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Metodologias de ensino de

línguas estrangeiras
Método da gramática e da tradução (tradicional)
Neste método, a capacidade de se comunicar oralmente na língua alvo não é um
objetivo de ensino, mas sim a leitura, que é justamente a habilidade a ser
desenvolvida além da escrita. A língua estrangeira não é usada em sala senão
como material de tradução, que é uma meta importante para o aluno, sendo
inclusive, questão principal na avaliação. Deve-se estar ciente das regras
gramaticais da língua alvo, memorizar vocabulário, conjugações verbais e outros
itens gramaticais. A maior parte da interação na sala de aula é do professor com
os alunos. Há pouca iniciativa partida do aluno e raramente ocorre interação
aluno – aluno.
Método da gramática e da tradução (tradicional)
As principais técnicas, de acordo com Larsen-Freeman (1986) são:
· Tradução de passagem literária da língua alvo para a materna;
· Teste de compreensão de leitura;
· Procura de sinônimos e antônimos;
· Identificação de cognatos;
· Aplicação dedutiva de regras;
· Exercícios de preencher espaços com palavras que faltam no texto;
· Memorização de palavras;
· Formação de frases com palavras recém aprendidas;
· Composição escrita através de um tópico dado pelo professor
Método direto
O método direto tem esse nome devido à forma de abordar a língua alvo
diretamente sem tradução para a língua nativa. As aulas são totalmente
ministradas na língua alvo desde o início, através de situações baseadas na vida
real. O conteúdo é introduzido pelo professor através de objetos também reais ou
de figuras, fotos, gestos, para que o aluno associe o significado da língua
estrangeira diretamente, sem tradução para a língua nativa. A iniciativa da
conversação parte tanto do professor quanto dos alunos, que também conversam
entre si. A gramática nunca é apresentada explicitamente, mas deve ser intuída
pelos alunos.
Método direto
Suas principais técnicas, segundo Larsen-Freeman (1986) são:
· Leitura em voz alta de passagens, peças ou diálogos;
· Exercício de pergunta e resposta conduzido na língua alvo;
· Prática de conversação sobre situações reais;
· Ditado de textos na língua alvo;
· Exercícios de completar espaços para avaliar intuição de regras ou vocabulário;
· Desenho induzido por ditado do professor ou dos colegas;
· Composição escrita de assuntos escolhidos em sala.
Método Audio-Lingual
Muitas são as semelhanças entre o método Audio-Lingual e o Método Direto. Embora sejam também
muitas as diferenças. Ele surgiu a partir das ideias geradas pela linguística descritiva e pela psicologia
behaviorista. Sua meta é tornar os alunos capazes de usar a língua alvo comunicativamente. Para isso,
eles devem aprendê-la automaticamente sem parar para pensar, formando novos hábitos na língua alvo e
superando os antigos hábitos de sua língua nativa. O conteúdo é sempre bastante estrutural, sendo
apresentado em diálogos iniciais. Esses diálogos são aprendidos com memorização, imitação e repetição.
A partir deles, são conduzidos exercícios para fixação dos conteúdos e vocabulário. Tais exercícios
incluem geralmente muita repetição e jogos de pergunta-resposta. As respostas certas dos alunos são
reforçadas positivamente com prêmios ou elogios. A gramática é introduzida pelos elementos dados no
diálogo, mas não é comum explicações explícitas de regras. Há uma constante interação aluno-aluno,
especialmente nos jogos de repetição ou “drills”, quando estes se revezam nos diferentes papéis do
diálogo. Mas, esta interação é dirigida pelo professor, que é responsável por proporcionar aos alunos um
modelo de fala, além de dirigir e controlar seu aprendizado linguístico de forma facilitadora. A
competência oral recebe maior atenção. A pronúncia é ensinada desde o começo, geralmente com os
alunos trabalhando em laboratórios de línguas e em atividades em pares.
Método Audio-Lingual
As premissas que sustentavam o método foram reformuladas com clareza e
formaram uma doutrina coesa que por muitos anos dominou o ensino de línguas.
Essas premissas são as seguintes:
● Língua é fala, não escrita;
● Língua é um conjunto de hábitos;
● Ensine a língua não sobre a língua;
● A língua é o que os falantes nativos dizem, não o que alguém acha que
eles deveriam dizer;
● As línguas são diferentes.
Método Audio-Lingual
Língua é fala, não escrita:
Estava restabelecida a ênfase na língua oral. No momento em que se equiparava a fala
com a língua, o que não fosse fala também não era língua. Daí que ensinar a leitura não
era ensinar a língua, já que a escrita era uma fotografia muito mal feita da fala. A
implicação pedagógica dessa premissa era de que o aluno deveria primeiro ouvir e falar,
depois ler e escrever; como acontece individualmente na aprendizagem da língua materna
e como acontece com os povos em geral, que só aprendem a escrever muito depois de
terem aprendido a falar. 0 aluno só deveria ser exposto à língua escrita quando os padrões
da língua oral já estivessem bem automatizados. A apresentação precoce da escrita
prejudicava a pronúncia. A forma preferida de apresentação era o diálogo, justamente por
representar a língua viva do dia-a-dia. 0 laboratório de línguas, pela possibilidade de
apresentar gravações de falantes nativos, possibilitando assim uma pronúncia perfeita,
tornou-se um importante recurso audiovisual.
Método Audio-Lingual
Língua é um conjunto de hábitos:
A língua era vista como um hábito condicionado que se adquiria através de um
processo mecânico de estímulo e resposta. As respostas certas dadas pelo aluno
deveriam ser imediatamente reforçadas pelo professor. Havia uma grande
preocupação em evitar que os alunos cometessem erros. Para isso o ensino era
feito através de pequenos passos, com a aprendizagem gradual das estruturas, que
eram apresentadas uma a uma. No audiolingualismo não se aprendia errando. As
estruturas básicas da língua deveriam ser praticadas até a automatização, o que
era conseguido através de exercícios de repetição. A aprendizagem só ocorria
quando o aluno tivesse realizado a superaprendizagem, isto é, quando tivesse
automatizado a resposta; menos do que isso não era aprendizagem.
Método Audio-Lingual
Ensine a língua não sobre a língua:

