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O uso do listening:

entraves e soluções no ensino/aprendizagem da Língua Inglesa


The use of the listening:
constraints and solutions in the teaching /learning of English Language

Janaína Fernanda da Paixão SILVA1

Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar as dificuldades que os alunos tem em ouvir em Inglês,
utilizando estratégias de ensino para solucionar o problema, aplicando métodos de atividades para sala de aula
e fora dela, para melhor entender o Listening. Mostrando também que algumas dificuldades encontram-se em
sala de aula, pois os alunos se sentem receosos por não compreender a língua falada, gerando desmotivação.
Para motivá-los, então, é necessário que haja cumplicidade e interação, partindo do professor, mostrando que
há várias maneiras de desenvolvimento usando o listening, assim eles se sentirão mais confiantes para
aprender Inglês. Este trabalho ainda ressalta que aprender ouvindo é um trabalho árduo e é preciso muito
desempenho do professor, que deve motivá-los, estimulando-os com atividades e utilizando instrumentos
adequados de fácil entendimento, e dos alunos que devem estar engajados em aprender, além do que, o modo
como as palavras são proferidas pelo docente também influencia na questão do listening. É preciso falar
corretamente para que haja entendimento e compreensão do que está sendo dito. Portanto, esse trabalho tem
como base mostrar a língua Inglesa visando atividades do listening para a contribuição de seu aprendizado.
Vale ressaltar que esse estudo não é para os alunos aprenderem Inglês apenas usando o listening, mas sim para
ajudá-los a compreender e entender melhor a língua Inglesa.
Palavras-chave: Listening. Dificuldades. Métodos. Ensino.

Abstract: This work aims to present the difficulties that students have to listen to English, using strategies to
solve the problem by assigning specific activities to be accomplished in the classroom and away from it to
better understand what must be done in a listening activity. Also to demonstrate that these difficulties exist in
the classroom because students are afraid of ot understanding spoken language which demotivates them. To
encourage students then it is that there is involvement and interaction starting from the teacher, who must
show that there are several ways to develop their knowledge by using listening activities, so that they may feel
more confident to learn English. This work also emphasizes that learning by listening is hard work and it takes a
lot of teacher performance that should motivate and stimulate the students with proper activities, using
appropriate tools to facilitate comprehension and that students should be engaged in learning, besides the fact
that what the teacher, says also influences students concerning aspects of a listening exercise. It is necessary
to speak properly so that there is the comprehension of what is being said. Therefore this work aims to
demonstrate that listening activities contributes to the learning of English learning. It be highlighted that this
study is not for students to learn English using only listening, but to help them understand and better
understand the English language.
Keywords: Listening. Dificulties. Methods. Teaching.

Introdução

Aprender uma língua estrangeira não é uma tarefa fácil. As habilidades que a
compõem são ferramentas de suma importância para o aprendizado de todo e qualquer
aluno que queira aprender Inglês. Listening, Speaking, Reading e Writing são as quatro
habilidades que envolvem o ensino da língua Inglesa e para cada uma delas o professor deve
estar apto para ensiná-las, assim como também deve compreender as habilidades de seus
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Graduada do Curso de Letras | FAFIRE
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alunos. Algumas dificuldades encontram-se em sala de aula, pois os alunos se sentem


receosos por não compreender a língua falada, gerando desmotivação. Então, para motivá-
los, é necessário que haja cumplicidade e interação, partindo do professor, mostrando que
há várias maneiras de desenvolvimento usando o listening, assim eles se sentirão mais
confiantes para aprender Inglês. Para se trabalhar com o listening é preciso elaboração e
técnicas, pois essa habilidade é um processo ativo que requer concentração e estudo não só
no que compete à audição, mas também na leitura.
Outro bloqueio para ouvir em inglês está na maneira de pronunciar as palavras. A
entonação e a fala devem ser trabalhadas para a compreensão necessária do aprendizado.
Nesse ponto entra a aquisição da fala como meio de ajudar a esclarecer o processo de se
ouvir em inglês. O modo como as palavras são proferidas pelo professor também influencia
na questão do listening, pois é preciso falar corretamente para que haja entendimento e
compreensão do que está sendo dito. Existem diversos meios usando o listening, com os
quais os estudantes de língua Inglesa podem aprender para melhor entender a língua.
Aprender ouvindo é um trabalho árduo e é preciso muito desempenho do professor, que
deve motivá-los, estimulando-os com atividades e utilizando instrumentos adequados, de
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fácil entendimento, e dos alunos, que devem estar engajados em aprender.
Este trabalho tem como base mostrar as dificuldades de audição da língua Inglesa,
visando atividades do listening para a contribuição de seu aprendizado, identificando as
dificuldades dos alunos e desenvolvendo soluções adequadas para solucionar o problema,
sabendo que uma das dificuldades encontradas está relacionada a ouvir em outra língua.

