornou professor? Há quanto tempo leciona?
e. O que mais gosta e o que menos gosta do dia a dia como professor de línguas?
3. Reflexões:
a. Por que o espanhol é importante para nossos alunos?
b. Como fazer para que o aprendizado do espanhol seja efetivo? (Intuição/ teoria /
fundamentação?)
5 motivos para aprender espanhol
1. Língua mundial. O espanhol é umas das mais importantes línguas mundiais da atualidade. É a segunda língua nativa
mais falada do mundo. Mais de 500 milhões de pessoas falam espanhol como primeira língua.

2. Língua oficial de muitos países. O espanhol é a língua oficial de 21 países.

3. Importância internacional. O espanhol é, depois do inglês, a segunda língua mundial como veículo de comunicação
internacional, especialmente no comércio, e a terceira língua internacional de política, diplomacia, economia e cultura,
depois do inglês e do francês.

4. Muito popular como segunda língua. Aproximadamente 100 milhões de pessoas falam espanhol como segunda
língua. Nos Estados Unidos e Canadá, o espanhol é a língua estrangeira mais popular e portanto a mais ensinada nas
universidades e nas escolas primárias e secundárias.

5. Língua dos nossos vizinhos. Todos os países que fazem fronteira com o Brasil têm o espanhol como língua oficial,
com a exceção apenas da Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Isso é importante não somente do ponto de vista
econômico e comercial (e.g., Mercosul) como também cultural e até social, já que compartilhamos culturas muito similares.
Afinal de contas, somos todos latinos, íbero-americanos e produtos de culturas cuja concepção de mundo difere em muito
pouco. (Adaptado de https://espanholdeverdade.com.br/)
Instrumentalização
1. Abordagens/ Métodos de ensino de línguas estrangeiras
2. As 4 habilidades e as competências linguísticas
3. O que é BNCC?
4. Quais são as dez competências gerais segundo a BNCC?
4.1 Diferença entre competências e habilidades
4.2 Competências - como aplicar?

5. As habilidades segundo a BNCC.


1. Abordagens/ Métodos de ensino de línguas estrangeiras

O aprendizado de uma língua estrangeira* é orientado por diferentes abordagens*/métodos* ligadas a teorias de
aquisição de linguagem de uma segunda língua* (e/ou aprendizado de línguas estrangeiras).

Repassaremos a seguir, de modo breve, as características principais dessas abordagens a fim de que possamos
refletir sobre a forma como ensinamos nossos estudantes no dia de hoje, sobre quais foram as influências
prévias, sobre qual é a abordagem mais interessante dentro da realidade atual e sobre como influenciou na
criação das competências e habilidades da BNCC.

As abordagens que veremos são as seguintes:


1.1 A abordagem da gramática e tradução
1.2 A abordagem direta
1.3 A abordagem para a leitura
1.4 A abordagem audiolingual (drills)
1.5 A abordagem Comunicativa
1.6 O pós-método

*No final do material, poderá ser encontrada uma explicação das terminologias destacadas.
1.1 A abordagem da gramática e tradução

A abordagem da gramática e tradução surgiu no século XIX


como uma resposta à necessidade de aprender línguas
estrangeiras para fins acadêmicos e profissionais, e foi
influenciada pela tradição humanística da educação clássica que
valorizava o estudo da gramática. Essa abordagem enfatizava
a tradução de textos literários e científicos, bem como a
memorização de regras gramaticais.

Basicamente, consiste no ensino da segunda língua pela


primeira. Toda a informação necessária para construir uma
frase, entender um texto ou apreciar um autor é dada
através de explicações na língua materna do aluno.
1.1 A abordagem da gramática e tradução

Principais características:

1. Foco na gramática: O conhecimento das regras gramaticais é essencial para a compreensão e produção
adequada da língua.
2. Tradução: Tradução de frases e textos da língua estrangeira para a língua nativa do aluno e vice-versa. Essa
prática é considerada importante para o desenvolvimento da compreensão e produção de linguagem.
3. Vocabulário: Os alunos aprendem palavras e frases novas, muitas vezes por meio de listas e exercícios de
memorização.
4. Ênfase na leitura e escrita: Os alunos são incentivados a ler textos autênticos e a escrever em língua
estrangeira.
5. Abordagem estrutural: A língua é uma série de regras e estruturas que devem ser aprendidas e
memorizadas.
6. Aprendizagem passiva: Os alunos aprendem de forma passiva, ou seja, por meio de atividades como leitura,
tradução e memorização. A fala e a audição são muitas vezes deixadas de lado, o que pode levar a
dificuldades na comunicação oral.
7. Avaliação baseada em correção gramatical: Os alunos são avaliados com base em sua capacidade de
aplicar as regras gramaticais corretamente em sua produção escrita.
1.1 A abordagem da gramática e tradução

Perguntas aos professores:

1. Segundo sua opinião, essa abordagem ainda é


usada nos dias de hoje?
2. Você já usou essa abordagem? Segundo sua
experiência e visão, essa abordagem é eficaz? Por
quê?
3. Quais as vantagens e desvantagens dessa
abordagem?
1.1 A abordagem da gramática e tradução

Vantagens e desvantagens dessa abordagem segundo estudiosos

As principais vantagens da abordagem da gramática e tradução no


aprendizado de língua estrangeira são a aquisição de um conhecimento
sólido das regras gramaticais, a melhora na capacidade de tradução e a
familiaridade com a linguagem escrita. As principais desvantagens são a
falta de ênfase na comunicação oral, o aprendizado passivo e a falta de
exposição à língua falada autêntica, o que pode levar à dificuldade na
comunicação oral e na compreensão auditiva.
1.2 A abordagem direta
A abordagem direta surgiu como uma reação contra a abordagem da gramática
e tradução. Essa abordagem buscava ensinar a língua estrangeira de forma
mais natural, enfatizando a comunicação oral e a exposição à língua falada
autêntica, através de atividades como diálogos, dramatizações e jogos. A L2 se
aprende através da L2. Não se deve usar, jamais, a língua materna na sala de
aula. A transmissão do significado ocorre através de gestos e gravuras. O aluno
aprende a “pensar na língua alvo”.
1.2 A abordagem direta
Principais características:

1. Uso exclusivo da língua-alvo: Exige que o professor use apenas a língua-alvo em sala de aula, sem recorrer à língua
nativa dos alunos. Podendo fazer uso de gravuras e gestos.
2. Aprendizado através de exemplos: Enfatiza o uso de exemplos e situações da vida real para ajudar os alunos a
entender e aprender a língua-alvo. Diálogos situacionais (no banco, no restaurante, no aeroporto, etc).
3. Ênfase na compreensão oral: Grande ênfase na compreensão auditiva e na comunicação oral, encorajando os alunos
a falar e escutar a língua-alvo desde o início. Mas também se trabalha a escrita e a leitura. A integração das 4
habilidades (ouvir, falar, ler e escrever) é usado pela primeira vez no ensino de línguas.
4. Gramática em contexto: Ensina a gramática em contexto, ou seja, as regras gramaticais são apresentadas em
situações práticas e reais, em vez de serem ensinadas isoladamente. A gramática é ensinada indutivamente. Primeiro os
“fatos” e, mais tarde, a sistematização.
5. Enfoque na comunicação: O objetivo principal é ensinar os alunos a comunicar-se efetivamente na língua-alvo.
6. Foco no ensino do vocabulário: O método direto enfatiza o ensino do vocabulário em contextos significativos e
naturais, por meio de atividades como diálogos, jogos e situações simuladas.
7. Aprendizagem ativa: O método direto incentiva os alunos a se envolverem ativamente no processo de aprendizagem,
através de atividades orais, escritas e de escuta, e de interações em grupo.
8. Imersão na língua-alvo: O método direto encoraja a imersão total na língua-alvo, através do uso constante da
língua-alvo em sala de aula e de atividades extraclasse, como leituras e atividades culturais.
1.2 A abordagem direta
Perguntas aos professores:

1. Segundo sua opinião, essa abordagem ainda é


usada nos dias de hoje?
2. Você já usou essa abordagem? Segundo sua
experiência e visão, essa abordagem é eficaz? Por
quê?
3. Quais as vantagens e desvantagens dessa
abordagem?
1.2 A abordagem direta
Vantagens e desvantagens dessa abordagem segundo estudiosos

Vantagens do método direto:

● Ênfase na comunicação oral e na compreensão auditiva


● Aprendizado contextualizado da gramática e do vocabulário
● Imersão total na língua-alvo, favorecendo o desenvolvimento da fluência
● Estímulo à participação ativa do aluno no processo de aprendizagem
● Foco na comunicação real e na interação em grupo

Desvantagens do método direto:

● Pode ser difícil para alunos iniciantes que ainda não têm conhecimento prévio da língua-alvo
● Pode negligenciar a escrita e a leitura
● Pode ser pouco adequado para alunos que precisam aprender a língua-alvo para fins específicos, como
negócios ou estudos acadêmicos
● Dependendo da habilidade do professor, pode haver pouca clareza nas explicações gramaticais
● Pode não levar em conta as diferenças individuais de aprendizagem dos alunos.
1.3 A abordagem para a leitura
Surgiu na década de 1920, nos Estados Unidos, como uma alternativa ao método
de gramática-tradução. O objetivo era ensinar aos alunos a ler em língua
estrangeira, a partir do uso de textos autênticos e interessantes, que fossem
relevantes para a vida dos alunos. O método de leitura foi amplamente
empregado nas escolas de idiomas e faculdades, com um enfoque no
desenvolvimento de habilidades de leitura, como a identificação do tema, a
compreensão de vocabulário e a interpretação de ideias. O método de leitura
ajudou a revolucionar o ensino de línguas estrangeiras, permitindo uma
abordagem mais prática e comunicativa no aprendizado de idiomas.
1.3 A abordagem para a leitura
Características principais:

1. Enfoque na habilidade de leitura em língua estrangeira;


2. Uso de textos autênticos e relevantes para a vida dos alunos como principal meio de ensino;
3. Ênfase no desenvolvimento de habilidades de compreensão e interpretação de texto;
4. Abordagem comunicativa, que enfatiza a interação entre os alunos e a comunicação na língua
estrangeira;
5. Desenvolvimento da habilidade de leitura crítica, que envolve a análise e avaliação de textos;
6. Integração de outras habilidades, como a escrita e a fala, no processo de ensino-aprendizagem;
7. Incentivo à motivação e ao engajamento dos alunos, por meio do uso de textos interessantes e
relevantes;
8. Foco no desenvolvimento da competência linguística e cultural dos alunos, por meio do uso de
textos que reflitam aspectos culturais e sociais do idioma-alvo.
1.3 A abordagem para a leitura
Perguntas aos professores:

1. Segundo sua opinião, essa abordagem ainda é


usada nos dias de hoje?
2. Você já usou essa abordagem? Segundo sua
experiência e visão, essa abordagem é eficaz? Por
quê?
3. Quais as vantagens e desvantagens dessa
abordagem?
1.3 A abordagem para a leitura
Desvantagens:
1. Possível negligência de outras habilidades linguísticas, como a escrita e a fala.
2. Limitação do enfoque apenas na habilidade de leitura, o que pode deixar de
lado outras competências importantes, como a interação social e a produção de
textos orais e escritos;
3. Necessidade de materiais de leitura autênticos e interessantes, o que pode ser
difícil de encontrar ou elaborar para alguns idiomas ou níveis de proficiência;
4. Necessidade de preparação adequada dos professores, que devem ser capazes de
selecionar e elaborar materiais de leitura adequados, além de orientar e corrigir os
alunos de forma eficaz.
1.4 A abordagem audiolingual
A abordagem audiolingual surgiu nas décadas de 1940 e 1950 como uma resposta ao
método direto e enfatiza o desenvolvimento de habilidades orais por meio da imitação
e repetição de padrões linguísticos. Essa abordagem tem como objetivo principal a
aquisição natural de habilidades orais e a memorização de padrões linguísticos,
utilizando-se de diálogos e situações comunicativas simuladas para a prática da língua. O
ensino da gramática é indutivo e os exercícios são baseados em repetições controladas
e memorização de frases fixas. A abordagem audiolingual foi amplamente utilizada em
cursos de língua estrangeira até o final da década de 1960.