A premissa era de que se aprendia uma língua pela prática, não através de
explicitações ou explicações de regras. Perguntas por parte dos alunos eram
desencorajadas. A gramática era ensinada através da analogia indutiva.
Como na abordagem direta, o aluno era exposto aos fatos da língua.
Método Audio-Lingual
A língua é o que os falantes nativos dizem, não o que alguém acha que eles
deveriam dizer:
0 que a gramática normativa muitas vezes apontava como errado era, no
entanto, sistematicamente usado pelos falantes da língua padrão. Em vez de
certo e errado preferiu-se usar os termos aceitáveis e não aceitáveis. Se os
falantes cultos do francês, por exemplo, usavam em situações informais a
expressão "j’sais" em vez do prescrito "je sais", o professor deveria ensinar
nos diálogos a forma "j’sais". Do mesmo modo, em cursos de português para
estrangeiros, sugere-se a expressão "vi ele" em vez do tradicionalmente
correto "vi-o".
Método Audio-Lingual
As línguas são diferentes:
0 audiolingualismo defendia uma versão forte da análise contrastiva. Pela
comparação dos sistemas fonológicos, lexicais, sintáticos a culturais entre duas
línguas podia-se prever os erros dos alunos. A tarefa primordial do planejador de
cursos era detectar as diferenças entre a primeira e a segunda línguas e
concentrar aí as atividades, evitando assim os erros que seriam causados pela
interferência da língua materna. 0 audiolingualismo dominou o ensino de línguas
até o início da década de 1970. Bloomfield, no campo da linguística, Skinner, no
da psicologia, Nida, Fries e Lado, no da metodologia, são alguns dos grandes
nomes do movimento.
Método Audio-Lingual
Suas principais técnicas são, segundo Larsen-Freeman (1986):

· Memorização de diálogos;

· Conversação em pares;

· Dramatização de diálogos memorizados;

· Memorização de frases longas parte por parte;

· Jogos de repetição (para memorizar estruturas ou vocabulário);

· Jogos de pergunta-resposta (para praticar estruturas);

· Jogos de completar diálogos;

· Jogo de construção de frases a partir de pistas (palavras) dadas;

· Jogo de transformação de frases negativas em afirmativas, etc.;

· Jogos para diferenciar palavras parecidas (sheep / ship).