Listening: habilidade de maior importância, mas de difícil utilização

O que torna o Listening fácil ou difícil normalmente são experiências do dia a dia,
embora sejam desconhecidos quais fatores contribuem para essa variação, como relata
Anderson e Lynch (2001). Os mesmos autores ainda ressaltam que apesar de alguns fatores
estarem envolvidos, eles se dividem em três principais categorias, que são: 1. o tipo de
língua que se ouve; 2. o propósito na escuta e 3. o Contexto em que ocorre a escuta. “O
conteúdo falado pode ser bastante imprevisível, pode ser de natureza abstrata: ela pode
lidar com uma variedade de temas complexos, e provavelmente vai ser expresso em forma

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linguística bastante envolvido” (ANDERSON, Anne e LYNCH, Tony. 2001, p. 46, tradução
nossa).
Segundo Brown (1994), uma série de características especiais da linguagem são
levadas em consideração nas concepções de aulas e técnicas de ensino da habilidade do
Listening, e os alunos de idioma devem prestar atenção a tais fatores, porque eles possuem
uma influência significativa no processo da fala, podendo haver um bloqueio na
compreensão, caso não seja atendido, ou seja, o processo do Listening pode se tornar difícil.
Brown (1994) elenca as características da língua falada que são adaptadas em diversas
fontes: agrupamento, redundância, formas de redundância, variável de desempenho,
linguagem coloquial e interação.
Segundo Carter e Nunan (2001), o listening é a habilidade mais utilizada, o canal em
que o processamento da linguagem em tempo real emprega unidades de codificação que
são únicas no aprendizado do idioma. Assim, o processo de listening requer atenção na hora
em que está sendo utilizado.
O listening no ensino de línguas sofreu importantes influências no desenvolvimento,
como na Antropologia, Educação e Linguística. A partir do momento em que os idiomas
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estrangeiros foram ensinados no final do século XIX, foram apresentadas as funções
gramaticais descritivas bilíngues, o uso de dicionários e problemas nas sentenças para
traduções corretas, ocupando um papel central. O listening então assumiu um papel
importante no ensino de línguas durante esse período, sendo esse o momento em que
linguistas procuraram elaborar uma teoria psicológica da aquisição da linguagem infantil e
aplicá-lo ao ensino de idiomas. O resultado foi que a língua falada tornou-se fonte definitiva
para a percepção e clareza da memória auditiva, tornado eficaz a habilidade de
aprendizagem da língua.
As dificuldades do listening começam quando um aluno determina que ouvir em inglês
é complicado. No artigo “Por que o Listening é difícil?”, de Denilso de Lima (2007), o autor
explica que no começo do curso de inglês os alunos aprendem gramáticas, vocabulários e
sentenças comuns, conseguem até ouvir algumas frases em CD, mas quando tentam ouvir
uma música, ver um filme ou seriado e ouvir uma conversa de um nativo é que se torna
complicado, pois os alunos sentem dificuldade em compreender o que está sendo falado e
essa dificuldade é o que leva à desistência em aprender inglês.