● Seu surgimento está vinculado à Segunda Guerra Mundial quando o exército americano
precisou de falantes fluentes em várias línguas estrangeiras. Como não foi possível
encontrá-los, foi necessário uma formação com resultados efetivos e, sobretudo, urgentes.
1.4 A abordagem audiolingual
Principais características:

1. Ênfase na aquisição de habilidades orais, como a compreensão auditiva e a produção oral (língua é fala, não escrita);
2. Uso de diálogos e situações comunicativas simuladas para a prática da língua;
3. Memorização de padrões linguísticos e frases fixas (língua vista como um hábito condicionado adquirido através de um
processo mecânico de estímulo e resposta - behaviorismo de Skinner);
4. Ensino indutivo da gramática, com foco na prática e uso de estruturas linguísticas;
5. Uso de repetição controlada e exercícios estruturais para a prática da língua;
6. Ênfase na pronúncia correta e na correção imediata de erros. As respostas certas deveriam ser reforçadas pelo
professor;
7. Pouca ou nenhuma explicação em língua materna, com o objetivo de criar um ambiente de imersão;
8. Foco no desenvolvimento da competência linguística e na comunicação efetiva, em detrimento do conhecimento sobre a
cultura do idioma-alvo (ensine a língua, não sobre a língua)

Na abordagem audiolingual, os laboratórios de idiomas e drills (exercícios repetitivos) são recursos importantes para o
desenvolvimento das habilidades orais dos alunos. Os laboratórios de idiomas consistem em salas equipadas com fones de
ouvido e gravadores, nos quais os alunos podem ouvir e repetir diálogos e frases gravadas. Os drills, por sua vez, são
exercícios estruturais que visam desenvolver a capacidade dos alunos de produzir as estruturas linguísticas ensinadas na
abordagem. Esses recursos são utilizados para que os alunos possam praticar a língua de forma controlada.
1.4 A abordagem audiolingual
Perguntas aos professores:

1. Segundo sua opinião, essa abordagem ainda é


usada nos dias de hoje?
2. Você já usou essa abordagem? Segundo sua
experiência e visão, essa abordagem é eficaz? Por
quê?
3. Quais as vantagens e desvantagens dessa
abordagem?
1.4 A abordagem audiolingual
Desvantagens:
1. Detrimento das habilidades de leitura e escrita. Isso pode limitar a capacidade
do aluno de compreender textos escritos e produzir textos em inglês.
2. Falta de atenção para a compreensão: Repetição de frases e pouca atenção à
compreensão do significado. Isso pode levar a uma falta de compreensão real
do que está sendo dito, tornando a comunicação em situações reais mais
difícil.
3. Limitação a padrões linguísticos fixos: Limita a capacidade do aluno de adaptar a
língua a novas situações e contextos.
4. Pouca ênfase na cultura: Limita a compreensão do aluno sobre a língua e cultura.
5. Falta de criatividade e originalidade na comunicação.
1.5 A abordagem comunicativa
A abordagem comunicativa surgiu na década de 1970 como uma reação contra o
ensino tradicional. Coloca a comunicação como objetivo principal do ensino de línguas,
e enfatiza a prática da língua em situações reais e autênticas. Ela surgiu como uma
resposta à necessidade de preparar os alunos para situações comunicativas reais, em
que a língua é usada para interagir e negociar significado.
Seus principais teóricos são Dell Hymes, Michael Canale, Merrill Swain, Wilga Rivers,
Stephen Krashen e Jack C. Richards. Eles contribuíram para o desenvolvimento dessa
abordagem por meio de pesquisas e teorias sobre a competência comunicativa,
interação e negociação de significado, aquisição de línguas, modelo de ensino centrado
no aluno, etc.
1.5 A abordagem comunicativa
Imput compreensível e filtro afetivo

Stephen Krashen argumenta que a aquisição de uma língua se dá através de uma combinação de fatores,
incluindo o input compreensível e o filtro afetivo. Segundo ele, os alunos adquirem a língua estrangeira
quando são expostos a input compreensível e em situações em que precisam compreender e se comunicar
com outras pessoas.