Abordagem comunicativa
Abordagem Comunicativa (AC) é uma abordagem para o ensino de línguas, que enfatiza
a interação como meio de ensino como também o seu objetivo final. A AC é geralmente
caracterizada como uma abordagem ampla para o ensino, em vez de um método de
ensino com um conjunto definido de práticas de aula. Assim, a abordagem comunicativa
é mais frequentemente definida através de uma lista de princípios ou características
gerais. Uma lista simplificada seria:
● Ênfase em aprender a se comunicar por meio da interação no idioma que se almeja
(língua-alvo).
● A introdução de textos e discursos autênticos para a situação de aprendizagem.
● A possibilidade dos alunos se concentrarem, não só na linguagem, mas também no
próprio processo de aprendizagem.
● As experiências pessoais do aluno como elementos que contribuem para a
aprendizagem em sala de aula.
● Uma tentativa de ligar a aprendizagem de línguas em sala de aula com atividades
de linguagem fora da sala de aula.
Abordagem comunicativa
Sob esta ampla definição, qualquer prática de ensino que ajuda os alunos a
desenvolverem a sua competência comunicativa em um contexto autêntico é
considerada uma forma de instrução aceitável e benéfica. As atividades de sala
de aula mais comumente utilizadas na abordagem comunicativa são:
Dramatizações;
Entrevistas;
Troca de Opiniões;
Trabalhos em dupla;
Aprendizado por ensino (Alunos viram instrutores durante a atividade).
Abordagem comunicativa
A Abordagem Comunicativa defende a aprendizagem centrada no aluno não só
em termos de conteúdo mas também de técnicas usadas em sala de aula. 0
professor deixa de exercer seu papel de autoridade, de distribuidor de
conhecimentos, para assumir o papel de orientador. O aspecto afetivo é visto
como uma variável importante e o professor deve mostrar sensibilidade aos
interesses dos alunos, encorajando a participação e acatando sugestões.
Técnicas de trabalho em grupo são adotadas.
Abordagem comunicativa
0 material usado para a aprendizagem da língua deve ser autêntico. Os diálogos
devem apresentar personagens em situações reais de uso da língua, incluindo
até os ruídos que normalmente interferem no enunciado (conversas de fundo,
vozes distorcidas no telefone, dicções imperfeitas, sotaques, etc.). Os textos
escritos não devem se restringir aos livros ou artigos de revista, mas abranger
todas as formas de impressos: jornais (notícias, manchetes, fotos com legendas,
propagandas, anúncios classificados, etc.), cartas, formulários, contas, catálogos,
rótulos, cardápios, cartazes, instruções, mapas, programas, bilhetes, contratos,
cartões, listas telefônicas, tudo enfim ao que o falante nativo está exposto
diariamente. 0 uso de textos simplificados deve ser evitado, porque prejudicaria a
autenticidade do material; simplificar a tarefa, se necessário, mas não simplificar a
língua.
Abordagem comunicativa
Não existe ordem de preferência na apresentação das quatro habilidades
linguísticas nem restrições quanto ao uso da língua materna. Em cursos gerais as
quatro habilidades são apresentadas de modo integrado, mas dependendo dos
objetivos, pode haver concentração em uma só. 0 desenvolvimento do
vocabulário passivo é defendido. 0 uso da língua materna é permitido,
principalmente no início do curso ou quando se deseja criar um contexto para o
uso e aprendizagem da L2
Errando é que se aprende: Os erros não são mais sinônimo de fracasso mas
são vistos de forma positiva, como a prova de que o aluno está buscando
desenvolver o seu processo de aprendizagem.
Abordagem comunicativa
As principais técnicas segundo Larsen-Freeman (1986) são:

· Uso de material autêntico;

· Texto com frases desordenadas para os alunos ordenarem;

· Jogos de cartões com pistas para os alunos fazerem perguntas autênticas e


obterem respostas também pessoais;

· Uso de figuras em seqüência, sugerindo estórias que os alunos tentam prever;

· Dramatização de cenas propostas pelos alunos ou professor.


Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas
(CEFR)

O Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (CEFR) é um padrão


internacionalmente reconhecido para descrever a proficiência em um idioma. É
uma forma de descrever quão bem você fala e entende uma língua estrangeira,
que divide o conhecimento dos alunos em três categorias, cada uma com duas
subdivisões:
Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas
(CEFR)
Quais são os testes e diplomas de proficiência de francês
para estudar na França?
Os exames de proficiência em francês são exigidos pelas universidades francesas para Graduação,
Pós-graduação e Doutorado. Dessa forma, esse é o primeiro critério de seleção para ingressar em
uma Universidade Francesa! Portanto, é importante ter uma boa preparação na língua francesa e nos
exames de proficiência em francês. A aplicação dos exames tem como base o Cadre Européen de
Référence, que divide o conhecimento da língua em três categorias A, B e C, sendo:

● A1 Falante iniciante
● A2 Falante de nível básico
● B1 Falante intermediário
● B2 Usuário independente
● C1 Falante com domínio do idioma
● C2 Falante com domínio pleno do idioma
Quais são os testes e diplomas de proficiência de francês
para estudar na França?
1. TCF – Teste de Conhecimento do Francês

Exigido pelas universidades francesas para Graduação (licence) e Pós-graduação na França


(master). Dessa forma, todo candidato recebe um certificado com os resultados que o posicionam em
um dos seis níveis (de A1 a C2) do Cadre Européen Commun de Référence pour les langues –
CECR.

O nível mínimo exigido para fazer uma graduação é o nível B1 (intermediário 1), ou seja, a nota 300 a
399 pontos de 600.

Por sua vez, o nível mínimo exigido para fazer uma pós-graduação ou um doutorado é o nível B2
(intermediário 2), ou seja, a nota 400 a 499 pontos de 600.

O certificado tem validade de 2 anos. Não há um número limitado de vezes para prestar o TCF,
mas é necessário aguardar 60 dias entre uma sessão e outra.
Quais são os testes e diplomas de proficiência de francês
para estudar na França?
2. DELF (Diploma de Estudos de Língua Francesa) e DALF (Diploma Aprofundado
de Língua Francesa)

O DELF e o DALF são diplomas oficiais emitidos pelo Ministério francês da Educação para comprovar
a proficiência em francês dos candidatos estrangeiros. Diferentemente dos testes de língua, os
diplomas DELF e DALF são válidos por toda a vida.

Eles são compostos por 6 diplomas independentes, que correspondem aos seis níveis do CECR. O
DELF é o diploma que vai do nível A1 ao B2 e DALF do C1 ao C2.
Por que fazer um exame de proficiência em francês?

1.Documento necessário para intercâmbio na França

Ter um diploma que atesta o seu nível de francês é um documento essencial para poder estudar na
França, seja para um intercâmbio da sua faculdade aqui no Brasil com a França, seja para tentar
graduação, mestrado ou doutorado na França.

2.Diferencial no seu currículo profissional

Mas do que simplesmente dizer o seu nível de francês no currículo, o que mais conta para os
empregadores é a comprovação do nível de língua. Por isso, ter um diploma oficial de francês pode te
abrir portas no mercado de trabalho franco-brasileiro e francês.
Referências
LEFFA, Vilson J. Metodologia do ensino de línguas. In: BOHN, Hilário; VANDRESEN, Paulino. (Org.). Tópicos de lingüística
aplicada;o ensino de línguas estrangeiras. Florianópolis, 1988, v. 1, p. 211-236.

Freitas, Lúcia Gonçalves de. Metodologias de ensino de língua estrangeira. Universidade Estadual de Goiás. Goiás. Disponível em:
https://www.geocities.ws/developingknowledg/docs/artigos/metodologias_de_ensino_de_lingua_estrangeira.pdf.
Acesso em: 08/12/2022.

Quais são os diplomas de proficiência de francês para estudar na França?. Universidades francesas, 06/08/2022.Disponível em:
https://www.universidadesfrancesas.com.br/quais-sao-os-exames-de-proficiencia-em-frances-para-estudar-na-franca/. Acesso em:
08/12/2022.

Moreno, Ivan. O que é o Método Comunicativo ou Abordagem Comunicativa?. Medium, :14/08/2015. Disponível em:
https://medium.com/@maestrocursos/o-que-%C3%A9-o-m%C3%A9todo-comunicativo-ou-abordagem-comunicativa-2f131103da30
#:~:text=O%20M%C3%A9todo%20Comunicativo%20ou%20Abordagem%20Comunicativa%20%28AC%29%20%2C,com%20um%
20conjunto%20definido%20de%20pr%C3%A1ticas%20de%20aula. Acesso em: :08/12/2022.

Valcarce, Carlos. Méthodologies d’enseignement des langues étrangères. Prezi, :10/10/2016. Disponível em:
https://prezi.com/osbpjkvqbs4b/methodologies-denseignement-des-langues-etrangeres/. Acesso em: :08/12/2022.

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