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Um dos fatores que Lima (2007) explica em relação às dificuldades que os alunos tem
em ouvir em inglês é o fato da velocidade com que os nativos falam, afirmando que
realmente eles falam rápido, mas que os brasileiros também. E essa rapidez integrada à
junção das frases é outro ponto que dificulta os estudantes a ouvirem, e assim aprenderem
o idioma. Um exemplo dado por Lima (2007) é apresentado na frase “What are you going to
do tomorrow?”, sentença que geralmente é usada nas escolas, mas quando o aluno ouve
“Whatcha gonna do t’morrow?” Esse modo de escrever e, claro, de falar, leva certa
dificuldade para os alunos aprenderem, o que dificulta o Listening.
Embora esses fatores compliquem o aprendizado e o desenvolvimento no Listening,
com muita prática o aluno pode dominá-lo. É preciso que o aluno ouça na mesma velocidade
que os nativos falam. Aprender a pronúncia é conquistado com muito esforço e
desempenho através de atividades tanto do Listening quanto do Speaking.
No mesmo artigo, Lima (2007) explica que essas dificuldades estão ligadas ao cérebro:
como neste, há milhares de neurônios e que eles são responsáveis pela formação de
memórias e registram tudo o que ocorre na vida, como o que é ouvido, lido ou vivenciado,
as informações armazenadas por cada neurônio são passadas de um a outro por meio de
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sinapses onde os neurônios se comunicam. Como os neurônios armazenam tudo o que é
aprendido, quando se aprende outro idioma isso não é diferente. Quando alguém ouve uma
música os neurônios fazem a troca de informações com sinapses, e essa troca faz com que
dados importantes sejam lembrados na hora de saber cantar a música sem dificuldades.
Tudo isso ocorre de maneira rápida; se uma pessoa fala com outra, as informações da língua
portuguesa que estão registradas no neurônio são facilmente compreendidas, mas quando
uma pessoa fala algo que a outra não sabe, ocorre uma confusão nos neurônios, pois eles
não têm tal informação armazenada. É isso que acontece com o inglês, os estudantes estão
acostumados a aprender nas escolas frases como “What’s your name?”, ou ‘’How are you?”,
isso de forma lenta, então quando assistem a um filme ou escutam um nativo falando ficam
perdidos e não compreendem o que está sendo dito.
Lima (2007) conta que os neurônios estão acostumados ao modo preguiçoso de ouvir a
língua, ou seja, estão acostumados a ouvir palavra por palavra e, quando caem no mundo
real, torna-se complicado. Nesse caso os neurônios não conseguem trabalhar rapidamente e
acabam se perdendo, com isso o aluno fica frustrado porque não consegue acompanhar a
conversa normalmente.
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Outros fatores que prejudicam no Listening são o nervosismo, a ansiedade, a


preocupação e o medo. Isso, aliado à confusão mental, provoca um atraso no
desenvolvimento e domínio do Listening. Segundo Lima (2007), para resolver isso, o inglês
deve ser aprendido como ele realmente é, desde o início.

Não é decorando palavras e mais palavras ou regras e mais regras que você
aprenderá a se comunicar (ouvir e falar) inglês como um nativo. Se você aprende
uma sentença como “How are you doing?” (como você está?), deve aprender que
eles dizem isso de várias maneiras: “how ya doin’?“, “how y doin’?“. Ou seja, eles
não dirão, “how – are – you – doing?“. Um simples “my name is…” pode soar como
“ma neims…“. Um “what’s up?” se torna “wazzup?“, “whaddup?” e várias outras
maneiras (LIMA, Denilso, 2007).

Aprender essa maneira de pronunciar e praticar intensamente e ouvir a língua inglesa