O filtro afetivo é um conceito que Krashen usa para descrever a influência das emoções e atitudes do aluno
no processo de aprendizagem. Segundo Krashen, quando os alunos estão ansiosos, estressados ou com
baixa autoestima, seu filtro afetivo é alto, o que significa que eles são menos capazes de processar e
reter informações. Por outro lado, quando se sentem seguros, confiantes e motivados, o filtro afetivo é
baixo, o que facilita a aquisição de línguas. Krashen argumenta que os professores devem criar um
ambiente de aprendizagem positivo e encorajador para ajudar os alunos a reduzir seu filtro afetivo e
maximizar sua capacidade de aprender.
1.5 A abordagem comunicativa
Principais características:

1.Enfoque na comunicação e interação em situações reais de uso da língua;


2. Uso de tarefas e atividades autênticas e contextualizadas;
3. Ênfase na aprendizagem significativa e no uso da língua para expressar ideias, opiniões e
necessidades;
4. Valorização da competência comunicativa do aluno, incluindo o desenvolvimento de habilidades
linguísticas, sociolinguísticas, pragmáticas e estratégicas;
5. Abordagem integrada e interdisciplinar, combinando aspectos linguísticos, culturais e sociais da
língua;
6. Uso de materiais e recursos autênticos, como textos, áudios e vídeos, que reflitam a diversidade
cultural e linguística do mundo;
7. Papel ativo do aluno na construção do conhecimento, através da colaboração, reflexão e feedback;
8. Foco no processo de aprendizagem, em vez do produto final, e na adaptação às necessidades e
interesses dos alunos.
1.5 A abordagem comunicativa
Perguntas aos professores:

1. Segundo sua opinião, essa abordagem ainda é


usada nos dias de hoje?
2. Você já usou essa abordagem? Segundo sua
experiência e visão, essa abordagem é eficaz? Por
quê?
3. Quais as vantagens e desvantagens dessa
abordagem?
1.5 A abordagem comunicativa
Desvantagens:

1. Pode haver um excesso de ênfase na comunicação e uma negligência em relação à gramática e ao


vocabulário, o que pode prejudicar a precisão e a clareza da linguagem dos alunos.
2. A abordagem pode ser muito dependente da motivação e do engajamento dos alunos, o que pode ser um
desafio em turmas heterogêneas ou com alunos menos motivados.
3. O uso excessivo de atividades em grupo pode resultar em uma distribuição desigual de oportunidades de fala
e interação, especialmente em turmas grandes.
4. Pode ser difícil avaliar objetivamente a proficiência dos alunos na abordagem comunicativa, já que o
foco é mais na comunicação do que na produção linguística precisa e complexa.
5. A abordagem pode exigir um planejamento cuidadoso e uma preparação mais extensa por parte do
professor, que deve estar apto a desenvolver atividades autênticas e significativas para seus alunos.
1.6 Pós-método
O "pós-método" é uma abordagem no ensino de línguas que questiona
a eficácia e a relevância dos métodos tradicionais e procura integrar
diferentes teorias e práticas pedagógicas para criar um ensino mais
personalizado e adaptado às necessidades dos alunos. Ao contrário
dos métodos anteriores, que buscavam aplicar uma teoria geral da
aprendizagem, a abordagem pós-método reconhece a complexidade e
a individualidade do processo de aprendizagem de cada aluno e
propõe que o professor tenha mais autonomia e criatividade na escolha
e adaptação de suas estratégias de ensino. Isso significa que não há
um método único ou uma abordagem teórica dominante, mas sim uma
busca por uma prática educacional mais flexível, reflexiva e aberta à
experimentação.
2. As 4 habilidades e as competências linguísticas
As quatro habilidades linguísticas (ou competências linguísticas) são:

1. Compreensão oral (Listening): habilidade de entender e compreender a língua falada.


2. Expressão oral (Speaking): habilidade de se comunicar em situações diversas utilizando a língua falada.
3. Compreensão escrita (Reading): habilidade de entender e compreender a língua escrita.
4. Expressão escrita (Writing): habilidade de se comunicar por meio da escrita em situações diversas.

A ideia das quatro habilidades linguísticas surgiu a partir da década de 1930, quando as línguas estrangeiras passaram a ser
ensinadas de maneira sistemática e científica. A abordagem mais tradicional era focada na leitura e na gramática, mas à medida
que o ensino de línguas evoluiu, passou a se reconhecer a importância de desenvolver habilidades comunicativas.

As competências linguísticas surgiram como uma extensão das quatro habilidades linguísticas (compreensão auditiva, expressão
oral, compreensão de leitura e expressão escrita) e são entendidas como um conjunto de conhecimentos, habilidades e estratégias
que uma pessoa precisa dominar para se comunicar efetivamente em uma língua estrangeira. As competências linguísticas são:

1. Competência gramatical: conhecimento das regras e padrões gramaticais da língua.


2. Competência lexical: conhecimento do vocabulário da língua, incluindo o uso adequado de palavras e expressões.
3. Competência discursiva: habilidade de utilizar a língua de forma adequada em diferentes contextos comunicativos e de
produzir textos coerentes e coesos.
4. Competência sociolinguística: conhecimento das convenções e normas sociais da língua, incluindo variações regionais,
dialetais e sociais.
5. Competência estratégica: habilidade de utilizar estratégias de comunicação para compensar falhas na compreensão ou
expressão em situações de comunicação.
3. O que é a BNCC?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que determina o conjunto de aprendizagens
essenciais que todos os alunos brasileiros têm o direito de desenvolver a cada ano e etapa da Educação Básica.

A discussão a respeito da necessidade de estabelecer conteúdos mínimos para o ensino é antiga. Isso
estava previsto em alguns marcos legais, como a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de
1996. Sancionado em 2014, o Plano Nacional de Educação (PNE) também indica a BNCC como uma das
estratégias para se atingir as metas de qualidade para a Educação no período 2014-2024.

Em 2015, começou a construção do documento, que teve o texto referente às etapas de Educação Infantil e
Ensino Fundamental homologado em dezembro de 2017. No fim do ano seguinte, foi a vez da BNCC do Ensino
Médio. Como diretriz nacional, a BNCC é obrigatória.

Vale ressaltar que a BNCC não é um currículo. Como o próprio nome diz, base é o que sustenta. A BNCC é,
portanto, o ponto de partida para a construção de um currículo, ao organizar e articular as habilidades a serem
construídas da Educação Infantil ao Ensino Médio. Seu foco está em “o que ensinar”, em “que aprendizagens
oportunizar”. A parte do “como ensinar” (como promover aprendizagens essenciais), que também compõe um
currículo, não entra no documento. Isso fica a cargo de redes, gestores escolares e professores. Pode-se dizer
que os currículos são o caminho para conquistar os objetivos que a BNCC exige.
3. O que é a BNCC?
A Base também não deve ser confundida com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica
(DCNs) ou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Esses documentos foram referências para sua
construção. Como a Base, as DCNs têm força de lei, ou seja, são obrigatórias. Mas elas são genéricas. As
diretrizes definem, por exemplo, as áreas de conhecimento que devem integrar um currículo, mas não chegam a
tratar do que deveria ser aprendido em cada uma delas.