do jeito natural é ficar ciente do modo como a língua realmente é falada, diferente do modo
como é mostrado nos livros, isso ajuda os alunos a se acostumarem com o inglês de verdade.
Registrando as informações do modo como ela é, a eficiência no aprendizado torna-se
melhor do que quando ensinado apenas regras; o aluno terá seu desempenho melhor e
menos estressante e assim desenvolverá melhor o seu Listening.
Geralmente alunos de idiomas estudam muito a gramática, fazendo vários exercícios e
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ficando a maior parte do tempo apenas na escrita e na leitura, esquecendo-se do principal, a
audição ou o Listening. Todo e qualquer aluno de idioma deve fazer uso do Listening, pois
assim a assimilação do idioma será compreendida.
Morley (1984) apresenta uma variedade de materiais de listening, utilizando
informações precisas, focando em pontos principais para melhor ouvir em outra língua, a
pronúncia da ortografia e a prática constante são fatores que levam a uma boa percepção do
listening.
Não é fácil ouvir uma língua estrangeira (L.E), por isso é necessário que seja
trabalhada, e muito, a parte da escuta. Segundo Anne Anderson e Tony Lynch (2001), há
diferentes maneiras que o ouvinte pode processar ou falhar no processo da fala de entrada,
e que isso pode servir como base para avaliar o grau de sucesso, em particular da escuta. O
ouvinte pode não ouvir o que está sendo dito.
Para Brown (1994), a importância de ouvir em outra língua não deve ser
superestimada. Através da percepção do pensamento é internalizada a informação
linguística sem a qual não poderia produzir a linguagem. Ele ressalta que o Listening é a
habilidade de maior competência, mais do que o Speaking, o que não é de admirar. A
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compreensão do Listening nem sempre teve a admiração dos educadores que hoje tem.
Brown (1994) explica que as pessoas têm uma tendência natural em falar uma maior
proficiência da língua. Os alunos saberão o seu significado porque primeiro eles pensam na
compreensão da fala. Nas décadas de 50 e 60, uma metodologia de ensino foi preocupante
no que diz respeito à língua falada. Na sala de aula os alunos podiam ouvir suas sentenças
orais, não era incomum para os estudantes praticarem frases oralmente, mas eles sequer
entendiam o que estava sendo dito.
Brown (1994) explica sobre o input e intake, a importância do input como aquisição da
segunda língua e sua transformação em intake, onde a informação armazenada pelos alunos
é o que realmente permanece, através de estratégias de aprendizado. “A conversação de
entrada é crucial no aprendizado de línguas, se for leva em consideração técnicas de
audição, o professor pode a partir daí uma série de atividades de compreensão.” (BROWN,
H. Douglas. 1994, p. 248) (Tradução nossa). Em sala de aula, ele fala que o Listening não é
uma via de mão única, e que não se trata de apenas um processo de recebimento
unidirecional de símbolos sonoros, mas sim de um processo de recebimento de ondas
sonoras que é transmitido para o cérebro, seus impulsos trazem um número diferente de
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cognitivos e mecanismos afetivos, ou seja, o Listening é um processo interativo de
compreensão.
Praticar o Listening é essencial na vida do estudante de língua estrangeira, e com a
constante prática o aluno pode chegar ao independent learner. Para se chegar ao
independent learner é preciso definir metas. “Criando metas os alunos podem ter uma série
de vantagens pedagógicas importantes. Em primeiro lugar, ajuda a concentrar a atenção do
aluno sobre as tarefas que estão por vir. Isso aumenta a motivação” (NUNAN, David. 1999,
p. 192, tradução nossa).
Segundo David Nunan (1999) a autoavaliação requer pensar sobre o que o aluno fez
bem, e em relação à aprendizagem, classificar em escala, com isso o professor desenvolve
em seus alunos não só a parte autocrítica, mas também serve para ajudá-los a seguir os
objetivos do processo de ensino. Nunan (1999) ainda explica que o professor pede aos
alunos que eles, para alcançar suas metas de aprendizagem, façam ligações entre links
importantes entre os seus objetivos e os meios de comunicação gramatical.
Um aspecto importante no independent learner é o incentivo aos alunos. Nunan (1999)
diz que o aluno da língua é o único que pode fazer escolhas adequadas a partir das opções
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gramaticais disponíveis na língua, enfatizando que o aluno é o único que pode fazer escolhas
eficazes, em se tratando de tarefas e estratégias de aprendizagem. Nunan (1999) ressalta
que o incentivo dados aos alunos nas salas de aula e os materiais que são oferecidos para
eles são significantes, e que a mensagem que é transmitida a eles é de que eles tem
responsabilidade pelas ações tomadas e sobre o controle da sua aprendizagem.
Segundo Harmer (2007), algumas das razões para ouvir em Inglês são os modelos de
pronúncia, como o texto, por exemplo, os alunos não ficam apenas a critério de entenderem
o discurso, mas também relata que o melhor sucesso para uma boa comunicação falada não
depende apenas da nossa habilidade para falar, mas também das formas efetivas de ouvir.
Harmer (2007) diz que em uma sala de aula a voz do professor é fundamental para que o
aluno fique exposto às diferenças da variedade da língua Inglesa, mas que eles devam se
expor a mais variedades. “Não há nada de errado com a voz de um professor
individualmente, é claro, mas há variações regionais significativas das pessoas que falam
inglês” (HARMER, 2007, p. 133, tradução nossa).
É importante os alunos estarem expostos a essas variedades, pois assim os professores
podem avaliar as multiplicidades que eles ouvem e assim avaliar a competência dos
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estudantes e saber a qual variedade regional eles estão expostos.
O Listening pode ser intensivo e extensivo, segundo Harmer (2007). No intensivo os
alunos fazem a prática ouvindo músicas no carro, MP3 e também ouvem o material que é
dado a eles em sala, desse modo eles se divertem porque não têm a intervenção dos
professores e o exercício torna-se mais prazeroso. Já no extensivo, a prática ocorre em fazê-
los assistir filmes legendados. Fazendo isso, ao ouvirem os diálogos em Inglês, irá ajudá-los
na compreensão e absorção da linguagem que estão ouvindo.
Harmer (2007) ainda elenca as principais formas de ouvir em Inglês. Dentre elas, estão:
encorajar os alunos a ouvir tantas vezes tanto quanto for possível; uma vez pode não ser o
suficiente; diferentes fases para ouvir requerem diferentes tarefas; bons professores
exploram textos ouvindo plenamente. Outras sugestões dadas para uma melhor
compreensão do Listening são: músicas e efeitos sonoros, poesias, histórias, entre outros.
Para se tornar um bom ouvinte, um aluno deve passar pelos três estágios do Listening
no momento em que for fazer alguma atividade de escuta. Os três estágios são: o pré-
listening, o while-listening e o post-listening. Cada um desses estágios favorece aos
estudantes um melhor desenvolvimento no Listening.
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O estágio do pré-Listening, segundo Wilson (2008), é o estágio que ajuda o aluno a se