Os PCNs, por sua vez, não são obrigatórios, o que significa que a escola define se quer ou não utilizar aquelas
sugestões. Estes servem mais como uma referência pedagógica, pois tratam de concepção, metodologia e
sugestões didáticas, por exemplo. Outra diferença é que os objetivos de aprendizagem sugeridos nos parâmetros
são por ciclos e não por ano, como a BNCC, que é, portanto, mais específica e com detalhamentos que os outros
documentos não têm.
4. BNCC - Competências gerais

As dez competências gerais da BNCC


A BNCC foi elaborada considerando como pilares dez competências gerais que vão nortear o trabalho das
escolas em todos os anos e componentes curriculares da Educação Básica. Elas constituem o propósito final de
tudo que os estudantes irão vivenciar, aprender e desenvolver da Educação Infantil até o Ensino Médio. São
direitos essenciais.

Vale lembrar que o documento considera competência como sendo a “mobilização de conhecimentos (conceitos
e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2018,
p. 8).

Na prática, a BNCC aponta a necessidade de assegurar a aprendizagem dos alunos nos componentes
curriculares tradicionais, mas não só. Ela também indica que as escolas promovam o desenvolvimento
intelectual, social, físico, emocional e cultural, compreendidos como dimensões fundamentais para a
perspectiva de uma educação integral.
4.1 BNCC - Diferenças entre competências e habilidades
4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 1 - Conhecimento (Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social,
cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva).

Formação de um aluno ativo que

- compreende e reconhece o quê, o porquê (processo metacognitivo), a importância do que foi aprendido;
- reflete sobre como ocorreu a construção do conhecimento;
- conquista a autonomia para estudar e aprender em diversos momentos, inclusive fora da escola (capaz e
incentivado a buscar mais informações);
- colabora e compartilha o conhecimento,
- entende que o conhecimento adquirido poderá ser aplicado dentro e fora da escola - aplicar o conhecimento para
soluções de problemas diversos.

Não adianta só saber, é preciso aplicar. Valorizar a utilização prática do conhecimento.

Pode ocorrer por meio de elaboração de textos, cartazes, videos, propostas e apresentações

Propostas: Quadros En esta unidad vas a aprender… Autoevaluación… En esta unidad aprendiste…
Proposta de Atividades Práticas (Livro Palabras en interacción 9 - Unidad 5 - Agua y medio ambiente)
4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 2 - Pensamento científico, crítico e criativo - Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Formação de um aluno que:

- é capaz de testar, combinar, modificar e gerar ideias;


- criar formas novas de atingir objetivos e resolver problemas;
- correlacionar ideias;
- elaborar perguntas, planos de investigação para solucionar um problema e/ou desafio;
- criar soluções inovadoras;
- interpretar dados e informações de maneira precisa;
- explicar de acordo a evidências que sustentem suas argumentações;
- comparar, agrupar e sintetizar informações de diversas fontes.

Convite para que a investigação não seja conformista e que ocorra de maneira crítica e criativa.

Propostas Libro Palabras en interacción 8 - Unidad 4 - Los derechos de niños y adolescentes


(¿Los derechos son respetados? / Intercomunicación / A escribir
4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 3 - Repertório cultural - Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

Os aluno devem:

- conhecer, compreender, reconhecer as mais diversas manifestações artísticas e culturais;


- ser participativos, sendo capazes de se expressar através das artes;
- vivenciar sua identidade, comunidade e cultura e demostrar sentimento de pertencimento por meio de experiências
artísticas, explorando relações entre culturas, sociedades e artes;
- desenvolver a consciência multicultural. Demonstrar curiosidade, compreensão e respeito com diferentes culturas.
Compreender a importância de valorizar identidades, tradições, manifestações culturais;
- reconhecer os desafios e benefícios de se viver em sociedades culturalmente diversas.

Os professores devem estimular os alunos a se expressarem artisticamente e ajudá-los a entender que uma língua
estrangeira carrega e transmite cultura.

Propostas Libro Palabras en interacción ??