preparar para o que ele vai ouvir, e com isso dar a eles uma boa chance de sucesso na
atividade realizada. O estágio do pré-listening geralmente envolve atividades com esquemas,
a fim de ajudar os alunos a prever o conteúdo que eles ouvirão; é apresentado o tema de
forma interativa, o qual será trabalhado. Este momento será utilizado para fazer com que os
alunos fiquem animados com a aula proposta. É realizada uma atividade para “aquecer” os
estudantes.
Segundo JJ Wilson (2008), existem inúmeras coisas que podem ser úteis para o pré-
ouvinte, como o timbre da voz, volume e entonação, tudo isso tem pontos significativos para
que o ouvinte saiba contextualizar o que ouviu. Quando o professor leva uma atividade de
pré-listening, ele deve apresentar perguntas coerentes e bem elaboradas, para que os
alunos possam desenvolver estratégias e construir sentidos sobre a atividade.
O pré-listening é necessário para as atividades. Segundo Jeremy Harmer (2001),
quando os ouvintes escutam, eles utilizam dois tipos de processamentos, o top down e o
bottow up. O primeiro consiste em o ouvinte cumprir os propósitos da escuta e o segundo
são os fins da escuta, ou, seja, o resultado que foi obtido pelo top down. Harmer (2001)
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explica que qualquer nativo utiliza esses dois processos com extremo sucesso. Já para os
alunos de segunda língua, aqueles que estão aprendendo, há grande dificuldade e não se
pode utilizar esses dois procedimentos, devido à quantidade limitada de conhecimento
sobre a língua alvo. É ai que os professores devem ajudar os alunos, concentrando-os em um
tipo de processamento por vez e preparando-os para a atividade principal de audição. Antes
de iniciar a atividade, devem mostrar com antecedência os itens de vocabulário necessário
para diminuir a carga cognitiva. As atividades de audição, ao contrário das de leitura, são
mais difíceis para os aprendizes. Quando eles encontram palavras desconhecidas durante a
audição, eles ficam desmotivados e desorientados. O professor, antes de iniciar a atividade
principal do Listening, deve trabalhar as palavras com mais cautela, pois assim, quando eles
forem trabalhar usando a o Listening e o Reading, as barreiras que os cercam irão diminuir e
os alunos conseguirão ter mais compreensão sobre o que ouviram, assim como o professor
planejou. Atividades de pré-audição desempenham um papel muito importante para ajudar
os alunos a aprenderem a ouvir na língua estrangeira. Elas ajudam os professores a
descobrirem mais sobre o que os alunos já sabem sobre o tema, e a prepararem-se para o
vocabulário e as estruturas de linguagem no texto. Atividades de pré-listening também
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ajudam os alunos a se preparar para o que eles vão ouvir, e ajudam a atenuar a ansiedade
que vem de ouvir em uma língua estrangeira, fornecendo um contexto claro. Além disso, as
atividades de pré-listening podem oferecer oportunidades para a discussão em classe e
maior interação entre os alunos.
While-listening, a segunda fase do listening, é uma atividade que se refere à
compreensão da ideia geral da essência de um texto, após o aluno ouvi-lo duas ou três
vezes, fazendo com que eles percebam mais os detalhes da atividade. O objetivo desse
estágio deve ser de o professor ajudá-los a se concentrar no texto geral, para que assim eles
consigam estabelecer um quadro preliminar que lhes dão uma ideia mais detalhada no texto
ou atividade trabalhada.
Segundo Wilson (2008), a história do ensino da língua Inglesa é cheia de mudanças na
abordagem, com modismos e falsos cognatos. Então, ao longo dos anos, os alunos têm sido
persuadidos a fazerem práticas de escuta que remetem a transcrever tudo o que ouvem do
professor, palavra por palavra; fazer exercício de fechar os olhos enquanto ouvem o
professor falar, assimilando cada palavra dita; em casa ouvir exercícios de Listening antes de
dormirem para que seus cérebros assimilem mais o que foi ouvido. Sobre isso, Wilson (2008,
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p. 81) explica:
Nas atividades de while-listening, os alunos relacionam-se diretamente com o texto
quando eles estão fazendo as atividades. É preciso se empenhar mais na escuta e escrever o
mínimo possível, pois o que está sendo levado em consideração é a compreensão e não a
produção. Quando um aluno se preocupa mais em escrever durante a atividade de Listening,
eles acabam se desconcentrando e perdem o raciocínio do que já estava sendo assimilado.
A atividade de post-listening representa o acompanhamento da atividade de escuta e
tem como objetivo utilizar o conhecimento adquirido a partir da escuta para o
desenvolvimento de outras habilidades, como Writing e Speaking. Assim como as atividades
de Reading, as atividades de post-listening permitem uma reciclagem e ativação adicional de
vocabulário e estruturas, desde que sejam interessantes e atrativas e cuidadosamente
elaboradas pelos professores.
Wilson (2008) explica que muitos alunos têm problemas no processo de atividade de
escuta. Ele elenca as fases que podem ser chamadas de troubleshooting. Entre os principais
problemas estão: problemas de pronúncia, palavras desconhecidas, falta de compreensão
nas palavras e problemas de sintaxe.
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Geralmente em sala de aula são feitas atividades de dupla ou em grupo, e muitos