4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 4 - Comunicação - Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

Os aluno devem:

- conhecer, compreender, reconhecer as mais diversas manifestações artísticas e culturais;


- ser participativos, sendo capazes de se expressar através das artes;
- vivenciar sua identidade, comunidade e cultura e demostrar sentimento de pertencimento por meio de experiências
artísticas, explorando relações entre culturas, sociedades e artes;
- desenvolver a consciência multicultural. Demonstrar curiosidade, compreensão e respeito com diferentes culturas.
Compreender a importância de valorizar identidades, tradições, manifestações culturais;
- reconhecer os desafios e benefícios de se viver em sociedades culturalmente diversas.

Os professores devem estimular os alunos a se expressarem artisticamente e ajudá-los a entender que uma língua
estrangeira carrega e transmite cultura.

Propostas Libro Palabras en interacción 8 - Unidad 4 -


4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 5 - Cultura digital - Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Reconhece o papel fundamental da tecnologia e estabelece que o estudante deve dominar o universo digital.

O aluno deve :

- ser capaz de fazer uso qualificado e ético das diversas ferramentas existentes e compreender o impacto da
tecnologia na vida das pessoas e da sociedade;
- usar ferramentas multimídia e periféricos, os recursos tecnológicos para aprender e produzir; para desenhar,
desenvolver, publicar e apresentar produtos como páginas web (blog), animações a fim de mostrar o conhecimento
e resolver problemas.

Propostas Libro Palabras en interacción???


4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 6 - Trabalho e projeto de vida - Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

O aluno deve ser capaz:

- refletir sobre seus desejos e objetivos;


- aprender a se organizar, estabelecer metas, planejar e perseguir com determinação, esforço, autoconfiança projetos
presentes e futuros;
- compreender o mundo do trabalho e seu impacto na sociedade, assim como as novas tendências e novas
profissões.
- lidar com as frustrações;
- reconhecer as próprias aptidões e aspirações;
- refletir sobre percursos acadêmicos e projetos profissionais.

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4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 7 - Argumentação - Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e
o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros
e do planeta.

O aluno deve ser capaz:

- conseguir desenvolver opiniões e argumentos com coerência, objetividade;


- fazer deduções e conclusões pertinentes.
- identificar limitações na argumentação de seus interlocutores;
- desenvolver a consciência socioambiental.

Propostas de pesquisa e debate em grupo para apresentar e defender pontos de vistas e chegar a uma resolução final,
ponderando os argumentos alheios. Depois da atividade oral, pode-se explorar a produção textual.

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4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 8 - Autoconhecimento e autocuidado - Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar
com elas.

O aluno deve ser capaz:

- ter respeito por si mesmo;


- identificar seus pontos fortes e fragilidades;
- ter equilíbrio emocional para lidar com suas emoções; reconhecer emoções e sentimentos e influência alheias;
- desenvolver consciência com respeito aos cuidados com a saúde e desenvolvimento físico;

Discussões sobre hábitos e higiene, sobre emoções, etc.

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4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 9 - Empatia e cooperação - Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.

Aborda o desenvolvimento social do aluno. Propõe posturas e atitudes que devem ter em relação ao outro.

Ressalta a necessidade de compreender, de ser solidário, de dialogar para entender, construir, negociar e colaborar
com todos, respeitando as regras de convivência, a diversidade social, econômica, política e cultural

Acolhimento da perspectiva do outro.

Mediação de conflito - Identificar causas de conflitos e exercitar maneiras eficazes de resolvê-los em diversas
situações.

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4.2 BNCC - Competências gerais - Aplicação
Competência 10 - Responsabilidade e cidadania - Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e
solidários.

Desenvolver a consciência de que os estudantes podem ser agentes transformadores na construção de uma
sociedade mais democrática, justa, solidária e sustentável.

Incorporação de direitos e responsabilidades (além de seus interesses individuais e considerando o bem comum)

Tomada de decisões - consciência do impacto de suas decisões no grupo e na sociedade;

Reconhecer dilemas éticos antes de se posicionar;

Participação sicial e liderança - Realizar projetos escolares e comunitários. Assumir liderança.

Sentir interessa por lidar com desafios do mundo real.

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Exemplos da aplicação de habilidades
Bibliografia
https://sae.digital/base-nacional-comum-curricular-competencias/

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