alunos ficam envergonhados em falar em público, e quando têm que falar em Inglês eles
ficam muito tímidos.

Essa fase, não só dá aos alunos confiança, mas também traz à tona quaisquer
interpretações conflitantes que eles tenham. O papel do professor neste tipo de
atividade post-listening é monitorar a discussão dos alunos, talvez pedindo uma
evidência textual de suas ideias, confirmando ou negando essas ideias e
respondendo as perguntas (WILSON, JJ, 2008, p. 97, tradução nossa).

O post-listening é o período que reflete o sucesso e as dificuldades do aluno. Em uma


atividade o aluno discute o que foi apresentado, é o momento onde os alunos discutem o
tema, falando o que eles pensam. Por exemplo, se um professor leva uma música para a
sala, ele pode pedir que os alunos depois de a ouvirem falem da música, qual o gênero, o
que ela propõe ou o que fariam se estivem na situação proposta pela música, é onde se faz
com que eles aprendam mais sobre o conhecimento cultural da língua em estudo ou da
situação.
Os três estágios são fundamentais no processo de ensino do Listening e é fundamental
que todo professor trabalhe os três antes de iniciar uma atividade de audição. Underwood 10
(1989) reforça que as atividades de listening devem passar pelas três fases, e afirma que elas
são importantes em todos os momentos, seja ela da mais fácil à mais complexa.
Rost (1991) apresenta algumas classes de escuta que são consideradas ativas. Entre
elas estão a escuta global, que significa ouvir intensivamente para buscar resultados
específicos, e escuta interativa, para concentrar-se no desenvolvimento de estratégias de
atividades que beneficiem os alunos.
Dentre as atividades que os alunos de língua inglesa sentem mais dificuldades de
realizar estão aquelas dedicadas ao listening (ouvida). Quando um aluno não sabe ler, nem
escrever, ele procura ajuda de um dicionário para saber como tal palavra é escrita e tenta
pronunciá-la, mesmo que erroneamente. Mas quando ele não consegue entender o que está
sendo dito em relação ao ouvir, muitos acabam desmotivados e tristes, por não entenderem
o que foi falado. Assim como as outras habilidades linguísticas, a única forma de aprender a
ouvir é praticando, e muitos podem achar enfadonho dar conta de atividades propostas com
esse fim. Portanto, os alunos terminam ficando entediados por não saberem o que está
sendo dito, e esse sentimento de derrota leva muitos alunos a desistirem de estudar a

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referida língua. O ouvir (entender) é a habilidade linguística que eles sentem mais
dificuldades em realizar.
Nesse caso, o professor torna-se fundamental nessa questão; motivar o aluno e fazer
com que as atividades não sejam entediantes. Para tanto, ele deve ter um plano de ação
que, de acordo com Ur (2005, p. 22), “Ao planejar exercícios de listening, é essencial ter em
mente o tipo de situações da vida real para qual estamos preparando os alunos, e também
as dificuldades que pensam vir a encontrar e é preciso o uso da prática para superar.”
Segundo Ur (2005), algumas considerações são levadas em conta na hora de aplicar
uma atividade de listening, como o tipo de equipamento a ser usado, o número de alunos
em sala, a motivação dos professores para com os alunos, a forma como são corrigidos os
exercícios. Tudo isso pode influenciar o resultado da atividade de forma positiva ou não.
Ur (2005) elenca algumas atividades de listening que podem ser efetivas. São elas:
materiais de listening que devem utilizar um discurso adequado, ou seja, se a atividade for
relacionada a algum contexto. O professor deve levar em conta o material a ser utilizado, se
este possui explicação, instrução e questões de compreensão. No uso de gravações, o alvo
deve ter uma proposta predefinida e as atividades devem trazer motivação, interação e
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simplicidade, materiais visuais, contextualização do que está sendo estudado, ou seja, o
texto precisa estar claro para que o aluno entenda. Todo esses fatores em conjunto tornam
a atividade mais eficaz.
Ur (2005), explica que a compreensão da fala estrangeira é uma atividade complexa
que envolve um grande número de diferentes competências e habilidades. Então, segue-se
uma prática de escuta em sala de aula que também é complexa, e que não será a realização
de dois, ou meia dúzia de exercícios, que poderá satisfazer as necessidades da maioria dos
estudantes de uma língua estrangeira. O professor deve, então, ter em mãos uma vasta
bateria de exercícios diferentes, destinados à prática, pois o exercício de ouvir deve ser feito
com frequência, a fim de que as atividades tornem-se constantes. Como existem vários tipos
de exercícios de listening, Ur (2005) os organizou em simples e rápidos e complexos e
longos.
Ur (2005) fala que cada atividade sugerida é acompanhada de um subtópico. A
percepção do Listening torna-se mediante o nível dos sons e combinações de sons para os
alunos se familiarizarem com a entonação e a vocalização. As atividades orais de repetição e
compreensão da escrita são onde são sugeridos tipos de exercícios mais visuais, pois são
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mais de acordo com que os alunos devem ter. Write (1998) explica que a repetição de textos
no listening ajuda no processo de escuta, pois há uma necessidade de concentração no que
está sendo ouvido, e quando os alunos não compreendem, deve-se levar em conta o que
houve de errado para não terem entendido e buscar fazer uma ligação entre a fala e a
escuta.
As atividades de listening não se restringem à sala de aula apenas, fora dela existem
diversos métodos que qualquer aluno de língua estrangeira pode e deve pôr em prática para
melhorar sua habilidade de ouvir na língua estrangeira. Filmes, séries da TV e músicas são
algumas das fontes de material de que os alunos podem fazer uso e desenvolver a
capacidade de entender a língua inglesa. Filmes e séries são motivacionais, atrativos e
dinâmicos, pois o aluno pode vê-los legendado, com o áudio em inglês, e depois podem
assistir com a legenda em inglês, e por último, sem legenda, só com o áudio em inglês.
Fazendo isso constantemente, eles acabam se familiarizando com a língua e com a
pronúncia das palavras. Música é muito interessante de pôr em prática, pois geralmente elas
permanecem no cérebro de todo mundo, mesmo que a pessoa nem ouça tantas vezes. Ouvir
música é interessante para qualquer pessoa que queira aprender inglês e que passa a ouvir
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música com frequência e pode entender a letra da música, e assim terá uma ideia da
pronúncia e vai passar a cantar corretamente. Uma outra atividade com música que
geralmente é feita em sala de aula é aquela em que o professor pode levar uma música e
retirar algumas palavras, e quando colocar para os alunos ouvirem eles terão que completar
com as palavras que faltam. Esta é uma atividade de listening que pode ser efetiva, pois é
divertida e muitos alunos ficam motivados.
As atividades em sala de aula podem ser bem dinâmicas e divertidas, tais como a
chamada de telefone sem fio, que consiste em o professor fazer um círculo na sala e dizer
uma frase para um aluno, esse mesmo aluno deve passar a frase adiante e acrescentar mais
uma frase, cada aluno que ouve a frase deve acrescentar mais uma. Ao final, o último aluno
tem que dizer a frase que ouviu de todos. Essa atividade é divertida porque as histórias que
são ditas são engraçadas, pois nem todos ouviram corretamente. Outra atividade que é bem
conhecida é o Simon Says. A brincadeira consiste em alguém ser o Simon e dar instruções do
que fazer, por exemplo, “Simon diz, encontre uma garrafa roxa na cozinha”, então, dito isso,
os outros jogadores que estão na brincadeira têm que seguir o comando, se não seguirem,
ou não entenderem, perdem a brincadeira. Contar história na sala é outra atividade bem
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O uso do listening: entraves e soluções no ensino/aprendizagem da Língua Inglesa
Janaína Fernanda da Paixão Silva

legal. O professor conta uma história sem demonstrar nenhuma emoção e sem dar nenhum
palpite sobre o que é a história, então ele pede aos alunos que façam um resumo do que
ouviram e se a historia foi triste, feliz, de contos de fadas etc. Outra atividade bem
interessante é caça ao tesouro, onde, ao invés do mapa, as instruções são feitas por áudio.
Os alunos ouvem as pistas e tentam segui-las. Quem achar o ouro ganha. Outra semelhante
é criar um mapa de um determinado local. O professor dá as coordenadas e eles tentam
criar um mapa, que pode ser de uma cidade, uma floresta ou um ambiente.
O listening é uma habilidade bastante atrativa e complexa. As atividades, assim como a
prática, requerem muita paciência e frequência. São várias as atividades que os alunos de
língua inglesa podem fazer para melhorar seu conhecimento da língua. O listening, como já
foi visto, é uma das habilidades de muita importância, os alunos não aprenderão inglês
apenas fazendo exercícios de gramática, mas com a prática, irá ajudá-los a compreender
melhor o que está sendo falado.
Esse trabalho mostra que o Listening é sem dúvida fundamental para o aprendizado da
língua Inglesa. Mesmo um aluno não aprendendo todo o idioma, apenas utilizando o
Listening com métodos e aplicações adequados, todo aquele que queira aprender Inglês será
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favorecido com sua prática e seu domínio.

Considerações finais

O Listening sem dúvida é a habilidade de maior importância no ensino da língua


Inglesa. As outras três habilidades também têm sua importância e todas elas juntas são
fundamentais no processo de ensino aprendizagem do Inglês, mas o Listening tem suas
características. O seu domínio é peça chave quando se vai aprender um idioma. Quando um
aluno vê uma palavra em Inglês, ele tem noção de como ela se escreve e tenta, mesmo que
erroneamente, pronunciá-la e, se caso ocorrer de esquecer, ele poderá pedir ajuda de um
dicionário, mas ouvir a palavra corretamente é um principio que faz parte para que ele tenha
a certeza de como tal palavra é dita corretamente. Esse trabalho foca nos principais
objetivos que ele representa, como sua importância e as dificuldades que quase todos os
alunos de língua Inglesa, ou não, têm quando ouvem em Inglês. Pode-se constatar também
que todo professor de língua Inglesa deve trabalhar arduamente com essa habilidade e que,
partindo do docente, os alunos terão motivação e interesse de conhecimento e aprendizado.
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Janaína Fernanda da Paixão Silva

O Listening tem várias atividades dinâmicas e interativas e o professor deve colocá-las em


prática de forma correta, assim como incentivar os alunos a praticarem fora da sala de aula.
Atividades bem planejadas pelos docentes claramente influenciam no interesse dos alunos.

Referências

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BROWN, H. Douglas. Teaching by principles: an interactive approach to language pedagogy.
New Jersey: Prentice Hall Regents, 1994.
CARTER, Richard; NUNAN, David. The Cambridge guide to teaching english to speakers of
other languages. Cambridge University, 2001.
HARMER, Jeremy. The practice of english language teaching. London: Pearson Education,
2001.
HARMER, Jeremy. How to teach english. Harlow: Pearson Education, 2007.
Http://www.inglesnapontadalingua.com.br/2007/08/por-que-listening-difcil.html
MORLEY, Joan. Listening dictation. Michigan: Michigan University, 1984.
NUNAN, David. Second language teaching & learning. Boston: Heinle & heinle, 1999. 14

ROST, Michael. Listening in action: activities for developing listening in language teaching.
London: Prentice Hall, 1991. (Ser. Language Teaching Methodology)
UNDERWOOD, Mary. Teaching listening. London: Longman, 1989.
UR, Penny. Teaching listening comprehension. Cambridge: Cambridge University, 2005.
WHITE, Goodith. Listening. New York: Oxford, 1998.
WILSON, JJ. How to teach listening. London: Pearson Education, 2008.

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